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REFERENCIAL DO PÓLO
DE DESENVOLVIMENTO INTEGRADO
CARIRI CEARENSE
Coordenação Geral
Francisco Mavignier Cavalcante França
Ambiente de Políticas
Coordenação do Workshop
Antônio de Castro Queiroz Serra (ETENE)
Haroldo César Frota Bezerra (Gerente do Pólo)
Equipe de Elaboração
Ricardo Lima de Medeiros Marques
Documento montado a partir dos perfis sobre o Cariri Cearense
Elaborado por diversas consultorias para o Cariri Invest
2
DOCUMENTO
REFERENCIAL DO PÓLO
DE DESENVOLVIMENTO INTEGRADO
CARIRI CEARENSE
Coordenação Geral
Francisco Mavignier Cavalcante França
Ambiente de Políticas
Fortaleza
2001
3
Obra publicada pelo
Presidente:
Byron Costa de Queiroz
Diretores:
Osmundo Rebouças
Marcelo Pelágio da Costa Bomfim
Ernani José Varela de Melo
Raimundo Nonato Carneiro Sobrinho
Depósito Legal junta a Biblioteca Nacional, conforme decreto n.º 1823, de 20 de dezembro de 1907
Copyright © by Banco do Nordeste
54 p.
CDD: 338.1
4
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO........................................ 07
1 - INTRODUÇÃO...................................... 09
1.1 - Estrutura do Documento ................. 09
1.2 - Características Gerais da Região
do Cariri........................................... 11
1.3 - Características Gerais do Pólo Cariri
Cearense.......................................... 17
2 - DIAGNÓSTICO DOS FATORES
ALAVANCADORES E RESTRITIVOS .... 23
2.1 - Discussão sobre os Temas
Específicos........................................ 23
2.1.1 - Dimensão econômica .......................... 23
2.1.1.1 - Agricultura irrigada .......................... 23
2.1.1.2 - Turismo .......................................... 30
2.1.2 - Dimensão ambiental ........................... 31
2.1.3 - Dimensão social ................................. 32
2.1.4 - Dimensão informação e conhecimento . 33
2.2 - Fatores Alavancadores e
Restritivos ........................................ 34
2.2.1 - Dimensão econômica .......................... 34
2.2.2 - Dimensão ambiental ........................... 35
2.2.3 - Dimensão social ................................. 35
2.2.4 - Dimensão informação e conhecimento . 35
3 - AÇÕES PROPOSTAS............................. 36
3.1 - Dimensão Econômica....................... 36
3.3 - Dimensão Social............................... 36
3.4 - Dimensão Informação e
Conhecimento .................................. 36
3.2 - Dimensão Ambiental........................ 36
4 - BIBLIOGRAFIA CONSULTADA ............ 37
5 - ANEXOS ............................................... 40
5
6
APRESENTAÇÃO
7
8
1 - INTRODUÇÃO 2. Ampliação dos estudos técnicos com a rea-
lização de um workshop na cidade de Juazeiro do
Norte, ocorrido no dia 27 de julho de 1999, con-
1.1 - Estrutura do Documento tando com a participação de técnicos do Banco,
do Governo do Estado do Ceará e de outras insti-
Entendendo o planejamento integrado como tuições ligadas ao agribusiness1 nacional, especi-
um processo dinâmico para o alcance do desen- almente da região Nordeste.
volvimento sustentável, o Banco do Nordeste
elaborou o presente trabalho constituído de seis O workshop compreendeu: nivelamento global
fases: dos presentes com palestras sobre agribusi-
1. Conhecimento da realidade do Pólo, envol- ness e sobre a metodologia e estratégias de
vendo: atuação nos pólos. Foi proferida também pa-
lestra sobre desenvolvimento econômico local
a) mobilização das comunidades que integram pelo professor Dr. Roberto Spolidoro, além de
o Pólo para elaboração do trabalho; visitas técnicas, reuniões paralelas de grupos
b) realização de levantamentos preliminares de trabalho sobre temas específicos. No final,
de dados e estudos técnicos sobre a área foram apresentados sumariamente os resulta-
em estudo; dos das discussões em grupo.
c) identificação das potencialidades naturais e
econômicas da Região, bem como da infra- 3. Consolidação dos dados e informações co-
estrutura existente; letadas no evento e sistematização dos resulta-
d) identificação dos pontos que se apresen- dos das discussões dos temas selecionados, ori-
tam como obstáculos à potencialização das ginando o presente documento.
atividades de toda a cadeia agroalimentar.
FIGURA 1
LANÇAMENTO DO PÓLO CARIRI CEARENSE EM JUAZEIRO DO NORTE
1
Agribusiness - Negócio agropecuário que corresponde à
soma total de operações de produção e distribuição de
suprimentos (insumos), operações de produção nas unida-
des rurais e o armazenamento, processamento e distribui-
ção dos produtos e itens produzidos por ele.
9
4. Realização de outros eventos no Pólo, os • Prefeitura Municipal de Milagres (CE).
quais terão como objetivo a apresentação do • Prefeitura Municipal de Jardim (CE).
presente documento referencial ao Governo do • Prefeitura Municipal de Porteiras (CE).
Estado, à iniciativa privada e lideranças políticas • Programa das Nações Unidas para o
e sociais. Nessas oportunidades serão também Desenvolvimento (Pnud).
firmados os compromissos de apoio governamen- • Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Em-
tal, bem como do engajamento dos demais ór- presas (Sebrae).
gãos, da sociedade civil organizada e dos agentes • Federação da Agricultura do Ceará (Faec).
produtivos atuantes nos municípios do Pólo. • Universidade Federal do Ceará (UFC).
5. Criação da gerência do Pólo (empreendi- • Universidade Regional do Cariri (Urca).
mento integrado), do conselho de articulação e • Escola Agrotécnica do Crato.
da equipe executiva local. • Instituto Brasileiro do Meio Ambiente
6. Execução dos trabalhos pela sociedade lo- (Ibama).
cal, pelas instituições públicas envolvidas e pelos • Centro Regional de Ensino Tecnológico
agentes produtivos, sob a coordenação de um (Centec).
gerente indicado pelo Banco do Nordeste. • Outros produtores, suas associações e re-
Os estudos técnicos realizados pelo Banco e presentações.
por outras instituições, juntamente com as in- Naquele encontro, foram abordados diversos
formações colhidas no workshop, serviram de aspectos da realidade do Pólo, levantando-se
base para a elaboração desta proposta. fatores alavancadores e restritivos que afetam
O caráter multidisciplinar e multiinstitucional sua sustentabilidade, identificando, também, as
adotado e a participação democrática de todos possíveis contribuições de cada agente para a
os agentes da comunidade nas discussões permi- consecução dos objetivos propostos.
tiram gerar um documento que reflita a realidade Para a sistematização dos temas tratados e
do Pólo e o balizamento das ações voltadas para discutidos, o público-alvo do encontro foi dividido
o desenvolvimento da Região. Estiveram presen- em equipes multidisciplinares e multiinstitucio-
tes representantes das seguintes instituições: nais que abordaram temas referentes às dimen-
• Banco do Nordeste do Brasil S.A. sões econômica, social, ambiental, informação e
• Banco do Brasil S.A. conhecimento.
• Departamento Nacional de Obras Contra as A promoção do encontro em Juazeiro do Nor-
Secas (Dnocs). te e, em continuidade, o desenvolvimento de
• Secretaria de Desenvolvimento Rural do ações para implementação das sugestões conti-
Estado do Ceará (SDR - CE). das neste trabalho refletem a decisão do Banco
• Secretaria do Planejamento do Estado do do Nordeste, do Governo do Estado do Ceará e
Ceará (Seplan - CE). do Ministério do Planejamento e Orçamento de
• Secretaria de Ciência e Tecnologia do Esta- proporem, em articulação com a sociedade civil,
do do Ceará (Secitece). formas ágeis e efetivas para a solução dos pro-
• Secretaria dos Recursos Hídricos do Estado blemas regionais.
do Ceará (SRH - CE). Nesse sentido, cabe registrar a valiosa contri-
• Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuá- buição dos participantes do primeiro workshop
ria (Embrapa). do Pólo Cariri Cearense, responsáveis diretos
• Prefeitura Municipal de Juazeiro do Norte pelo sucesso dos trabalhos.
(CE). Entretanto, para os desdobramentos deste
• Prefeitura Municipal de Crato (CE). documento referencial, faz-se também impres-
• Prefeitura Municipal de Barbalha (CE). cindível a ação conjunta do Banco e de todos os
• Prefeitura Municipal de Santana do Cariri parceiros envolvidos com o processo de desen-
(CE). volvimento sustentado do Nordeste e, em parti-
• Prefeitura Municipal de Abaiara (CE). cular, do Cariri cearense, uma vez que, para a
• Prefeitura Municipal de Missão Velha (CE). superação dos obstáculos ao desenvolvimento da
• Prefeitura Municipal de Brejo Santo (CE). área, são exigidas diferentes competências e
• Prefeitura Municipal de Mauriti (CE). recursos.
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FIGURA 2
PLATÉIA NO LANÇAMENTO DO PÓLO CARIRI CEARENSE EM JUAZEIRO DO NORTE
11
FIGURA 3
CHAPADA DO ARARIPE COM VISTA PARCIAL DO VALE DO CARIRI
bro, verifica-se um déficit de umidade. De modo ou igual a 18oC. A precipitação do mês mais seco
geral, a região tem um clima aparentemente é menor que 30mm.
homogêneo, com chuvas de dezembro a maio e
com apenas um regime de chuvas. Solo
Também em relação à vegetação, a região
configura-se aparentemente homogênea, com Em termos de disponibilidade de solos o Pólo
exceção da Floresta Nacional do Araripe, que é Cariri Cearense é um dos mais bem aquinhoados.
uma mata preservada, antiga e exuberante. São solos profundos, bem drenados, que têm
Na classificação climática dos municípios da uma pequena restrição de fertilidade. Essa restri-
região do Cariri, segundo Thornthwaite & Mather ção, no entanto, não impede o seu uso de forma
(1955) ocorrem os seguintes tipos de clima: A) racional. Na verdade, são solos que podem ser
semi-árido, com pequeno ou nenhum excesso explorados por culturas diversas, especialmente
hídrico, megatérmico e a concentração dos me- fruteiras. De forma geral, os melhores solos es-
ses de verão inferior a 48% da evapotranspira- tão situados dentro da região úmida e têm um
ção total. B) Clima C1wA’a’: seco e subúmido, relevo suave ondulado. Nesta área também estão
com moderado excesso hídrico no inverno, me- disponíveis aqüíferos com grande potencial de
gatérmico e a concentração dos meses de verão uso com irrigação.
