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CAPÍTULO
Distúrbios do Equilíbrio Ácido-Básico
10
Felício Lopes Roque

OBJETIVOS Tabela 1. Valores considerados normais

■ Mostrar que distúrbios ácido-básicos são frequentes na Variável Valores normais


emergência. pH 7,40 ± 0,02
■ Mostrar a importância de seguir roteiros sistemáticos de avaliação PO2 83 a 100 mmHg
diagnóstica.
PCO2 40 ± 5 mmHg
■ Saber as definições dos distúrbios, os mecanismos de adaptação e –
HCO3 24 ± 2 mEq/L
as fórmulas para interpretação de distúrbios mistos ou triplos.
Excesso de bases 0 ± 2,5
■ Entender a fisiopatologia dos distúrbios, sobretudo a interação
dos tampões fisiológicos, da ventilação alveolar e dos rins. Saturação de O2 95 a 98%

■ Ter em mente que os dados da história e do exame físico são Cloro 95 a 105 mEq/L
fundamentais na avaliação correta de uma gasometria. Ânion-gap# 10 ± 2 mEq/ L
■ Mostrar que, na grande maioria das situações, o tratamento ∆ ânion-gap / ∆ HCO3–¶ 1 a 1,6
implica corrigir a doença de base. Osmolalidade estimada* 290 ± 5 mOsm/kg de H2O
■ Entender que, para o diagnóstico dos distúrbios mistos, há a Gap osmolar& Até 10 mOsm/kg
necessidade de usar as fórmulas para correção/adaptação. #
Ânion-gap: [Na+ - (Cl– + HCO3–)]

∆ ânion-gap / ∆ HCO3– = ânion-gap encontrado - 10 / 24 – HCO3– encontrado
* Osmolalidade estimada: 2[Na+] + ureia/6 + glicemia/18
&
Gap osmolar = osmolalidade medida - osmolalidade estimada
INTRODUÇÃO E DEFINIÇÕES
Os distúrbios do equilíbrio ácido-básico ocorrem com
grande frequência nos indivíduos que procuram atendi- to dos rins (para eliminação dos ácidos fixos) e dos pul-
mento de emergência. Podem ser observados em situações mões (para eliminação do dióxido de carbono). Desvios do
isentas de maior risco, como na alcalose respiratória da sín- pH afetam o desempenho orgânico e tecidual. Nesse senti-
drome de ansiedade-hiperventilação. Outras vezes, entre- do, existem sistemas-tampão, que são sistemas químicos
tanto, constituem-se em emergências clínicas, como na aci- que tendem a manter o pH constante, apesar da adição de
dose respiratória aguda e em algumas acidoses metabólicas ácidos ou bases ao meio interno. O principal tampão do
(por exemplo, na intoxicação por metanol). extracelular é o bicarbonato-ácido carbônico, e do intrace-
lular, o fosfato (Tabela 2).
■ Acidemia: pH baixo do sangue.
■ Alcalemia: pH alto do sangue.
■ Acidose: processo patológico em que há excesso de ácido Tabela 2. Sistemas-tampão do organismo
ou falta de base; tende a baixar o pH, mas ele pode ser
normal quando há associação de distúrbios. Tampões do extracelular • Bicarbonato*
■ Alcalose: processo patológico em que há excesso de base • Proteínas (especialmente albumina)
ou falta de ácido; tende a baixar o pH, mas ele pode ser • Fosfato
normal quando há associação de distúrbios. Tampões do intracelular • Fosfato (inorgânico* e orgânico)
■ Valores considerados normais: Tabela 1.
• Bicarbonato
• Proteínas
ETIOLOGIA E FISIOPATOLOGIA • Hemoglobina
Tampão ósseo
Para a manutenção do equilíbrio ácido-básico e de um
pH constante, necessita-se de um adequado funcionamen- * Principais sistemas-tampão de cada compartimento.
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142 ATUALIZAÇÃO EM EMERGÊNCIAS MÉDICAS

