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Direito Penal - Parte Geral


Introdução ao Direito Penal
1.1 Conceito
Direito Penal é o ramo do Direito que define as infrações penais e suas respectivas penas, objetivando proteger os
bens jurídicos mais importantes para a vida do ser humano em sociedade. A Constituição Federal de 1988 prevê
diversos princípios e normas de Direito Penal, mas não define crime nem pena.

A principal lei penal do Brasil é o Código Penal (Decreto-lei nº 2.848/1940), que é dividido em Parte Geral e Parte
Especial.
- Parte Geral: Prevê os princípios e as normas de aplicação do Direito Penal.
- Parte Especial: traz o rol de crimes e respectivas penas.

Existem ainda diversas leis especiais que preveem infrações penais e as penas cominadas (Ex.: Lei de Drogas, Lei de
Tortura, CTB, etc.)

1.2 Principais princípios do Direito Penal


a) Princípio da legalidade penal (Art. 5º, XXXIX, CF/88, e art. 1º, CP)
Não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal;
- Princípio da legalidade penal = reserva legal + anterioridade penal.
- Conclusão: só lei anterior ao fato pode definir crime e cominar pena aplicável.

Observação: Princípio da Taxatividade: lei penal deve definir a conduta criminosa de forma
taxativa, certa e estrita.

b) Princípio da irretroatividade da lei penal (art. 5º, XL, CF/88)


XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu.
✓ - Abolitio Criminis: art. 2º, CP - Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar
crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória.
✓ - Princípio da Retroatividade da lei Benéfica: A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente,
aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado (art.
2º, parágrafo único).
✓ - Exceção: lei Excepcional ou Temporária - aplica-se ao fato praticado durante sua vigência (art. 3º).
c) Princípio da Intervenção Mínima
Modernamente, entende-se que o Direito Penal, por ser o ramo do Direito que possui as sanções mais graves, deve
intervir minimamente nas liberdades individuais.
Decorrem deste princípio outros dois:
✓ - Principio da Subsidiariedade: o Direito Penal é subsidiário, ou seja, só deve agir quando os demais ramos
do Direito não são suficientes para a solução do conflito.
✓ - Princípio da Fragmentariedade: o Direito Penal só deve agir para proteger os bens jurídicos mais
importantes, punindo as condutas mais graves.
Observação: do princípio da fragmentariedade decorre o princípio da insignificância, que diz
que o Direito Penal não deve se ocupar de bagatelas.

1.3 Tempo do Crime


Art. 4º - Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do resultado.
O Brasil adotou a teoria da atividade, ou seja, o crime ocorre quando é praticada a conduta (ação ou omissão), não
importando o momento do resultado.
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É por isso que o adolescente que comete um ato infracional responde por ele ainda que o resultado de sua conduta
ocorra depois de completar 18 anos.

1.4 Lugar do Crime


Art. 5º - Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional, ao crime
cometido no território nacional.
O Brasil adota, como regra, a princípio da territorialidade temperada, ou seja, aplica sua lei aos fatos ocorridos em
seu território, salvo se previsto diversamente em documentos internacionais.
Art. 6º - Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como
onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado.

Em relação ao lugar do crime, o Brasil adotou a teoria da ubiquidade ou mista, pois considera ocorrido o crime tanto
no local da conduta quanto no lugar do resultado.
Observação: o artigo 7º do Código Penal prevê a extraterritorialidade da lei penal brasileira,
ou, em outras palavras, hipóteses em que a lei penal brasileira poderá ser aplicada ainda que o
fato criminoso tenha ocorrido no estrangeiro.

2. Crime e Contravenção
Toda conduta humana contrária à lei configura um ato ilícito, o qual, dependendo da natureza da norma violada, pode
ser penal, civil, administrativo, trabalhista, tributário, etc. O ilícito penal, no Brasil, recebe o nome de “infração penal”,
e pode ser de duas espécies: “crime” ou “contravenção penal”.

Nesse ponto, o Brasil adotou o critério dicotômico ou bipartido.


- Infração penal - crime (ou delito)
- contravenção penal

Quanto à natureza, não existe diferença entre crime e contravenção penal, pois são ambos infrações penais, às quais
são punidas através da imposição de uma pena prevista em lei.
A principal diferença, então, está no tipo e no grau (intensidade) da pena cominada, conforme o previsto no artigo
1º da Lei de Introdução ao Código Penal (D.L. 3914/1941).
- Crime: pena de detenção ou de reclusão, quer isolada, quer cumulada ou alternativamente com pena de
multa.

-> reclusão
Crime - detenção
-> reclusão e/ou multa
- detenção e/ou multa

Observação: a pena de multa não é prevista isoladamente para o crime.

- Contravenção penal: pena de prisão simples ou multa, isolada, cumulada ou alternativamente.


