Академический Документы
Профессиональный Документы
Культура Документы
RESUMO
Neste trabalho se propõe a introdução em cursos de graduação em Física de tópicos
sobre caos (matéria normalmente deixada para cursos de pós-graduação). Se descreve em
certo detalhe (aquele que o comprimento máximo dos trabalhos para o SNEF permite) a
forma de fazer isto com um dos sistemas mais simples que podem levar a esse conceito: o
pêndulo duplo. A apresentação se faz supondo que o aluno cursou uma disciplina de
Mecânica Analítica o qual faz que a introdução seja possível como um tópico ao final da
própria disciplina ou como parte de uma possível disciplina sobre “Tópicos Avançados”.
Outros possíveis estudos serão apresentados em futuras edições do SNEF.
PALAVRAS-CHAVE
Caos, Ensino de Física, Graduação
1. INTRODUÇÃO
2. O MÉTODO
A dinâmica do sistema mostrado na Figura 1 (pêndulo duplo) pode ser representada por uma
hamiltoniana com dois graus de liberdade (onde g é a aceleração da gravidade e (p1 , p2 ) são os
momentos canonicamente conjugados às variáveis angulares (θ1 ,θ2 ), respectivamente):
p12
+ p 2 − cos(θ 1 − θ 2 ) p1 p 2 + mgL(cos (θ 1 ) + 2 cos(θ 2 )) (1)
1
H= 2
(
2 2
)
mL 1 + sen (θ 1 − θ 2 ) 2
As equações de movimento são dadas pelas equações de Hamilton [3], formando neste caso
um sistema de equações não-integrável [4].
Iremos procurar os pontos fixos no espaço de fase, os quais irão corresponder a soluções
estacionárias. A importância de tais pontos está no fato destes organizarem a estrutura das curvas no
espaço de fase. Em outras palavras, definem o tipo de solução do sistema numa vizinhança linear
(numa pequena vizinhança de cada ponto fixo). O sistema composto pelas equações de Hamilton
correspondentes à Hamiltoniana na Equação (1) exibe quatro pontos fixos (isto é, as derivadas
temporais igualadas a zero) de coordenadas:
0 0 π π
0 0 0 0
Ρ1 = , Ρ2 = , Ρ3 = , Ρ4 = , (2)
0 π 0 π
0 0 0 0
onde as matrizes linhas são ordenadas do topo para baixo de acordo com as coordenadas θ1 ,p1 ,θ2 e
p2 , respectivamente. A energia total associada a cada ponto fixo é:
E1 = −3mgL, E 2 = −mgL, E3 = mgL, E 4 = 3mgL (3)
Após a linearização, o sistema formado pelas equações de Hamilton, fica na forma
.
X i = JiXi (4)
onde i=1,2,3,4 indicam os pontos fixos. O vetor Xi tem em geral a forma Xi = (θ1 ,p1 ,θ2 , p2 ), e as
matrizes Ji, denominadas matrizes Jacobianas, são:
1 1 1 1
0 0 − 0 0
mL2 mL2 mL2 mL2
− 2mgL − 2mgL
J1 =
0
J2 =
0 0 0 0 0
1 2 1 2
0 −
2 0
0 0
2 2 mL2
mL mL mL
0 0 − mgL 0 0 0 mgL 0
1 1 1 1
0 0 0 0 −
mL2 mL2 mL 2 mL2
J3 =
0
J4 =
2mgL 0 0 2mgL 0 0 0
1 2 1 2
0 0 0 − 0
mL2 mL2 mL 2 mL2
0 0 − mgL 0 0 0 mgL 0
1 1 1 1
0 2
0 − 2
0 2
0
mL mL mL mL2
− 2mgL − 2 mgL
J1 =
0
J2 =
0 0 0 0 0
0 −
1
0
2 0
1
0
2
mL 2
mL 2 mL 2
mL2
0 − mgL 0
0 0 0 0 mgL
(5)
0 1 1 0 1
−
1
2
0 2 2
0
mL mL mL mL2
J3 =
0
J4 =
2mgL 0 0 2 mgL 0 0 0
1 2 1 2
0 0 2 0 − 0
mL 2
mL mL 2
mL2
0 − mgL 0
0 0 0 0 mgL
4
X i (t ) = ∑ cm e
(i ) λ(ni )t ( i)
Am (6)
m =1
onde Am(i ) são os autovetores associados aos autovalores λ da matriz jacobiana, e os coeficientes c m(i )
são constantes de integração que vão depender das condições iniciais. Os autovalores associados à
matriz jacobiana são, respectivamente (onde ω 0 = g l é a freqüência de oscilação natural do
pêndulo simples para pequenas amplitudes) :
3. DISCUSSÕES E RESULTADOS
De acordo com os resultados mostrados na Equação (7), podemos classificar segundo a literatura
tais pontos: P1 é um puro-centro; P2 e P3 são centros-selas e P4 é um pura sela.
O ponto fixo puro-centro, descreve movimentos puramente rotacionais; dizemos então que o
movimento encontra-se sobre toros (veja figura 2a). Quando nos afastamos da vizinhança linear do
puro centro, devido a não integrabilidade, estes toros vão sendo distorcidos e dependendo das
condições iniciais escolhidas podem ser destruídos. A destruição destes toros está relacionada a
existência de um comportamento caótico do sistema. Já o ponto fixo centro-sela, o movimento geral
(na vizinhança linear deste) é descrito pelo produto direto de hipérboles por órbitas periódicas
instáveis; resultando numa estrutura de cilindros [5] no espaço de fase (veja figura 3). O
comportamento caótico aqui pode ser evidenciado também a medida que nos afastamos da
vizinhança linear do centro-sela, estes cilindros vão se distorcendo até serem destruídos. Já o
movimento geral na vizinhança linear do pura sela é descrito por produto de hipérboles existentes
nos planos (p1 , θ1 ) e (p2 , θ2 ) (veja figura 2b).
Figura 2. (a) Representação das órbitas periódicas instáveis projetadas num dado plano (p,θ) do
espaço de fase; enquanto que em (b) vemos a representação das órbitas hiperbólicas projetadas num
dado plano do espaço de fase.
4. CONCLUSÃO
Foi apresentada uma proposta de introdução do conceito “caos” e de toda a nomenclatura que o
acompanha nos cursos de graduação em Física. Isto foi feito, utilizando terminologia e matemática,
típicas de alunos que seguiram disciplinas de Mecânica Analítica e Equações Diferenciais,
mostrando que a proposta é possível. Outros momentos plausíveis de serem utilizados para a
apresentação do tema são o curso de Equações Diferenciais Ordinárias ou, ainda, o curso de
Mecânica Básica (Física I na nomenclatura da maioria dos cursos de Física). Mas esta última opção,
apesar de ser a melhor (no sentido de que apresenta o conceito o mais cedo possível), precisa de um
tratamento especial (mais fenomenológico). Os autores se encontram desenvolvendo este tipo de
enfoque e deverá ser apresentado em uma futura edição do SNEF.
5. REFERÊNCIAS
[1] de Almeida, A. M. O., Sistemas Hamiltonianos, Caos e Quantização, 2da Edição, Editora
da Unicamp, Campinas, 1991.
[5] Monerat, G. A., H. P. de Oliveira and I. D. Soares, Phys. Rev. D 58, (1998).