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20 de Dezembro de 2017
1. Introdução ............................................................................................................................. 3
2. Pré-negociação: de conversas em missões comerciais e diplomáticas para um acordo
económico. .................................................................................................................................... 4
3. Na mesa das negociações ..................................................................................................... 5
4. Um acordo interrompido: falhas e necessidade de re-negociação ...................................... 9
5. Conclusão ............................................................................................................................ 11
6. Fontes e bibliografia ............................................................................................................ 12
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1. Introdução
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Tradução livre de stand alone procedures
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2. Pré-negociação: de conversas em missões comerciais
e diplomáticas para um acordo económico.
De notar que este acordo, caracteriza-se de alto nível, mas não careceu de uma
auscultação popular por parte da Costa Rica que se revelou positiva no sentido
de estabelecimento de relações comerciais vinculadas pelo acordo em escrutínio
(Organization of Americas States, 2017).
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de interesses e poder, qual partida de xadrez, que podem evidenciar imposições
e/ou concessões dignas de análise.
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Para o caso, ambas as partes iniciaram as negociações partilhando da mesma
fórmula sem conflitos na sua definição. Dentro do modelo Fórmula/Detalhe, é
nos detalhes que podemos verificar algum conflito - como defendido por Stein,
os dirigentes decidem negociar quando necessitam uma estratégia para combater
uma crise (1989: 247).
Comecemos por avaliar alguns objetivos deste acordo: a eliminação de barreiras
e facilitação de travessia de bens na fronteira; criação de oportunidades para
desenvolvimento económico; promoção de condições para concorrência justa na
área de troca livre; criar procedimentos para a implementação e aplicação deste
acordo, para uma administração una que procure resoluções breves e pacíficas
de disputas (NAFTA Secretariat, 2014, preâmbulo).
Os dois países concordaram em utilizar como referência o Acordo de Comércio
Livre entre o Canadá e o Chile (1997), pois consideraram o seu “desenho” mais
próximo de concretizar esta ligação comercial, por ser bastante similar a outros
acordos firmados pela Costa Rica: é extenso, divido por sete partes que
compreendem quinze capítulos (desde objetivos a medidas de emergência). E
deste acordo resultam ainda três acordos paralelos: de Cooperação Ambiental
(2014), Cooperação Laboral (2002) e E-Commerce (2012).
No que concerne à negociação per se – nos detalhes – esta desenrolou-se por
seis rondas que tomariam lugar, alternadamente, em solo de cada uma das
partes. A primeira ronda teria lugar em Ottawa e a última ronda em San José. O
conteúdo destas é-nos providenciado por relatórios da comissão Costa Riquenha
que nos deixa perceber como se organizaram internamente.
As negociações tomaram lugar à porta fechada da comunicação social, mas
aberta à presença de vários atores. A começar pelas delegações encabeçadas
pelos chefes de negociação na primeira ronda estavam presentes os vice-
ministros dos negócios estrangeiros acompanhados por uma missiva de técnicos
aptos a avaliar o texto de que esta negociação partia, para sugerir remodelações
ao mesmo, adaptadas às partes e à sua realidade.
Internamente, as comissões estavam organizados por mesas de trabalho,
responsáveis por um ou vários dos quinze capítulos que compõem o tratado. A
negociação iniciava-se com uma pequena intervenção dos chefes de negociação
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para se dividirem as delegações de cada país e se sentarem à mesa pela qual
cada técnico(s) da delegação ficara responsável. No final, produziam um relatório
sobre os avanços acordados na mesa. Qualquer discordância seria guardada a
sua resolução para a ronda seguinte, não sem antes já unidas as mesas, para as
respetivas comissões haver lugar, provado interesse, de intervenção. Exemplo
disso acontece na segunda ronda, onde a delegação canadiense realizou uma
apresentação intitulada “Invertendo o Futuro: Modernizando os programas
aduaneiros” onde demonstravam o plano de ação aduaneira compreendido para
os anos 2000-2004 – uma ação considerada positiva pela delegação da Costa
Rica que consideraram a intervenção digna de perpassar para o corpo legal do
acordo. Tomo este exemplo adequado ao que defende Berridge: “Comunicação
entre representantes escolhidos para promover politica externa quer de acordo,
negociação, sem recurso à força, à propaganda, ou à justiça” (2005).
Nesta atitude podemos elevar a aplicação do modelo
Interesse/Expectativa/Atitude de Brito, um modelo de carácter essencialmente
económico, muito útil em negociações interculturais, pelo empenho e preparação
vislumbrados pelo exemplo supramencionado. Isto é, ambos são movidos pelos
seus interesses para obter o máximo lucro e as menores desvantagens (a
expectativa do Canadá seria a de a Costa Rica assentar o plano proposto, uma
atitude que foi realizada, que inversamente demonstra o interesse da Costa Rica
em prosseguir com a negociação) (Organization of Americas States, 2017).
