Вы находитесь на странице: 1из 5

Determinação de Potencial Eólico no Estado do Rio de Janeiro

1
Valdo S. Marques, 1José C. Mendonça, 1Francisca M. A. Pinheiro, 1Rosane R. Chaves, 2Romisio G. B. André

1Laboratório de meteorologia – LAMET/CCT/UENF – Rod. Amaral Peixoto, km 163 – Av. Brennand s/n. Imboassica –
22925-310 – Macaé –RJ(valdo@lenep.uenf.br; mendonca@uenf.br; francisca@lenep.uenf.br; rosane@lenep.uenf.br)
2Meteorologista, consultor CDP/INMET, Brasília-DF, romisio.andre@inmet.gov.br.

ABSTRACT: This work presents complementary method to calculate the wind potential energy in Rio de Janeiro
State. The data used were measurements from specified locations, velocity probability distributions models and
information collected from “Atlas Eólico”. The preliminary results shown that anemometric towers at 50 meters
high given a better evaluation of wind potential energy compared with results based in measurements from towers
oat 10 meters obtained from conventional meteorological stations.
Palavras-chave: Potencial Eólico, Atlas Eólico, medidas de vento.

1 – INTRODUÇÃO
Algumas regiões do Estado do Rio de Janeiro apresentam potencial eólico satisfatório
para aproveitamento energético, segundo o Atlas Eólico do Estado do Rio de Janeiro (Amarante
et al., 2004). Entretanto, a simples visão espacial mostrada no referido Atlas, assim como no
Atlas do Potencial Eólico Brasileiro (Amarante et al., 2001) não é suficiente para a escolha de
sítios para a instalação de parques eólicos. Para isto é necessário a realização de estudos
detalhados nas áreas pré-determinadas pelos Atlas, afim de que se possam conhecer as reais
condições dos sítios para a instalação dos aerogeradores capazes de converter energia cinética
do vento em energia elétrica. Por outro lado, os levantamentos eólicos a partir de medidas de
vento no Brasil têm sido feitos com base em medidas a 10 metros de altura que é o padrão de
nossas estações meteorológicas. Isso tem mascarado o potencial devido à influência da
rugosidade da superfície e de obstáculos próximos aos pontos de medida. Portanto, esses
levantamentos não são necessariamente representativos das áreas geográficas para fins de
instalação de equipamentos de conversão de energia. Atualmente existem modelos capazes de
extrapolar esses dados para alturas maiores, como o WAsP usados para mapeamento eólico,
mas ainda há margens de incertezas nos resultados. Por essas razões, se fazem necessárias as
medidas em alturas compatíveis com aquelas dos atuais aerogeradores de grandes, médios e
pequenos portes, para que os resultados sejam mais realísticos e não ocorram surpresas
negativas. O presente trabalho apresenta estudos de levantamento eólico no Estado do Rio de
Janeiro, a partir de torres anemométricas de 25 e 50 metros instaladas em regiões de bom
potencial eólico determinado pelo mapeamento do Atlas Eólico do Estado do Rio de Janeiro.

2 - REVISÃO DA LITERATURA
Na década de 1990 iniciaram-se medidas em torres com alturas superiores a 20 metros
de altura em alguns estados como o Ceará, a Bahia, Minas Gerais e Paraná. Em meados da
década de 1990, foi apresentado um relatório da CHEFS – Companhia Hidroelétrica do Vale
do São Francisco, consolidando os primeiros dados com essa rede inicial e mostrando o
enorme potencial eólico, principalmente nos litorais do Rio Grande do Norte e do Ceará. Nos
anos seguintes outras iniciativas foram levadas a efeito em alguns estados, como no caso do
Paraná que usou 5 anos de dados medidos em 25 locais usando-se torres de 18 e 64 metros de
altura, usando o software WindMap, com resolução de 2km na horizontal, levando-se em
conta as condições de rugosidade e relevo do território, com técnicas de geoprocessamento,
indicando um bom potencial eólico no interior do estado com médias anuais de 6,5 m/s. No
final da década de 1990, outras iniciativas foram viabilizadas principalmente nos estados do
Nordeste e do Sul do País. Em 2001 foi publicado o Atlas do Potencial Eólico do Estado do
Ceará, usando-se a metodologia do WindMap, para 50 e 70 metros de altura, com resolução
horizontal de 500 metros, demonstrando que o litoral cearense apresentava um ótimo
potencial, com velocidades médias anuais de 9m/s. Nesta mesma linha foi elaborado o Atlas
Eólico do Estado do Rio de Janeiro (Amarante et al., 2004), determinando o potencial eólico
para as alturas de 50m, 75m e 100m. Na elaboração deste Atlas foi utilizado o modelo
MesoMap, cujo núcleo é um modelo de mesoescala denominado MASS - Mesoscale
Atmospheric Simulation System (Brower et al., 2002). A partir dos resultados do MASS, dos
dados de terreno (rugosidade e topografia), convenientemente digitalizados em malhas de
200x200m, e de algumas medições anemométricas, o modelo WindMap calcula as
velocidades e as direções médias do vento para resoluções adequadas à elaboração do mapa,
que no caso do Rio de Janeiro foi de 3,6 km. Os principais resultados são representados pelas
médias anuais e sazonais do vento a 50m, 75m e 100m de altura, rosas-dos-ventos, regimes
diurnos, além de alguns parâmetros das distribuições estatísticas de vento. Marques et al.
(1990), apresentaram um estudo sobre a estimativa do potencial eólico para algumas
localidades do Estado do Rio de Janeiro, usando-se dados de 10 estações meteorológicas
convencionais a 10 metros de altura, para períodos variáveis de até 27 anos de observações.
Esses estudos mostraram que somente três das estações pesquisadas apresentavam potencial
eólico satisfatório: Ilha Rasa (nas proximidades da cidade do Rio de Janeiro), Cabo Frio e São
Pedro d’Aldeia (na região dos Lagos Fluminenses). Victer et al. (2004) apresentaram um
estudo sobre as energias renováveis no Brasil, destacando-se as oportunidades de
desenvolvimento no Estado do Rio de janeiro, incluindo a energia eólica, com dois projetos
de geração eólica com capacidades de 28 MW e 135 MW, respectivamente. Neste trabalho
são destacados os potenciais demonstrados pelo Atlas Eólico, com destaque para três regiões
do Estado, conforme mostra o mapa da Figura 1.

Fig. 1 – Áreas com maiores potenciais eólicos no Estado do Rio de Janeiro.


Fonte: Atlas Eólico do Estado do Rio de Janeiro.

3 - MATERIAL E MÉTODO
No presente trabalho apresentam-se os registros de medidas de velocidade do vento a
partir de torres instaladas nas regiões indicadas pelo Atlas com altos potenciais eólicos no
Estado do Rio de Janeiro. Para as medidas usaram-se duas torres anemométricas de 25 e 50
metros de altura, instaladas, respectivamente, em Macaé (Lat.: 22º 24’ 14”; Long.: 41º 51’ 33”)
e Campos dos Goytacazes (Lat: 21º 45’ 23”; Long: 41º 19’ 40”). A torre de Macaé registra os
dados nos níveis de 3, 6, 12, 15 e 25 metros e a de Campos nos níveis de 3, 10, 15, 30 e 50
metros. A medida nos níveis de 25 metros na primeira torre e de 50 metros na segunda torre é
feita por anemômetro sônico bidirecional, modelo WAS-425, com resolução de 1º para a
direção e 0,01 m/s para a velocidade. Nos demais níveis os anemômetros são do tipo de hélice,
modelo RM-YOUNG, modelo 05106, com resolução de ± 3º para a direção e 0,03 m/s, para a
velocidade. Os dados são registrados em Datalogger CR 1000 da Campbell Sci. e transmitidos
às centrais de coleta por meio físico e com a utilização do software Loggernet-SDK, com
armazenamento no banco de dados em intervalos de 20 minutos. Foram usadas duas séries de
dados: A série referente à torre de Campos corresponde ao período de 25 de junho de 2007 a 31
de marco de 2009, ou seja, 823 dias, e a de Macaé, é bem mais curta, com 270 dias,
correspondente ao período de: 29 de agosto de 2009 a 25 de maio de 2010.
A potência disponível em uma da corrente de ar de velocidade v é proporcional ao cubo
da velocidade, dado pela equação (Marques et. al. 2009):

Pd = k v3 (1)

na qual k= ½ ρA, sendo ρ a massa especifica do ar, e A a área varrida pelo ar através das pás da
turbina eólica. Entretanto, nem toda a potência disponível pode ser convertida em energia, pois
há perdas inerentes às imperfeições aerodinâmicas e perdas mecânicas e elétricas das turbinas
eólicas. Considerando-se a velocidade media não perturbada, antes do impacto com a turbina,
v1 e a velocidade de saída da turbina, v2, num intervalo de tempo Δt, a potência a ser gerada é:

P Δt = ½ m(v1 + v2)3 (2)


em que a massa de ar é dada por m = ρA (v1 + v2)/2. Assim, a potência pode ser calculada pela
equação:
P = ¼ ρA(v1 + v2)2(v1 + v2) (3)

Comparando-se com a potência disponível que é calculada com a velocidade do vento


não perturbada, Pd, dada pela eq. (1), tem-se:

P/Pd = ½ [1 – (v2/v1)2] [1 + (v2/v1)] (4)

A experiência mostra que a relação máxima entre a potência extraída, ou seja, potência
gerada, Pg, e a potência disponível, Pd, ocorre quando a relação v2/v1 = 1/3. Aplicando-se este
valor na eq. (4) é fácil verificar que o valor máximo da potência extraída do vento é igual a 0,59
da potência disponível. Ou seja, os aerogeradores atuais são capazes de converter no máximo
59% da energia eólica em força utilizável. Portanto, a potência gerada deve ser calculada por Pg
= η Pd, onde η = 0,59 e Pd é dada pela eq. (1). Entretanto, para se calcular o rendimento real de
um aerogerador é necessário obter valores do vento na altura em que se deseja instalar a turbina
e medir concomitantemente os valores da potência gerada. Assim, pode-se obter o coeficiente
de rendimento real pela equação:
ηr = Pg / Pd, (5)

em que a potência gerada é dada pelas características do aerogerador que está sendo usado, e a
potência disponível deve ser calculada pelas características do aerogerador, bem como a
velocidade do vento e a densidade do ar na região de teste.

4 - RESULTADOS
4.1 – Aerogeradores
No presente trabalho usaram-se dois tipos de aerogeradores, com as seguintes
características:
Gerador do tipo 1: Diâmetro das pás: 2,46 m; Potência gerada, para V=12 m/s: 1000 W;
Velocidade mínima para início da geração: 4 m/s.
Gerador do tipo 2: Diâmetro das pás: 5,55 m; Potência gerada, para V=12 m/s: 6000 W;
Velocidade mínima para início da geração: 4 m/s.
Para o aerogerador do tipo 1 calculou-se o rendimento para diferentes valores de
velocidade do vento, considerando-se a densidade do ar com um valor médio de
ρ = 1,225 kg/m3 (estimado para uma temperatura de 20º C e uma pressão atmosférica de 1000
hPa), e em função das características da curva de calibração da turbina, tendo-se obtido os
seguintes resultados, mostrados na Tabela 1.

TABELA 1 – Rendimentos calculados para o gerador do tipo 1.


Velocidade (m/s) Potência nominal Rendimento (ηr)
4 75 0,40
5 125 0,34
6 200 0,32
7 300 0,30
8 500 0,32
9 600 0,28
10 700 0,24
11 900 0,21
12 1000 0,20

Observa-se que o rendimento é maior para menores valores de velocidade do vento,


mostrando que a turbina tem um mecanismo de melhorar a seu desempenho para compensar a
diminuição da velocidade do vento. No caso real, os geradores deste tipo estão instalados em
torres de 9 m e 12 m de altura. O vento real está sendo medido em 10 m e 15 m, dando,
portanto uma razoável correspondência para o cálculo da energia produzida. Para o aerogerador
do tipo 2, não se dispõe da curva de calibração, mas apenas o valor nominal para a velocidade
do vento de 12 m/s, que é de 6000 W. Assim, aplicando-se a equação (5), obtém-se um
rendimento de 24 %, que é melhor do que o anterior. Este aerogerador está instalado em uma
torre de 15 metros de altura.

4.1 - Potencial eólico


O cálculo do potencial eólico para esses locais foi facilitado pela instalação de torres
anemométricas nos próprios sítios de instalação dos aerogeradores. As medidas obtidas nas
torres de Campos dos Goytacazes e Macaé, com intervalos de 20 minutos, permitiram
determinar o potencial eólico nos locais de medida, para diferentes níveis. Para a torre de 50
metros, dispõe-se de dados medidos durante cerca de três anos, sendo um total de 26.280
medidas por ano, em cada nível. No presente trabalho, para evidenciar a diferença entre o
potencial eólico em diferentes alturas, apresentam-se apenas os gráficos referentes aos
potenciais de três alturas (50, 30 e 10 metros), para 785 dados, que correspondem a
aproximadamente 10 dias, para cada nível, conforme pode ser visto na Figura 2.

Fig. 2 – Potencial eólico em Campos dos Goytacazes, para os níveis de 10, 30 e 50 metros.
Os resultados mostrados na Figura 2 evidenciam claramente as diferenças que se obtêm
para o potencial eólico quando calculado para diferentes níveis acima do solo. Assim, os dados
de vento fornecidos pelas estações meteorológicas convencionais, medidos a 10 metros de
altura não são suficientes para a estimativa do potencial eólico de uma dada região, o que
justifica plenamente o esforço para se instalar torres anemométricas de 50 metros ou até acima
deste nível, pois os aerogeradores são instalados em torres 50 e até 100 metros de altura.
Entretanto, é preciso observar detalhes das séries de dados para avaliar corretamente o
potencial eólico de um determinado sitio, pois as médias da velocidade do vento calculadas
para intervalos de 20 minutos, não incluem as freqüências dos valores máximos que ocorrem
neste intervalo. A Tabela 2 mostra as variações da potência calculada com valores médios e
com valores máximos médios calculados para o intervalo citado de 20 minutos, no período de
10 dias.
Tabela 2 – Potencial eólico calculado para os níveis de 10, 30 e 50 m, para Campos, RJ
Nível (m) Vmédio (m/s) Vmáximo (m/s) Potência média (W) Potência máxima (W)
50 4,20 5,52 308,10 697,85
30 3,17 4,43 132,14 360,70
10 1,65 3,06 18,66 118,88

Pela Tabela 2, nota-se que apenas uma pequena variação entre a velocidade média e a
velocidade máxima, implica num considerável aumento da potência a ser gerada, em todos os
níveis pesquisados.

5 - CONCLUSÕES
Os Atlas eólicos representam um primeiro passo para o conhecimento do potencial
eólico de uma da região. Eles têm a vantagem de apresentarem uma visão espacial, muito útil
para o conhecimento preliminar de uma área em termos de aproveitamento da energia eólica.
Entretanto, é indispensável que, após o conhecimento das áreas propicias, se obtenham medidas
reais de vento nos sítios de interesse. Por outro lado, como mostram os resultados deste trabalho
é recomendável a instalação de torres anemométricas com alturas superiores às torres das
estações convencionais de 10 metros, pois senão corre-se o risco de subestimar fortemente o
potencial eólico de uma região.

AGRADECIMENTOS
Os autores agradecem à FAPERJ (Processos E 26/ 190.036/2007 e E26/190.038/2008), pelo apoio
financeiro que permitiu a realização deste trabalho.

6 - BIBLIOGRAFIA
AMARANTE, O. A. C. et al. Atlas do Potencial Eólico Brasileiro. Ministério das Minas e Energia, 2001.
AMARANTE, O. A. C. et al. Atlas Eólico do Estado do Rio de Janeiro. Secretaria de Estado de Energia, da
Indústria Naval e do Petróleo, RJ, 2004.
BROWER, M. et al. Micrositing Using the MesoMap System. American Wind Energy Association, 2002.
(http://www.truewind.com).
MARQUES, V. S.; WASHINGTON, D. C.; SUCHAROV, E. C. Estimativa do potencial eólico para algumas
localidades do Rio de Janeiro. In: Anais do VI Congresso Brasileiro de Meteorologia, Vol. 2, p. 583-587, Salvador,
BA, 1990.
MARQUES, V. S. et al. A park for renewable energy at the State University of the Northern Rio de Janeiro. In:
Global Symposium on Recycling Waste Treatment and Clean Technology. Cancun, México, REWAS 2008, Vol.
1, p. 01-06, 2008.
MARQUES, V. S.; PINHEIRO, F. M. A. & CHAVES, R. R. Energia Eólica e Solar. In. Energias Renováveis,
Novos Materiais e Sustentabilidade, p. 17-27. Alves, M. G. & Marques V. S. (Orgs.). EDUENF, Campos dos
Goytacazes, 2009.
VICTER, W. SILVA, L. A. A. & MARQUES, V. S. Renewable energy in Brazil. In: World Renewable Energy
Congress, Scotland, 22-27 May, p. 141-147, 2005.

Вам также может понравиться