Os distúrbios podem ser respiratórios e/ou metabóli- Tabela 4. Resposta compensatória nos distúrbios simples*
cos. Cada um dos quatro distúrbios ácido-básicos simples
desencadeia uma resposta compensatória que direciona o Fórmulas para distúrbios metabólicos
parâmetro oposto (por exemplo, o PCO2 nos distúrbios Acidose metabólica: PCO2 = [(1,5 x HCO3–) +8] ± 2
metabólicos e o bicarbonato nos distúrbios respiratórios) Alcalose metabólica: ∆ PCO2 = 0,6 x ∆ HCO3–
na mesma direção, como mostrado na Tabela 2. Fórmulas para distúrbios respiratórios
Cada distúrbio ácido-básico simples leva à resposta
Agudos: habitualmente, num distúrbio respiratório agudo, o bicarbonato
compensatória que tende a manter o pH o mais próximo não varia mais do que de 3 a 5 mEq/L.
do normal, porém sem conseguir normalizá-lo:
Acidose : ∆ HCO3– = 0,1 x ∆ PCO2
Alcalose : ∆ HCO3– = 0,2 x ∆ PCO2
■ Os distúrbios metabólicos levam a compensações respira-
tórias. Crônicos
■ Os distúrbios respiratórios levam a compensações meta- Acidose : ∆ HCO3– = 0,4 x ∆ PCO2
bólicas. Alcalose : ∆ HCO3– = 0,4 a 0,5 x ∆ PCO2
* É a variação entre o valor normal e o valor encontrado na gasometria atual.
A compensação respiratória de um distúrbio metabóli-
co é rápida (começa em minutos e está completa em horas),
enquanto a resposta metabólica completa para um distúr-
bio respiratório leva de três a cinco dias. Por esse motivo, acidose metabólica e alcalose respiratória, e devemos procu-
não se separa a compensação respiratória de distúrbios me- rar uma explicação para esse distúrbio respiratório; por
tabólicos em fases aguda e crônica. Entretanto, a compensa- exemplo, uma pneumonia. Se, ainda, encontrarmos um
ção metabólica de distúrbios respiratórios tem uma fase PCO2 de 28 mmHg, diremos que o indivíduo apresenta dis-
aguda, de pequena monta, dependente unicamente dos sis- túrbio misto, acidose mista, metabólica e respiratória; pode
temas-tampão, e uma fase crônica, dependente da alteração dever-se à fadiga da musculatura respiratória.
da excreção renal de ácido (Tabela 3).
Associação de distúrbios metabólicos
Distúrbios ácido-básicos simples e mistos
Os doentes que procuram o pronto-socorro frequente-
Distúrbio simples corresponde, por definição, à anorma- mente apresentam mais de um distúrbio metabólico.
lidade inicial e à sua resposta compensatória esperada. Distúr- Pensemos, hipoteticamente, em um doente com insuficiên-
bio misto (metabólico e respiratório) ocorre, por definição, cia renal crônica e, portanto, com acúmulo de ácidos fixos.
quando o grau de compensação não é adequado ou quando a Ele frequentemente apresentará vômitos que causam alca-
resposta é maior que a esperada. Isso implica a existência de lose metabólica. A combinação dessas duas condições pode
dois distúrbios diferentes. A resposta compensatória esperada levar até mesmo a uma situação em que o pH, o bicarbona-
nos distúrbios simples é detalhada na Tabela 4. to e o PCO2 estejam normais, não obstante o doente apre-
Por exemplo, vamos supor que um portador de diabetes sente um distúrbio ácido-básico misto (acidose metabólica
tipo 1, de 34 anos, deixe de usar insulina. Ocorrerá um acrés- + alcalose metabólica) (Algoritmo 1).
cimo de cetoácidos em sua circulação, o que levará a uma di- Para essa interpretação, utiliza-se o conceito de ânion-
minuição do bicarbonato (supondo que o bicarbonato me- gap ou hiato iônico, que parte do princípio da eletroneutra-
dido foi de 10 mEq/L). A redução do pH levará à lidade, ou seja, numa dada solução a soma das cargas aniô-
estimulação dos quimiorreceptores medulares, aumentando nicas equivale à soma das cargas catiônicas. Usam-se os três
a ventilação alveolar. Dessa forma, em horas, seu PCO2 será eletrólitos principais do soro, Na+, Cl– e HCO3–. Como o
alterado de maneira previsível, ou seja, o PCO2 esperado Na+ excede a soma das principais cargas aniônicas, temos o
será (1,5 x HCO3– +8) ± 2, ou seja, o PCO2 esperado = (1,5 chamado ânion-gap (Tabela 5). O ânion-gap (AG) normal
x 10 + 8) ± 2 = 23± 2. Assim, se o PCO2 encontrado estiver fica em torno de 8 a 12 mEq/L. Esse valor pode variar, de-
entre 21 e 25 mmHg, diremos que o doente apresenta uma pendendo do método laboratorial utilizado.
acidose metabólica pura (distúrbio simples). Se, contudo, o Em uma acidose metabólica, temos uma diminuição do
PCO2 for 18, diremos que ele apresenta um distúrbio misto, bicarbonato; isso só poderá ocorrer se houver aumento do
cloro ou do ânion-gap. Dessa forma, há dois tipos de acido-
se metabólica (acidose hiperclorêmica e acidose por ânion-
Tabela 3. Distúrbios ácido-básicos simples gap). Na vigência de um ânion-gap aumentado, especial-
mente quando > 25, pode-se assumir a existência de uma
Distúrbios pH Bicarbonato PCO2 acidose metabólica por aumento do ânion-gap.
Acidose metabólica Cai Cai Cai* Assim, utilizamos a relação ∆ AG / ∆ HCO3– para diag-
Alcalose metabólica Sobe Sobe Sobe* nosticar a ocorrência de mais de um distúrbio metabólico:
Acidose respiratória Cai Sobe* Sobe
Alcalose respiratória Sobe Cai* Cai
■ ∆ AG / ∆ HCO3– = 1-2: toda a variação do bicarbonato é
* Alteração secundária, compensatória.
explicada pela variação do ânion-gap; tem-se uma acidose
metabólica com ânion-gap aumentado, isoladamente.
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10 ■ DISTÚRBIOS DO EQUILÍBRIO ÁCIDO-BÁSICO 143

