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RESUMO
O ensino e aquisição da segunda língua nos primeiros anos da infância têm sido objeto de inúmeros debates
entre pesquisadores, neurolinguístas, psicólogos, educadores e pais. A questão reside na interferência que
possa existir no desenvolvimento cognitivo e na aprendizagem da criança. Este artigo pretende analisar,
sob a perspectiva neuropsicológica, a aquisição e repercussão da segunda língua nesse período. Objetiva
identificar as relações entre esta, o desenvolvimento cognitivo e a prática pedagógica no processo ensino-
aprendizagem na Educação Infantil. A Neurociência demonstra que a base neural da aprendizagem é a
quantidade de sinapses estabelecidas entre neurônios. Portanto, a vasta rede neural da infância
proporciona um período ótimo para estímulo e aprendizado de diversas habilidades, como a música, a
matemática e a linguagem. Mediante investigação descritiva, a pesquisa bibliográfica apresenta um
panorama do que tem sido pesquisado. Assim, espera-se uma contribuição relevante na discussão do tema.
ABSTRACT
Second-language teaching and acquisition in early childhood have been a matter of discussion among
researchers, neurolinguists, psychologists, educators and parents.
The question is whether a second language can interfere on cognitive development and chil d learning. The
primary purpose of this study is to investigate the acquisition of a second language and its effect in early
childhood through a neuropsychological perspective, as well as to identify the relation between the
cognitive development and the pedagogical approach in the teaching-learning process. Neuroscience
research has shown that the neural basis of learning has to do with the abundance of synapses produced
among neurons. Therefore, the childhood extensive neural network is able to provide an opportune time to
encourage the learning of several skills such as music, mathematics and languages. A considerable
contribution on the subject is expected in the present study, and by means of descriptive investigation the
bibliography presents an overview of what has been researched.
Key words: Learning. Cognitive development. Early childhood. Second language. Synapse.
O despertar da segunda língua na primeira infância: uma
análise sob a perspectiva neuropsicológica
INTRODUÇÃO
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São as conexões entre eles que realmente darão conta da incalculável quantidade
de informações que começam a ser assimiladas pelos bebês tão logo abrem seus
olhos pela primeira vez. Existem 100 bilhões de neurônios no cérebro de um
recém-nascido, e 5 trilhões de conexões nervosas, que chegarão a 1 quatrilhão
nos primeiros meses de vida. [...] até os 4 anos alcança uma atividade que jamais
se repetirá... (SAMARA, 1998, p. 1).
língua na criança enquanto esta ainda adquire a língua materna, apontar a importância e
as vantagens para o indivíduo exposto à outra língua durante essa fase da vida,
determinar e relacionar a(s) melhor(es) formas de desenvolver o processo de ensino-
aprendizagem da segunda língua diante do conhecimento, das pesquisas e descobertas da
Neurociência.
Enfim, conhecer os caminhos do desenvolvimento cognitivo e suas implicações na
prática pedagógica incita e instiga à pesquisa neuropsicológica, no âmbito da linguagem.
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The dendrites collect information from many other neurons in the form of a
change in electrical charge. When this charge exceeds a certain threshold, an
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electrical impulse beginning at the axon hillock is sent down the axon to its
synapses. Since the impulse can only travel on the exposed membrane, it jumps
from one node of Ranvier to the next. The synapses release a chemical known as
a transmitter substance onto other cells, thereby changing their electrical charge
and thus passing along the information. (KOLB; WHISHAW, 1996, p. 66).
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Perspectiva piagetiana
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objetos, mas não o faz ainda através da linguagem” (FARIA, 1997, p. 13). Ocorre nela uma
equilibração incompleta entre assimilação e acomodação.
Essa falta de equilíbrio integral acaba por produzir uma linguagem egocêntrica,
por vezes, incoerente, sendo os tipos mais comuns: a repetição, o monólogo, o monólogo
coletivo, as súplicas, ordens, discussões, disputas, diálogos e informações, críticas e
zombarias.
Ainda, conforme Piaget (1990), vale lembrar que o desenvolvimento cognitivo e a
aprendizagem se dão por assimilação (quando o sujeito incorpora a realidade a seus
esquemas de ação) e acomodação (quando ocorre reestruturação da mente diante de
novas situações). A equilibração surge então como o processo de equilíbrio contínuo entre
assimilação e acomodação que se caracteriza pela adaptação à nova situação de
aprendizagem.
