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19. Conceito e Evolução da PPP.

Além disso, o Tribunal preside o Subcomitê de


Auditoria de Desempenho, pertencente ao Comitê
Auditoria Interna, Externa de Normas Profissionais. (www.intosai.org).
As normas de auditoria da INTOSAI, que visam
e Auditoria Governamental proporcionar uma estrutura para o estabelecimento
Segundo a INTOSAI de procedimentos e práticas a serem seguidos na rea-
lização de auditorias, compreendem quatro partes:
(International Organization of ˃˃ Postulados Básicos
Supreme Audit Institutions) ˃˃ Normas Gerais
˃˃ Normas de Procedimento na Execução da
A atual conjuntura econômica mundial requer Auditoria
um maior controle nos gastos das organizações, ˃˃ Normas para a Elaboração de Relatórios
quer públicas ou privadas. Para que isto aconteça, A estrutura geral das normas de auditoria da Or-
uma organização internacional de diversos países se ganização Internacional de Entidades Fiscalizadoras
uniu para aprovar normas e rotinas para realização Superiores - INTOSAI baseou-se nas Declarações de
da auditoria. Este assunto está tratado neste capítu- Lima e de Tóquio, nas declarações e relatórios apro-
lo, com a apresentação da evolução das normas de vados pela INTOSAI em vários Congressos e no re-
auditoria descritas pela INTOSAI. Apresentamos latório do Grupo de Especialistas em Contabilidade
também os controles internos segundo o COSO I e e Auditoria Públicas dos países em desenvolvimento
COSO II, bem como a ERM (Enterprise Risk Mana- junto às Nações Unidas (INTOSAI, 2014).

NOÇÕES DE CONTABILIDADE PÚBLICA


gement). Na sequência, discutimos ainda o planeja-
mento de auditoria baseado no risco e os principais Segundo a Declaração, adotada como conceito
procedimentos para a realização dos trabalhos de pela INTOSAI, a auditoria não é um fim em si mes-
auditoria propostos pela INTOSAI. ma, e sim um elemento indispensável de um siste-
ma regulatório cujo objetivo é revelar desvios das
A Organização Internacional de Entidades Fis- normas e violações dos princípios da legalidade,
calizadoras Superiores (INTOSAI, em inglês) foi
eficiência, eficácia e economia na gestão financeira
fundada em 1953 por 34 países, entre eles o Brasil.
com a tempestividade necessária para que medidas
A “Declaração de Lima sobre Preceitos de Audito-
corretivas possam ser tomadas em casos individuais,
ria”, adotada no Congresso Internacional de 1977 e
para fazer com que os responsáveis por esses desvios
reconhecida como a Magna Carta da auditoria go-
assumam a responsabilidade por eles, para obter o
vernamental, fornece as bases filosóficas e concei-
devido ressarcimento ou para tomar medidas para
tuais dos trabalhos desenvolvidos pela INTOSAI.
impedir ou pelo menos dificultar a ocorrência des-
Os estatutos da organização, revisados e assinados
sas violações.
no Congresso Internacional realizado em Washing-
ton em 1992, detalham a estrutura, as atribuições e Sobre a evolução da auditoria, a INTOSAI decla-
as normas de funcionamento da organização. (www. ra que as primeiras atividades comprovadas de audi-
intosai.org - capturado em novembro de 2014). toria datam de 1300 D.C, na idade média (Europa),
A organização trabalha no sentido de promover onde os reis delegavam atividades de fiscalização de
o intercâmbio de informações e de experiências so- impostos a alguns de seus servos. Em troca, os reis
bre os principais desafios enfrentados pelas Entida- ofereciam aos plebeus a proteção. Porém, há regis-
des Fiscalizadoras Superiores (EFS) no desempenho tros de atividades de Auditoria na antiga Suméria
de suas funções. Para atingir um público alvo tão (Mesopotâmia), há cerca de 5.000 anos A.C, com in-
diversificado, a INTOSAI possui cinco idiomas ofi- dícios de controles internos nos tesouros dos faraós.
ciais: alemão, árabe, espanhol, francês e inglês. (www.intosai.org)
A INTOSAI cumpre suas atribuições e objetivos Com a evolução, a auditoria como técnica da
por meio de diversos órgãos, programas e ativida- contabilidade pode ser dividida. No setor privado,
des. Sua estrutura é composta pelo Congresso Inter- há duas vertentes: a auditoria interna e a auditoria
nacional, Conselho Diretor, Secretaria Geral, Gru- externa. No setor público chama-se de Auditoria
pos de Trabalho Regionais e Comissões e Grupos de Governamental.
Trabalho sobre temas específicos. →→ A INTOSAI as conceitua como:
O Tribunal de Contas da União (TCU) é mem- A auditoria interna: é uma função da empresa e
bro do Comitê de Normas Profissionais, do Grupo parte da própria estrutura da organização. Os audi-
de Trabalho de Tecnologia da Informação, do Grupo tores internos são pessoas com vínculos na própria
de Trabalho de Auditoria Ambiental e do Grupo de estrutura hierárquica, prestando serviços de audi-
Trabalho de Privatização, Regulação Econômica e toria diretamente à empresa, entidade ou órgão em