-> prisão simples
Contravenção - prisão simples e/ou multa
-> multa

Obs.: esse critério não é absoluto, eis que, atualmente, se admite a existência de crime sem a
cominação de pena privativa de liberdade. Ex.: art. 28 da Lei de Drogas (droga para consumo
próprio).
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A Lei das Contravenções Penais (Decreto-lei nº 3.688/1941) prevê ainda outras diferenças entre crime e
contravenções penais:
1. as contravenções penais cometidas no exterior não são punidas no Brasil (art. 2º, LCP);
2. as contravenções penais, em regra, não exigem dolo ou culpa, apenas voluntariedade (art. 3º, LCP);
3. as contravenções penais não são punidas a título de tentativa (art. 4º, LCP);
4. a reincidência se dá com a prática de uma contravenção depois do trânsito em julgado da sentença que
tenha condenado o autor, no Brasil ou no estrangeiro, por qualquer crime, ou, no Brasil, por motivo de contravenção
(art. 7º, LCP);
5. as contravenções são todas de ação penal pública incondicionada (art. 17, LCP);

3. Crime: Conceitos
O crime é um fenômeno que pode ser observado e estudado por diversas ciências, tal como a Criminologia, a
Sociologia, a Psicologia, a Economia, dentre outras.

No campo da Direito Penal como ciência, a doutrina destaca três diferentes formas de conceituar o crime, quais sejam,
o conceito formal, o Conceito Material e o Conceito Analítico.
a) Conceito formal (ou legal): é o conceito dado por lei. Encontra-se no já citado artigo 1º da Lei de Introdução
ao Código Penal. Em suma, crime é uma infração à lei penal e tem por pena cominada a de detenção ou de
reclusão, cumulada ou alternativamente com multa. Como visto, este conceito não é absoluto.

b) Conceito Material: versa sobre o próprio conteúdo do crime, sua essência. Por esse conceito, crime é a
conduta dolosa ou culposa, ativa ou omissiva, que causa lesão ou ameaça de lesão relevante um bem
jurídico penalmente protegido, por ser ele essencial para o harmonioso convívio do ser humano em
sociedade.

c) Conceito Analítico: refere-se à análise dogmática do crime a partir dos elementos que constituem sua
estrutura. Existem diferentes conceitos analíticos de crime na doutrina, a depender da teoria adotada a
respeito dos elementos do crime, em especial, quanto à conduta e à culpabilidade.

Pode-se resumir essas posições doutrinárias em QUADRIPARTIDAS, TRIPARTIDAS E BIPARTIDAS.


I - Posição quadripartida: Defende ser o crime composto de 4 elementos: fato típico, antijuridicidade, culpabilidade e
punibilidade.
II - Posição tripartida: Para os autores que adotam essa posição, o crime é composto por 3 elementos: fato típico,
antijuridicidade (ilicitude) e culpabilidade
III – Posição bipartida: Para os adeptos dessa posição, o crime é somente Fato típico e antijurídico
Por esta teoria, a culpabilidade seria mero pressuposto de aplicação da pena. Assim, o crime seria fato típico e
antijurídico e o agente é que deveria ser culpável ao tempo do fato.
Observação: O conceito analítico do crime segundo as principais teorias do delito.

a) Causalismo (teoria clássica ou mecanicista)


- Franz Von Liszt e Ernst Von Beling (Séc. XIX e XX).
- A conduta é mero movimento natural, causal, sem finalidade (neutra).
- O dolo e a culpa estariam localizados na culpabilidade.
- O crime é fato típico, antijurídico e culpável.

c) Finalismo (teoria finalística da ação)


- Hans Welzel (1939-1960)
- A conduta não é neutra nem somente causal, mas sim dirigida a uma finalidade (resultado).
- A conduta, portanto, deve ser dolosa ou culposa.
- Antes de Welzel, dolo e culpa estavam na culpabilidade. Foi Welzel quem pela primeira vez tratou do dolo e
culpa como pertencentes ao tipo penal.
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- Pergunta: Qual o conceito analítico de crime adotado pelo Código Penal Brasileiro?
Em sua redação original (1940), não resta dúvida que fora adotado o conceito tripartido de crime, sob a vertente
clássica ou causalista.

A partir da Reforma da Parte Geral (Lei nº 7.209/1984), aparentemente, o CP passou a adotar a posição
Bipartida/Finalista.

Exemplo: art. 23 (excludentes de ilicitude): “não há crime” / art. 26 e 28 (exclusão da culpabilidade): “isento de pena”.

4. Classificação dos Crimes

CONCEITO ANALÍTICO DE
CRIME

FATO TÍPICO ANTIJURIDICIDADE CULPABILIDADE

Conduta
Legítima defesa Imputabilidade

Resultado Estado de Potencial


necessidade consciência da
ilicitude

Nexo causal Estrito Exigência de


cumprimento conduta
do dever legal diversa

Exercício
Tipicidade
regular de
direito

1. Crime Comum: pode ser praticado por qualquer pessoa. Ex.: homicídio, furto, estelionato.

2. Crime Próprio: São aqueles que exigem ter o agente uma condição especial. Ex.: funcionário público, médico, mãe.

3. Crime de Mão Própria (Atuação Pessoal): é uma subespécie de crime próprio, que exige que o agente portador de
condição especial pratique o crime por si só, não admitindo coautoria. Ex.: falsidade ideológica de atestado médico e
o de falso testemunho ou falsa perícia.

