Autor: Estevan Rodrigues Vilhena de Alcântara - Professor de História na Escola Estadual Professor Morais
Tema: REVOLUÇÃO FRANCESA E IMPÉRIO NAPOLEÔNICO
REVOLUÇÃO FRANCESA
O absolutismo francês fortalecido pelo Rei Sol, Luiz XIV, se mantinha apesar do
fim do feudalismo. As estruturas sociais permaneciam apesar das mudanças do
renascimento e Iluminismo. Os novos ideais filosóficos começaram a questionar o papel
dos seus líderes e governantes. Na década anterior à Revolução Francesa (1779 - 1789), a
França sofreu com dificuldades na produção de alimentos e crise econômica constante,
por manter conflitos, principalmente no apoio à luta de independência dos Estados Unidos
da América, contra a Inglaterra.
Dada a situação econômica o Rei Luís XVI tentou fazer reformas na economia
francesa, contudo não pensou em retirar os privilégios da nobreza e do clero, e a reforma
cairia sobre a plebe, camponeses e burgueses, que seriam consumidos com mais
impostos. Com a iminência da criação dos novos impostos o rei convocou os Estados
Gerais.
Os Estado Gerais
Os Estados Gerais eram formados por três divisões sociais, ou seja eles três
estados, o primeiro estado formado pelo clero, o segundo estado formado pela nobreza e
o terceiro estado o restante da população que representavam 95% da população. Durante
as decisões dos Estados Gerais os votos eram por ordem social e não por cabeça. Sendo
assim o terceiro estado, pela grande maioria da população, tendo número superior ao
primeiro e segundo estado, conseguiria por voto simples vencer as decisões. Esta forma
que votação foi questionada e responsável pela retirada do terceiro estado. Os delegados
que representavam o terceiro estado se retiraram informaram assembleia nacional, que
juraram resistir até aprovação de uma nova constituição. Traídos pelo Rei, que havia
concordado em convocar uma nova Assembleia, acionou o exército para dissolvê-la.
A Queda da Bastilha
O povo revoltado atacou o arsenal e prisão chamada Bastilha no dia 14 de julho de
1789, este episódio ficou conhecido como A Queda da Bastilha. A notícia sobre a revolta se
espalhou, levante camponeses contra nobres eclodiram em todo o país. Novas leis foram
decretadas, abolindo as normas feudais, a nobreza e o clero perderam seus privilégios.
Objetivo dos membros da assembleia nacional era transformar a França em uma
Monarquia Constitucional, mas o rei não quis abrir mão do absolutismo e não aprovou as
novas medidas. O povo de Paris saiu novamente nas suas, invadiu o Palácio Real e capturou
o rei e a família real.
Em 1791 Assembleia aprovou a nova constituição que transformava a França em
uma Monarquia Constitucional, o rei preso, jurou fidelidade à constituição aprovada e uma
Assembleia Legislativa foi eleita. Esta se dividia em várias facções, os moderados ou
girondinos, que defendia a Monarquia Constitucional, sentavam-se à direita. À esquerda
ficava a Montanha, deputados mais radicais, que queriam a república e o direito de voto
para todos. Estes eram os jacobinos de Robespierre e os cordeliers Danton.Entre os dois
blocos sentavam-se a maioria, deputados que não tinham posições políticas definidas,
conhecidos como centristas ou a planície.
República
Em 22 de setembro de 1792, foi declarada a República, após Luís 16 ser
considerado Traidor, por passar informações aos países da Prússia e Áustria, que apoiavam
o absolutismo francês, não mais considerados reis, Luiz 16 e a e Maria Antonieta foram
julgados por traição e mortos pela guilhotina. Um ano após a república foi criado o
calendário Republicano, possuíam meses de 30 dias com nomes ligados às atividades
agrícolas duas características do clima, além disso, acabaram com a semana e criaram
grupos de 10 dias, onde o décimo dia era o de descanso. contudo mesmo sendo crime
ignorá-lo poucas pessoas usavam o calendário, e este foi extinto por Napoleão em 1806.
Movimentos contra revolucionários dirigidos o religiosos e antigos membros da
nobreza apoiados pelos países vizinhos, que temiam a Revolução em seus países,
dificultavam o governo revolucionário. A França precisava de um governo forte, que
conseguisse vencer a guerra civil e os inimigos externos.
O "Terror"
Para conter a guerra civil, conspirações, fome e desemprego, foram criados os
Comitês Revolucionários, que fazem julgamentos rápidos e terminavam na guilhotina. Este
período ficou conhecido como o Terror. O governo da convenção usou amplamente a
violência em todo o país, as pessoas viviam com medo de ser presas e executadas.
Contudo, foi neste período que foi criado o Comitê de Salvação Pública, Que realizou
algumas das mais importantes reformas sociais da época. Lei do Máximo, fixando preços
máximos para todos os produtos e regulamentando salários. Criação de escolas públicas,
Libertação dos escravos das colônias francesas, partilha dos bens dos Nobres exilados entre
a população e uma reforma agrária beneficiando 3 milhões de pessoas.Com essas medidas,
o comitê conquistou simpatia popular e conseguiu recrutar mais de 300 mil pessoas para
combater a contrarrevolução e os inimigos externos.
Governo do Terror, dirigido o Robespierre, derrotou os inimigos da França. Assim
que diminuíram as ameaças do governo revolucionário, os moderados resolveram dar um
golpe de estado contra o comitê. Robespierre foi preso e condenado à guilhotina, pelo
crime de usar de violência durante o regime do Terror.
