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SISTEMAS
ESTRUTURAIS II:
MADEIRA E AÇO
MÓDULO 1
TÓPICO 3
PROFESSOR Dr. LEANDRO DUSSARRAT BRITO
Engenheiro Civil | Doutor em Engenharia de Estruturas
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INTRODUÇÃO
Entre os diversos materiais estruturais destinados à construção civil, a madeira reúne qualidades de
exceção que a elegem, sob muitos aspectos, sobretudo sob o critério da sustentabilidade, como material
construtivo de elevado desempenho estrutural. Inicialmente são abordadas algumas informações básicas
sobre o processo de produção de elementos estruturais de MADEIRA LAMELADA COLADA (MLC).
Ambos os projetos devem sempre ser idealizados, alinhando-os detalhes técnicos de CONCEPÇÃO
ESTRUTURAL, ainda na fase de anteprojeto, a fim de evitar retrabalhos desnecessários por parte de ambos
profissionais, ARQUITETOS e/ou ENGENHEIROS.
Assim, neste tópico da disciplina, as notas de aula inseridas nesta apostila, introduzem aos estudos
sobre a “CONCEPÇÃO ESTRUTURAL” e critérios básicos de pré-dimensionamento simplificado de elementos
estruturais, de sistemas de estruturas reticuladas, idealizadas na concepção de projetos em estruturas de
madeira laminada colada (MLC) sempre alinhada em conjunto ao ANTEPROJETO ARQUITETÔNICO. Além
disto também são tratados sobre os requisitos básicos de durabilidade da madeira na concepção do
projeto, de acordo os novos critérios de categoria de uso, que passarão a serem incorporados na nova
versão norma NBR 7190, que está em processo de revisão.
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Recorda-se que a sigla MLC parte-se do temo MADEIRA LAMELADA COLADA, da Engenharia
Industrial Madeireira, onde até meses atrás era denominado por MADEIRA LAMINADA COLADA.
Uma peça de MADEIRA LAMELADA COLADA (MLC) é constituída basicamente pela associação e
colagem de peças de madeira denominadas lamelas, que possuem dimensões relativamente reduzidas, em
relação às dimensões finais do elemento estrutural como um todo.
Estas lamelas são dispostas com as fibras paralelas ao eixo da peça, sendo solidarizadas entre si por
meio de adesivo, formando desta maneira peças com as mais variadas formas e dimensões, mesmo com
eixo curvo, pois a pequena rigidez à flexão das lamelas permite esta facilidade.
A Figura 1.1.1 que segue sintetiza um esquema do processo básico de produção de peças de
MADEIRA LAMELADA COLADA (MLC), pré-fabricadas em empresas de Engenharia Industrial Madeireira.
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Figura 1.1.1. Processo básico de produção na industrialização de peças MLC. Fonte: APA (2017)
As lamelas são fabricadas por meio de colagens das emendas (longitudinais e/ou transversais),
onde depois de coladas w prensadas uma sobre as outras, devem apresentar o comprimento e largura
efetiva de projeto do elemento estrutural. As emendas longitudinais nas lamelas de madeira são
necessárias quando se deseja obter elementos de MLC com comprimentos superiores ao da madeira
serrada. Recomenda-se que as ementas longitudinais das lamelas sejam executadas através de emendas
dentadas [ingl.: finger Joints], conforme representações ilustrativas apresentadas na Figura 1.1.3.
Os cortes para emendas dentadas (finger joints) são realizados em modelos apropriados de
equipamentos de carpintaria apropriado, comumente conhecido por “fingadeira”, constituída por lâminas
giratórias que fresam parte da madeira em ZIG-ZAG, formando assim os dentes da emenda, conforme
apresentada nas figuras que seguem.
Atualmente no Brasil, as empresas de Engenharia Industrial Madeireira, cada vez mais tem utilizado
este modelo de emendas dentadas para as produções de peças estruturais em MLC.
