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Cadastro Territorial na Colômbia

Bruno César Santana de Queiroz1


Pablo Henrique Alves Cruz 1

1 Universidade Federal da Bahia - UFBA


Rua Prof. Aristides Novis, 02 – CEP 40210-630 – Salvador - BA, Brasil
pablocruz@outlook.com, br1407@hotmail.com

Resumo. A estruturação de um sistema cadastral organizado e fidedigno é uma importante ação para que uma
cidade tenha conhecimento pleno do seu território e, por consequência, para que os setores público e privado
disponham de informações essenciais para o desenvolvimento de projetos e melhorias nas condições de vida dos
habitantes. Enquanto alguns países possui uma estrutura muito bem desenvolvida e em pleno funcionamento, em
outros locais o cadastro territorial ainda representa um grande desafio seja por dificuldades técnicas (por conta da
extensão territorial, por exemplo) ou inexistência de um órgão/instituição destinado a esta finalidade
exclusivamente. Neste trabalho, apresentaremos um pouco sobre o cadastro territorial na Colômbia, abordando
aspectos relevantes do contexto histórico, legislação vigente e a forma como o cadastro é gerido no país.

Palavras-chave: Cadastro Territorial, Colômbia.

1. Contexto Histórico
Segundo Erba (xxxx), uma das primeiras referências ao cadastro territorial na Colômbia é
datada em 30 de setembro de 1821 através de uma lei do Congresso de Villa Del Rosario de
Cúcuta, onde foi criada a referência legislativa chamada de “catastro general del cantón”. No
ano de 1825, devido a necessidade de sustentar a guerra da independência, esta norma foi
regulamentada com um caráter predominantemente fiscal. Em 1930, a Fazenda Pública – órgão
responsável pela administração dos bens públicos – encarregou à Missão Kemmerer o dever de
modernizar e racionalizar a tributação. Ainda que sob uma visão especificamente voltada para
fins tributários, foram desenvolvidos trabalhos com o objetivo de nacionalização do cadastro
através da criação de uma agência encarregada pela avaliação dos imóveis e tributação dos
mesmos. No ano de 1935, a partir do Decreto nº1440, criou-se o Instituto Geográfico Militar e
Cadastral – IGMC como órgão dedicado ao levantamento da carta militar do país para estudos
cadastrais. Em paralelo, criaram-se os cadastros descentralizados de Bogotá, Medellín, Cali e
Antioquia. Mais tarde, em meados de 1957, foi criado o Instituto Geográfico Agustín Codazzi
– IGAC responsável até os dias atuais pela gestão cadastral. Somente em 1970, com os Decretos
nº 1250 e nº 2156, o cadastro foi regulado especificamente devido a sua relação com o registro
e matrícula imobiliária.
Em 1984 surgiram dois dispositivos legais fundamentais para estruturação do cadastro
territorial colombiano: o decreto extraordinário nº 1711 que estabelecia as obrigações do
registro em relação ao cadastro, bem como a necessidade de adotar um número único de
identificação predial para ambos; e a expansão da Resolução nº 660 do IGAC que constituiu o
estatuto operacional do cadastro, 4 anos mais tarde esta foi substituída pela Resolução nº 2555
que regulamentou a formação, atualização da formação e conservação do cadastro nacional.
Em 2015, através do artigo 104 da Lei 1753 que trata do Plano Nacional de
Desenvolvimento 2014-2018, o governo colombiano informou sobre a implementação do
cadastro multifinalitário, tratando-o como a principal ferramenta de informação predial e
reforçando sua importância na contribuição para a segurança jurídica do direito a propriedade,
para o fortalecimento dos fiscos locais, ordenamento territorial e no planejamento social e
econômico.
2. Cadastro na Colômbia
2.1 Entidades competentes
O cadastro colombiano tem a particularidade de ser desconcentrado e descentralizado
administrativamente. Em linhas gerais, a desconcentração foi definida pela Lei 498 de 1998 e
trata-se da delegação de dependências do governo que prestam serviços em regiões, províncias
ou municípios devido a conveniência de realizá-las “in situ”, mais próximo da comunidade. A
descentralização do cadastro ocorreu devido a decisões históricas de cunho político e estas
competências foram outorgadas pelo governo central que é o responsável pela vigilância e
controle das atividades desenvolvidas em todo o país. (BERMÚDEZ e GAROLERA, 2007)

O mapa da Figura 1 demonstra as áreas de competência de cada entidade cadastral da Colômbia.

Figura 1 – Divisão territorial das autoridades cadastrais colombianas.


Fonte: BERMÚDEZ e GAROLERA (2007).

2.2 Medição Cadastral – Procedimentos


No site do Instituto Geográfico Agustin Codazzi – IGAC há uma seção destinada aos
manuais cadastrais, onde é possível encontrar o documento chamado “Manual de
Reconocimiento Predial” o qual aborda um compilado de procedimentos destinados às pessoas
que trabalharão com cadastro territorial urbano e rural. O procedimento é dividido em: etapa
preliminar, trabalho de campo, trabalho em escritório e entrega de documentação.