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que trabalham, porém sempre com independência técnicas de trabalho desenvolvidas denominadas de
em suas opiniões. Em grandes empresas, é comum auditoria e fiscalização.
um departamento de auditoria interna, hierarquica- O Sistema de Controle Interno do Poder Execu-
mente ligado à Presidência, permitindo identificar tivo Federal tem como finalidades (art.74 da CF/88):
com objetividade as deficiências ou falhas nos pro-
cessos para fins de tomada de decisão. ˃˃ avaliar o cumprimento das metas previstas
no Plano Plurianual, a execução dos progra-
A auditoria externa: é mais oficialmente conhe- mas de governo e dos orçamentos da União;
cida e reconhecida como auditoria independente. Os
˃˃ comprovar a legalidade e avaliar os resul-
auditores independentes não têm ligação nenhuma
tados, quanto à eficácia e à eficiência da
com a empresa, entidade, ou órgão ao qual estão au-
gestão orçamentária, financeira e patrimo-
ditando. As grandes companhias são auditadas por
nial nos órgãos e entidades da Administra-
auditores externos ou independentes. Isto acontece
ção Pública Federal, bem como da aplica-
por determinação legal de entidades como a CVM
ção de recursos públicos por entidades de
(Comissão de Valores Mobiliários), BACEN, etc. ou
direito privado;
por solicitação dos próprios diretores, acionistas,
etc, interessados em valorizar ou dar fidedignidade ˃˃ exercer o controle das operações de crédito,
às informações divulgadas nos balanços. avais e garantias, bem como dos direitos e
haveres da União; e
A auditoria governamental: este tipo de audi-
˃˃ apoiar o controle externo no exercício de
toria também é dividida em interna e externa, am-
sua missão institucional.
bas têm por objetivo primordial garantir resultados
operacionais na gerência da coisa pública, sendo No Brasil, há também na Constituição de 1988, a
exercida nos meandros da máquina pública em to- previsão de um controle externo, que é exercido pe-
das as unidades e entidades públicas, observando lo Congresso Nacional, com auxílio do Tribunal de
os aspectos relevantes relacionados à avaliação dos Contas da União. O sistema de controle externo tem
NOÇÕES DE CONTABILIDADE PÚBLICA

programas de governo e da gestão pública. Pode-se como objetivos fiscalizar a efetiva aplicação dos re-
afirmar então, que se a auditoria governamental tem cursos públicos e os gastos em programas governa-
por objetivo garantir resultados operacionais na ge- mentais derivados da execução do Orçamento, por
rência da coisa pública, e, como ferramenta de con- meio da realização de auditorias em obras, gastos
trole, ela é indispensável na gestão pública. Não só em saúde, educação, justiça, pagamento de aposen-
como auditoria investigativa, mas principalmente tadorias, pagamento de remuneração a servidores,
como auditoria de gestão, um acompanhamento de etc. É importante destacar que o Congresso Nacio-
todos os atos e fatos relevantes que estiverem acon- nal utiliza bastante o auxílio do Tribunal de Contas
tecendo dentro da administração pública, para que da União em suas demandas, solicitando ao Tribu-
o gestor tenha uma visão holística de um todo e não nal auditorias, inspeções, pareceres, etc.
de determinados setores da mesma administração.
(www.intosai.org)
Controles Internos Segundo o COSO
→→ Na prática, no Brasil, pode-se dividir da seguin-
I e COSO II – ERM (Enterprise Risk
te forma: Management)
O Poder Executivo Federal, composto por seus
diversos Ministérios, Secretarias, órgãos da admi- O COSO é formado por representantes da Ame-
nistração direta e indireta, conta com um sistema de rican Accounting Association, American Institute of
controle interno ligado à Presidência da República Certified Public Accountants, Financial Executives
que executa auditorias, fiscalizações e inspeções. O Internationl, Institute of Managements Accountants e
Poder Legislativo e o Poder Judiciário também con- pelo Institute of Internal Auditors, ao qual está ligado
tam com secretarias e/ou órgãos de controle interno, a AUDIBRA – Instituto dos Auditores Internos do
que executam auditorias e fiscalizações dentro de Brasil, por meio da FLAI – Federação Latino-Ame-
cada Poder, sendo ligados hierarquicamente à cada ricana de Auditores Internos.
uma das Presidências. Em 1992 foi publicado o estudo “Controles Inter-
No âmbito do Poder Executivo Federal, o Sis- nos – Um Modelo Integrado”, atualmente reconheci-
tema de Controle Interno visa à avaliação da ação do como metodologia COSO.
governamental da gestão dos administradores pú- O relatório do COSO assim define controles in-
blicos federais e da aplicação de recursos públicos ternos:
por entidades de Direito Privado, por intermédio da Controles internos são um processo operado pelo
fiscalização contábil, financeira, orçamentária, ope- conselho de administração, pela administração e
racional e patrimonial. A fiscalização, para atingir outras pessoas, desenhado para fornecer seguran-
as finalidades constitucionais, consubstancia-se nas ça razoável quanto à consecução de objetivos nas

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seguintes categorias: a) confiabilidade de informa- ˃˃ Controle do ambiente: o controle do
ções financeiras; b) obediência (compliance) às leis ambiente da organização é efetivo quando
e regulamentos aplicáveis; c) eficácia e eficiência as pessoas estão conscientes do seu papel,
das operações (COSO, 1992, p. 1). responsabilidades e limites de atuação e
O controle interno é, de acordo com a metodo- executam as suas tarefas da forma mais
logia COSO, é um processo que visa alcançar os ob- correta e competente. Essa consciência é
jetivos propostos ao nível da confiança nos registros tornada comum quando a administração
financeiros, eficiência e efetividade operacional, con- divulga de forma clara, formal ou informal-
formidade com as leis e regulamentos. Na sua primei- mente, quais as políticas, procedimentos e
ra versão (conhecida como COSO I), o modelo apre- códigos de ética e de conduta a adaptar.
sentou foco em cinco áreas inter-dependentes: ˃˃ Avaliação e Gestão dos Riscos: a defini-
˃˃ Ambiente de controle; ção clássica de risco é “a possibilidade de
˃˃ Gestão e avaliação dos riscos; ocorrência de um evento adverso para uma
˃˃ Atividades de controle; determinada situação esperada”. Risco e in-
˃˃ Informação e comunicação; certeza são manifestações da mesma força
˃˃ Monitorização. fundamental - a aleatoriedade, diferencian-
O modelo do COSO tornou-se referência mun- do a incerteza mensurável, ou o risco pro-
dial para as organizações de uma forma geral, como priamente dito, da incerteza não-mensurável
metodologia de avaliação e aperfeiçoamento dos (BERGAMINI JÚNIOR, 2005 apud FRANK
seus sistemas de controle interno, sendo também in- KNIGHT, 1916). Um controle interno eficaz
corporado pelas entidades ligadas ao setor público. deve ser implementado quando a organi-

