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Marissa Jensen

Professora Cowley

PORT 322

15 de novembro de 2017

O valor de ser mulher do ponto de vista de uma galinha

A autora brasileira Clarice Lispector é bem famosa por seus romances, crônicas e outros

trabalhos escritos. Ela começou a escrever em sua juventude e continuou a escrever até o fim de

sua vida. Uma das crônicas marcante que ela escreveu se chama “Uma galinha” e é justamente

sobre uma galinha. Existem várias interpretações desta crônica por Lispector; Rubem Fonseca,

um amigo e admirador dela, explica: “Esse conto já teve muitas interpretações, poéticas,

filosóficas – a morte seria o destino de todos, homens e galinhas, inclusive” (246). Outras

críticas concordam que através do símbolo de uma galinha, Clarice Lispector está criticando o

valor dado a mulher pela sociedade machista no qual ela estava escrevendo no século XX.

Cláudia Pazos Alonso na sua análise do trabalho de Lispector usa a frase “depressingly wanting”

(76) quando refere à situação de mulheres casadas no Brasil e nesse mesmo processo de

pensamento, Luiza Lobo conclui que na escrita de Lispector as mulheres são “nothing but an

object of desire for men” (101). Na crônica “Uma Galinha” por Clarice Lispector, a própria

galinha representa o valor de uma mulher na sociedade chauvinista que serve para condenar a

situação de mulheres na sociedade brasileira do século XX.

Na superfície, esta crônica conta a história de uma família brasileira normal. Essa família

quer comer para sobreviver e decidem que a carne de uma galinha seria suficiente para uma

refeição do Domingo. No entanto, a galinha não quer ser consumida e tenta fugir da família, e

acaba por descansar só depois de pôr um ovo. Como resultado, a família decide a cuidar da
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galinha invés de comê-la. Entretanto, após algum tempo, a galinha para de fornecer ovos e a

família consequentemente come a galinha e a crônica termina. Rubem Fonseca, quando

descreveu esta crônica explicou que: “é uma galinha que não aceita o seu destino, a panela da

cozinha, e foge de casa. . . O certo é que após algum tempo a galinha cumpre a seu destino – a

panela” (246). Então, se seguimos o pensamento de Fonseca, o destino desta galinha e todas as

outras galinhas seja a panela, ou em outras palavras a morte. Portanto, esta explicação não é

suficiente. Com um destino de uma panela, a galinha não tem poder sobre sua própria vida e o

tempo que viva é mais comparável a um tempo emprestado, não merecido. Durante o voo da

galinha, ela é caracterizada como “Estupida, tímida e livre. Não vitoriosa como seria um galo em

fuga” (Lispector 44). O próprio sexo da galinha lhe define. Duas coisas são certas: se a galinha

fosse um galo o destino seria diferente de uma panela, e pondo aquele ovo somente adiado o

evento inevitável. Mulheres numa sociedade guiada por ideologias machistas seguem o mesmo

destino. Se uma mulher fosse um homem ela experimentaria mais liberdade. Ao mesmo tempo,

uma mulher que desfrutar maternidade esta somente adiando o evento inevitável: a morte.

A família nesta crônica quer comer a galinha porque comer galinha é normal, faz parte do

dia a dia. Lispector escolheu uma figura normal da vida brasileira para implicar ainda mais o seu

ponto feminista. Mulheres são figuras normas na vida e existem em todo lugar. Portanto, numa

sociedade machista, como o Brasil do qual Lispector escreveu, o lugar assinado de uma mulher é

a cozinha onde fazem a comida, a nutrição do bem da família. “Confined to the ‘ar impuro da

cozinha’ . . . women, like the anonymous hen, are made to lead a prolonged life-in-death”

(Alonso 75). Não é coincidente que quando a galinha para de fornecer ovos a família “mataram-

na, comerem-na e passarem-se anos” (Lispector 46). As mulheres são destinadas a morrer como

a galinha, mas vivem numa prisão que só deixa este destino. Outras palavras que podem ser
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substituídas para a palavra “comer” são: “consumir,” “devorar,” “gastar” e “esgotar.” Então, se a

palavra “comer” fosse substituída por algumas dessas palavras o sentido da história não mudaria,

mas a implicação certamente seria mais óbvia. Mulheres numa sociedade chauvinista são

consumidas, devoradas, gastadas, esgotadas e “apenas morrendo e nascendo que isso provoque

alguma diferença no universo. . . confiantes nas palavras. . . que lhes são transmitidas” (Bedasee

36) em vez de ser igual aos homens.