Isto se deve pelo fato destas emendas dentadas reunirem características particulares de boa
resistência do adesivo nas emendas e atender aos limites práticos durante a produção das peças.
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Figura 1.1.2. Exemplo de fingadeira: cote dos “fingers” na extremidade da lamela de pinus.
Fonte: (SILVA, 2010)
Figura 1.1.3. Exemplo de modelos de emenda dentada “finger joints”, e lamelas de pinus coladas em suas
extremidades. Fonte: (SILVA, 2010)
Figura 1.1.4. Tipos de emendas dentadas “finger joints” para colagens de extremidades de lamelas para
produção de peças MLC. Fontes: Fonte: MACEDO e CALIL Jr. (1999); (SILVA, 2010)
Figura 1.1.5. Exemplo ilustrativo de emendas dentadas (finger Joints) e lamelas coladas na formação de
uma peça MLC. Fonte: CALIL et al (2003)
As ligações entre as lamelas e as emendas dentadas são efetivadas por aderência, realizadas por
meio de uma fina película de adesivo dispostas entre as peças a serem ligadas. Estruturalmente, este tipo
de ligação tem sido utilizado principalmente na confecção de peças de Madeira Laminada Colada (MLC) e
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Madeira Laminada Cruzada (CLT). Além de proporcionar as colagens das diversas lamelas, o adesivo
também é utilizado nas emendas longitudinais permitindo a obtenção de lamelas sem limitação no
comprimento e sem redução significativa da resistência à tração.
Legenda:
1. Lamelas (lâminas de madeira, tábuas) 6. Elementos estruturais lineares em MLC
2. Indica a divisão de subprodutos 7. Elementos estruturais lineares de grande espessura MLC
3. Emendas dentadas coladas 8. Bloco em MLC
4. Produtos em MLC 9. Painel MLCC (CLT/X-Lam)
5. Peça solidas em MLC 10. Painel MLCC (CLT/X-Lam) de grande espessura.
Figura 1.1.6. Relações entre as normas europeias na EN 14080:2013-08-01 sobre produtos de madeira laminada MLC
e MLCC (CLT/X-Lam). Fonte: (CEN/TC 124; EN 14080:2013-08-01)
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facilidade de construir grandes estruturas reticuladas e em arcos a partir de peças com medidas
padronizadas;
controle de qualidade com redução de fendas e rachaduras, além de outros defeitos típicos de
peças de grandes dimensões;
inúmeras possibilidades na idealização excelentes efeitos arquitetônicos do empreendimento,
sendo possível criar estruturas com variadas formas e dimensões (Figura 1.1.7).
No Brasil, atualmente, algumas empresas de engenharia industrial madeireira que produzem MLC,
realizam controle tecnológico em seu processo de fabricação MLC.
Com o objetivo de melhorar a resistência e a rigidez das peças de MLC, na Engenharia Industrial
Madeireira atual, já é possível através de controles tecnológicos, realizar um pré-seleção de peças na
escolha e disposição seletiva da qualidade das lamelas na peça estrutural, utilizando-se as peças de madeira
de melhor resistência nas lamelas das camadas superiores e inferiores, conforme ilustra a Figura 1.1.8.
Recorda-se que disposição das lamelas de madeira de melhor qualidade dispostas conforme as posições
indicadas na Figura 1.1.8, são fundamentais para garantia de segurança e qualidade de peças estruturais,
projetadas em situações de elementos submetidos à flexão, como é o caso das VIGAS MLC, e TREÇAS MLC,
por exemplo, onde sob efeito de carregamento de projeto, surgem às máximas tensões de compressão e
de tração na flexão.
Figura 1.1.8. Representação ilustrativa de disposição seletiva da qualidade das lamelas em peça MLC
submetida à flexão, citando-se como exemplos para idealizações de projetos de TERÇAS e VIGAS MLC.
