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Algumas condições clínicas influenciam os esquemas A monoterapia com isoniazida leva a resistência. A
terapêuticos. É o que ocorre em insuficiência renal crônica, resistência resulta de mutações na catalase-peroxidase e
com fármacos excretados pelo rim em forma inalterada ou mutações nos genes envolvidos na biossíntese do ácido
como metabólitos ainda ativos. Se não houver ajuste das micólico.
doses ou intervalos entre administrações, aumentarão níveis O metabolismo da isoniazida depende de fatores genéticos
séricos do fármaco, com aparecimento de efeitos tóxicos. que determinam se o indivíduo é um acetilador lento ou rápido.
Doenças hepáticas não constituem contra-indicações para Isso explica a diminuição da concentração sérica do fármaco
uso de antituberculosos, apesar de sua toxicidade sobre o nos pacientes acetiladores rápidos.
fígado. Se houver hepatite ou os níveis de transaminases A piridoxina, vitamina B6 (10 a 50 mg/dia), é
estiverem mais de 5 vezes além dos valores normais em coadministrada com isoniazida para minimizar o risco de
pacientes assintomáticos, a isoniazida deve ser suspensa. neuropatia periférica e toxicidade do SNC em pacientes
Monitora-se a função hepática durante o tratamento. desnutridos e naqueles com predisposição à neuropatia
Os sintomas da tuberculose tais como a febre, mal-estar, (acetiladores lentos, idosos, gestantes, HIV, diabéticos,
anorexia e tosse devem involuir nas 2 primeiras semanas de alcoólicos e urêmicos). As reações adversas mais comuns são
tratamento. Ao fim desse período, pacientes bacilíferos não exantema, febre, icterícia e neurite periférica.
são mais infectantes. Bi ou trimensalmente pesquisa-se
involução das lesões radiológicas. A baciloscopia é repetida • Rifampicina:
mensalmente nos doentes bacilíferos enquanto houver
espectoração. A rifampicina é um derivado semissintético da rifamicina B.
Os efeitos adversos do tratamento farmacológico É uma poderosa droga ativa por via oral, que inibe a RNA
precisam ser controlados, apesar de aparecerem em pequeno polimerase das micobactérias. Induz as enzimas do metabolismo
número de casos e terem intensidade leve a moderada, hepático.
raramente determinando interrupção do tratamento. Os Pode-se verificar rápido desenvolvimento de resistência
problemas mais comuns são náusea, vômito, epigastralgia, devido às mutações na RNA-polimerase dependente de DNA,
erupção cutânea e prurido. que reduzem a ligação do fármaco à polimerase.
Na gestação, o tratamento antituberculoso pode As reações adversas mais comuns são exantema, febre,
continuar, pois os fármacos não se mostraram teratogênicos. náuseas e vômitos. Por ser um potente indutor das CYP
Só estão contra-indicadas estreptomicina, devido à lesão do hepáticas, a rifampicina diminui a meia-vida plasmática de
oitavo par craniano, e etionamida, que pode causar muitos fármacos, tais como digoxina, quinidina, propanolol,
malformações congênitas, principalmente no primeiro verapamil, inibidores das proteases do HIV, anticoagulantes
trimestre da gravidez. orais, etc.
A eficácia dos contraceptivos orais fica reduzida
durante o tratamento antituberculoso, e um controle • Etambutol:
alternativo do planejamento familiar deve ser oferecido.
Inibe o crescimento das micobactérias através da inibição das
arabinosil transferases envolvidas na biossíntese da parede
Fármacos utilizados no tratamento da tuberculose: celular.
A resistência ao etambutol desenvolve-se muito lentamente in
Terapia farmacológica composta: vitro, mas pode resultar de mutações de aminoácidos isolados
quando administrados isoladamente.
Primeira fase = duração de dois meses - isoniazida, É necessário efetuar um ajuste da dose em pacientes com o
rifampicina, pirazinamida e etambutol. comprometimento da função renal. O efeito coalteral mais
importante consiste em neurite óptica, resultando em
Segunda fase = duração de quatro meses – isoniazida e diminuição da cuidade visual e perda da capacidade de
rifampicina. distinguir o vermelho do verde. O fármaco pode aumetar a
concentração snguínea de urato em cerca de 50% dos pacientes.
• Isoniazida:
• Pirazinamida:
Possui atividade limitada à micobactérias. É
bacteriostática para os bacilos em repouso, e bactericida A pirazinamida exibe atividade bactericida in vitro apenas na
para os microrganismos em divisão celular. Seu mecanismo presença de pH levemente ácido, o que não representa nenhum
de ação consiste em inibir a síntese de ácidos micólicos problema, visto que o fármaco mata os bacilos da tuberculose
(que são componentes exclusivos da parede celular das que residem em fagossomos ácidos dos macrófagos. Oalvo da
micobactérias) através da formação do seu metabólito pirazinamida é o gene da acidograxo sintase I das micobactérias
tóxico – o ácido isonicotínico. Portanto, tarta-se de um pró- envolvido na biossíntese do ácido micólico. Verifica-se rápido
fármaco que é metabolisado pela catalase-peroxidase desenvolvimento de resistência se a pirazinamida é utilizada
micobacteriana. O alvo específico do derivado da como única medicação.
isoniazida é o enoil-ACP redutase da acido-graxo sintase II, A lesão hepática constitui o efeito colateral mais grave da
que converte os ácidos graxos insaturados em saturadosnna pirazinamida. Antes da administração de pirazinamida, todos os
biossíntese dos ácidos micólicos. pacientes devem ser submaetidos a provas de função hepática.
2 Marcelo A. Cabral
ANOTAÇÕES EM FARMACOLOGIA E FARMÁCIA CLÍNICA
Referências Bibliográficas
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3 Marcelo A. Cabral