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IMPRESSO POR: Gisele Cristina Rabelo Silva <giselerabelosilva@gmail.com>. A impressão é apenas para uso pessoal e privado.

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Fundamentos da Transferência de Massa

Nos capítulos precedentes, que abordaram os fenômenos de transporte de momento e de calor, tratou-se de
sistemas de um único componente, que têm tendência natural de alcançar as condições de equilíbrio. Quando
um sistema tem dois ou mais componentes, cujas concentrações variam de ponto a ponto, há tendência
natural de massa ser transferida, minimizando as diferenças de concentração no interior do sistema. O
transporte de um constituinte de uma região de maior concentração para aquela de menor concentração é
denominado transferência de massa.
A transferência de massa está presente em muitas de nossas experiências diárias. Um torrão de açúcar
adicionado a uma xícara de café se dissolve e o açúcar se difunde uniformemente no café. A água evapora de
lagoas e aumenta a umidade da corrente de ar em movimento. A agradável fragrância de um perfume se
difunde pelo ar ambiente próximo.
A transferência de massa é o fenômeno básico que rege muitos processos biológicos e químicos. Dentre
os processos biológicos, incluem-se a transferência de oxigênio para o sangue e o transporte de íons através
de membranas no interior dos rins. Dentre os processos químicos, arrolam-se: a deposição de vapor de silano
(SiH4) em uma pastilha, a dopagem de uma pastilha de silício para formar um fino filme semicondutor, a
aeração de águas residuárias e a purificação de minérios e isótopos. A transferência de massa está na base de
vários processos químicos de separação, nos quais um ou mais componentes migram de uma fase para a
interface entre as duas fases em contato. Por exemplo, nos processos de adsorção e de cristalização, os
componentes permanecem na interface, enquanto na absorção de gases e na extração líquido-líquido os
componentes penetram na interface e se transferem para o interior da segunda fase.
Se considerarmos o torrão de açúcar adicionado ao café, a experiência nos ensina que o tempo necessário
para distribuir o açúcar será diferente se o líquido estiver parado ou agitado mecanicamente por uma colher.
O mecanismo de transferência de massa, tal como observado para a transferência de calor, depende da
dinâmica do sistema no qual ele ocorre. A massa pode ser transferida por movimento randômico em fluidos
quiescentes ou pode ser transferida de uma superfície para um fluido em movimento, auxiliada pelas
características dinâmicas do escoamento. Essas duas formas de transporte — transferências molecular e
convectiva de massa — têm analogia, respectivamente, com a transferência de calor por condução e por
convecção. Ambos os modos de transferência serão descritos e analisados. Tal como no caso da
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transferência de calor, deve-se imediatamente conceber que esses dois mecanismos com frequência atuam
simultaneamente. Entretanto, em situações em que ambos os mecanismos estão presentes, um deles pode ser
dominante do ponto de vista quantitativo; assim, soluções aproximadas para o problema que considerem
apenas o mecanismo dominante precisam ser utilizadas.

▶ 24.1
TRANSFERÊNCIA DE MASSA MOLECULAR

Em 1815, Parrot observou qualitativamente que, quando uma mistura é constituída de duas ou mais espécies
moleculares, cujas concentrações relativas variam de ponto a ponto, ocorre um processo aparentemente
natural, que tende a diminuir qualquer diferença de composição. Esse transporte macroscópico de massa, que
acontece independentemente de qualquer forma de convecção no interior do sistema, é definido como
difusão molecular.
No caso específico de misturas gasosas, uma explicação lógica para esse fenômeno de transporte pode
ser deduzida da teoria cinética dos gases. Em temperaturas acima do zero absoluto, as moléculas estão em
estado de movimento contínuo, embora randômico. Em misturas gasosas diluídas, cada molécula de soluto
se comporta independentemente das outras moléculas de soluto, raramente as encontrando. As colisões entre
as moléculas continuam a ocorrer continuamente. Como resultado das colisões, as moléculas de soluto se
movimentam segundo trajetórias em ziguezague, algumas vezes para regiões de maior concentração, outras
para regiões de menor concentração.
Como frisado nos Capítulos 7 e 15, os transportes de momento e de energia por condução são também
resultantes do movimento molecular randômico. Assim, deve-se esperar que os três fenômenos de transporte
dependam das mesmas propriedades características, tal como o livre percurso médio, e que a análise teórica
dos três fenômenos tenha muito em comum.
Consideremos o simples processo de transferência de massa mostrado na Figura 24.1. Esse aparato,
denominado célula de difusão de Arnold, é usado para analisar processos de transferência de massa. Um
líquido volátil (componente A) fica na parte debaixo do tubo. A uma temperatura constante, a pressão de
vapor faz com que as moléculas da espécie A se difundam para o ar (espécie B) presente no tubo. O espaço
com gás dentro do tubo não tem agitação externa. Em nível molecular, pode-se imaginar as moléculas de gás
se movendo randomicamente, como descrito pela teoria cinética dos gases. O fluxo líquido da espécie A é a
soma de todas as moléculas de A movendo-se através da seção transversal do tubo por unidade de tempo, ao
longo do eixo z. O fluxo de ar é suave no topo do tubo aberto. Assim que as moléculas da espécie A chegam
à superfície aberta do tubo, elas são varridas pela corrente de ar externa. Portanto, a tendência natural das
moléculas da espécie A é de se mover da sua fonte, a interface líquida que gera a espécie A na forma de
vapor, para a corrente de ar externa ao tubo, que atua como um sumidouro para A. Note-se que ambas as
espécies A e B podem ter um gradiente de concentração no interior do tubo. Entretanto, como o ar (espécie
B) não tem uma fonte, apenas a espécie A está sujeita à transferência de massa, embora a presença de ar (B)
possa afetar sua taxa.
Em resumo, vemos que a transferência de massa é uma tendência natural de transferir um dado
componente (espécie) de uma mistura de uma região de alta concentração, denominada fonte, para uma
região de baixa concentração, denominada sumidouro, para se atingir uma condição uniforme ou de
equilíbrio. Há três exigências para a transferência de massa: (1) que a transferência ocorra apenas em uma
mistura, (2) que pelo menos uma substância da mistura se mova de sua fonte para seu sumidouro e (3) que a
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taxa de transferência de massa — isto é, o “fluxo” de uma dada substância — seja proporcional ao gradiente
de concentração, estabelecido pela fonte e pelo sumidouro daquela substância.

Figura 24.1 Processo simples de transferência de massa.

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