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Este conceito permite o uso mais eficiente do ELEMENTO ESTRUTURAL MLC, ao utilizar as peças
mais resistentes nas zonas de tensões máximas e as peças de menor qualidade estrutural nas zonas de
menores tensões na peça.
No entanto, para que se obtenha um produto final eficiente no setor da Engenharia industrial
madeireira, é imprescindível que se adote no processo de fabricação das peças de MLC um emprego de
mão de obra treinada em aplicações metodológicas de classificações estruturais visuais e/ou mecânicas de
através de técnicas não-destrutivas (NDT), para a seleção precisa de lamelas de madeira de melhor
qualidade, resistência e rigidez.
Inicialmente vale recordar que a “ESTRUTURA” é a parte resistente da construção e tem as funções
de resistir às ações e transmiti-las pela “SUBESTRUTURA” (FUNDAÇÕES) para o solo.
Inúmeros são os tipos de SISTEMAS ESTRUTURAIS MLC que podem ser utilizados na idealização de
projetos com elementos estruturais de madeira laminada colada. No entanto, neste tópico trata-se
essencialmente de estudos preliminares em “CONCEPÇÃO ESTRUTURAL”, para “SISTEMAS ESTRUTURAIS”
de PÓRTICOS MLC.
Não se deve esquecer de que a estrutura deve também ser coerente com as características do solo
no qual ela se apóia.
Nos casos de edifícios residenciais e/ou comerciais, de múltiplos pavimentos com sistemas de
estruturas hibrida, por exemplo, o PROJETO ESTRUTURAL deve ainda estar em harmonia com a integração
aos demais PROJETOS COMPLEMENTARES, tais como: de instalações prediais elétricas e de redes de
telecomunicações; de instalações prediais hidrosanitárias, instalações de gás; prevenção e combate a
incêndio, ar condicionado, redes de computadores dentre outros, de modo a permitir a coexistência, com a
segurança, qualidade e durabilidade de todos os sistemas.
Os edifícios de múltiplos pavimentos, com sistemas de estruturas híbridas, podem ser constituídos,
por exemplo, pelos seguintes pavimentos: subsolo, térreo, tipo, cobertura e casa de máquinas, além dos
reservatórios inferiores e superiores.
Em casos como mais complexos como estes, é ainda na fase da CONCEPÇÃO ESTRUTURAL onde
devem ser verificadas as questões relacionadas a durabilidade dos elementos estruturais de madeira,
MLC/MLCC, através do sistema de categoria de uso da nova versão da revisão da ABNT NBR 7190. É nesta
fase da CONCEPÇÃO ESTRUTURAL, por exemplo, que se avalia as particularidades de exposição as classes
de agressividade ambientais os determinados pavimentos e regiões que sejam susceptíveis à umidade,
onde os elementos estruturais de madeira (MLC, MLCC, LVL, etc.) devam preferencialmente ficar fora de
contato direto com umidade, atendo-se aos sistemas de tratamento preservantes da madeira e/ou
idealizando-se subsistemas híbridos com associação de outros materiais, como é o caso do concreto
armado, impermeabilizado, por exemplo.
Entre os diversos materiais estruturais destinados à construção civil, a madeira reúne qualidades de
exceção que a elegem, sob muitos aspectos, sobretudo sob o critério da sustentabilidade, como material
construtivo de elevado desempenho estrutural.
Entretanto, como todo material orgânico, a madeira deve receber avaliações em analise prévia das
condições em que a peça de madeira será aplicada, para identificar a necessidade de tratamento
preservante específico, buscando obter o melhor resultado quanto à durabilidade e resistência aos agentes
biodeterioradores da madeira, como fungos e insetos e perfuradores marinhos.
A concepção estrutural aliada a durabilidade das peças de madeira, atualmente consiste numa
etapa essencial na fase de idealização de projetos em estruturas de madeira, onde avaliam-se critérios de
preservação da madeira, através da metodologia de sistema de categoria de uso da madeira, que vem
sendo estabelecido na nova versão da norma da NBR 7190, que encontra-se em processo de revisão e
atualização junto a ABNT.