inferior a 48% da evapotranspiração total. C)
Clima C2s2A’a’: úmido e subúmido, com grande Recursos Hídricos
deficiência hídrica no verão, megatérmico e a
concentração dos meses de verão inferior a 48% Os recursos hídricos do Pólo Cariri Cearense
da evapotranspiração total. são formados pelos açudes públicos, relaciona-
Segundo Dnmet (l969), os climas são: a) BW: dos na TABELA 1, e pelos aqüíferos subterrâ-
muito seco, onde a evapotranspiração supera a neos, cujos poços perfurados, até 1992, são a-
precipitação. A precipitação do mês mais seco é presentados na TABELA 2. A situação dos açudes
menor que 30mm. B) Aw: tropical chuvoso, onde revela capacidade total de acumulação de 171
a temperatura média do mês mais frio é maior milhões de m3 . Vale ressaltar que o volume mor-
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to total (volume não disponível para irrigação) presenta a quase totalidade da bacia, sendo sua
dos açudes representa, aproximadamente 8,6 maioria composta por gnaisses, granitos, migma-
milhões de m3. titos, homogêneos e heterogêneos, com apenas
Dos açudes públicos destacam-se: Atalho 14,6% representada por terrenos sedimentares
(Brejo Santo), Quixabinha (Mauriti), Thomaz Os- (IPLANCE, 1995). O município do Pólo por ela
terne Alencar (Crato), Gomes (Mauriti). Os dois abrangido é o de Santana do Cariri e o principal
primeiros são, até o momento, os mais utilizados rio é o rio Cariús.
para fins de irrigação. A outra bacia é a do rio Salgado, que se des-
Os municípios da região do Cariri estão situa- loca no sentido norte-sul, até encontrar o rio
dos dentro de duas bacias hidrográficas. Uma Jaguaribe. De suas nascentes à foz, percorre
delas, a bacia do Alto Jaguaribe, que se localiza cerca de 308 km, abrangendo área de 12.216
na porção meridional do Estado, a montante do km2. Seus formadores originaram-se na Chapada
açude de Orós, seu principal reservatório. De do Araripe, onde o rio alcança declividades mais
suas nascentes à barragem do mencionado açu- elevadas (>70%), que no talvegue variam entre
de percorre 325 km, abrangendo área de 24.538 0,1 e 8%, sendo a média mantida em 0,18%. Na
km2, correspondendo a 16,75% do território es- porção sul da bacia verificam-se expressivas o
tadual e 34,06% da área drenada pelo rio Jagua- corrências de terrenos sedimentares que consti-
ribe. A bacia caracteriza-se pela ausência de es- tuem cerca de 47% do seu total (IPLANCE,
coamento perene e de cotas altimétricas variá- 1995). Os municípios do Pólo Cariri que formam
veis entre 200 e 400 m, sendo os valores mais esta bacia são: Crato, Juazeiro do Norte, Missão
elevados concentrados nas suas cabeceiras. A Velha, Barbalha, Jardim, Porteiras, Brejo Santo,
declividade da bacia varia entre 0,03 e 2,5%, Mauriti, Milagres, Abaiara.
com média em torno de 0,06%. O cristalino re-
FIGURA 4
CACHOEIRA DE MISSÃO VELHA
13
TABELA 1
AÇUDES PÚBLICOS DA REGIÃO DO CARIRI
Acumulação Volume morto % Reserva
Nº Açude Município
(1.000m3) (1.000m3) hídrica
1 Atalho Brejo Santo 108.250 7.500 33,25
2 Gomes Mauriti 2.394 23 79,99
3 Quixabinha Mauriti 31.782 500 32,80
4 Tomaz O. Alencar Crato 28.787 605 59,60
Total 171.213 8.628
FONTE: Informações coletadas no Dnocs no dia 04/08/97.
TABELA 2
DISTRIBUIÇÃO DE POÇOS TUBULARES PÓLO CARIRI CEARENSE
Chapada do Araripe Cariri Sertão do Cariri
Município Nº de poços Município Nº de poços Município Nº de poços
Jardim 8 Porteiras 14
Santana do Cariri 9 Barbalha 47 Abaiara 21
Missão Velha 53 Mauriti 56
Crato 152 Brejo Santo 59
Juazeiro do Norte 204 Milagres 59
9 464 209
FONTE: Ceará (1992).
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reservas subterrâneas deve ser observado o pe- sil, 1996). Esta vazão aumentaria os recursos hí-
ríodo de tempo para sua exploração. dricos para irrigação na região.
Os municípios que compõem as duas bacias Um problema que ocorre com a água de su-
subterrâneas do Cariri apresentam déficit hídrico perfície é a sua poluição e conseqüente uso na
anual médio, segundo o balanço hídrico de irrigação. Os rios Granjeiro e Batateira, após sua
Thornthwaite & Mather (1955), de 662mm. O origem nas fontes do sopé da Chapada do Arari-
balanço hídrico de um município é baseado em pe, recebem os dejetos da cidade do Crato (resí-
dados de precipitação e evapotranspiração po- duo hospitalar, doméstico, industrial), atraves-
tencial, e permite quantificar e determinar os sam a cidade de Juazeiro também recebendo
meses em que ocorre deficiência de água no solo mais dejetos, servindo, então, como fonte de
para o pleno desenvolvimento da maioria das abastecimento de vários pequenos projetos de
culturas, sendo necessário o uso de irrigação irrigação situados às suas margens e também de
para suprir este déficit. uma horta comunitária mantida pela Prefeitura
Se for considerado apenas o volume renovável de Juazeiro. Seria necessário que fossem toma-
anualmente (129,5 milhões de m3), as águas das providências quanto aos resíduos despejados
subterrâneas da região poderiam irrigar, aproxi- nos mananciais, prevenindo o aparecimento de
madamente, 19.562 ha. Para período de explora- doenças relacionadas à saúde dos irrigantes e
ção de 50 anos, que possibilitaria consumo de dos consumidores, principalmente de hortaliças.
2% ao ano das reservas permanentes (1,771 A horta comunitária da comunidade Sabiá, lo-
bilhão de m3), somados com a recarga anual, a calizada a 9 km do centro de Juazeiro, abastece
área irrigada seria de 287.085 ha. Com taxa de de cebolinha o mercado do município e de outras
exploração constante anual de 1% das reservas cidades da região, utilizando água do rio Salgado
(885,5 milhões de m3), adicionados à recarga para irrigação.
anual, a área irrigada seria então de 153.323 ha, As águas subterrâneas, no entanto, não estão
para período de esgotamento das reservas em excluídas do processo de poluição. Se a irrigação
100 anos. Estes números são para utilização ex- não for bem manejada e ocorrer desperdício,
clusiva da água subterrânea para irrigação, sem certamente importantes reservas hídricas do Ca-
considerar o abastecimento urbano ou industrial. riri também serão contaminadas com agrotóxi-
A vazão liberada dos açudes públicos é da or- cos, resíduos de adubos e vinhoto.
dem de 1,1m3/s, ou seja, 3.960m3/hora, corres- A população de Juazeiro é abastecida de água
pondendo a um volume anual de 34.689.600 m3. subterrânea de poços tubulares de 400 m de
O déficit hídrico anual médio para toda a região profundidade, sendo que a população que reside
do Cariri é de 706mm, o que resultaria em área na zona rural é suprida por sistema de adutoras
irrigada de 4.913 ha a partir do volume anual provenientes destes poços de, aproximadamente,
liberado. 30 km.
A estimativa de área irrigada a partir de poços A qualidade da água para fins de irrigação é
do tipo cacimbão e poços da região de embasa- bastante variada. Em geral, os poços tipo cacim-
mento cristalino, cuja vazão é 2 a 3m3/h, com bão visitados apresentavam água salobra; no
déficit hídrico anual médio de 706mm, correspon- entanto, a cultura que estava sendo irrigada era
deria a área irrigada variando de 2,48 a 3,72 ha o algodão, que é uma das mais tolerantes à sali-
por poço, com 24 horas de funcionamento diário. nidade da água de irrigação. No caso das águas
No projeto de transposição do rio São Francis- de superfície, sua qualidade vai piorando ao lon-
co, está prevista a barragem de Cachoeirinha, no go do ano devido à concentração de sais causa-
leito do riacho dos Porcos, que, além da função da pela evaporação. Quanto às águas subterrâ-
de gerar energia, irá derivar água para a região neas, sua qualidade para irrigação varia menos
do Cariri. A partir desta barragem as águas seriam ao longo do tempo.
conduzidas pelo riacho dos Porcos até o rio Salga- Coletou-se amostra de água de um poço tubu-
do, beneficiando diretamente os municípios de lar, no Município de Barbalha, e o resultado, em
Jati, Brejo Santo, Mauriti, Milagres, Missão Velha, anexo, foi uma água sem restrição para o uso
Aurora e Lavras da Mangabeira. Com a implanta- em irrigação até de fruteiras, que são as culturas
ção integral do projeto está prevista vazão deriva- menos tolerantes à salinidade e sodicidade. No
da para áreas do Cariri na ordem de 15m3/s (Bra- entanto, tratando-se de água de boa qualidade,
15
esta deve ser bem manejada para que no futuro irrigadas visitadas, em grande medida, não foi
não traga problemas para o solo e para a cultura. realizada análise de água.
Vale ressaltar que todo projeto de irrigação
deve ser iniciado com análise de água. Nas áreas
FIGURA 5
LOCALIZAÇÃO DO PÓLO CARIRI CEARENSE NO SEMI-ÁRIDO NORDESTINO
PI
MA
CE
RN
PB
PE
AL
SE
BA
MG
16
1.3 - Características Gerais do Pólo Cariri tes no Cariri, correspondendo a 7,38% do total
Cearense do Estado (TABELA 3). O período de 1991-96, a
população da região cresceu 0,85% ao ano, mui-
Demografia to aquém da taxa observada para o Estado como
um todo (1,35% a.a). Além de crescer menos
A contagem populacional realizada pelo Insti- que o Estado, alguns municípios do Pólo Cariri
tuto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Cearense registraram redução populacional, co-
em 1996, indicou população de 502.271 habitan- mo foi o caso de Abaiara.
FIGURA 6
VISTA PANORÂMICA DA IGREJA NOSSA SENHORA DAS DORES (MATRIZ)
TABELA 3
CARIRI – POPULAÇÃO RESIDENTE E NÚMERO DE DOMICÍLIOS EM 1991 E 1996
Número de Domicílios População Residente
1991 1996 1991 1996
Municípios
Nºs. Estrut. Nºs. Estrut. Nºs. Estrut. Nºs. Estrut.