A perspectiva seguinte não ignora o aspecto maturacional e biológico do ser
humano. Entretanto, investiga outro aspecto do desenvolvimento cognitivo e
aprendizagem, não contemplado pela perspectiva piagetiana.
Perspectiva vigotskiana
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Janelas de oportunidades
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nervosas. “Isso lembra uma das ‘leis’ de organização do cérebro: manter e fortalecer o
que é usado, enfraquecer e deixar sumir o que não é.” (HOUZEL, 2002, p. 123)
Consequentemente, de acordo com o que vem sendo pesquisado, com o passar
do tempo, as habilidades que não foram estimuladas nessa fase específica da vida tornam-
se, não impossíveis para o aprendizado, mas um tanto custoso para o cérebro realizar a
posteriori, pois o caminho sináptico que havia para aquela habilidade se desfez por falta
justamente da consolidação, por meio da exposição e prática contínua. “A partir daí, para
auto-conservação, as sinapses que não forem usadas, com frequência, serão eliminadas.”
(QUIRINO, 1998, p. 30)
O cérebro, por conseguinte, numa idade mais avançada (adolescência, juventude,
fase adulta), precisa estabelecer um novo caminho sináptico para o aprendizado da
mesma habilidade. Isso, de certa forma, explicaria a dificuldade para aprendizagem de
determinadas habilidades, como a segunda língua na fase adulta, o que n ão significa não
haver possibilidade de aprendizado pós-período crítico, visto a capacidade vocabular ser
muito maior para esses aprendizes.
Levando-se em consideração o campo da Linguagem, na abordagem
neuropsicológica, em termos de ‘janelas de oportunidades’, é importante salientar a
interação de diversas áreas dos hemisférios esquerdo e direito na compreensão dos sons
e do significado vocabular. Quanto à produção e articulação da fala, destaca-se “a área de
Broca [...] restrita ao terço posterior do giro frontal inferior esquerdo, e a área de
Wernicke, ao terço posterior do giro temporal superior...” (LENT, 2005, p. 636) . Enquanto
a primeira atua na formulação e expressão, a segunda é responsável pela compreensão da
linguagem, na identificação das palavras. Citam-se, também, as áreas pré-motoras e
motoras, que atuam na articulação dos sons produzidos pela fala.
O desenvolvimento principal da linguagem ocorre entre o nascimento e os 5 anos.
Nesse período, a criança pode ser capaz de falar qualquer língua, tantas quantas ela for
exposta. Na prática, resulta num falante bilíngue, sem o sotaque da língua materna, já que
a criança aprenderá a segunda língua como se fosse sinônimo da primeira. O caminho
sináptico para que isso aconteça é o mesmo.
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Vale salientar ainda que, de acordo com o estudo de Chaguri (2005, p. 6), o papel
que a língua inglesa, ou outro idioma, desempenha nas séries iniciais é auxiliar as relações
sociais e culturais da criança, permitindo um desenvolvimento intelectual mais sólido para
ela, por meio do aspecto cultural que a língua possui. Dessa forma, será possível
desenvolver as potencialidades individuais e, ao mesmo tempo, o trabalho coletivo.
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O ambiente deixa sua marca no organismo [...] por meio da estimulação neural
[...] As terminações nervosas enviam sinais para os pontos de entrada
circunscritos no cérebro, os chamados córtices sensoriais iniciais da visão, da
audição, das sensações somáticas, do paladar e do olfato. [...] O organismo, por
sua vez, atua no ambiente por meio de movimentos resultantes de todo o corpo,
dos membros e do aparelho vocal. (DAMÁSIO, 2004, p. 117).
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REFERÊNCIAS
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do ensino fundamental. In: O desafio das letras. Anais. Rolândia: FACCAR, 2005.
CURTO Jr, Renato Mendes e SANSON, Josiane Maria de Souza. Brincando com Inglês. São
Paulo: Editora do Brasil, 2006.
LESSA, Ângela Cavenaghi. Qual a idade ideal para colocar a criança em um curso de
Inglês? Revista Nova Escola. Março/2008. São Paulo: Abril.
MORINO, Eliete Canesi e FARIA, Rita Brugin de. Hello! Pre book. 2 ed. São Paulo: Ática,
2005.
PIAGET, Jean. Epistemologia genética. Tradução de Álvaro Cabral. São Paulo: Martins
Fontes, 1990.
______. Seis estudos de psicologia. Tradução de: Maria Alice Magalhães D'Amorin, Paulo
Sergio Lima Silva. 24 ed. Rio de Janeiro: Forense, 1999.
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