NOÇÕES DE CONTABILIDADE PÚBLICA


Destaca-se que o Banco Interamericano de Desen- zação tem os seus objetivos bem definidos.
volvimento - BID, o Banco Mundial, a Organização Uma vez definidas as linhas de orientação
das Entidades Fiscalizadoras Superiores dos Países e os objetivos, importa identificar os riscos
membros da ONU - INTOSAI e o U.S. Governement que ameaçam o seu cumprimento e gerir o
Accountability Office – GAO também reconheceram seu impacto. Cabe à administração adaptar
e adotaram o modelo do COSO. uma atitude proativa e estabelecer os níveis
de risco (severidade) que está disposta
Em 2001, a análise COSO foi melhorada com a assumir, para evitar eventos inesperados que
inclusão do conceito de Enterprise Risk Management ponham em causa os seus objetivos.
(ERM) aumentando as áreas de enfoque no seu mo-
˃˃ Atividades de controle: as atividades de
delo (conhecido também por COSO II):
controle são políticas e ações estabelecidas
Quadro 3 – Áreas de enfoque COSO I e COSO II que, quando executadas a tempo e maneira
COSO I COSO II
adequados, permitem a redução ou a admi-
nistração dos riscos e o alcance dos objeti-
2001 vos da entidade (DIAS, 2006 e INTOSAI,
1987
ERM (Enterprise Risk Management)
2007). Para serem efetivos, os procedimen-
Controle (enfoque nas tos de controle devem ser apropriados, fun-
relações externas à Ambiente interno
organização)
cionar consistentemente de acordo com um
plano de longo prazo, ter custo adequado,
Avaliação de risco Foco nos objetivos ser abrangentes, razoáveis e diretamente re-
Controle Interno
Identificação de eventos internos lacionados aos objetivos de controle. Esses
e externos (enquanto riscos e procedimentos devem existir em toda a or-
(procedimentos e políticas)
oportunidades)
ganização, em todos os níveis e em todas as
Informações e comunicações Avaliação de risco funções (INTOSAI, 2007).
Monitorização Aceitação e gestão do risco ˃˃ Informação e Comunicação: a comunica-
Controle Interno ção é um canal bidirecional através do qual
Informações e comunicações a informação é difundida pela Organiza-
ção. Ocorre entre todos os níveis hierárqui-
Monitorização
cos, formal ou informalmente, e é essencial
Fonte: Evolução cronológica do modelo COSO
ao bom funcionamento e relacionamento
Elaborado para o controle dos processos das Or- entre as pessoas e a organização. Permite que
ganizações, o COSO I (COSO IC) apresenta que o através de uma verificação cuidada e exaus-
controle dos processos deve ser periódico, de forma tiva da informação se obtenham resultados
a identificar pontos de melhoria nos mesmos. Se ba- fidedignos que, se tratados oportunamente,
seia em cinco vertentes conforme exposto no qua- conduzem à execução e acompanhamento
dro acima: de um bom controle interno.

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˃˃ Monitoramento: o monitoramento é o in- ˃˃ Ambiente Interno: Abrange o tom da or-
dicador de análise e avaliação contínua das ganização, a base para como o risco é visto
atividades efetuadas e permite constatar se e dirigido por uma entidade, incluindo o
o controle interno é vantajoso para a or- apetite da filosofia do risco e da gerência
ganização. A função do monitoramento é de risco, a integridade, os valores éticos e o
verificar se os cinco elementos que consti- ambiente em que se operam.
tuem o controle interno (ambiente, avalia- ˃˃ Definição dos Objetivos: Os objeti-
ção de riscos, atividades de controle, infor- vos devem existir antes que a gerência
mação e comunicação e monitoramento) possa identificar os eventos potenciais
estão funcionando corretamente e permiti que afetam sua realização. A gerência de
alcançar os resultados desejados. risco da empresa assegura um processo
Em 2004, devido à preocupação do mercado com para ajustar objetivos e aqueles objetivos
o gerenciamento de risco, o COSO reconheceu que escolhidos suportaram e alinham com a
seria necessário um aperfeiçoamento da metodolo- missão da entidade e ser consistente com
gia COSO Report, resultando na divulgação do do- seu apetite do risco.
cumento Enterprise Risk Management – Integrated ˃˃ Identificação de Eventos: Os eventos
Framework (Gerenciamento de Riscos Corporativos internos e externos afetam a realização dos
– Estrutura Integrada), conhecido como ERM ou objetivos de uma entidade, devendo ser
COSO II (RONCALIO, 2009). identificado, distinguindo entre riscos e
O COSO II representa uma metodologia com- oportunidades. As oportunidades são cana-
plementar à framework original do COSO I, apre- lizadas para trás à estratégia ou ao objetivo/
sentando uma análise com o ERM – Enterprise Risk ajuste da gerência de processos.
Management, que visa garantir uma análise e identi-
ficação das organizações quanto ao compliance, per- ˃˃ Avaliação do Risco: Os riscos são anali-
sados, considerando a probabilidade e o
NOÇÕES DE CONTABILIDADE PÚBLICA

mite uma orientação para a criação de valor.