Absolut. % Absolut. % Absolut. % Absolut. %
Abaiara 1.597 0.94 1.644 0,87 7.889 0,97 7.489 0,88
Barbalha 7.546 4,44 9.155 4,84 38.430 4,73 43.296 5,11
Brejo Santo 6.992 4,11 7.677 4,06 33.721 4,15 34.838 4,11
Crato 19.085 11,22 21.655 11.46 90.519 11.15 95.521 11,27
Jardim 4.713 2,77 5.180 2,74 23.964 2,95 25.006 2,95
Juazeiro do Norte 37.055 21,79 42.562 22,53 173.566 21,37 189.423 22,36
Mauriti 7.262 4,27 7.972 4,22 37.153 4,58 38.377 4,53
Milagres 4.971 2,92 5.212 2,76 24.187 2,98 24.138 2,85
Missão Velha 6.026 3,54 6.399 3,39 29.228 3,60 29.539 3,49
Porteiras 3.022 1,78 3.193 1,69 15.027 1,85 15.154 1,79
Total do Pólo (a) 98.269 100,00 110.649 100,00 473.684 100,0 502.781 100,0
Total do Estado (b) 1.344.962 1.537.130 6.366.647 6.809.794
a/b, em % 7,31 7,20 7,44 7,38
FONTE: IBGE (1991); IBGE (1996).
17
A população da região apresenta certa con- TABELA 4
centração nas cidades de Juazeiro do Norte, Cra-
DISTÂNCIAS DA CIDADE DE JUAZEIRO DO
to e Barbalha, que totalizavam 328.240 habitan-
NORTE PARA AS CAPITAIS NORDESTINAS
tes, em 1996, representando 65,52% do total do
Cariri. Juazeiro do Norte, com 189,4 mil habitan- CAPITAL DISTÂNCIA (km)
tes, é o município interiorano mais populoso do Aracaju 702
Estado e um dos maiores, em termos populacio- Fortaleza 528
nais, entre todos os municípios do Nordeste, ex- João Pessoa 631
cetuando-se as capitais. Maceió 757
Em 1996, a região do Cariri possuía 110.649 Natal 648
domicílios, correspondendo a 7,20% do total do Recife 658
Ceará. Em decorrência do menor crescimento Salvador 866
populacional em relação ao Estado, o Cariri tam- São Luís 1.029
bém experimentou menor expansão no número Teresina 593
de domicílios entre 1991 e 1996, tendo esta vari- FONTE: Geomapas (1996).
ável crescido 2,13% a.a., enquanto para o Esta-
do o crescimento foi de 2,71% ao ano. Segundo estimativas do IPLANCE (1997), o
Produto Interno Bruto (PIB) do Pólo Cariri Cea-
Aspectos Econômicos rense, medida do valor dos bens e serviços finais
produzidos, atingiu o montante de R$ 1.049,3
O Cariri tem como eixo central o aglomerado milhões, equivalente a 6,10% do produto estadu-
urbano formado pelas cidades vicinais de Juazei- al. No mesmo ano, a renda por habitante da regi-
ro do Norte, Crato e Barbalha, que ficam a uma ão alcançou R$ 2.021, correspondendo a 80,04%
distância média de aproximadamente 700km das da renda média do cearense (TABELA 5).
capitais nordestinas. A soma do produto gerado pelos municípios
A posição estratégica da região a transforma de Juazeiro do Norte (R$ 500,2 milhões), Crato
num importante pólo comercial do Nordeste, com (R$ 226,8 milhões) e Barbalha (R$ 73,4 milhões)
fácil acesso a um mercado de mais de 40 mi- chegou, em 1996, a R$ 800,4 milhões, corres-
lhões de consumidores. pondendo a 79,72% do total do Pólo. Como es-
A distância de Juazeiro do Norte para as capitais ses municípios detinham cerca de 65,52% da
nordestinas está apresentada na tabela abaixo: população do Pólo, constata-se uma concentra-
ção de renda nos três municípios citados. Aliás,
TABELA 5
CARIRI – POPULAÇÃO, PIB E PIB PER CAPITA
População PIB per-capita
Municípios PIB R$ mil de 1996
1996 R$ 1 de 1996
Abaiara 7.489 14.198,69 1.896
Barbalha 43.296 73.394,23 1.695
Brejo Santo 34.838 55.103,52 1.582
Crato 95.521 226.795,09 2.374
Jardim 25.006 24.732,52 989
Juazeiro do Norte 189.423 500.248,02 2.641
Mauriti 38.377 47.442,64 1.236
Milagres 24.138 37.978,78 1.573
Missão Velha 29.539 34.027,46 1.152
Porteiras 15.154 17.584,60 1.160
Santana do Cariri 16.300 17.797,96 1.092
Total da Região (a) 519.081 1.049303,51 2.021
Total do Estado (b) 6.809.794 17.191.820,71 2.525
A/b, em % 7,62 6,10 80,04
FONTE: IPLANCE (1997).
18
esse fenômeno também se repete para outras das, em Barbalha, com suas águas detentoras de
regiões do Ceará e até com maior intensidade, propriedades medicinais (sais minerais), os de
como é o caso da Região Metropolitana de Forta- Granjeiro, Cascata, Serrano e Nascente, no Crato
leza, que detém 63,9% da renda e representa e mais recentemente, o Arajara Park em Barbalha.
37,9% da população. A serra do Araripe abriga um dos mais ricos
No setor industrial, segundo informações da sítios arqueológicos do País, o qual, em virtude
Secretaria da Fazenda do Estado, em 1996, exis- da falta de recursos públicos e do pouco interes-
tiam no Pólo Cariri Cearense 868 estabelecimen- se da iniciativa privada por projetos culturais e
tos, correspondendo a 7,8% do total estadual científicos, não foi ainda devidamente divulgado
(TABELA 6). Quase metade dessas indústrias e explorado pela comunidade científica nacional
encontra-se em Juazeiro do Norte, onde se reúne e local.
o maior parque industrial da região. Por outro Ademais, a região é rica em trabalhos artesa-
lado, o consumo industrial de energia elétrica, nais. Artigos em cipó, fibra, palha, tecelagem,
indicador que reflete com razoável aproximação metal e ourivesaria, dentre outros, são bastante
o nível de produção industrial, alcançou, em procurados pelos visitantes. Porém, o ponto de
1997, 41.835 Mwh, ou 3,0% do total estadual. maior atração turística da região encontra-se em
Quanto ao turismo, o Cariri possui reconheci- Juazeiro do Norte. Trata-se da Serra do Horto,
do acervo paisagístico, combinado com o clima que, além de oferecer uma vista panorâmica de
agradável de uma região serrana. Como opções todo o vale caririense, abriga a estátua do Padre
turísticas podem ser citados os balneários de Cal- Cícero2, que atrai devotos de várias procedências.
FIGURA 7
SERRANO ATLÉTICO CRATENSE
2
Inaugurada em 01/11/69, a estátua do Padre Cícero, com
27 m de altura, é considerada a terceira maior do mundo,
depois do Cristo Redentor e da Estátua da Liberdade. Para
se ter uma idéia de seu colossal tamanho, o Cristo Reden-
tor, a maior estátua do mundo, mede 30 m de altura. A
escultura de bronze do deus Apolo, a quarta maravilha do
mundo antigo, destruída por um terremoto em 224 A.C.,
tinha 32 m de altura.
19
O setor de serviços do Cariri, segundo dados ta predominam estabelecimentos de médio por-
do IPLANCE (1996), contava com 6.867 estabe- te, sobretudo lojas, mercearias, padarias, quitan-
lecimentos comerciais, dos quais 6.635 do subse- das, açougues, bares e outros.
tor varejo (8% do Estado) e 232 estabelecimen- Vale informar, ainda, que em 1997 o Pólo Ca-
tos do subsetor atacadista (7,3% do Estado, co- riri Cearense possuía 32.446 veículos, cerca de
mo mostrado na TABELA 7). No subsetor varejis- 6,0% da frota estadual. Em 1996, havia 24.542
TABELA 6
CARIRI – INDICADORES ECONÔMICOS I
Consumo Cons.
Consumo N° Estabele-
Industrial Comercial Frota de Telefones
Total Energia cimentos
Municípios Energia Energia Veículos Instalados
Elétrica Industriais
Elétrica Elétrica 1997 1996
1997 - Mwh 1997 - Mwh 1996 1997 - Mwh
Abaiara 1.676 43 1 65 106 128
Barbalha 38.578 20.525 60 2.520 1.766 1.520
Brejo Santo 12.819 388 27 1.926 2.275 1.512
Crato 55.740 7.420 166 9.292 9.072 6.908
Jardim 3.490 92 6 349 665 480
Juazeiro do Norte 111.797 12.597 543 19.484 15.972 11.418
Mauriti 9.196 99 17 520 683 740
Milagres 6.980 330 20 766 829 740
Missão Velha 7.328 230 17 502 589 672
Porteiras 2.402 16 2 169 265 232
Santana do Cariri 2.636 95 9 180 224 192
Total do Pólo (a) 252.642 41.835 868 35.773 32.446 24.542
Total do Estado (b) 4.778.358 1.387.522 11.068 834.677 539.846 413.880
a/b, em % 5,3 3,0 7,8 4,3 6,0 5,9
FONTE: Informações colhidas junto à Companhia de Eletricidade do Ceará (Coelce), Departamento de Trânsito (De-
tran/CE), Secretaria da Fazenda (Sefaz) e Telefonia do Ceará (Teleceará).
FIGURA 8
MAQUETE DA IGREJA BOM JESUS DO HORTO
20
telefones fixos instalados na região, correspon- beneficiados com as maiores parcelas os municí-
dendo a 5,9% do total estadual. Isoladamente, o pios de Juazeiro do Norte (36,34%), Crato
Município de Juazeiro do Norte concentrava (12,24%), Mauriti (8,16%), Barbalha (7,34%) e
49,23% da frota de veículos e 46,52% dos tele- Missão Velha (6,53%).
fones instalados no Cariri (TABELA 6). Por outro lado, o repasse do ICMS feito aos
De acordo com a Secretaria da Fazenda do municípios da região alcançou, em 1997, R$ 16,4
Estado, a arrecadação do Imposto sobre Circula- milhões, valor equivalente a 5,2% do total trans-
ção de Mercadorias e Serviços (ICMS) do Pólo, ferido para todos os municípios do Estado.
em 1997, atingiu R$ 27,7 milhões, valor equiva- Apesar das potencialidades identificadas, a
lente a 2,5% do total recolhido no Estado. Mais região apresenta pontos de estrangulamento de
uma vez, Juazeiro do Norte respondeu pela maior caráter geral. Nos capítulos seguintes deste
parcela (56,66%) desse tributo no Pólo, vindo em documento, serão analisados, com maior pro-
segundo lugar o Crato, com 33% (TABELA 7). fundidade, os fatores alavancadores e restriti-
A região recebeu, em 1997, R$ 40,07 milhões vos do Pólo Baixo Cariri Cearense, bem como
do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), as ações recomendadas para potencializar seu
correspondendo a 7,4% do total das transfe- desenvolvimento.
rências feitas a todos os municípios do Estado.