Preservação de madeiras é o conjunto de medidas preventivas e curativas adotadas para controle
de agentes biológicos (fungos e insetos xilófagos e perfuradores marinhos), físicos e químicos que afetam
as propriedades da madeira, adotadas no desenvolvimento e na manutenção dos componentes de madeira
no ambiente construído.
O propósito do Sistema de Categorias de Uso é oferecer uma ferramenta simplificada para a
tomada de decisões quanto ao uso racional e inteligente da madeira, por meio de uma abordagem
sistêmica ao produtor e usuário, que garanta maior durabilidade das construções. O sistema consiste no
estabelecimento de seis categorias de uso baseadas nas condições de exposição ou uso da madeira, na
expectativa de desempenho do componente e nos possíveis agentes biodeterioradores presentes (Tabela
22 da proposta de revisão da ABNT NBR 7190).
Na aplicação do sistema de categorias de uso definem-se medidas que devem ser adotadas durante
a fase de elaboração do ANTEPROJETO ARQUITETÔNICO aliado a CONCEPÇÃO ESTRUTURAL MLC, de uma
construção com elementos estruturais e/ou com componentes de madeira, auxiliando-se na escolha do
tratamento preservante da madeira, produto e escolhas entre os processos de tratamento da madeira.
Desta forma, ao se utilizar a madeira como material estrutural de engenharia, ainda na fase de
CONCEPÇÃO DO PROJETO, as seguintes etapas devem ser consideradas obrigatórias:
a) a definição do nível de desempenho necessário para o componente ou estrutura de madeira, tais
como: vida útil, responsabilidade estrutural e garantias comerciais e legais;
b) a avaliação dos riscos biológicos aos quais as madeiras serão submetidas durante a sua vida útil,
na prevenção de ataques de agentes biodeterioradores da madeira, tais como de fungos e insetos
xilófagos e/ou perfuradores marinhos;
c) definição da espécie de madeira adequada ao uso e da necessidade do tratamento preservativo
considerando: durabilidade natural da espécie, tratabilidade, processo de tratamento e produtos
preservativos disponíveis. O tratamento preservativo faz-se necessário se a espécie escolhida não
é naturalmente durável para a categoria de uso considerada e/ou se a madeira contém alburno,
porção naturalmente suscetível ao ataque de organismos xilófagos;
d) escolha do processo de tratamento da madeira e do produto preservativo adequados.
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Tabela 2.1. (Tabela 22 da proposta de revisão da ABNT NBR 7190 – Categorias de uso da madeira)
Categoria de
Condição de uso da madeira Organismo xilófago
uso
Cupim-de-madeira-seca
Interior de construções, em contato com a
Broca-de-madeira
alvenaria, sem contato com o solo ou
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fundações, protegidos das intempéries e das
Cupim-subterrâneo
fontes internas de umidade.
Cupim-arborícola
Perfurador marinho
Fungo apodrecedor
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PROJETO
Madeira
Tratamento preservativo sim não
desnecessário suficientemente
Figura 2.1.1 Fluxograma de preservação. Fonte: Adaptada da Figura 33 da proposta de revisão da ABNT
NBR 7190.
Figura 2.1.2. Exemplo de aplicação das Classes da Categoria de Uso, em função da situação de risco de biodeterioração
de elementos estruturais de madeira em uma edificação residências assobradada quatro pavimentos.
Fonte: CALIL et al (2003), porém já adaptada à nova proposta na revisão da NBR 7190.
Em estruturas de madeira, um elemento de barra, de acordo com a sua função estrutural, e do tipo
de sistema estrutural, recebe uma designação especial, destacando-se como exemplos de barra linear de
eixo reto:
as Vigas e as Terças;
os Pilares e as Colunas;
as barras de montantes de uma treliça;
as barras dos banzos (inferior e superior) de uma treliça;
as barras das diagonais de uma treliça.