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Tema: REVOLUÇÃO FRANCESA E IMPÉRIO NAPOLEÔNICO
Diretório
Este novo governo ficou conhecido como Diretório. A burguesia Francesa e
tomava o controle do país. Diversas medidas adotados pelos radicais foram abolidas.
Partidários do ex-Rei Luís 16 e dos sans-culottes, prepararam novas insurreições contra o
governo. Para organizar a defesa, a Convenção nomeou um jovem General da artilharia
chamado Napoleão Bonaparte.
As lutas entre o governo e o povo continuar por mais alguns anos. Em outubro de
1799, o Diretório convidou Napoleão para fazer parte do governo. Em novembro do
mesmo ano, Napoleão deu golpe de estado conhecido como 18 Brumário, tornando-se
ditador da França. Isso pôs fim a tradição de eleições inaugurada com a queda da Bastilha.
Em 1804, Napoleão coroou-se Imperador.
IMPÉRIO NAPOLEÔNICO
Napoleão marcou presença na Revolução Francesa desde os primeiros dias.
Inicialmente contra ela, mas com o desenrolar e a permanência da revolução, Bonaparte
converteu-se à causa republicana, se aliando ao clube jacobino. Durante o governo do
Diretório, Napoleão inicialmente preso, conseguiu se livrar da prisão e se tornou um dos
principais governantes desse período.
Os 18 Brumário
Ao voltar do Egito, Napoleão encontra a França a beira da Insurreição. Aliado com
membros destacados do próprio diretório Napoleão dá o golpe conhecido como 18
Brumário, o Parlamento aprova a substituição do Diretório pelo Consulado nomeando
Napoleão Bonaparte, Sieyes e Roger Ducos, como cônsules. No ano seguinte através de um
plebiscito, Napoleão torna-se primeiro-cônsul pela nova Constituição, assumindo total
controle do Consulado.
Bonaparte possuía apoio do exército e somada com o entusiasmo da população,
proclamou o “fim da revolução”, reconciliou com os Nobres emigrados e reatou relações
com a Igreja. Na política externa, Napoleão venceu a guerra contra a segunda coalizão
europeia, forçando um tratado de paz. Com isto, pode cuidar da administração interna,
criando novos departamentos, política industrial, a fundação do Banco da França e o novo
Código Civil. E para coroar sua obra, Napoleão coroou-se Imperador dos Franceses em
dezembro de 1804.
Império
Napoleão sabia das dificuldades que teria pela frente. Uma nova coalizão se
formou para detê-lo, sua preocupação inicial não estava voltada para a Europa central e
sim para Inglaterra, que se industrializava rapidamente e tomava o mercado europeu. De
1805 a 1806, Napoleão conseguiu instalar nas tropas francesas em toda a Europa central.
Ainda em 1806, sabendo que seu verdadeiro inimigo era a Inglaterra e impossibilitado de
invadir as Ilhas, Bonaparte decretou em Berlim o Bloqueio Continental, proibindo todo
tipo de comércio entre o continente europeu e as leis britânicas. Esta proibição mudou o
lugar da guerra, dos campos de batalha para uma violenta guerra econômica.
Na frente ocidental Napoleão e o Czar Alexandre I, assinaram um acordo de paz.
Além das garantias de paz, a Rússia prometia aliar-se à França num confronto aberto com a
Inglaterra. Na frente oriental, Portugal e Espanha, aliados da Inglaterra, resistiam a cumprir
as determinações do Bloqueio Continental. Está passando cinzas invadiram a península
ibérica no final de 1807, destituíram Fernando VII da Espanha e a família real portuguesa
refugiou-se no Brasil.
Em 1810, o império napoleônico se estendia da Espanha à Polônia. Dificuldades
militares, tanto a luta na Espanha quanto contra a Áustria, além das dificuldades políticas e
econômicas causadas pelo Bloqueio Continental tornavam a manutenção do império
difíceis. No ano seguinte Napoleão decide atacar a Rússia, após a mesma decidir romper o
Bloqueio Continental. A preparação no fronte oriental foi considerada por Napoleão “a
maior operação militar de todos os tempos”. Esta despendiou custos, tropas e
equipamentos, enfraquecendo ainda mais o império.
Sendo derrotado, mais pelo clima do que batalha, Napoleão organizou e lançou
uma ofensiva contra a frente austro-russo-prussiana, onde foi derrotado. Sem prestígio e
tropas renunciou em 6 de Abril de 1814, mantendo ainda o título de Imperador, em uma
pequena Ilha de Elba.
Os cem dias
Na França após a saída de Napoleão líderes políticos tentaram restaurar a
monarquia francesa entregando o trono a Luís XVIII. de seu exílio, Bonaparte preparou-se
para voltar e recuperar o poder. À frente de um pequeno grupo de fiéis seguidores,
assumiu o governo em 20 de Março de 1815.
Em cem dias após a retomar o poder, Napoleão enfrentou as forças da Aliança
Militar da Prússia, da Áustria, da Rússia e da Inglaterra. Em Waterloo, Bonaparte sofreu sua
derrota final. Retornando a Paris abdicou do Trono e se entregou aos ingleses, embarcando
para o exílio definitivo em Santa Helena.
Entre 1814 e 1815, representantes de todos os países envolvidos nas guerras se
reuniram na capital austríaca e assinaram um documento conhecido como Congresso de
Viena, redesenhou o mapa europeu e até mundial depois da derrota do império
bonapartista.
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