Algoritmo 1. Abordagem diagnóstica dos distúrbios do equilíbrio ácido-básico: pH entre 7,35-7,45

pH > 7,35 e < 7,45

• Bicarbonato baixo • Bicarbonato normal • Bicarbonato aumentado


• PCO2 baixa • PCO2 normal • PCO2 aumentada

• Acidose metabólica ∆ ânion-gap • Acidose respiratória


e e
• Alcalose respiratória • Alcalose metabólica

Aumentado Normal
• Alcalose metabólica • Não há alteração ácido-básica
e ou
• Acidose metabólica com ∆ ânion-gap • Alcalose metabólica
e
• Acidose metabólica sem ∆ ânion-gap

Tabela 5. Diagnóstico diferencial da acidose metabólica

Acidose com AG normal (hiperclorêmica) Acidose com AG aumentado


Perda gastrintestinal de bicarbonato Produção ácida aumentada
• Diarreia • Cetoacidose: diabética, alcoólica, jejum
• Fístula ou drenagem intestinal do intestino delgado • Acidose lática
• Derivação ureteral (ureterossigmoidostomia) • Intoxicações exógenas com gap osmolar presente: metanol, etilenoglicol
• Resinas de troca aniônica (colestiramina) • Intoxicação exógena com gap osmolar ausente: salicilatos
• Ingestão de cloreto de cálcio ou de cloreto de magnésio Falência da excreção de ácido
Perda renal de bicarbonato ou falta de excreção renal de ácido • Insuficiência renal aguda
• Acidose tubular renal (hipoaldosteronismo) • Insuficiência renal crônica
• Diuréticos poupadores de potássio
• Inibidores da anidrase carbônica
Miscelânea
• Recuperação de cetoacidose
• Acidose dilucional
• Nutrição parenteral

■ ∆ AG / ∆ HCO3– > 2: a variação do ânion-gap é duas vezes exame físico minucioso. Praticamente todos os órgãos e sis-
maior que a variação do bicarbonato; há, além da acidose temas do organismo podem ser focos de distúrbios dos sis-
por aumento do ânion-gap, um outro distúrbio metabóli- temas ácidos e básicos. Exemplos:
co que está aumentando o bicarbonato, ou seja, uma alca-
lose metabólica associada; ■ Homem de 55 anos, história de náusea, vômitos, anorexia e
■ ∆ AG / ∆ HCO3– < 1: a variação do bicarbonato é maior perda de peso há um mês. Apresenta hipertensão há 35
que a variação do ânion-gap; podemos diagnosticar a pre- anos, com tratamento irregular. Exame físico: pressão arte-
sença associada de acidose metabólica com ânion-gap rial = 200 x 120 mmHg, descorado (2+/4+), hálito urêmico.
normal e acidose metabólica com ânion-gap aumentado. ■ Mulher de 32 anos é levada ao hospital por tentativa de
suicídio; familiares afirmam que ela ingerira substância
ACHADOS CLÍNICOS parecida com álcool algumas horas antes. Exame físico: so-
nolenta, confusa, frequência respiratória = 42 ipm, satura-
A abordagem inicial deve incluir história detalhada e ção de oxigênio = 97%.
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144 ATUALIZAÇÃO EM EMERGÊNCIAS MÉDICAS