impacto, como uma base para determinar
Segundo Zanette et al. (2008, p. 13), este novo mo- como devem ser controlados. Os riscos ine-
delo “amplia os controles no foco da gerência de risco; rentes são avaliados em uma base residual.
com esta nova ferramenta as companhias puderam
decidir na escolha da satisfação de suas necessidades ˃˃ Resposta ao Risco: A gerência seleciona
internas de controle e aperfeiçoamento dos métodos respostas do risco - que evita, aceitando,
gerenciais no alcance de seus objetivos”. reduzindo, ou compartilhando o risco -
desenvolvendo um jogo das ações para
→→ O COSO II permite uma análise de: alinhar riscos com as tolerâncias do risco
˃˃ Eventos potenciais através de análise de da entidade e o apetite do risco.
tendências com base no histórico; ˃˃ Atividades de Controle: As políticas e os
˃˃ Avaliação de risco (risco inerente e risco procedimentos são estabelecidos e executa-
residual); dos para ajudar assegurar as respostas aos
˃˃ Respostas aos riscos (categorização dos riscos realizados eficazmente.
tipos de respostas e forma de execução). ˃˃ Informação e Comunicação: A informa-
O ERM - Enterprise Risk Management, constitui ção relevante é identificada, capturada, e
um modelo da organização definido com o objetivo comunicada em um formulário ou outro
de aplicar estratégias que permitam a identificação de meio que permitam pessoas de realizar a
todos os eventos afetos a riscos garantindo a adminis- sua responsabilidade. Uma comunicação
tração dos mesmos e o alcance dos objetivos propostos. eficaz ocorre também em um sentido mais
→→ Na generalidade, o ERM tem como objetivo: largo, fluindo para baixo, transversalmente,
˃˃ Definição de objetivos (considerando con- e em toda a entidade.
sequências a evitar); ˃˃ Monitoramento: A totalidade da gerência
˃˃ Identificação de eventos (com análise de de risco da empresa é monitorada e mo-
potenciais problemas); dificações são feitas como necessário. Mo-
nitoração é realizada em todas as ativida-
˃˃ Análise de impacto de risco (cálculo do des da gerência, avaliações separadas, ou
risco inerente); ambas. A gerência de risco da empresa não
˃˃ Definição e análise de resposta ao risco é estritamente um processo de série, onde
(melhoria contínua do controle de risco). um componente afete somente o seguinte.
→→ A seguir descreve os componentes do COSO É um processo multidirecional, iterativo
II dispostos no quadro 03 apresentado acima, em que quase todo o componente pode e
conforme Zanette (2007, p. 53 - 54): influencia outro.

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Dessa forma, a metodologia COSO/ERM fornece Atividades de
as organizações uma estrutura para a gestão de risco, Atividades de
Foco de teste mitigação de todos
controle
permitindo a identificação de eventos que possam os riscos
afetar a entidade, além de aproveitar as oportunida- Adequacidade e Adequacidade e
des relacionadas com a realização dos objetivos. Foco de relatório eficácia do controle eficácia da mitigação
interno do risco
Planejamento de Auditoria: Plano de Resultados de Controle novo ou Mitigação de risco
Auditoria Baseado no Risco auditoria melhorado apropriada
Fonte: Theiss e Krieck (2009).

A resolução CFC Nº 1.211 de 27/11/2009 através O Quadro 4 destaca que a auditoria convencional
da NBC TA 300 dispõe sobre - Planejamento da au- está centrada nos controles internos que envolvem
ditoria de demonstrações contábeis. os processos operacionais enquanto a Auditoria Ba-
seada em Riscos está focada nos riscos que envolvem
O planejamento da auditoria envolve a defini-
o negócio. Assim, observa-se que o foco da Audito-
ção de estratégia global para o trabalho e o desen-
ria Baseada em Riscos é mais abrangente do que o da
volvimento de plano de auditoria. Um planejamento
Auditoria Convencional.
adequado é benéfico para a auditoria das demons-
trações contábeis de várias maneiras, inclusive para: Risco de negócio é o risco que resulta de condi-
˃˃ Auxiliar o auditor a dedicar atenção apro- ções, eventos, circunstâncias, ações ou falta de ações
priada às áreas importantes da auditoria; significativas que possam afetar adversamente a ca-
˃˃ Auxiliar o auditor a identificar e resolver pacidade da entidade de alcançar seus objetivos e
executar suas estratégias, ou do estabelecimento de