4. Crimes de Dano: Só se consumam com a efetiva lesão do bem jurídico protegido. Ex.: lesão à vida, no homicídio; ao
patrimônio, no furto; à honra, na injúria etc.

5. Crimes de Perigo: O delito consuma-se com o simples perigo criado para o bem jurídico. Ex.: Embriaguez ao volante.

6. Crime material: o tipo penal descreve a conduta e o resultado naturalístico, dependendo da ocorrência deste para
a consumação do delito. Ex.: art. 121, CP.
- Crime material - tipo penal = conduta + resultado natural
- consumação = resultado natural

7. Crime formal (ou de consumação antecipada): o tipo penal descreve a conduta e o resultado naturalístico, porém,
a consumação ocorre desde a prática da conduta. Ex.: art. 159, CP.
- tipo penal = conduta + resultado natural
- Crime formal - consumação = conduta
- resultado = exaurimento
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8. Crime de mera conduta: o tipo penal descreve somente a conduta (sem resultado naturalístico). Ex.: art. 135, CP
(omissão de socorro), art. 150, CP (violação de domicílio).
- Crime de mera conduta - tipo penal = conduta
- consumação = conduta

9. Crime exaurido: refere-se à ocorrência do resultado natural no crime formal. Neste caso, o crime já se consumou
e o resultado é mero exaurimento do delito. Ex.: pagamento de resgate no crime de extorsão mediante sequestro.

10. Crimes Comissivos: São os crimes praticados por ação, um fazer. Ex.: no furto (art. 155) o “subtrair”.

11. Crimes Omissivos: são os crimes que ocorrem por omissão. Ex.: omissão de socorro (art. 135).

12. Crimes Comissivos por Omissão: é um crime comissivo imputado a alguém que omitiu-se do dever de impedir o
resultado, conforme o artigo 13, § 2º, do CP. Ex: Mãe que dolosamente deixa de amamentar ou cuidar do filho,
causando-lhe a morte, responderá por homicídio por omissão.

13. Crimes Instantâneos: É aquele que, uma vez consumado, está encerrado, a consumação não se prolonga no
tempo. Ex.: lesão corporal (art. 129).

14. Crimes Permanentes: A consumação se prolonga no tempo, dependente da ação do sujeito ativo. Ex.: Cárcere
privado (art. 148).

15. Crimes Instantâneos de Efeitos Permanentes: Ocorrem quando, consumada a infração em dado momento, os
efeitos permanecem, independentemente da vontade do sujeito ativo. Ex.: homicídio (art. 121).

Exercícios
01. Ano: 2010 - Banca: PC-SP - Órgão: PC-SP - Prova: Escrivão de Polícia Civil
Assinale o conceito de crime lecionado pelos penalistas que adotam a corrente doutrinária finalística, que tem em
Welzel seu maior expoente.
a) Ação típica, antijurídica e culpável.
b) Ação típica, antijurídica e voluntária.
c) Ação típica e juridicamente relevante.
d) Ação típica, antijurídica e dolosa.
e) Ação típica e culpável.

02. Ano: 2012 - Banca: PC-SP - Órgão: PC-SP - Prova: Delegado de Polícia
A ideia de que o Direito Penal, deve tutelar os valores considerados imprescindíveis para a sociedade, e não todos os
bens jurídicos, sintetiza o princípio da
a) adequação social
b) culpabilidade
c) fragmentariedade
d) ofensividade.
e) proporcionalidade

03. Ano: 2014 - Banca: VUNESP - Órgão: PC-SP - Prova: Atendente de Necrotério Policial.
As contravenções penais se diferenciam dos crimes, pois aquelas não
a) geram antecedentes criminais (LCP, art. 7.º).
b) são punidas na forma tentada (LCP, art. 4.º).
c) são processadas por ação penal de iniciativa pública (LCP, art. 17).
d) geram reincidência (LCP, art. 7.º).
e) admitem pena de prisão, apenas multa (LCP, art. 9.º).
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04. Ano: 2014 - Banca: VUNESP - Órgão: PC-SP - Prova: Fotógrafo Técnico Pericial
Considera-se, consoante o art. 1.º da Lei de Introdução ao Código Penal, contravenção a infração penal a que a Lei
comina pena(s)
a) de prisão simples ou multa.
b) privativa de liberdade.
c) de reclusão ou de detenção.
d) restritiva de direitos.
e) privativas e restritivas de liberdade.

05. Ano: 2014 - Banca: VUNESP - Órgão: PC-SP - Prova: Investigador de Polícia
Com relação ao crime e à contravenção, assinale a alternativa correta.
a) A contravenção penal somente pode ser apenada com detenção
b) O crime é infração penal menos grave do que a contravenção.
c) A contravenção poderá ser dolosa ou culposa.
d) A contravenção penal poderá ser apenada com prisão simples
e) O crime é doloso e a contravenção, culposa.

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