EXAMES COMPLEMENTARES Por essa abordagem sistemática, é possível diagnosticar


qual o distúrbio ácido-básico encontrado, mesmo em situa-
Dependem da história, do exame físico e da(s) hipóte- ções clínicas complexas.
se(s) diagnóstica(s). Entretanto, alguns exames úteis para a
correta interpretação dos distúrbios dos sistemas ácidos e Acidose metabólica
básicos são:
Inicialmente, devemos calcular o ânion-gap (Algorit-
■ Gasometria arterial. mo 3):
■ Sódio, potássio e cloro.
■ Glicemia. ■ Sangue: Na+ - (Cl– + HCO3–):
■ Função renal. – Acidose metabólica com ânion-gap sérico normal
■ Cetoácidos (urina e/ou sangue). (Tabela 5).
■ Lactato arterial. – Acidose metabólica com ânion-gap sérico aumentado
■ Algumas circunstâncias: cálculo direto da osmolalidade (Tabela 5).
sérica e perfil toxicológico. ■ Urina: Na+ + K+ - Cl– (eletrólitos medidos na urina):
■ Outros: radiografia de tórax, eletrocardiograma, tomogra- – Ajuda na diferenciação entre as acidoses metabólicas
fia de crânio etc. com ânion-gap sérico normal.
– O ânion-gap urinário funciona como uma estimativa
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL da excreção renal de NH4+, que não é rotineiramente
medido na clínica.
Com o intuito de melhorar o rendimento diagnóstico, – O NH4+ é excretado como NH4Cl, aumentando o Cl
recomendamos uma abordagem sistemática dos distúrbios urinário, levando a um AG urinário negativo, entre -20
ácido-básicos, que inclua (Algoritmo 2): e -50 mEq/L. Ou seja, o rim, quando não é a causa pri-
mária da acidose metabólica, excreta ácido na vigência
■ Ver qual o distúrbio primário (pH, HCO3–, PCO2 e BE). de acidose, como era de esperar.
■ Ver se o distúrbio é simples ou misto. – Nas acidoses hiperclorêmicas de origem renal, por exem-
■ Calcular o ânion-gap. plo, insuficiência renal inicial, acidose tubular renal distal
■ Calcular o delta ânion-gap/delta HCO3–. (tipo 1) e acidose tubular renal tipo 4 (hipoaldosteronis-
■ Na suspeita de intoxicação exógena, calcular gap osmolar. mo hiporreninêmico), o ânion-gap urinário é positivo,
■ Ver se o achado é compatível com o quadro clínico. indicando um defeito na excreção renal de amônio.
– Há fatores de confusão, que diminuem a acurácia diag-
nóstica do AG urinário: cetonúria, estados de grande
depleção de volume, presença de ânions não-usuais na
Algoritmo 2. Passos para o diagnóstico dos distúrbios do equilíbrio urina (por exemplo, drogas, carbenicilina).
ácido-básico

Acidose tubular renal


Buscar o distúrbio primário:
• pH A acidose tubular renal (ATR), por definição, é uma
• Bicarbonato síndrome clínica caracterizada por hipercloremia, acidose
• PCO2 metabólica e prejuízo da acidificação urinária, despropor-
• Excesso de bases cional ao déficit de filtração glomerular. Há três tipos clíni-
cos distintos:

■ Tipo 1 (distal).
Usar as fórmulas:
• Ver se é distúrbio simples ou misto.
■ Tipo 2 (proximal).
■ Tipo 4 (hipoaldosteronismo hiporreninêmico).

As duas primeiras podem ser congênitas ou adquiridas


Calcular ânion-gap e associam-se com baixos níveis de potássio, enquanto a
tipo 4 é adquirida e associa-se à hipercalemia (Tabela 6). O
termo acidose tubular renal tipo 3 não é mais usado.

Calcular o delta ânion-gap/delta HCO3–


Alcalose metabólica
Pode ser encontrada em diversas situações clínicas
(Tabela 7) e caracteriza-se por:
Avaliar se o achado é compatível
com o quadro clínico
■ pH elevado.
■ Bicarbonato elevado.
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10 ■ DISTÚRBIOS DO EQUILÍBRIO ÁCIDO-BÁSICO 145

Algoritmo 3. Abordagem diagnóstica dos distúrbios do equilíbrio ácido-básico: pH < 7,35

pH < 7,35

Bicarbonato baixo PCO2 aumentada

Acidose metabólica Acidose respiratória

Ânion-gap PCO2 = [(1,5 x HCO3–) +8] ± 2 Aguda Crônica


HCO3– = 0,1 x PCO2 HCO3– = 0,4 x PCO2

Aumentado Normal:
Acidose metabólica com
• Resposta compensatória: distúrbio simples.
ânion-gap normal
• Resposta não compensatória: distúrbio misto.

∆ ânion-gap/∆ HCO3–

Entre 1-2:
Acidose metabólica "pura" com ânion-gap

Maior que 2:
Acidose metabólica com ânion-gap e
alcalose metabólica associada

Menor que 1:
Acidose metabólica com ânion-gap e
acidose metabólica com ânion-gap normal