VIGA MLC e TERÇAS MLC: Admite-se por um elemento de barra linear de eixo reto, normalmente disposto
na horizontal, em que a flexão é preponderante, conforme ilustrações na figura que segue.
PILAR MLC: Admite-se por um elemento de barra linear de eixo reto, de seção transversal prismática,
usualmente disposto na vertical, em que as forças normais de compressão são preponderantes, conforme
ilustrações indicadas na figura que segue.
Figura 2.2.1.4. Representação de elemento estrutural denominado “PILAR MLC”, em que as forças
normais de compressão são preponderantes e respectivos modos de flambagem.
COLUNA MLC: Admite-se por um elemento de barra linear de eixo reto, de seção transversal “CIRCULAR”,
usualmente disposto na vertical, em que as forças normais de compressão são preponderantes, conforme
ilustrações indicadas na figura que segue.
Os pilares e as colunas tem a função de receber os esforços provenientes de vigas e lajes e
transmiti-los aos elementos de fundação.
Embora neste tópico da disciplina seja abordada essencialmente a introdução sobre sistemas de
elementos estruturais de barra, para estruturas reticuladas MLC, considera-se importante também
introduzir uma abordagem sucinta sobre os aspectos básicos de elementos estruturais de superfície, como
é o caso das PLACAS MLCC e das CHAPAS MLCC.
PLACA MLCC: Elementos estruturais de superfície plana sujeitos principalmente a ações normais a seu
plano, em que sua espessura é bem menor que o comprimento e a largura. Cita-se como exemplo os casos
das lajes de piso um pavimento, como os painéis estruturais MLCC dispostos na horizontal, recebendo
carregamentos gravitacionais, pode-se denominar por um elemento de placa.
CHAPA MLCC: Elementos de superfície plana, sujeitos principalmente a ações contidas em seu plano, em
que sua espessura é bem menor que o comprimento e a altura. As chapas de paneis MLCC caracterizam-se
por exemplo, por um elemento estrutural de parede autoportante MLCC.
Como já vem sendo comentado nos itens anteriores, embora neste tópico da disciplina seja
abordada essencialmente a introdução sobre sistemas de elementos estruturais de barra, para estruturas
reticuladas MLC, considera-se importante também introduzir uma abordagem sucinta sobre os aspectos
básicos de elementos estruturais de volume ou também denominados por elementos estruturais
volumétricos.
Os elementos de volume caracterizam-se por elementos estruturais que apresentam suas três
dimensões geométricas na mesma ordem de grandeza. Para casos específicos como este, a análise
estrutural a ser efetuada deve considerar esta condição tridimensional. Aos elementos estruturais
volumétricos, em geral se enquadram os elementos estruturais de sapatas e blocos de fundações em
concreto armado.
Assim, em função das dimensões tridimensionais relativas de cada peça, se faz com que os
diferentes elementos estruturais tenham comportamentos diferentes.
Os elementos estruturais de barra, em geral, podem ser estudados simplificadamente a partir das
aplicações teóricas e conceituais de cálculo da RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS.
Já os elementos de superfície necessitam de outras teorias mais complexas, como a teoria das
placas, teoria das chapas, teoria das cascas, estudadas em geral, em cursos de mestrado e doutorado em
Engenharia de Estruturas, em função de suas complexidades teóricas e conceituais. As teorias mais
complexas são estudadas a partir da TEORIA DA ELÁSTICIDADE, para aplicações de casos mais específicos,
onde se faz necessário um estudo particularizado de um determinado elemento estrutural no todo
tridimensional.