Segundo os critérios de repasse do FPM, foram
TABELA 7
CARIRI – INDICADORES ECONÔMICOS II
Arrecadação Valor Repasse do No. Estabelecimentos
FPM
ICMS Adicionado ICMS Comerciais
Municípios 1997
1997 Do ICMS (*) 1997 1996
R$ mil
R$ 1,00 1996 R$ 1,00 R$ mil Atacado Varejo
Abaiara 33.543 3.284.265 981,2 507,7 0 43
Barbalha 1.132.979 20.879.085 2.943,6 1259,8 12 419
Brejo Santo 1.030.726 11.522.357 2.616,5 919,5 23 408
Crato 9.172.085 79.539.106 4.906,0 3786,5 65 1.363
Jardim 32.960 1.185.973 2.289,5 455,8 1 148
Juazeiro do Norte 15.749.199 135.199.382 14.565,8 6940,0 119 3.323
Mauriti 259.092 4.621.905 3.270,7 596,9 2 304
Milagres 161.164 3.699.307 2.289,5 486,9 4 195
Missão Velha 178.115 5.462.942 2.616,5 629,0 6 265
Porteiras 16.781 563.755 1.635,3 425,1 0 69
Santana do Cariri 26.891 974.478 1.962,4 440,9 0 98
Total do Pólo (a) 27.793.535 266.932.555 40.077,0 16.448,1 232 6.635
Total do Estado (b) 1.108.727.694 5.405.923.201 542.338,8 314.562,2 3.172 82.388
a/b, em % 2,5 4,9 7,4 5,2 7,3 8,0
FONTE: Informações colhidas junto à Sefaz e Tribunal de Contas dos Municípios
(*) Corresponde à diferença apurada, por estabelecimento, entre o valor auferido na venda de produtos e o custo de aqui-
sição de matérias-primas e insumos e é utilizado como base tributária para o cálculo do ICMS devido.
21
FIGURA 9
VISTA PANORÂMICA DO HORTO EM JUAZEIRO DO NORTE
22
2 - DIAGNÓSTICO DOS FATORES ALAVAN- cultivada, de acordo com a Secretaria Municipal
CADORES E RESTRITIVOS de Agricultura e o Escritório local da Empresa de
Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater).
Além dos municípios citados, a irrigação é prati-
2.1 - Discussão sobre os Temas Específicos cada em áreas expressivas em Barbalha, Brejo
Santo e Mauriti.
2.1.1 - Dimensão econômica
A área total irrigada do Cariri é de 7.185ha, se-
2.1.1.1 - Agricultura irrigada gundo dados coletados junto ao Instituto Brasilei-
ro de Geografia e Estatística (IBGE), Ematerce e
Área prefeituras municipais, aí incluindo-se os 5.000ha
de cana-de-açúcar, boa parte dos quais em áreas
Os dados de área irrigada são sempre confli- de baixadas e irrigados sem nenhuma técnica.
tantes, pois até o momento não foi realizada Os projetos de agricultura irrigada estão for-
pesquisa capaz de diferenciar o que é realmente temente associados ao apoio financeiro do Banco
irrigado do que é apenas molhado. do Nordeste à atividade. O montante liberado
A área irrigada em Juazeiro, segundo o secre- ainda é incipiente porque a demanda também é
tário municipal de Agricultura, corresponderia a pouca. O Banco mantém programa específico -
100ha. Para a Regional da Ematerce do Crato, as Programa de Irrigação (PROIR) no âmbito ao
percentagens de áreas irrigadas em relação às Fundo Constitucional do Nordeste (FNE) para
áreas cultivadas seriam as seguintes: Crato, 10% atender à agricultura irrigada, dispondo igual-
(3.000ha); Santana do Cariri, 1% (200ha); e mente de outras fontes.
Jardim, 1% (200ha). O escritório da Ematerce
em Missão Velha estima entre 3% (1.200ha) e Métodos de Irrigação
5% (2.000ha) a área irrigada no município. No
Município de Várzea Alegre, as áreas irrigadas O sistema de irrigação predominante nos mu-
representam menos de 1% (180ha) da área total nicípios visitados na parte oeste do Cariri é a
FIGURA 10
FAZENDA GERMANA – MUNICÍPIO DE BREJO SANTO
23
aspersão convencional utilizando canhão, com o Nos municípios da parte oriental da região,
sistema quase sempre mal manejado. É utilizado também predominam sistemas de irrigação por
também o sistema de irrigação por superfície, aspersão, utilizando canhão nos plantios de cana-
principalmente na cultura da bananeira (municí- de-açúcar de Barbalha e Missão Velha e asperso-
pios de Crato, Barbalha e Santana do Cariri) e res convencionais nas áreas de pequenos produ-
em encostas, sendo também montado empirica- tores nos municípios de Brejo Santo e Mauriti. Em
mente, sem nenhum controle da água fornecida Brejo Santo, muitos pequenos produtores possu-
à cultura e com grande desperdício. em kits de irrigação por aspersão adquiridos com
As tubulações dos sistemas de irrigação ge- o apoio da Companhia Souza Cruz, para irrigar
ralmente foram doadas por algum programa go- plantios de fumo, e que hoje são utilizados para
vernamental e se encontram em regular estado irrigar culturas de algodão, olerícolas e banana.
de conservação. Como não recebem manuten- Algumas áreas próximas aos cursos d’água,
ção constante, há muitas perdas na condução com solos bastante argilosos, ocupados sobretu-
da água e na parcela a ser irrigada. A avaliação do com plantio de bananeira, são irrigadas por
de funcionamento destes sistemas não é feita sulcos. A área irrigada por sistemas de microas-
regularmente. persão ainda é pequena, limitando-se a alguns
É importante destacar que a potência dos mo- plantios de fruteiras (banana e manga, princi-
tores instalados na maioria das propriedades palmente) no Município de Mauriti.
visitadas está acima das reais necessidades do
sistema de irrigação. Foi observado consumo Manejo da Irrigação
variando de 1,18 CV/ha até 3,75 CV/ha. Para os
sistemas de irrigação por aspersão, o consumo Quanto ao manejo da irrigação, observou-se
varia entre 1,0 e 1,5 CV/ha; para a irrigação loca- que, com exceção do sistema de irrigação por
lizada o consumo é de 0,6 a 1,0 CV/ha, dados microaspersão utilizado na Fazenda Canpal, em
estes que devem ser avaliados quanto ao custo da Mauriti, em nenhum outro local visitado existe
energia elétrica e produção das culturas irrigadas. irrigação embasada em técnicas adequadas. Na
maioria das vezes, o irrigante sequer conhece a
FIGURA 11
PROJETO FRUTIVIDA – MUNICÍPIO DE BREJO SANTO
24
vazão e a taxa de aplicação de água de seu sis- pal de Agricultura, 60% da zona rural está eletri-
tema de irrigação por aspersão tampouco são ficada, principalmente pelo projeto São José. Em
realizadas quaisquer avaliações dos sistemas nenhuma das áreas observa-se outra fonte de
pelos técnicos da região. Também foi observado energia alimentando sistemas de irrigação.
que, em geral, os técnicos envolvidos com agri- A inexistência de laboratórios de análises de
cultura irrigada na região não estão adequada- solos e de água no Cariri pode ser um entrave à
mente treinados para identificar os problemas atividade irrigada, especialmente quando crescer
existentes e repassar as recomendações aos irri- o número de projetos de irrigação que potenci-
gantes. Tal fato merece maior atenção de todos almente a região tem capacidade de suportar.
os interessados, sob pena de se aumentar a área
irrigada repetindo os mesmos erros de outras Recursos Humanos
regiões, com conseqüências negativas, tais co-
mo: baixa eficiência de uso da água, salinização Os produtores dos municípios da parte ociden-
do solo e baixa produtividade das culturas. tal da região apresentam baixa escolaridade.
Geralmente são pessoas que vivem exclusiva-
Infra-Estrutura mente na propriedade e da sua renda; no entan-
to, não a vêem como empresa agrícola. Isso po-
A potência instalada nas subestações de e- de dificultar o processo de adoção e/ou domínio
nergia elétrica da região do Cariri é da ordem de de tecnologias inovadoras. Na parte oriental,
77,00 MVA, segundo a Coelce, com capacidade todos os produtores entrevistados possuíam o 1º
ociosa de 40%, o que possibilitaria a irrigação de grau completo.
28.000 ha, considerando consumo médio de 1,1 Na região do Cariri, não há técnicos pós-
Kwh/ha irrigado. graduados em irrigação e os maiores especialis-
Nas áreas, onde existem bons solos para irri- tas encontram-se na Emater, Regionais do Crato
gação, apresentam eletrificação trifásica. No Mu- e Brejo Santo, que elaboram e implantam os
nicípio de Juazeiro, segundo o secretário munici- projetos, com auxílio de técnicos agrícolas de
FIGURA 12
CULTURA DA MANGA
25
cada escritório local, responsáveis pelo manejo beneficiamento de sementes, que, no momento,
das culturas irrigadas. Os agrônomos e os técni- beneficia sementes de algodão.
cos agrícolas da Emater envolvidos com irrigação Em 1999 instalou-se na região a Empresa Bra-
foram reciclados recentemente. Existe o proble- sileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) para
ma de deslocamento dos técnicos até as áreas dar continuidade nas pesquisas que foram feitas
irrigadas devido à falta de veículos da Emater. pela Epace, Instituição extinta pelo Governo do
Estado do Ceará.
Pesquisa
Culturas Irrigadas
O setor de pesquisa estadual encontra-se atu-
almente parado em vista da decisão do Estado Na TABELA 8 são apresentadas as principais
de extinguir a Empresa de Pesquisa Agropecuária culturas irrigadas no Pólo Cariri Cearense e os
do Estado do Ceará (Epace). municípios onde a atividade tem maior expressão.