■ PCO2 elevado. Nas alcaloses cloreto-resistentes, chamam a atenção a


■ Quase sempre com cloro e potássio baixos. hipertensão e a hipopotassemia, ou seja, o restante do qua-
dro clínico.
A alcalose metabólica tem uma fase de geração e uma Alcalemia grave, pH > 7,60, pode levar a sintomas neu-
fase de manutenção. A primeira depende de perda de ácido rológicos, como cefaleia, tetania, convulsões, letargia e
ou de ganho, renal ou não, de base, ou de um hiperaldoste- coma. Há predisposição a arritmias, especialmente em
ronismo primário. Para a manutenção da alcalose metabó- doentes com cardiopatia de base. A alcalemia deprime a res-
lica, o rim necessariamente perde sua capacidade de excre- piração, com hipercapnia e possível ocorrência de hipóxia,
tar bicarbonato de forma eficaz, em razão da contração de além de causar prejuízo agudo da liberação de O2 pela he-
volume, levando a uma absorção proximal obrigatória de moglobina nos tecidos.
bicarbonato, depleção de cloro e/ou de potássio, PCO2 ele-
vado e hiperaldosteronismo secundário. Distúrbios respiratórios
Na prática clínica, as alcaloses metabólicas mais graves
são associadas à contração de volume por perda de ácido gás- Na alcalose respiratória raramente ocorre pH > 7,55;
trico ou pela administração de diuréticos de alça e tiazídicos. consequentemente, manifestações graves de alcalemia em
Estas são acidoses ditas cloreto-sensíveis (Algoritmo 4). geral estão ausentes. A exceção é a síndrome de ansiedade-
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146 ATUALIZAÇÃO EM EMERGÊNCIAS MÉDICAS

Tabela 6. Diagnóstico diferencial das acidoses tubulares renais

Tipo 1 (distal) Tipo 2 (proximal) Tipo 4


Potássio sérico Baixo Baixo Alto
Ânion-gap urinário Positivo Positivo Positivo
Síndrome de Fanconi Não Sim Não
Calculose renal/ Sim Não Não
nefrocalcinose
pH urinário mínimo > 5,5 < 5,5 < 5,5
Porcentagem excretada da < 10% > 15% < 10%
carga de bicarbonato filtrada
Causas Secundárias: Adquiridas: Adquiridas
• Síndrome de Sjögren • Amiloidose 1- Deficiência de aldosterona:
• LES • Mieloma múltiplo • Insuficiência adrenal
• Mieloma múltiplo • Toxicidade por metais pesados • Uso de heparina*
• Hepatite crônica ativa (chumbo, mercúrio, cádmio, cobre) • Hipoaldosteronismo hiporreninêmico**
• Hipercalciúria • Acetazolamida 2- Resistência a aldosterona:
• Anfotericina B Associadas a doenças hereditárias: • Drogas que fecham canais de sódio do
• Autossômica dominante • D. de Wilson túbulo coletor***

• Autossômica recessiva • Cistinose • Nefrite túbulo-intersticial

Primária: Primária: Associadas a doenças hereditárias:

• Esporádica • Esporádica • Pseudo-hipoaldosteronismo

* Estima-se que 5 a 10% dos doentes em uso de heparina tenham hipercalemia leve, que pode ser sintomática naqueles em uso concomitante de IECA, com insuficiência renal etc.
** Causas de hipoaldosteronismo hiporreninêmico (causa mais comum de ATR): nefropatia diabética, algumas nefropatias obstrutivas, SIDA, uso de IECA, uso de AINH, ciclosporina.
*** Espironolactona, amilorida, triantereno, pentamidina, trimetoprim (em dose alta).

Tabela 7. Causas de alcalose metabólica

Contração de volume, hipocalemia Expansão de volume, hipertensão, hipocalemia Carga exógena de base
Origem gastrintestinal Renina alta Administração aguda de álcali
• Vômito • Estenose da artéria renal • Bicarbonato
• SNG aberta • Hipertensão acelerada ou maligna • Citrato (transfusão sanguínea)
• Adenoma viloso dos cólons • Acetato
• Alcalose de contração • Antiácidos + resina de troca iônica
Origem renal Renina baixa Administração crônica de álcali
• Alcalose de contração, diuréticos, estados • Hiperaldosteronismo primário • Síndrome leite-álcali
edematosos, depleção de potássio ou magnésio • Síndrome de Cushing
• Síndrome de Bartter e síndrome de Gitelman • Síndrome de Liddle
• Recuperação de acidose metabólica • Defeitos enzimáticos adrenais hereditários
(cetoacidose ou acidose lática prévia)
• Ânions não absorvíveis (penicilina, carbenicilina)