Outro modelo que para o caso não poderia passar sem menção: o modelo de
Redução de Alternativas de Zartman. Neste modelo, a negociação é vista como
o processo de definir e reduzir alternativas até que se chegue à melhor delas,
sendo aceite por ambas as partes. Para tal, há quatro maneiras de se reduzir
alternativas: fazer com que uma das alternativas pareça mais atrativa do que as
outras; fazer com que uma das alternativas pareça menos atrativa do que as
outras; fazer com que uma das alternativas já tenha sido escolhida; fazer com
que algumas das alternativas pareçam já ter sido eliminadas (Zartman, 2008:20-
22). No caso em concreto, o trabalho feito pela comissão Canadiense enquadra-
se na primeira opção onde propuseram o seu plano aduaneiro como a melhor
alternativa.
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Estes merecem ser enumerados a par dos modelos intercultural, segundo o
professor Sean Golden: todos se sentam à mesa, recetivos à realidade que o
outro trás. O Canadá e a Costa Rica são países cultural, geográfica e
historicamente diferentes. Mas comungam de valores semelhantes em alguns
aspetos, principalmente no que conta a direitos humanos, segurança, ideologias
económicas daí a vontade deste acordo, e ainda visão acerca do trabalho de
organizações internacionais no mundo cada vez mais global; e de
concessão/convergência: à mesa os técnicos são responsáveis pela avaliação do
texto no qual se baseiam, e de o adaptar à realidade dos dois países
(Organization of Americas States, 2017). É nestas que se faz o verdadeiro
exercício de negociação, o verdadeiro jogo de xadrez, onde se procuram
consensos a transmitir no final da reunião ao chefes de negociação.
Um exemplo mais claro dessas concessões parte do Canadá que, tomando em
conta a diferença nos níveis de desenvolvimento e tamanho das duas economias,
liberaliza o seu mercado mais depressa para a Costa Rica, com contrapartidas:
na temática de acesso ao mercado, Costa Rica eliminará as suas tarifas
imediatamente em cerca de 67% num número restrito de bens principalmente
matérias primas e os restantes num período de 14 anos. Canadá providenciará
acesso imediato aos seus produtos, em 87% principalmente bens industriais, no
regime duty free e os restantes bens num período de oito anos 8 (NAFTA
Secretariat, 2014, Table of contents).
E como exemplo máximo do modelo intercultural e creio também aplicável o de
Redução de Alternativas exalto o exemplo da negociação dentro do acordo
paralelo ambiental onde se permitiu a presença de outros atores além das
comissões preparadas, representantes de organizações internacionais,
instituições estatais, cerca de catorze ONG’s, dos dois países para informarem
ambas as partes da realidade ambiental, problemas e fraquezas a que deveriam
olhar (Organization of Americas States, 2017, relatório primeira ronda). Denota-
se uma prevalência representativa de organizações Costa Riquenhas já que a
Costa Rica (sobre)vive em grande parte graças ao seu meio ambiente, para fins
de cultivo e exploração e, principalmente, para fins de turismo. O seu
desenvolvimento industrial não é visto com “bons olhos” comparativamente à
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possibilidade de investimento de capital no seu mercado interno – que, em
momento de concessão em detalhes, procura não abdicar deste ponto assim
como o Canadá se demonstra mais imperativo no cumprimento da liberalização
do mercado Costa Riquenho e na extinção de taxas alfandegárias (Strange,
2012).
Todo este processo terminaria em 23 de Abril de 2001 onde seria assinado pelos
Ministros dos Negócios Estrangeiros de cada país Pierre Pettigrew e Tomas
Dueñas, com a presença dos Primeiros-Ministros Jean Chretien e Miguel Ángel
Rodrigues (NAFTA Secretariat, 2014, disposições finais).
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5. Conclusão
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6. Fontes e bibliografia
6.2. Bibliografia
A) Livros
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Merrills, J. G (1998) International dispute settlement. Cambridge: Cambridge
University Press.
Stein, Janice (1989) Getting to the table. The John Hopkins University Press:
London.
B) Artigos
Cruz, José Denis (2012) “Gobierno retomará TLC com Canadá”. El nuevo diário:
https://www.elnuevodiario.com.ni/economia/254502-gobierno-retomara-tlc-
canada/ [consultado a 10 de novembro de 2017]
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