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Embargos de Declaração:

Definição por intermédio de duas posições doutrinarias:

- O recurso de embargos de declaração é o remédio jurídico que a


lei coloca à disposição das partes, do MP e de terceiro a viabilizar
dentro da mesma relação jurídica processual, a impugnação de
qualquer decisão judicial que contenha o vicio da obscuridade,
contradição ou omissão, objetivando novo pronunciamento perante
o mesmo juízo 1 , a fim de complementá-la ou esclarecê- la.

- Os embargos de declaração constituem um recurso, por estarem


capitulados no rol do art. 496 do CPC, atendendo, co isso, ao
princípio da taxatividade; são cabíveis quando houver omissão, ou
seja, quando juiz ou tribunal tiver deixado de apreciar ponto sobre
o qual deveria pronunciar-se 2 .

Natureza Jurídica

No que se refere a natureza recursal, a doutrina não se pacificou


com relação ao conteúdo recursal ou não deste instituto que vem sendo
analisado.

1
Afastado o Juiz que tenha proferido a sentença, por qualquer
dos motivos previstos no art. 132, desvincula-se ele do feito,
sendo competente para julgar os embargos de declaração postos
contra essa sentença o magistrado que assumiu a vara.

Art. 132. O juiz, titular ou substituto, que concluir a audiência julgará a lide, salvo se estiver
convocado, licenciado, afastado por qualquer motivo, promovido ou aposentado, casos em que
passará os autos ao seu sucessor.

2
DI DI ER, Fr edie & CARN EI RO DA C UN HA, Leona r do José . C ur so de
Dir eito Pr ocessua l C iv il v olum e 3 – 7 ª. Ediçã o. S alva dor : Editor a
Juspodiv m , 2 00 9. pá gina 1 83 .
Muitos doutrinadores não concordam com a natureza recursal dos
embargos declaratórios: Dentre eles: Odilon de Andrade, Ada Grinover e
Sergio Bermudes sustentam que o objetivo do embargante não é
modificar ou alterar o que foi decidido, posto que os embargos são
simplesmente um pedido de esclarecimento, um complemento da decisão
judicial – quando esta demonstrar-se lacunosa, contraditória ou obscura,
por eles não se procura a reparação do erro ou injustiça da decisão são
apenas meio de logicamente desbravar a execução de dificuldades
futuramente prováveis.

A maioria, entretanto, está pela natureza recursal do diploma em


apreço, são eles: Pontes de Miranda, Moacyr Amaral Santos, Vicente
Greco, Barbosa Moreira, Frederico Marques, Nery Jr., Alexandre Freitas
Câmara 3 Ovídio Baptista e Luiz Orione Neto, por todos depreende- se
Moacyr Santos: “ Essa circunstância, o fato de visarem os embargos de
declaração à reparação dos prejuízos que os defeitos da sentença trazem
ao embargante, os caracteriza como recurso. Recurso para o mesmo juiz
que proferiu a sentença.”

O R I O N E S U S T E N TA A NATU R E Z A R E C U R S A L POR 3 ORDENS DE

R AC I O C Í N I O .

1ª) enumeração por entre os numerus clausus constante no art. 496;


2ª) dedução em uma mesma relação jurídica processual, que é nota distintiva no
conceito de recurso;
3ª) o defeito do julgado, consistente na obscuridade, contradição ou omissão sempre
causa gravame ou prejuízo às partes interessadas 4 .

3
C ÂMARA , Alexa ndr e Fr eita s. Lições de Direito Processual
c i v i l . Vol II . 12 ª. Ed. Rio de Ja neir o: Editora Lum en Jur is. 20 06 . p .
1 17 .
4
Nelson Luiz Pinto sustenta que o ponto nodal da
preferência da doutrina pelo fulcro recursal está calcado
basicamente no fato de ter matriz constitucional [ art. 93, IX ]
Vícios e cabimentos

Vício Descrição

Omissão [a] Quando o julgador deixa de se manifestar sobre um


pedido;
[b] Quando o julgador deixa de se manifestar sobre
argumentos relevantes lançados pelas partes (para o
acolhimento do pedido, não é necessário o
enfrentamento de todos os argumentos deduzidos pela
parte, mas para o não-acolhimento, sim, sob pena de
ofensa à garantia do contraditória);
[c] ausência de questão de ordem pública, que são
apreciáveis de ofício – tenham ou não sido suscitadas;
Ininteligível, quer porque mal-redigida, quer porque
Obscura escrita à mão com letra ilegível.

Contem proposições inconciliáveis entre si.