hiperventilação, em que podem ocorrer manifestações gra- tretanto, em graus intensos de acidemia (pH < 7,10), a con-
ves. As principais causas são descritas na Tabela 8. tratilidade miocárdica é deprimida e ocorre diminuição da
Acidose respiratória aguda frequentemente é uma ur- resistência periférica.
gência, sendo as principais causas descritas na Tabela 9. O tratamento da acidose metabólica dependerá da cau-
sa. Em certas acidoses com AG aumentado (por exemplo, na
PRINCÍPIOS DO TRATAMENTO cetoacidose e na acidose lática), o próprio tratamento da
condição de base faz que os ânions orgânicos acumulados se-
Acidose metabólica jam, em horas, convertidos em bicarbonato. Isso já não ocor-
re em acidoses hiperclorêmicas, por exemplo, na diarreia,
Graus leves de acidose metabólica são agudamente bem nem na acidose metabólica com AG aumentado da uremia.
tolerados e até conferem certa vantagem fisiológica ao faci- Exceto em situações de insuficiência renal ou quando
litarem a liberação de O2 da hemoglobina na periferia; en- ocorre perda renal ou fecal de álcalis, o uso de bicarbonato
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10 ■ DISTÚRBIOS DO EQUILÍBRIO ÁCIDO-BÁSICO 147

Algoritmo 4. Abordagem diagnóstica dos distúrbios do equilíbrio ácido-básico: pH > 7,45

pH > 7,45

Bicarbonato aumentado PCO2 baixo

Alcalose metabólica Alcalose respiratória

PCO2/HCO3– Aguda Crônica


HCO3– = 0,2 x CO2 HCO3– = 0,4-0,5 x PCO2

< 0,6 0,6 > 0,6 • Resposta compensatória: distúrbio simples.


Alcalose respiratória Resposta ventilatória Acidose respiratória • Resposta não compensatória: distúrbio misto.
concomitante normal concomitante

Tabela 8. Causas de alcalose respiratória Como regra disponível em livros-texto, considera-se


que: se pH < 7,10 e HCO3– < 8 mEq/L, devemos repor bi-
Mecanismos Causas carbonato, não mais do que 50 a 100 mEq ou 1 mEq/kg
Ação no SNC Ansiedade, AVC, dor, febre, meningite, trauma, numa infusão ao longo de duas ou três horas, exceto em
tumores condições extremas de acidemia, em que se pode infundir
Hipóxia Altas altitudes, anemia grave, aspiração, edema mais rapidamente. Deve-se subir o bicarbonato para 8 ou
pulmonar, pneumonia 10 mEq/L ou o pH para 7,15 ou 7,20. Na vigência, porém,
Estímulo dos Hemotórax, derrame pleural, embolia pulmonar e IC de perda fecal ou urinária de base, devemos ser mais liberais
receptores torácicos no uso do bicarbonato, procurando manter uma concen-
Efeito hormonal Gravidez, progesterona tração próxima do normal.
Outros Hiperventilação mecânica, insuficiência hepática, É difícil prever qual será a alteração do bicarbonato sé-
salicilatos, sepse, recuperação de acidose metabólica rico com uma dada infusão, pois o espaço de distribuição
do bicarbonato varia com o grau de acidose. Quando esta é
muito grave, ele pode chegar a 100% do peso; entretanto, à
Tabela 9. Causas de acidose respiratória medida que a acidose é corrigida, ele se aproxima da por-
centagem de água corporal (entre 50 e 60% do peso).
Mecanismos Causas Geralmente consideramos cerca de 0,6 x peso (kg) x (24
Neuromuscular Deformidade da caixa torácica, distrofias musculares, - HCO3–) o déficit total de bicarbonato. Nunca se repõe todo
miastenia grave, polimielite esse déficit. Deve-se calcular a diferença entre o bicarbonato
Pulmonar Barotrauma, DPOC, SARA desejado e o encontrado. Em um homem jovem de 70 kg,
Rebaixamento Anestésicos, morfina, benzodiazepínicos, AVC, infecção com diarreia grave e acidose metabólica hiperclorêmica, cuja
do SNC gasometria mostre um bicarbonato inicial de 4 mEq/L, deve-
Vias aéreas Asma, obstrução se calcular uma reposição do bicarbonato para 8 mEq/L, ou
Outras Hipercapnia permissiva, hipoventilação, obesidade seja, 0,6 x 70 x (8 – 4) = 168 mEq, que devem ser repostos nas
primeiras duas horas, por exemplo, com bicarbonato de sódio
a 8,4%, concomitantemente à correção volêmica, lembrando
de sódio e de outros alcalinizantes é cercado de controvér- também de verificar o potássio sérico. Se este já estiver baixo,
sias. Não há dados na literatura que permitam indicar ou com a correção da acidose ele deverá cair ainda mais.
contraindicar o seu uso, com grau adequado de evidência.
O tratamento com álcali nos casos graves é feito com Cetoacidose diabética
bicarbonato de sódio intravenoso. Lembrar que 1 mL da so-
lução de bicarbonato de sódio a 8,4% tem 1 mEq de HCO3– A base do tratamento é a insulina, que permitirá o me-
e 1 mEq de Na+. tabolismo dos cetoácidos retidos e impedirá a formação de
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148 ATUALIZAÇÃO EM EMERGÊNCIAS MÉDICAS