Na história, Clarice Lispector focaliza na galinha, nunca explicando o que acontece com

o ovo, e os ovos conseguidos, que a galinha põe. Mas de acordo com a fala da menina, com

certeza a família usava para o seu bem. Então “se foi chocado, se dele nasceu um pinto, não se

sabe” (Fonseca 246) mas isso seria porque Lispector queria que os leitores focalizem na galinha,

não no seu ovo. Depois da primeira vez que a galinha põe um ovo, ela torna a “rainha da casa”

(Lispector 45) tendo a habilidade de andar onde ela quer desde que ela continuar dando ovos e

querendo o bem da família. No entanto, enquanto a galinha tem esse senso falso de liberdade, ela

também sabe que está preso. Perto do fim do conto, o narrador explica que as vezes a galinha vai

à beira do talhado com a vontade de poder cantar, mas não foi “dado as fêmeas cantar”

(Lispector 46). Ao mesmo tempo que este fato mostra que existe uma diferença física entre os

sexos, ambos galinha e galos e homens e mulheres, o falto de voz na galinha funciona como uma

metáfora para as mulheres no século XX no Brasil. “Ter liberdade, ter voz, não ser violentada

das mais diversas maneiras é o que deseja Clarice para a mulher, na figura dessa galinha”

(Bedasee 37). A mulher numa sociedade machista tem uma voz tão forte tanto quanto uma

galinha presa na cozinha, ou em outras palavras ela é quieta.

Ao longo da história da crônica, a galinha é perseguida pelo destino assinado pela

sociedade da casa—a panela. E no fim, ela acaba por ser comida pela mesma família que tratava
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ela como rainha da casa. Lispector usa a imagem de uma galinha, um bicho descrito como

“estupido e tímido” (Lispector 44), para simbolizar a condenação da mulher na sociedade

brasileira no qual enfatizava as diferenças entre os sexos, celebrando a masculinidade do homem

e ao mesmo tempo condenando a fragilidade percebida da mulher. Esta galinha aceita o destino

dela depois uma tentativa falhada de fugir e é consumida pela família que ela alimentava com os

seus ovos. Mulheres na época de Lispector não tinham voz para se defender nem para se

expressar como uma galinha sem o poder de cantar. A galinha na crônica “Uma galinha” fornece

um grande exemplo de como a mulher seja tratado numa sociedade machista, bem como a

sociedade do Brasil no século XX.


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Bibliografia

Alonso, Claudia Pazos. “Defamiliarization and Déjà Vu in Laços de família.” Closer to the Wild

Heart: Essays on Clarice Lispector. Edited by Claudia Pazos Alfonso and Claire

Williams. European Humanities Research Center of the University of Oxford, 2002, pp.

73-89.

Bedasee, Raimunda. “A lei do pai.” Violência e ideologia feminista na obra de Clarice

Lispector. EDUFBA, 1999, pp. 35-38.

Fonseca, Rubem. “Uma galinha: apresentado por Rubem Fonseca.” Clarice na cabaceira.

Organizado por Teresa Montero. ROCCO, 2009, pp. 245-50.

Lispector, Clarice. “Uma galinha.” Laços de família. Luso-Brazilian Books, pp. 43-46.

Lobo, Luiza. “Feminism or the Ambiguities of the Feminine in Clarice Lispector.” Closer to the

Wild Heart: Essays on Clarice Lispector. Edited by Claudia Pazos Alfonso and Claire

Williams. European Humanities Research Center of the University of Oxford, 2002, pp.

90-105.

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