Contraditória

Continuando no estudo do cabimento dos embargos:

Importante missão no estudo dos embargos de declaração é a


compreensão da extensão das expressões: obscuridade, contradição ou
omissão – que correspondem às hipóteses de cabimento:

o direito a uma decisão fundamentada e por decisão


fundamentada devemos entender aquela isenta dos defeitos
da obscuridade, contradição ou omissão. In Manual dos
Recursos Cíveis . 2ª. ed. São Paulo: Malheiros, 2002. p. 177.
1 ª . – o b s c u r i d a d e : falta de clareza da decisão judicial. Conforme
salienta Edward Carlyle Silva, é possível existir graus distintos de
obscuridade:

“Desde a utilização de palavras ou termos com acepções distintas,


ocasionando a mera falta de clareza, até a total ininteligibilidade da
decisão por força das expressões utilizadas.” 5
“[...] do tipo julgo procedente o pedido nos termos postos, indagando-
se esclarecimentos, por exemplo, quais seriam esses termos? A partir
de quando incide a correção monetária e juros?” 6

2 ª . – c o n t r a d i ç ã o : quando a decisão judicial embargada for


incompatível com as proposições que lhe servem de premissa. Como por
exemplo, o juiz fundamente no sentido da procedência do pedido do
autor, mas no dispositivo o julga improcedente.

3 ª . – o m i s s ã o : quem profere a decisão judicial não aprecia todas


as questões relevantes da causa. Exemplo clássico é a decisão infra
petita.

Objetivos
- Os objetivos da interposição dos embargos de declaração são:

ESCLARECER a decisão judicial eivada de OBSCURIDADE e

CONTRADIÇÃO ou integrar a decisão judicial nos casos de omissão.

Com relação aos embargos de declaração, compreendem-se seu


cabimento contra todas as decisões, inclusive as interlocutórias.
Valendo- se de todos os acórdãos, ainda que exarados monocraticamente
(CPC 163 combinado com 535). Há, entretanto, posição minoritária
[Bermudes] que preconiza pela possibilidade de interposição de
5
C A R LY L E S I LVA , E d w a r d . D i r e i t o P r o c e s s u a l C i v i l . N i t e r ó i :
Impetus, 2007. p. 381.
6
PA E S B A R R E T O, R i c a r d o d e O l i v e i r a . C u r s o d e D i r e i t o
P r o c e s s u a l C i v i l 3 ª . E d i ç ã o . R i o d e J a n e i r o : R e n o v a r, 2 0 0 6 . p .
641/642.
embargos ainda contra despachos de mero expediente – o que não pode
prevalecer.

Com relação à obscuridade e contradição, não se espera nova


decisão, mas somente que o juiz reexprima o decidido.

Já no que concerne aos Embargos de Declaração movidos contra


decisão omissa, em que se pretende a integração do provimento, espera-
se que o juízo reabra a atividade decisória. Verifica- se, pois, que o
direito brasileiro admite ED com efeitos infringentes, ou modificativos.

Não há que se falar em recolhimento de custas no que tange aos


embargos de declaração, são dispensados expressamente por
determinação legal (CPC 536). O prazo para interposição é de cinco dias,
contados da intimação da decisão impugnada.

Efeitos

S O B R E O E F E I T O D E V O L U T I V O . O cerne da discussão quanto à


natureza jurídica 7 se debruça sobre tal tema. Ora, se não vai para outro
órgão em regra 8 não há que se falar em transferência da matéria.

Contudo, conforme sustenta a maioria da doutrina a devolutividade


não está na transferência para outro órgão, mas sim na possibilidade de
releitura da decisão. Ou nas palavras de Edward Carlyle:

“Assim, seria perfeitamente possível devolver o


conhecimento de tal matéria par ao mesmo órgão prolator
9
da decisão, como no caso dos embargos de declaração.”

7
S e r ecur sa l ou nã o r ecur sa l.
8
Salvo na exceção do artigo 132 do CPC, conforme já visto.
9
Obra citada pagina 383.
Bom raciocínio expõe DIDIER 1 0 , qual seja, de que se caso se
negasse o efeito devolutivo aos ED não haveria que se falar em
obstrução da preclusão. Salienta ainda que o devolutivo se faz inerente a
interposição de qualquer recurso e que corresponde a transferência da
matéria para a nova apreciação ou simplesmente renovação do
julgamento por outro ou pelo mesmo órgão prolator.

SOBRE O EFEITO SUSPENSIVO.

Araken de Assis afirma que os embargos suspendem os efeitos da


decisão recorrida. Ele cita que a regra geral da teoria dos recursos se
vincula a suspensão da eficácia do provimento impugnado 11 . Essa
concepção deve ser revista pela interpretação do art. 520 e 558 do CPC.

Didier salienta que os doutrinadores são uniformes na atribuição de


efeito suspensivo aos ED 1 2 . Segundo ele isso se extrai da interpretação
que se faz ao art. 497 do CPC que expõe a regra geral do que confere ou
não efeito suspensivo:

A rt . 4 97 . O re cu rso e xt rao rd in á rio e o re cu rso e spe cia l n ão


imp e de m a exe cu çã o d a sen t en ça ; a int e rpo siçã o do a g ra vo de

in st ru men t o nã o ob sta o a nd a men t o do p ro ce sso , re ssa lva do o

d ispo st o n o a rt . 5 58 de sta L e i. .

