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1. Introdução
Maximiano (1986) conceitua organização como “uma combinação de esforços individuais
que tem por finalidade realizar propósitos coletivos. Por meio de uma organização torna-se
possível perseguir e alcançar objetivos que seriam inatingíveis para uma pessoa. Uma grande
empresa ou uma pequena oficina, um laboratório ou o corpo de bombeiros, um hospital ou
uma escola são todos exemplos de organizações”.
Uma organização é formada pela soma de pessoas, máquinas e outros equipamentos e
recursos financeiros. Este grupo estruturado de pessoas necessita de um programa ou método
que os guiem para alcançar sua finalidade, envolvendo certas habilidades e treinamentos. Ter
um plano é fundamental para que as ações não sejam em vão, e nem os recursos sejam usados
de forma inadequada para atingir os objetivos. Para tanto, é necessário que a organização
tenha uma administração eficaz.
De acordo com Hampton (1983) uma organização é uma combinação intencional de pessoas e
de tecnologias para atingir um determinado objetivo. Uma empresa é uma organização. Toda
organização tem três partes básicas: pessoas, tarefas e administração. A administração sendo o
processo de planejar, organizar, liderar e controlar o trabalho de uma organização, necessita
utilizar recursos físicos, materiais, humanos, tecnológicos e administrativos (processos,
decisões, informações) para obter os seus resultados.
A organização deve possuir uma estrutura adequada aos seus objetivos, pois, assim, terá as
atividades divididas, organizadas e coordenadas de forma que o administrador possa ter
certeza que a finalidade da organização será cumprida. Neste sentido, as empresas, entidades
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e instituições são estudadas e arranjadas de forma a organizar sua atuação para serem eficazes,
levando em conta seus objetivos, estrutura, meios, processos, recursos e o ambiente político e
financeiro a qual está inserida.
Para Chiavenato (1993, p. 254) a palavra organização pode ser usada com dois significados
diferentes:
1. Organização como uma unidade ou entidade social, na qual as pessoas
interagem entre si para alcançar objetivos específicos. Neste sentido a palavra
organização denota qualquer empreendimento humano moldado intencionalmente
para atingir determinados objetivos.
2. Organização como função administrativa e parte do processo administrativo.
Neste sentido, organização significa o ato de organizar, estruturar e integrar os
recursos e os órgãos incumbidos de sua administração e estabelecer relações entre
eles e atribuições de cada um deles.
Este artigo irá abordar a organização levando em consideração o segundo significado acima
mencionado.
O foco desse trabalho é mostrar o quanto o processo produtivo está condicionado à estrutura
organizacional nas empresas, podendo a falta dela vir a acarretar perda de produtividade, de
eficiência e de lucros. Isso acaba afetando diretamente um dos objetivos primários das
organizações privadas, como é o caso da empresa analisada, que é a obtenção de lucros.
Sendo assim esse estudo visa expor a importância da organização estrutural como meio de
redução dos custos e otimização dos lucros.
O objetivo desse artigo é analisar a organização estrutural da empresa analisada a fim de
detectar falhas nos processos, sobrecargas que possam gerar atrasos na produção e
principalmente procedimentos ou a falta deles, que possam estar reduzindo a obtenção
máxima do lucro por produto produzido, ou ainda estar causando prejuízos à empresa.
Este tema merece uma devida atenção por parte da comunidade científica, mas principalmente
pelos empresários e empreendedores, pelo fato de o foco abordado afetar diretamente o
processo produtivo, acarretando atrasos e perdas de produtividade, desperdício de tempo e
mão de obra e principalmente do potencial dos funcionários, devido principalmente à
desorganização e à falta de alguns elementos para o planejamento estrutural que serão
abordados no tópico Estrutura Organizacional, o que por fim acarreta na perda de
rendimentos.
2. Procedimentos Metodológicos
A pesquisa realizada foi de natureza qualitativa por não se utilizar métodos e técnicas
estatísticas, sendo um estudo de caso do tipo descritivo. Ambos os tipos propiciam o acumulo
de informações sobre determinado fenômeno que também podem ser analisadas por outros
pesquisadores que tenham objetivos diferentes. Além disso, o estudo de caso tem a facilidade
na obtenção de uma amostra de indivíduos sobre uma população.