O Departamento de Pesquisa do Cariri, em
Barbalha, unidade da Epace, realizou trabalhos Cana-de-açúcar
com as seguintes culturas irrigadas: cana-de-
açúcar, feijão, algodão, arroz e fruticultura (ci- É a cultura irrigada que ocupa hoje a maior
tros, goiaba, manga, graviola e mamão). Para a área na região do Cariri, em parte devido à tradi-
condução desses trabalhos, a Epace contou com ção e principalmente à existência de grandes e
cinco pesquisadores, dois com mestrado (nas pequenas agroindústrias que processam o produ-
áreas de Fitotecnia e Solos) e três com curso to. Segundo estimativas de técnicos da Epace e
superior em Agronomia. O Departamento de da Emater, a área cultivada (e irrigada) de cana
Pesquisa do Cariri possuía campos experimentais no Cariri é de aproximadamente 5.000ha, con-
também em Missão Velha, Brejo Santo e Portei- centrados nos municípios de Missão Velha, Bar-
ras. A estação contava, ainda, com unidade de balha, Juazeiro do Norte e Crato. A produtividade
FIGURA 13
LABORATÓRIO CENTEC
26
TABELA 8
ÁREA PLANTADA E PRINCIPAIS CULTURAS IRRIGADAS DOS MUNICÍPIOS
DO PÓLO CARIRI CEARENSE
Cultura Área (ha) % Principais municípios produtores
Cana-de-açúcar 5.000 69,6 Missão Velha, Barbalha, Crato, Juazeiro do Norte
Algodão herbáceo 1.267 17,6 Mauriti, Brejo Santo, Barro, Santana do Cariri, Várzea Alegre
Tomate rasteiro 180 2,5 Mauriti
Banana 287 4,0 Mauriti, Brejo Santo, Crato
Arroz 135 1,9 Juazeiro do Norte, Barbalha, Mauriti,
Manga 126 1,7 Mauriti
Fumo 100 1,4 Mauriti
Feijão 90 1,3 Mauriti, Brejo Santo, Missão Velha
Total 7.185 100
FONTE: Informações colhidas junto ao IBGE, Ematerce e prefeituras municipais.
média obtida na região de Barbalha-Missão Velha res estão irrigando o algodão, isto é, facilidade
é de 60 t/ha, embora alguns produtores colham de comercialização do produto.
até 120 t/ha. Essa produtividade está abaixo das
140 t/ha conseguidas pela Epace com as varie- Fruticultura
dades Elias e NA 5679, segundo Oliveira et al (no
prelo). Os plantios são irrigados principalmente A fruticultura irrigada ainda é incipiente na re-
por aspersão (canhão) e, em menor proporção, gião do Cariri, tanto em área plantada, quanto na
por inundação. Na região de Barbalha e Missão utilização de tecnologias modernas de cultivo,
Velha, grande parte da área cultivada pertence à embora a região apresente ótimas condições
própria Usina Manoel Costa Filho (cerca de 3.000 climáticas e de solos para o cultivo de fruteiras.
ha). A produção dos demais produtores é vendi- A banana é a fruta produzida pelos municípios
da à usina ou às pequenas agroindústrias de do Cariri com maior participação no mercado
rapadura e aguardente da região. local. No caso do Crato, 23,47% do consumo
interno são abastecidos pela produção do muni-
Algodão herbáceo cípio. O mercado de Juazeiro, por sua vez, com-
pra de outros Estados 67,3% da banana que
Destaca-se, na região, o crescimento do culti- consome. Estes dados são de pesquisa realizada
vo do algodão herbáceo irrigado, que conta com pelo Sebrae/CE com hortifrutigranjeiros nos mu-
o apoio de programa do governo estadual (se- nicípios citados, durante o mês de abril de 1997.
mentes, financiamento e assistência técnica) e Segundo a mesma pesquisa, atualmente o
da Embrapa-Algodão (variedades melhoradas e mercado de abacate dos dois maiores centros
apoio técnico). Em setembro de 1997, a área urbanos (Crato e Juazeiro) é abastecido por pro-
plantada de algodão na parte leste da região era dutos oriundos (98,46%) de Triunfo-PE e Juazei-
de 1.252ha e na oeste 15ha, em sua maioria em ro-BA. Vale lembrar que o abacate era fruta bas-
pequenos plantios de até 10ha, com produtivida- tante explorada na região, mas devido à doença
de média esperada de 3.000 kg/ha, produtivida- fúngica foi substituída pelo cultivo da banana,
de esta baseada na unidade demonstrativa mon- principalmente no Município de Barbalha. O ma-
tada pela Ematerce, Regional do Crato, em Nova mão (89,7%) vem de Juazeiro-BA e a quase
Olinda (3.120 kg/ha). Para a irrigação da cultura, totalidade da laranja comercializada procede de
utilizam-se, principalmente, sistemas de irrigação Boquim-SE. Outras frutas são provenientes, em
por aspersão convencional e canhão e, em algu- grande percentual, de Juazeiro-BA. O maracujá
mas áreas, a irrigação por sulcos. Na região, apresenta dados relevantes na participação do
existem usinas beneficiadoras que compram toda consumo do Município do Crato (82,1%) sendo a
a produção, insuficiente para atender à deman- produção oriunda de Assaré, onde existe área
da. Este é um dos motivos pelo qual os produto- plantada de 150 ha não irrigada, conforme a
Ematerce, Regional do Crato.
27
FIGURA 14
PLANTIO DE BANANA E CONSÓRCIO DE MANGA COM MANDIOCA
Até o momento, a cultura da banana é a pre- aumento na área plantada com fruteiras na regi-
ferida pela quase totalidade dos produtores, na ão nos próximos anos.
maioria das vezes cultivada com baixos níveis Os pequenos produtores de banana, em geral,
tecnológicos. Exemplos disso são os cultivos loca- vendem sua produção para atravessadores. A
lizados nos municípios do Crato e Santana do Ca- Canpal comercializa sua produção de banana
riri, onde são feitas regas de superfície em terre- diretamente para os supermercados de Recife e
nos com grande declividade, sem qualquer mane- Fortaleza, e a de manga para o mercado extra-
jo de irrigação e grande desperdício de água. regional, através da Valexport de Petrolina.
As exceções no cultivo da banana ficam por
conta de algumas áreas de pequenos produtores, Tomate industrial
assistidas por técnicos da Emater, que utilizam
irrigação por sulcos e aspersão, e da empresa O plantio de tomate destinado ao processa-
Canpal (Município de Mauriti), que utiliza tecno- mento industrial ocupa área aproximada de 180
logias modernas, tais como: microirrigação e ha, no Vale da Palestina (Projeto Quixabinha),
fertirrigação, no cultivo de 116 ha de manga e 40 Município de Mauriti, onde se utiliza a irrigação
ha de banana, obtendo produtividades de 16,5 por aspersão. O produto é comercializado para
t/ha e 31 t/ha, respectivamente. Este empreen- uma indústria localizada em Pesqueira-PE. A pro-
dimento pode servir de modelo para a região do dutividade média obtida é de 40 t/ha, porém,
Cariri e para o Estado do Ceará, pois obtém alta devido à distância em relação à indústria e às
produtividade e produtos de qualidade, utilizando péssimas condições das estradas que ligam o
os recursos de solo-água-clima da região, com local à BR-116, ocorrem perdas significativas
tecnologia adequada. De fato, seguindo o exem- durante o transporte, acarretando redução da
plo da Canpal e utilizando tecnologia semelhante, receita para os produtores. A região apresenta
outros produtores estão iniciando plantios de boas condições de clima e de solos para o cultivo
fruteiras irrigadas (principalmente banana, man- do tomateiro, com potencial para aumento signi-
ga e mamão) nos municípios de Mauriti, Missão ficativo da área plantada, caso existisse unidade
Velha e Brejo Santo, podendo-se prever grande de processamento mais próxima. Há também
28
alguns pequenos plantios de tomate para mesa e Feijão
outras olerícolas próximo às cidades de Brejo
Santo, Juazeiro e Crato, destinados ao abasteci- O feijão irrigado está sendo cultivado em ro-
mento do mercado local. tação com a cultura do algodão ou em consórcio
com culturas perenes. O sistema de irrigação em
Arroz ambos os casos é a aspersão convencional; no
entanto foi encontrada também irrigação com
O arroz irrigado foi encontrado no Município canhão hidráulico. Não há controle do volume de
de Juazeiro em lotes ao redor de 2 ha e irrigação água aplicado à cultura, e nas tubulações de
por inundação. O controle sobre o volume de condução da água até a parcela ocorrem grandes
água aplicado nas parcelas não existe, havendo perdas. A produtividade é muito boa, em torno
grande desperdício. O sistema de produção utili- de 1.800 kg/ha. A comercialização depende da
za baixo nível tecnológico, com pequena produti- proximidade dos centros consumidores; o feijão
vidade. No Município de Várzea Alegre, a Secre- verde é comercializado quando a propriedade
taria Municipal de Agricultura, com o apoio da está próxima à cidade.
Emater, está tentando revitalizar a cultura do A TABELA 9 mostra a eficiência do uso de á-
arroz irrigado, pois o município já foi grande pro- gua em algumas culturas que poderiam ser pro-
dutor. Atualmente, é plantado apenas arroz de duzidas na região do Cariri. A coluna A da tabela
sequeiro com semente de arroz irrigado, atingin- mostra a quantidade de água consumida pela
do produtividade em torno de 5.000 kg/ha. A cultura durante o seu ciclo produtivo, anualmen-
irrigação é de salvação. A associação dos produ- te, enquanto a coluna B a sua produtividade. É
tores de arroz do Distrito de Canindezinho con- necessário esclarecer que nas culturas anuais
seguiu evitar a ação dos atravessadores com a (arroz, feijão, milho, soja e algodão) foram con-
aquisição de uma máquina beneficiadora. sideradas duas safras por ano. A coluna C expõe
TABELA 9
EFICIÊNCIA DE USO DA ÁGUA PARA AS PRINCIPAIS CULTURAS IRRIGADAS
Dotação de Produtividade Rendimento Eficiência Eficiência econômica
água física bruto física do uso da água
Cultura
(m3/ha/ano) (t/ha/ano) (US$/ha/ano) (kg/m3) (US$/m3)
A B C B/A C/A
FRUTAS
Abacate 5.578 10,00 3.000 1,79 0,54
Abacaxi 4.003 30,00 6.000 7,49 1,50
Acerola 4.613 15,00 4.500 3,25 0,97
Banana 11.762 40,00 12.500 3,40 1,06
Goiaba 4.613 20,00 10.000 4,34 2,71
Graviola 4.613 10,00 9.500 2,17 2,06
Limão 4.613 20,00 13.500 4,34 2,93
Manga 4.003 20,00 12.000 5,00 3,00
Maracujá 5.973 12,00 9.000 2,01 1,51
Melão 8.000 50,00 11.000 6,25 1,38
Mamão 8.396 25,00 12.000 2,98 1,43
Tangerina 4.613 20,00 6.000 4,34 1,30
Uva 4.918 40,00 30.000 8,13 6,10
GRÃOS
Arroz 21.000 12,00 300 0,57 0,01
Feijão 8.000 4,80 1.600 0,60 0,20
Milho 16.880 12,00 660 0,71 0,04
Soja 8.000 6,00 400 0,75 0,05
OUTRAS
Algodão 12.000 8,00 4.800 0,67 0,40
Cana-de-açúcar 15.590 100,00 2.100 6,41 0,13
FONTE: FRUPEX (1994) e Banco de Dados do Laboratório de Hidráulica e Irrigação da Universidade Federal do Ceará.
