Fisiologistas do século XIX:

Johannes Müller, Hermann von

Helmholtz
Prof. Paulo Taddei
Versão não revisada de 12/06/2016

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Versão não revisada de 12/06/2016
 Johannes Müller (1801 – 1858)
• Teoria das energias nervosas específicas: corpo
humano é um sistema multifacetado de processos e
atividades que transformam estímulos físicos em
sensações.
• Cada sensação é produto de um sentido específico.
• Rejeição do realismo: Müller se recusa a aceitar a
adequação das sensações à realidade: sensação é o
produto de alterações nervosas.
– Fazemos esta aplicação por um mau uso da razão e
por causa da educação/aprendizagem.

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Müller: dez leis gerais da sensibilidade
1. Não podemos ter nenhuma sensação por causas externas que não
pudéssemos ter também sem causas externas: a sensação não é
apenas um produto do estímulo externo, mas da alteração de
nossos nervos.
2. A mesma causa interna evoca, em diferentes sentidos, diferentes
sensações, de acordo com a natureza deste sentido – ou seja, há
energias nervosas específicas para cada sentido.
3. A mesma causa externa evoca, em diferentes sentidos, diferentes
sensações, de acordo com a natureza deste sentido.
4. As sensações peculiares de cada nervo sensorial podem ser
igualmente evocadas por meio de diversas influências internas ou
externas: a atividade conversiva de um órgão sensorial é mais
importante para compreender as sensações do que o objeto que
é causa do estímulo.
5. A sensação não é a veiculação de estados qualitativos de corpos
externos à consciência, mas sim a veiculação da qualidade, de um
estado de nervos à consciência – tais qualidades são as energias
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sensoriais.
Müller: dez leis gerais da sensibilidade
6. Um nervo sensorial é apenas capaz de produzir sensações próprias à sua natureza e não
podem ocorrer substituições entre nervos sensoriais: cada via sensorial é fechada em si
mesma, produzindo apenas determinado tipo de experiência e nunca podendo emular as
funções de outra via.

7. Desconhece-se se as causas das diferentes energias dos nervos sensoriais se encontram

nos próprios nervos ou no cérebro e em partes da espinha dorsal para as quais eles vão –
mas é certo que as partes centrais dos nervos sensoriais no cérebro são capazes das
sensações determinadas, independentes dos condutores nervosos: lei de menor
importância, pois apenas legisla sobre as condições técnicas da pesquisa fisiológica da
época.

8. Embora os nervos sensoriais sintam a princípio apenas os seus próprios estados, como
eles também são objetos físico-fisiológicos no mundo, eles também indicam propriedades
das coisas externas a nós. Esta lei representa uma reaproximação do realismo. Müller
entende que com relação a extensão, movimento e mudanças químicas, nosso corpo é
capaz de produzir cópias próximas às efetividades.

9. Estabelece relação entre as sensações e os objetos externos a nós e determina que essa
relação não é fruto dos próprios nervos. A nossa função de representar objetos perpassa
todas as nossas sensações, é fruto do aprendizado,

10. A alma não apenas apreende o conteúdo das sensações e dos sentidos, e as interpreta
como representadas, mas também confere agudez às sensações através das
representações. Por um exercício de atenção, a alma é capaz de modificar o modo como
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sensações são dadas.
Hermann von Helmholtz (1821 – 1894)
• Aluno de Müller
• Critica a teoria de Müller por ser uma teoria da
cópia.
• Formula uma teoria da percepção como signo.
• Desenvolve o método introspectivo-
experimental.
• Teoria das inferências inconscientes.
• Percepção tem a forma de um silogismo
inconsciente.

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 Hermann von Helmholtz: teoria das inferências inconscientes – a percepção
como envolvendo um raciocínio.

• Projeto de introspecção
• Regra geral da experiência perceptiva: nós ultrapassamos um material sensível que
nós é dado de modo fisiológico e afirmamos, em seu lugar, a existência de objetos
reais num mundo efetivo que nos aparecem por meio de tais dados sensíveis.
• Percepção envolve:
– Apreensão de sensações;
– Constituição de objetos;
– Presunção de uma realidade inerente a eles.
• Como lidar com ilusões dos sentidos?
– A natureza do estímulo atua na estruturação do engano – este ocorre de
modo normal.
– O erro propriamente dito está no juízo ou na conclusão que tiramos deles.
– Tal conclusão é uma atividade psíquica inconsciente.
• É inconsciente porque é anterior a todo aparecimento de objetos.
– Tais inferências inconscientes são semelhantes a inferências por analogia
feitas de modo consciente.
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Hermann von Helmholtz: teoria das inferências inconscientes – a
percepção como envolvendo um raciocínio.

• O objeto é apenas a composição arbitrárias de ideias sensoriais –

composição entre elementos extrínsecos.
• A relação entre sensações e objetos percebidos é estruturalmente similar
a relação entre símbolo e coisa simbolizada.
• Tripla distinção:
– Representação (sem presença de sensações).
– Intuição (com presença do objeto).
– Percepção direta (apenas sensações).
• Estrutura silogística da percepção:
– Premissa maior: conjunto de memórias a respeito do objeto;
– Premissa menor: conjunto de sensações dadas;
– Conclusão: a percepção do objeto.
• Introspecção experimental deve, então, separar o material das sensações
que, pelos desempenhos associativos, tornam-se signos de objetos.
• O processo de introspecção é um movimento analítico que passa de
objetos para sensações que o constituem.

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