novos cetoácidos. Os déficits de água, sódio e potássio tam- Alguns autores afirmam que nunca se deve usar bicarbonato
bém devem ser corrigidos. na acidose lática; este é um assunto não resolvido na literatu-
O uso de bicarbonato de sódio é indicado: ra. Consideramos que se deve utilizar um critério restrito de
administração de bicarbonato nas situações de acidose grave,
■ pH ≥ 6,9 e ≤ 7,0: administrar 50 mEq, diluídos em 200 mL como descrito na regra apresentada, não excedendo 1 a 2
de água destilada IV em 1 hora. mEq/kg, enquanto se adotam as medidas específicas.
■ pH < 6,9: administrar 100 mEq, diluídos em 400 mL de Outras terapêuticas aguardam confirmação de eficácia
água destilada IV em 2 horas. e são recomendadas de rotina.

Cetoacidose alcoólica Intoxicação por álcoois tóxicos


Resulta da combinação entre jejum e o efeito direto do Metanol e etilenoglicol causam acidoses por ânion-gap
álcool, inibindo a neoglicogênese hepática. Ocorre em al- aumentado e gap osmolar aumentado, se colhido na fase
coolistas que param de beber após uma grande ingesta de aguda. Após algumas horas da intoxicação o gap osmolar
etanol. O indivíduo não se alimenta por um misto de sacie- diminui, conforme o álcool vai sendo metabolizado, en-
dade, êmese e dor abdominal. Assim, há níveis reduzidos de quanto o ânion-gap aumenta.
insulina e elevados de glucagon e de outros hormônios con- A toxicidade do metanol, um solvente industrial, de-
trarregulatórios, além de depleção de volume. A glicemia corre da sua metabolização pela álcool desidrogenase, le-
costuma ser baixa ou normal. Do ponto de vista metabólico, vando à produção de ácido fórmico. O ácido fórmico causa
leva a distúrbios mistos: acidose metabólica, alcalose meta- uma retinite grave, com edema e vermelhidão do nervo óti-
bólica (vômitos) e alcalose respiratória por hiperventilação. co, especialmente na primeira exposição. Usos repetidos de
O tratamento consiste na reposição de: volume, carboi- metanol ocasionam tolerância oftálmica. O metanol pode
drato, potássio, tiamina e outros déficits vitamínicos, além, ser encontrado em cartuchos de máquinas copiadoras e
eventualmente, de magnésio e fósforo. como anticongelante em alguns sprays. Pode ser absorvido
pela pele e pelo trato gastrintestinal.
Acidose lática Os sintomas clínicos de intoxicação por metanol são
dor abdominal, vômitos, cefaleia, embriaguez, alteração vi-
O objetivo principal do tratamento é conseguir uma sual, convulsões e coma. O tratamento inclui uso de blo-
perfusão tecidual adequada e identificar e tratar a causa de queadores metabólicos, hemodiálise para remoção da dro-
base. Deve-se instituir a terapia de suporte hemodinâmico ga, reposição de bicarbonato de sódio e de folato. O etanol,
e respiratório, se necessário, não se esquecendo das medidas que tem maior afinidade com a álcool desidrogenase que o
específicas de tratamento da causa da acidose. Acidose láti- metanol, e o fomepizol, um inibidor específico da álcool
ca é a situação clínica em que há maior controvérsia a res- desidrogenase, funcionam como bloqueadores metabóli-
peito do uso de bicarbonato, especialmente na vigência de cos, impedindo a formação dos metabólitos tóxicos.
acidose tipo A. Nessa situação, a maioria dos estudos não O etilenoglicol, principal anticongelante comercial,
mostrou melhora hemodinâmica com o uso do bicarbona- produz quadro semelhante ao metanol, com a diferença de
to. A carga de bicarbonato de sódio administrada irá, pela não cursar com as alterações visuais do metanol. Pode levar
lei da ação das massas, levar a um aumento na produção de a insuficiência renal aguda ou crônica. Os metabólitos atra-
CO2. Numa situação de ventilação pulmonar comprometi- vés da álcool desidrogenase são tóxicos: glicolato, glioxalato
da, como na parada cardiorrespiratória, ou numa situação de e oxalato. A urina I pode mostrar cristais de oxalato de cál-
choque com hipoperfusão tecidual grave, este CO2 gerado cio que auxiliam no diagnóstico. O tratamento é bastante
tenderá a se difundir para a célula com maior facilidade que semelhante ao descrito para a intoxicação por metanol.
o bicarbonato, levando a uma piora da acidose intracelular.
Intoxicação por salicilatos
Tabela 10. Causas de acidose láctica Esse tipo de intoxicação causa alcalose respiratória (es-
timulação do centro respiratório), distúrbio misto (acidose
Tipo de acidose Causas metabólica + alcalose respiratória) ou, mais raramente, aci-
Tipo A Choque séptico, choque cardiogênico, choque dose metabólica pura (mais observada em crianças). O
hipovolêmico, hipoxemia grave (PO2 < 30 mmHg), diagnóstico pode ser sugerido por história de náuseas, zum-
anemia grave, isquemia mesentérica.
bidos e exposição a altas doses de aspirina.
Tipo B Sepse, insuficiência hepática grave, câncer, diabete Usa-se carvão ativado (geralmente na primeira hora da
melito, uso de biguanidas (metformina), estado de
intoxicação) para diminuir a absorção adicional da droga, e
mal convulsivo, exercícios extenuantes, hipertermia,
erros inatos do metabolismo, feocromocitoma,
alcaliniza-se o sangue com bicarbonato, se necessário, para
intoxicações (etanol, metanol, isoniazida, monóxido manter o pH entre 7,45 e 7,50, o que evita a difusão de sali-
de carbono, estricnina), acidose por D-ácido láctico.* cilatos para o cérebro, onde seriam tóxicos. A alcalinização
* Ocorre na presença de alça intestinal cega, colonizada por organismos que urinária também aumenta a excreção da droga.
produzem o isômero D do ácido láctico, não detectado nos testes séricos habituais A hemodiálise é eficiente na remoção do salicilato, sen-
de lactato sérico.
do indicada nos casos graves, especialmente quando há dis-
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10 ■ DISTÚRBIOS DO EQUILÍBRIO ÁCIDO-BÁSICO 149