29
receita bruta para cada cultura. A eficiência física Serra do Horto, Casa dos Milagres, Capela de
(coluna B/A) significa que para cada m3 de água Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, Casa do
utilizado na irrigação da cultura resulta certa Padre Cícero, Santo Sepulcro, Memorial Pe. Cíce-
quantidade do produto. Exemplificando: na cultu- ro e Monumento aos Romeiros, entre outros.
ra do melão, cada m3 de água usado assegura a Além do roteiro de peregrinação, este produto
produção de 6,25 kg da fruta. A eficiência econô- possui atrativos culturais/religiosos importantes,
mica (coluna C/A) mostra o rendimento financeiro na forma do seu artesanato e da literatura de
para cada m3 de água empregado na irrigação da cordel.
cultura. Tomando o exemplo do melão: a receita No que diz respeito a facilidades para os turis-
bruta para cada m3 de água é igual a US$ 1,38. tas, Juazeiro do Norte constitui centro de negó-
Pode ser observado que as fruteiras apresentam cios e comércio da região e já se encontra relati-
melhor eficiência do que as demais culturas; no vamente bem equipado. No entanto, durante as
entanto a decisão do que produzir depende de grandes romarias, quando o município recebe
outros fatores que não apenas o uso da água. quantidade significativa de romeiros de uma só
vez, as alternativas de acomodação tornam-se
2.1.1.2 - Turismo insuficientes.
Este produto turístico centra-se na figura do A riqueza cultural do Cariri, em suas várias
Padre Cícero e na devoção de milhares de romei- manifestações, constitui reconhecidamente um
ros. Ao longo do tempo, os romeiros consolida- dos grandes atrativos turísticos do Estado do
ram fluxo turístico à região, percorrendo, durante Ceará. Os destaques são variados: o patrimônio
o ano inteiro, roteiro consagrado de atrações histórico-arquitetônico, em especial no município
religiosas e culturais: Estátua do Pe. Cícero, na de Barbalha; os engenhos e usinas de açúcar de
FIGURA 15
ROMARIA NA IGREJA MATRIZ NOSSA SENHORA DAS DORES EM JUAZEIRO DO NORTE
30
Missão Velha e Barbalha; a literatura de cordel A Macrorregião é território de outras atrações
de Juazeiro do Norte e Crato; os grupos folclóri- naturais expressivas, como a Estação Ecológica
cos de Juazeiro do Norte, Crato, Jardim e Nova da Aiuaba, a Floresta Nacional do Araripe e o
Olinda, como a “Banda de Pífaros” e os “Care- Parque da Timbaúba, as principais das várias
tas”, as redes de renda de bilro de Santana do unidades de conservação que ali se encontram.
Cariri, o artesanato em pedra de Nova Olinda, A região compreendida por Juazeiro do Norte
em couro do Crato e Barbalha, em madeira e está satisfatoriamente equipada no que diz respei-
argila e a ourivesaria de Juazeiro; o Museu do to à acomodação, alimentação, aluguel de carros,
Homem do Cariri, em Nova Olinda, além do tra- agência de turismo; Crato possui vida noturna
balho cultural e musical desenvolvido nesse mu- movimentada, com diversos bares e restaurantes,
nicípio com as crianças locais, para fortalecimen- além de museus, balneários e clubes; e Barbalha
to da cultura regional. possui um bom hotel-balneário. Nos demais muni-
A Chapada do Araripe abriga, além de flores- cípios, de maneira geral, existe pouco em termos
tas, cavernas e fontes, as nascentes do rio Sal- de facilidades de apoio ao turismo, com exceção
gado. Este, ao longo do seu curso, e confirman- de hotéis municipais, churrascarias e restaurantes
do a vocação da região para a prática do Ecotu- de comida regional e rodízio de peixe.
rismo, forma outros atrativos importantes, como
a Cachoeira de Missão Velha. 2.1.2 - Dimensão ambiental
Ainda na Chapada do Araripe, no município de
Santana do Cariri, encontra-se também reserva No Pólo Cariri Cearense, face a diversidade
fossilífera, de importância internacional haja vista dos recursos naturais existentes, com uma topo-
a quantidade de fósseis que possui, o bom esta- seqüência formada por serra, pé-de-serra, serra
do de conservação em que se encontram e a novamente e sertão, existe uma multiplicidade
descoberta recente de um fóssil com tecido pre- de situação na questão do meio ambiente. A
servado. Este atrativo possibilita também o de- ação do homem para a exploração econômica
senvolvimento do turismo científico na região. dos recursos naturais provocou uma série de mo-
FIGURA 16
MUSEU VIVO – PADRE CÍCERO
31
dificações no meio ambiente que modificou a fisi- errada dos locais, bem como, o uso inadequado
onomia geral. Apenas no topo da chapada do do depósito acarreta dispersão do lixo e poluição
Araripe encontra-se algumas áreas onde a interfe- do lençol freático.
rência do homem foi mínima. Mesmo assim ob-
serva-se um nível acelerado de degradação dos 2.1.3 - Dimensão social
solos, especialmente daqueles situados no declive
da chapada em direção a superfície de pediplana- Saúde
ção. Observa-se, também modificações intensas
no leste do Pólo, mais precisamente nos municí- Trata-se do calcanhar-de-aquiles das adminis-
pios de Brejo Santo, Milagres e Mauriti. Neste trações municipais. Apesar de a Constituição
caso, a ação é maior face a intensidade do uso Brasileira ter estabelecido no capítulo da Seguri-
dos solos com grãos em anos sucessivos sem se dade Social, que o atendimento à saúde seria
atentar para o sistema de rodízio das culturas. universal verifica-se que existe um número signi-
Grandes problemas ambientais também são ficativo de pessoas sem atendimento, excluído
causados face a urbanização do Pólo, que se do acesso ao sistema.
concentra em torno dos municípios de Crato, A descentralização da saúde, com a gerência
Juazeiro e Barbalha, mas que também inclui os única em cada esfera de governo, vem sendo
demais municípios. Neste caso, os problemas implantada gradativamente. A ênfase da questão
mais comuns estão relacionados com a questão da saúde saiu da ação puramente curativa para a
do saneamento. Alguns municípios ainda não ação preventiva. Médicos e agentes de saúde são
resolveram por completo a questão do esgota- contratados para atenderem as populações nas
mento sanitário e do lixo urbano. Observa-se um comunidades.
elevado grau de poluição causado pelos lixões A participação da com a comunidade através
próximos às sedes dos municípios. A escolha do Sistema Único de Saúde (SUS) vem sendo ma-
FIGURA 17
MUSEU DE PALEONTOLOGIA DE SANTANA DO CARIRI
32
terializada de forma paritária. Faz-se necessário, 2.1.4 - Dimensão informação e conhecimento
entretanto, intensificar a articulação das demais
políticas sociais com a saúde de forma que se Educação
atinja uma melhor qualidade de vida a população.
O grande problema do atendimento médico A situação educacional no Pólo é preocupante
no Pólo se deve a questão das grandes distâncias dado a grande dispersão da população e a concen-
que torna o atendimento precário em função tração de escolas nas sedes dos municípios, o que
também da situação das estradas, em sua maio- torna praticamente impossível uma freqüência
ria de terra batida. Na época das chuvas a situa- maior dos alunos. As famílias, quando não estão
ção fica mais crítica ainda, tendo muitas vezes os nos perímetros urbanos, têm dificuldade de manter
aviões como meio de transporte. os filhos nas escolas por falta de transporte.
Outra questão que está estreitamente ligada à Praticamente todo sistema educacional popular
anterior é a inexistência de hospitais com capaci- está apoiado em escolas públicas observando-se
dade de atendimento mais eficaz. Qualquer do- uma grande dependência do ensino fundamental
ença mais séria requer a transferência do pacien- das administrações municipais em detrimento das
te para Brasília ou às capitais nordestinas mais unidades de ensino médio, principalmente de es-
equipadas. colas de 1o grau. Existem deficiências em infra-
A questão da saúde nos diversos municípios estrutura e dificuldades operacionais.
que compõem o Pólo se apresenta de forma mui- Apesar do esforço governamental no sentido
to variável. Em alguns municípios, onde o prefei- de melhorar as condições de funcionamento de
to tem um compromisso maior com a população, inúmeras unidades escolares, muitos estabeleci-
essa questão está melhor resolvida. Em outros a mentos de ensino localizados na zona rural dos
situação preocupa. municípios apresentam precárias condições es-
truturais, tornando-se imperativo e prioridade a
realização de serviços de reparo e conservação,
como também a aquisição de móveis, utensílios e
outros recursos didático-pedagógicos.
FIGURA 18
UNIVERSIDADE REGIONAL DO CARIRI - URCA
33
Há, não só deficiências em infra-estrutura, mas • Grande potencial de recursos hídricos
também, em oferta de vagas no sistema como existentes, principalmente da água sub-
conseqüência do reduzido número de unidades terrânea.
escolares e deficiência em número de professores. • Rede de telefonia razoável e em processo
A melhora no sistema educacional está ocor- de expansão.
rendo com a implantação do Fundef, fundo de • Existência de aeroporto regional (freqüên-
apoio à educação que se propõe a colocar todas cia de vôo diário).
as crianças na escola. Apesar dos escândalos • Transporte coletivo ligando todas as cidades.
referentes à aplicação desses abundantes recur- • Transporte de carga.
sos, no Pólo, a situação privilegiada está melho- • Existência de uma rede hoteleira e shop-
rando de estradas e aeroporto. ping center.
• Diversas agências bancárias.
2.2 - Fatores Alavancadores e Restritivos
Fatores Restritivos
2.2.1 - Dimensão econômica
• Juros altos dos empréstimos bancários.
Fatores Alavancadores • Participação de recursos próprios elevada
como contrapartida dos empréstimos.
