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INQUÉRITO POLICIAL

por Marco Aurélio Vicente Vieira, advogado criminalista, Pós Graduado em Ciências Criminais pelo
IEJUR – Instituto de Ensinos Jurídicos, Presidente da Comissão de Acompanhamento de Inquérito
Policial de Advogados Vítimas de Homicídio, Conselheiro Efetivo do CONDEPE – Conselho Estadual de
Defesa dos Direitos da Pessoa Humana e Vice-Presidente da Comissão de Direitos e Prerrogativas da
OAB SP

O Inquérito Policial foi criado através de um Decreto,


Decreto n. 4.82, de 22 de novembro de 1871, nascendo assim um verdadeiro
instrumento oficial da persecutio criminis extra-juditio. Referido decreto não encontra-
se mais em vigor.
Com o advento do Código de Processo Penal de 1941, o
inquérito policial foi mantido, como um instrumento de garantia do cidadão contra
abusivas acusações. Pelas mesmas razões, a Constituição Federal de 1988, conhecido a
Constituição Cidadã, através de seus princípios foi o mesmo recepcionado, já que para
acusar alguém, necessário elementos com fundamentos fáticos e jurídicos suficientes
para ser promovida a ação penal. E em regra esta sustentação somente se consegue, em
regra com o Inquérito Policial.
É uma fase pré-processual da atividade persecutória do
Estado.
Tanto é que estes fundamentos fáticos e jurídicos são
colhidos através de uma investigação dirigida e presida por um Bacharel de Direito, o
Delegado de Polícia, com atribuições e poderes instituídos (artigo 4º., IV, p. 4º. da CF).
Nos termos do já não vigente Decreto n. 4.824, de 1871
em seu artigo 11, p. 3º. In fine e no artigo 42, o Inquérito Policial tem como objeto “a
verificação da existência da infração penal, o descobrimento de todas as suas
circunstâncias e da respectiva autoria.”
Na mesma esteira, o Código de Processo Penal em seu
artigo 4º. dispõe que o inquérito policial “terá por fim a apuração das infrações penais
e da sua autoria”.
Assim, na legislação não há um conceito legal, já que o
artigo 4º. do Código de Processo Penal não dá uma definição, mas sim a finalidade.
A construção doutrinária estabelece diversos conceitos,
mas no ponto de vista técnico-policial, pode-se dizer que o Inquérito Policial é o
instrumento pelo qual o Delegado de Polícia materializa a investigação criminal,
compila informações a respeito de determinada infração penal, de suas circunstâncias e
resguarda provas futuras, que poderão ser utilizadas em Juízo contra o autor do delito.
Trata-se de um procedimento preliminar, escrito, oficial,
obrigatório e seu caráter é inquisitivo e sigilo (artigo 5º., I, artigo 9º. e 20º. do Código
de Processo Penal).
Servindo o Inquérito Policial como um instrumento que
busca:
- a prova do fato, ou seja, se efetivamente ocorreu a
infração penal e se houve ofensa a um bem tutelado juridicamente;
- indícios de autoria, ou seja, se as suspeitas recaem sobre
um agente;
- se este agente é imputável, ou seja, se é penalmente
capaz para responder pelos seus atos;
Inexiste acusação formal, daí decorrer que o Inquérito
Policial em que pese ser administrativo sua finalidade é judiciária. Tem-se a partir daí,
que o inquérito policial serve como instrumento para evitar acusações levianas e
precipitadas, evitando assim desvio no comportamento humano.
Portanto, tem-se que sua natureza jurídica é de instrução
criminal extrajudicial, mesclando seus atos ora em administrativo, ora judicial.
Como já citado anteriormente, o Inquérito Policial tem
por finalidade apurar as infrações penais e suas respectivas autorias (artigo 4º., caput do
Código de Processo Penal).
Assim tem-se do Inquérito Policial, serve:
- para fundamentar as diligências investigatórias;
- para dar subsídio a ação penal;
Quem preside o inquérito policial é a autoridade policial,
no caso, o Delegado de Polícia. E nos termos do artigo 144, inciso IV, par. 4º. Da
Constituição Federal combinado com o artigo 4º. Caput da Código de Processo Penal, é
a autoridade policial, o Delegado de Polícia competente para dirigir as investigações
criminais através do Inquérito Policial.
O artigo 6º. e seus incisos do Código de Processo Penal
aponta um roteiro ao Delegado de Polícia que vai desde o dever de comparecer ao local
de crime até averiguar o caráter do indiciado.
O inquérito policial inicia-se com a noticia crime, ou seja,
a autoridade policial toma conhecimento do evento criminoso, seja de forma verbal,
lavrando-se o competente Boletim de Ocorrência (não há legislação regulamentando o
boletim de ocorrências, é uma construção administrativa para formalizar uma
comunicação verbal), servindo como base para instauração do Inquérito Policial e
conseqüências providências preliminares e ou nos casos de flagrante, com a lavratura do
Auto de Prisão em Flagrante Delito.
Podendo ainda, ser iniciado através de peça formais
(representações), a pedido do ofendido ou seu representante legal e ou através de
requisição de autoridades públicas.
Porém, a autoridade em todas os casos, deverá dar início
ao Inquérito Policial através de um despacho fundamentado, cujo ato denomina-se de
Portaria.
Uma vez iniciado, o Inquérito Policial não é regido por
um rito preestabelecido, da construção doutrinária e do próprio Código de Processo
Penal tem-se que o mesmo tramita por três fases: início; instrução (oitiva da vítima, do
indiciado, das testemunhas, perícias etc. e a conclusão (relatório);
Porém, o que se busca nas investigações é uma celeridade
nas diligências, já que sua natureza é inquisitiva.
As provas colhidas observadas as regras do Título VII do
Código de Processo Penal serão consideradas válidas, assim sendo, é a prova um meio
pela qual a autoridade policial materializa a apuração dos fatos, por exemplos, a perícia
uma fez materializada, passa a ser meio de prova da qual sua origem são os vestígios de
uma infração penal.
Sendo o Inquérito Policial uma peça informativa prévia,
salutar destacar, que seu valor probatório não é absoluto, não serve como amparo único
a um decreto condenatório, já que não há o contraditório no seu curso, em que pese a
figura do Advogado ser legalmente cabível, necessário produzir as respectivas provas
dentro da instrução processual criminal, para fazer prova em Juízo.
Por esta razão tem-se que os indícios ou circunstâncias
deverão ser provados de forma a permitir uma conclusão lógica, suficiente para
subsidiar a ação penal, afastando as incertezas e dúvidas.
A verdade é uma só, o Inquérito Policial não um mero
instrumento de colheita de prova, exerce ele um importantíssimo papel dentro da
persecução criminal, tendo seu valor probatório para ao final, não só procurar um
culpado, mas buscar Justiça.

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