2.2.1 Procedimentos – Cadastro Urbano

a) Etapa preliminar
Consiste na preparação, formação de equipe, definição da área a ser levantada,
reunião de informação cadastral existente (para os trabalhos de atualização cadastral),
documentos necessários para levar a campo (cartas cadastrais em escala 1:500 e 1:1000,
fichas prediais, notificação aos proprietários, entre outros) e os instrumentos de medição.
Na Figura 2 é demonstrado o modelo do documento de aviso aos proprietários de que foi
realizada medição cadastral naquele prédio.

Figura 2 – Modelo de Notificação ao Proprietário.


Fonte: IGAC.

b) Trabalho de Campo
No processo de formação cadastral, o técnico em campo deve visitar todos os
prédios tomando informações físicas e jurídicas, já no processo de atualização cadastral
visitam-se apenas os prédios selecionados na etapa preliminar. São realizadas as seguintes
atividades: anotação do número predial, anotação a nomenclatura rodoviária e predial
existente, realização de entrevista com o proprietário para coleta de informações jurídicas
(nome e identificação do proprietário, título ou escritura que respalda a propriedade,
matrícula imobiliária ou registro da escritura do prédio).
Para o cadastro dos lotes, o manual frisa a necessidade de as medições serem
realizadas em tomadas horizontais e estabelece que as medidas devem ser informadas com
precisão no decímetro, recomenda-se também o registro da largura dos muros para
contabilização na medida final do lote, visto que esses podem variar de 10 centímetros a 1
metro. Caso o lote seja irregular, recomenda-se a realização de diversas medidas que
permitam a sua correta delimitação, conforme apontado no exemplo da Figura 3.
Figura 3 – Tomada de medidas em lotes irregulares
Fonte: IGAC.

A medição também é realizada na área construída, tomando os cuidados para


representação correta da edificação. Em seguida é registrada a qualificação do prédio, isto
é, qual o principal uso: comercial, residencial, etc.

c) Trabalho em Escritório
Realizado imediatamente após a finalização de uma quadra completa, consiste na
confecção da carta cadastral, complementação da ficha predial (confrontantes, cálculo de
área, croqui do prédio) e inventário da numeração predial. A Figura 4 demonstra um
modelo de carta cadastral.

Figura 4 – Modelo de Carta Cadastral Urbana.


Fonte: IGAC.

d) Entrega de Documentação
Após as devidas revisões e correções, o técnico que realizou as medições cadastrais deve
entregar os seguintes documentos ao seu superior:
 Carta cadastral da quadra com o traçado das construções em cada lote;
 Boletins ou fichas prediais dos imóveis identificados, além da relação de
numeração predial vacante.

2.2.2 Procedimentos – Cadastro Rural

a) Etapa preliminar
Segue a mesma elaboração do caso anterior, mas para auxiliar no reconhecimento do
imóvel é essencial fotografias aéreas ampliadas para uma escala adequada ao tamanho
predominante.

b) Trabalho de Campo
Nesta etapa o técnico necessita reconhecer e demarcar nas fotografias a propriedade, na
situação de uma atualização consiste em verificar seu layout, pois as informações da
propriedade já estão presentes nas fotografias. Ao contrário do setor urbano, as
construções não são desenhadas na carta cadastral justificando-se pela magnitude da
escala em que se trabalha. Conforme exemplo da Figura 5.

Figura 5 – Identificação de limites sobre fotografia aérea.


Fonte: IGAC.

Utilizando uma fotografia aérea a uma escala apropriada é possível obter a demarcação
gráfica da propriedade precisa. Nos casos de inviabilidade de seguir esse processo deve-
se realizar um levantamento topográfico.
Quando há diferenças entre o limite do proprietário e seu respectivo vizinho, cabe ao
funcionário cadastral chegar a um acordo e, se houver, ambos assinam um documento
e esse fato será anexado aos arquivos. Se nenhum acordo for alcançado, o técnico após
um estudo baseado nos documentos jurídicos das propriedades decidirá qual dos limites
deve ser levado em consideração para esta identificação provisória. Em todos os casos,
o esclarecimento de limites entre proprietários é responsabilidades de entidades legais
e não do cadastro.
Outro caso é quando uma propriedade rural é dividida pelo limite municipal
estabelecido, segundo a resolução 2555 de 1988, artigo 59, terá que registrar duas
propriedades.

c) Trabalho em Escritório
Nessa fase todos os dados obtidos em campo serão organizados e possibilitando a
realização de algumas atividades, como: elaboração da carta cadastral, complementação
da ficha da propriedade e a sua numeração. A escala da carta depende diretamente do
tamanho da propriedade variando de 1:25000 para em alguns setores 1:500. Vide
exemplo da Figura 6:

Figura 6 – Modelo de carta cadastral rural.


