Академический Документы
Профессиональный Документы
Культура Документы
Bibliografia:
• Fernando Capez - Curso de Processo Penal - Mais básico (bom para 1º livro)
(Ou Nestor Távora)
• Marcelos Polastri - Manual de Processo Penal - É banca no MPE-RJ
• Eugênio Pacheli - Curso de Processo Penal - Livro adotado no MPF
• Sérgio Demoro Hamilton - Está substituindo o Polastri na banca
• Paulo Rangel - Direito Processual Penal - Livro bom para defensoria
• Fernando Tourinho - É a bíblia do processo penal, mas está desatualizado -
professor não recomenda.
Aula 1 - 02/04
I - Jurisdição
1)Introdução
2)Características
b)Inércia: A atividade judiciária não pode ser iniciada de ofício pelo juiz, ou
seja, não é o juiz que inicia o processo, devendo uma parte provocá-lo (acioná-
lo) para ter a jurisdição. Esta característica da inércia está ligada à
imparcialidade do julgador (ne procedat iudez ex offic).
Uma exceção à regra da proibição da atuação judicial de ofício, é a
concessão de Habeas Corpus de ofício, quando houver flagrante ilegalidade na
prisão do réu (art. 624, §2º, CPP).
3)Princípios
b)Juiz Natural: (art. 5º, LIII) Este princípio estabelece a competência na forma
da lei. Significa que para cada crime apenas existe 1 juiz competente na forma
da lei. Assim sendo, todo réu brasileiro tem o direito de ser julgado pelo seu juiz
competente, não cabendo a nomeação de juízes especiais para julgar
determinados réus.
Este princípio, consequentemente, traz a proibição dos tribunais de
exceção (art. 5º, XXXVII).
1)Introdução
2)Sistemas processuais
Obs.2: Lei Híbrida: É aquela lei que, ao mesmo tempo, possui característica
penal e processual. Toda lei híbrida prevalece a sua característica mais
benéfica, ou seja, a penal, não podendo, assim, retroagir para prejudicar o réu.
Obs.2: Basta a autorização de apenas um dos moradores para que possa entrar
na casa. Geraldo Prado (Muito minoritário) afirma que é necessária a
autorização de todos os moradores.
Obs.3: Conceito de Dia: Art. 172 do CPC c/c art. 173, II, do CPC (entre 6h e 20h,
inclusive feriados).
b)Sigilo de Correspondência e Telefônico, art. 5º, inciso XII, CRFB: Aqui são 4
sigilos: Correspondência, Comunicação telegráfica, Dados Telefônicos,
Comunicação Telefônica.
Obs.3: Todas essas inviolabilidades podem ser quebradas por qualquer juiz em
ordem judicial (de família, trabalhista, etc.), já que nenhum direito
constitucional possui caráter absoluto. Mas, conforme o texto constitucional,
no caso de comunicação telefônica, apenas será permitida a quebra nas
hipóteses e na forma que a lei estabelecer (Lei 9.296/96), e para fins de
investigação criminal ou instrução processual penal, ou seja, apenas juiz
criminal poderá quebrar esta inviolabilidade.
c)Direito ao Silêncio, art. 5º, inciso LXIII, CRFB: Nemo Tenetur Detegere. Este
princípio somente se aplica nos casos de prova de cooperação ativa (não se
aplica às de cooperação passiva - ex: reconhecimento - art. 226 CPP), e no
casos de prova de intervenção corporal invasiva (nos casos de intervenção não-
invasiva, não se aplica este princípio - esta prova está na superfício do corpo,
ou já foi expelido pelo corpo). Assim sendo, nas prova não-invasivas, pode-se
colher a prova independente de autorização.
d)Ampla Defesa e Contraditório, art. 5º, inciso LV, CRFB: (fazer remissão ao art.
134 da CRFB) Ampla defesa significa autodefesa (dar sua versão) e defesa
técnica (ser acompanhado por um advogado).
Também faz parte da ampla defesa a ciência prévia do réu das acusações
e suas provas (art. 186 CPP), além do direito de recorrer.
Já o Contraditório significa o direito que a parte tem de contestar o
oponente.
e)Inadmissibilidade de Provas Ilícitas, art. 5º, inciso LVI, CRFB: (Fazer remissão
ao art. 157) Conforme afirma Ada, prova ilítica é a prova que viola um direito
individual do réu (autor do fato) (prova ilícita estrito senso), ou viola uma regra
procedimento (de direito processual) (prova ilegítima - Ex: art. 479 CPP).
f)Presunção de Inocência, inciso LVII: Este princípio significa que, até sentença
condenatória transitada em julgado, presume-se que o réu é inocente.
No entanto, para Polastri (Professor e alguns ministros do STF) este
inciso traz o princípio da não-culpabilidade, e não presunção de inocência (pois
se fosse assim, não existira prisão em flagrante, por exemplo). Desta forma,
para o autor, este princípio possui o sentido de que, até o trânsito em julgado, a
pessoa não pode sofrer alguns efeitos que apenas são permitidos com o
trânsito em julgado (Ex: art. 63 do CP).
Desta forma, como consequência do princípio da não-culpabilidade, cabe
ao indiciado do inquérito, ou réu no processo, responder em liberdade, sendo
preso apenas em casos excepcionais.
Ademais, incumbe ao acusador provar a culpabilidade do réu, sendo que o
acusador possui o ônus da prova (art. 386, VII, CPP), ou seja, in dubio pro reu.
Investigação Criminal
Trata-se de uma fase pré-processual, em que se produz as provas
mínimas da culpa do autor do fato. Note-se que não existe ação penal sem
prévia investigação. Esta investigação criminal busca produzir a justa causa.
Segundo Afrânio Silva Jardim, justa causa (Art. 395, III, CPP) é o conjunto
probatório mínimo de indícios de autoria e prova da materialidade. Assim
sendo, para iniciar o processo, deverá haver esse conjunto probatório mínimo.
Esta investigação Criminal pode se dar por meio do Inquérito Policial, ou
por outras peças de informação (Ex: CPI - é uma investigação criminal não
conduzida pela polícia).
(Parou Aqui)
I - Inquérito Policial
9. Indiciamento e Garantias:
O Indiciamento é um ato formal no qual a autoridade policial imputa a
prática de um crime a uma pessoa. O art. 6º, V, (Fazer remissão ao art. 185 CPP)
traz o termo de indiciamento.
As garantias do indiciado se encontram no art. 5º, LXIII (permanecer
calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado). Em
decorrência deste inciso, há o desdobramento para o Nemo Tenetur Detegere
(Não é obrigado a produzir prova contra si mesmo - vale lembrar que, conforme
visto antes, há exceções a este princípio).
A participação de advogado no curso do inquérito, de acordo com a
jurisprudência, é passiva e não ativa, ou seja, não cabe o advogado interromper
o interrogatório policial (art. 14 CPP). No entanto, de acordo com Ada e Aury
Lopes Jr., o advogado, durante o interrogatório policial, pode formular
perguntas, e o policial é obrigado a fazê-las.
