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O documento discute o poder de tributar do Estado e sua distribuição entre a União, estados e municípios na Constituição brasileira. Ele explica que a Constituição atribui competência para a União, estados, DF e municípios instituírem impostos, taxas e contribuições de melhoria. Os impostos são enumerados e atribuídos de forma privativa, enquanto taxas e contribuições são atribuídas em comum.
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Ponto i - Direito Tributário - o Estado e o Poder de Tributar
O documento discute o poder de tributar do Estado e sua distribuição entre a União, estados e municípios na Constituição brasileira. Ele explica que a Constituição atribui competência para a União, estados, DF e municípios instituírem impostos, taxas e contribuições de melhoria. Os impostos são enumerados e atribuídos de forma privativa, enquanto taxas e contribuições são atribuídas em comum.
O documento discute o poder de tributar do Estado e sua distribuição entre a União, estados e municípios na Constituição brasileira. Ele explica que a Constituição atribui competência para a União, estados, DF e municípios instituírem impostos, taxas e contribuições de melhoria. Os impostos são enumerados e atribuídos de forma privativa, enquanto taxas e contribuições são atribuídas em comum.
FACULDADE CAMAQÜENSE DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS E ADMINISTRATIVAS
FACCCA - CURSOS DE ADMINISTRAÇÃO E DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS
Direito III - PROFESSORA FERNANDA PADILHA NUNES
O ESTADO E O PODER DE TRIBUTAR
O poder de tributar é exercido pelo Estado por delegação do povo.
A Constituição cria juridicamente o Estado, determina-lhe a estrutura básica, institui poderes, fixa competências, discrimina e estatui os direitos e as garantias das pessoas. O exercício da tributação é fundamental aos interesses do Estado, para auferir as receitas necessárias à realização de seus fins. Tamanho poder há de ser disciplinado e contido em prol da segurança dos cidadãos. Assim, a sua disciplinação e contenção são essenciais à comunidade de contribuintes. Nos Estados politicamente organizados em repúblicas federativas, a Constituição não apenas institui o poder de tributar como também deve reparti-lo entre as pessoas políticas que convivem na federação. A autonomia do Estado-Membro é assim inerente à forma federal de Estado e se expressa, exatamente em que: a) a ordem jurídica interna, que somente vale nos limites territoriais de cada Estado, nasce e decorre da vontade do povo membro da comunidade estadual; b) os limites e a extensão dessa autonomia materializam-se nas competências reservadas, que não sejam expressamente vedadas na Constituição Federal ou não contrariem os princípios nela dispostos. O artigo 25 da CF/88 deixa claro tal afirmação. Portanto, é da essência do Estado Federal a distribuição de competência entre os entes estatais que o compõem. A matéria sobre a qual a união legisla de forma privativa está elencada no artigo 22. Dentro daquele rol não se incluem as Finanças Públicas e Tributárias. No campo do Direito Tributário, tanto a União como os Estados-Membros e os seus Municípios estão adstritos às regras de constituição de suas leis complementares.Assim cada qual é autônomo para instituir e regrar os seus tributos. A Constituição brasileira no Título VI dedica o Capítulo I ao Sistema Tributário Nacional. Artigo 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos: I- impostos; II- taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos à sua disposição; III- contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas. Da leitura do artigo 145 da CF/88 verifica-se que várias são as pessoas políticas exercentes do poder de tributar e, pois, titulares de competências impositivas: a União, os Estados-Membros, o Distrito Federal e os Municípios. Entre eles será repartido o poder de tributar. Todos recebem diretamente da Constituição, expressão da vontade geral, as suas respectivas parcelas de competência e, exercendo-as, obtêm as receitas necessárias à consecução dos fins institucionais em função dos quais existem. O tributo é categoria genérica que se reparte em espécies: impostos, taxas e contribuições de melhoria. Em princípio a Constituição não cria tributos, simplesmente atribui competências às pessoas políticas para instituí-los através de lei (princípio da legalidade da tributação). No caso das taxas e das contribuições de melhoria a competência outorgada pela Constituição às pessoas políticas é comum. Basta que qualquer pessoa política vá realizar um regular ato do poder de polícia que lhe é próprio ou vá prestar um serviço público ao contribuinte, se específico e divisível, para que o seu legislador, incorporando tais fatos na lei tributária institua uma taxa. Basta que qualquer pessoa política vá realizar uma obra pública que beneficie o contribuinte, dentro do âmbito de sua respectiva competência político-administrativa, para que o seu legislador institua uma contribuição de melhoria. O artigo 145 da CF/88 não declina os fatos genéricos que vão estar na base fática dos impostos . No caso dos impostos a competência para instituí-los é dada de forma privativa sobre fatos específicos determinados. Os impostos são enumerados pelo nome e discriminados na Constituição um a um.São nominados e atribuídos privativamente, portanto, a cada uma das pessoas políticas enquanto as taxas e as contribuições de melhoria são indiscriminadas, são inominadas e são atribuídas em comum às pessoas políticas. Os impostos têm nome e são numerus clausus, em princípio. As taxas e as contribuições de melhoria são em número aberto, numerus apertus, e são inumeráveis. O constituinte de 1988 adotou a teoria jurídica dos tributos vinculados e não- vinculados a uma atuação estatal. Os fatos geradores dos tributos são vinculados ou não vinculados. O vínculo dá-se em relação a uma atuação estatal. Os tributos vinculados a uma atuação estatal são as taxas e as contribuições; os não-vinculados são os impostos. Com relação aos impostos as suas hipóteses de incidência são fatos necessariamente estranhos às atuações do Estado. São situações do contribuinte que servem de suporte para a incidência dos impostos, por exemplo, ter renda (imposto de renda). Com os impostos, que são tributos não-vinculados a uma atuação estatal, fez-se necessário que o constituinte indicasse o seu fato gerador, os nominasse e os atribuísse de modo privativo a cada uma das pessoas políticas, de maneira a evitar que uma invadisse, por inexistência de limites, área de competência reservada às outras.