Merrian (1998) afirma que o estudo de caso é uma pesquisa empírica que investiga um
fenômeno contemporâneo, dentro de seu contexto real, especialmente quando as fronteiras
entre o fenômeno e o contexto não estão claramente definidas. O estudo de caso é o modelo
preferido para responder as questões e porque certos fenômenos ocorrem, analisados dentro
de um determinado contexto real ao longo de um período de tempo. Nesta pesquisa o período
de realização da pesquisa foram os meses de novembro de 2006 a fevereiro de 2007.
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O estudo é também descritivo porque tem por objetivo aprofundar na caracterização de uma
realidade, que neste caso foi uma empresa de fabricação de materiais esportivos voltados
principalmente para o treinamento de artes marciais, que atua no estado de Minas Gerais.
A população alvo da pesquisa foram os funcionários em suas unidades de trabalho tais como,
mesas e salas de operação, maquinário disponível, e principalmente o chão ao redor desses
trabalhadores, pelo fato de se tratar de uma empresa que depende diretamente de materiais
passíveis de serem desperdiçados.
O método de análise de dados foi a análise de conteúdo que com base em Laville & Dionne
(1999) consistiu neste caso num estudo minucioso do conteúdo dos dados colhidos, das
palavras e frases que o compõe. Procurando assim dar-lhe o sentido, visando comparar,
avaliar, descartar e selecionar as principais idéias, enfim desmontar a estrutura e os elementos
desse conteúdo para esclarecer suas diferentes características e extrair sua significação
considerando os objetivos deste artigo. O tipo de técnica escolhida foi o emparelhamento que
consiste em analisar/confrontar a relação do conteúdo dos dados reais coletados e analisados
com a teoria existente. Tais conteúdos envolveram temas como: estrutura organizacional,
especialização e divisão do trabalho, coordenação e controle da produção.
3. A pesquisa organizacional
3.1 - O caso em estudo
A empresa Alpha é uma empresa do ramo de fabricação de materiais esportivos voltados
principalmente para as artes marciais. Foi fundada em 2001 na cidade de Ervália / MG.
Começou sua atuação com apenas 2 funcionários, fabricando produtos para treinamento de
Judô e Taekwon-do.
Já em 2006 a empresa conta com 15 funcionários trabalhando em período integral e suas
vendas não pararam de crescer mês a mês, agora fornecendo diversos produtos para Boxe,
Judô, Muay Thai, TaeKwon-Do, Vale Tudo entre outras artes marciais.
Atuando no ramo de artes marciais a empresa Alpha fabrica equipamentos tais como: luvas de
boxe, shorts Muay Thai, raquetes e aparadores de chutes, sacos de pancada, uniformes,
protetores de tórax, canela, antebraço e de cabeça entre outros.
Tal setor foi escolhido devido ao vasto conhecimento e experiência do proprietário no ramo
de artes marciais e principalmente devido à crescente demanda de equipamentos de boa
qualidade.
Seus principais clientes são lojas de artigos esportivos, academias, professores de artes
marciais e também atletas e praticantes em geral.
A empresa tem bastante conhecimento sobre os produtos oferecidos pelos seus concorrentes
bem como a qualidade e preço destes. Conhecimento este, adquirido através da pesquisa e
acompanhamento do ambiente externo. Barnard (1971) afirma que uma organização depende
muito mais da sintonia com o ambiente externo em contínua mudança do que com os sistemas
internos.
Tal empresa foi escolhida pelo fato de ser relativamente nova no mercado, sem tanto
conhecimento teórico científico por parte de seus administradores e que mesmo atuando num
ramo vasto em que impera mega-empresas com marcas reconhecidas, tem conseguido
prosperar e fabricar produtos de qualidade comparada às grandes marcas.
Exatamente o fato de ser uma pequena empresa, nova no mercado e sem conhecimento prévio
administrativo, é que se julgou interessante estudar a forma de trabalho dela e que tipos de
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1. Listar o trabalho que precisa ser realizado para o alcance dos objetivos
organizacionais (planejamento).
2. Dividir a carga total de trabalho em tarefas menores que possam ser realizadas de
acordo com certa lógica e confortavelmente por indivíduos ou grupos (divisão do
trabalho).