Fonte: IGAC.

3. Acesso aos dados cadastrais


Devido a descentralização do cadastro nacional, cada entidade possui o seu próprio portal
online que permite ao cidadão consultar dados a respeito da sua propriedade.

a) Antioquia
O acesso aos dados cadastrais na Antioquia ocorre através de um portal web onde é possível
gerar diversos tipos de certificado online, mediante pagamento com ferramenta eletrônica. Não
foi possível obter informações dos prédios sem ter que, necessariamente, ser o proprietário e
criar um usuário na página.
Figura 7 – Portal Web de Cadastral Departamental – Antioquia.
Fonte: https://catastro.antioquia.gov.co/inicio.

b) Bogotá
O portal de mapas de Bogotá é, de longe, um dos mais avançados em toda Colômbia. O
município possui um SIG Web que possibilita realizar diversas operações e consultas espaciais
com temáticas distintas (educação, meio ambiente, desenvolvimento econômico, mobilidade,
entre outros). Na camada “Cadastro” é possível consultar o valor de referência do m2, visualizar
as quadras e lotes, o setor cadastral e as construções.
Além do portal de mapas (Figura 8), Bogotá ainda dispõe de um outro endereço eletrônico
onde é possível gerar e validar certificados.

Figura 8 – Portal de Mapas – Bogotá.


Fonte: http://mapas.bogota.gov.co/portalmapas/

c) Cali
Neste caso não conseguimos acesso ao site do município, o mesmo encontra-se
indisponível por motivo não identificado.
d) IGAC
O portal do IGAC, devido a sua competência de gerir diversos setores, possui uma ampla
gama de informações. O acesso ao site é um pouco confuso e lento, mas é possível consultar
dados dos lotes com a sua ferramenta de consulta espacial.

Figura 9 – Geoportal IGAC.


Fonte: http://geoportal.igac.gov.co/ssigl2.0/visor/galeria.req?mapaId=23

e) Medellín
O site “GEO Medellín – Portal Geográfico do Município de Medellín” é parecido com o
portal de mapas de Bogotá, porém neste os mapas são separados por temáticas e não fazem
parte de um grande mapa com diversos atributos. A parte cadastral é demonstrada na Figura 10.

Figura 10 – Geoportal IGAC.


Fonte: https://www.medellin.gov.co/geomedellin/index.hyg
4. Considerações finais
Apesar de receber constante atualização e apresentar uma clara preocupação com a
base cadastral nacional, alguns autores afirmam que não há um modelo único de gestão do
cadastro na Colômbia e que a descentralização deste é um inconveniente devido ao valor
estratégico que esta informação tem para o desenvolvimento nacional.
Em comparação ao Brasil, a Colômbia se encontra muito a frente devido as ações já
existentes para o fomento e desenvolvimento do cadastro no país.

Referências:

ERBAS, D. El catastro territorial em America latina – Historia del catastro en Colombia. 2016. Disponível
em: <http://geo.sofexamericas.com/resumen/2016/3.pdf>. Acesso em 05 de nov de 2017.

DNP – Departamento Nacional de Planeación. CONPES Política para la adopción de un catastro


multipropósito rural-urbano. Disponível em: <portal.oas.org/LinkClick.aspx?fileticket=xpC2ifGN2pE%3D>.
Acesso em 05 de nov de 2017.

Colômbia. Ley 1753 de 2015. Por la cual se expide el Plan Nacional de Desarrolo 2014-2018 “Todos por un
nuevo país”. Congresso de la Republica de la Colombia. Junio 09, 2015. Disponível em: < http://www.alcaldiabo
gota.gov.co/sisjur/normas/Norma1.jsp?i=61933>. Acesso em 17 de nov de 2017.

Colômbia. IGAC – Instituto Geografico Agustin Codazzi. Manual de Reconocimiento Predial. Ministério de
Hacieda y Credito Publico – Colombia. Disponível em: < http://www2.igac.gov.co/igac_web/UserFiles/File/Catas
tro/manualreconocimiento.pdf>. Acesso em 12 de nov de 2017.

QUETE, S. P.; CUÉLLAR, D. M. Impuesto predial y catastro en Colombia. XIII Seminario sobre “Catastro
como instrumento para la tributación inmobiliria. Santa Cruz de la Sierra, setembro de 2010. Disponível em: <
http://www.catastrolatino.org/documentos/sta_cruz_2010/impuesto_predial_catastro_colombia.pdf>. Acesso em
10 de nov de 2017.

BERMÚDEZ, J. A. P.; GAROLERA, J. F. Una aproximación al catastro en Colombia. Revista UD y Geomática,


Vol. 1, núm. 1, 2007. Disponível em: < http://revistas.udistrital.edu.co/ojs/index.php/UDGeo/article/view/3664>,
acesso em 02 de novembro de 2017.

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