• Recursos naturais. • Elevadas garantias reais preexistentes para
• Localização geográfica. os empréstimos.
• Infra-estrutura razoável. • Falta de organização dos produtores.
• Universidade, Cefet, Sebrae, Centec etc. • Falta de estudo de mercado para subsidiar
• Rica história e cultura regional. a decisão do que plantar.
• Potencial turístico. • Mão-de-obra sem qualificação para atender
• Oferta de mão-de-obra abundante. à demanda.
• Incentivos fiscais.
FIGURA 19
FUNDAÇÃO CULTURAL J. DE FIGUEIREDO FILHO E MUSEU HISTÓRIOCO DO CRATO
34
• Má distribuição de renda da população. • Ampliação desordenada do espaço urbano.
• Falta de incentivos à produção. • Falta da disciplina de educação ambiental
• Carga tributária elevada. na grade escolar.
• Falta de acompanhamento técnico nas ati-
vidades produtivas. 2.2.3 - Dimensão social
• Falta de pesquisa e tecnologia nas culturas
que são produzidas no Pólo. Fatores Alavancadores
• Analfabetismo – Elevada taxa de
analfabetismo da população. • Rede de hospitais razoável.
• Faltam investimentos públicos e campanha • Existência de órgãos federais.
institucional.
• Espírito paternalista de algumas instituições Fatores Restritivos
• Custos Cartorários elevados para registro
de documentação. • Sistema nacional de saúde falido.
• Malha viária insuficiente e sem qualidade. • Falta de saneamento básico.
• Eletrificação inadequada, ou seja, em locais • Falta de investimento em habitação.
que não tem utilização devida. • Deficiência do sistema de abastecimento e
• Telefonia rural deficiente/inexistente em distribuição de água.
algumas localidades. • Doenças endêmicas.
• Falta de barragens subterrâneas e sucessi-
2.2.4 - Dimensão informação e conhecimento
vas para conter água.
• Pouco aproveitamento dos recursos hídri-
Fatores Alavancadores
cos existentes.
• Estradas vicinais inexistentes. • Existência das instituições: Urca; CVT; Cen-
tec; Escola Técnica; Serviço Nacional da
2.2.2 - Dimensão ambiental
Indústria (Senai), Serviço Nacional de Em-
prego (SINE)/ Instituto de Desenvolvimen-
Fatores Alavancadores
to e Tecnologia (IDT); Instituto Brasileiro
do Meio Ambiente (Ibama); Ematerce; Ser-
• Microclima favorável às atividades huma-
viço Nacional de Aprendizagem Rural (Se-
nas.
nar); Banco do Nordeste; Núcleo de Tecno-
• Boa qualidade dos solos.
logia Educacional (NTE) (crede 20 e 18);
• Boa qualidade das águas subterrâneas;
Escola Agrotécnica.
lençol freático favorável: fontes naturais e
• Existência de jornais.
poços artesianos.
• Existência de emissoras de rádio.
• Existência da Apa - área de proteção ambi-
• Existência de entidades de classes.
ental.
• Existência de canal de televisão local.
• Disponibilidade de uso de energia alternati-
va - luz solar.
Fatores Restritivos
• Trabalhos de agroflorestas.
• Ecoturismo. • Alto índice de evasão e reprovação escolar.
• Existência da escola agrotécnica federal. • Resistência de alguns setores a mudanças
(tecnológicas/científicas/culturais).
Fatores Restritivos • Baixo índice de difusão das informações
geradas pelas pesquisas.
• Falta de laboratório de análise de solos e
• Desorganização dos agentes produtivos.
águas.
• Elevado custo dos cursos complementares
• Poluição das águas.
(línguas, informática).
• Monocultura da cana-de-açúcar.
• Pouca integração entre os diversos órgãos
• Falta de políticas de preservação/
- (institucionais/ongs/empresas privadas).
conservação ambiental.
• Falta de saneamento básico.
• Uso indiscriminado de agrotóxicos.
35
3 - AÇÕES PROPOSTAS • Criar uma política regional de preserva-
ção/conservação ambiental.
• Recuperar as áreas degradadas.
Como resultado das discussões nas comissões • Criar gerenciamento de recursos hídricos.
de trabalho, foi sugerida as seguintes ações para • Estimular a prática de agricultura orgânica
potencializar os fatores alavancadores e minimi- e agrofloresta.
zar os restritivos: • Estudar a conlurbação (Crajubar).
• Aproveitar a flora medicinal, cosmética e
3.1 - Dimensão Econômica forrageira.
36
4 - BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
CAMARGO, J. M. F. Manual de apicultura. São ______. Litoral: siga o roteiro deste paraíso.
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CARIRI: roteiro de bons negócios. Cariri Invest, ______. Serras: o maravilhoso jogo de luz e
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CARVALHO, F. C. de et al. Avaliação do potencial ______. Sertão: onde brilha a luz da fé. Forta-
agroindustrial das divisões regionais agrícolas leza, 1997.
37
______. Síntese do desempenho recente ______. A indústria do turismo no Bra-
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______. O turismo: uma política estratégica IPLANCE. Atlas do Ceará. Fortaleza, 1995. 64 p.
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1995 - 2020. Fortaleza, 1998. ______. Comércio exterior: principais
mercadorias exportadas 1993-95.
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ção de mapas selecionados. Rio de Janeiro, <http://www.iplance.ce.gov.br/home/
1969. indicadores/comércio_exterior.htm>.
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EMBRAPA. Recomendações tecnológicas pa- região do Cariri. 1997.
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(Circular técnica, 9). entrada em tecnologia e liderança de merca-
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Made in Brazil: desafios competitivos para a ajuste situação atual e perspectivas.
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FRUPEX. Manual de exportação de frutas. World travel & tourism development.
[S.l.], 1994. [S.l.: s.n.], [19--].
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(Série Recursos Minerais, 5). dos. João Pessoa: Emepa, 1992. 28 p.
(Documentos, 19).
RICHARDSON, H. W. Economia regional. Rio
de Janeiro: Zahar, 1981. 421 p. THORNTHWAITE, C. W.; MATHER, J. R. The
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SILVA, P. R.; CORRÊA, E. C. Diretrizes para Laboratory of Climatology, v. 8, n. 1, p. 1-
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dústria no Nordeste: análise macroestatísti- cios) na macrorregião turística 6 Araripe
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Porto Alegre: Agropecuária, 1982. 485 p.
SILVEIRA, J. D. da; LEITE, P. S. Estudos sobre
a agroindústria no Nnordeste: a agroin-
dústria de produtos alimentares. Fortaleza:
Banco do Nordeste, 1991. 168 p. (Estudos E-
conômicos e Sociais, 51).
39
5 - ANEXOS
40
QUADRO GERAL DO RANKING DOS MUNICÍPIOS
Crato 50 50 100
Juazeiro do Norte 50 45,2 95,2
Missão Velha 50 41,1 91,1
Barbalha 50 40,2 90,2
Brejo Santo 35 45,9 80,9
Jardim 35 29,2 64,2
Santana do Cariri 35 24,5 59,5
Mauriti 15 43,7 58,7
Porteiras 35 20,7 55,7
Milagres 15 38,3 53,3
Abaiara 35 15,7 50,7
Várzea Alegre 0 43,7 43,7
Nova Olinda 15 26,4 41,4
Cedro 0 40,5 40,5
Lavras da Mangabeira 0 40,2 40,2
Campos Sales 0 39,6 39,6
Aurora 0 32,3 32,3
Barro 0 31,4 31,4
Farias Brito 0 31,1 31,1
Assaré 0 29,5 29,5
Ipaumirim 0 29,5 29,5
Araripe 0 26,4 26,4
Caririaçu 0 25,4 25,4
Potengi 0 19,4 19,4
Penaforte 0 14,7 14,7
Umari 0 14,7 14,7
Antonina do Norte 0 14,4 14,4
Baixio 0 13,2 13,2
Salitre 0 13,2 13,2
Jati 0 12,5 12,5
Altaneira 0 11,9 11,9
Granjeiro 0 7,8 7,8
Tarrafas 0 7,5 7,5
1) Alguns municípios, embora tenham atingido a média, não foram selecionados por fazerem parte
de outro pólo de desenvolvimento ou não;
Justificativa: Alguns pólos apresentam uma área, distante da área atualmente mais dinâmica,
composta por outros municípios, que num segundo momento poderão formar um novo pólo de
desenvolvimento;
2) Alguns municípios, embora não tenham atingido a média, foram selecionados por estarem den-
tro da área dinâmica;
Justificativa: Na maior parte são municípios que possuem um considerável potencial de desen-
volvimento, além de estarem geograficamente encravados no Pólo, de forma que sua exclusão
tornaria descontígua a área escolhida.
3) Aqueles municípios contíguos aos pólos, com área de irrigação expressiva em início de opera-
ção, foram considerados como municípios do Pólo, mesmo ficando abaixo da média geral.