3. Juntar e combinar as tarefas de modo lógico, inteligente e eficiente, agregando os
indivíduos responsáveis pelas tarefas (departamentalização).
4. Criar mecanismos de coordenação para facilitar o alcance dos objetivos.
5. Monitorar a eficácia da estrutura organizacional e fazer os ajustes necessários
(controle).
Segundo Robbins (2002) uma estrutura organizacional define como as tarefas são
formalmente distribuídas, agrupadas e coordenadas. Para ele existem seis elementos básicos a
serem focados pelos administradores quando projetam a estrutura das suas organizações. São
eles: a especialização do trabalho, a departamentalização, a cadeia de comando , a amplitude
de controle, a centralização e descentralização e a formalização. Tais elementos serão
abordados separadamente a seguir e de acordo com análise do emparelhamento, serão
confrontados com a realidade atual da empresa analisada.
No início do século XX, Henry Ford fez fama e fortuna por fabricar automóveis em uma linha
de montagem. Uma inovação para a época. Cada funcionário recebia uma tarefa específica e
repetitiva.
Ford demonstrou que o trabalho pode ser realizado mais eficientemente se os funcionários
forem especializados em cada tarefa. Hoje usa-se o termo especialização do trabalho para
descrever o grau em que as tarefas na organização são subdivididas em funções separadas.
Para Robbins (2002), a essência da especialização do trabalho é que, em vez de uma atividade
ser completada inteiramente por uma única pessoa, ela é dividida em um certo número de
etapas, cada qual sendo realizada por um indivíduo.
A habilidade de um funcionário na execução bem-sucedida de uma tarefa aumenta com a
repetição pois poupa-se tempo e também é mais fácil e mais barato encontrar e treinar
trabalhadores para realizar tarefas específicas e repetitivas do que ensinar/treinar alguém para
produzir um produto todo.
Porém após algum tempo os administradores perceberam que as deseconomias humanas
decorrentes da especialização tais como: tédio, fadiga, estresse, baixa produtividade, perda da
qualidade dos produtos e desmotivação dos funcionários, superavam muito as vantagens
econômicas da especialização do trabalho.
Na empresa analisada, observa-se alguma especialização por parte de alguns funcionários no
que tange por exemplo à função das costureiras, mas percebe-se também que boa parte dos
colaboradores têm conhecimento para atuar em qualquer uma das funções similares no
processo produtivo.
Segundo mesmo autor, muitas empresas descobriram que dar aos funcionários diversas
tarefas, permitindo que eles realizassem uma atividade completa, e coloca-los em equipes
com habilidades intercambiáveis geralmente levava a resultados melhores e ao aumento da
satisfação deles.
O recomendável e o esperado pelos administradores, é que todos os funcionários saibam ou
pelo menos tenham noção de como realizar as funções/etapas do processo produtivo a fim de
evitar que a produção pare ou perca qualidade quando da falta de algum funcionário, seja por
motivos de férias, doenças ou demissão.
3.2.2 Divisão do trabalho
Depois de dividir o trabalho por meio da especialização, é necessário agrupar as atividades
para que as tarefas comuns possam ser coordenadas. A base segundo a qual as tarefas são
agrupadas caracteriza a divisão do trabalho ou departamentalização.
Para uma eficiente divisão do trabalho, o importante é saber identificar as tarefas similares e
afins para que se possa produzir melhor e com o menor esforço.
O objetivo da divisão do trabalho é a caracterização das unidades elementares do trabalho, o
estabelecimento da seqüência das rotinas e fluxos de trabalho, definir os grupos e estruturá-
los. A conseqüência desta diversificação de funções produz um aumento na produtividade
organizacional, pois, aproveita-se melhor os conhecimentos e aptidões dos empregados e
evita-se o desperdício. Porém os administradores devem tomar o devido cuidado para não
dividir as tarefas em partes tão pequenas que possam levar o funcionário à mecanização de
seu trabalho, ou seja, à alienação e à sensação de ausência de controle sobre o próprio
trabalho.
Ainda segundo Robbins (2002), a divisão das atividades pode ser organizada de duas formas:
por funções desempenhadas em que coloca-se as pessoas com habilidades e orientações
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3.2.6 Formalização
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