função renal e/ou riscos associados à alcalinização agressiva ■ Aumento na ventilação por minuto é o mecanismo básico da
(sobrecarga de volume). alcalose respiratória (redução da PaCO2).
■ Acidose metabólica pode dever-se a:
Alcalose metabólica – Aumento da produção de ácidos.
Como em todo distúrbio ácido-básico, é primordial o – Diminuição da excreção de ácidos.
tratamento da doença de base. Em algumas situações, espe- – Perda de álcalis.
cialmente quando ocorre alcalose mista (respiratória + me- – Ácidos externos (p. ex.: metanol, etilenoglicol etc.).
tabólica), o pH pode elevar-se muito e a própria alcalose ■ Alcalose metabólica, na grande maioria das vezes, é causada por
pode constituir-se em uma emergência. Nesses casos, com a aumento da reabsorção de bicarbonato pelos rins (p. ex.:
ocorrência de convulsões e arritmias ventriculares, reco- hipovolemia, perdas de potássio, perdas de cloro) ou por fonte
exógena (p. ex.: reposição volêmica).
menda-se intubação, sedação e hipoventilação controlada.
Podem-se infundir soluções acidificantes, embora isso ■ Diagnóstico de distúrbios mistos necessitam de cálculos com as
fórmulas descritas.
raramente seja necessário. A simples reposição de volume,
suspensão de diurético ou o uso de inibidores de secreção
ácida gástrica (bloqueadores H2 ou inibidores da H+-K+-
ATPase) costumam ser suficientes para controle da alcalose REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
metabólica. 1. Roque FL. Emergências relacionadas aos distúrbios do equilíbrio ácido-
Nos casos em que há depleção de volume, manifestados básico. In: Martins HS, Damasceno MCT, Awada SB. Pronto-socorro –
por sódio urinário < 10 mEq/L, em geral a reposição de diagnóstico e tratamento em emergências. 2. ed. Barueri: Editora
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embora o déficit de potássio, frequentemente associado, 2. Roque FL. Distúrbios do equilíbrio ácido-básico. In: Martins HS,
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também deva ser corrigido. abordagem prática. 4. ed. Barueri: Editora Manole; 2009. p. 438-55.
Nos doentes com disfunção renal ou cardíaca grave, o 3. Cho KC, et al. Fluid and electrolyte disorders. In: McPhee SJ. Current
tratamento da alcalose metabólica cloreto-responsiva é medical diagnosis and treatment. 48. ed. New York: McGraw-Hill; 2009.
mais difícil. Em alguns casos, a diminuição do regime diu- p. 784-93.
4. DuBose Jr TD. Acidosis and alkalosis. In: Kasper DL, Braunwald E, Fau-
rético, a introdução de acetazolamida e a administração
ci AS, et al. Harrison’s principles of internal medicine. 17. ed. New York:
cuidadosa de SF e KCl podem ser suficientes. McGraw-Hill; 2008. p.287-95.
Nas alcaloses cloreto-resistentes, raramente ocorre al- 5. American Diabetes Association: Hyperglycemic crises in patients with
calemia grave com risco de morte. diabetes mellitus. ADA 2008: www.diabetes.org/diabetescare. Último
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