41
Ranking Geral dos Municípios do Pólo Cariri Cearense
ANEXO 2
INFORMAÇÕES BÁSICAS DOS MUNICÍPIOS DO PÓLO CARIRI CEARENSE
ABAIARA – CE
SITUAÇÃO FÍSICA
Área
Absoluta (1996) 183 km²
Localização
Semi-Árido (1998) Sim
Distância da Capital
(1997) 510 km
DEMOGRAFIA
População Residente
Total (1996) 7.489 hab
INDÚSTRIA
Número de Indústria
(1995) 4
SERVIÇOS
Renda Municipal do Setor Serviços
(1995) 84.916,02 R$ 1,00
INDICADORES
IDH - INDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO
144º do Estado (1991)
(1970) 0,20
(1980) 0,33
(1991) 0,35
Sociais
Saúde 60º do Estado (1991) Expectativa de Vida (1970) 47,61 anos
Expectativa de Vida (1980) 55,41 anos
Expectativa de Vida (1991) 55,41 anos
Taxa de Mortalidade Infantil (1970) 202,05 /mil
Taxa de Mortalidade Infantil (1980) 130,99 /mil
Taxa de Mortalidade Infantil (1991) 99,50 /mil
42
BARBALHA – CE
SITUAÇÃO FÍSICA
Área
Absoluta (1996) 452 km²
Localização
Semi-Árido (1998) Sim
Distância da Capital
(1997) 538 km
DEMOGRAFIA
População Residente
Total (1996) 43.296 hab
INFRA-ESTRUTURA
Institucionais
Estab. Bancários Existentes (1996) 3
INDÚSTRIA
Número de Indústria
(1995) 49
SERVIÇOS
Renda Municipal do Setor Serviços
(1995) 7.175.172,66 R$ 1,00
INDICADORES
IDH - INDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO
17º do Estado (1991)
(1970) 0,29
(1980) 0,43
(1991) 0,45
Sociais
Saúde 41º do Estado (1991) Expectativa de Vida (1970) 54,51 anos
Expectativa de Vida (1980) 57,94 anos
Expectativa de Vida (1991) 57,94 anos
continua
43
continuação
INDICADORES
Taxa de Mortalidade Infantil (1970) 138,57 /mil
Taxa de Mortalidade Infantil (1980) 110,63 /mil
Taxa de Mortalidade Infantil (1991) 97,35 /mil
BREJO SANTO – CE
SITUAÇÃO FÍSICA
Área
Absoluta (1996) 684 km²
Localização
Semi-Árido (1998) Sim
Distância da Capital
(1997) 512 km
DEMOGRAFIA
População Residente
Total (1996) 34.838 hab
INFRA-ESTRUTURA
Institucionais
Estab. Bancários Existentes (1996) 4
RECURSOS NATURAIS
Hídricos
Açudes Capacidade (1998) 108.250.000 m³
Volume (1998) 30.596.000 m³
Volume Relativo (1998) 28,26 %
INDÚSTRIA
Número de Indústria
(1995) 25
SERVIÇOS
Renda Municipal do Setor Serviços
(1995) 15.877.232,76 R$ 1,00
44
INDICADORES
IDH - INDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO
18º do Estado (1991)
(1970) 0,27
(1980) 0,39
(1991) 0,45
Sociais
Saúde 75º do Estado (1991) Expectativa de Vida (1970) 50,71 anos
Expectativa de Vida (1980) 54,03 anos
Expectativa de Vida (1991) 54,03 anos
Taxa de Mortalidade Infantil (1970) 172,14 /mil
Taxa de Mortalidade Infantil (1980) 142,63 /mil
Taxa de Mortalidade Infantil (1991) 90,98 /mil
CRATO – CE
SITUAÇÃO FÍSICA
Área
Absoluta (1996) 1.118 km²
Localização
Semi-Árido (1998) Sim
Distância da Capital
(1997) 527 km
DEMOGRAFIA
População Residente
Total (1996) 95.521 hab
INFRA-ESTRUTURA
Institucionais
Estab. Bancários Existentes (1996) 6
RECURSOS NATURAIS
Hídricos
Açudes Capacidade (1998) 28.787.000 m³
Volume (1998) 11.391.000 m³
Volume Relativo (1998) 39,56 %
45
INDÚSTRIA
Número de Indústria
(1995) 146
SERVIÇOS
Renda Municipal do Setor Serviços
(1995) 89.207.358,57 R$ 1,00
INDICADORES
IDH - INDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO
2º do Estado (1991)
(1970) 0,29
(1980) 0,46
(1991) 0,55
Sociais
Saúde 129º do Estado (1991) Expectativa de Vida (1970) 47,52 anos
Expectativa de Vida (1980) 51,88 anos
Expectativa de Vida (1991) 51,88 anos
Taxa de Mortalidade Infantil (1970) 202,93 /mil
Taxa de Mortalidade Infantil (1980) 161,53 /mil
Taxa de Mortalidade Infantil (1991) 74,34 /mil
JARDIM – CE
SITUAÇÃO FÍSICA
Área
Absoluta (1996) 501 km²
Distância da Capital
(1997) 574 km
DEMOGRAFIA
População Residente
Total (1996) 25.006 hab
DEMOGRAFIA
% Urbana Município/Estado (1996) 0,12 %
% Rural Município/Estado (1996) 0,90 %
INFRA-ESTRUTURA
Institucionais
Estab. Bancários Existentes (1996) 1
46
INDICADORES
Sociais
Saúde 37º do Estado (1997) Nascidos Vivos (1994)
JUAZEIRO DO NORTE – CE
SITUAÇÃO FÍSICA
Área
Absoluta (1996) 235 km²
Localização
Semi-Árido (1998) Sim
Distância da Capital
(1997) 542 km
DEMOGRAFIA
População Residente
Total (1996) 189.423 hab
INFRA-ESTRUTURA
Institucionais
Estab. Bancários Existentes (1996) 8
INDÚSTRIA
Número de Indústria
(1995) 491
SERVIÇOS
Renda Municipal do Setor Serviços
(1995) 192.864.072,14 R$ 1,00
INDICADORES
IDH - INDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO
5º do Estado (1991)
(1970) 0,27
(1980) 0,41
(1991) 0,50
continua
47
continuação
INDICADORES
Sociais
Saúde 169º do Estado (1991) Expectativa de Vida (1970) 44,48 anos
Expectativa de Vida (1980) 46,54 anos
Expectativa de Vida (1991) 46,54 anos
Taxa de Mortalidade Infantil (1970) 234,35 /mil
Taxa de Mortalidade Infantil (1980) 212,89 /mil
Taxa de Mortalidade Infantil (1991) 114,71 /mil
MAURITI – CE
SITUAÇÃO FÍSICA
Área
Absoluta (1996) 1.046 km²
Localização
Semi-Árido (1998) Sim
Distância da Capital
(1997) 504 km
DEMOGRAFIA
População Residente
Total (1996) 38.377 hab
INFRA-ESTRUTURA
Institucionais
Estab. Bancários Existentes (1996) 1
RECURSOS NATURAIS
Hídricos
Açudes Capacidade (1998) 34.176.000 m³
Volume (1998) 7.523.000 m³
Volume Relativo (1998) 22,01 %
INDÚSTRIA
Número de Indústria
(1995) 13
48
SERVIÇOS
Renda Municipal do Setor Serviços
(1995) 4.319.306,33 R$ 1,00
INDICADORES
IDH - INDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO
129º do Estado (1991)
(1970) 0,24
(1980) 0,33
(1991) 0,36
Sociais
Saúde 25º do Estado (1991) Expectativa de Vida (1970) 53,81 anos
Expectativa de Vida (1980) 59,36 anos
Expectativa de Vida (1991) 59,36 anos
Taxa de Mortalidade Infantil (1970) 144,51 /mil
Taxa de Mortalidade Infantil (1980) 99,75 /mil
Taxa de Mortalidade Infantil (1991) 83,14 /mil
MILAGRES – CE
SITUAÇÃO FÍSICA
Área
Absoluta (1996) 621 km²
Localização
Semi-Árido (1998) Sim
Distância da Capital
(1997) 490 km
DEMOGRAFIA
População Residente
Total (1996) 24.138 hab
INFRA-ESTRUTURA
Institucionais
Estab. Bancários Existentes (1996) 2
INDÚSTRIA
Número de Indústria
(1995) 16
49
SERVIÇOS
Renda Municipal do Setor Serviços
(1995) 2.758.637,48 R$ 1,00
INDICADORES
IDH - INDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO
65º do Estado (1991)
(1970) 0,22
(1980) 0,34
(1991) 0,39
Sociais
Saúde 130º do Estado (1991) Expectativa de Vida (1970) 46,44 anos
Expectativa de Vida (1980) 51,86 anos
Expectativa de Vida (1991) 51,86 anos
Taxa de Mortalidade Infantil (1970) 213,91 /mil
Taxa de Mortalidade Infantil (1980) 161,70 /mil
Taxa de Mortalidade Infantil (1991) 93,10 /mil
MISSÃO VELHA – CE
SITUAÇÃO FÍSICA
Área
Absoluta (1996) 534 km²
Localização
Semi-Árido (1998) Sim
Distância da Capital
(1997) 516 km
DEMOGRAFIA
População Residente
Total (1996) 29.539 hab
INFRA-ESTRUTURA
Institucionais
Estab. Bancários Existentes (1996) 2
INDÚSTRIA
Número de Indústria
(1995) 9
50
SERVIÇOS
Renda Municipal do Setor Serviços
(1995) 2.207.248,05 R$ 1,00
INDICADORES
IDH - INDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO
90º do Estado (1991)
(1970) 0,22
(1980) 0,33
(1991) 0,38
Sociais
Saúde 73º do Estado (1991) Expectativa de Vida (1970) 48,55 anos
Expectativa de Vida (1980) 54,22 anos
Expectativa de Vida (1991) 54,22 anos
Taxa de Mortalidade Infantil (1970) 192,80 /mil
Taxa de Mortalidade Infantil (1980) 140,99 /mil
Taxa de Mortalidade Infantil (1991) 91,56 /mil
PORTEIRAS – CE
SITUAÇÃO FÍSICA
Área
Absoluta (1996) 190 km²
Localização
Semi-Árido (1998) Sim
Distância da Capital
(1997) 532 km
DEMOGRAFIA
População Residente
Total (1996) 15.154 hab
INFRA-ESTRUTURA
Institucionais
Estab. Bancários Existentes (1996) 1
INDÚSTRIA
Número de Indústria
(1995) 3
51
SERVIÇOS
Renda Municipal do Setor Serviços
(1995) 182.939,86 R$ 1,00
INDICADORES
IDH - INDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO
116º do Estado (1991)
(1970) 0,21
(1980) 0,30
(1991) 0,37
Sociais
Saúde 68º do Estado (1991) Expectativa de Vida (1970) 48,15 anos
Expectativa de Vida (1980) 54,75 anos
Expectativa de Vida (1991) 54,75 anos
Taxa de Mortalidade Infantil (1970) 243,60 /mil
Taxa de Mortalidade Infantil (1980) 136,50 /mil
Taxa de Mortalidade Infantil (1991) 106,41 /mil
SANTANA DO CARIRI – CE
SITUAÇÃO FÍSICA
Área
Absoluta (1996) 807 km²
Localização
Semi-Árido (1998) Sim
Distância da Capital
(1997) 579 km
DEMOGRAFIA
População Residente
Total (1996) 16.300 hab
INFRA-ESTRUTURA
Institucionais
Estab. Bancários Existentes (1996) 1
INDÚSTRIA
Número de Indústria
(1995) 9
52
SERVIÇOS
Renda Municipal do Setor Serviços
(1995) 178.605,92 R$ 1,00
INDICADORES
IDH - INDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO
101º do Estado (1991)
(1970) 0,22
(1980) 0,31
(1991) 0,37
Sociais
Saúde 127º do Estado (1991) Expectativa de Vida (1970) 47,91 anos
Expectativa de Vida (1980) 52,05 anos
Expectativa de Vida (1991) 52,05 anos
Taxa de Mortalidade Infantil (1970) 199,15 /mil
Taxa de Mortalidade Infantil (1980) 159,95 /mil
Taxa de Mortalidade Infantil (1991) 92,98 /mil
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