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A principal diferença entre as duas configurações é que, na maioria dos casos práticos, a ligação na
Figura (a) é executada sem recurso de chapas de aço, sendo o pilar confeccionado por dois montantes de
madeira lamelada colada, um de cada lado da viga central, e já para o caso da emenda de viga, Figura (b) é
geralmente inserida uma chapa no interior das peças a emendar ou, em alternativa, duas chapas nas faces
resultando, em qualquer dos casos uma ligação plana, conforme apresentadas por RACHER (1995) e
NEGRÃO & FARIA, (2009).
Nas Tabelas 3.1a a 3.3c são apresentadas as relações simplificadas generalizadas, adaptadas da
publicação internacional de PETER & SCHEER (2015), em função do vão para estimar a altura inicial (hest) na
fase preliminar de pré-dimensionamento de elementos estruturais de sistemas estruturais pavilhões em
Madeira Laminada Colada (MLC) produzidos com espécies de madeira de pinus em geral.
Embora estas sejam estimativas generalizadas e grosseiras, podem ser úteis na etapa preliminar do
ANTEPROJETO ARQUTETÔNICO. Em função de cada modelo de SISTEMA ESTRUTURAL MLC, as alturas
estimadas (hest) através da aplicação desta simplificação, podem indicar valores aproximativos muito
próximos aos resultados finais de projeto, dependendo das ações de vento de certas localidades do Brasil.
No entanto, para certos casos, certamente por questão de segurança, os valores aproximativos,
determinados a partir destas relações de estimativas grosseiras, poderão se apresentar bem mais
conservadores, mas ainda assim, podem auxiliar como estimativas iniciais facilitadoras para entrada no
lançamento de dados das propriedades geométricas em softwares estruturais profissionais, para um pré-
dimensionamento mais coerente na fase efetiva do “PROJETO ESTRUTURAL”.
Recorda-se que as VIGAS MLC são admitidas por elementos lineares de barra, em que a flexão é
preponderante. Para se determinar um valor grosseiro da altura estimada de VIGA MLC, para espécies de madeiras
de pinus é apresentada na tabela que se refere a cada tipo de concepção de forma, onde as relações foram adaptadas
de PETER & SCHEER, 2015).
Tabela 3.1a. Viga MLC bi-apoiada: estimativa simplifica generalizada para pré-dimensionamento.
vão livre
300 a
(cm)
4000
L
largura
12 a 22 (cm)
b
altura “estimada”
Pré-dimensionamento
12 a 252 (cm)
i <5° (inclinação) hest ≈ L/17
Fonte: Adaptada de PETER & SCHEER (2015)
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Tabela 3.1b. Viga MLC com balanço: estimativa simplificada grosseira para pré-dimensionamento.
vão livre
600 a
(cm)
3000
L
largura
12 a 22 (cm)
b
altura
Pré-dimensionamento “estimada”
12 a 252 (cm)
i <5° (inclinação)
hest ≈ L/20
Fonte: Adaptada de PETER & SCHEER (2015)
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Tabela 3.1c. Viga MLC bi-apoiada com duas águas: estimativa simplificada grosseira para pré-dimensionamento.
vão livre
1000 a 4000 (cm)
L
largura
12 a 22 (cm)
b
altura “estimada”
Pré-dimensionamento
h0est ≈ L/17 12 a 252 (cm)
i <10° (inclinação)
h1est ≈ L/15
Fonte: Adaptada de PETER & SCHEER (2015)
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Tabela 3.1d. Vigas MLC atirantadas: estimativa simplificada grosseira para pré-dimensionamento.
Figura 3.1d. Modelo obrigatoriamente atirantado, duas vigas MLC para sistema de cobertura de duas
águas.
vão livre
1000 a 4000 (cm)
L
largura
12 a 22 (cm)
b
altura “estimada”
Pré-dimensionamento
12 a 252 (cm)
i ኑ15° (inclinação) hest ≈ L/25
Fonte: Adaptada de PETER & SCHEER (2015)
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Arcos são Elementos lineares curvos em que as forças normais de compressão são preponderantes nas
regiões de apoio, agindo ou não simultaneamente com esforços solicitantes de flexão, cujas ações estão
contidas em seu plano.