NOÇÕES DE CONTABILIDADE PÚBLICA


tempestivamente problemas potenciais;
objetivos ou estratégias inadequadas.
˃˃ Auxiliar o auditor a organizar adequada-
mente o trabalho de auditoria para que seja A Resolução CFC Nº 1.212 de 27/11/2009 Aprova
realizado de forma eficaz e eficiente; a NBC TA 315 que destaca sobre - Identificação e Ava-
˃˃ Auxiliar na seleção dos membros da equipe liação dos Riscos de Distorção Relevante por meio do
de trabalho com níveis apropriados de ca- Entendimento da Entidade e do seu Ambiente.
pacidade e competência para responderem Risco de negócio é o risco que resulta de condi-
aos riscos esperados e na alocação apro- ções, eventos, circunstâncias, ações ou falta de ações
priada de tarefas; significativas que possam afetar adversamente a ca-
˃˃ Facilitar a direção e a supervisão dos pacidade da entidade de alcançar seus objetivos e
membros da equipe de trabalho e a revisão executar suas estratégias, ou do estabelecimento de
do seu trabalho; objetivos ou estratégias inadequadas.
˃˃ Auxiliar, se for o caso, na coordenação do Procedimentos de avaliação de riscos são os pro-
trabalho realizado por outros auditores e
cedimentos de auditoria aplicados para a obtenção
especialistas.
do entendimento da entidade e do seu ambiente,
O auditor independente deve, na fase de plane- incluindo o controle interno da entidade, para a
jamento, efetuar a avaliação dos riscos de auditoria, identificação e avaliação dos riscos de distorção re-
para que os trabalhos sejam programados adequa- levantes, independentemente se causada por fraude
damente, evitando a apresentação de informações ou por erro, nas demonstrações contábeis e nas afir-
errôneas nas demonstrações contábeis. mações.
Conhecer os riscos envolvidos na atividade é →→ Os procedimentos de avaliação de riscos in-
condição para que os auditores desenvolvam seus cluem o seguinte:
trabalhos de maneira eficiente, e para isto, é impor-
tante que o responsável pelo trabalho de auditoria Indagações à administração e a outros na en-
tenha a nítida visão da dinâmica da operação, dos tidade que: no julgamento do auditor, possam ter
atributos do mercado fornecedor, da concorrência, informações com probabilidade de auxiliar na iden-
e da legislação vigente nos diversos mercados onde tificação de riscos de distorção relevante devido a
a empresa opera. fraude ou erro. Conforme item A6: Muitas das infor-
mações obtidas pelas indagações do auditor são ob-
Quadro 4 - Auditoria Convencional x Auditoria tidas junto à administração e aos responsáveis pelas
Baseada em Riscos demonstrações contábeis. Contudo, o auditor tam-
Auditoria Auditoria baseada bém pode obter informações, ou uma perspectiva
Área de auditoria diferente na identificação de riscos de distorção rele-
convencional em riscos
vante, por meio de indagações junto a outros dentro
Sistema de controle
Foco da auditoria
interno
Risco do negócio da entidade e a outros funcionários com graus dife-
rentes de autoridade.

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Procedimentos analíticos no item A7 destaca que: e avaliar os riscos relevantes na atividade sobre revi-
Procedimentos analíticos realizados como procedi- são. Os objetivos do projeto devem refletir os resul-
mentos de avaliação de risco podem identificar aspec- tados da avaliação de riscos.
tos da entidade que o auditor não tinha conhecimento →→ Neste caso os auditores internos podem agre-
e pode auxiliar na avaliação de risco de erros relevantes gar valor por:
para fornecer uma base para planejar e implementar
Revisar controles críticos de sistemas e os proces-
respostas para esses riscos. Procedimentos analíticos
sos de gerenciamento de riscos.
realizados como procedimentos de avaliação de riscos
podem incluir informações financeiras ou não finan- Realizar uma revisão eficaz das avaliações de ris-
ceiras, por exemplo, a relação entre vendas e área total cos da administração e dos controles internos.
do espaço de vendas ou volume dos produtos vendidos. Dar aconselhamento no desenho e melhoria do sis-
Observação e inspeção no item A11 relata que: tema de controles e das estratégias para mitigar riscos.
A observação e a inspeção podem apoiar as indaga- Implementar uma estratégia com base em ris-
ções junto à administração e outros, e podem tam- cos para planejar e executar o processo de audito-
bém fornecer informações sobre a entidade e o seu ria interna.
ambiente. Exemplos de tais procedimentos de audi-
Certificar que os recursos de auditoria interna
toria incluem a observação e inspeção do seguinte:
são direcionados aquelas áreas mais importantes pa-
˃˃ Operações da entidade; ra a organização.
˃˃ Documentos (tais como planos e estraté- Desafiar a base da avaliação do gerenciamento de
gias de negócio), registros e manuais de riscos da administração e avaliar a adequação e efi-
controles internos; cácia das estratégias de tratamento dos riscos.
˃˃ Relatórios elaborados pela administração
(tais como relatórios gerenciais trimestrais Definição do Objeto e Escopo
NOÇÕES DE CONTABILIDADE PÚBLICA

e demonstrações contábeis intermediárias) O escopo é o objetivo que se pretende atingir, é


e pelos responsáveis da governança (tais sinônimo de fim, propósito ou desígnio. No caso de
como minutas de reunião do conselho de uma auditoria, o escopo é o objetivo que se pretende
administração); alcançar com a auditoria.
˃˃ Dependências e instalações industriais da A compreensão do objeto da auditoria permite
entidade. identificar riscos e pontos críticos existentes e é indis-
A auditoria baseada em risco segundo o IIA (Ins- pensável à definição do objetivo e do escopo da audi-
tituto Internacional de Auditoria) “É uma metodo- toria. É importante assegurar que os aspectos centrais
logia que associa a auditoria interna ao arcabouço do objeto auditado tenham sido investigados, docu-
global de gestão de riscos de uma organização. A mentados e compreendidos. A extensão e o nível de
ABR possibilita que uma auditoria interna dê garan- detalhamento dos dados que serão coletados devem
tia ao conselho diretivo de que os processos de ges- levar em consideração a natureza do objeto investiga-
tão de riscos estão gerenciando os riscos de maneira do, o tempo e os recursos disponíveis pela equipe.
eficaz em relação ao apetite por riscos.” O objeto de trabalho da auditoria contábil con-
A atividade de auditoria interna deve auxiliar a siste no exame do conjunto de todos os elementos de
organização na manutenção de controles eficazes, controle do patrimônio administrado, os quais com-
avaliando sua eficácia e eficiência e promovendo preendem registros contábeis, papéis, documentos,
contínuas melhorias. fichas, arquivos e anotações que comprovem a vera-
cidade dos registros e legitimidade dos atos e fatos
→→ As Normas para Plano de Auditoria Interna
da administração.
baseado em Riscos estão descritas nas NBCs
abaixo relacionadas: A equipe deve realizar investigação preliminar
dos controles internos e dos sistemas de informação,
2010 item A1 – O plano de atividade dos projetos assim como dos aspectos legais considerados signi-
da auditoria interna deve ser formulado sobre avalia- ficativos no contexto da auditoria. Nas auditorias
ção de riscos, executados no mínimo uma vez ao ano. operacionais, o exame da confiabilidade da base in-
2120 item A1 – Baseado nos resultados da avalia- formativa e dos controles internos deve enfatizar os
ção de riscos, a atividade de auditoria interna deve aspectos que possam comprometer a efetividade e/
avaliar a adequação e eficácia dos controles com- ou a eficiência das operações (TCU, 2010).
preendidos na governança da entidade, nas opera- →→ O levantamento de informações pode ser es-
ções e sistemas de informações. truturado da seguinte forma segundo (ISSAI
2210 item A1 – Quando algum projeto estiver 3000/3.3, 2004):
sendo planejado, o auditor interno deve identificar O objeto e seu contexto:

450
˃˃ objetivos (gerais ou parciais, dependendo que as distorções não corrigidas e não detectadas,
da extensão do trabalho); em conjunto, excedam a materialidade para as de-
˃˃ estratégia de atuação (ações desenvol- monstrações contábeis como um todo.
vidas, metas fixadas, clientes atendidos, ˃˃ Materialidade para a Execução da Auditoria:
procedimentos e recursos empregados, ˃˃ Maior o risco
bens e serviços ofertados e benefícios
proporcionados); ˃˃ Menor o percentual da materialidade
˃˃ estrutura organizacional (linhas de subor- ˃˃ Maior quantidade de evidência
dinação e de assessoramento e relação com ˃˃ Maior extensão de testes
as atividades desenvolvidas); ˃˃ Tamanho maior da amostra
˃˃ fontes de financiamento e principais itens ˃˃ Procedimentos próximos da data das de-
de custo e despesa (histórico da execução monstrações
orçamentária);
A materialidade irá variar conforme o histórico
˃˃ situação no contexto das prioridades gover- de distorções identificadas e a expectativa de recor-
namentais; rência das distorções encontradas. Como é o caso
˃˃ histórico (a partir da data de criação, as de- de Companhia fechada não regulamentada, o risco
nominações anteriores e mudanças na sua é menor, pois provavelmente terá histórico de pouca
concepção lógica em relação a objetivos, ou nenhuma distorção, com isso a tendência é a dimi-
público-alvo e formas de implementação); nuição da extensão dos trabalhos. No entanto a mate-
˃˃ grupos de interesse e características do rialidade poderá sofrer alterações nos valores inicial-

NOÇÕES DE CONTABILIDADE PÚBLICA


ambiente externo e interno; mente estabelecidos, como é o caso de uma mudança
˃˃ natureza da atuação de outros órgãos ou de cenário em função de fatores exógenos. Por exem-
programas governamentais que atuam na plo: Crise econômica em setembro de 2008. Assim,
mesma área (linhas de coordenação). ocorrerá mudança da materialidade determinada no
˃˃ funcionamento do objeto auditado: planejamento e uma deverá ocorrer uma nova análise
de riscos para determinar se a natureza, a época e a
˃˃ processos gerenciais; extensão dos procedimentos estão apropriadas.
˃˃ bases de dados existentes;
Já quanto aos riscos em auditoria, vem a ser a
˃˃ ambiente de controle; emissão de uma opinião sem restrições com relação
˃˃ restrições enfrentadas (imposições legais a demonstrações e registros contábeis elaborados de
e limitações impostas pela concorrência, forma substancialmente incorretas ou incompletas.
pela tecnologia, pela escassez de recursos
ou pela necessidade de cooperar com Ao falar de riscos em auditoria Franco e Marra
outras entidades). (1991, p. 248), apresentam que a auditoria:
É um trabalho complexo, que envolve a aplica-
Materialidade, Risco e Relevância ção de variados e sofisticados procedimentos
Em auditoria, observa-se a materialidade de duas para sua consecução. Em decorrência dessa
formas distintas: Quantitativa ou Qualitativamente. complexidade e sofisticação, é inevitável que
em todos os trabalhos de auditoria haja um
Quantitativa: observa-se os fatos quanto aos certo grau de risco de que erros ou irregula-
seus valores numéricos, normalmente evidenciados
ridades existentes nos registros e nas demons-
pelo valor das contas envolvidas nas Demonstrações
trações contábeis possam não ser detectados
Contábeis, os erros encontrados neste tipo de abor-
durante o procedimento auditorial.
dagem são geralmente detectados através de testes
substantivos. A Resolução CFC 1203/09, que aprovou a NBC
TA 200 relata que o risco de auditoria é uma função
Qualitativa: preocupa-se na veracidade das in- dos riscos de distorção relevante e do risco de detec-
formações transmitidas aos usuários da informação
ção, a seguir discriminados.
contábil, quase sempre refletidas nas notas explicati-
vas ou quadros complementares das demonstrações Risco de detecção: é o risco de que os procedi-
contábeis. mentos executados pelo auditor não detectem uma
distorção potencialmente relevante, individualmen-
Para fins da NBC TA 320 Resolução CFC
1.213/09, materialidade para a execução da audito- te ou em conjunto com outras distorções.
ria significa o valor ou valores fixados pelo auditor, Risco de distorção relevante: é o risco de que as
inferiores ao considerado relevante para as demons- demonstrações contábeis contenham distorção rele-
trações contábeis como um todo, para, adequada- vante antes da auditoria. Consiste em dois compo-
mente, reduzir a um nível baixo a probabilidade de nentes, o risco inerente e o risco de controle:

451
˃˃ Risco inerente: é a suscetibilidade de uma ˃˃ confiabilidade das informações e demons-
afirmação a respeito de uma transação, trações contábeis da entidade;
saldo contábil ou divulgação, a uma distor- ˃˃ efetividade e eficiência de suas operações; e
ção que possa ser relevante, individualmen-
˃˃ sua conformidade com leis e regulamen-
te ou em conjunto com outras distorções,
tos aplicáveis.
antes de se considerar qualquer controle
preexistente; A maneira como o controle interno é planejado,
˃˃ Risco de controle: é o risco de que uma implementado e mantido varia com o tamanho e a
distorção não seja prevenida, detectada e complexidade da entidade. Como exemplo, cita-
corrigida tempestivamente pelo controle se: controle permanente de um estoque de canetas
interno da entidade. utilizadas pelos funcionários de uma empresa seria
irrelevante em relação ao estoque de mercadorias
Resumindo o item 1, pode-se dizer que o risco de comercializadas por esta.
detecção se posiciona inversamente ao risco ineren-
te e ao risco de controle, assim pode-se perceber que Avaliação do Controle Interno
quanto maiores forem os riscos de detecção, meno-
res serão os riscos inerentes e de controle. Agora, no A implantação do controle interno nas organiza-
caso de menores riscos de detecção maiores serão os ções é ação fundamental como ferramenta de con-
riscos inerentes e de controle. trole processual. O principal objetivo visa apontar as
Já para a avaliação dos riscos inerente e de controle falhas e os erros com intenção de retificar e evitar a
pode-se afirmar que ela pode ser realizada de acordo sua reincidência (através da elaboração de planos de
com a preferência do auditor não existindo assim re- remediação).
gra para execução em separado ou mesmo integrada, Para o American Institute of Certified Accountants
já que os dois referem-se aos controles internos. (AICPA), controle interno é:
Quanto à Relevância em auditoria é a importân- O plano da organização, todos os métodos e me-
NOÇÕES DE CONTABILIDADE PÚBLICA

cia que um fato avaliado exerce sobre o todo, ou seja, didas coordenadas adotados pela empresa para salva-
qual a distorção que ele pode causar na informação guardar seus ativos, verificar a adequação e confiabi-
apresentada. Na auditoria esse grau de relevância é lidade de seus dados contábeis, promover a eficiência
observado pelo auditor através de sua experiência de operacional e estimular o respeito e obediência às po-
trabalho, sendo o risco medido pela relevância que o líticas administrativas fixadas pela gestão.
auditor propõe para determinado fato.
A Resolução CFC Nº 1.212 DE 27/11/2009 por
A Resolução 12.249/10 NBC TA 315 descreve so- meio da NBC TA 315 conceitua que o Controle Inter-
bre a relevância do conhecimento que o auditor deve no é o processo planejado, implementado e mantido
ter sobre o controle interno da empresa auditada. É pelos responsáveis da governança, administração e
comentada no item 12: O auditor deve obter entendi- outros funcionários para fornecer segurança razoável
mento do controle interno relevante para a auditoria. quanto à realização dos objetivos da entidade no que
Embora seja mais provável que a maioria dos contro- se refere à confiabilidade dos relatórios financeiros,
les relevantes para a auditoria esteja relacionada com efetividade e eficiência das operações e conformidade
as demonstrações contábeis, nem todos os controles
com leis e regulamentos aplicáveis. O termo “contro-
que se relacionam com as demonstrações contábeis
les” refere-se a quaisquer aspectos de um ou mais dos
são relevantes para a auditoria. É uma questão de jul-
componentes do controle interno.
gamento profissional de o auditor determinar se um
controle, individualmente ou em combinação com A orientação interpretada da International Orga-
outros, é relevante para a auditoria (ver itens A49 a nization of Supreme Audit Institutions – INTOSAI,
A72 da NBC TA 315). propõe que a função do controle interno seria a de:
Para melhor esclarecimento, apresentamos aqui Prevenir erros (por exemplo, segregando funções e re-
apenas dois itens o A49 e o A51. quisitos para autorizações); detectar erros (por exem-
plo, estabelecendo padrões de produção para detectar
A49. O entendimento do controle interno auxi- variações nos resultados finais); corrigir erros que
lia o auditor na identificação de tipos de distorções tenham sido detectados (por exemplo, cobrando um
potenciais e fatores que afetem os riscos de distor- pagamento a maior, feito a um fornecedor); e com-
ção relevante, bem como no planejamento da na- pensar controles débeis onde os riscos de perda são
tureza, da época e da extensão de procedimentos elevados e se precisam controles adicionais.
adicionais de auditoria. O conhecimento do sistema contábil e de contro-
A51. O controle interno é planejado, implemen- les internos é fundamental para o Planejamento da
tado e mantido para enfrentar riscos de negócio Auditoria. Também é necessário para determinar a
identificados que ameacem o cumprimento de qual- natureza, extensão e oportunidade dos procedimen-
quer um dos objetivos da entidade com relação a: tos de auditoria, devendo o auditor:

452
˃˃ ter conhecimento do sistema de conta-
bilidade adotado pela entidade e de sua EXERCÍCIO COMENTADO
integração com os sistemas de controles
internos; 01. De acordo com as definições do COSO I (Committe
˃˃ avaliar o grau de confiabilidade das infor- of sponsoring organizations of the Treadway Com-
mações geradas pelo sistema contábil, sua mission), a monitoração de riscos em relação ao
temporalidade e sua utilização pela admi- alcance de objetivos da entidade é dirigida apenas
nistração; e para riscos de origem financeira, não sendo um
relevante instrumento de gerenciamento de riscos
˃˃ avaliar o grau de confiabilidade dos con- para subsidiar a governança corporativa.
troles internos adotados pela entidade, ERRADO. O COSO® (Committee of Sponsoring Or-
mediante a aplicação de provas de procedi- ganizations of the Treadway Commission) é uma
mentos de controle, dentro da abrangência. organização privada criada nos EUA em 1985 para
A Resolução 12.249/10 na NBC TA 315 também prevenir e evitar fraudes nas demonstrações contá-
dispõe sobre os componentes do controle interno e beis da empresa.
expressa sobre o ambiente de controle. No item 14 Inicialmente criada como National Commission on
relata que: Fraudulent Financial Reporting (em português:
O auditor deve obter entendimento do ambiente Comissão Nacional sobre Fraudes em Relatórios Fi-
de controle. Como parte da obtenção deste entendi- nanceiros), essa comissão era formada por represen-
tantes das principais associações de classes de profis-
mento, o auditor deve avaliar se:

NOÇÕES DE CONTABILIDADE PÚBLICA


sionais ligados à área financeira. O primeiro objeto de
˃˃ a administração, com a supervisão geral estudo da comissão foram os controles internos das
dos responsáveis pela governança, criou empresas. Essa comissão posteriormente tornou-se
e manteve uma cultura de honestidade e um comitê e passou a se chamar COSO - Committee of
conduta ética; e Sponsoring Organizations of the Treadway Commis-
sion (em português: Comitê das Organizações Patro-
˃˃ os pontos fortes no ambiente de controle cinadoras da Comissão Treadway).
fornecem coletivamente fundamento apro-
O COSO é uma organização sem fins lucrativos,
priado para os outros componentes do dedicada a melhoria dos relatórios financeiros, sobre-
controle interno, e se os outros componen- tudo pela aplicação da ética e efetividade na aplica-
tes não são prejudicados por deficiências ção e cumprimento dos controles internos e é patro-
no ambiente de controle (ver itens A76 a cinado pela cinco das principais associações de classe
A86 da NBC TA 315). de profissionais ligados à área financeira nos EUA. Em
decorrência da globalização e padronização interna-
Como observamos, neste capítulo, mais extenso,
cional das técnicas de auditoria, as recomendações da
buscamos discorrer sobre as normas de auditoria di- COSO, relativas aos controles internos, bem como seu
vulgadas pela INTOSAI. Esta associação que o Brasil cumprimento e observância, são amplamente prati-
é um dos signatários publica normas de auditoria que cados e tidos como modelo e referência no Brasil e na
são utilizadas em nível mundial por inúmeros países. maioria dos países do mundo.
Também analisamos os conceitos de controle interno
publicados pelo COSO nas duas edições, COSO I e
COSO II e os conceitos de Auditoria baseada em ris- VAMOS PRATICAR
co. Discorremos sobre o planejamento, o escopo dos
trabalhos, bem como a materialidade e relevância de
sua execução. Finalizamos tratando sobre a avaliação 01. (TCE) Em auditoria, o denominado risco de
do controle interno com base nas normas do AICPA e detecção:
sua comparação com as resoluções do CFC. a) independe da suficiência e adequação das
evidências de auditoria coletadas pelo
auditor para emissão de seu relatório.
FIQUE LIGADO
b) é uma função direta da eficácia dos con-
Quando tratamos sobre auditoria de risco, o seu troles internos da entidade que está sendo
foco não é o mesmo da auditoria convencional. Na au- auditada.
ditoria de risco, o resultado esperado está focado na c) é invariável, qualquer que seja a atividade
Mitigação de risco apropriada. da entidade e as classes de transações por
ela praticadas.

453
d) existe independentemente da auditoria da gestão administrativa e dos resultados al-
das demonstrações contábeis, ou seja, é cançados, apresentar subsídios para o aper-
inerente à entidade. feiçoamento dos procedimentos adminis-
e) está diretamente relacionado com a trativos e controles internos das unidades da
natureza, a época e a extensão dos proce- administração direta e entidades supervisio-
dimentos de auditoria. nadas, constituem:

02. (TCE) Para que os objetivos da auditoria go- a) as competências da auditoria governa-
vernamental sejam atingidos, utilizam-se mental do TCU
diversos tipos de auditoria no setor público. b) as finalidades e objetivos operacionais da
A auditoria: auditoria governamental do TCU.
a) de gestão tem por objetivo verificar a c) as formas de auditoria governamental
eficácia e a eficiência das ações geren- federal.
ciais e procedimentos operacionais das d) os tipos de auditoria governamental mu-
unidades auditadas. nicipal e os objetivos gerais do sistema
b) indireta é executada por servidores de controle interno do poder executivo
em exercício nos órgãos e unidades do federal.
Sistema de Controle Interno da entidade 05. (CESP) O ciclo de trabalhos de uma auditoria
auditada. governamental é finalizado com a produção
c) de acompanhamento de gestão tem por do relatório da auditoria.
objetivo antecipar os trabalhos da audito-
ria de gestão, sendo realizada em tempo Certo ( ) Errado ( )
real ao longo do exercício.
GABARITO
NOÇÕES DE CONTABILIDADE PÚBLICA

d) compartilhada não deve contar com o


auxílio de órgãos e instituições privadas,
de modo a garantir a lisura, o sigilo e a 01 E 04 B
idoneidade das informações obtidas nos
02 C 05 ERRADO
trabalhos.
e) de desempenho tem por objetivo con- 03 E
firmar os valores apresentados pelas
demonstrações contábeis da entidade
auditada.
ANOTAÇÕES
03. (FCC) NÃO representa uma das modalidades
de auditoria governamental, a auditoria:
a) contábil.
b) operacional.
c) especial.
d) de programas.
e) da qualidade.
04. (FCC) Um elemento primordial para asse-
gurar e promover o cumprimento do dever
de accountability que os administradores
públicos têm para com a sociedade e o Par-
lamento, conferido pela Constituição, como
instituição de controle das ações governa-
mentais, por meio de comprovar a legalidade
e legitimidade e avaliar os resultados, quanto
à economicidade, eficiência e eficácia da
gestão orçamentária, financeira e patrimo-
nial nas unidades da Administração federal,
bem como a aplicação de recursos públicos
por entidades de direito privado, e ainda,
examinar a regularidade e avaliar a eficiência

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