Obs.1: Identificação Criminal (Art. 6º, VIII, CPP c/c art. 5º, LVIII, da CRFB) -
Existem 2 espécies: datiloscópica e fotográfica. Note-se que o art. 5º, LVIII, da
CRFB, afirma que o civilmente identificado não será submetido a identificação
criminal. No entanto, esta regra possui 3 exceções: Integrante de Organização
Criminosa - art. 5º da Lei 9.034/95; Suspeita sobre a menoridade do acusado -
Art. 109 do ECA; Casos de falsidade documental - Art. 3º da Lei 12.037/09.
Obs.2: Indiciado Menor: Valer lembrar que para ser indiciado a pessoa precisa
ser maior (pois o menor sequer é indiciado por ser inimputável). Assim sendo, o
indiciado menor é o indiciado com idade entre 18 e 21 anos. De acordo com o
art. 15 do CPP, este tem direito a curador, mas este artigo foi revogado pelo
CCB/02, que exitnguiu a figura do curador para as pessoas entre 18 e 21 anos.
Obs.: Vale notar que o 2º promotor (indicado pelo PGJ), não poderá alegar a
independência funcional, já que não está denunciando em nome próprio, mas
em nome do procurador geral. A independência funcional apenas pode ser
alegada no exercício das suas funções, e neste caso, por estar exercendo uma
função delegada, ou seja, que não é dele, não terá independência funcional.
Mas para uma corrente minoritária (Polastri), afirma que este 2º promotor pode
sim recusar de denunciar alegando independência funcional. Note-se que o
debate gira em torno de o que é independência funcional, e se este 2º promotor,
nestes casos, estaria abrangido pela independência funcional.
Tipos de Arquivamento:
• Arquivamento Implícito (Tácito): Esta é uma teoria, não está na lei, e é bem
minoritária esta teoria. Esta teoria apenas irá acontecer se houver 2 ou
mais indiciados ou 2 ou mais fatos (1 indiciado por 1 fato, esta teoria não
irá ocorrer). Mas, para esta teoria, deverá haver uma dupla omissão (tanto
do MP, quando do Juiz), que resultaria em um arquivamento implícito
(Subjetivo ou Objetivo - Exclui um dos indiciados ou um dos fatos
investigados), apenas podendo ser desarquivado, conforme dispõe o art.
18, se forem apresentadas novas provas.
O STF não aceita esta teoria, admitindo que a denúncia seja aditada,
pois o arquivamento deverá ser expresso, contrariando o art. 28 do CPP e o
art. 93, IX, da CRFB, que determina a obrigatoriedade de motivação
(arrazoamento do MP e motivação das decisões judiciais). Ademais, há o
argumento do art. 29 do CPP, que admite ação privada nos crimes de ação
pública, se esta não for intentada no prazo legal.
• Arquivamento Indireto:
II - Peças de Informação
2.Exemplos:
A) IPM – Código Processual Militar;
B) Comissão Parlamentar de Inquérito – art. 58, § 3º da CRFB: A CPI
poderá quebrar as garantias individuais constitucionais, por terem poderes de
investigação próprios das autoridades judiciais.
Porém há a Teoria da Reserva da Jurisdição, em que o STF afirma que
existem 3 atos que apenas podem ser feitos pelo judiciário, ou seja, são atos
reservados à competência do juiz: 1)Mandado de Prisão (Temporária ou
Preventiva); 2)Mandado de Busca e Apreensão Domiciliar; 3)Interceptação de
Conversas Telefônicas.
Obs.: APO 730/RJ - Não poderá a Câmara Municipal quebrar sigilo bancário do
investigado, por falta de simetria (Não há juiz municipal).
Aula 03 - 17/04
AÇÃO PENAL
1)Introdução:
A jurisdição é inerte, e, com a propositura da ação, o poder jurisdicional é
provocado para agir, tutelando o direito de punir (Já falamos disso na 1ª aula).
Assim sendo, ação penal é o instrumento pelo qual se provoca a jurisdição (já
que ela é inerte), a através dela se tutela o direito de punir da sociedade
(pretensão punitiva da coletividade).
Note-se que este direito de punir não se confunde com o poder de punir,
que é do Estado Juiz, e para isso existe o devido processo legal.
2)Conceito:
É o direito de pedir ao Estado Juiz, exclusivo titular do poder-dever de
punir, a prestação jurisdicional (art. 5º, LIV), aplicando-se o direito penal
objetivo a um caso concreto com a conseqüente satisfação da pretensão
punitiva.
Obs.: Fundamento constitucional: art. 5º, XXXV, LIV e LIII e art. 129, I.
4)Natureza jurídica
Obs.: Alguns autores (Polastri, Aury e Sérgio Demoro) entendem que o interesse
de agir é uma condição implícita e obrigatória da ação, ou seja, o interesse de
agir será analisado sobre outro enfoque. Assim sendo, no processo penal, a
aplicação de pena apenas cabe ao juiz, devendo existir a devida ação para tal
fim, ou seja, apenas será aplicada a pena com a interposição da devida ação (A
lide penal só pode ser resolvida dentro do processo, ao contrário da lide civil,
que pode ser resolvida fora do processo). (Não entendi bem isso - Ver melhor
depois)
6)Classificação
Aqui o critério adotado é a Legitimidade Ativo da Ação Penal (Art. 100, §1º, CP e
art. 24 CPP):
Representação do Ofendido
Obs.: Este prazo é penal (art. 10 CP) ou processual (art. 38 CPP)? O prazo
decadencial de 6 meses, possui natureza processual (tanto é que está no CPP e
é condição especial de procedibilidade), no entanto, conforme visto antes, já
que esta é uma causa de extinção da punibilidade, também possui natureza
penal. Assim sendo, estamos diante de um instituto híbrido (misto),
prevalecendo a sua natureza penal (art. 10 CP).
i)Idade mínima: Quando a vítima for menor, quem irá representar são os
representantes legais do incapaz. Porém a representação é facultativa,
podendo os representantes não representar. No entanto, quando a vítima é
incapaz, existem 2 momentos de direito de representação, sendo um dos
representantes, e um para a vítima quando cessada a incapacidade. Assim
sendo, quando a vítima completar 18 anos ela poderá exercer o direito de
representação (sendo autônomo ao direito de representação dos pais - Súmula
594 STF), já que não corre o prazo decadencial contra o menor de idade,
apenas passando a contar, para a representação da vítima, após completar 18
anos (ou seja, terá 6 meses após completar os 18 anos).
Obs.: Pacceli (Minoritário), afirma que a Súmula 594 do STF está revogada, com
base na revogação do art. 34 do CPP (que se referia aos relativamente incapaz
entre 18 e 21 anos - mudou com o novo CCB). Mas o professor afirma que o
Pacceli está errado, pois a Súmula é muito mais abrangente que o art. 34 do
CPP que foi revogado, já que a súmula trata do relativamente e do
absolutamente incapaz, e, portanto, mantém-se a aplicação da Súmula para os
menores de 18 anos.
j)Colidência (Conflito) de Interesses entre o Menor Ofendido e seu
Representante legal: (art. 33 CPP - Curador Especial é o Defensor Público - art.