Tabela 3.2a. Arco MLC com duas águas: estimativa simplificada grosseira para pré-dimensionamento.
vão livre
1000 a 4000 (cm)
L
largura
12 a 22 (cm)
b
altura “estimada”
Pré-dimensionamento
h0est ≈ L/30 12 a 252 (cm)
i <10° (inclinação)
h1est ≈ L/16
Fonte: Adaptada de PETER & SCHEER (2015)
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Tabela 3.2b. Arcos MLC atirantados para sistemas de coberturas: estimativa simplificada grosseira para pré-
dimensionamento.
Tabela 3.2b. Modelo de Arco MLC obrigatoriamente atirantado, para sistemas de coberturas.
vão livre
1000 a 10000 (cm)
L
largura
12 a 22 (cm)
b
altura “estimada”
Tabela 3.3a. Pórtico MLC com mão-francesa: estimativa simplificada grosseira para pré-dimensionamento.
vão livre
1000 a 2500 (cm)
L
largura
12 a 22 (cm)
b
Tabela 3.3b. Pórtico MLC tri-articulado: estimativa simplificada grosseira para pré-dimensionamento.
vão livre
1000 a 3000 (cm)
largura
12 a 22 (cm)
b
Contraventamentos (PFEIL & PFEIL, 2003)
altura “estimada”
Pré-dimensionamento
h1est ≈ L/50 12 a 252 (cm)
i de 10° a 60° (inclinação)
h2est≈(S1+S2)/13
Tabela 3.3c. Pórtico curvo MLC tri-articulado: estimativa simplificada grosseira para pré-dimensionamento.
vão livre
1500 a
(cm)
6000
(HEINO ENGEL, 2003)
L
largura
12 a 22 (cm)
b
altura “estimada”
Pré-dimensionamento
h1est ≈ L/50 12 a 252 (cm)
i de 10° a 60° (inclinação)
h2est≈(S1+S2)/15
EXERCÍCIOS RESOLVIDOS
Bons Estudos.
EXERCÍCIO RESOLVIDO EX1.M1T3
A perspectiva de representação esquemática de terças e sistemas de contraventamentos verticais, e
inclinados nos planos das coberturas interligados ao SISTEMA ESTRUTURAL indicado na figura que segue
representa qual modelo estrutural em MLC?
II. A etapa da “CONCEPÇÃO ESTRUTURAL” alinhada ao “ANTEPROJETO ARQUITETÔNICO, é uma das mais
importantes fases no “PROJETO ESTRUTURAL”, onde implica na escolha adequada dos “ELEMENTOS
ESTRUTURAIS” (vigas MLC; pilares MLC; terças MLC; elementos de contraventamento; elementos de
fundações) a serem utilizados na estrutura global, definindo-se as suas formas e suas posições na
integração de ambos os projetos, de modo a formar um “SISTEMA ESTRUTURAL EFICIENTE”, capaz de
absorver os esforços oriundos das ações atuantes e transmiti-los pela SUBESTRUTURA ao solo.
III. A solução da “CONCEPÇÃO ESTRUTURAL” adotada em anteprojeto deve atender aos requisitos de
segurança e de qualidade, de acordo com os critérios que são estabelecidos nas normas técnicas, relativos
à capacidade resistente, ao desempenho em serviço e à durabilidade de cada elemento estrutural, assim
como da estrutura global (estrutura como um todo tridimensional).
(a) I apenas.
(b) II apenas.
(d) IV apenas.
(c) Flexão
I. Das propriedades geométricas de elementos estruturais, para análise estrutural de uma determinada
estrutura é possível distinguir três tipos distintos de classificações para elementos estruturais básicos de
uma determinada edificação, em elementos estruturais lineares de estruturas reticuladas; em elementos
estruturais de superfície; e em elementos estruturais volumétricos.