Didier salienta um problema relevante, qual seja, ED interpostos


contra liminar. Nesse caso haveria efeito suspensivo. Ele continua
achando que sim, em função da lógica jurídica da regra geral. Concordo.
Cassio Scarpinella Bueno tem boa tese em contrario, pois acertadamente
ele defende que a suspensividade dos ED movidos contra liminares, lhes
retiraria a efetividade buscada pela disciplina própria das medidas de
urgência.
10
N o volum e 3 de sua obra , qua ndo este v olum e ha outr os a utor es.
11
ASSI S, Ara k en. Recur sos C ív eis . S ã o Pa ulo: RT, 20 08 , p. 60 7.
12
Ele cita : Bm or eir a , Ma r inoni e Vicente G r eco Filho. Eu cito Ar ak en
de Assis.
Flavio Cheim Jorge, expõe sofisticado argumento concordando com o
professor Scarpinella, vamos a ele:

Como os ED cabem para impugnar todo ato. Ele deveria “pegar


emprestado” os efeitos dos recursos próprios, logo para apelação a regra
seria da suspensividade, mas contra interlocutórias, a regra seria pela
devolutividade. Em função do sistema especifico do agravo que induz a
interpretação em conjunto dos 522-529 e o 558 caput do cpc.

Sem duvida, incide quanto ao microssistema recursal dos juizados


especiais 1 3 . Pois, quando ali interpostos suspendem o prazo para os
demais recursos.

S O B R E O E F E I T O I N T E R R U P T I V O . Incide no sistema do CPC. É o


disposto no seu art. 538. Tal interrupção apenas haverá de existir quando
os embargos foram admitidos, uma vez que o recurso não conhecido por
intempestividade não será declarado com efeito pela inexistência
(Posição minoritária encabeçada pelo Ilustre professor José Carlos
Barbosa Moreira). 1 4

S O B R E O E F E I T O I N T E G R A T I V O . Incide APENAS no sistema dos


ED, que visa integrar, complementar, aperfeiçoar a mesma decisão. Logo,
a natureza do ato que resulta após o julgamento dos ED e igual a
natureza do ato anterior a interposição do recurso.

13
Art. 50. Quando interpostos contra sentença, os embargos de declaração suspenderão o prazo
para recurso. [lei federal ordinária 9099/1995]

14
Sobre a natureza do juízo de admissibilidade recursal,
encaminho ao quadro deste trabalho sobre a relevância da
natureza jurídica do não conhecimento do recurso interposto
[ ina dm issibilida de ]
Ou seja, se interposto contra a sentença. Após o julgamento teria o
ato natureza sentencial. Após a liminar, teria o ato natureza das
interlocutórias. E assim por diante...

S O B R E O E F E I T O I N F R I N G E N T E . A preocupação desse termo é no


sentido da possibilidade da alteração material do conteúdo de uma
decisão judicial embargada. Eis um acórdão de relatoria do Ilustre
Desembargador Marcos Faver:

Em princípio os embargos declaratórios não possuem efeitos


15
infringentes. Não comporta reexame de prova já analisada apenas
15
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. REEXAME DE PROVA. CARATER INFRINGENTE. É
incabível em sede de ED o reexame de prova da qual já houve pronunciamento. Os ED
que tem caráter infringente, somente são aceitos quando o vício apontado é de
sendo admissível em caso de prequestionamento 1 6 . No entanto, em
certos casos, o recurso pode alterar o conteúdo da decisão judicial.
Nestas hipóteses o juiz deverá abrir vista para a parte contrária, de modo
a garantir o contraditório.

O professor Carlyle encontra a infringência nos casos de contradição


e omissão, pois, segundo ele na obscuridade 1 7 os efeitos infringentes não
18
ocorrerão. O Desembargador Luiz Felipe Haddad confirma o
entendimento sustentado.

omissão do julgado. D e c i s ã o u n â n i m e (AC 28003- 9 – TJPE – 4CC – Rel. Dês. Ed-EK


Lopes – DJ 18/09/1999).
16
STJ - Súmula: 98 - EMBARGOS DE DECLARAÇÃO MANIFESTADOS COM NOTORIO
PROPOSITO DE PREQUESTIONAMENTO NÃO TEM CARATER PROTELATORIO.

17
Para consertar a obscuridade o recorrente solicita o
esclarecimento que não poderá obter alteração material do
decisum .
18
Obr a cita da pa gina 38 5.
No acórdão abaixo 1 9 , do STJ não se concedeu efeito infringente:

19
ED cl no C C 87 25 6 / MG ED cl no C C 87 25 6 / MG

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