4º, VI, LC 80/94). O curador especial é nomeado de ofício ou a requerimento do
MP pelo juiz criminal ou pelo juiz do juizado a infancia e juventude (art. 142,
ECA).
b)Natureza jurídica
Aula - 24/04
Denúncia
1)Requisitos:
É a petição inicial da ação penal Pública, ao passo que a Queixa Crime é
na Ação Penal Privada.
Os requisitos da denúncia estão no art. 41 do CPP (são 4 requisitos).
Art. 41. A denúncia ou queixa conterá a exposição do fato criminoso, com todas as
suas circunstâncias, a qualificação do acusado ou esclarecimentos pelos quais se
possa identificá-lo, a classificação do crime e, quando necessário, o rol das
testemunhas.
2)Dolo e Culpa:
Deverá haver descrição do dolo e da culpa.
3)Concurso de Agentes:
Sempre que houver mais de um denunciado, deverá haver a descrição
individualizada da conduta.
Obs.: Exceção: Existe um crime em que a jurisprudência é mais flexível em
relação a isso, não exigindo tanto detalhamento na conduta de cada indiciado,
já que é difícil de verificar o que cada um fez extamente, cabendo uma
denúncia um pouco mais genérica, não aplicando com tanto rigor o art. 41. É o
crime de autoria coletiva ou multitudinário ( Ex: Crimes Societáios) (HC
88.525/SP).
6)Aditamento à Denúncia:
Aditamento à Denúncia é quando se acrescenta à denúncia original mais
um fato ou mais um denunciado, ou seja, acrescenta um novo fato ou novo
denunciado. Este é o aditamento próprio que poderá ser próprio objetivo ou real
(quando inclui novo fato) ou próprio subjetivo ou pessoal (quando inclui novo
denunciado).
O Aditamento impróprio não é aditamento, embora a doutrina chame de
aditamento. Este é quando o aditamento corrige uma inépcia da denúncia
original, sem incluir novo fato ou denunciado. Este é o aditamento para
retificação da denúncia (art. 569 CPP).
a)Aditamento provocado: O aditamento provocado é quando o MP adita a
denúncia após a provocação por parte do juiz. Note-se que mudança no art. 384
não acabou com o aditamento provocado.
b)Aditamento espontâneo: O MP adita a denúncia por conta própria.
A)Titularidade:
Vale lembrar que a regra é que a ação penal em regra seja pública e
incondicionada. Na ação penal privada, o sujeito ativo é o ofendido ou seu
representante legal, quando o ofendido for incapaz (na público é o MP) (art. 100,
§1º, CP).
Obs.: O ofendido é sujeito ativo, e apenas tem a capacidade para propor uma
ação penal privada através do advogado ou defensor para apresentar a queixa
(é a petição inicial da ação penal privada), pois são estes que possuem
capacidade postulatória.
Obs.3: Sucessão Procesual: Art. 31 do CPP, devendo sempre lembrar o art. 226
da CRFB.
Obs.4: Miserabilidade Jurídica: Art. 32 do CPP c/c art. 134 da CRFB - A regra
será a representação pela Defensoria Pública, mas caso não haja defensoria, o
juiz indicará um Advogado Dativo. (Inconstitucionalidade progressiva do art.
32).
Obs.5: O MP atua nas ações penais privadas como fiscal da lei, e não como
parte.
Ação Penal Privada Subsidiária da Ação Penal Pública: Aqui o crime é de ação
penal pública, mas caso o MP e quedar inerte, caberá ao ofendido propor uma
ação penal privada um lugar da ação penal pública. A Doutrina chama de
"Queixa Supletiva" ou "Subsitutiva", já que o crime é de iniciativa pública, mas
como o MP se manteve inerte, terá legitimidade o ofendido de tomar o curso da
ação. Assim sendo, o requisito para esta ação é a inércia do MP.
Obs.: Na Doutrina apenas existe 1 autor que admite Queixa Subsidiária diante
de arquivamento de inquérito, que é o Gustavo Grandineti, afirmando que, se o
MP arquivar o inquérito, deixando de denunciar, estará viabilizando a queixa
subsidiária. Assim sendo, para ele, o requisito não é a inércia, mas a ausência
da denúncia. O professor discorda disso, reafirmando que o requisito é a inércia
do MP.
Obs.4: Embora seja uma ação penal privada, aqui não se aplica o princípio da
Disponibilidade da ação penal (art. 29 CPP), já que a ação é originariamente
pública, podendo o MP retomar a ação como parte principal no caso de
negligência do ofendido.
Obs.5: Ação Penal Pública subsidiária da Ação Penal Pública: Nos crimes
praticados por prefeitos, se o MP estadual (PGE) ficar inerte, caberá ao MPF,
pelo PGR, denunciar o prefeito (Decreto-Lei 201/67 - art. 2º, §2º).
Obs.: Ação penal dos crimes contra honra do funcionário público, no exercício
de susas funções (art. 145 § único): São crimes de ação penal pública
condicionada à representação do ofendido. Mas para o STF, este crime poderá
ser de ação penal privada (Súmula 714 STF), sob o argumento de que este
crime fere mais a esfera íntima do ofendido do que a coletividade. Esta escolha
dada pela súmula 714 é preclusiva, ou seja, quando o ofendido opta pela
representação, terá precluído seu direito à ação penal privada, e vice-versa.
Obs.2: Ação penal dos crimes contra os costumes: (Ver isso - Pegar com
Patrícia ou Gabriel) (ADIN 4.301/09)
IV)Princípio da Intranscendência:
Ação Civil Ex Delito:
Esta é uma ação civil (indenizatória), em decorrência da prática de um
crime, tratada no art. 63 e seguintes do CPP. Isto, pois todo ilícito penal é
também um ilícito civil.
A Sentença Condenatória transitada em julgada é título executivo judicial
no juízo cível, tornando certa a obrigação de indenizar, apenas tornando líquida
esta obrigação. Assim sendo, esta obrigação é certa, porém ilíquida. No
entanto, de acordo com o art. 387, IV, a sentença deverá vir com certa liquidez,
havendo um valor mínimo a ser executado, podendo pedir majoração na
liquidação de sentença no cível.
Obs.: Note-se que as 2 correntes partem da mesma premissa, afirmando que ela não
segue o juiz natural e o contraditório e ampla defesa, mas chegam a conclusões
diferentes.
4ª Exceção: Interrogatório por vídeo conferência (online) (art. 185 §2º). Vale
notar que o interrogatório online é constitucional (não confundir com a
decisão do STF que estabeleceu ser inconstitucional a Lei Estadual de São
Paulo que regulamentava o interrogatório online - trata-se de uma
inconstitucionalidade formal (competência exclusiva da União), e não
material), sendo regulada por lei federal, conforme a lei 11.600 que alterou o
art. 185, mas que é uma medida excepcional, conforme o §2º.
3)Natureza Jurídica
5)Garantias
6)Obrigatoriedade
Obs.: Quando o réu está presente, é obrigatório o interrogatório, podendo até mesmo
o réu ser conduzido coercitivamente ao interrogatório (art. 260). Em relação à
constitucionalidade do art. 260, a corrente majoritária (Polastri, Nicolicci, Tourinho)
entende que o art. 260 é constitucional. Esta corrente afirma que não se pode
presumir que o réu quer se valer do direito constitucional de ficar calado. Ademais, o
interrogatório possui 2 fases (com 2 conjuntos de perguntas), sendo que no início do
interrogatório há o interrogatório de identificação (art. 187), em que o réu é obrigado
a se identificar perante o processo (não podendo se silenciar sobre isso - Doutrina
minoritária sustenta isso), e a segunda parte é o interrogatório de mérito, no qual é
permitido o silêncio do réu.
7)Perguntas
8)Ordem de Perguntas
Obs.: Atualmente, de acordo com o art. 212, o depoimento das testemunhas é feito
por inquirição direta, sendo que as partes formulam perguntas antes do juiz,
conforme o § único.
9)Características do Interrogatório
Trata-se de um ato oral, via de regra, salvo no caso de o réu ser mudo, que
será interrogado por escrito, ou em linguagem de sinais.
Confissão
1)Conceito (Art. 197)
• Judicial
• Extrajudicial
• Qualificada: Réu admite a autoria, mas afirma existir uma causa absolutória
do crime (Ex: Afirma que matou, mas afirma que estava em estado de
necessidade).
Requisitos: 1)A confissão deve ser pessoal; 2)O réu deve estar em perfeita saúde
mental; 3)De forma espontânea.
Delação Premiada
Lei 9.807/99 - Lei Geral da Delação Premiada
Lei 9.807: Esta lei se aplica a todos os crimes, apesar de haver artigos em lei
específicas que se referem à Delação Premiada.
Obs.2: Para que o delator receba o prêmio (diminuição de pena ou perdão judicial), o
réu (autor do fato) deverá celebrar um acordo com o Ministério Público.
Obs.3: Art. 13 - Só tem direito a perdão judiciário se for réu primário. Se não for
primário, receberá diminuição de pena. Vale lembrar que, não necessariamente,
sendo primário e colaborador, irá receber o perdão judicial, podendo, dependendo da
ajuda, receber apenas diminuição de pena
Obs.4: Este acordo celebrado é chamado pela doutrina como Delação Eficaz, pois a
Delação apenas se torna eficaz com celebração do acordo entre o réu e o MP.
Ademais, para esta Delação ser eficaz, a ajuda deve ser tanto na fase de inquérito,
quanto na fase processual ou seja.
Note-se que, apesar de o acordo ser entre o Réu e o MP, quem aplica o prêmio
da Delação Premiada é o juiz (Juiz homologa o acordo da Delação Premiada). Assim
sendo, é possível que o acordo seja celebrado, mas o juiz não aplique o prêmio da
Delação Premiada, pois não se valeu das provas produzidas na delação para proferir a
sentença. Portanto, a Delação Premiada apenas se consuma com a decisão do juiz.
Obs.2: Aury Lops Jr. afirma que quando o delatado contraditor o delator, o delator,
nesse momento, está testemunhando (e não sendo interrogado), e, sendo
testemunha, ele não poderá mentir, nem invocar o direito constitucional de ficar
calado sobre fatos praticados por terceiros (mas pode se calar sobre fatos que podem
incriminar a própria testemunha - O Direito a ficar em silêncio diz respeito apenas às
acusações à própria pessoa).
Obs.4: A prova adquirida da Delação Premiada é uma prova lícita e válida, podendo
ser usada pelo juiz, devendo ser observada as circunstâncias em que foi feita esta
delação.
• A vítima não comete crime de falso testemunho (Art. 342 CP), pois a
vítima não é testemunha. Mas a vítima poderá, no caso de ser
intencionalmente, responder por denúncia caluniosa.
Obs.4: Os dados pessoais da vítima podem ser sigilosos, para evitar sua exposição na
mídia, e por questões de segurança (Art. 201, §6º).
Obs.5: Credibilidade do Depoimento da Vítima A palavra da vítima é vista com muita
com reserva e cautela na jurisprudência. Dificilmente ela é usada como a forma
principal de condenação. Geralmente, utiliza-se o depoimento da vítima aliada a
outras provas. No entanto, a jurisprudência, excepcionalmente, condena o réu
somente com a palavra da vítima nos casos de crimes clandestinos / crimes às
escuras (Ex: Estupro), ou seja, utilizando-se da palavra da vítima como prova única
do crime.
Obs.1: Policial Militar pode servir como testemunha (Jurisprudência Pacífica), por ter
presunção de boa-fé, sendo uma pessoa idônea, e capaz de depor sobre os fatos
denunciados.
a)Objetividade (art. 213): A prova testemunhal deverá ser objetiva, ou seja, falar
sobre fatos. Portanto, poderá ser subjetivo, ou seja, a testemunha dar opiniões
pessoais sobre o fato (Ex: Eu acho que foi ele que matou).
c)Oralidade: A prova testemunhal é uma prova oral por excelência. No entanto, esta
prova oral deverá ser reduzida a termo (digita, imprime e a testemunha assina).
Obs.1: A oralidade não impede que a testemunha faça uma breve consulta a
anotações escritas (Art. 204 § único), devendo ficar consignado em ata a prática da
consulta às anotações (Ex: Consultar a agenda para saber aonde estava).
Obs.4: Surdo e Mudo - Art. 223 § único - Forma do testemunho do Mudo e do Surdo.
Obs.: Júri não é adiado, em regra, por causa do não comparecimento de testemunha
(art. 461). Mas, excepcionalmente, é possível o adiamento de todo o júri pela
ausência de testemunha, devendo cumprir 3 requisitos: I)A testemunha deverá ser
intimada pessoalmente; II)A parte que arrolou a testemunha declara que ela é
fundamental (imprescindível); III)A parte deverá indicar o endereço da testemunha.
Aula 18/07
Vale notar que, em regra, ninguém pode se recusar a depor (Todo mundo é
obrigado a depor). No entanto, o art. 206 segunda traz uma exceção a essa regra,
elencando pessoas que podem se recusar a depor. Ademais, a essa exceção, existe
uma exceção, ou seja, hipótese em que estas pessoas elencadas no art. 206, segunda
parte, que poderiam se recusar a depor, ficam obrigadas a depor, situação em que
não seja possível, por outro modo, obter-se ou integrar-se a prova do fato e de suas
circunstâncias.
Obs.: Sigilo de Fontes: Existem pessoas que, apesar de não poder recusar a depor,
podem se recusar a dar a fonte da informação (art. 5º, XIV, CRFB - jornalista; Art.
53, §6º - Parlamentares).
Obs.: Antes da AIJ as partes poderão desistir da oitiva de suas testemunhas. Até
2008 a desistência era bilateral, e após a reforma passou a ser unilateral.
Obs.2: Princípio da Comunhão das Provas: Uma prova produzida nos autos
poderá ser usada por ambas as partes, ou seja, um depoimento de uma testemunha
de uma parte pode ser usada pela outra parte. A desistência da oitiva de uma
testemunha não ofende o Princípio da Comunhão das Provas, pois a prova não foi
produzida, e tal princípio pressupõe uma prova já produzido. Aury Lopes Jr,
minoritariamente, sustenta que uma testemunha só pode ser desistida com a
concordância da parte contrária (bilateral), para seguir o contraditório. Mas o
professor afirma que, se a prova ainda não foi produzida, não precisa ser
contraditada.
8)Procedimento:
Obs.: Contradita (art. 214): É quando uma parte invoca uma suspeita de
parcialidade da testemunha. Deve-se contraditar a testemunha antes de seu
depoimento, porém, excepcionalmente pode contraditá-la depois, quando, em seu
depoimento, traz um fato suspeito e desconhecido pelas partes, situação em que,
excepcionalmente, poderá se realizar a Contradita depois.
A Ordem de Inquirição (Art. 212, § único) será primeiro a parte que arrolou a
testemunha, depois a parte contrária, e depois o juiz.
Obs.: Autoridades Públicas que podem optar pela prestação testemunho por escrito -
São os presidentes dos poderes. Podem dar por escrito, ou se for presencialmente,
poderão marcar local, dia e hora.
Obs.2: Vale lembrar que o uso do direito do art. 221 não pode significar um abuso de
direito (ficar retardando seu depoimento). Assim sendo, o STF determinou que tal
prerrogativa de poder marcar local, dia e hora, deverá ser exercida dentro de 30 dias
da sua intimação.
Obs.4: Não existe carta precatória na 2ª fase do procedimento do júri, pois a prova é
produzida diretamente na presença dos jurados, inclusive podendo os jurados fazer
perguntas à testemunha, o que impossibilita a carta precatória. Mas pode haver carta
precatória na 1ª fase do procedimento do júri (análise de pronúncia ou impronúncia).
10)Presença do Réu (Art. 217): A retirada do réu, conforme o art. 217, é
exceção, pois a regra é a presença do réu durante o depoimento das testemunhas e
do ofendido.
Obs.: O réu pode ser acareado? Sim, pode ser levado para ser acareado, mas na
acareação pode invocar o direito constitucional de ficar calado. Na doutrina, apenas o
Pacceli afirma que o réu não pode ser obrigado a ser levado para ser acareado (não
seria permitida a condução coercitiva do réu à acareação). Mas majoritariamente
adota-se o entendimento de que o réu poderá ser obrigado a comparecer à acareação,
mas, na acareação, poderá invocar o direito de ficar calado.
3)Momento (Art. 400): Se dará na AIJ, depois da oitiva dos peritos e antes do
reconhecimento de pessoas e interrogatório do réu.
Obs.: Vale notar que a acareação, excepcionalmente poderá ser no final da AIJ,
depois do interrogatório, se um dos acareados for o réu, em razão de alguma
divergência em seu depoimento.
Obs.2: Art. 6º, III - Cabe acareação no inquérito policial, de modo que o delegado de
polícia determina a acareação, que se dará na delegacia.
Obs.1: Em regra, atuará na causa apenas 1 perito oficial (antes da mudança do CPP
eram 2 peritos - 1 oficial e 1 revisor). No entanto, excepcionalmente, se a perícia for
complexa, o juiz poderá determinar 2 ou mais peritos, conforme determina o §7º do
art. 189.
Obs.2: Nas comarcas que não possuírem perito oficial, de acordo com o art. 189, §1º,
o exame será realizado por 2 pessoas idôneas, portadoras de diploma superior.
Obs.: Tanto o perito, quanto o Assistente Técnico, serão ouvidos durante a AIJ,
conforme o art. 400, logo após a oitiva das testemunhas.
2)Divergência: Nos casos de haver divergência entre os peritos (caso das perícias
complexas), haverá, conforme o art. 180, a nomeação de um terceiro perito
desempatador.
5)Valoração da Perícia: Possui valor probatório relativo (Art. 182), não tendo valor
previamente estabelecido na lei como valor absoluto, nem prevalecendo sobre outras
provas.
6)Perícias em Espécie:
Obs.1: Polastri classifica a perícia como Intrínseca (Perícia que prova a existência do
crime) e Extrínseca (Perícia que prova uma circunstância do crime - Ex:
Qualificadora). Assim sendo, a perícia obrigatória do art. 158 é apenas para perícia
intrínseca, e, portanto, a falta da perícia na arma, por exemplo, não implicaria na
nulidade do art. 564, III, b, pois essa perícia seria facultativa, por não provar a
existência do crime, mas apenas uma circunstância do mesmo.
Obs.1: Polastri interpreta restritivamente o art. 167. Ele até permite outra prova
idônea, mas o juiz apenas pode aplicar o art. 167 se o desaparecimento do vestígio se
der por culpa do réu ou pelo decurso do tempo, ou seja, se o vestígio desaparecer por
culpa do Estado, deverá haver a absolvição do réu, independente da existência de
outros meios de prova, ainda que a testemunhal ou outro idôneo.
Obs.2: O exame de corpo de delito pode ser Direto (Exame pericial que recai sobre o
objeto examinado) ou Indireto (Exame pericial que é feito com base em informações
paralelas, ou seja, o perito nunca viu o objeto periciado - perícia feita com base no
prontuário médico da vítima feito no hospital).
Aula 01/08
Art. 289-A. O juiz competente providenciará o imediato registro do mandado de prisão em banco de
dados mantido pelo Conselho Nacional de Justiça para essa finalidade.
Art. 299. A captura poderá ser requisitada, à vista de mandado judicial, por qualquer meio de
comunicação, tomadas pela autoridade, a quem se fizer a requisição, as precauções necessárias para
averiguar a autenticidade desta.
Art. 300. As pessoas presas provisoriamente ficarão separadas das que já estiverem definitivamente
condenadas, nos termos da lei de execução penal.
4)Prisão Especial (Art. 295): A Prisão Especial apenas se aplica para o preso
provisório, pois depois que transitar em julgado a sentença condenatória, o preso não
terá mais direito à prisão especial.
Art. 295. Serão recolhidos a quartéis ou a prisão especial, à disposição da autoridade competente,
quando sujeitos a prisão antes de condenação definitiva:
Ademais, além de ter cela especial, o preso especial deverá ser transportado
separadamente do preso comum.
Prisão preventiva
1)Conceito
De acordo com o art. 312, são 4 motivos, e fora desses casos não caberá
prisão preventiva, e o réu responderá ao processo em liberdade.
Art. 312. A prisão preventiva poderá ser decretada como garantia da ordem pública, da ordem
econômica, por conveniência da instrução criminal, ou para assegurar a aplicação da lei penal, quando
houver prova da existência do crime e indício suficiente de autoria.
Assim sendo, dividiu-se a prisão preventiva como autônoma (art. 312 caput) e
substitutiva (Art. 312 § único), pois esta substitui uma outra medida cautelar.
Obs.2: Vale notar que não existe mais a prisão preventiva obrigatória, que existia no
antigo CPP (Réus que respondiam por crimes com pena máxima igual ou superior a 10
anos, deveriam, obrigatoriamente, ser presos preventivamente). Hoje em dia não
existe a prisão preventiva automática.
Art. 313. Nos termos do art. 312 deste Código, será admitida a decretação da prisão preventiva:
I - nos crimes dolosos punidos com pena privativa de liberdade máxima superior a 4 (quatro) anos;
Não cabe prisão preventiva para contravenções, crimes que não são dolosos, e
crimes com a pena igual ou inferior a 4 anos, desde que não seja também reincidente,
conforme dispõe o inciso II. Mas cabem medidas cautelares do art. 319 e art. 320.
Vale notar que esta vedação do inciso I apenas se aplicar para prisão
preventiva autônoma, não se aplicando para a prisão preventiva substitutiva. Assim
sendo, apesar de o réu ter praticado um dos crimes que, autonomamente, não dão
ensejo à prisão preventiva, caso ele descumpra alguma obrigação imposta por uma
medida cautelar, poderá ser aplicada a prisão preventiva substitutiva do art. 312 §
único.
II - se tiver sido condenado por outro crime doloso, em sentença transitada em julgado,
ressalvado o disposto no inciso I do caput do art. 64 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de
dezembro de 1940 - Código Penal;
Esta não é uma reincidência específica (não precisa ser pelo mesmo tipo penal
condenado anteriormente), bastante ser uma reincidência de crime doloso.
Note-se que, caso o réu esteja em uma das situações do inciso I, mas for
reincidente, caberá prisão preventiva
III - se o crime envolver violência doméstica e familiar contra a mulher, criança, adolescente,
idoso, enfermo ou pessoa com deficiência, para garantir a execução das medidas protetivas de
urgência;
Parágrafo único. Também será admitida a prisão preventiva quando houver dúvida sobre a
identidade civil da pessoa ou quando esta não fornecer elementos suficientes para esclarecê-
la, devendo o preso ser colocado imediatamente em liberdade após a identificação, salvo se
outra hipótese recomendar a manutenção da medida.
Art. 314. A prisão preventiva em nenhum caso será decretada se o juiz verificar pelas provas constantes
dos autos ter o agente praticado o fato nas condições previstas nos incisos I, II e III do caput do art.
23 (excludente de ilicitude).
Obs.: Também há a proibição na Lei Eleitoral (art. 236 do CE), em que se proíbe a
prisão preventiva 5 dias antes da eleição e 48 horas depois da eleição, salvo em caso
de flagrante delito, ou cumprimento de mandado de prisão decorrente de sentença
condenatória transitada em julgado.
Note-se que antes da reforma de 2011, que alterou o art. 311, o juiz poderia
decretar de ofício não apenas no curso da ação penal.
Art. 311. Em qualquer fase da investigação policial ou do processo penal, caberá a prisão preventiva
decretada pelo juiz, de ofício, se no curso da ação penal, ou a requerimento do Ministério Público, do
querelante ou do assistente, ou por representação da autoridade policial.
Obs.: Tourinho e Polastri são contra a decretação da prisão de ofício, ainda que
durante o processo, afirmando que parte de tal artigo é inconstitucional, por violar o
sistema acusatório, imparcialidade a inércia da jurisdição.
Obs.2: Nos processos de competência originária dos tribunais, quem decreta a prisão
preventiva é o desembargador relator ou ministro relator, não sendo uma decisão
decretada pelo órgão (Art. 2º, § único, Lei 8.038/90).
Art. 315. A decisão que decretar, substituir ou denegar a prisão preventiva será sempre motivada.
9)Prazo
Ademais, a lei dos crimes organizados prevê este mesmo prazo de 81 dias,
mas também com base na orientação do STF.
Obs.: Com a reforma do CPP em 2008, a soma dos prazos individuais dará 86 dias.
Desta forma, Pacceli sustenta que a orientação do STF deverá ser reinterpretada,
aumentando o prazo para 86 dias. Já para Polastri, mesmo com as alterações, os
prazos se mantiveram em 81 dias.
Obs.2: De acordo com a súmula 52 do STJ, estes prazos previstos para cada ato
processual com o réu preso, que somados dará 81 ou 86 dias, é um prazo para o fim
da instrução criminal, e não para o fim do processo. Assim sendo, terminada a
instrução criminal dentro desse prazo, o réu poderá ser mantido preso (Entender
isso).
Art. 312. A prisão preventiva poderá ser decretada como garantia da ordem pública, da ordem
econômica, por conveniência da instrução criminal, ou para assegurar a aplicação da lei penal, quando
houver prova da existência do crime e indício suficiente de autoria.
Art. 10. O inquérito deverá terminar no prazo de 10 dias, se o indiciado tiver sido preso em flagrante, ou
estiver preso preventivamente, contado o prazo, nesta hipótese, a partir do dia em que se executar a
ordem de prisão, ou no prazo de 30 dias, quando estiver solto, mediante fiança ou sem ela.
Obs.: Art. 387 § único – deverá haver nova fundamentação para a manutenção ou
não da prisão preventiva na sentença condenatória recorrível, não se presumindo a
decisão de manter ou não a prisão preventiva.
Parágrafo único. O juiz decidirá, fundamentadamente, sobre a manutenção ou, se for o caso, imposição
de prisão preventiva ou de outra medida cautelar, sem prejuízo do conhecimento da apelação que vier a
ser interposta.
Prisão Temporária
Lei 7.960/89
1)Conceito
Trata-se de uma espécie de prisão provisória, decretada pelo juiz por prazo
determinado, quando foi imprescindível para o inquérito policial, em determinados
crimes.
II - quando o indicado não tiver residência fixa ou não fornecer elementos necessários
ao esclarecimento de sua identidade;
III - quando houver fundadas razões, de acordo com qualquer prova admitida na
legislação penal, de autoria ou participação do indiciado nos seguintes crimes
(consumados ou tentados):
f) estupro (art. 213, caput, e sua combinação com o art. 223, caput, e parágrafo único);
g) atentado violento ao pudor (art. 214, caput, e sua combinação com o art. 223, caput, e parágrafo
único);
h) rapto violento (art. 219, e sua combinação com o art. 223 caput, e parágrafo único);
j) envenenamento de água potável ou substância alimentícia ou medicinal qualificado pela morte (art.
270, caput, combinado com art. 285);
m) genocídio (arts. 1°, 2° e 3° da Lei n. 2.889, de 1° de outubro de 1956), em qualquer de sua formas
típicas;
Obs.2: Art. 2º, §4º, da Lei 8.072/90 prevê um prazo mais dilatado para a prisão
temporária em crimes hediondos, para o prazo de 30 dias, prorrogáveis por mais 30
(o prazo ordinário é 5 + 5).
Assim sendo, apesar de não ser previsto o crime de tortura no art. 1º da lei
7.960, este crime é previsto na lei 8.072/90, que prevê a possibilidade de aplicação
da prisão temporária para todos os crime previstos na própria lei de crimes hediondos
(Art. 2º).
3)Prazo
Crime comum: Art. 2º da Lei leii 7.960 – Até 5 dias, prorrogável por
igual prazo.
Crime hediondo: Art. 2º, §4º, Lei 8.072 – Até 30 dias, prorrogável
por igaul prazo.
Obs.: Apesar de o delegado requerer o prazo máximo, o juiz não fica vinculado a esse
prazo requerido, podendo decretar um prazo menor que o prazo máximo. De qualquer
forma, ainda que tenha sido decretado por prazo menor que o máximo, a renovação
pode ser pelo prazo máximo.
Obs.2: Este prazo possui natureza híbrida (processual e penal), no qual prevalece a
sua natureza penal, passando a contar do dia da prisão temporária.
Artigo 2° - A prisão temporária será decretada pelo Juiz, em face da representação da autoridade policial
ou de requerimento do Ministério Público, e terá o prazo de 5 (cinco) dias, prorrogável por igual período
em caso de extrema e comprovada necessidade.
§ 7° - Decorrido o prazo de cinco dias de detenção, o preso deverá ser posto imediatamente em
liberdade, salvo se já tiver sido decretada sua prisão preventiva.
1)Conceito
2)Situações Flagranciais
a) tendo-o avistado, for perseguindo-o sem interrupção, embora depois o tenha perdido de vista;
Aula – 28/08
Continuação de Flagrante...
1)Sujeito:
Obs.: O art. 307 prevê a possibilidade de o juiz lavrar o APF (Ouvir melhor sobre isso)
– a doutrina (Polastri, Pacceli, Vicente Greco Filho) considera o art. 307, parte final,
inconstitucional, por violar o sistema acusatório, pois trata-se de uma fase pré-
processual.
Obs.: Exceções – Quem não pode ser preso em flagrante: 1)Presidente da República
durante o exercício de seu mandato (Art. 86, §3º, CRFB); 2)Diplomatas, pois a lei
brasileira não se aplica a estes, detendo imunidade diplomática (art. 1º, I, CPP);
3)Deputado Federal e Deputado Estadual (Art. 53, §2º, CRBF – somente nos crimes
afiançáveis – apenas podem ser presos se cometerem crimes inafiançáveis – O
conceito de Crimes Inafiançáveis está no art. 323 e art. 324). Esta mesma imunidade
relativa se estende aos membros do Ministério Público (Art. 40, Lei 8.625/93) e aos
Magistrados (Art. 33, LC 35/79); 4)Advogado também possui esta imunidade relativa,
mas apenas no exercício das suas funções (Art. 7º do Estatuto da OAB).
Soltura Provisória
Esta soltura provisória pressupõe uma prisão provisória (no processo ou
inquérito).
Ex.2: Nos casos de incompetência do juiz que decretou a prisão. Faltando um pré-
requisito, uma formalidade da prisão (competência do juízo), seja a prisão temporária
ou preventiva, é uma causa de relaxamento da prisão.
Ex.3: Auto de prisão em flagrante lavrado fora das situações flagranciais, que estão
no art. 302. Nestes casos, o advogado impetrará HC pedindo relaxamento da prisão.
Ex.5: O APF, após lavrado, deverá ser comunicado imediatamente ao juiz (24h) (art.
5º, LXII, e o novo art. 306 do CPP). Em relação à falta da comunicação da prisão em
flagrante ao juiz (ou se for comunicado em um prazo que excede às 24h) acarretar a
ilegalidade da prisão em flagrante (trata-se de um vício grave, que torna a prisão
ilegal, ou é apenas uma mera irregularidade?), possuímos 2 correntes a respeito:
Ex.7: Excesso de prazo causado pela reversão do AAAI para o APF (converter o Auto
de Apreensão de Ato Infracional em APF – diz que é menor de idade, mas fica
constatado que não é, e com isso, acaba excedendo o prazo para oferecimento da
denúncia), não caberá relaxamento (art. 565, CPP – não pode alegar uma nulidade
que tenha dado causa). (Pegar melhor esse exemplo)
b)Liberdade Provisória
Aula – 30/08
Classificação:
b)L. 12.403/11:
Obs.1: (Pegar)
Crimes Hediondos: art. 2º, II, Lei 8.072 – De acordo com a Doutrina
Majoritária, e já pacificado no STF, a Lei permite a Liberdade Provisória
sem fiança. Mas para Mirabete e Vicente Greco Filho, mesmo apesar da
falta de proibição da L.P. sem fiança, ela continua sendo inadmissível
(Crimes hediondos seriam insucetíveis de L.P. com ou sem fiança). Tal
posição se sustenta pelo argumento pela teoria dos poderes implícitos
(Vedação implícita – se a lei proíbe a mais gravosa, ela também proíbe
implicitamente a menos gravosa).
Lei Antidrogas: Art. 44, lei 11.343/06 – A lei afirma que não cabe
Liberdade Provisória, seja com ou sem fiança. Mas, levando-se em
consideração o princípio da igualdade, deveria se estender o benefício
trazido pela lei 11.464 (que modificou o art. 2º, II da lei de Crimes
Hediondos, concedendo a L.P. sem fiança) à lei Antidrogas? Há duas
correntes em relação a isso. Atualmente, a posição majoritária (STF – HC
100.959) entende que deve estender o benefício da lei 11.464 para a Lei
Antidrogas, aplicando-se o princípio da igualdade (situações iguais,
merecem tratamento igual), cabendo, portanto, L.P. sem fiança para
traficantes também. Já a posição minoritária (Vicente Greco Filho, e
antiga posição do STF) é de que a lei de Antidrogas é lei especial, o que
não poderia ser revogada por uma lei geral.
Fiança:
a)Conceito: É uma garantia real, prestada pelo preso ou por terceiros, que visa
assegurar a presença do preso no processo, bem como o pagamento de custas
processuais (art. 336).
Obs.: Trata-se de uma garantia real, pois o CPP Imperial previa a fiança quando
um sujeito de honra desse a palavra de que o réu compareceria a todos os
termos do processo (sendo uma garantia real).
Obs.: Fiança não é multa nem penalidade, pois multa e pena apenas podem ser
impostas em sentença condenatória transitada em julgada. A Fiança é uma
obrigação acessória, como certeza de que o réu comparecerá no processo (a
pena não é pecuniária, mas sim privativa de liberdade).
b)Objeto: Art. 330 – Não necessariamente a fiança será paga em dinheiro, podendo
ser também em pedras, objetos ou metais preciosos, títulos da dívida pública, federal,
estadual ou municipal, ou em hipoteca inscrita em primeiro lugar.
c)Autoridade competente: A regra está no art. 322. A regra geral é que o juiz
conceda a liberdade provisória com fiança. O delegado apenas poderá conceder a
liberdade provisória com fiança se a pena máxima do crime não for superior a 4 anos
(critério quantitativo da pena – antes era critério qualitativo da pena).
Obs.2: Atualmente, conforme o art. 333, depois de prestada a fiança, que será
concedida independentemente de audiência do Ministério Público, este terá
vista do processo (posteriormente) a fim de requerer o que julgar conveniente.
Neste caso, caberá ao MP o recurso em sentido estrito – art. 581, V.
d)Obrigações Acessórias da Fiança: Art. 327 e Art. 328 (Fazer remissão no art.
330)
Art. 328. O réu afiançado não poderá, sob pena de quebramento da fiança,
mudar de residência, sem prévia permissão da autoridade processante, ou
ausentar-se por mais de 8 (oito) dias de sua residência, sem comunicar àquela
autoridade o lugar onde será encontrado.
Art. 325. O valor da fiança será fixado pela autoridade que a conceder nos
seguintes limites:
I - de 1 (um) a 100 (cem) salários mínimos, quando se tratar de infração cuja
pena privativa de liberdade, no grau máximo, não for superior a 4 (quatro)
anos;
II - de 10 (dez) a 200 (duzentos) salários mínimos, quando o máximo da pena
privativa de liberdade cominada for superior a 4 (quatro) anos.
§ 1o Se assim recomendar a situação econômica do preso, a fiança poderá ser:
I - dispensada, na forma do art. 350 deste Código;
II - reduzida até o máximo de 2/3 (dois terços);
III - aumentada em até 1.000 (mil) vezes.
Art. 350. Nos casos em que couber fiança, o juiz, verificando a situação
econômica do preso, poderá conceder-lhe liberdade provisória, sujeitando-o às
obrigações constantes dos arts. 327 e 328 deste Código e a outras medidas
cautelares, se for o caso.
Parágrafo único. Se o beneficiado descumprir, sem motivo justo, qualquer das
obrigações ou medidas impostas, aplicar-se-á o disposto no § 4 o do art. 282
deste Código.
Art. 337. Se a fiança for declarada sem efeito ou passar em julgado sentença
que houver absolvido o acusado ou declarada extinta a ação penal, o valor que
a constituir, atualizado, será restituído sem desconto, salvo o disposto no
parágrafo único do art. 336 deste Código.
h)Quebramento: Quando o réu descumpre uma das obrigações acessórias – art. 341.
i)Cassação: Art. 339 – Quando houver inovação jurídica que torna o crime afiançável
em inafiançável.
Procedimento / Rito
1)Introdução
Processo é gênero e procedimento é espécie deste gênero. Processo é um
conjunto de atos previsto na lei que o juiz deve obedecer antes de proferir a jurisdição
(devido processo legal – fase postulatória, fase probatória e fase decisória).
2)Espécies de Procedimento
Art. 394. O procedimento será comum ou especial.
I - ordinário, quando tiver por objeto crime cuja sanção máxima cominada for igual ou
superior a 4 (quatro) anos de pena privativa de liberdade;
II - sumário, quando tiver por objeto crime cuja sanção máxima cominada seja inferior
a 4 (quatro) anos de pena privativa de liberdade;
Obs.: Para efeito de fixação da pena máxima para estabelecer o rito, leva-se em
consideração as causas de aumento e redução de pena, ou seja, leva-se em
consideração a pena final.
Obs.2: Não irá ferir a ampla defesa, contraditório e devido processo legal, quando o
juiz adotar o prazo menos célere do que o que a lei estabelece (Aplicar o Ordinário
quando couber o Sumário, por exemplo), pois nestes casos, o réu terá ainda mais
oportunidades para se defender do que no procedimento mais célere. No entanto, o
contrário (aplicar um rito mais célere do que o que o código prevê) irá implicar em
nulidade.
De acordo com o art. 396, art. 397, art. 399 e art. 400, este procedimento
começa com a Denúncia (Art. 396) → Recebimento da Denúncia (ou
rejeita liminarmente) → Citação do Acusado → Resposta do Réu (Art.
396-A) → Resposta do Juiz sobre Absolvição Sumária (Art. 397) → AIJ
(Art. 399 e 400).
Obs.: Toda citação nula, de acordo com o art. 570, convalesce (estará
sanada) com o comparecimento / apresentação do réu espontânea em
juízo.
No caso do réu citado por edital que não oferecer resposta, não
comparecer, nem nomear advogado, haverá suspensão (não é
interrupção) do processo e da prescrição conforme o art. 366. De acordo
com o artigo, a suspensão se dará até o reaparecimento do réu. No
entanto, segundo entendimento da Doutrina e do STJ, há um prazo para
que a suspensão da prescrição dure, conforme a Súmula 415 do STJ, que
é o prazo do máximo da própria prescrição, ou seja, o processo apenas
poderá ficar suspenso pelo prazo da prescrição, e, findo esse prazo, volta
a correr a prescrição (é como se dobrasse o prazo de prescrição). Este
entendimento é para que não haja crime imprescritível. Mas o professor
(Ada também) discorda disso, pois o art. 366, que ia estabelecer um
marco para a suspensão, foi vetado. Ademais, alega também que existem
crimes imprescritíveis (imunidade parlamentar – art. 53 §5º CRFB)
Aplica-se para os crimes cuja pena máxima não seja superior a 2 anos, ou
toda contravenção penal (crimes de menor potencial ofensivo).
Sentença
1)Conceito: É o ato processual no qual o juiz entrega a jurisdição (dá o
julgamento), depois de um devido processo legal. É portanto, o último ato processual.
Obs.: A sentença que não contiver estes 3 requisitos será nula, salvo a sentença do
JECRIM, em que é dispensado o relatório, conforme a Lei 9.099/95, art. 81, §3º (fazer
remissão no art. 381). Mas a sentença ainda precisa de fundamentação de do
dispositivo.
Esta fixação será de ofício pelo juiz? – Polastri e Pacceli entendem que
o juiz irá fixar de ofício, por ser efeito extrapenal da sentença
condenatório. Já outra corrente, deverá ser mantida a inércia da
jurisdição, sob pena de violação do princípio da congruência entre
princípio e sentença, e, assim sendo, tornando-se em julgamento extra
petita.
II - não haver prova da existência do fato: Este não impede a ação civil ex
delito, pois não restou comprovado que o fato não existiu também.
III - não constituir o fato infração penal: Pode haver ação civil ex delito, pois,
apesar de não haver delito penal, pode haver delito civil.
VII – não existir prova suficiente para a condenação (In dubio pro réu).
A sentença absolutória poderá ser própria (Incisos I, II, III, IV, V, VI e VII)
ou imprópria (pare do inciso VI – inimputabilidade por doença mental, havendo
imposição de medida de segurança – é a única excludente de culpabilidade que
gera absolvição imprópria).
Obs.: Conforme determina o art. 384, §4º, havendo aditamento, cada parte
poderá arrolar até 3 (três) testemunhas, no prazo de 5 (cinco) dias, ficando o
juiz, na sentença, adstrito aos termos do aditamento. O professor considera que
esta parte final do art. 384, §4º está errada, pois quando há o aditamento,
existe a imputação alternativa (superveniente), não havendo desistência da
denúncia original, já que a ação penal pública é indisponível (não pode haver
desistência), conforme dispõe o art. 42, e, assim sendo, o aditamento não
revoga a denúncia, e o juiz, portanto, poderá condenar conforme os termos da
denúncia original.
Procedimentos e Questões Incidentais
1)Conceito: São controvérsias que eventualmente podem surgir no curso do
processo, e que devem ser solucionadas antes da sentença.
2)Espécies:
c)