II. Partindo-se das propriedades geométricas de elementos estruturais é possível afirmar que uma viga
consiste de um elemento de barra linear de eixo reto, normalmente disposto na horizontal, em que a flexão
é preponderante.
III. Partindo-se das propriedades geométricas de elementos estruturais é possível afirmar que um pilar
consiste de um elemento de barra linear de eixo reto, de seção transversal prismática, usualmente disposto
na vertical, em que as forças normais de compressão são preponderantes.
IV. Partindo-se das propriedades geométricas de elementos estruturais é possível afirmar que uma coluna
consiste de um elemento de barra linear de eixo reto, de seção transversal circular, usualmente disposto na
vertical, em que as forças normais de compressão são preponderantes.
(a) I apenas.
(b) II apenas.
(d) IV apenas.
II. A figura ilustra a representação de um elemento estrutural linear de eixo reto, de seção transversal
circular, em que são preponderantes as forças normais de tração axial simples.
III. Em geral, os tirantes tratam-se de elementos estruturais que fazem parte colaborante em subsistemas
de contraventamento, em estruturas de madeira.
IV. Em geral, os tirantes tratam-se de elementos estruturais que fazem parte colaborante em subsistemas
de contraventamento, em estruturas metálicas.
V. Um tirante consiste de um elemento estrutural linear de eixo reto, em que são preponderantes as forças
normais de tração axial simples.
(a) I apenas.
(b) II apenas.
(d) IV apenas.
PROPOSTA DE PESQUISA
1) Como proposta de pesquisa sobre CONSEPÇÃO ESTRUTURAL e pré-dimensionamento simplificado de
elementos estruturais de sistemas de “PÓRTICOS MLC” (MADEIRA LAMELADA COLADA), aplicado em
ANTEPROJETOS ARQUITETÔNICOS de estruturas de Pavilhões, conforme os modelos indicados no
item “3” desta apostila, recomenda-se pesquisar sobre os principais elementos constituintes no
SISTEMA ESTRUTURAL GLOBAL destes modelos, através de pesquisas em diversas publicações que
abordam temas deste assunto, tais como os livros de HEINO ENGEL; JULLIUS NATTERER; PETER &
SCHEER; PFEIL & PFEIL; dentre outras publicações sobre MLC.
Recorda-se, que para pesquisas internacionais é comum se utilizar o termo em inglês “TIMBER GLULAM
MEMBERS”, traduzido para a língua portuguesa em “Elementos Estruturais de Madeira Lamelada Colada”
(MLC), traduzida de do inglês. E o termo “TIMBER GLULAM FRAME” traduzido para “Pórticos de Madeira
Lamelada Colada”.
(a) Fonte: (HEINO ENGEL, 2003) (b) Fonte: (PFEIL & PFEIL, 2003) (c) Fonte: (HEINO ENGEL, 2003)
Figura. Exemplos em perspectivas genéricas de SISTEMAS ESTUTURIAS MLC:
(a) Perspectiva de SISTEMA ESTUTURAL com PÓRTICOS MLC tri-articulados, onde devem ser
obrigatoriamente contraventados, conforme indicações no esquema do desenho (b) apresentado
por PFEIL & PFEIL (2003);
(b) Perspectiva de representação esquemática de terças e sistemas de contraventamentos verticais,
e inclinados nos planos das coberturas interligados ao SISTEMA ESTRUTURAL RETICULADO DE
PÓRTICOS MLC tri-articulados apresentado por PFEIL & PFEIL (2003);
(c) Perspectiva de SISTEMA ESTRUTURAL com PÓRTICOS CURVOS MLC tri-articulados, onde devem
ser obrigatoriamente contraventados, conforme a mesmas indicações de contraventamento
ilustradas no esquema do desenho (b) apresentado por PFEIL & PFEIL (2003).
Tais como: