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á anos que se temia – em Angola, em

? Portugal e não só – que o momento


da sucessão de José Eduardo dos
Santos pudesse criar uma situação de gra-
ve instabilidade no país e, consequente-
mente, na região e na Comunidade dos Paí-
ses de Língua Oficial Portuguesa (CPLP).
Ora, ao contrário do que profetizaram
os arautos da desgraça e do que mesmo os
mais otimistas não deixaram de recear, o
processo de transição de poder em Ango-
la decorreu até agora de forma pacífica e
tranquila. Mesmo com os naturais e ine-
vitáveis protestos da Oposição, que con-
tinua na oposição, mas que manifesta-
mente cresceu – em votos e em formação
e preparação para a intervenção política
democrática.
Desconsiderando os preconceitos ideo-
lógicos ou emotivos, e mesmo relevando
justas críticas internas e externas ao re-
gime de José Eduardo dos Santos e do
MPLA, a verdade é que o processo de
transição para a democracia de um país
africano que viveu décadas de guerra,
primeiro pela independência e depois ci-

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vil, está a revelar-se quase exemplar.
Sendo que os partidos tradicionais e AffCfli\eƒf1XjlZ\jjf[\Afj„<[lXi[f[fjJXekfj\iXZfej`[\iX[XldÊdfd\ekfZiˆk`ZfËgXiX8e^fcX%%%\efj
emergentes, que na sua génese eram pra-
ticamente todos braços políticos de fren- líticas demográficas e de educação e for- mento crucial para se decidir o rumo das mais alto magistrado da Nação, não
tes beligerantes, têm hoje sedimentada mação de um povo que se prevê mais do relações futuras entre os dois países... sem pode interferir na administração da Jus-
a importância da paz e do combate sem que duplique em menos de meio século. José Eduardo dos Santos. tiça. Mas pode e tem de garantir, porque
recurso às armas. Angola tem tudo para crescer. O Ministério Público português meteu é seu dever constitucional, que o Esta-
José Eduardo Santos, com todos os de- o pé na argola. Ou em Angola. Uma inge- do português não viole os tratados in-
feitos que se lhe possam apontar, teve um ra, é neste preciso momento, em que rência que, à luz dos convénios da CPLP e ternacionais a que está vinculado, nem
papel absolutamente referencial na cons- F Portugal, enquanto país historica- bilaterais, Luanda não aceitará. pretenda substituir-se à Constituição,
trução da paz, não só em Angola, mas em mente indissociável de Angola, devia O procedimento criminal em Portugal às leis e à administração da Justiça de
toda a região da África Austral, e vital mais apoiar e ajudar no processo da sedi- contra o vice-Presidente cessante, Ma- outro Estado, inevitavelmente suscitan-
no processo de transição para a demo- mentação da paz e da democracia e no des- nuel Vicente, num processo de alegada do conflito diplomático que, em última
cracia, apesar da longevidade da sua pre- envolvimento e crescimento de Angola, corrupção de um magistrado português, análise, pode culminar num (dramáti-
sidência – eventualmente até justificada através de uma cooperação ativa e mutua- violará os tratados internacionais a que co) corte de relações.
nos últimos anos pela impossibilidade mente vantajosa, que as relações entre os o Estado português está vinculado e, so-
de garantir tal estabilidade em momen- dois países atingem um ponto crítico e bretudo, despreza a Justiça de um outro or isso, se estão causa tratados e
to anterior.
Além disso, José Eduardo dos Santos,
ameaçador.
E na próxima terça-feira, quando João
Estado: Angola. G acordos da CPLP e de cooperação ju-
diciária bilateral entre Portugal e Ango-
por mais oposição que tenha tido em Por- Lourenço tomar posse e Marcelo Rebelo té aqui, as autoridades portuguesas la, Marcelo tem um problema enorme
tugal, sempre foi um defensor de uma re-
lação construtiva e de cooperação com o
de Sousa estiver a seu lado, haverá um mo- 8 têm-se escudado nos princípios basi-
lares de qualquer Estado de Direito demo-
para resolver.
Porque, neste caso, não se trata de uma
antigo Estado colonizador. crático, regido pela separação de poderes, questão que o Ministério Público portu-
traduzida na máxima ‘À Justiça o que é guês tenha poder bastante para decidir.
ngola tem um longo caminho a per- da Justiça e à Política o que é da Política’. Nem tão pouco a procuradora-geral da
8 correr. Na moralização do regime e do
mercado, na sustentabilidade económica
Marcelo Rebelo de Sousa, Presidente
da República, é professor catedrático de
República de Portugal pode ignorar, e
deixar sem resposta, as questões susci-
para além da indústria do petróleo e dos
ÁAljk`ƒXfhl\„ Direito Constitucional. tadas pelo seu homólogo de Angola.
diamantes, no investimento em infraes- [XAljk`ƒX2 E sabe bem que, na chamada ‘Operação É grave. E tanto mais grave e mais pa-
truturas básicas, no desenvolvimento do ~Gfcˆk`ZXfhl\ Fizz’, não é bem assim. Tanto assim que radoxal quanto, neste caso, em que a Jus-
aparelho produtivo, na diminuição das as- „[XGfcˆk`ZX% ainda esta semana (em que o processo foi tiça portuguesa se arroga menosprezar
simetrias sociais, na criação de novas cen- finalmente distribuído para marcação do a Justiça angolana, o que está em causa
tralidades e repovoamento do interior do
EfÊZXjf=`qqË#~clq julgamento) recebeu em Belém o minis- é um crime de corrupção que alegada-
país que aliviem a pressão e concentra- [Xjc\`j`ek\ieXZ`feX`j# tro da Justiça de Angola. mente envolve um procurador da Repú-
ção na capital, na implementação de po- ef„Y\dXjj`d O Presidente da República, enquanto blica... portuguesa.
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sta é a pergunta que muitos irão fa-

< zer na noite do dia 1 de Outubro.


Sendo certo que o PSD sairá derro-
tado das próximas eleições – pois não ga-
nhará Lisboa, Porto e Coimbra, e possivel-
mente terá um mau resultado a nível na-
cional –, os bastidores vão agitar-se e o
lugar do líder estará em risco.
Rui Rio, Morais Sarmento, Paulo Ran-
gel, Pedro Duarte – os próprios Marques
Mendes e Marcelo Rebelo de Sousa, na
sombra – conspirarão para depor Passos
Coelho.
Aliás, o facto de ele dizer repetidamen-
te que as eleições locais não deverão ter
‘interpretações nacionais’ prova que es-
pera esses ataques.

cho, no entanto, que vai resistir.


8 Também Durão Barroso foi dado
como morto e acabado – e chegou a pri-
meiro-ministro e a presidente da Comis-
são Europeia.
Passos é do mesmo tipo: parece macio
mas é resistente, persistente, pode cair
mas não se deixa abater.
E há outra questão: quem quererá, ago-
ra, ser líder do PSD?

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O vento não favorece a oposição, antes
pelo contrário.
Existe a ilusão de que tudo está bem, que E`e^l„dhl\i\i}e\jkXZfealekliXkfdXifcl^Xi[\G\[ifGXjjfj:f\c_f
o país navega de vento em popa, que as pes-
soas têm mais dinheiro e pagam menos mento não abranda (António Costa diz E agora o rating português deveria es- Mais reveladora do que muitas notícias
impostos – e enquanto esta ideia persistir que a dívida vai começar a descer em ou- tar de novo sob vigilância, pelas razões re- ‘escandalosas’.
o PSD não tem hipótese de voltar ao poder. tubro, mas em junho já ia em 8 mil mi- feridas: crescimento a abrandar, despesa Primeiro: como é possível um ex-pri-
Até a tão odiada Standard & Poor’s su- lhões este ano). pública a não diminuir, dívida a crescer, meiro-ministro empenhar-se ansiosa-
biu o rating português! O crescimento é ‘o maior do século’ desequilíbrio comercial a aumentar, pou- mente em contactos frenéticos para des-
Nesta conjuntura, o próximo líder será (como dizia orgulhoso o ministro das Fi- pança no mínimo, investimento anémico, mentir uma manchete verdadeira? In-
para queimar, será um líder de transição, nanças) mas foi o pior da União Europeia reformas estruturais bloqueadas. formado pelo Correio da Manhã de que
e é duvidoso que alguém se proponha para no 2.º trimestre. ia sair uma notícia sobre uma dívida da
o sacrifício. O crescimento e o emprego estão ape- aria Luís Albuquerque sabe tudo isto mãe ao fisco, que de facto existia, Sócra-
Do ponto de vista dos pretendentes ao
lugar, este não será o momento certo.
nas estribados no turismo.
As importações dispararam e crescem
D melhor do que a maioria dos seus
correligionários.
tes pôs-se em campo – e, depois de falar
para a mãe, ligou a um seu ex-secretário
três vezes mais do que as exportações, o Sabe que, de um momento para o ou- de Estado pedindo-lhe para falar ao di-
alvez por isso se fale tão pouco de uma que significa que a dívida externa está a tro, isto pode virar – e, aí sim, será o retor-geral dos Impostos, ligou a uma an-
K pessoa que, segundo julgo, chegará um
dia à liderança partidária: Maria Luís Al-
aumentar.
E o próximo Orçamento tenderá a agra-
seu tempo.
Se avançasse agora, seria para se quei-
tiga secretária, ligou à gestora de conta,
tudo isto em duplicado ou triplicado, com
buquerque. var a situação deficitária, por pressão das mar: deitaria abaixo o líder que a lançou o objetivo de pagar o imposto na hora e
Albuquerque tem ambições políticas esquerdas. e apenas serviria de lebre para abrir o ca- poder dizer no dia seguinte que a noti-
(caso contrário não seria vice-presidente) minho a outro. cia era falsa.
mas ninguém a ouve. erguntará o leitor: se isso é assim, Resumindo e concatenando, julgo que Segundo: a linguagem utilizada – com
Claramente está a reservar-se para ou-
tro tempo.
G como se explica então a melhoria
do rating?
Passos Coelho resistirá às autárquicas,
porque nenhuma figura forte quererá li-
o recurso abundante a palavras como
‘bandalhos’, ‘pulhas’, ‘filhos da p…’ – é
Melhor do que ninguém, percebe que Por um lado, a Standard & Poor’s tem derar o partido neste momento. simplesmente deplorável. Como é possí-
este não é o momento certo para avançar; vindo a ser a agência mais benévola em A menos que Passos se demita, em con- vel um ex-primeiro-ministro usar este
mas também sabe que ele pode chegar de relação a Portugal. sequência de um resultado eleitoral dema- palavreado? Como é possível uma pes-
um momento para o outro. Por outro lado, julgo que há um certo siado mau. soa que fala assim fazer-se respeitar pe-
As pessoas andam numa espécie de eu- desfasamento entre as decisões de altera- E aí será eleito um líder transitório, até los subordinados? Sócrates – e outros do
foria, embriagadas pelas boas notícias, e ção do rating e a realidade. que o vento mude de direção. seu círculo próximo, como Armando
não querem saber de mais nada. Portugal deveria ter teoricamente me- Vara e Joaquim Oliveira, que se expri-
Porém, como escrevi na última edição, lhorado o rating em 2014, quando inverteu P.S. – Na semana passada, o SOL publi- mem do mesmo modo –, foram protago-
há muitos sinais de alerta. a tendência de queda do PIB e começou a cou uma notícia muitíssimo reveladora nistas lamentáveis de um tempo triste
O défice desce, mas o ritmo de endivida- dar sinais consequentes de recuperação. sobre a personalidade de José Sócrates. da história do país.
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dos, seria motivo suficiente para


DXiZ\cfi\Z\Y\l\d9\c„dfd`e`jkif[XAljk`ƒX[\8e^f$ que este caso nunca tivesse pros-
cX%;`XjXek\j[Xgfjj\[\AffCfli\eƒf\ef[`Xj\^l`ek\ seguido contra o número dois do
Governo angolano cessante. E
~[`jki`Yl`ƒfgXiXdXiZXƒf[falc^Xd\ekf[fgifZ\jjf[\ apoiam mesmo esta posição num
Xc\^X[XZfiilgƒf[fdX^`jkiX[fFicXe[f=`^l\`iXgXiX parecer pedido aos professores da
Faculdade de Direito da Univer-
Xihl`mXigifZ\jjfj\emfcm\e[f]`^liXjg’Yc`ZXjXe^fcX$ sidade de Lisboa Jorge Reis No-
vais e de Tiago Fidalgo Freitas.
eXj%8[\]\jX[\DXel\cM`Z\ek\#m`Z\$gi\j`[\ek\Z\jjXe$ A defesa do vice-presidente an-
k\\d8e^fcX#XiiXjXfD`e`jk„i`fG’Yc`Zfgfikl^l†j%Hl\ golano quer, por isso, que seja re-
conhecida a imunidade, alegan-
XZljX[\d\ek`i%<[\m`fcXiXc\``ek\ieXZ`feXc\kiXkX[fj[X do que, se tal não acontecer, a úni-
ca alternativa terá de ser a da
:GCG\Y`cXk\iX`j%FZfe]c`kf[`gcfd}k`Zf\jk}`d`e\ek\% separação da parte relativa a Ma-
nuel Vicente, para que possa ser
defesa do vice-pre- tinha por objetivo travar investi- Ainda que já tenha sido deduzi- enviada para as autoridades an-

8
sidente de Angola gações do Departamento Central da acusação e pronúncia (em ju- golanas e tramitar na Justiça de
apresentou nos úl- de Investigação e Ação Penal em nho), ou seja, se esteja apenas à Angola. Separação que afirmam
timos dias um re- que o próprio era visado. Para tal, espera do início do julgamento, a poder ser feita ainda nesta fase
querimento no âm- defende o Ministério Público, te- defesa de Manuel Vicente garan- processual.
bito da ‘Operação rão sido pagos subornos ao antigo te que todo este caso não passa de O entendimento do MP portu-
Fizz’ em que arrasa o Ministério procurador daquele departamen- uma ilegalidade, uma vez que o guês, citado no requerimento ago-
Público português. O documento to responsável pelos respetivos in- seu cliente nem sequer foi notifi- ra apresentado, sobre a imunida-
que deu entrada no Tribunal Ju- quéritos – o magistrado Orlando cado de nada – isto além da imu- de de Manuel Vicente foi o de que
dicial da Comarca de Lisboa na Figueira. nidade, que, defendem os advoga- Portugal não teria de respeitar a
quinta-feira – e a que o SOL teve O governante está acusado por imunidade, uma vez que os factos
acesso – começa mesmo por refe- um crime de corrupção ativa, um foram cometidos em território na-
rir que os autos chegaram a jul- crime de branqueamento e um cional.
gamento «de forma surpreen- crime de falsificação de documen- AfXeXDXihl\j A defesa rebate tal argumento,
dente, súbita, ilegal e violado- to. O antigo procurador, por seu M`[Xcef dizendo inclusivamente que nem
ra de princípios e direitos turno, está acusado por corrup- mesmo os alegados factos pode-
fundamentais» da ordem jurídi- ção passiva, branqueamento, vio-
i\jgfe[\l riam ter sido cometidos em terri-
ca e «do Direito Internacional». lação de segredo de justiça e fal- XfgifZliX[fi tório nacional: «Quando da acu-
Neste processo, Manuel Vicen- sificação de documento. O caso foi sação proferida nos presentes
te é suspeito de fazer parte de um agora finalmente distribuído para
^\iXc[\8e^fcX autos não resulta um único fac-
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esquema, montado em 2011, que julgamento. to imputado ao senhor enge-


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:fd\ƒflZfd[\e’eZ`X de um antigo membro do MP, es-
Xee`dX\\emfcm`Xm}$ clarecendo que no âmbito da ‘Ope-
ração Fizz’ se investigava «o rece-
i`Xjg\ijfeXc`[X[\j[X bimento de contrapartidas por
\c`k\Xe^fcXeX% parte de um magistrado do Mi-
nistério Público (em licença sem
A chamada ‘Operação Fizz’ teve vencimento de longa duração
início em 2014 com uma denúncia desde setembro de 2012) com a
anónima que chegou à PGR e em finalidade de favorecer interes-
que se narravam suspeitas de su- ses de suspeito, em inquérito
borno a um (na altura) magistra- cuja investigação dirigia».
do do Departamento Central de In- Apesar de Orlando Figueira ter
vestigação e Ação Penal (DCIAP) arquivado outros inquéritos en-
para que arquivasse inquéritos volvendo outras personalidades
que visavam a elite angolana. angolanas, a acusação concluiu
Até sair do departamento do que, no total, o magistrado terá
MP que investiga a criminalida- aceitado receber mais de 760 mil
de económico-financeira mais euros alegadamente do vice-pre-
complexa, Orlando Figueira diri- sidente angolano para arquivar
giu vários inquéritos sobre bran- processos em que este era inves-
queamento de capitais envolven- tigado. O intermediário, conside-
do cidadãos angolanos. O magis- ram os investigadores, terá sido o
trado acabara por pedir para sair, advogado Paulo Blanco (que re-
passando depois a trabalhar em presentava o governante angola-
instituições com ligações a Ango- no). Além destes intervenientes,
la ou de capital angolano. foi ainda acusado Armindo Pires,
Numa nota enviada em feverei- um homem da confiança de Ma-
ro de 2016, a Procuradoria-Geral da nuel Vicente.
República confirmava a detenção :%;%J%

nheiro Manuel Domingos Vi- ponto, o MP, além de desrespeitar a


cente que se afirme ou situe em imunidade, terá partido de premis-
Portugal». Insistindo na imuni- sas «erradas» e «inexistentes».
dade, os advogados deixam claro Garante-se no documento que
que «as Autoridades Judiciá- foi Manuel Vicente quem entrou
rias Portuguesas [careciam] de em contacto com o MP quando
legitimidade para iniciar uma saiu na imprensa nacional, no iní-
ação penal contra» aquele gover- cio do ano passado, que era alvo de
nante estrangeiro. uma investigação. E mais: o titu-
lar da ação penal só terá procura-
LdXd\ek`iX[fDG6 do o governante para o constituir
Um dos pontos que é salientado no arguido após o fim do inquérito.
requerimento a que o SOL teve É afirmado que durante o inqué-
acesso prende-se com o facto de o rito o MP português ainda chegou
MP ter proferido um despacho, a preparar uma carta rogatória
após a acusação, que permitiu que para enviar para Angola, mas que
o caso seguisse para julgamento e acabou por não a enviar, porque
que referia o seguinte: «Mostran- «(‘lendo a mente’ de um outro
do-se ineficazes os procedimen- Estado...) entendeu que a mes-
tos de notificação em relação ao ma iria ser rejeitada pelas auto-
arguido Manuel Vicente e en- ridades judiciárias angolanas».
contrando-se quanto aos restan- Assim, continua a defesa, só
tes arguidos decorrido o prazo após «o encerramento do inqué-
de requerimento de abertura de rito, e depois de proferida a
instrução, remetem-se os autos acusação a 16 de fevereiro de
M`Z\$gi\j`[\ek\Z\jjXek\[\8e^fcX# à distribuição do Tribunal de 2017, é que o Ministério Públi-
DXel\cM`Z\ek\„XZljX[fg\cfDGgfikl^l†j Instrução Criminal de Lisboa». co decidiu, pela primeira vez,
Xg\jXi[\^fqXi[\`dle`[X[\%8e^fcXi\X^\ Os advogados do vice-presidente procurar constituir arguido o
\i\cXƒ‘\jZfdGfikl^Xc\jkfgfild]`f de Angola consideram que, neste senhor Engenheiro Manuel >
/ )*J<K<D9IF)'(.

Gfcˆk`ZX
> Vicente, determinar a presta-
ção de termo de identidade e re-
Ä =I8J<J
sidência»: «E fê-lo – pasme-se! –
através de uma carta rogatória +/,#'(.)ŕ
(a segunda), datada de 21 de fe- *,-(.)ŕ*),ŕ
vereiro de 2017, e remetida (/&ŕ#(.
para as autoridades judiciárias ½8’e`ZXZfeZcljfgfjjˆm\c
angolana – agora em diferente gXi\Z\j\iX[\hl\fD`e`jk„$
‘leitura da mente’ de um outro i`fG’Yc`Zf]\qZi\i~jXlkfi`$
Estado, o mesmo por sinal cuja [X[\jal[`Z`}i`XjXe^fcXeXj
mente o Ministério Público an- hl\jfc`Z`kXmXXjlXZffg\iX$
tes ‘lera’ de forma diferente...» ƒf#hlXe[f#ef]le[f#dX`j
Mas então onde é que entra a ef]\q[fhl\]`ZZ`feXi\jj\
suposta mentira dos investigado- g\[`[f[\Zffg\iXƒf¾
res portugueses? É que, segundo 
é descrito no documento a que o ½ygfjjˆm\cX]`idXihl\f
SOL teve acesso, no despacho de j\e_fi\e^\e_\`ifDXel\c
encerramento de inquérito era re- ;fd`e^fjM`Z\ek\m`l#[\
ferido que tinha sido enviada uma dfjXkX[Xj#fgifZ\jjfXmXe$
carta rogatória para Luanda para ƒXigXiX]Xj\[\alc^Xd\ekf¾
que Vicente fosse constituído ar- 
guido e pudesse prestar declara- ½R:XY\T#gfi`jjf#XM%<oX#gi
ções, quando, de acordo com os k\idf#[\ldXm\qgfikf[Xj#
advogados do governante, nenhu- X\jk\ZfejkXek\Xkifg\cf[fj
ma rogatória dera entrada na Pro- [`i\`kfj[fj\e_fi<e^\e_\`if
curadoria-Geral de Angola até DXel\c;fd`e^fjM`Z\ek\#a}
essa data. hl\e\dfD`e`jk„i`fG’Yc`Zf#
e\dXal`q[\@ejkilƒf:i`d`$
DGef\jg\iflg\cX eXÆfAl`q[Xj>XiXek`XjÆ#
i\jgfjkX[\ClXe[X jflY\iXdÆflhl`j\iXd
Se a primeira carta rogatória não AffCfli\eƒf\e[li\Z\l[`jZlijfZfdGfikl^Xc[liXek\XZXdgXe_XgXiXXj\c\`ƒ‘\j Æ]Xq†$cf¾
seguiu, à segunda não foi dado
tempo sequer para se responder, pótese de logo nessa altura ter que a Procuradoria-Geral da Re- terminar, sondava-se a hipótese daí ainda foram trocadas algu-
defende o vice-presidente daque- sido feita a separação da parte do pública já enviou mais do que de Angola receber o procedimen- mas outras correspondências so-
le país africano. «Dos autos re- processo de Manuel Vicente, que uma carta para o seu homólogo to penal para transitar na Justi- bre dúvidas legais. A última das
sulta que, em 5 de maio de agora se requer. angolano, solicitando esclareci- ça daquele país. quais, enviada por Luanda em
2017, o Ministério Público con- De acordo com o requerimento, mentos sobre a lei daquele país e Poucos dias depois, o PGR an- julho deste ano, terá ficado sem
cluiu que não se vislumbrava embora formalmente, após a dis- os trâmites a seguir. Logo em no- golano responde, referindo a im- resposta de Lisboa.
que as autoridades judiciárias tribuição, todos os processos pos- vembro de 2016, uma missiva de possibilidade de cumprir uma O órgão máximo do MP daque-
angolanas viessem a responder sam estar em fase de julgamento, Lisboa questionava João Maria carta rogatória naqueles ter- le país referia nessa correspon-
definitivamente à carta roga- «materialmente» o de Manuel de Sousa sobre se havia possibi- mos, dada a imunidade de que dência que a carta rogatória en-
tória (a segunda) expedida Vicente ainda «se encontra em lidade de ser cumprida uma car- goza, e adiantando que a extra- viada de Lisboa para Luanda
após o final do inquérito, po- fase de Inquérito, pois não lhe ta rogatória em que se solicitas- dição também não seria possí- «ofende o estatuído na Cons-
dendo, por isso, comprovar-se foi até ao momento notificada se declarações de Manuel Vicen- vel, dado ser cidadão angolano e tituição da República de An-
a ineficácia dos procedimentos a acusação». te, bem como a constituição estar em território angolano. gola, constituindo motivo de
de notificação da acusação». como arguido e a aplicação do João Maria de Sousa, termina recusa previsto na alínea e),
Ou seja, os advogados de Ma- MX`m„d[\ZXikXj\eki\ termo de identidade e residência. dizendo que caso Portugal re- n.º 1 do artigo 3.º, da Conven-
nuel Vicente afirmam que o MP C`jYfX\ClXe[X Perguntava-se ainda se havia queira a transmissão do proce- ção de Auxílio Judiciário em
não quis esperar pela resposta, Desde que foi tornado pública a possibilidade de levantamento de dimento a mesma seria ponde- Matéria Penal entre os Esta-
considerando, mesmo antes de investigação a Manuel Vicente imunidade ou de extradição. A rada. O SOL sabe que a partir dos da Comunidade Países de
qualquer reação de Angola, que a Língua Portuguesa (CPLP)».
rogatória não seria cumprida. E Na missiva solicitavam-se por
vão mais longe: «A alegação de isso alguns esclarecimentos,
que a carta rogatória havia bem como se procurava saber se
sido rejeitada pelas autorida-
des angolanas era absoluta-
 -ŕ>ŕ-*,ŕŕ#-J)ŕ)ŕ.,#/(& se mantinha ou não o interesse
de Lisboa enviar para Luanda o
mente falsa e foi inventada :fekXZkX[ffek\dg\cf JFC#Il`GXkiˆZ`f# Il`GXkiˆZ`fjXc`\ekflhl\#e\jk\dfd\ekf# processo.
pelo Ministério Público com X[mf^X[f[\DXel\cM`Z\ek\efgifZ\jjf# X[\]\jX`i}X^lXi[Xi½½gfildX[\Z`jf[f O procurador geral de Angola
base, exclusivamente, na apa- ½X[\]\jXZfek`elXi}#\dZf\i†e$
[`jj\hl\½ ki`YleXc[\alc^Xd\ekfXZ\iZX[Xjhl\jk‘\j questiona mesmo a sua homólo-
rente vontade que este tinha Z`X\gfihl\\jj\„fZXd`e_fZfii\kf#\d hl\j\ZfcfZXd#efd\X[Xd\ek\Xhl\jkf ga de Portugal sobre o interesse
de, rapidamente (...) e naquele ZX[Xdfd\ekfX[\hlX[f\\dkf[XjXj`ej$ [X`dle`[X[\Xhl\fm`Z\$gi\j`[\ek\\jk} do Governo português em man-
momento, fazer o processo keZ`Xjgigi`Xj#eXZ`feX`j\flkiXj#Xgl^$ m`eZlcX[f¾#]i`jXe[fhl\\jkX½ ½efk\dk`[f ter os acordos de cooperação ju-
prosseguir». eXig\cfi\jg\`kfg\cX:fejk`kl`ƒf\g\cX fkiXkXd\ekfX[\hlX[f¾% diciária com o Estado angolano.
O Ministério Público tinha nes- C\`#Y\dZfdfg\cfjKiXkX[fj#:fem\eƒ‘\j FX[mf^X[fX[`XekflX`e[Xhl\½ ½eXfZXj`f E, frisando a sensibilidade do
te caso a necessidade de acaute- \Zfjkld\j`ek\ieXZ`feX`jXhl\Gfikl^Xc \eXj\[\gigi`Xjj\i}]\`kX%%% X[\]\jX[\ tema para as relações entre os Es-
lar alguns prazos, uma vez que \jk}m`eZlcX[f#gifZliXe[fZfeki`Yl`igXiX ]le[f#dfjkiXe[fhl\fj\e_fi\e^\e_\`if tados, o PGR angolano deixou cla-
um dos arguidos se encontrava ldXXe}c`j\Zl`[X[X\fYa\k`mX[Xjj„i`Xj\ DXel\cM`Z\ek\„kfkXcd\ek\Xc_\`f~dXk„i`X ro que iria dar conhecimento da-
privado de liberdade, mas, segun- Zfdgc\oXjhl\jk‘\jc\^X`j\[\<jkX[fhl\ [\jk\gifZ\jjf¾% quela carta ao ministro da Justi-
do a defesa, isso não justifica a op- \jk\gifZ\jjfjljZ`kX¾% :%;%J% ça de Angola e ao Presidente da
ção tomada, até porque havia a hi- República.
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ŕ#,ŕ*,ŕ /( ÊEfj\`j\fj[`i`^\ek\jXe^fcXefjgXjjXdXm`[X
Xg\ejXi\dGfikl^XcË#X]`idXgif]\jjfi[\<jkl$
[fj8]i`ZXefj%

8eke`fIf[i`^l\j Numa altura em que o New York em que os resultados eram ainda
Xekfe`fif[i`^l\j7jfc%gk Times, num artigo sobre as elei- provisórios e a oposição contesta-
AFÂF>@IÂF
ções angolanas de 23 de agosto, se va a validade dos mesmos.
Il`DXe^l\`iX]f`X referiu à relação de Angola e Por- O agora Presidente eleito de
tugal como de uma inversão do co- Angola, afirmou em março, ain-
9\c„deXhl`ekX$]\`iX% lonialismo, de subserviência por- da como ministro da Defesa, que
8e^fcX]\qdX`jldX tuguesa aos dinheiros angolanos, as relações com Portugal estavam
m\q jXY\i hl\ ef Elísio Macamo, professor de Es- «frias», porque «nas relações en-
XZ\`kXfhl\Zfej`[\iX tudos Africanos da Universidade tre Estados deve haver recipro-
de Basileia, discorda em absolu- cidade. Nós nunca tratamos
kiXkXi$j\[\g\ij\^l`$ to dessa ideia: «Portugal preci- mal as autoridades portugue-
ƒf[XAljk`ƒXgfikl$ sa de Angola duma maneira sas e por esta razão exigimos,
^l\jXXXXckXj]`^liXj que coloca Angola numa posi- de igual forma, respeito pelas
ção negocial forte. Mas falar da principais entidades do Estado
[f<jkX[fXe^fcXef% inversão da relação colonial angolano».
não me parece correto». Talvez por isso, ainda antes de
Marcelo Rebelo de Sousa recebeu O académico, nascido em Mo- tomar posse, Lourenço foi a Espa-
o ministro da Justiça angolano, çambique e formado na Europa nha, onde chegou a dar uma en-
em Belém, na quinta-feira. Tema (Inglaterra, Alemanha), sublinha trevista à agência Efe, mas não
obrigatório: o processo que envol- que só «quando Portugal preci- passou por Portugal, nem fez
ve o vice-presidente cessante de sar de técnicos angolanos para qualquer referência à relação en-
Angola, Manuel Vicente, e as con- fazer andar a sua economia, aí tre os dois países. Será que isso
sequências possíveis do compor- DXiZ\cf\jkXi}eXkfdX[X[\gfjj\[\AffCfli\eƒf sim, poderemos falar de mu- demonstra um arrefecimento nas
tamento do Ministério Público dança». Até lá, a situação «não relações entre os dois países por
português para as relações futu- dente, teria de respeitar o princí- da Justiça portuguesa em relação mudou» e «seria demasiado in- causa dos problemas judiciais?
ras entre os dois países – sendo pio da separação de poderes que a altas figuras do Estado angola- fantil da parte de Angola pen- «Isso é que eu acho ‘colonial’.
que Rui Mangueira deverá tran- dá independência aos tribunais no, dizendo que põem em causa sar que agora tivesse virado». Esta insistência em ver tudo o
sitar da pasta da Justiça para a em matéria de administração da as relações entre os dois países. Marcelo Rebelo de Sousa estará que Angola faz em função da
das Relações Exteriores (Negó- Justiça. Em março, como ministro da De- terça-feira na tomada de posse do mensagem que Angola quer
cios Estrangeiros) no novo Gover- Sucede, porém, que o procura- fesa de Angola, João Lourenço di- seu homólogo angolano, João Lou- transmitir à ex-potência colo-
no de João Lourenço. dor-geral de Angola já questionou zia: «Estamos obrigados, os dois renço, que substitui ao fim de 38 nial. Não sei se os dirigentes
O Governo de Angola não ad- a procuradora-geral de Portugal Governos, a encontrar soluções anos José Eduardo dos Santos. É a angolanos passam a vida a pen-
mite que a Justiça portuguesa sobre o interesse do Governo e das para a situação que nos foi cria- primeira visita do chefe de Esta- sar em Portugal, no que pode
viole a Constituição angolana e autoridades portuguesas na ma- da». Acrescentando que «mesmo do português a Angola, que esco- agradar ou desagradar os por-
pretenda substituir-se à Justiça nutenção dos acordos de coopera- na separação das instituições, lheu Moçambique para a sua pri- tugueses. O país tem várias op-
angolana, invocando os tratados ção judiciária entre os dois países, as nossas instituições mesmo meira viagem oficial, mas o Pre- ções e Portugal é apenas uma
internacionais, as convenções da que considera estarem a ser vio- que tenham eventualmente ci- sidente foi um dos primeiros a entre várias», responde Elísio
CPLP e os acordos bilaterais. lados pelo MP português, assim dadãos portugueses que come- felicitar Lourenço pela vitória do Macamo.
Na argumentação da defesa de como os tratados da CPLP e o Di- tam erros aqui, têm o tratamen- MPLA nas eleições, numa altura 8%I%
Manuel Vicente e do Estado ango- reito Internacional no que concer- to específico, que fica no fórum
lano, o vice-presidente de Angola ne às regras da imunidade. judicial e não têm tratamento
goza de imunidade e, a ser julga- Mais, João Lourenço, Presiden- público pela imprensa».
do, terá de responder perante o te eleito que toma posse em Luan- Será no meio deste clima frio
Supremo Tribunal de Angola e da na próxima terça-feira, já por entre os dois países – e que levou
nenhum outro. diversas vezes se referiu de forma em Fevereiro ao adiamento sine
O entendimento do Ministério contundente ao comportamento die da visita a Angola da ministra
Público português não é esse a da Justiça portuguesa, Francisca
‘Operação Fizz’ chega à fase de jul- Van Dunem – que Marcelo Rebe-
gamento sem que Manuel Vicente lo de Sousa estará na quarta-fei-
tenha sido ouvido, quer na fase de ra, em Luanda, para a tomada de
inquérito quer na de instrução. JXekfjJ`cmX posse do seu homólogo. Tal como
Marcelo Rebelo de Sousa este- \GXlcfGfikXj Augusto Santos Silva, o ministro
ve há meses com Manuel Vicente dos Negócios Estrangeiros, que
no Brasil e prometera-lhe que iria
kXdY„dmf\jkXi irá representar o Governo. Quem
informar-se sobre o caso, salva- eXgfjj\[\ também não deixará de estar pre-
guardando que, enquanto Presi- AffCfli\eƒf sente é Paulo Portas. <cˆj`fDXZXdf„gif]\jjfieXLe`m\ij`[X[\[\9Xj`c\`X
(' )*J<K<D9IF)'(.

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j\Zi\k}i`f[\<jkX[f#a}efd\fl+)g\jjfXj%
«Com o PS no poder não há ta dos governos – tanto em Portu-
‘jobs for the boys’», assegurou gal como na Europa –, os 35 mem-
António Guterres, primeiro-mi- bros já nomeados para o gabine-
nistro, há mais de duas décadas. te de Mário Centeno não passam
Estávamos em 1995. despercebidos, mas não geram
Devolvendo em expressão igual- questão.
mente anglo-saxónico, ‘old habits No entanto, o facto de Ricar-
die hard’: porque o PS está no po- do Mourinho Félix, secretário
der e à beira de celebrar o seu se- de Estado do Tesouro e das Fi-
gundo aniversário como Governo nanças, ter já indicado 42 pes-
e soma mil quatrocentos e trinta soas para a sua equipa é algo
e nove (1439) nomeações para ga- desproporcional, por exemplo,
binetes. Entre assessores e adjun- à equipa do ministro da Educa-
tos, o Executivo já quase alcança, ção (Tiago Brandão Rodrigues),
então, o milhar e meio.
O Governo anterior, (PSD/CDS),
nos seus primeiros oito meses ha-
via nomeado 750 membros para
gabinetes do Executivo. J%9\ekf\jZXgX
À época da remodelação que le- que tem que tomar conta de um ultrapassar as quatro dezenas de Centeno, são mais 37 nomeações
vou Paulo Portas de ministro dos ~\jZXcX[X[\ dos ministérios de maior dimen- indicações é o dos Assuntos Fis- para adjuntos ou assessores até ao
Negócios Estrangeiros para vice- efd\Xƒ‘\j#Xg\jXi são do Governo e conta com me- cais, antes a cargo do entretanto início da semana corrida.
-primeiro-ministro, alargando o [fZfiilg`f nos sete pessoas que o secretá- exonerado Fernando Rocha An- Numa pasta, desde que João
número de gabinetes, contava rio de Estado já referido, isto é, drade: foram, até agora, 41 pessoas. Soares se demitiu, mediatica-
com 515 assessores e adjuntos em
gifmfZX[fg\cX 35 indicações. Na Secretaria de Estado da Admi- mente discreta, a Cultura conta
funções. Corria o ano de 2013. Pe- Z_\]\[\^XY`e\k\ Ainda no Ministério das Finan- nistração e do Emprego Público, com 52 nomeações para o gabine-
dro Passos Coelho, como primei- [fgi`d\`if$d`e`jkif ças, outra Secretaria de Estado a insistindo no Ministério de Mário te do ministro (hoje, Luís Castro
ro-ministro, tinha em São Bento Mendes) e 33 para a sua Secreta-
53 pessoas consigo, do chefe-de- ria de Estado. O ministro da Saú-
-gabinete às assessorias – um nú- de, por outro lado, conta com uns
mero que não é distante daquele modestos 20 indicados para o seu
que António Costa tem hoje gabinete.
como líder de Governo. No primeiro semestre deste
Governo, já haviam sido nomea-
Jf9\ekffdX`jefidXc dos mais de mil ‘boys’, com con-
Costa conta, olhando para os nú- tratações num valor superior a
meros a 20 de setembro de 2017 no 2 milhões de euros em custos
Diário da República, com 70 indi- para o Estado. Já aí, à seme-
cações. Todavia, como o SOL já lhança do ocorrido em Executi-
noticiou, o número de exonera- vos anteriores, as nomeações no
ções do gabinete do atual primei- Diário da República eram supe-
ro-ministro também é volumoso, riores às que constavam no por-
equilibrando essa balança. tal do Executivo para a respeti-
Não é aí, portanto, que estão os va função.
casos mais misteriosos nas indi- O número de indicações, as to-
AFÂF>@IÂF

cações do Governo do PS. tais 1439, pode parecer invulgar


Se o Ministério das Finanças é na medida em que o Governo de
cada vez mais a pasta protagonis- <d)'(*#GXjjfjZfekXmXZfd,(,Xjj\jjfi\j\d^XY`e\k\j[fj\l>fm\ief António Costa ainda não sofreu
NNN%JFC%GK ((

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Gi\m`j‘\jgXiX
([\flklYif
ntónio Costa tem 38% abaixo o Governo. Mas tornará

8 dos votos. É o resultado


ideal – fica à frente da-
quele obtido por António José
as coisas muito mais difíceis. E
as eleições autárquicas aconte-
cem 12 dias antes da entrega do
Seguro em 2013 e ultrapassa o Orçamento do Estado na As-
score que a coligação PSD/CDS sembleia da República.
conseguiu nas legislativas de
há dois anos. Mais do que 38% edro Passos Coelho tem um
dos votos permitiria a António
Costa uma enorme satisfação e
G resultado humilhante em
Lisboa e outro no Porto. Não é
ao PS gritar a sua enorme vitó- uma previsão difícil de fazer,
ria. A parte mais complexa tendo em conta a performance
para o xadrez político atual é dos respetivos candidatos, que
que com mais de 38% o partido já partiam em desvantagem. O
fica perigosamente à beira da todo nacional do PSD também
maioria absoluta, o que pode di- não é famoso como, de resto, já
ficultar as próximas negocia-
nenhuma grande remodelação a por ministérios como o da Agri- PS de «politização» da ANPC ções à esquerda, principalmen-
que assim o obrigasse, como a cultura e o da Defesa. Hoje, está no que diz respeito a 14 altera- te se alguns desses votos forem Il`I`f]XqldX
exemplificada do anterior Execu- na Educação. ções executadas nos comandos roubados a eleitores comunis- [\ZcXiXƒfdX`j[liX
tivo, em 2013. No programa da RTP, Sexta distritais. tas (os bloquistas não contam [fhl\„Zfjkld\#
às 9, a Proteção Civil foi nova- Isto sem falar das empresas pú- muito nesta história porque, [Xe[fX\ek\e[\i
9fpjkXdY„d]fiX[f>fm\ief mente assaltada por revelações blicas ou participadas pelo Estado até à presente data, não tinham hl\gf[\j\i
A política de nomeações indiscri- polémicas quando comandantes e de tantas outras nomeações que eleitores em autarquias). ZXe[`[Xkf#
minadas não é, neste sentido, mo- demitidos este ano acusaram o têm gerado celeuma.
dXjef„[\]`e`k`mf
nopólio de um só partido, nem se- s comunistas ficam abaixo
quer só de uma face do enorme
aparelho do Estado. 
F dos 10% e perdem três ou
quatro câmaras. Se perderem
Este ano, a Autoridade Nacio- votos para o Bloco de Esquerda
nal de Proteção Civil foi alvo de que, pela primeira vez em 18
controvérsia, devido ao facto de anos de existência, está a apos- não tinha sido em 2013 quando
o seu presidente, o coronel Joa- tar em grande numas eleições Passos era primeiro-ministro a
quim Leitão, ter sido nomeado autárquicas, a conclusão não cumprir os mandamentos da
contra um parecer do Conselho será famosa. Se perderem para troika. O PSD entra em colap-
Superior de Oficiais do Exérci- os socialistas, a conclusão será so. A intriga ferve. Rui Rio faz
to e manter relação pessoal com devastadora. Na realidade, para uma declaração um bocadinho
o primeiro-ministro, Costa, há os comunistas, é o acordo com mais dura do que o costume,
vários anos. Leitão, que foi tam- o PS que vai a votos. Se o eleito- dando a entender que pode ser
bém nomeado comandante dos rado der uma resposta negati- candidato no próximo congres-
bombeiros sapadores de Lisboa va – e a coisa redundar numa so. Não é, porém, definitivo.
quando António Costa era pre- transferência direta de votos Luís Montenegro fica nervoso.
sidente da Câmara da capital, é para o PS – vem aí turbulência Os jovens turcos admitem
casado com Isabel Leitão, que já interna no partido e dentro da avançar. Passos marca o Con-
foi indicada para múltiplos car- solução de Governo. Não é que gresso. Contra todas as proba-
gos públicos desde os Governos um não-muito-bom resultado bilidades, será irrevogável na
de José Sócrates, tendo passado autárquico leve o PCP a deitar direção do PSD.
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:fjkXZfcfZXf>fm\iefXmfkfje\j$ 1,9%, etc.. Tudo se está a conjugar


para que o secretário-geral socia-
kXj\c\`ƒ‘\j#hl\j\im\d[\c\^`k`dX$ lista passe por estas autárquicas
abençoado pelos deuses respon-
ƒfgfglcXi[fgi`d\`if$d`e`jkif% sáveis pelas áreas da economia,
finanças e popularidade em geral.
Na mitologia política nacional, a fazer desde que na pré-campanha A possibilidade da tradução des-
expressão pertence a Aníbal Ca- para as autárquicas foi para a es- ses elementos em votos é elevada,
vaco Siva quando, em 1991, atra- trada? A promover o dito ‘Portu- já sabemos.
vessou o país a proclamar o ‘seu’ gal de sucesso’. De resto, o que António Costa
‘Portugal de sucesso’. Foi o slogan É verdade que Costa tem razões expressamente está a pôr a votos
que levou Cavaco a repetir a maio- para isso – de resto, como Cavaco são as políticas de Governo. Estas
ria absoluta: a economia crescia, Silva tinha em 1991. À boa ima- autárquicas servem ao secretário-
havia mais dinheiro, Portugal ti- gem do Governo revelada pelas -geral do PS e primeiro-ministro
nha vencido o campeonato do sondagens e pela paz nas ruas, o como legitimação acrescida, de- dêem força ao PS para darmos lítica. Esta política tem combi-
mundo de futebol juvenil. PS tem muito para festejar e ten- pois de ter ficado em segundo lu- continuidade a esta política dos nado a preocupação central na
O PS entretanto recuperou a tar transformar em votos autár- gar, em votos e deputados, nas le- últimos anos», disse no dia 16 em melhoria das condições de vida
frase cavaquista. Em maio, os de- quicos: a subida do rating de Por- gislativas de outubro de 2015. Lamego. das pessoas, mas que não dei-
putados socialistas promoveram tugal pela Standard & Poor’s, a A mensagem é clara e tem sido Em Viseu, no dia seguinte, o xa de dar atenção ao rigor na
umas jornadas parlamentares sob descida da taxa de desemprego, as repetida um pouco por todo o tom autocongratulatório relativa- consolidação orçamental para
o lema «Portugal melhor – Por- notícias ontem conhecidas do país. «É fundamental que no mente ao seu ‘Portugal de suces- que não voltemos a correr ne-
tugal de sucesso». crescimento revisto em alta para próximo dia 1 de outubro as so’ repetiu-se: «É fundamental nhum risco e tudo aquilo que
E o que anda António Costa a 3% e da descida do défice para portuguesas e os portugueses darmos continuidade a esta po- ganhámos nestes dois anos seja

C@J9F8 GFIKF

ŕ #-)ŕ)(ŕ(-/ŕŕ
ŕČ!,#(!)(Tč
A primeira vez que António como secretário-geral do
Costa venceu as eleições PS. Era a Medina que iria
para a Câmara de Lisboa foi entregar a presidência da
sem maioria absoluta. Con- Câmara, como se veio a
seguiu governar seduzindo, confirmar. «Uma das me-
como sempre. No caso, sedu- lhores decisões» que to-
ziu o vereador então eleito mou na política, veio dizer
pelo Bloco de Esquerda, Jo- o secretário-geral do PS, já
sé Sá Fernandes – que é hoje depois da notícia da com-
candidato na lista encabeça- pra da casa.
da por Fernando Medina – O passeio que Fernando
e também Helena Roseta , Medina esperava tornou-se
que se candidatou a Lisboa mais difícil depois das no-
à cabeça de um grupo de ci- tícias sobre a compra da
dadãos. A partir da sua mi- casa a uma familiar do
noria, acabou eleito, em CEO da Teixeira Duarte-
2013, com uma maioria ab- que decidiu perder 195 mil
soluta de 51%. euros com o negócio. Mas a
I@:8I;F:8JK<CF

Fernando Medina foi es- situação do PSD é tão catas-


AFÂFGFI=àI@F

colhido para número dois trófica que a possibilidade


em 2013, quando Costa já do PS perder as eleições
pensava no seu futuro não está no mapa.
“
NNN%JFC%GK (*

8LKÝIHL@:8J

)'(.

ta esteve presente. Medina é o ho-


mem que Costa escolheu para su- Ä =I8J<J
cessor na Câmara de Lisboa – e fa-
zê-lo, disse Costa nesse comício, (.œ(#)ŕ)-.ŕ
«foi das melhores decisões» po- CXd\^f#(-&'0
líticas que já tomou. «Hoje esta- ‘É fundamental que no
mos num novo tempo, e esse próximo dia 1 de outubro as
tempo é o de Fernando Medi- portuguesas e os portugueses
na», afirmou o secretário-geral deem força ao PS para
dos socialistas. darmos continuidade a esta
Mas se já seria difícil para Fer- política dos últimos anos’
nando Medina conseguir o resul- ŕ
tado que António Costa atingiu (.œ(#)ŕ)-.ŕ
em 2013 – maioria absoluta com 51 CXd\^f#(.&'0
por cento dos votos – a polémica ‘Esta política tem combinado
da compra do apartamento segu- a preocupação central na
ramente não ajudará. Obviamen- melhoria das condições de
te que a fragilidade da direita tor- vida das pessoas, mas que
na a vitória do PS praticamente não deixa de dar atenção ao
certa, apesar das dúvidas instala- rigor na consolidação
das sobre o apartamento. Falta sa- orçamental para que não
ber por quantos. voltemos a correr nenhum
Ninguém põe em causa a vitó- risco e tudo aquilo que
ria do PS em Lisboa, mas o sur- ganhámos nestes dois anos
preendente foi uma sondagem, a seja de novo perdido e não
da Universidade Católica, ter vin- haja de novo um retrocesso
do colocar a hipótese de uma vi- como aconteceria se a direita
tória socialista no Porto. voltasse a ganhar as eleições’ŕ
Depois do dramalhão ocorri- 
8eke`f:fjkX\jk}~\jg\iX[\ZXg`kXc`qXieXjXlk}ihl`ZXjfji\jlckX[fj[XÊ^\i`e^feƒXË do quando Rui Moreira rejeitou ,(()ŕ #(ŕ
o apoio do PS e do avanço ines- FYj\imX[fi#)'&'0
de novo perdido e não haja de – que António José Seguro conse- trauma de ter perdido as eleições perado de Manuel Pizarro, a ‘Ficou muito claro na
novo um retrocesso como acon- guiu em 2013, naquela que foi na para Pedro Passos Coelho, ainda sondagem vem colocar em cima entrevista que deu ao
teceria se a direita voltasse a época já considerada uma vitória que tenha conseguido formar Go- da mesa a possibilidade de estar Observador aquilo que a
ganhar as eleições». Quem vai histórica do PS em autárquicas. verno com o apoio do PCP e do tudo em aberto. Pizarro é um motiva [Assunção Cristas],
decididamente a votos é o PS de Mais concretamente: ter mais do Bloco de Esquerda. homem conhecido no Porto, tem que é sair de Lisboa, usar
Costa, por interpostos autarcas. que os 1.812.029 votos conquista- Na semana terrível de Fernan- feito valer a sua obra, e o ‘Por- Lisboa e esta campanha
E qual será uma vitória para dos por António José Seguro. Se do Medina – que culminou na sex- tugal de sucesso’, ao fim de con- autárquica para se promover
António Costa? Ultrapassar os isso acontecer, António Costa ta-feira da semana passada, com tas, também vai a votos na capi- para as próximas eleições
36,25% dos votos – total nacional pode finalmente ultrapassar o um comício na FIL – António Cos- tal do Norte. legislativas’

D8KFJ@E?FJ

ŕ-ŕ)ŕŕ--ŕŕ .)-#(")-ÿŕŕ:',ŕ
ŕ)(+/#-.,ŕ)ŕ),.)Ĉ #-*/.ŕ*),ŕ-)#&#-.-
A surpresa das eleições au- e meio anunciou no Con- Matosinhos nunca teve ou- vez porque então foi derro-
tárquicas no Porto surgiu gresso do PS que os socia- tra cor política, direta ou in- tado por Guilherme Pinto,
ontem através de uma son- listas deveriam apoiar Mo- diretamente, que não o PS, outro socialista, mas que,
dagem da Universidade Ca- reira. A combinação, in- mas nos últimos dez anos na altura, concorreu como
tólica, divulgada pelo Jornal cluindo lugares em listas, não tem havido consenso e independente.
de Notícias. Manuel Pizar- estava praticamente fecha- as cisões multiplicam-se. Parada, ex-adjunto do se-
ro e Rui Moreira estão em da, mas tudo se desmoro- Desta vez há dois candida- cretário de Estado das Pes-
empate técnico, com Pizar- nou quando Rui Moreira tos com percurso socialista cas e atual diretor técnico
ro a ganhar 10% relativa- decidiu rejeitar o apoio do que o partido escolheu não na Docapesca, depois de 32
mente às últimas autárqui- PS, com medo do seu esta- apoiar. Narciso Miranda re- anos na comissão nacional
cas e Rui Moreira a perder tuto de independente vir a gressa como independente, do PS entregou o cartão de
5%. É, até agora, a única sair beliscado. depois de ter liderado a au- militante, em rutura com a
sondagem que não dá Mo- Manuel Pizarro foi obri- tarquia entre 1979 e 2005 direção da distrital e avan-
reira a ganhar a Câmara. gado a avançar, sem espe- pelo PS, do qual foi expulso çou para a corrida. Mas só
O cenário foi considera- rança nenhuma. Entretan- em 2009 por se ter candida- depois de saber que o PS,
do totalmente impossível. to, o caso Selminho come- tado como independente. por indicação de Manuel
De tal forma Rui Moreira çou a danificar a imagem António Parada, que nas Pizarro, presidente da Fe-
parecia imbatível – e a sua de Moreira. últimas eleições em 2013, deração Distrital, iria
relação com Pizarro na Câ- Se Pizarro acabar a ven- teve o apoio da máquina so- apoiar Luísa Salgueiro, de-
I8HL<CN@J<

mara, enquanto vereador, cer o Porto, prova-se que a cialista para a corrida a putada eleita pelo círculo
também parecia perfeita – estratégia inicial de Costa Matosinhos. Desta vez tam- do Porto, que é também
que António Costa há ano era um erro crasso. bém não recebeu apoio. Tal- membro da distrital.
(+ )*J<K<D9IF)'(.

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j\YXjk`Xf%Yl^Xc_f7jfc%gk

não quis voltar atrás ao antes


8jXlk}ihl`ZXjjffgi`d\`iffYj$ prometido.
k}ZlcfeXcfe^XdXiZ_X[\GXjjfj% Nacionalmente, as coligações
dos partidos de centro-direita fo-
:i`jkXjmX`m\cfq#\kiXqiXjk\`iXj% ram mais do que as conseguidas
há quatro anos, aquando das úl-
Há um ‘congresso’ do CDS em lhenta. Um ‘one woman show’ timas eleições autárquicas, ain-
Lisboa, marcado para dia 1 de ou- sem coligações, sem senadores do da que as negociações não te-
tubro. É Assunção Cristas que partido ou nomes do grupo par- nham sido tão tranquilas quan-
vai a votos, não só como presiden- lamentar nas listas, com mulhe- to as ocorridas durante o tempo
te de Câmara, mas como líder de res independentes (como ela foi e de governação nacional em co-
partido. Os votos não serão só de não há muito tempo) em lugares mum. Passos e Portas, com as di-
militantes e as pressões não ad- cimeiros e o espírito voluntarista ferenças e divergências conheci-
vêem apenas da sua estrutura in- da juventude partidária (a JP) das e evidentes, tinham parceria
terna. São os lisboetas – por op- muito presente nas candidaturas bem distinta da hoje vivida entre
ção de Cristas – que vão ou não às juntas de freguesia da capital. o ex-primeiro-ministro e Assun-
legitimá-la. Fica como vereadora A história do possível apoio do ção Cristas, que procurou demar-
mas tem que ficar à frente de Pau- PSD à ex-ministra de Passos já car o seu partido do PSD, deixan-
lo Portas de 2001 (7%) para ficar teve várias versões, de um lado do o cadastro da austeridade
também como líder. As sonda- e do outro, mas tanto Carlos Car- mais para os sociais-democratas
gens, num partido usualmente reiras como coordenador autár- do que para o seu regaço. sistiu ser a única «alternativa a tre a tentativa de novo centrismo
avesso a esse tipo de estimativas, quico dos ‘laranjinhas’ como a A fuga à coligação em Loures, Fernando Medina», veio dar ra- de Assunção (que não hesita em
são simpáticas. As expectativas própria Assunção já referiram a deixando Passos sozinho com a zão a Miguel Relvas, que em en- pedir vinte estações de metro até
em torno das mesmas chegam e questão do Porto como decisória. tempestade mediática de André trevista senatorial ao Expresso, 2030 ou em celebrar quotas de gé-
sobram como incentivo. Foi – e O PSD não abdicaria de candida- Ventura, foi a prova mais recen- observou que o CDS pós-Portas nero) e a espera – a longa espera
ainda é – uma campanha feita à tura sua em Lisboa se Cristas te, mas não a única. A subtração «anda atrevido». – de Pedro Passos Coelho.
imagem de Assunção: presencial, não abdicasse de Rui Moreira no de Teresa Leal Coelho nos deba- Tem sido assim, à direita, en- Lisboa é um aquecimento de
mediática, omnipresente, baru- Porto – e a presidente do CDS tes de Lisboa, em que Cristas in- tre a marota e o maratonista; en- Cristas que pode gerar câimbra

C@J9F8 GFIKF

'ŕ&#'*4ŕŕ-)ŕŕ
ŕ/'ŕ*,-(.TJ)ŕ
Este ano, as sagas da direi- sos, a já antiga amiga e já
ta em Lisboa tiveram dra- referida, Leal Coelho.
matismo distinto. Passos A seu lado no boletim de
viu um vice-presidente da voto irá José Eduardo Mar-
concelhia do PSD de Lis- tins, que coordenou o pro-
boa virar-lhe as costas e de- grama autárquico da capital
safiá-lo para ser ele pró- e é o candidato do partido a
prio candidato à Câmara presidente da Assembleia
de Lisboa, já que não ar- Municipal de Lisboa. Mar-
ranjava um. Íamos no na- tins tem estado na estrada
tal passado e Passos ainda com Teresa Leal Coelho e
demoraria mais dois pares até com Passos, tendo apa-
de meses a achar um – no rentemente enterrado o ma-
caso de Teresa Leal Coe- chado de críticas.
lho, uma. Do lado do CDS, Cristas
A chuva de eventuais no- coligou-se com o MPT e o
mes ganhou contorno líri- PPM, que têm lugares na lis-
co – entre próximos e dis- ta da Assembleia Municipal.
tantes da direção nacional Para Câmara, como número
AFÂFGFI=àI@F

;@8E8K@EF:F

do partido – e a escolha aca- 2, leva João Gonçalves Perei-


bou por cair na vice-presi- ra, porta-voz da candidatura
dente mais próxima de Pas- e vereador desde 2013.
“
NNN%JFC%GK (,

8LKÝIHL@:8J

)'(.

cratas do que aquele que foi em


2013, em plena austeridade. Ä =I8J<J
Nos corredores ‘laranjas’ há
outras prioridades. Passos cor- ,)ŕ--)-ŕ)&")ŕ
reu o país, apresentou candida- C`jYfX#))&'0
tos, faz campanha, mas os temas ÊFGJ;ef\jk}XclkXig\cX
são sempre executivos e não au- jfYi\m`m†eZ`X\dC`jYfXËŕ
tárquicos – como a lei da imigra- 
ção ou as negociações para o Or- --/(TJ)ŕ,#-.-ŕ
çamento do Estado. «Ele não C`jYfX#))&'0
está nem aí. Se ele quisesse sa- Ê8Zi\[`kXdfjhl\Rf:;JT„
ber das autárquicas, não tinha ldXm\i[X[\`iXXck\ieXk`mXX
dois críticos do anterior Go- ('Xefj[\^fm\ieXƒfjfZ`X$
verno como candidatos a pre- c`jkX\X=\ieXe[fD\[`eXË
sidente de Assembleia Muni- ŕ
cipal [Lisboa e Porto], não é?», /#ŕ#)ŕ
sentencia um apoiante. Talvez C`jYfX#)(&'0
seja. Como talvez se verifique um ÊFk\dgfX^fiXjfXj
consenso tácito no partido que Xlk}ihl`ZXj\m\ij\fGJ;k\d
lhe confira imunidade ao resul- fd\c_fii\jlckX[fgfjjˆm\c
tado autárquico e o faça sobrevi- \dkf[fjfjZfeZ\c_fjËŕ
ver até às próximas legislativas, ŕ
no estranho que será ver um par- ,)ŕ--)-ŕ)&")ŕ
tido de poder convertido em so- C`jYfX#(,&'0
brevivente a derrotas. Ê8\c\`ƒf[\C`jYfX„ZXgXq[\
«O facto é que ele ainda não jligi\\e[\idl`kX^\ek\Ë
perdeu uma eleição», insiste um 
parlamentar ‘passista’. O tempo --/(TJ)ŕ,#-.-ŕ
de vida desse ‘ainda’ é que vai a C`jYfX#(/&'0
jogo daqui a uma semana. Ê<lkiXYXc_fgXiXf(%²cl^XiË
8jjleƒf:i`jkXj\GXjjfj:f\c_f1Xji\cXƒ‘\j\eki\:;J\GJ;a}]fiXddX`jgio`dXj Para Assunção Cristas, por 
outro lado, a expectativa é, já /&)ŕ),.-ŕ
ou conseguir honroso apuramen- terna) no primeiro trimestre de lar Passos aos possíveis desaires diz o slogan, «pela positiva». C`jYfX#'+&'/
to para a corrida seguinte. 2018 e europeias. em Lisboa e no Porto (em que o A possibilidade de aumentar o Ê8hlXc`[X[\R[fGJ;T#~jm\$
As autárquicas são um primei- Até dia 1 de outubro, Rui Rio 3º lugar daria celebração da ‘ge- número de câmaras para mais q\jjligi\\e[\ek\#„hl\eX
ro obstáculo sério na marcha de está discreto. E a verdade é que ringonça’ mais por demérito uma (a sexta) é real. Mas caso _fiX[Xm\i[X[\#flj\aX#eX
Passos até às legislativas de 2019. Passos vai segurando o aparelho alheio do que por virtude pró- desiluda na capital, é outra rea- _fiX[Xj\c\`ƒ‘\j#alekXmXd$j\
Até lá, terá estas eleições locais, – as distritais de maior dimensão pria) e ofuscar um resultado con- lidade que lhe baterá à porta. kf[fjZfdfldXifZ_XX[\$
o congresso de renovação (ou – desde a pausa política do verão. junto nacional que dificilmente Bem menos sorridente do que ]\e[\if\dYc\dX\#XkiXm„j
substituição da sua liderança in- A esquerda, sabe-se, tentará co- será pior para os sociais-demo- António Costa. [\c\#fgXˆjË

98I:<CFJ

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-!/()ÿŕ),.)ÿŕ.,#,) 'ŕ,&)-Ĉŕ
Dificilmente Álvaro Almei- o que reza o crachá. O mais Começemos a contagem: ria num processo em torno
da fará justiça ao slogan que prejudicado com a oportu- Luís Marques Mendes, Mar- das águas locais e o seu vice-
escolheu para a sua candi- na separação entre o PS e o co António Costa, Pedro Pas- -presidente e líder do PS lo-
datura: O Porto, primeiro. CDS foi o mencionado Ál- sos Coelho, Luís Montene- cal candidata contra si
Rui Moreira parte com o varo Almeida. gro, e Passos outra vez. Nos como independente. A direi-
favoritismo da incumbên- Também independente, últimos dois meses, grande ta quer aproveitar e, ao con-
cia e com um mandato que escolhido pelo PSD e com o parte da estrutura de topo – trário do sucedido em 2013,
permitiu saúde financeira apoio do PPM, era pratica- ancestral e contemporânea candidata-se coligada. O
e aposta no meio cultura. A mente desconhecido no – foi a Barcelos, discursar ou candidato contra Costa Go-
separação intercalar de meio político, tendo feito participar em eventos da mes é Mário Constantino,
Manuel Pizarro, agora can- carreira como alto quadro candidatura do partido à Câ- com apoio do PSD e do CDS.
didato pelo Partido Socia- do Fundo Monetário Inter- mara Municipal. O PSD con- Num concelho de eleito-
lista, permitiu-lhe salva- nacional. Com um perfil venceu-se – eventualmente rado tradicionalmente mais
guardar um eleitorado seu mais ministerial que autár- sabendo porquê – que pode próximo ao Partido Social
mas relutante em ver quico, acusa Moreira de recuperar Barcelos, um an- Democrata e tendo a comis-
apoios oriundos da esquer- não cumprir as promessas tigo bastião autárquico dos são nacional do PS colocado
da, assim como dispersar que fez em 2013. Moreira, sociais-democratas. Barcelos como uma das dez
voto dos partidos mais pe- por sua vez, garante que só Miguel Costa Gomes, pre- Câmaras em risco daqui a
quenos. Manteve o original precisa deste segundo man- sidente do município há uma semana, os ‘laranji-
=@C@G<:8J8:8

apoio do CDS-PP e faz cam- dato como seu último para oito anos pelo PS , viu os tri- nhas’ anseiam a reconquis-
panha como independente. terminar o seu projeto para bunais condenarem a Câ- ta num cenário nacional
O meu partido é o Porto, é a Invicta. mara a uma verba milioná- menos auspicioso.
“
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lida com o tempo», ainda nas pa-


9fXgi\jkXƒfeXZ`feXcefj\i\]c\$ lavras de Fabian Figueiredo.
k\cfZXcd\ek\%<c\^\im\i\X[fi\j\d «As pessoas conhecem o Blo-
co de Esquerda sabem a dife-
C`jYfX\Gfikf„fYa\k`mf[f9cfZf% rença que o Bloco tem feito no
país, sabem como o Bloco é in-
Ricardo Robles pode ser um bom cente e no poder autárquico as cansável a defender os direitos
candidato em Lisboa, João Vascon- pessoas valorizam muito co- das populações e, portanto, eu
celos em Portimão e Helena Pinto nhecer os ativistas ou os cida- estou convencida que também
em Torres Novas também. Só que dãos que se candidatam às Jun- mereceremos essa confiança

AFÂFGFI=àI@F
este conjunto de bons candidatos tas de Freguesia, às Câmaras, à nas autarquias», referiu esta se-
tarda em alcançar câmaras para o Assembleia Municipal, é pre- mana Catarina Martins, a coor-
BE. Desta vez volta a candidatar ciso o enraizamento social que denadora do partido. :XkXi`eXDXik`ej#Zffi[\eX[fiX[f9<
em Salvaterra de Magos aquela depois se transporta em votos». Daí que o Bloco espere tirar divi-
que foi a sua única autarca (entre Nessa perspetiva falta ao BE co- dendos de alguns dos seus candida- 9,92%, mais quatro pontos percen- na possibilidade de um segundo ve-
2001 e 2013), Ana Cristina Ribeiro, meçar a eleger, mostrar trabalho, tos com trabalho realizado a nível tuais que o BE alcançara em 2009. reador. Também em Lisboa, a coor-
conhecida por “Anita”. ter rostos conhecidos localmente, local, como seja Helena Pinto, que A partir desse ‘roubo’ de um verea- denadora do BE aspira a eleger um
Fabian Figueiredo, membro da «porque conhecendo-se, confia- foi vereadora nos últimos quatro dor ao PS há quatro anos, quer o vereador que lhe permita viabilizar
comissão política do Bloco e can- -se mais na pessoa» que se apre- anos da Câmara de Torres Novas, Bloco construir algo mais este ano. uma solução política para a autar-
didato em Loures, tem uma expli- senta nas listas. São cargos onde com liderança PS. Uma animado- Catarina Martins mostrou-se am- quia. «Eleger em Lisboa é segu-
cação para a dificuldade de im- o peso ideológico perde para a pro- ra social que foi deputada nacional biciosa no Porto, não só falando na ramente importante e também
plantação do Bloco no poder local: ximidade, para a identificação. entre 2005 e 2015 e que em 2013 con- possível eleição de João Teixeira Lo- no Porto», afirmou Catarina Mar-
«Somos uma força política re- «Um trabalho que só se conso- seguiu eleger um vereador com pes como chegando mesmo a falar tins em entrevista ao Expresso.

C@J9F8 J8CM8K<II8;<D8>FJ

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A aposta está feita, o Bloco de Es- Foi durante três mandatos a única
querda pretende fazer valer o seu Câmara liderada pelo Bloco de Es-
peso político em Lisboa para con- querda. Com a lei da limitação de
quistar um lugar de vereador para mandatos, Ana Cristina Ribeiro,
Ricardo Robles. Nas últimas legis- conhecida por ‘Anita’, não concor-
lativas, o BE conseguiu mais de 29 reu em 2013 e o Bloco perdeu com
mil votos no concelho. Conseguisse a sua autarquia. Manuel Neves não
o Bloco refletir esse peso de 2015 em repetiu o feito da sua antecessora
Lisboa nestas autárquicas e seria – eleita pela primeira vez em 1997
a terceira força na capital. Só que pela CDU – e o BE viu o PS conquis-
uma coisa é uma coisa e outra coi- tar Salvaterra, mas sem maioria.
sa é outra coisa. Nas últimas elei- O principal adversário este ano vol-
ções para a autarquia de Lisboa, o ta a ser o socialista Hélder Esmé-
Bloco conseguiu apenas 4,61%, al- nio, que se recandidata. «Esta é
cançando menos de metade dos vo- uma candidatura que conta com
tos da CDU, que elegeu dois verea- a experiência de 12 anos de ges-
dores. «Ter um vereador em Lis- tão autárquica», diz a candidata,
;@8E8K@EF:F

boa é o nosso objetivo principal «aliada a uma nova geração que


nas autárquicas», afirmou Robles quer lutar para o desenvolvi-
ao Diário de Notícias. mento sustentado do concelho».
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maiores de ser maquilhada em vi-


<daf^fe\jkXjXlk}ihl`ZXjef\jk} tória. Neste momento, a CDU pre-
jf]lklif[fG:G#dXjkXdY„df side a 34 câmaras municipais.
Jerónimo lançou na Festa do
hl\gf[\XZfek\Z\ieXÊ^\i`e^feƒXË% Avante! o mote da campanha – é
preciso eleger mais candidatos
Os resultados do PCP serão uma dadeira” sondagem. Mas não é fá- para ser possível obter mais ce-
mega-sondagem sobre o sucesso cil: se o PCP não tem sido penali- dências do Governo. «Mais votos
do apoio comunista ao Governo zado nos estudos de opinião sobre na CDU são garantia de poder
junto do seu eleitorado tradicio- intenções de voto nas legislativas, dar novos passos e avanços na
AFÂFGFI=àI@F
nal. Traduzindo: se o PCP perder a verdade é que atingir o patamar resposta aos problemas do
votos – e presidências de câmara de 2013 não é propriamente fácil. país, dos trabalhadores e do
– em relação às eleições de 2013, a Nas últimas autárquicas, os co- povo», disse Jerónimo. Mas não A\ie`dfefhl\i:;LXYX`of[fi\jlckX[f[\)'(*
coisa terá repercussões na linha munistas conseguiram 11,06% disse o contrário, que está implí-
seguida até aqui e mesmo na lide- dos votos, o correspondente a cito: menos votos na CDU são «ga- mitido aprovar orçamentos e, do nas autárquicas daria à cor-
rança de Jerónimo de Sousa, que 552.690 votos. Subiram em votos rantia» de que o apoio ao Gover- através do seu braço sindical rente que é contra a solução de
foi vítima de uma tentativa de expressos, em percentagem – o no não foi uma estratégia bem su- CGTP, ‘autorizado’ a paz social, Governo argumentos poderosos.
afastamento há dois mas conse- ponto de partida eram os 9,75% cedida para os comunistas. E se o mudará de rota. E António Costa Jerónimo de Sousa está a dar o
guiu sobreviver, sendo reeleito no das autárquicas de 2009 – e obti- pior dos cenários se confirmar (o sabe isso perfeitamente. tudo por tudo para evitar que os
congresso do PCP de novembro de veram a presidênca de mais seis PCP perder votos e câmaras de Dentro do PCP, a oposição ao comunistas fiquem abaixo do re-
2016. câmaras municipais. Tudo o que uma forma escandalosa) terá re- apoio ao Governo PS existe, em- sultado de 2013. Mas a ‘sondagem’
Os comunistas estão a dar o esteja abaixo disso será uma der- flexos dentro da solução de Gover- bora discreta e minoritária. Evi- à sua atuação só será apresenta-
tudo por tudo para vencer a “ver- rota com dificuldades muito no. O PCP ‘bonzinho’ que tem per- dentemente que um mau resulta- da a 1 de outubro.

C@J9F8 98II<@IF


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ŕ()0)ŕŕ -#ŕ,&)-ŕ
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Consegue, misteriosamente, divi- Carlos Humberto governou a Câ-
dir o seu tempo entre o plenário de mara Municipal do Barreiro du-
Estrasburgo e a praça do Municí- rante vários mandatos, mas agora
pio, em Lisboa, onde é vereador é candidato a presidente da As-
sem pelouro. Nesta campanha, sembleia Municipal. A CDU apre-
mostrou ser um dos candidatos senta como candidata a presiden-
mais bem preparados. Em 2013, te da Câmara Municipal do Bar-
João Ferreira elegeu dois vereado- reiro a atual vice-presidente, Sofia
res para a CDU, com 9.85% dos vo- Martins. Em 2013, os comunistas
tos. A CDU não fecha a porta a um conseguiram 44,89%dos votos,
entendimento pós-eleitoral com com o PS a quedar-se por 27,71% e
Fernando Medina, o mais que pro- o PSD em 8,89%. A saída do histó-
vável vencedor da eleição para a rico Carlos Humberto fez alguns
Câmara de Lisboa, tal como tam- socialistas sonhar com o que deve
bém já anunciou o Bloco de Es- ser praticamente impossível: ga-
querda. Se a CDU subir em Lisboa, nhar o Barreiro. Mas até António
as possibilidades de Ferreira como Costa participou na pré-campanha
;@8E8K@EF:F

;@8E8K@EF:F

candidato à sucessão de Jerónimo da CDU, quando anunciou uma


de Sousa no próximo congresso mão-cheia de obras, antigas reivin-
podem aumentar. dicações comunistas.
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88c[\`X[XJ\iiXjk\dldX\jkiX[XgXiX`i a média de idades da aldeia já


passa os 80 anos.
\mfckXi%DXjmXc\Xg\eXXm`X^\dj\]figXiX
Zfe_\Z\iX8l^ljkX[fZX]„#XDXi`XeXhl\X`e$ 8Xc[\`X[f`[X\mfckX
[X]Xq[fYfi[X[fgif]`jjfflXDXi`X[f:„l# Para aqui chegar percorrem-se as
hl\j\im`l[\^l`XX\jkXXc[\`X[\8iiX`fcfj típicas estradas alentejanas que
de tão retas parecem não ter fim.
fe[\_}dX`jZXikXq\j[X=\jkX[f8mXek\[f Mesmo antes de virar para Ar-
hl\ZXjXj_XY`kX[Xj% raiolos, segue-se a indicação da
aldeia, numa estrada que se man-
Já não estão os 47 graus a que Com 69 anos, Augusta ainda tém como único ponto de ligação
chegaram este verão, sim, 47. se lembra de uma aldeia de 400 com o resto do mundo. «É a al-
Mas a meio de setembro, o ter- pessoas, onde não faltava ani- deia do ida e volta, como cos-
mómetro ainda atinge uns consi- mação e, lá está, trabalho. «Ha- tumo dizer», brinca Augusta. E DXi`XeX„ldX[XjgflZXjhl\k\d
deráveis 30 graus e, por isso, via uma fábrica de massa, mesmo essa ida e volta não é para efjkXg\k\j[\8iiX`fcfjXjlXgif]`jjf
quando o sol está a pique, é raro uma de tomate, o descasco do ser feita todos os dias. A junta de
encontrar alguém fora das casi- arroz, os metalúrgicos. Hoje freguesia disponibiliza uma carri- te queixa-se mas não me via nhámos a sua boleia até casa.
nhas brancas, feitas especifica- não há nadinha», explica. E é nha uma vez por semana, para fora deste cantinho», garante São poucos metros de rua os que
mente para proteger esta gente por isso que esses 400 perderam que quem não tenha carro – vi- Maria do Céu. Já Augusta, sair a separam do café de Augusta,
do calor. «Mas mesmo que um zero e, pelas contas feitas mos só dois estacionados na al- não sai, mas vê um fim próximo mas os suficientes para mostrar
viesse a outra hora, não via por alto pelas duas, não devem deia – possa ir a Arraiolos. Os para o café e mercearia que her- os últimos trabalhos da câmara.
muito mais do que isto», ad- passar dos 40. «Veja lá que eu, poucos que vão à escola, têm que dou do sogro. «Já não dá lucro, é «Aqui é a casa mortuária e ali
mite Maria do Céu, que aprovei- com 45 anos, devo ser das ir de táxi. «Já no tempo do meu mais para me entreter», admite, no fim da rua a coletividade»,
tou uma aberta no seu dia atare- mais novas», exclama Maria do filho, que tem hoje 28 anos, era apoiada num balcão onde expõe aponta. Obra recente? «Uma
fado para vir tomar um café à Céu. As duas riem-se, entre o assim», conta Maria do Céu. uma cesta onde rifa tudo por um tem aí uns dez anos e a coleti-
Augusta. que de irónico a história tem e Apesar destas limitações, não há euro, para despachar o que está vidade já uns vinte». Prova,
«Parece que não, mas há mui- o nervosismo de constatar que quem queira sair daqui. «A gen- em stock. «Quem viu isto e quem mais uma vez, de que o tempo
to que fazer», explica, e começa vê agora», lamenta, lembrando os aqui é outro.
a contar pelos dedos da mão os afa- primeiros tempos a trabalhar num Pela rua, há tantos cartazes
zeres desse dia. «Acordei às 6h15 café que não dava margem para da Festa do Avante como à en-
para fazer o pequeno-almoço e folgas. «E isto tudo sem luz e trada da Quinta da Atalaia. A
almoço para o meu filho e o com água que íamos buscar em câmara de Arraiolos é CDU des-
meu marido, arrumei a casa e cântaros ao poço». As contas de que se lembram. Já Augusta
ao meio dia almocei. Com esta eram feitas à mão, «com parcelas tinha comentado, minutos an-
conversa já são quase duas da deste tamanho», diz, esticando os tes, que mais parecia o Estado
tarde, vou para casa, apanho a dois indicadores de maneira a ocu- Novo. «O Salazar teve lá 40
roupa que está a secar, passo a par uma folha A4. Arrefeciam-se anos não é? Olhe que Arraio-
ferro, faço o jantar para as as cervejas em bacias de água e, los é igual. Roda um, sai ou-
19h30 e ‘tá o dia passado». quando o sol se punha, acendiam- tro, entra mais um. Mas no
Estas são as rotinas de quem -se os candeeiros para as noitadas. fim, são sempre os mesmos».
não tem um dia comandado por «Não vá mais longe», acrescen- Pelo caminho, guiado por Maria
toques de entrada ou pelo picar ta, como se se tivesse lembrado de do Céu, há um cartaz da campa-
o ponto. Na Aldeia da Serra não algo de repente, «até o meu filho nha do PSD que destoa neste do-
há trabalho e, mesmo em Ar- nasceu à luz de petróleo». mínio comunista. «Eles bem
raiolos, a 12 quilómetros, pou- tentam...», lança Maria do Céu,
cas são as hipóteses para quem M`j`kX^l`X[X baixinho.
se quer manter na terra onde Como Maria do Céu tem a roupa As duas não falham o voto, mas
nasceu. 8l^ljkX„[feX[\ld[fj[f`jZX]„j[XXc[\`X à espera para ser passada, apa- são das poucas que fogem ao do-
“
NNN%JFC%GK (0

8LKÝIHL@:8J

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abertas do segundo café da Al-


deia da Serra.
Lá dentro, só as proprietárias.
Antónia Bandeira arruma uma
encomenda na mercearia e Jacin-
ta, no alto dos seus 88 anos, tem
direito a um descanso numa das
mesas vazias do café.
Este espaço que abastece a al-
deia nos dias em que não há trans-
porte para Arraiolos, era do avô
de Antónia, foi herdado pela sua
mãe e agora, depois de uma vida
dedicada aos tapetes, cabe-lhe a si
gerir o café que, parece que não a
uma terça à tarde, mas é capaz de
encher a um fim de semana.
«Ainda no domingo tivemos
cá um encontro de carrinhas
4L, daqui a uns dias há uma
caminhada. Nesses dias ain-
da vou tendo uma gentinha»,
explica. Fora esses eventos espe-
ciais, só no verão, quando vol-
tam aqueles que ainda têm casa
de família ou que não querem
perder as festas da aldeia que,
diz quem sabe, são as melhores
do concelho, é que a aldeia ga-
nha nova vida.
Ao contrário do irmão, que
«abalou para Lisboa», Antónia
ficou. «Agarrei-me muito aos
meus pais sabe? Mas não me
arrependo que tenho uma
vida sossegada. Cá vou estan-
DXi`X[f:„l„ldX[XjdX`jefmXj[XXc[\`X%K\d+,Xefj do e se calhar é até ao fim», ad-
mite. Antónia sabe que já não vai
mínio comunista da região. «Não lho de dois meses, cobra cerca de estar cá para ver, mas pensa com
vejo grande coisa a ser feita 300 euros. «Quem quer fazer angústia no dia em que esta ter-
por esta zona. Se não há tra- disto profissão?», questiona, ra não vai ter gente. «Tenho
balho, como querem que fique sabendo que a resposta está na muito medo que isto acabe,
cá alguém?», questiona, voltan- lista sem nomes de quem queira mas não vejo solução». Nem
do ao momento em que teve que aprender esta arte. mesmo nos panfletos dos vários
deixar de lado a profissão de te- Mariana acredita que o fim da partidos que por lá vão passan-
cer tapetes que puseram a terra sua geração vai marcar o fim do em campanha. «Guardo-os
no mapa. «A fábrica para onde dos tapetes de Arraiolos. «E não todos que isto de ter uma casa
vendia fechou e eu, a par de é por falta de interesse de aberta não me deixa tomar
mais umas moças da aldeia, quem os procura, é sim por partido», admite. Mas tem o seu,
deixámos de ter quem os com- falta de mão-de-obra». Ganha- que mantém em segredo até ao
prasse», conta. É por isso que, -se pouco, é certo, mas para Ma- dia do voto.
atualmente, apesar de muitas sa- riana é suficiente para uma vida E pela música que começa a fi-
berem bordar, só duas o fazem que raramente passa as frontei- car cada vez mais alta, parece que
como profissão. ras da aldeia. Antónia está prestes a ter mais
Uma delas é Mariana que, aos um panfleto a juntar à pilha que
61 anos, continua a passar pelo >\ek\j[\m\q está em cima da mesa.
menos oito horas por dia senta- \dhlXe[f «Agora não é tarde, agora
da no banquinho colorido feito Devíamos ter coordenado melhor não é cedo, agora não é tarde
de propósito para ajudar a ter a esta viagem. Visitar uma aldeia nem é cedo, está na hora». Esta
melhor posição para aguentar o alentejana entre as 14h e as 16h é lengalenga é cantada num loop
peso dos tapetes. «Este deve le- garantia quase certa de que sere- tão bem conseguido que, quase
var-me dois meses a fazer», ex- mos os únicos na rua. uma semana depois, ainda não
plica, enquanto espeta a agulha Os poucos sons que se ouvem saiu da cabeça. O altifalante em
no grosso tecido de quase três vêm das novelas da tarde, repeti- cima do carro anuncia que dali a
metros quadrados. Vende-os das vezes sem fim pela TVI, e que pouco Mariana Mortágua vai es-
para uma fábrica sabendo que servem de embalo a quem não tar em Arraiolos, nesta que é a
ao público é vendido ao dobro do dispensa uma sesta. Mas no meio primeira vez que o Bloco tenta a
que ganha, uma vez que recebe do silêncio, há uma televisão que sua sorte na freguesia. Mas é
110 euros por metro quadrado. soa mais alto e é esse barulho que como diz Maria do Céu, «eles
Feitas as contas, por um traba- 9cfZf\dZXdgXe_X nos serve de guia até às portas bem tentam...».
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América cooperante, nenhuma
d\j\j\efk\dm`[X]}Z`c%8Xi\eX`ek\ieXZ`f$ reforma na ONU funciona.»
eXcZfekliYX[Xef]Xmfi\Z\e\dfZXi^fe\d Segundo Seixas da Costa, hoje,
Xg\ijfeXc`[X[\\dj`%8:fi\`X[fEfik\Ycf$ «a conjuntura internacional é
hl\`Xf:fej\c_f[\J\^liXeƒX% profundamente desfavorável a
uma afirmação da ONU», descre-
vendo o papel do secretário-geral
Sem falhas, mas sem consegui- Aquilo que são decisões possí- das Nações Unidas como «comple-
mentos. Discreto. Mais agregador veis ou impossíveis têm a ver xo», na medida em que tem que
que Ban Ki-moon. Com os mes- com os Estados, não com o se- ser «um ‘honest broker’ do Con-
mos riscos de Boutros-Ghali. cretário-geral», defende. «Pode selho de Segurança». Ou seja, só
Numa conjuntura ingrata. Sem facilitar que certos temas te- conseguindo «afirmar a sua im-
grande poder. nham destaque na agenda, portância se agregar a vontade
As explicações são muitas, tal- pode entusiasmar os Estados – dos cinco países do Conselho de
vez porque as expectativas tam- que é aquilo que tem feito – Segurança»: os Estados Unidos da
bém o eram. Nove meses depois, é mas há um claro desfasamento América, a Federação Russa, a Re-
António Guterres que está a desi- entre o que são as expectativas pública Popular da China, a Grã-
ludir ou é muita opinião pública da opinião pública internacio- -Bretanha e a França.
que estava antes iludida? O SOL nal e aquilo que é, de facto, a «Há uma crispação da Rús-
falou com diplomatas, analistas, realidade internacional». A aca- sia, em reação à humilhação da
académicos e velhos amigos do se- démica vê António Guterres Guerra Fria, uma nova asserti-
cretário-geral das Nações Unidas. como «muito mais mobilizador vidade da China… Tudo isso di-
E levou essa pergunta. que Ban Ki-moon», o antecessor ficulta o papel da ONU, não
no cargo. «Outra coisa é se as tendo a Europa sido um gran-
Le`iXjEXƒ‘\jLe`[Xj# coisas se concretizam, mas isso de amigo ultimamente», adian-
gXjjffgc\feXjdf não é da responsabilidade do ta Seixas da Costa, concluindo
Até agora mantendo o compromis- secretário-geral. É da respon- que «um debate internacional
so com a paridade de género nas sabilidade dos Estados», rema- é impossível quando a tensão
nomeações feitas, aumentando o ta. Incluindo levar em frente a re- é incontrolável».
escrutínio às equipas de manuten- forma do Conselho de Segurança. de, firmeza e uma pitada de ca- tem sido intermitente: o ambien-
ção da paz, o ímpeto reformista fal- O embaixador Francisco Seixas 8\dgXk`XefZ_\^X risma», prossegue. «Empatia, te. O multilateralismo, como dito
ta em concretização mas mora em da Costa, que foi secretário de Esta- O correspondente luso-germâni- empenho e amor ao próximo pelos especialistas escutados pelo
espírito. «O que é evidente é que do de Guterres e protagonista nas co Miguel Szymanski, analista de são qualidades apreciáveis mas SOL, é uma divisão, sendo que
ele quer uma Organização das negociações orçamentais que viabi- política internacional na RTP, dá não chegam. A comunidade in- para o português é uma questão
Nações Unidas literalmente fiel lizaram os governos minoritários outro olhar à problemática entre ternacional, a começar pela im- de princípio e para o magnata
ao seu nome. Organizada, unida do então líder socialista, aponta Nova Iorque e a Casa Branca. «Di- prensa internacional, começou uma questão de meio. À parte dis-
e inclusiva entre nações», conta para outra hipótese: «Trump». De zer, como Guterres o fez, que é a perceber isso», examina, con- so, os sorrisos foram vários.
uma fonte interna que se absteve acordo com o veterano diplomata, preciso fazer mais com menos siderando que o seu balanço «é Nuno Garoupa, professor uni-
de comentários mais longos e pe- «a doutrina» do presidente norte- é o que a administração Trump negativo» e terminando: «Mes- versitário no Texas e antigo presi-
diu anonimato. -americano não tem ajudado devi- quer ouvir, mas na realidade mo que Guterres estivesse à al- dente da Fundação Francisco Ma-
A professora universitária de do à sua «falta de interesse nos me- ninguém vai fazer mais com tura do cargo, contra Trump e nuel dos Santos, vaticina que o ho-
Relações Internacionais Lívia canismos multilaterais». «Isto di- menos, muito menos as Nações a embaixadora Nikki Haley, mem dos consensos tem a pouca
Franco aponta que «talvez se te- ficulta a execução do programa Unidas», atira. Para Szymanski com todo o peso dos Estados sorte de viver num tempo escasso
nha partido de um entendi- de candidatura de António Gu- «as limitações da ONU enquan- Unidos na ONU, teria reduzi- em consenso. «Penso que Guter-
mento errado do que ele pode- to organização e do cargo de se- das probabilidades de sucesso». res é uma personalidade que
ria fazer». «O secretário-geral cretário-geral são bastante ób- Esta semana, os dois homens sabe construir consensos, mas é
não está a falhar, não se pode é vias. Quanto mais um secretá- estiveram juntos e discursaram, aquilo que aqui se chama con-
partir do princípio que o secre- rio-geral se escuda atrás de cada um por si, na Assembleia- flict-avoider. Em ambientes ou
tário-geral tem certas compe- retórica vazia mais óbvias se -Geral das Nações Unidas. Antes, situações em que falta a harmo-
tências ou capacidades que não ½>lk\ii\jjXY\ tornam as limitações e mais ni- excecionalmente, deu-se uma reu- nia e o conflito é necessário,
tem», sustenta a professora do Zfejkil`iZfej\ejfj# tidamente se vê que está de nião à mesma mesa sobre a refor- esse tipo de personalidade fa-
Instituto de Estudos Políticos da dXj„Xhl`cf mãos atadas. A Guterres falta, ma da organização. Trump sau- lha», diz o académico português.
Universidade Católica. «O secre- enquanto secretário-geral da dou o legado da ONU no que diz «Em 1995, saímos do cavaquis-
tário-geral é isso mesmo: um
hl\j\Z_XdX ONU, o mesmo que lhe faltava respeito aos direitos das mulhe- mo divisionista e em crise, e a
secretário-geral. É o chefe bu- ÊZfe]c`Zk$Xmf`[\i˾# enquanto primeiro-ministro de res. Guterres insistiu numa ques- harmonia fazia sentido. Em
rocrático de uma organização. [`qElef>XiflgX Portugal: estatura, capacida- tão em que o presidente dos EUA 1999, era preciso escolher cami-
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ão creio que a liderança bem; a partir do momento em

E de oposição vá mudar nos


próximos cinco anos.
Pode parecer paradoxal – e até
que cooptou o rigor orçamental
da direita para o seu discurso,
passou a ‘pasokização’ para o
incompreensível – mas a capa- seu adversário. A excecionali-
cidade para fazer oposição ter dade da ‘geringonça está aí: ela
acabado não significa obrigato- prova que a austeridade não
riamente que a oposição mude. tem nada a ver com esquerda ou
Na verdade, já aconteceu há uns direita, porque todos a fazem,
meses. A saída do ‘lixo’ e as ne- mas sim com o modo como está
gociações para o Orçamento do vendida. É a diferença, como
Estado do próximo ano vieram Bruno Faria Lopes demonstrou,
somente confirmá-lo. «entre orçamento e mensa-
Quando Pedro Passos Coe- gem». Do ponto de vista eleito-
lho veio acusar o Governo do ral, o problema não é a política,
Partido Socialista de estar a mas a cara da política.
aplicar a mesma receita que
ele havia aplicado – cumprir sso é particularmente eviden-
com as metas europeias e o
bom comportamento orça-
@te quando vemos as afirma-
ções de André Ventura colhe-
mental – a oposição acabou. rem uma aprovação geral em
Nas jornadas parlamentares do
PSD, o ex-primeiro-ministro dis-
se mesmo: «A austeridade está
lá toda». Não é mentira. Costa
celebrar agências de rating e GXjjfji\jgfe[\i`X
discutir Orçamentos com a re- hl\ef\o`jk\
dução da dívida e «o rigor nas ÊXljk\i`[X[\
contas públicas» como priori- jfii`[\ek\Ë%DXj
dade é a prova disso. \o`jk\%;\j[\hl\
:fjkX„gi`d\`if$
problema, que esta coluna
F levantou à altura, foi que se
o PS está a fazer não só o que
$d`e`jkif

8eke`f>lk\ii\jefk\dm`[X]}Z`ceXjEXƒ‘\jLe`[Xj Passos fez, como também o que


Passos faria, é que Passos não o
nhos e Guterres foi incapaz de tros-Ghali como «um excelente Estados Unidos, a Rússia e a Chi- pode criticar. Repito: um partido
optar», recorda também, ao SOL. ex-secretário-geral que não foi na exercem frequentemente o di- não pode fazer oposição a si pró-
«Neste momento, com Trump, reeleito – só fez cinco anos – reito de veto quando as soluções prio. Se António Costa, como
Putin e tudo o resto, não me pa- porque se opôs aos Estados se opõem aos seus interesses – o outrora Passos Coelho, está a sondagem (68%) sobre a comu-
rece o tempo dos consensos». E, Unidos da América». que tanto dificulta como facili- apostar «nas exportações e no nidade cigana e uma indiferen-
por isso, dificilmente será o tem- «A manutenção da paz e da ta a tarefa do secretário-geral, investimento estrangeiro», ça relativa às afirmações de Pas-
po de Guterres. segurança internacionais são António Guterres». Há, portanto, os sociais-democratas não têm sos sobre os imigrantes no mes-
da competência exclusiva do um paradoxo. oposição a fazer porque esta- mo estudo. Mais uma vez, mais
J\d]XckXj#dXjj\di\jlckX[fj Conselho de Segurança e o se- «Por um lado, é difícil por- riam a fazer exatamente a mes- que a mensagem, é o rosto – o
António Martins da Cruz, diplo- cretário-geral atua nesse e nou- que ele tem que respeitar os ma coisa se fossem governo. E que poderá tornar-se algo preo-
mata de carreira e antigo minis- tros domínios: com mandatos mandatos que recebe. Por ou- é por isso que até já se pergun- cupante, na medida em que o
tro dos Negócios Estrangeiros, do Conselho de Segurança», ex- tro facilita porque isto cria tam «então, para que servi- PSD não tenciona mudar de ros-
avalia ao SOL que, como secretá- plica o veterano da diplomacia. uma zona cinzenta onde o se- mos?», pois Passos nunca terá to nos anos vindouros.
rio-geral da ONU, Guterres «tem «Pode seguramente tomar ini- cretário-geral pode navegar o álibi cultural (e sindical) da Tendo isso em conta, a per-
feito um percurso sem faltas, ciativa de propor soluções ao sem ofender os interesses – já esquerda nem o apoio do Presi- gunta que mais me faz questio-
mas sem resultados». Conselho de Segurança, mas a referidos – dos cinco membros dente da República (e da sua po- nar o capital de razão que Pas-
«Não está de mãos atadas, sua linha de atuação tem que do Conselho de Segurança». pularidade) que a ‘geringonça’ sos ambiciona – o tal ‘I told you
mas tem que respeitar os inte- respeitar sempre as determi- Para Martins da Cruz, «é nessa hoje tem. so’ – é se o eleitor não preferiria
resses geoestratégicos dos nações do Conselho de Segu- situação dúbia que pode nas- O que matou eleitoralmente o um resgate sorridente, de Mar-
membros permanentes [do rança», assegura. cer a relevância do engenhei- centro-esquerda europeu foi o celo e Costa, a um resgate nova-
Conselho de Segurança]. É ób- «Na maioria das situações di- ro Guterres e a sua capacidade facto de o rigor orçamental não mente conduzido por Passos
vio que o secretário-geral não tas de crise – a Palestina, a Síria, de consensos». Porém, uma coi- ser ideológico, mas senso co- Coelho. O ‘passismo’, por sua
é um ‘super-homem’, mas está a Coreia do Norte, - o Conselho sa que o homem que já carregou mum, logo, difícil de contrariar vez, responderia que não existe
obrigado a navegar sem ofen- de Segurança está geralmente a pasta da política externa portu- ou proporcionar alternativa. A isso de «austeridade sorriden-
der os interesses dos cinco bloqueado. E porquê? Porque os guesa assegura: na arena interna- ‘pasokização’ da social-demo- te». Mas eu acho que existe. Des-
membros», lembra Martins da cinco membros permanentes cional, «a situação é de crise». cracia tem a ver com isso e An- de que António Costa é primei-
Cruz, que traz o exemplo de Bou- não se entendem – sobretudo os Pudera. tónio Costa percebeu-o muito ro-ministro.
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«Deve-se aprender sempre, até mesmo Que, nuns dias, mais parece uma zanga de
com um inimigo». parceiros de ‘cama’ (política, bem entendi-
@jXXZE\nkfe do); e, noutros dias, um leilão eleitoralis-
ta a ver quem promete e dá mais aumen-
stamos a menos de uma semana do tos, benefícios, expectativas.

< dia das eleições autárquicas.


E, a não ser que as coisas mudem
na reta final da campanha, estas serão das
E se esta captura e ‘nacionalização’ das
eleições autárquicas tem escondido a dis-
cussão dos temas que importam, por ou-
eleições em que menos se debateram os tro lado tem colocado no espaço público
reais problemas e as expectativas dos ci- outras matérias que nada têm a ver com
dadãos nos 308 concelhos de Portugal. as mesmas. Tais como a precariedade na
A ‘nacionalização’ destas eleições não Administração Pública central, o regime
serviu os interesses dos portugueses e das jurídico-laboral relativo a empresas como
portuguesas, porquanto desfocou o deba- a PT/Altice, as falsas e demagógicas preo-
te do que se deveria ter discutido conce- cupações com a imigração e minorias étni-
lho a concelho, distrito a distrito, sobre os cas, etc., etc. De uma coisa estou certo:
diversos programas autárquicos – que quem ‘nacionalizou’ estas eleições autár-
irão condicionar localmente a vida de mi- quicas não foram os autarcas e os candida-

D@>L<CJ@CM8
lhões de pessoas. 8j\c\`ƒ‘\jXlk}ihl`ZXj[\([\flklYif]fiXd\oZ\jj`mXd\ek\ tos a autarcas. É de esperar que, no tem-
Pouco se tem discutido o que mais im- ÊeXZ`feXc`qX[XjËg\cXgfcˆk`ZXeXZ`feXc#j\Zle[Xi`qXe[ff[\YXk\ po pós eleitoral, não sejam usados para
porta para o mundo autárquico. Maté- \eki\fjgifa\kfjXlk}ihl`Zfjefjm}i`fjdle`Zˆg`fj desfocar de novo um ato eleitoral desta
rias tão díspares como a importância do grandeza.
modelo de governo municipal e de fre- nal pouco ou nada foram discutidas. Antes ‘país do interior’. Este último – a norte,
guesia no capítulo da promoção do des- pelo contrário. Foram totalmente secun- centro ou sul – tem sido completamente inalmente, estou convicto de que, se es-
envolvimento local e supra municipal,
no capítulo da descentralização de servi-
darizadas no debate nos novos e velhos
media.
abandonado e desvalorizado pelo Estado
nas últimas décadas, com perda de servi-
= tas eleições tivessem sido mais autár-
quicas e menos nacionais, partidos como
ços e de poderes, da responsabilidade fi- É pena. Porque as eleições autárquicas ços públicos e de investimento público, o PSD mostrariam ainda melhor aos por-
nanceira na questão do território, na va- realizam-se exatamente para que se faça consequentemente com perda de popula- tugueses que têm muitos bons autarcas
lorização dos seus recursos humanos, na o balanço dos respetivos mandatos autár- ção, onde o Estado é infelizmente o pro- (nos três ‘países’: o das cidades, o do lito-
captação de investimento, na promoção quicos e se confrontem os projetos a con- blema, pela negativa. ral e o do interior), e candidatos, equipas
da coesão económica e social, na valori- cretizar, concelho a concelho. e programas muito centrados nos seus ter-
zação dos recursos endógenos e exóge- Ficámos com défice de debate e de con- om poucas exceções, nada disto se de- ritórios e nas suas populações.
nos, no domínio dos transportes e das
acessibilidades, na necessidade de uma
frontação democrática sobre muito do que
é o papel insubstituível da autarquia-mu-
: bateu e mereceu a atenção devida.
Mas o que se debateu, afinal? Temas na-
O voto no PSD, nestas eleições autárqui-
cas, também por isso é importante. Por-
nova geração de políticas autárquicas na nicípio e da autarquia-freguesia. Tendo cionais. Isso mesmo: política nacional. que, como tem provado ao longo de déca-
área da terceira idade, mais baseadas na em vista a satisfação das necessidades co- Quem tem acompanhado estas eleições pe- das, o PSD vê o poder local como um ins-
promoção do desenvolvimento do que na letivas de segurança, cultura e bem-estar, los media – e sobretudo pela televisão -- trumento relevante para a modernização
criação obsessiva e já gasta da constru- de caráter local e supramunicipal. desta vez não se pode queixar da falta de do país e para o reforço da sua coesão eco-
ção de infraestruturas. É pena. Porque vivemos um tempo co- debates, antes pelo contrário. Mas os con- nómica e social. O voto no PSD é impor-
letivo complexo, mas desafiante, num teúdos ‘oferecidos’ quais são? Desde logo, tante nesta fase da nossa vida coletiva. É
stas e muitas outras matérias verda- país autárquico muito díspar. Onde são uma ‘conversa’ ao vivo e em direto entre o este o apelo que deixo.
< deiramente prioritárias para o poder
local e para o universo autárquico nacio-
muito visíveis três países diferentes: o
‘país das cidades’, o ‘país das vilas’ e o
Governo e os seus parceiros de coligação
sobre o Orçamento do Estado para 2018. fc_XiXfZ\ekif7jfc%gk

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O ex-vice-primeiro-ministro ŕ$)!)-ŕŕ /.)&
Paulo Portas regressou, de A decisão do Governo de
soslaio, ao debate público proibir jogos nos dias de
esta semana. Numa confe- eleições não faz sentido. É
rência no American Club of precipitada, incoerente e
Lisbon. E, pelo que se viu, re- deixa a descoberto tiques
gressou em grande forma. terceiro-mundistas, que
Um ano e meio depois de ter dispensamos.
abandonado a política. Mos- Melhor seria, em vez
trando o quanto é um conser- desta decisão, que tives-
vador moderado. Não dei- sem anunciado um cami-
xando até, em matérias como nho para a reforma do sis-
a imigração, de criticar a tema político, em que o
vaga anti-imigratória de al- voto obrigatório fosse in-
guns na Europa. troduzido.
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José Sócrates fez um vídeo em de-

AèC@F=<IE8E;<J$I<M%8?I<JG
fesa de Fernando Medina, envol-
vido na compra de um andar por
um valor supostamente inferior
ao preço de mercado, o que pode-
ria configurar uma situação de fa-
vor. O ex-primeiro-ministro diz já
ter passado pelo mesmo, e acusou
o Ministério Público de perseguir
o presidente da CML, como o per-
segue a ele. Sócrates quis aparen- [ŕ,,)ŕ/'ŕ#(##.#0ŕ$/(.,ŕ/'ŕ&+/ŕ.J)ŕ,(!(.ŕŕ #!/,-þŕ -ŕ )#ŕ)ŕ+/ŕ)(-!/#/ŕ(.œ(#)ŕ,#0ÿŕŕ ÿŕ
temente ajudar Medina. Mas tê- (ŕ)( ,b(#ŕ()ŕ',#(ŕ&/ŕĕŕ 4()ŕ$/-ŕ>-ŕ-/-ŕ+/&#-ŕŕ(!)#),ÿŕ*,)'(.ŕ')(-.,-ŕ+/()ŕ*,-##ŕ
-lo-á conseguido? Será uma ‘aju- >ŕ)'#--J)ŕŕ,&"),-ŕŕ #-(0þŕŕ ).)ÿŕ
)J)ŕ),-ÿŕ,(()ŕŕ6/ÿŕ ,#ŕŕ&\'ÿŕ(.œ(#)ŕ,#0ÿŕ (/&ŕ
da’ para alguém ser comparado a '&")ŕĚ( #.,#J)ěÿŕ,-ŕ#,)ŕĚŕŕ-ŕ-*,,ŕŕ)/-ŕ0,-ěŕŕ,(()ŕ!,J)þ
José Sócrates nos dias de hoje?

,/4#,)ŕ!3 ##,ŕŕ)-ŕ) ,-ŕ"#)-


O cruzeiro gay no paquete Mo- bordo. Mas, feitas as contas, apu- No tempo de Passos Coelho e Ma-
narch passou por Lisboa a cami- rou-se que 2.085 são homens, ha- ria Luís Albuquerque, quando o
nho das Canárias, dado a nossa vendo apenas 15 mulheres. Deci- Governo anunciou que tinha os
capital ser uma cidade ‘amiga dos didamente, a comunidade gay não ‘cofres cheios’ para qualquer pro-
gays’, levando 2.100 passageiros a liga nada a quotas. blema que ocorresse, o PS atacou-
-o vivamente: «O Governo tem
os cofres cheios mas os portu-
gueses têm os bolsos vazios».
ŕČ&/2)čŕŕ)(3ŕ,,#, Hoje, no Benfica, vive-se uma si-
tuação parecida: o clube apresen-
ta um grande resultado com a
venda de jogadores, mas a equipa
de futebol soma os maus resulta-
#!#ŕ -.$ŕ dos e a oposição interna protesta.

Os convidados nunca tinham visto


uma festa assim! Franceses, ale-
mães, holandeses – uma «verdadei-
ra CEE!» como dizia alguém –, jun-
)'-ŕŕ#&0ŕŕ#.œ,#
taram-se no domingo passado para
comemorar o 67.º aniversário de um Num blogue, o ex-ministro e ex-
dos mais famosos filhos adotivos do -vice-presidente do Benfica Rui
Algarve: Gigi Reino. Tudo ‘elegant Gomes da Silva dispara em todas
casual’, tudo bem disposto, tudo as direções, apenas poupando o
alegre, tudo a «empifar-se elegan- treinador principal, Rui Vitória.
temente», como notava outro con- Diz ele que «temos um treinador
vidado. E sem telemóveis, facebooks com um caráter e um nível ra-
Tony Carreira envolvido num des- das, supostamente destinadas a mos- ou outras ‘modernices’. A par da ros no futebol». Mas poder-se-á
prestigiante processo de plágio, pôs trar o ‘luxo’ da moradia, revelam festa realizou-se a Gigi Cup, em gol- dizer o mesmo de quem faz a afir-
à venda uma ‘mansão’ no Algarve, uma arquitetura medíocre e uma de- fe, que rivalizou com o Open de Por- mação? Poderá dizer-se de Gomes
perto da Quinta do Lago, por 1,1 mi- coração pirosa. Para defender o can- tugal. Ou não tivesse Gigi trabalha- da Silva que tem ‘um caráter e um
lhões de euros. As imagens publica- tor, teria sido preferível não mostrar. do com André Jordan. nível raros no futebol’?
)- )*J<K<D9IF)'(.

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dXikX%i\`j7jfc%gk afXf%^`iXf7jfc%gk

Fk\dgf\fdf[f„fhl\j\gXiXf Zfej`[\iXaljkffl]f`fmXcfihl\
Xj=`eXeƒXjg\id`k`iXd6
>fm\ief[Xji\`m`e[`ZXƒ‘\j[\d„[`$ Vamos por partes, para sermos
justos. O Governo entende que os
Zfj\\e]\id\`ifj%8[XcY\ikf:Xdgfj profissionais são o motor princi-
=\ieXe[\jXjjld\hl\YX`oXiX[ˆm`$ pal da dinâmica do Serviço Nacio-
nal de Saúde e da sua qualidade. ao futuro. Não se prepara o futuro reira estruturada. Foi um proces-
[Xg’Yc`ZXkXdY„d„ldXgi`fi`[X$ Não há nenhuma contenda, ne- passando uma esponja sobre o que so difícil, negociado no tempo e
[\jlX\i\ZljX[`m\i^†eZ`XjZfdXj nhum conflito, na justa medida
em que, se há Governo que tem
está feito. Foi este Governo que
contratou, até ao dia de hoje, cerca
no modo possível, e hoje sentem-
-se reconfortados porque viram a
=`eXeƒXj%I\m\cXX`e[XldXd\[`[X dado sinais de respeitar esses pro- de 2800 novos enfermeiros. E que carreira enquadrada. O mesmo
`e„[`kXgXiXXkXZXiXjXˆ[X[\d„[`$ fissionais de saúde, tem sido este.
Iniciámos um processo de devol-
converteu em contratos definiti-
vos cerca de 2000 contratos a ter-
com os farmacêuticos hospitala-
res, que aguardavam há 16 anos.
ZfjgXiXfgi`mX[f1fYi`^Xifjafm\ej ver a dignidade profissional ao se- mo certo. Nesse sentido, dir-se-ia:
\jg\Z`Xc`jkXjXgX^XigXik\[X]fidX$ tor, nomeadamente através da re-
posição dos rendimentos. O des-
‘então as reivindicações dos enfer-
meiros são desproporcionadas, in-
<iXdgi`fi`[X[\6
Não, são grupos profissionais
ƒfj\efhl`j\i\d]`ZXiefJEJ% congelamento das carreiras é justas ou inadequadas?’ Não são. mais pequenos e é preciso dizer
outro passo importante. que, quer num caso quer no outro
 e]\id\`ifj\d„[`Zfj ves do que na legislatura anterior HlXc„f`dgXjj\6 não houve nenhuma implicação

<
XeleZ`XdefmXj^i\m\j% ou do que em períodos em que o <jk}X[`q\ihl\\e]\id\`ifj\d„$ Parte daquilo que hoje os enfer- orçamental.
<jkXmX~\jg\iX[\jkX país não estava sob intervenção. [`Zfj\jkfXj\i`ealjkfj6 meiros reivindicam resulta de
X^`kXƒfg\cXrentrée6 A situação atual é um sinal daqui- Não, o que digo é que a devolução uma acumulação em alguns ca- J„gfjjˆm\cXZfi[fjj\d^iXe[\
Em todos os ciclos po- lo que é a tensão entre grupos pro- da dignidade começou com o re- sos, como eles reconhecem, de `dgc`ZXƒffiƒXd\ekXc6
líticos existem mo- fissionais – que legitimamente en- conhecimento de que o esforço pe- processos com cerca de 20 anos. O A decisão do Governo foi traba-
mentos em que a tensão sociopro- tendem que as condições de tra- dido aos trabalhadores podia e de- que temos dito é o seguinte: será lhar com estes profissionais, cor-
fissional se agudiza, seja quando balho devem ser melhoradas – e o via ser corrigido. Resolvemos a possível a um Governo, a este ou responder a uma perspetiva de
há um período pré-orçamental ou Governo, que tem a obrigação de questão do Período Normal de a qualquer outro, resolvê-lo de desenvolvimento pessoal e profis-
até um ciclo eleitoral. olhar para o conjunto. A obriga- Trabalho (PNT) e com um esfor- uma forma instantânea, sem pôr sional e eles entenderem e aceita-
ção de um Governo é governar em ço muito grande, nomeadamente em causa o conjunto das necessi- rem que havia um tempo para po-
ydX`jldXhl\jkf[\timing[f nome do interesse geral. na saúde, repondo o horário de dades do país? A resposta é não. dermos, depois, ponderar as ques-
hl\ilkliXZfdfD`e`jk„i`f6 trabalho nas 35 horas. Mas veja-se o caso dos Técnicos tões orçamentais.
A questão do tempo orçamental :fd\ƒXe[f g\cfj \e]\id\`ifj%  de Diagnóstico e Terapêutica
será a mais determinante. Até te- F  >fm\ief gifg‘\ ld jlYjˆ[`f 8c^fhl\efXYiXe^\X`e[Xkf[fj (TDT), que chegaram a fazer uma MfckXe[f~g\i^lekX`e`Z`XcjfYi\fj
mos tido uma situação relativa- d\ejXc kiXej`ki`f [\ (,' \lifj fj\e]\id\`ifj% greve de quase um mês. Há 18 efmfjjlYjˆ[`fj[fj\e]\id\`ifj
mente tranquila, com menos gre- gXiXfj\jg\Z`Xc`jkXj%yfmXcfihl\ Abrange dois terços, mas já vamos anos que ambicionavam uma car- \jg\Z`Xc`jkXj%
NNN%JFC%GK ).

que há um ano e meio era consi- =`Zfljligi\\e[`[fZfdXX[\jf


derada predecessora de uma ca- hl\k\m\X^i\m\[\ZcXiX[X`ii\^l$
tástrofe. Seria o fim do país e o fim cXig\cf>fm\ief\g\cXhlXc]fiXd
da economia. Passados estes dois dXiZX[Xj]XckXj`ealjk`]`ZX[Xj6
anos, com muito sofrimento de to- Não. Bastava que estivessem 1000
dos, sobretudo dos portugueses, ou 500 pessoas na rua para que um
Mário Centeno personifica o bom Governo democrático e humilde
trabalho que o Governo tem feito, percebesse que há ali a expressão
naturalmente sendo, aqui e ali, in- de uma vontade. Quem me conhe-
compreendido. ce menos bem poderá ter tentado
fazer aqui um exercício de instru-
EXjjlXjgXcXmiXjef[\gi\\e[f mentalização para dar a entender
\ekfe\e_ldj`eXc[\Xcˆm`fj\gl$ que eu tinha uma zanga com os en-
[\jj\`iXc^l„dgXiXXgXjkX[Xj=`$ fermeiros. Quem me conhece sabe
eXeƒXj#gXjj\X\ogi\jjfZfcf$ o que penso sobre o papel dos en-
hl`Xc#d\efjX^XiiX[fXf[`e_\`if% fermeiros no sistema de saúde.
Ele não é agarrado ao dinheiro.
Defende os recursos, que são pou- yZXjX[fZfdldX\e]\id\`iX#fhl\
cos, e com um enorme sentido de Z_\^flXj\iljX[fefgifk\jkf%
responsabilidade. No Governo es- Sei que isso é do conhecimento
tamos-lhe todos muito reconhe- público mas acho que a privaci-
cidos pela sua capacidade e eu dade da minha família e da minha
acho que, se for para o Eurogru- mulher, com quem tenho feliz-
po, não deixará certamente de ser mente uma relação muito boa,
ministro das Finanças e será um não tem que ver com este proces-
reforço para o país. E provavel- so. Não faria nada a favor ou con-
mente com uma dívida mais pe- tra os enfermeiros por ser casado
quena, como vai ficar dentro de com uma enfermeira.
poucos meses. E posso cometer
essa inconfidência: o objetivo de ;\YXk\\jkXjhl\jk‘\j\dZXjX6
reduzir a carga com juros e com Quando vim para o Governo fiz
dívida é também um objetivo do um pacto voluntário, que é não
Ministério da Saúde, porque li- falar de política em casa. Mas so-
bertamos verbas para investi- bre os enfermeiros, deixe-me di-
mento tecnológico, físico e estru- zer isto: o ministro da Saúde não
tural e para ir ao encontro das tem de ter preferência por ne-
expectativas das diferentes pro- nhum grupo profissional. É fácil
fissões, relativamente às quais es- dizer: como ele é médico, prova-
tamos muito em sintonia. Como velmente tem um instintivo cor-
já disse, apenas divergimos no porativo.
Não há uma questão entre Finan- va, porque respeitei algo mais im- :fdfm†X`[X[\:\ek\efgXiXgi\$ tempo e no modo. Resolver pro-
ças e Saúde. Os governos não são portante – o país que deixamos j`[\ek\[f<lif^ilgf6 blemas de 20 anos em um ou dois ;`jj\$fAfj„8q\m\[f#[`i`^\ek\[f
feitos de polícias bons e de polícias para os nossos filhos – do que ser Como um movimento que presti- não é de todo possível. J`e[`ZXkf[fj<e]\id\`ifj#XZljXe$
maus. Um Governo é uma institui- instantaneamente popular. gia o país de uma forma substan- [f$f[\g\ik\eZ\iXfcY`d„[`Zf%
ção coletiva em que as decisões se- tiva e não apenas aparente. Esta- MfckXe[fXfj\e]\id\`ifj#Z_\^flX É preciso conhecer mal as pessoas.
toriais são tomadas em conjunto. <#Xc„d[fgXˆj#\jk}Zfem\eZ`[f[\ mos a falar, se isso vier a aconte- \cf^`XiXgfjkliX[fJ`e[`ZXkf[fj Qualquer ministro no mundo ver-
E, sempre que existem alterações hl\\jk}X[\`oXifJEJd\c_fi6 cer, de uma decisão que reconhece <e]\id\`ifjGfikl^l\j\jJ<G #j\$ -se-ia impossibilitado de fazer um
de política que tenham implica- Só não quer ver isso quem não es- uma solução política diferente e i\eX\Zfejkilk`mX#\Xf]`d[\Xc^lej sistema de saúde de qualidade
ções orçamentais, obviamente que tiver de boa fé. [`Xj\jk\j`e[`ZXkfZfemfZXldX^i\$ prescindindo de um grupo profis-
nenhuma pasta setorial tem auto- m\%=f`ldXiXjk\`iXgfcˆk`ZX6 sional. Trabalhamos cada vez

ÊÊ
nomia, e quanto a mim bem, para 8`e[XjfYi\D}i`f:\ek\ef#XZ_X Temos de nos libertar daquela mais num ambiente de equipa
fazê-lo sem o acordo e sem a valida- hl\fd`e`jkif[Xj=`eXeƒXjk\dX questão de que vivemos de peque- multidisciplinar. Diria que é um
ção prévia das Finanças. j\ej`Y`c`[X[\jfZ`Xcjl]`Z`\ek\gXiX nos jogos e pequenas vitórias. mito urbano que foi montado no
XjiXd`]`ZXƒ‘\jhl\XklXcd\ek\k\d Não deixo de respeitar ou valori- sentido de cavalgar que havia aqui
DXj\jjXklk\cX[Xj=`eXeƒXjk\d fD`e`jk„i`fjfYi\XjflkiXj}i\Xj6 Ef]Xi`XeX[XX zar a posição de um sindicato por uma preferência.
Acha que o ministro Mário Cente- ele agendar uma greve.
m`e[fXj\ii\]fiƒX[X%J\ek\hl\
k\dXXlkfefd`Xe\Z\jj}i`X6 no teria, como tem hoje, o respeito
]XmfiflZfekiX DXjfcY`d„[`Zf\o`jk\flef6
Sinto muito orgulho em perten- da generalidade dos portugueses e fj\e]\id\`ifj Efm†ZfekiX[`ƒf6 Não conheço nenhum lóbi médi-
cer a um Governo que devolveu também das entidades externas por gfij\iZXjX[f A apreciação que fiz da posição do co. Existirá tanto um lóbi médico
rendimentos, que retirou o país estar a fazer, com a colaboração de SEP já a tinha feito relativamen- como financeiro, dos advogados.
da indignidade internacional e todos nós, o que é necessário se res-
ZfdldX te à Ordem dos Médicos. É preci- Não tenho uma visão maniqueís-
que fez com que Portugal esteja pondesse a todas as necessidades ou \e]\id\`iX%=`q so que fique muito claro: o Gover- ta da sociedade, de que existem
projetado num ciclo de cresci- reivindicações, embora legítimas? ldgXZkf1ef no não tem preferência por ne- ambientes conspirativos e grupos
mento. Tenho dito muitas vezes: Não está em causa a legitimidade, nhuma instituição ou entidade. A com muito poder.
quando, daqui a dez anos, eu esti- está em causa o tempo e o modo. Se ]XcXi[\gfcˆk`ZX única preferência é pelas entida-
ver fora disto e o Governo for temos de fazer escolhas, garantir \dZXjX des que agem dentro do enqua- Ef]Xi`XdX`jj\ek`[f_Xm\ildj`j$
olhado na sua ação, prefiro ter co- que a consolidação orçamental é fei- dramento legal e que, sendo ins- k\dX[\\jg\Z`Xc`qXƒf[fj\e]\i$

ËË
migo o ónus de que às vezes não ta e o país se liberta para pagar me- tituições da saúde, têm a ética d\`ifjZfdff`ek\ieXkf[fjd„[`$
consegui fazer tudo o que gosta- nos juros, temos de o fazer. como princípio maior. Zfj#ZfdX\jg\Z`Xc`qXƒf]\`kXef >
)/ )*J<K<D9IF)'(.

JfZ`\[X[\
> dY`kf[fJEJ\efgfim`X[\Zli$ modo. A negociação é um exercí-

ÊÊ
jfj]fiX[fj`jk\dX6 cio em que as partes tendem a
Percebo que me faça a pergunta a partir de pontos diferentes, não
mim, porque sou eu que estou de tur- digo diametralmente opostos,
no, mas é de fazer a pergunta aos que mas muitas vezes afastados. Tem
assinaram há anos que seria de ou- EfZfe_\ƒf sucesso quando se encontram
tra maneira. num ponto intermédio. Não é dar
e\e_ldcY` tudo o que a outra parte pede.
DXj„Xc^fhl\\hlXZ`feX6 d„[`Zf%Ef
Esta situação do enquadramento k\e_fldXm`jf =Xcfl[\\ek`[X[\jhl\X^\d~dXi$
dos especialistas apareceu relati- ^\d[Xc\^Xc`[X[\%:fej`[\iXhl\X
vamente de repente e tudo pode-
dXe`hl\ˆjkX[X YXjkfe}i`X[fj<e]\id\`ifjk\d\j$
rá fazer sentido, mas é diferente jfZ`[X[\#[\ kX[fX\oZ\[\iXjjlXj]leƒ‘\j6
da opção que existiu há uns anos hl\\o`jk\d Sobre a senhora bastonária dos
atrás em que não se foi por esse Enfermeiros não faço rigorosa-
caminho. O Governo disse aos XdY`\ek\j mente nenhum comentário.
sindicatos que haveria disponibi- Zfejg`iXk`mfj\
lidade para que, de imediato, a se- ^ilgfjZfd GXjjXe[fgXiXfjd„[`Zfj%Gi\k\e$
guir à entrega do Orçamento do [\dhl\j\YX`o\feld\if[\_f$
Estado na AR, se iniciasse o pro- dl`kfgf[\i iXjj\dXeX`jeXjli^†eZ`Xj[\(/
cesso de negociação de um novo gXiX()_fiXj#Xc\^Xe[fhl\k\i`Xd

ËË
acordo coletivo de trabalho, que dX`jk\dgfgXiXZfejlckXj\fg\$
abordasse a questão da avaliação iXi%8k„fe[\\jk}[`jgfjkfXZ\[\i6
do desempenho, PNT, desenvolvi- Temos tido muito trabalho com
mento da carreira, o que era um os sindicatos médicos ao longo
ponto importante para ambas as fazer tudo ao mesmo tempo? Não dos últimos meses, aliás já houve
estruturas sindicais. foi possível. A única coisa que avanços em muitas matérias. So-
posso dizer é que vale mais fazer bram no essencial três pontos.
<\di\cXƒfXfi\jkf6 agora do que não fazer.
Transmitimos aos sindicatos a Fjd„[`Zfjk†d\ekfd\efjiXqf
disponibilidade para a reposição <\di\cXƒfXfj\jg\Z`Xc`jkXj6 gXiX^i\m\j6
do pagamento das horas de qua- Assumimos o compromisso de Não qualifico as razões em ter-
lidade suspensas há vários anos aceitar a diferenciação remune- mos relativos ou absolutos. As ra-
de forma faseada ao longo de 2018, ratória nessas funções, admitin- zões são as percebidas pelos pró-
para que não haja uma situação do para o efeito o alongamento do prios e nesse sentido são legíti-
de rutura. Dissemos também que regime dos suplementos e deixan- mas. Além da reposição dos
estaríamos em condições de ini- do para depois, uma vez que se rendimentos houve um esforço
ciar a transição do PNT dos con- trata de um edifício complexo, a importante de repor o valor inte-
tratos individuais de trabalho, os questão de avançar com uma re- gral das horas extra.
chamados CIT, das 40 para as 35 visão da carreira. Nós não quere-
horas, nos casos em que estejam mos voltar ao passado, a sofrer o HlXc„f`dgXZkfeffiƒXd\ekf6
em causa o princípio do trabalho que o país sofreu. Era muito sim- Não está fechado mas são largas
igual para o salário igual. pático e muito popular se o Gover- dezenas de milhões que espera-
no dissesse que ia distribuir por mos compensar com a diminui-
Cf^fef`eˆZ`f[fXef6 toda a gente tudo aquilo que é pe- ção do recurso às empresas de
Teremos de ver. É matéria que dido, e depois sairíamos e alguém prestação de serviços, que está a
tem de ser enquadrada com o viria retirar aquilo que tinha sido baixar significativamente. Isso
acordo das Finanças. dado inapropriadamente. Não se era um ponto central da reivindi-
pode compactar em dois ou três cação dos médicos. Preferiam que
DXjXgifd\jjX[\gXjjXifj:@K meses uma discussão que tem de tivesse sido resolvido a 1 de janei-
gXiXXj*,_fiXja}\o`jk`X_}ld durar seis meses ou um ano. ro, mas acabaram por aceitar o fa-
XefhlXe[f_flm\Xi\m\ijf[Xj seamento. Sobre o que resta ago-
+'_fiXjeX=leƒfG’Yc`ZX% ym\i[X[\hl\fj\Zi\k}i`f[\<j$ ra, há a revisão do limite máximo
É a questão do tempo e do modo. kX[fDXel\c;\c^X[fZ_\^flX[`$ anual de horas extras obrigató-
Na altura não foi possível fazer q\iXfjj`e[`ZXkfjhl\]`q\iXd^i\$ rias. Era intenção que baixasse de
tudo ao mesmo tempo. Os portu- m\hl\fhl\\c\jhl\i`Xd\iXld 200 para 150 horas, alinhando pela
gueses percebem bem que a me- jXckf[\ZXe^lilhlXe[fjgf[\d restante função pública, o que es-
todologia que o Governo está a [XildjXckf[\d`e_fZX6 tamos em condição de aceitar. Dos
utilizar, prudencial, quer na ges- Tenho uma grande fixação no três, é o ponto que diria…
tão de expectativas, quer na as- bom senso e sempre que vejo afir-
sunção de encargos de despesa, mações que podem ter um cará- DX`j]}Z`c6
está a resultar. Os próprios profis- ter informal numa reunião não é É o que avançou mais. Depois há
sionais compreenderão. de valorizar. O que é de valorizar outros dois pontos que têm sido
é que a primeira proposta de ACT mais difíceis de negociar. Os sin-
LdgXkifhl\kiXkX[\]fidX[\j`$ pela FENSE tinha aspetos remu- dicatos querem passar dos 1900
^lXc]leZ`fe}i`fjeXd\jdXj`klX$ neratórios que, do ponto de vista utentes por médico de família
ƒfgf[\j\iZfdgi\\e[`[f6 orçamental, eram insuportáveis. para 1500. O que temos dito é que
Esse comentário é injusto e pouco Quanto ao desenho e modelo es- é muito difícil fazê-lo já porque te-
adequado ao que tem sido a ação tratégico, estamos sintonizados, mos um compromisso político
deste Governo. Teria sido melhor temos é de discutir o tempo e o que visa, em 2019, todos os portu-
NNN%JFC%GK )0

gueses terem um médico de famí- que fazemos e hoje discute-se se o está a ser liderado pelo professor iX\c\mX[fj%8<ek`[X[\I\^lcX[f$
lia. Seria um retrocesso. Por ou- encerramento maciço de hospi- Constantino Sakellarides, em que iX[XJX’[\m\`fXm`jXi\jkXj\dX$
tro lado, os números dizem-nos tais de proximidade, que há uns os portugueses têm a possibilida- eXhl\_}kfc\ieZ`Xi\[lq`[XgXiX
que temos apenas 10% dos médi- anos muitos de nós achávamos de de utilizar serviços perto de f`eZldgi`d\ekf[fjgiXqfj%
cos com mais de 1900 utentes. que era o alfa e o ómega de um casa, o enfermeiro de família, o Creio que a ERS já terá tido a oca-
processo de centralização e efi- médico de família, a linha SNS 24 sião de ler o relatório do acesso ao
Fhl\gifg‘\d6 ciência, foi útil. e podem olhar para o hospital SNS de 2016. O aumento marginal
Manter esse limite mas com aten- como algo mais distante onde vão do tempo de espera que se verifi-
ção particular aos médicos mais Ef]f`6 ao longo da sua vida poucas vezes. cou aconteceu porque se opera-
velhos: permitir aos médicos com Transferiu para os hospitais e ur- ram muito mais doentes do que
60 ou mais anos que tenham um gências hospitalares um volume <fhl\k\eZ`feX`ekif[lq`i[\efmf no ano anterior. Isso significou
congelamento de novas admis- de procura que ainda não estava a efj_fjg`kX`j6 uma coisa: houve mais acesso.
sões de utentes e uma redução ser devidamente satisfeito nos Este ano foi alargada a produção Quando abrimos consultas, gera-
marginal no caso de estarem en- cuidados primários. adicional a consultas e exames, o mos aumento do stock de doentes
tre os que têm 1900 utentes, garan- que dá a possibilidade de os hos- em espera. É muito fácil, diria até
tindo que nenhum utente é muda- 8eleZ`fl a} X Zfejkilƒf [\ ld pitais e equipas fazerem mais con- politicamente muito convenien-
do contra a sua vontade. A outra _fjg`kXc[\gifo`d`[X[\\dJ`ekiX sultas para dar resposta aos pedi- te, disfarçarmos inscritos em es-
questão são as urgências: acolhe- \flkifefJ\`oXc%y\jj\fZXd`e_f6 dos até de outras instituições, o pera se barrarmos o acesso às
mos os argumentos de que tirar A reforma estrutural é a proximi- que até aqui só estava previsto na consultas e ao sistema.
médicos da urgência melhora o dade. Significa cada vez mais que cirurgia. Por outro lado, temos
tempo para a atividade planeada, os hospitais de fim de linha e di- vindo a discutir com os médicos Hl\\iXfhl\\jkXmXXXZfek\Z\i6
para as consultas, para as cirur- ferenciados sejam isso mesmo, modelos de trabalho dedicado à Os números falam por si. Ao con-
gias e queremos isso. Mas tam- não sejam outra coisa qualquer. urgência. Os sindicatos manifes- trário, nós aumentámos o acesso,
bém aqui sabemos que, a fazer 18 É ajustar oferta e procura. Vai taram essa vontade. baixámos as taxas moderadoras.
horas por semana, existem pouco acontecer com o Amadora-Sintra, Nunca tinham vindo tantas pes-
mais de 13% dos médicos. também pela revisão do contrato :fdfXjj`d6 soas ao SNS como em 2016.
do Hospital de Cascais para in- Trabalharem três meses ou até
Gfihl†6 cluir freguesias a meio gás, ou seis meses seguidos na urgência, @jjf ef XgX^X f ]XZkf [\ _Xm\i
Porque alguns que aderiram a com o Garcia de Orta em relação retomando depois a atividade pro- k\dgfj[\\jg\iX[\dX`j[\[f`j
este regime em 2012 estavam per- ao Seixal. É haver cada vez mais gramada. Isto é um grande avan- XefjgXiXZfejlckXjefJEJ%?}0''
to da idade de pedir escusa do ser- equipas de saúde familiar, onde ço: permite ter estabilidade, pro- [`Xj[\\jg\iXgXiXldXZfejlckX
viço de urgência e porque há mui- estão médicos, enfermeiros e ou- fissionalização e melhores com- [\f]kXcdfcf^`X\dJ\`X#dX`j[\d`c
tas especialidades que não são tão tros técnicos. É ter saúde oral, petências nas urgências e menor [`Xj\d:_Xm\j%
exigentes do ponto de vista de ur- saúde visual e outros tipos de dependência da aquisição de pres- É inaceitável, tem toda a razão.
gência. Pedimos ajuda aos sindi- prestações nos centros de saúde. É tações externas de serviços.
catos para encontrar um modelo ter exames de imagem e análises. <XgXik`i[\([\aXe\`if[\)'(/f
de transição, faseado, que pode- É também criar um tropismo, :fdXc^ld^Xe_fjXcXi`XcgXiXfj >fm\iefYX`oflgXiX()'[`Xjfk\d$
ria começar em 2018 com uma re- uma nova atractibilidade com o d„[`Zfj6 gf [\ \jg\iX gXiX ldX gi`d\`iX
dução marginal: saltar de 18 para projeto SNS + Proximidade que Está a ser discutido. Pode ser ga- ZfejlckXefJEJ%Ef„ldXlkfg`X6
12 horas criaria uma rutura no nho salarial, pode ser direito de Não. Melhorámos em relação ao
sistema. Repare, nós não fechá- férias. É mais um dos contrapon- ano passado e em relação há dois

ÊÊ
mos nenhum ponto de atendi- tos de diminuir as horas nas ur- anos. Enquanto houver um por-
mento no país. Quando ouvimos gências de 18 para 12. tuguês à espera em tempo inapro-
dizer que o SNS aqui e ali tem pro- priado não estaremos satisfeitos
blemas, o que ouvimos são reivin- Hl\i^XiXek`id„[`ZfXkf[fjfj e a pressão que vamos pôr sobre
dicações socioprofissionais. Não gfikl^l\j\j%:fdfj\\ogc`ZXhl\ as instituições é grande, recorren-
se ouve dizer que fechou uma uni- 8i\]fidX fjd„[`Zfjhl\k\id`eXiXdX\j$ do se necessário a entidades con-
dade, uma urgência, um hospital. \jkilkliXc„X g\Z`Xc`[X[\\dXYi`c#Zfdfkf[fjfj vencionadas para dar respostas
gifo`d`[X[\# Xefj#k\e_Xd\jkX[fXk„X^fiX~ necessárias e emergentes.
@jjfefgf[\j\ij`ee`df[\hl\ \jg\iX[fjZfeZlijfjgXiXj\i\d
ef\jk}X_Xm\ildXi\]fidX\j$ ef„]\Z_Xi ZfcfZX[fjefjZ\ekifj[\jX’[\6 EfZXjf[XjZfejlckXjkXdY„d6
kilkliXc#Xi\ZcXdX[Xi\]fidX_fj$ j\im`ƒfj%yld Até nós chegarmos ao Governo os EleZX]fiXdZi`X[fjmXc\jgXiXfj
concursos eram feitos em novem-
g`kXcXi6
O que é uma reforma estrutural?
\iif#hl\ bro ou dezembro.
[f\ek\j`i\dXfgi`mX[fgXiXj\$
i\dXk\e[`[fj[\ekif[fjgiXqfj
`e]\c`qd\ek\ [\]`e`[fjeXc\`%
LdXi\fi^Xe`qXƒf[fjj\im`ƒfj% [liXek\Xc^lej <d)'(-\jkXmXdZfcfZX[fjX([\ Não é verdade, hoje em dia o se-
Por que é que uma reforma estru- X^fjkf% tor convencionado, nomeadamen-
tural significa fechar serviços?
Xefj]fdfj Organizámos um concurso pré- te o setor social, naquilo que são
i\g\k`e[f~ vio para mobilidade interna dos unidades afiliadas do SNS, faz
Gfihl\\iXXc^fhl\fj\kfim`e_XX \oXljkf% médicos que já estavam no siste- consultas.
[\]\e[\iefj’ck`dfjXefj% ma, o que nunca tinha sido feito.
É um erro, que infelizmente du- 8Z_}mXdfjhl\ Por razões administrativas, isso :\ikf#dXjef\o`jk\fi\^`d\hl\
rante alguns anos fomos repetin- \iXfXc]X\ fez com que o processo atrasasse ]f`Zi`X[fgXiXXjZ`ili^`Xj%
do à exaustão. d\^X[\ld mês e meio. O concurso para os A nossa preocupação é só uma: os
especialistas hospitalares será direitos de acesso das pessoas. E te-
DXjkXdY„dZ_\^flXZfej`[\iXi gifZ\jjf[\ aberto em breve. mos de fazer duas coisas muito sim-
hl\fg\iˆf[f[fi\j^Xk\k`e_Xj`[f \]`Z`†eZ`X ples. Pôr o SNS a funcionar cada
ldX fgfikle`[X[\ g\i[`[X gXiX =Xcfl[\d\[`[XjgXiXc\mXifj_fj$ vez melhor, a ser mais eficiente.

ËË
\jjXi\]fidX_fjg`kXcXi% g`kX`jXXld\ekXiXi\jgfjkX#dXj Mas não podemos em nenhuma
Temos de aprender com as coisas Zfek`elXX_Xm\ik\dgfj[\\jg\$ circunstância, por preconceitos >
*' )*J<K<D9IF)'(.

JfZ`\[X[\
> face ao que não seja o serviço pú-

ÊÊ
blico, impedir que uma pessoa que
precise de determinado ato ou pro-
cedimento vá à unidade A ou B por-
que achamos que isso é uma ques-
tão contra os nossos princípios. Fjgfikl^l\j\j
GfikXekfmX`_Xm\iZ_\hl\j$Zfe$
efk†dZlcgX
jlckX6 [\hl\f
Não gosto da palavra cheque. Ad- j`jk\dX[\dfi\
mitimos que as pessoas possam ser
referenciadas para unidades com
dl`kfk\dgfX
acordo com o SNS se isso signifi- i\jfcm\iXjjlXj
car estar a responder às suas ne- e\Z\jj`[X[\j
cessidades de saúde. Os portugue-
ses não têm culpa que o sistema de-
more muito tempo a resolver as
suas dificuldades. Agora nunca K\d[\_Xm\i
como hoje tivemos tantos profissio- ldg\iˆf[f
nais no SNS, mesmo médicos, mes- dˆe`df[\
mo em hospitais considerados tra-
dicionalmente com pouca atracti- ]`[\c`qXƒf[fj
bilidade. E estamos a discutir com afm\ejd„[`Zfj
a Ordem, para o próximo ano, ini-
ciativas que vão no sentido de, du-
\jg\Z`Xc`jkXjef
rante a formação médica pós gra- JEJ#gXiX
duada, os médicos passarem a ter Zfdg\ejXif
um período em hospitais periféri-
cos. No Hospital de Santarém ou
]XZkf[\k\idfj
no Hospital de Leiria, por exemplo. ]\`kf\jj\
`em\jk`d\ekf%J\
;\gf`jhlXe[ffjd„[`ZfjXZXYXd
X\jg\Z`Xc`[X[\dl`kXjm\q\jXjmX$ ]fiƒXi\dX
^XjefjcfZX`jfe[\]Xq\ddX`j]Xc$ jXˆ[X#k\i}[\
kX]`ZXdgfigi\\eZ_\i%J\ifYi`^X$
ki`fg\idXe\Z\igfildg\iˆf[f
_Xm\ildX
efJEJ\jk}\dZ`dX[Xd\jX6 Zfdg\ejXƒf
Tenho dito sempre que sou mui- [f<jkX[f
to pouco adepto de medidas ba-

ËË
seadas no autoritarismo legisla-
tivo. Mas não lhe escondo que es-
tamos a equacionar, em sede da
discussão preparatória do OE, pecialidade em cirurgia cardíaca. de bom senso. Os portugueses do do programa de assistência e tros de saúde em Lisboa e no
que a partir de 2018 não seja pos- Temos de encontrar um valor. acham que fazem com muito gos- que pudesse dispor de todos os grande Porto em que as condições
sível a um jovem especialista em to um investimento na formação meios?’ Com certeza. são deploráveis.
quem o Estado investiu, através <hl\g\iˆf[f[\]`[\c`qXƒfZfej`$ de profissionais altamente quali-
do dinheiro dos contribuintes, [\iXXZ\`k}m\c6 ficados e não é justo, não é corre- DXj\jkXi`XZfe]fik}m\c_fa\eXg\c\ 8jFi[\ejZ_\^XiXdXgifgfild
sair imediatamente para o setor Um período de três a cinco anos to, que no dia seguinte à formação [\X[d`e`jkiX[fi_fjg`kXcXi6 i\]fiƒf[\(#)d`cd`c_‘\jgXiXf
privado mal termine a especiali- parecer-me-ia razoável. estar concluída, esses mesmos Estaria, como estive noutras cir- JEJ%Fhl\^XiXek\gXiX)'(/6
dade, dando benefício desse inves- profissionais abandonem o servi- cunstâncias nas funções que tive. A Saúde é a área setorial com
timento ao privado. Fjd„[`Zfjk\i`Xd[\fZlgXi\ekf ço público e vão para o privado. maior crescimento na dotação do
XjmX^XjeXjqfeXjZXi\eZ`X[Xj6 DXj_fa\_}i\^iXj[`]\i\ek\j#XZf$ programa. Naturalmente não é
Fhl\k\d\dd\ek\6 Teriam de ficar no SNS, onde natu- Fj^\jkfi\j_fjg`kXcXi\jk†dZi`k`$ d\ƒXig\cXc\`[fjZfdgifd`jjfj% suficiente para responder a tudo,
O modelo que existiu para os pilo- ralmente existirem vagas e isso é ZX[fX^iXe[\Z\ekiXc`qXƒf[Xj[\$ A questão que se coloca é esta: 80 porque estamos em expansão de
tos da Força Aérea é virtuoso. Tem uma compensação que o profissio- Z`j‘\j\gflZXXlkfefd`Xg\iXek\ novos centros de saúde, nunca atividade, de recrutamento e de
de haver um período mínimo de fi- nal dará pelo investimento que a so- fjg\[`[fjhl\k†d[\j\ijlYd\$ aconteceu na história do país. Há investimento. O setor vive uma si-
delização ao serviço público para ciedade fez nele. E, se forçar a saída, k`[fj~klk\cX\=`eXeƒXj#efd\X[X$ investimento. Vamos acabar com tuação de subfinanciamento há
compensar o facto de, nós todos, terá de haver uma compensação. d\ek\gXiX`em\jk`i\ZfekiXkXi% os centros de saúde em prédios de muitos anos e isso tem sido mui-
termos feito esse investimento. Ou Naturalmente o investimento habitação. E isso vai ser bom não to bem percecionado, por um lado
então tem de haver o uma compen- K\dfXgf`f[fjgXik`[fj~\jhl\i$ sempre foi assim. Investimento de só para os utentes porque vão ter na capacidade de investir, que tem
sação do Estado, porque investiu [Xe\jkX`ek\eƒf6 maior dimensão tem de ter um mais conforto e segurança mas sido limitada, mas também na
numa formação pós-graduada Temos tido conversas informais despacho conjunto da Saúde e das também vai ser mais atraente acumulação de pagamentos em
cara, exigente, qualificada e é jus- e o entendimento político é parti- Finanças. Não vale a pena diabo- para que os jovens médicos, enfer- atraso, o que nos desagrada. Te-
to que peça uma contrapartida. lhado, creio que não só nos parti- lizar as Finanças. Se me pergun- meiros e técnicos queiram ir tra- mos um agravamento dos paga-
dos à esquerda. tar assim: ‘se eu tinha gostado de balhar para sítios que até aqui mentos em atraso superior ao que
HlXekfZljkXX]fidXƒf\hlXcj\$ ser, até aqui, ministro num Gover- muitas vezes ficam desertos. Fi- tínhamos no ano passado.
i`XXZfdg\ejXƒf6 DXjj\i`XXgc`ZX[fa}\d)'(/6 no que tivesse uma disponibilida- cam desertos não é tanto pelas
Os dados são variados. O custo de Tem de haver um período de pre- de financeira absoluta, num país condições sociais ou profissio- KfkXc`qXiXd\dalc_f/,)d`c_‘\j[\
uma formação em medicina geral paração. Não é uma questão de es- que não tivesse uma dívida de nais, é porque as condições de tra- \lifj#ldXld\ekf[\*''d`c_‘\j
e familiar é diferente de uma es- querda ou direita, é uma questão 130% do PIB, que não tivesse saí- balho são miseráveis. Visitei cen- [\j[\f`eˆZ`f[fXef%
NNN%JFC%GK *(

do que a receita, foi a mudança de tive em S. José com o Presidente sondagens, mas são surpreenden-
comportamento dos industriais, da República, mesmo com o mau tes porque, ao que julgo saber,…
que começaram a alterar a carga feitio que me é imputado, todos
de açúcar nos refrigerantes. A nos emocionámos com a criança yldd`e`jkifgfglcXi6
nossa grande batalha é fazer com ao colo. E também fiquei muito Frequento o chamado ranking.
que aquilo que já ganhámos, que incomodado com a fatalidade da Agora ser um ministro popular e
é viver até mais do que os países jovem de 17 anos que morreu de ser incompetente ou ser popular
do norte da Europa, seja acompa- sarampo. O mundo e Portugal não porque faz aquilo que não deve e
nhado por uma esperança de vida podem nunca deixar que aqueles distribui recursos que não tem,
mais saudável. Os últimos dez que lutam contra a ciência e o pro- não quero. Prefiro ser impopular.
anos não são bons, temos uma for- gresso possam provocar este tipo Quero chegar ao fim com a sensa-
te carga de doença crónica. de situações, por ignorância ou ção de que fizemos bem. Uma coi-
por outro tipo de motivações. sa que garanto: nunca diaboliza-
Efj’ck`dfjd\j\jjli^`llddfm`$ rei a contestação, nunca conside-
d\ekf[\Ziˆk`Zfj[\\jhl\i[Xhl\ ½8j\og\ZkXk`mXj„hl\jff[`X$ rarei que o mundo está contra
Zfej`[\iXZlikfjfj\j]fiƒfj[f Yf¾#\jZi\m\l8eke`f>XcXdYX_} mim e que as reivindicações dos
>fm\iefe\jjX}i\X[Xgi\m\eƒf% lej[`Xjefi%J\ek\hl\\jk}XgX$ profissionais são injustas.
São reflexões que não nos devem ^Xi\jj\gi\ƒf#k\e[fldXcXi^X\o$
incomodar mas estimular. O meio g\i`†eZ`Xefj\kfi[XJX’[\6 8ek\j[\j\id`e`jkif\^\jkfi#„
da legislatura é sempre um mo- Os primeiros seis meses do Gover- d„[`Zf%HlXc„XjlXc`e_Xm\id\$
mento difícil. Agora, em 2019, quan- no foram, para todos nós, terrí- c_XeXgfcˆk`ZX6
do terminarmos a legislatura e veis. Criou-se um cerco na opi- Não farei nada que viole a minha
quando fizer 40 anos, o SNS vai ser nião pública e político que traçou consciência. Sou muito fixado nos
motivo de orgulho para todos nós. um destino de fatalidade. Feliz- valores e nas questões éticas.
mente passámos esse tempo e os
<iXXgfekX[fZfdfÊd`e`jk\i`}m\cË portugueses passaram a confiar ;`q$j\hl\k\dc`^Xƒ‘\jXfFglj
_}dl`kfjXefj%Fhl\fjligi\\e$ no Governo. As expectativas são ;\`%ym\i[X[\6
[\ldX`jXk„X^fiX6 sempre difíceis de gerir, sobretu- Não sou nem nunca fui da Opus
Termos ainda uma máquina do do porque todos nós temos a ideia Dei nem da maçonaria. Acho que
Estado muito pesada. Entre o de- de que existem salvadores, solu- o apego aos valores e à ética é algo
senho de uma ideia e aplicá-la há ções milagrosas. Mas a vida polí- que temos dentro de nós, transmi-
muitas fases. tica, e uma legislatura em concre- tido pela cultura e educação.
to, é uma corrida de fundo, não de Como médico e cidadão, há linhas
HlXc]f`fdfd\ekfdX`j[lif6 instantes. As incompreensões no que não podemos ultrapassar.
Os meus amigos e também inimi- no intermezzo são naturais. A
gos, que terei alguns, sabem que frustração é natural. Temos de li- ?fa\ f [\j\dg\e_f [f JEJ ef
tenho aquilo a que se chama ner- dar com isso com humildade. g`jX\jjXjc`e_Xj6
vos de aço. Não sou muito influen- Está completamente longe disso.
ciável pela tensão do momento se DXjj\ek\hl\k\d[\Z\Z`feX[f6 Com a nota de que temos de ser sé-
estiver consciente de que estou a Não sinto. Na rua tenho uma in- rios na afirmação do que fazemos,
fazer o que sei que tenho de fazer. teração com as pessoas muito po- temos de ser leais do ponto de vis-
A dureza tem mais a ver com a sitiva. Depois repare, não ligamos ta político e público, não devemos
Mas há mais atividade, aprová- com o Ministério das Finanças, carga de trabalho, a intensidade. muito aos rankings políticos e disfarçar os problema, não deve-
mos 51 medicamentos inovadores. também para que este ano seja fei- mos ser arrogantes. Firmeza é
to um esforço, como no final de K\d]XdX[\k\ild]\`kf worka- uma coisa, arrogância é outra.

ÊÊ
DXjffiƒXd\ekfgXiX\jk\Xefa} 2016, para redução significativa holic#ZfekifcX[fi#[\hl\i\i\jkXi
gi\m`Xld[„]`Z\]`eXc[\)+/d`$ dos pagamentos em atraso. j\dgi\\dZ`dX[\kl[f%<kXdY„d Fj\e]\id\`ifjXZ_XiXdhl\k`e_X
c_‘\j[\\lifjgXiXfJEJ¿ Xc^lddXl]\`k`f% j`[fXiif^Xek\eX\eki\m`jkXhl\
Significa que os recursos não che- yXjfclƒfhl\k\d_Xm`[fkf[fj É verdade. Reconheço que essas [\lXek\j[X^i\m\eXSIC%
gam, tem toda a razão. fjXefj#ldg\ejfi}g`[f% características, não vale a pena Aí houve um equívoco, apercebi-
Estamos a encontrar uma fórmu- iludi-las, porque existem. A do Gi\]`ifj\i -me depois. O seu colega foi asser-
J`^e`]`ZXhl\fZfY\ikfi„Zlikf\ la que antecipamos como estrutu- mau feitio cabe aos outros ajuizar. `dgfglcXi\ tivo e não me deixou tempo para
Xj[ˆm`[XjX]fie\Z\[fi\jjf`e\$ ral e definitiva para que, na se- Acho que pode ter a ver com a Z_\^XiXf]`eXc eu explicar o que pretendia, não
m`k}m\`j#fhl\[`]`ZlckXX^\jkf% gunda metade da legislatura, o vontade de que as coisas aconte- me estando a queixar. Há uma
GXiX hlXe[f ld fiƒXd\ekf hl\ problema seja atenuado. Tem ha- çam depressa, bem, de lutar con- [Xc\^`jcXkliX grande confusão. Eu estava a in-
gi\m\aX#X[d`k`e[f`dgfe[\i}m\`j# vido iniciativas para ser criada tra a máquina burocrático-admi- ZfdXj\ejXƒf surgir-me contra comportamen-
uma lei de meios ou de programa- nistrativa. O querer fazer numa tos de algumas pessoas que na al-
ldjXc[fgfj`k`mfflg\cfd\efji\$
jlckX[felcf6 ção financeira. legislatura aquilo que está por fa-
[\hl\]`q\dfj tura considerava, como conside-
Essa é uma conversa que nos le- zer há muito tempo. Y\d%EleZX ro hoje, que estão à margem da
varia muito longe porque não co- F>fm\iefmX`XmXeƒXigfiXˆ#gfi [`XYfc`qXi\`X ética e dos princípios da legalida-
nhecemos praticamente nenhum \o\dgcfg\cXZfej`^eXƒf[\dX`j <\dk\idfj_ldXefj#hlXc]f`f de, não estava a falar dos 70 mil
ano em que esse confronto entre `dgfjkfjgXiXhl\f]`eXeZ`Xd\e$ dfd\ekfdX`j[`]ˆZ`c6
Zfek\jkXƒf# enfermeiros que trabalharam dia-
as necessidades estimadas e as ve- kf[fJEJj\aXdX`j\jk}m\c6 Foi pouco tempo depois de ter che- eleZX riamente no país.
rificadas se tenham alinhado. Fizemo-lo este ano com a sugar gado ao Governo o caso daquele Zfej`[\iXi\`
tax que foi um sucesso e estamos jovem que faleceu no hospital de <jkXmXX]XcXi[\hl\d#[XYXjkf$
DXj\d)'(/ffiƒXd\ekfmX`gi\m\i a trabalhar para ver se há mar- S. José [David Duarte, enquanto hl\fdle[f e}i`X6
eXd\jdXhl\fJEJk\i}[„]`Z\6 gem para que na área do sal tam- aguardava cirurgia por falta de \jk}ZfekiXd`d Estava a falar de pessoas que pu-
Vamos esperar pela apresentação bém possamos avançar nesse sen- equipa médica]. Foi ter acompa- blicamente defenderam posições

ËË
do OE. Estamos a trabalhar com tido. São impostos virtuosos. O nhado nos bastidores o caso do definidas até por entidades inde-
as Finanças. Trabalhos muito que aconteceu com o açúcar, mais bebé milagre – e agora quando es- pendentes como inadequadas.
*) )*J<K<D9IF)'(.

JfZ`\[X[\

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Yfƒf[fFiƒXd\ekf[f<jkX[fgXiX)'(/#jXY\
f JFC%:\ek\efk\i}[\]Xq\i^`e}jk`ZXgXiX
Zfej\^l`i[`jki`Yl`i[\]fidX^iXkl`kXfjc`mifj
Xfj)''d`cXclefj[f,%²\-%²Xefj%
O Governo está sem margem or- são preliminar que está a ser de-
çamental para alargar a distri- senhada. Ou seja, se o Orçamen-
buição gratuita dos manuais es- to de Estado para 2018 fosse hoje
colares aos 200 mil alunos do 5.º entregue no Parlamento, não ha-
e 6.º ano e, para já, a medida não veria distribuição gratuita dos
está incluída no esboço do Orça- manuais escolares para os alu-
mento do Estado para 2018. nos do 5.º e 6.º anos. No progra-
A medida representa pouco ma do Governo, está prevista a
mais de 20 milhões de euros, ex- distribuição gratuita de manuais
cluindo os 12 milhões necessá- escolares em todo o ensino obri-
rios para a ‘oferta’ dos livros aos gatório (do 1.º ao 12.º ano), sendo
320 mil alunos do 1.º ao 4.º ano. E aplicada ao longo da legislatura
tanto o PCP como o Ministério da de forma gradual.
Educação estão a pressionar as Recorde-se que no Orçamento
Finanças para que a iniciativa do Estado para 2018 deverão
avance em setembro de 2018. constar medidas que vão impli-
Para que isso venha a ser uma car um grande esforço financei-
realidade, o ministro das Finan- ro ao Governo. É o caso do des-
ças, Mário Centeno, terá de fazer congelamento das carreiras da em conta o número de professo- nos da escola pública e os que alargamento da distribuição gra-
ginástica e cortar noutra medi- Função Pública – onde a Educa- res – o aumento das pensões, o frequentam colégios nas turmas tuita ao 2. ciclo é um cenário que
da, para conseguir as verbas ne- ção terá um grande peso tendo aumento do salário mínimo e vão com contrato de associação. Em o Governo «está a estudar, a
cessárias. Em média, o pacote de ser revistos os escalões do IRS, setembro de 2016, quando a dis- apurar dados e a ver possibi-
cinco manuais escolares para os sendo previsível que a carga fis- tribuição gratuita avançou pela lidades orçamentais».
alunos do 5.º ano tem um custo cal seja menos pesada. primeira vez, todos os alunos do Também o PCP disse ao SOL
de 94,80 euros e para os 6.º ano Já no ano passado o alarga- 1.º ano, da escola pública e priva- que este é um cenário que está
custa 99,50 euros. ;fjZ\iZX[\)+' mento da ‘oferta’ dos manuais da (80 mil na altura), receberam em cima da mesa em negocia-
As negociações entre o Execu- d`cc`mifj[`jki`Ylˆ$ escolares do 1.º ao 4.º ano de esco- os manuais de forma gratuita. ção. Ou seja, tudo está em aber-
tivo e os partidos da esquerda [fjXfj/'d`cXcl$ laridade esteve em risco e só foi Questionado pelo SOL, o Mi- to, sendo que Jerónimo de Sousa
que sustentam a solução de Go- decidido pelo Executivo à última nistério da Educação não res- já fez saber que queria estender
verno ainda estão em curso, ten- efj[f(%²Xef#Xg\$ hora. E para conseguir as verbas pondeu a qualquer questão colo- a ‘oferta’ dos manuais escolas
do havido duas reuniões em se- eXj(,d`c]fiXd necessárias para estender a dis- cada sobre a distribuição e reuti- até ao 9.º ano já a partir de 2018.
parado – uma com o Bloco de Es- i\lk`c`qX[fj%Fe’$ tribuição gratuita do 1.º ao 4.º lização dos manuais escolares,
querda e outra com o PCP – ano, o Governo teve de retirar da até ao fecho desta edição. -#)[fjc`mifj]fiXd
durante a semana passada, mas o
d\ifkiX[lqldX equação os alunos do privado. Mas a secretária de Estado Ad- i\lk`c`qX[fj
SOL sabe que o alargamento da g\iZ\ekX^\d[\ Ou seja, a ‘oferta’ dos manuais junta e da Educação, Alexandra Os dados ainda não estão conso-
‘oferta’ não consta para já na ver- -[\i\lk`c`qXƒf passou a incluir apenas os alu- Leitão já disse, ao Público, que o lidados mas, de acordo com a se-
NNN%JFC%GK **

 ŕ 
 ŕ  
Ä EèD<IFJ
Gif]\jjfi\jj\dklidX
)'' \Xclefjj\dgif]\jjfi
o início de cada ano leti- blicos, embora profissional, irá
d`cXclefjmf]i\$
hl\ekXif,%²\f-%²
Xefj
E vo é comum nas escolas
públicas de 1.º ciclo haver
alguma ansiedade em saber se
naturalmente fazer um investi-
mento diferente. A cada ano que
começa tem de conhecer a tur-
os professores que não são efe- ma, o que leva algum tempo. Se
tivos permanecem na escola ou for um professor efetivo, só de-

(,
se serão substituídos. Embora mora este tempo uma vez. Não
representem uma pequena per- sabe o que se passará no ano se-
centagem, para as turmas que guinte, o que facilmente pode
são vítimas desta lacuna as criar instabilidade e insatisfa-
d`cc`mifj[fjXclefj desvantagens são grandes. ção. Todos gostamos de ver os
Muitas turmas chegam mesmo frutos do nosso trabalho, de o sa-
[f(%²Xef]fiXdi\lk`$
a ter um professor diferente em ber bem concluído e não cons-
c`qX[fj cada ano. tantemente interrompido.
Nestes casos, só em setembro Por outro lado, ao aluno não
professores e alunos sabem se é oferecida estabilidade e segu-

)'
d`c_‘\j[\\lifj„f
vão ou não continuar juntos. Ou
seja, quando se despediram em
junho foi sem saberem se seria
por uns meses ou para sem-
pre. É difícil criar um víncu-
rança. Quando já se adaptou a
um professor e criou com ele
uma relação de confiança, vem

Zljkf[Xd\[`[Xgi\$ lo forte quando suspeitamos


m`jkXgXiXX[`jki`Yl`$ que não durará muito tem-
ƒf^iXkl`kXgXiXf,%² po. Nem há expectativa que
\-%²Xef se possa criar ou um traba-
lho a longo prazo em que se
possa pensar.
Eaturalmente, um profes-
ta dos manuais e «outros recur- sor que tenha a segurança
sos didáticos formalmente ado- de que irá acompanhar a
tados para o ensino básico e se- mesma turma ao longo destes Ldgif]\jjfihl\
cundário». Mas, agora, a tutela quatro anos investe nela de uma
jX`YXhl\mX`XZfd$
entende que os livros de fichas forma diferente. É a sua turma.
«não são recursos didáticos Acolhe cada menino ainda pe-
gXe_XiXklidXXf
obrigatórios», e não os incluiu queno e vê-o crescer. Conhece-o
cfe^f[\hlXkifXefj
na distribuição gratuita. Estes li- aos poucos e trabalha com ele de `em\jk\e\cX[\]fidX
vros são utilizados diariamente acordo com as suas especifici- [`]\i\ek\
nas salas de aula e têm um custo dades, assistindo à sua evolu-
médio de 24 euros, para o 1.º ciclo. ção. Os quatro anos são como
Os manuais estão a chegar aos um contínuo que pode ser joga-
alunos de forma gratuita através do da melhor forma consoante
das escolas, que distribuem os li- a resposta da turma e de cada um outro, sem aviso, podendo
Gif^iXdX[f>fm\iefgi\m`XkXdY„dX[`jki`Yl`ƒf[\ vros no primeiro dia de aulas. aluno. Uma vez, uma professo- o aluno chegar a sentir algum
i\Zlijfj[`[}k`Zfj#dXjef`eZcl`ZX[\iefj[\]`Z_Xj Para que as escolas comprem os ra de um menino com dificulda- abandono. É uma relação pri-
livros, há dois modelos em vigor: des que tinha perdido o pai há vilegiada em que se investiu
cretária de Estado Adjunta da 6,2% dos livros, com uma pou- na maioria dos casos, a tutela en- pouco tempo disse-me que o que é interrompida. Principal-
Educação, Alexandra Leitão, no pança que fica entre os «300 a viou previamente as verbas aos transitaria se soubesse que fica- mente para crianças com difi-
ano letivo passado só foram reu- 400 mil euros», disse Alexan- estabelecimentos escolares, mas ria com ele no ano seguinte, pois culdades emocionais ou cogni-
tilizados 15 mil manuais do 1.º dra Leitão, em entrevista à Vi- algumas escolas adiantaram o di- já o conhecia, tinham uma boa tivas esta inconstância pode
ano. são. O investimento na distribui- nheiro e compraram os livros a relação e podia continuar a aju- ser prejudicial.
O número, de acordo com as ção dos manuais para o 1.º ciclo um livraria específica, passando dá-lo, evitando-lhe assim mais o Julgo que, para o bem de alu-
declarações da governante ao Pú- foi de dois milhões de euros. uma credencial aos pais para que desgosto de reprovar, mas ja- nos e professores, seria crucial
blico, diz respeito apenas a cerca possam levantar os manuais. mais o entregaria com aquelas repensar o 1.º ciclo e valorizar a
de metade dos agrupamentos es- :fdf]leZ`feXX[`jki`Yl`ƒf Em ambos os casos, os encarre- dificuldades a um colega novo. relação entre uns e outros. Que
colares – os que terão feito um ba- Desde o ano letivo 2016/2017 que os gados de educação têm de assinar Na incerteza do que aconteceria esta fase importante da vida das
lanço ao Ministério da Educação alunos do 1.º ano tiveram acesso um termo de responsabilidade no ano seguinte, reprovou-o. Em crianças possa deixar de ser
– e dentro de um universo de 80 aos manuais de forma gratuita. No para que os livros sejam devolvi- Setembro soube que continua- uma colagem desarmoniosa de
mil alunos do 1.º ano que recebe- ano letivo passado, em 2017/2018, a dos à escola em bom estado no fi- va com a mesma turma, mas a quatro anos independentes,
ram os livros. Ou seja, tendo em ‘oferta’ foi alargada aos alunos de nal do ano letivo. Não podem estar decisão já estava tomada. para ser um todo que cada pro-
conta que cada um dos 80 mil alu- todo o 1.º ciclo (do 1.º ao 4.º ano). escritos e caso não se encontrem fessor possa gerir com tempo e
nos recebeu três livros, foram No documento lê-se que, duran- em bom estado serão pagos pelos m professor sem turma e confiança de parte a parte.
distribuídos 240 mil livros. Ou
seja, fora reutilizados apenas
te a legislatura, o Executivo pre-
vê incluir na distribuição gratui-
pais e, segundo a legislação, podem
ser aplicadas coimas.
L sem escola, que anda ao sa-
bor da lotaria dos concursos pú- ]`c`gXZ_Xjhl\`iX7^dX`c%Zfd
*+ )*J<K<D9IF)'(.

JfZ`\[X[\

),ŕ()-ŕ*#)-ŕŕ'/(Tŕŕ-2)
8eXG\kife`c_f DXikX=%I\`j
XeX%g\kife`c_f7jfc%gk dXikX%i\`j7jfc%gk
J?LKK<IJKF:B

GXik`[fjXgi\j\ekXiXd tárquicas, sendo retomados a 3


de outubro, o dossiê poderá in-
\jkXj\dXeXefGXicX$ clusive transitar para o próximo
d\ekfgifgfjkXj[\Xc$ ano. É que também na altura do
k\iXƒf~c\`dXjj[\$ Natal os trabalhos parlamenta-
m\ifj\i[`jZlk`[Xjef res abrandam.
E esta pode ser uma estratégia
]`eXc[\jk\Xef% dos partidos para ganhar tempo
e tentar chegar a um consenso,
Este ano o número de pedidos no tendo em conta que o tema divi-
registo civil para a mudança de de as bancadas parlamentares. A
sexo já bateu o recorde. Entre ja- proposta de lei do governo prevê
neiro e setembro deste ano hou- que deixe de ser preciso um rela-
ve, no total, 108 pedidos de mu- tório médico para a mudança de
dança de sexo no registo civil. sexo e nome no registo civil, ad-
Destes, 64 foram de mulheres mitindo que essa hipótese seja
que quiserem ser reconhecidas le- alargada a jovens a partir dos 16
galmente como homens e 44 fo- anos. A legislação que veio per-
ram de homens que passaram le- mitir a alteração de sexo e de
galmente a serem reconhecidos ;\j[\)'((hl\dl[XiXd[\j\of\[\efd\)(._fd\ej\)-/dlc_\i\j nome no registo sem necessidade
como mulheres. de um processo judicial prévio
Este foi o maior número de pe- da que o número de requerimen- nas mudanças de sexo e nome no ram entrada no Parlamento o di- vigora desde 2011, mas só conce-
didos desde 2011, quando houve tos para alterar o sexo tem vin- registo civil. ploma do Governo e os projetos de esse direito a maiores de ida-
79 solicitações de alterações de do a aumentar sucessivamente do Bloco de Esquerda e do PAN. de a quem tenha sido diagnosti-
sexo junto do registo civil. Foi em desde 2015. 8ck\iXƒf~c\`ef]`eXc[fXef Mas os deputados aprovaram cada uma perturbação de identi-
2011 que entrou em vigor a lei so- Quantos aos tratamentos, são Os partidos e o Governo apresen- por unanimidade a descida dos dade de género. Para esse efeito,
bre autodeterminação do género realizados no SNS em Coimbra taram no Parlamento propostas trabalhos à Comissão de Assun- os requerentes devem apresen-
e desde então houve mudança de e no S. João, e também a título de alteração à lei sobre a autode- tos Constitucionais, Direitos, Li- tar um relatório que comprove
sexo e de nome no registo civil de particular. Uma tendência nota- terminação da identidade do gé- berdades e Garantias, sem vota- esse diagnóstico, elaborado por
217 homens e 268 mulheres. da em Portugal é que, ao contrá- nero e a mudança de sexo. Mas, ção, por 90 dias. uma equipa multidisciplinar de
Os números divulgados ao i rio das estatísticas mundiais, há só no final do ano deverá haver Uma vez que, entretanto, os sexologia clínica, o qual deve ser,
pelo Ministério da Justiça, du- mais pedidos por parte de mu- novidades acerca das mudanças trabalhos parlamentares estão pelo menos, assinado por um mé-
rante esta semana, revelam ain- lheres, o que se verifica também na legislação. Esta semana de- interrompidos até depois das au- dico e um psicólogo.

:8E:IF M@JKFJ>FC; DèJ@:8 ALJK@x8

,/2&-ŕ
/x4-Āŕ!,0ŕ
#(0-.#!ŕ -)(0)
#-.)-ŕ)& A greve de juízes marcada para 3
e 4 de outubro foi desconvocada.
J?LKK<IJKF:B

Na terça-feira, a Comissão Eu- Em comunicado, a Associação


ropeia revelou que vai investi- Sindical dos Juízes Portugueses
gar os regimes de atribuição de justifica a opção de cancelar o pro-
cidadania através de progra- testo por considerar que a Assem-
J<I><@JLG@EJBP&8=G

mas de promoção de investi- bleia da República está a mostrar


(,)ŕ'.ŕ mento, que vigoram em cada
Estado-membro. Entre esses re-
uma «abertura clara» para dis-
cutir o estatuto dos juízes. A deci-
ŕ04ŕ'#- gimes estão os vistos-gold. O são surgiu depois de, na última
objetivo é garantir que os regi- terça-feira, o PS ter garantido que
Há mais portugueses a morrerem mes respeitam a lei internacio- iria debater a questão das carrei-
de cancro. A conclusão é do relató-
rio do Programa Nacional Para as
nal. A informação foi avança-
da um dia depois da publicação
&0),ŕ),&ŕ#(.,() ras e aumentos, quando o estatu-
to subir a plenário.
Doenças Oncológicas, apresenta- de uma investigação conjunta Esta semana, o estado de saúde de Salvador Sobral agravou-se e o artis-
do esta quinta-feira no Porto. do jornal britânico The Guar- ta foi internado na unidade de cuidados intensivos do hospital de Santa
Segundo o documento, em 2015, dian e do semanário Expresso, Cruz, em Carnaxide. Recorde-se que Salvador Sobral sofre de insuficiên-
152,2 portugueses em cada 100 mil que revelou que vários empre- cia cardíaca e está atualmente na lista de espera para um transplante de
habitantes morreram devido à sários estrangeiros envolvidos coração. O internamento aconteceu depois de uma consulta de rotina,
I8HL<CN@J<

doença, o que corresponde a um em casos de corrupção obtive- durante a qual o artista foi submetido a uma drenagem de líquidos. Mais
aumento de 0.46% em relação ao ram autorização de residência tarde, o seu estado deteriorou-se, obrigando-o a voltar ao hospital, onde
ano anterior. em Portugal. ficaria internado nos cuidados intensivos.
*- )*J<K<D9IF)'(.

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D@:?8<CCF::@J8EF&8=G

 ŕ
äY`kfj
#&#(ŕ..()/,.ŕ
E%(0))Empresária francesa, her-

  deira do império da cosmética


L’Oréal após a morte de seu pai em
1957, faleceu na passada quinta-fei-
ra, dia 21, vítima de Alzheimer.
Com uma fortuna estimada em
9ilefM\eeZcf cerca de 45 mil milhões de euros,
Yilef%m\eXeZ`f7jfc%gk era considerada a mulher mais
rica do mundo, o que suscitou uma
acesa disputa por causa da sua in-
(0))$)'(.8[\ljXfKflif<eiX`m\Z`[f capacidade. 2007 marcou o início
de um final de vida complicado,
oi a inspiração para um dos ser interrompido ao 13.º round, com a morte do marido. No ano se-

= melhores filmes da história


do cinema relacionados
com desporto – de acordo com a
com Robinson a vencer por KO
técnico enquanto LaMotta se
aguentava amparado nas cordas.
guinte viu-se envolvida num escân-
dalo, com a filha (com quem se re-
conciliaria em 2010) a denunciar o
maioria dos críticos da especia- «LaMotta já não conseguia de- homem com quem Liliane era ca-
lidade. Realizado por Martin fender-se mas nunca foi ao ta- sada, acusando-o de se aproveitar
Scorsese e alavancado numa in- pete, levando a que Robinson da incapacidade da mãe. A magna-
terpretação sublime de Robert o descrevesse como o adversá- te, que era ainda dona de 4% das
De Niro, que lhe garantiu um rio mais duro que já tinha en- ações da Nestlé, tinha 94 anos.
mais que merecido Oscar de Me- frentado», segundo relata a re-
lhor Ator, Raging Bull – Touro vista norte-americana Sports ,,3ŕ(ŕ.(.)(ŕ
Enraivecido em português – ins- Illustrated. E%(0)-Ator norte-americano, de-
pirou-se numa história real: a Esta derrota fê-lo tomar a deci- sempenhou Travis no filme de Wim
história de Jake LaMotta, o Tou- são de deixar os pesos-médios, ca- Wenders Paris, Texas (1984), que
ro do Bronx. tegoria onde foi campeão duran- venceu a Palma de Ouro em Can-
A personagem eternizada por te mais de dois anos, passando nes. Tinha então 58 anos, e foi o seu
De Niro era arrebatadora. Como depois para os pesos-leves – aí, o primeiro papel como protagonista.
o era LaMotta, um dos maiores sucesso foi bastante mais escas- Nascido no Kentucky, filho de um
ícones da história do desporto. so. Decidiu retirar-se de vez da barbeiro e plantador de tabaco e de
Nascido Giacobbe, a 10 de julho competição no final da década de uma cozinheira, foi na universida-
de 1922, cresceu a lutar com ou- 50, com um registo de 83 vitórias :Xjflj\k\m\q\j\k\m\j\`j]`c_fj de que começou a representar e um
tros meninos do Bronx, um dos (30 por ko), quatro empates e 19 professor convenceu-o a abandonar
mais problemáticos bairros de derrotas em 106 combates. gadamente ter apresentado um grandes perdas: o filho mais ve- os estudos para se dedicar ao tea-
Nova Iorque, Estados Unidos, a homem a uma rapariga menor de lho faleceu em fevereiro, vítima tro. Começou uma carreira em
pedido do próprio pai, de modo a onhecido nos primeiros anos idade num dos bares que detinha de cancro do fígado, e o mais 1957, tendo feito muitos filmes e sé-
entreter os vizinhos e ganhar al-
guns trocos necessários para pa-
: da carreira como o Touro do
Bronx, pelo seu estilo agressivo,
– cumpriu a pena, mas nunca ad-
mitiu a culpa. Na sua autobiogra-
novo teve igualmente uma mor-
te trágica – ia a bordo do Swissair
ries antes de atingir a notoriedade.
Viria depois a trabalhar com David
gar a renda de casa. Passou a pu- viria a ganhar também a alcunha fia, descrevia em detalhe a vida 111, avião que se despenhou per- Lynch, tendo participado na recen-
gilista profissional em 1941, com de Touro Enraivecido. E foi esse de crime na adolescência, o tem- to da costa da Nova Escócia, no tíssima série de Twin Peaks.
19 anos, e a rivalidade com Sugar o título da autobiografia que pu- po passado na prisão, os anos de Canadá. Casou sete vezes e teve
Ray Robinson viria a tornar-se blicou em 1970, já depois de se ter boxeur profissional, a relação mais quatro filhas – Christi, fru-
uma das maiores da história dos aventurado no stand-up, na tele- tempestuosa com a máfia e a ob- to do casamento com Vikki, foi <]\d„i`[\j
desportos de combate. visão e no cinema, participando sessão doentia pela segunda es- quem revelou a morte do pai,
em 15 filmes – entre os quais The posa, Vikki. através de uma publicação nas #()&(ŕ0(Tŕŕ
efrontaram-se em seis oca- Hustler, protagonizado por Paul A história de LaMotta chamou redes sociais. )'ŕŕ,)&'TJ)ŕ
; siões. «Lutei tantas vezes
com o Sugar Ray que até me
Newman –, tendo estado também
preso durante seis meses por ale-
a atenção dos executivos de
Hollywood, que depressa o con-
A atual esposa, Denise Baker,
contou à imprensa norte-ameri-
ŕŕ'(#*TJ)ŕ
Fez ontem 155 anos do dia em que
admiro de não ter ficado com tactaram no sentido de a passar cana que o marido morreu num o presidente norte-americano,
diabetes», chegou a ironizar. Ven- para o grande ecrã. Foi assim lar de idosos, vítima de compli- Abraham Lincoln, emitiu uma ver-
ceu apenas uma vez: logo a pri- que, em 1980, surgiu o Touro En- cações decorrentes de uma pneu- são preliminar da Proclamação de
meira, a 2 de outubro de 1943, no raivecido de Martin Scorsese, monia: «Quero apenas que as Emancipação, estabelecendo uma
Madison Square Garden, naque- num dos maiores papéis da car- pessoas saibam que ele era um data para que três milhões de es-
la que foi a primeira derrota da
@ejg`ifl^\iXƒ‘\j reira de Robert De Niro. O ator grande homem, atraente, cravos negros no país fossem liber-
carreira de Sugar Ray. O sexto [\Yfo\lij passou mesmo vários meses a ser doce, sensível, forte, com um tados. É assim que a Guerra Civil
combate entre ambos, com o títu- g\cXi`mXc`[X[\ treinado pelo próprio Jake La- grande sentido de humor e volta a aquecer, tendo rebentado
lo mundial de pesos-médios em ZfdJl^XiIXp Motta, que se recusou a permitir com olhos que dançam. Dan- pouco depois de Lincoln chegar ao
disputa, ficou para sempre conhe- o início das filmagens até sentir çaram até bem perto do fim. poder. A partir deste momento, a
cido como o ‘Massacre do Dia de IfY`ejfe%=`Zfl que De Niro estava apto a desem- Tinha por hábito dizer-lhe divisão entre os estados do Sul e do
São Valentim’ na versão boxe... e `dfikXc`qX[fef penhar na perfeição o papel de que, se ele fosse um americano Norte agravou-se, tendo a questão
o nome diz tudo. LaMotta foi re- Z`e\dXXkiXm„j[\ boxeur profissional. nativo, seria conhecido por da escravatura e do reconhecimen-
petidamente alvo de violentos gol- ‘Os Olhos que Dançam’. Ele ti- to da igualdade de direitos ergui-
pes por parte de Robinson, mas
ldX`ek\igi\kXƒf m 1998, oito anos depois de nha os olhos mais nítidos e do uma linha que, apesar dos mui-
recusou-se terminantemente a ir jlYc`d\ < ter sido indicado para o ‘Hall amorosos». Olhos que se fecha- tos avanços em termos de direitos
ao chão. O combate acabou por [\IfY\ik;\E`if of Fame’ do boxe, sofreu duas ram para sempre aos 95 anos. civis, ainda hoje se sente.
NNN%JFC%GK *.

Fg`e`f  ŕ 


  I

8^l\iiX]i`XZfek`elX FCX[f9[fGI<:
gfiflkifjd\`fj a terceira vez que me refi- Sobre a coragem, o que se co-

ma foto recente de Vladimir as operações financeiras, particu- y ro a um livro. Desta vez, ao


Quando Portugal Ardeu
nhece é que perseguiu implaca-
velmente comunistas prestigia-

L Putin em pose num despor-


to radical retrata a determi-
nação do senhor do Kremlin quan-
larmente as impressionantes For-
ças Armadas russas em acelerada
modernização.
(Oficina do Livro), de Miguel Car-
valho, uma obra de 560 páginas,
apresentada como «um retrato
dos, para chegar a secretário-
-geral.
Sobre a coerência, estamos
to ao retorno da eterna e histórica Quanto ao ‘músculo’ militar, o se- do Lado B da Revolução». Mas conversados. O PCP entrou no
postura hegemónica do Estado rus- nhor do Kremlin tem exercido in- bastaria ler a apologia do Avan- século XXI a defender a carti-
so, através da exibição de uma po- tensa e calculada pressão militar te!, de 25 de maio, para perceber lha soviética, que Khrushchev
lítica agressiva, centrada em dois em duas áreas geoestratégicas e que este é mais um livro escrito banira em 1956, no célebre Dis-
vetores principais de matriz ideoló- geopolíticas em que tenta enfraque- a partir do ‘Lado A’, o lado dos curso Secreto em que denun-
gica totalitária. 8EKäE@F8CD<@;8KFDy cer os EUA e a Europa. que sempre tiveram voz. ciou os crimes de Estaline. Se
Por um lado, a sempre rentável GIF=<JJFI;FLKFI Nas fronteiras asiáticas do seu O ‘Lado B’ só será conhecido no a humanidade só tivesse tido
arma política e económica de efei- :8K<;IÝK@:F imenso território, e numa manobra dia em que seja publicada uma ‘coerentes’ deste calibre, ain-
tos múltiplos, baseada num quase de ataque estratégico em pinça, su- investigação séria sobre o proces- da estaria na Idade da Pedra,
monopólio do fornecimento de pe- trema agressividade e provocató- porta sem restrições o expansionis- so de sovietização de Portugal, porque jamais abdicariam dos
tróleo e de gás à Europa Central. rias para evidenciar quem manda mo chinês sobre todo o Mar da Chi- que foi posto em marcha em dogmas.
Por outro, a tradicional exibição de na região. Servem de exemplos a na, com a Coreia da Norte a repre- nome do combate ao capitalismo. Sobre a inteligência, os resul-
força bruta, quando decide osten- imposição de embargos comerciais sentar a clássica manobra de É essa a história que está por fa- tados eleitorais não abonam a
tar mísseis, aviões e canhões atra- à Geórgia, Moldova, Ucrânia e aos diversão ao ameaçar bombardear zer. O que se publicou até
vés das suas Forças Armadas ou Estados da região do Báltico. o território americano de Guam. hoje são, na maior parte,
sob a camuflagem de forças espe- Em simultâneo, nas suas oscilan- descrições descontextua-
ciais militares de segurança (priva- utilização da energia como tes fronteiras ocidentais europeias, lizadas -- escritas, ora com
das, esclarecem eles!). Estas muito
mais rentáveis, porque mais difu-
8 uma arma por parte de Putin
constitui apenas a face visível de
vai mantendo a NATO e a UE em
sobressalto, executando multiface-
inspiração romântica, ora
com objetivos panfletá-
sas e redundantes, atuando na uma súbita dureza de atuação rus- tadas manobras estratégicas calcu- rios, para defender uns e
Ucrânia, na Síria ou a partir do en- sa que atinge todo o aparelho da ladas. Manobras essas resultantes atacar outros. Mas o publi-
clave de Kalininegrado. multiforme Rússia. Com o parla- do emprego de estratégias indire- cado tem um elemento co-
mento neutralizado, a televisão sob tas que visam distrair os ocidentais mum: o branqueamento
uanto à flexão do ‘músculo’ férreo controlo estadual, a impren- dos seus ataques diretos contra ob- da ação do Partido Comu-
H energético, Putin acredita que
este setor constitui uma poderosa
sa amordaçada e as regiões autóno-
mas incapazes de exercer o seu pró-
jetivos precisos e de há muito deli-
neados: sobre os Países Bálticos a
nista, de Álvaro Cunhal e de Vas-
co Gonçalves, mais os seus gover-
88lkf\lifgX]Xq$d\
i\Zfi[XiXJfi\]Xd\#
arma com a qual espera restaurar prio controlo regional, a presidên- norte e sobre o domínio do Mediter- nos provisórios. J`[\ili^`X#C`jeXm\¿
a grandeza perdida da antiga União cia russa conseguiu concentrar em râneo oriental, da Síria e do Irão a
Soviética (URSS) através da pres- si todo o poder, com o Kremlin a sul; enquanto inexoravelmente vai iga-se a verdade: não perde-
são exercida sobre as desunidas de-
mocracias ocidentais e da ameaça
controlar os gigantes económicos e completando o cerco à Turquia, ex-
plorando o insucesso da sua inte-
; ram tempo. Logo no dia 26
de abril, já estava em ação a úni-
de poder fechar em qualquer altu- gração europeia. ca força política hierarquizada favor de uma condução esclare-
ra o fornecimento destes produtos que existia no país, treinada em cida do partido.
estratégicos aos países centrais da exercício da pressão assimétri- anos de clandestinidade. Sobre a beleza... Não me atre-
União Europeia (EU) e da NATO.
Glk`eljXf]fie\Z`d\ekf
F ca sobre a América e os países Não lhe foi difícil embalar ofi- vendo a discutir gostos, dei-me
Sempre que os novos Estados euro- europeus consiste em mantê-los ciais, sargentos e praças, em es- ao trabalho de pôr, lado a lado,
peus independentes, libertos do seu [\\e\i^`X~<lifgX imobilizados, corroídos pelas dife- tado de inocência, colocar-lhes fotografias de Cunhal e Brejnev
jugo, procuram integrar-se na UE \fgf[\i`fd`c`kXiZfdf renças norte-sul e pela ação insidio- cravos nas mãos e exibi-los em e concedo: o nosso comunista
ou na NATO, logo os dirigentes rus- XidXjgXiXdXek\i sa dos PCs no seu interior, cumprin- desfiles e comícios, para mostrar era mais bonito que o deles.
sos reagem adotando atitudes de ex- \di\jg\`kffFZ`[\ek\ do as estratégias emanadas pelo que o MFA apadrinhava a coisa.
Kremlin, fixando-os em incidentes Enquanto a festa ia na rua, os em esta deambulação pelo
menores que este fomenta. Para en-
tão atacar em força em áreas onde
obreiros do PCP faziam o traba-
lho de sapa, ocupando postos
M passado a propósito do
Quando Portugal Ardeu. Vá-
as opiniões públicas ocidentais em chave na administração públi- -se lá saber porque bulas, lem-
letargia, induzidas pelos media e as ca e nas empresas, enquanto, brei-me do livro, e do PREC, en-
forças de extrema-esquerda por si sorrateiramente, enviavam quanto lia as notícias do que vai
controladas e disfarçadas de ‘lutas para Moscovo os arquivos da PI- pela Autoeuropa.
patrióticas’, provocam a desistên- DE, onde se julgava estar infor- Em 1975, as paragens de pro-
cia dos Governos em intervirem e mação comprometedora para os dução ‘para defender os interes-
exercerem as respetivas políticas adversários políticos. Foram ses dos trabalhadores’ eram de-
externas em regiões sensíveis por anos negros, em que Portugal só fendidas por muita gente, que
onde a Rússia continua a expandir- não foi convertido em mais uma acreditava no que se dizia na te-
-se. Servem como exemplo as suas república soviética porque a levisão. Depois, uma a uma, co-
D@B?8@CBC@D<EKP<M&8=G

intervenções em todo o Médio geografia não ajudava. meçaram a fechar as empresas:


Oriente, na América do Sul e em Sorefame, Cometna, Siderurgia,
África. uando morreu, Álvaro Cu- Lisnave, a maior parte do Grupo
O testamento do Czar Pedro o
Grande parece prestes a cum-
H nhal foi incensado como
um político corajoso, coerente,
CUF…
É este, e não outro, o retrato
prir-se! inteligente e... belo! do Lado B da Revolução.
*/ )*J<K<D9IF)'(.

Fg`e`f
8jZXg\cXj[fJ`c†eZ`f
\E%Ji%±[X?ld`c[X[\#\d9iX^X(
uando olhamos para as =<IE8E;FD8KFJIF;I@>L<J construção de um espaço sa- a partir desta relação essencial cosmos, numa espécie de unifica-

H duas obras projetadas pe- 8EKIFGäCF>F%@EM<JK@>8;FI 8 grado, de um Templo, sendo y entre macrocosmos e microcos- ção do real. Um espaço delimitado
los arquitetos Cerejeiras EF:@:J%EFM8 <;@I<:KFI obra de imanência, reflete e pro- mos, tão imanente no projeto de ar- pelas geometrias da verticalida-
Fontes ficamos com a nítida im- ;FC8?9 jeta-se como a habitação da quitetura, que se estabelece uma re- de e do silêncio, pela luz que ras-
pressão de estarmos num univer- eternidade. É na experiência do lação de reunificação dos espaços. ga a parede e cai docemente no
so arquitetural que marca um nosso modo de ser, e também no O interior da nave suspensa chão, epifania do divino revelado.
sentido de mudança e de trans- modo de perceber, que a relação transporta-nos para uma dimen- Uma luz de mármore corta a
gressão, pela introdução de uma za e a cultura, entre a matéria entre espaço e rito se aprofun- são interativa entre mundos es- nave na vertical, celebrando a hie-
nova forma poética que rompe e a forma». Uma diversidade de da numa procura da vivência senciais à perceção ordenada do rofania que delimita este espaço e
com os códigos que vinham do códigos e de símbolos marcam o espiritual no interior das duas o consagra como lugar de oração.
modernismo, do pós-modernis- espaço e dão sentido poético-reli- capelas diferentes em escala e O sagrado é desta forma percebido
mo ou do neoplasticismo. gioso à estátua de N. Sr.ª da Hu- forma, mas tão próximas em como separado, distinto, isto é, es-
Já não estamos na apologia de mildade, sentada com a coroa na corpo e espírito, em ordem e or- tendendo-se pelo espaço e, ao mes-
uma arquitetura moderna ou mão na primeira fila de assentos ganização, em unidade e con- mo tempo, encerrado no espaço.
pós-moderna tout court, mas pe- dispostos na nave. Estes assentos, templação. Estamos perante um
Kf[ff\jgXƒf[Xj
rante a afirmação de uma arqui- colocados de lado, desenham uma lugar que ordena todas as coi-
ZXg\cXj„g\ejX[f\ 1 Este texto tem como base um
tetura pós-contemporânea de espécie de coro diante do altar – sas, que dá sentido ao mundo. Zfejkilˆ[f\d]leƒf conferencia proferida no Seminá-
grande sensibilidade na forma constituído por uma grande pe- Um lugar onde os homens e as [\ldXkfgf^iX]`X[f rio Menor de Braga, na Abertura
como celebra os materiais na sua dra de granito horizontal, per- divindades conquistam a sua jX^iX[f#fe[\Zfigf do Ano Nacional da Faculdade de
incorporação poética, e como or- pendicular à verticalidade do transparência e a sua mundivi- \clq\mfZXd\jjXm`X$ Teologia da Universidade Católi-
ganiza os volumes e desenha os mármore e da luz. dência. ^\dXkiXm„j[fk\dgf ca Portuguesa, junho de 2017.
espaços em função de uma hiero-
fania espacial.

s duas capelas têm plantas di-


8 ferenciadas, uma retangular
e a outra em elipse. Estamos pe-
rante dois invólucros: de um lado,
uma vasta nave, estreitada por
uma outra, suspensa e fixa na-
quela, para melhor a sustentar
nos seus arcobotantes; do outro
lado, uma pequena concha em
madeira, em repouso no interior
de um vasto paralelepípedo de pe-
dra escura.
Todo o espaço é pensado e cons-
truído em função de uma topo-
grafia do sagrado, onde corpo e
luz evocam essa viagem através
do tempo, que nas palavras de
Rimbaud nos remete para uma
nostalgia do paraíso perdido,
quando nos questiona dizendo
que «a vida está noutro lugar».
Todo o espaço sagrado é a evoca-
ção do paraíso perdido, onde re-
cordar é reencontrar essa luz di-
vina e clara de um tempo primor-
dial expresso na metáfora do
bosque que serve de entrada
numa das capelas.

stamos também perante a


< construção de um objeto
atuante, isto é, de um espaço que
se organiza pela ação, pelo gesto,
pela palavra em função de uma
celebração que envolve todos os
participantes.
Eugenio Trías considera que
«a arquitetura e a música se si-
tuam no limite entre a nature-
NNN%JFC%GK *0

Fdle[fef]lklif1
[\df^iX]`X
e pudéssemos imaginar o G<;IFA8E<@IF
J mundo no futuro, como se-
ria? No cinema e na literatu-
ra, muitos autores aventuraram-se a
<:FEFD@JK8

dial. Na Ásia, a população deverá


imaginar e a descrever o amanhã. atingir os 5,3 mil milhões, um au-
Mas o futuro está já a tomar forma, mento de 20% face a 2015. No conti-
e podemos assistir a parte dessas nente americano, a população deve-
transformações no nosso dia-a-dia. rá crescer aproximadamente 22%,
Aos conjuntos de transformações com especial destaque para a Amé-
com um mesmo padrão (ou direção) rica Latina, que atingirá quase 800
damos o nome de ‘tendências’, e a milhões de habitantes. A Oceânia
tendências mais consistentes e pro- crescerá 46%, mas a Europa dimi-
longadas no tempo damos o nome nuirá em 4% a sua população.
de ‘megatendências’. E é pelas me- No futuro, em que as pessoas com
gatendências que é possível prospe- mais de 60 anos representarão 21%
tiva o mundo no futuro e ponderar do total, e em que a Europa assisti-
o impacto que determinadas trans- rá ao início do declínio da sua popu-
formações terão nas nossas vidas. lação, é esperada uma alteração si-
Este primeiro artigo é dedicado gnificativa da paisagem demográfi-
à demografia no mundo, um dos te- ca mundial. A idade média passará
mas mais documentados mas si- dos 30 para os 36 anos, e até em Áfri-
multaneamente inesgotáveis. ca, o continente mais jovem de todos,
subirá dos atuais 20 para 25 anos.
crescimento da humanidade 
F tem originado múltiplos desa- população do Planeta conti-
fios à sustentabilidade ambiental, 8 nuará a aumentar mas irá en-
pelo maior consumo de recursos, velhecer.
maior esgotamento dos solos, maior E esse envelhecimento trará inú-
emissão de poluentes e maior desflo- meros desafios para a nossa socieda-
restação na natureza. O equilíbrio da de, particularmente na área da saúde:
nossa biodiversidade está em risco e a saúde mental e o desenvolvimento
inúmeras espécies animais e vege- do cancro ou de outras doenças civi-
tais enfrentam a extinção iminente. lizacionais, como a diabetes, poderão
A pressão do crescimento da huma- colocar em causa a qualidade de vida
nidade irá manter-se até quando? de dezenas de milhões de idosos em
Em 2015 o mundo atingia um pa- todo o mundo, assim como pressio-
tamar populacional nunca antes vis- nar os gastos em saúde.
to: 7,4 mil milhões de seres huma- É também uma oportunidade
nos habitavam os nossos continen- para a inovação tecnológica e cien-
tes. A Ásia contribuía com cerca de tífica proporcionar novos tratamen-
4,4 mil milhões (perto de 60% da po- tos e novas condições de bem-estar,
pulação mundial), a África com cer- como a evolução das neurociências
ca de 1,2 mil milhões, a Europa com ou a assistência robótica aos idosos,
738 milhões, a América do Norte proporcionando-lhes maior quali-
com 358, a América do Sul com 634 dade de vida e maior autonomia.
e a Oceânia com 39 milhões. Esta é também uma oportunidade
para o desenvolvimento económico
m 2050, a megatendência demo- e científico de Portugal. Se o enve-
< gráfica aponta para uma alte- lhecimento da população é uma me-
ração de paradigma. gatendência que irá moldar o nosso
Espera-se que ao longo das próxi- futuro enquanto humanidade, en-
mas três décadas o mundo atinja os tão Portugal – que já tem trabalho
9,7 mil milhões de habitantes. Um desenvolvido no tema e é um dos
número impressionante, se atentar- países mais envelhecidos do mundo
mos que apenas no início do século – deverá continuar a investir nesta
XIX o mundo atingiu o patamar das área, posicionando-se como um dos
mil milhões de pessoas. principais players mundiais em ser-
A evolução esperada entre 2015 e viços prestados à população idosa.
2050 mostra-nos que o continente Desenvolvendo a aposta nas neuro-
africano pode mais que duplicar a ciências, nos cuidados continuados
sua população, atingindo os 2,5 mil e na geriatria, atraindo idosos de
milhões de habitantes, representan- todo o mundo para aqui receberem
do cerca de 26% da população mun- cuidados de saúde.
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Daí a tornar-se o fotógrafo das ce- True Blue foi feita à uma da tar- que ele as compreendia e isso
8d`^f[\DX[feeX#I`Z_Xi[>\i\ lebridades foi um passo. Retratos de, com uma luz incrivelmente deixava-as confortáveis». Ales-
\9fn`\#?\iYI`kkj(0,)$)'')  de figuras como Michael Jackson,
Madonna, David Bowie, Jack Ni-
forte», conta Alessandra Mauro.
Madonna foi apenas uma das
sandra Mauro complementa: «To-
das as celebridades dizem que
]f`]fk^iX]f[\df[X\[\Z\c\Yi`$ cholson, Julia Roberts, John Tra- muitas celebridades que Ritts foto- ele era uma pessoa sempre de
[X[\j%8jjlXj`dX^\ejXgi\kf\ volta ou Elizabeth Taylor feitos pelo
norte-americano podem ser vistos
grafou ao longo da vida – foi ele, por
exemplo, que fez as primeiras foto-
bom humor, muito simpática».

YiXeZfgf[\dj\im`jkXj\d:XjZX`j% no Centro Cultural de Cascais até grafias da cantora depois do seu ca- Df[Xj\d]lk`c`[X[\
janeiro de 2018. samento com Sean Penn, em 1986. Filho de um empresário e de uma
udo começou com um sua máquina fotográfica e pediu a A exposição é comissariada por «Quando Madonna fez o primei- decoradora de interiores, Herb Ritts

K
pneu furado. Richard Gere para fazer algumas fotos. Alessandra Mauro, que se apaixo- ro filme, Desperatelly Seeking Jr. nasceu em 1952 «num ambien-
Gere e o seu amigo Atrás do ator, via-se o Buick levan- nou pela arte de Ritts quando viu Susan, o Herb foi contratado te muito bom», explica Alessandra
Herb Ritts viajavam tado para trocar o pneu. «O Ri- uma exposição da sua obra na fun- para fazer fotografias para o car- Mauro. O bairro de Brentwood,
numa estrada de San chard precisava de novas fotos dação Cartier, em Paris, em 1999, e taz do filme», explica Considine. onde vivia a sua família, era um dos
Bernardino, Califór- porque tinha um filme a sair», conta com um pouco mais de uma «Desde aí ficaram amigos mui- mais elegantes dos arredores de Los
nia, quando o carro da namorada continua Considine. «Mandaram centena de fotografias. O título – to chegados». Angeles – ainda hoje é o local de re-
do ator, um Buick, ficou com um a imagem para as revistas, e de Herb Ritts. In Full Light (Em Ple- Qual o segredo de Ritts para con- sidência de muitas celebridades (foi
pneu em baixo. «Na altura o Herb repente houve uma, duas, três na Luz) – «foi escolhido porque a quistar a confiança das celebrida- ali, também, que se deu o crime de
estava a começar a fotografar e revistas importantes que a esco- esmagadora maioria das ima- des? «Tendo crescido em Los An- homicídio pelo qual O. J. Simpson,
o Richard Gere estava também lheram. Um dia, o Herb recebe gens feitas por Herb Ritts pre- geles, ele conviveu sempre com antiga estrela de futebol america-
no início da sua carreira de uma chamada a dizer: ‘Vimos a sentes nesta exposição foram fei- esse meio, não ficava nada inti- no, está preso).
ator», explica Frank Considine, o sua foto do Richard Gere, pode tas com luz natural», explica a cu- midado com as celebridades», Herb estudou História da Arte
homem que durante vários anos re- vir amanhã fazer um trabalho radora italiana. «Isso é algo muito nota Considine. «O Herb era ma- no Bard College, em Nova Iorque, e
velou as fotografias de Ritts na câ- para nós?’». especial em Herb Ritts e muito ravilhoso a lidar com os outros, regressou a Los Angeles. «Ele sem-
mara escura. Os dois amigos encos- De um momento para o outro, diferente do que outros fotógra- conseguia fazê-los sentirem-se pre se interessou por fotografia
taram numa estação de serviço Herb Ritts, que nem era fotógrafo, fos de moda fazem. É inacredi- muito à vontade, e sabia tirar o mas não penso que de início pen-
para resolver o problema e, en- entrou para a ribalta e começou a tável pensar que a imagem de melhor de cada um. As pessoas sasse tornar-se um fotógrafo pro-
quanto esperavam, Herb sacou da ser solicitado por revistas de moda. Madonna na capa do álbum que lhe pediam retratos sabiam fissional», diz a curadora. «Mas
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aos poucos e poucos experimen- ções de moda que essas revistas lhe moda, Ritts criou imagens intem- fotografias são muito simples, raparigas é incrível, porque se
tou e foi bem-sucedido». O retra- encomendavam, na sua maioria a porais, despojadas e quase escultó- muito clássicas e apuradas, ele vê a glória da beleza, mas ao
to de Gere na estação de serviço fez cores, o fotógrafo fazia sempre al- ricas. «Se tirarmos os títulos, a não precisava de truques. Mui- mesmo tempo percebe-se como
o resto. «Quando se tornou fotó- guns disparos para si, a preto e sensação de tempo está quase tas foram tiradas no terraço do essa beleza é frágil e passageira.
grafo, ficou famoso muito cedo. branco. «Mesmo que estivesse a ausente das imagens», nota estúdio do Herb, com fundos Representa a fragilidade da be-
O seu toque e o seu estilo foram realizar um trabalho para uma Frank Considine, numa altura em muito simples, como o céu. Não leza e a fragilidade de uma épo-
desde logo apreciados por mui- revista, a sua abordagem era que ainda falta colar as legendas da havia distrações. Ele conhecia ca de ouro».
tas grandes revistas, como a Vo- sempre como se estivesse a fazer exposição na parede. «Podiam ter muito bem a luz, mas também Pode resultar perturbador que
gue, a Esquire, a Elle e outras». fotografias para si próprio», des- sido feitas nos anos 30 ou hoje», conhecia a sombra». O deserto tantas das personalidades retrata-
Mesmo quando fazia as produ- creve Considine. «As imagens ar- concorda a curadora italiana. dos lagos secos em Los Angeles era das por Herb Ritts tenham já mor-
tísticas eram sempre a preto e Este traço foi aliás explicado pelo outro dos seus cenários favoritos. rido – Bowie, Seymour Hoffman e
 branco». próprio criador. «A minha foto- Uma das exceções ao uso da luz Michael Jackson são apenas três
Com as receitas que resultavam grafia centra-se nesta interroga- natural é, curiosamente, um dos exemplos. Dois dos retratos mais
Ê8]fidXZfdf de ser um profissional altamente ção: como expor o corpo huma- ícones de Ritts – e até de toda uma impactantes são precisamente de
ZXgkXfj desejado, Herb Ritts começou tam- no de uma maneira atual? Não época. «Este é o grande ícone dos dois atores já desaparecidos: Chris-
bém a colecionar os mestres da fo- me interessa idealizar o corpo anos 80, a fotografia das cinco topher Reeve (o Super-Homem) na
fc_Xi\j[Xj tografia americana e europeia. «Se humano […] prefiro expor a sua supermodelos – é das poucas da super-sofisticada cadeira de rodas
iXgXi`^Xj„ vir com atenção todas estas ima- universalidade e aptidão para exposição que não foram feitas a que ficou preso depois de uma
gens e for a seguir ver a exposi- transcender o tempo», escreveu com luz natural, porque foi tira- queda de cavalo e Elizabeth Taylor
`eZiˆm\c#gfihl\ ção, consegue reconhecer nal- Herb Ritts. «Gostaria de criar da em casa do Herb Ritts», escla- depois de uma operação à cabeça,
j\m†X^ci`X guns casos a fonte de inspira- imagens que, passados 100 anos, rece Mauro, sobre a foto que junta com a cicatriz bem à mostra. «Tem
[XY\c\qX#dXj ção», considera Mauro. Outra fonte
de inspiração terá sido a própria
não ostentem o mínimo sinal de
envelhecimento».
Stephanie Seymour, Cindy Cra-
wford, Christy Turlington, Tatjana
aqui alguém que está a sofrer
muito», afirma a curadora. Em
g\iZ\Y\$j\ História da Arte, em particular a O despojamento resultava tam- Patitz e Naomi Campbell. «É uma certo sentido, é o oposto das quali-
Zfdf\jjX grande tradição ocidental do nu. bém de dispensar «todo o tipo de imagem muito simples e ao mes- dades celebradas por Herb Ritts.
Talvez por isso as suas fotografias adereços ou acessórios», como ex- mo tempo tem uma composição Mas se a juventude já se foi, a bele-
Y\c\qX„]i}^`cË sejam tão clássicas. A partir do plica o antigo responsável pela re- complexa, muito dinâmica. A za também está lá, a par do drama,
mundo saturado de futilidade da velação das fotos de Ritts. «Estas forma como capta os olhares das do estoicismo e da dignidade.
+) )*J<K<D9IF)'(.

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ŕ J}Y%#(,_''#JgfikKM*  ŕ
K\XkifK`mfc`99M8#Co 8k„*[\[\q\dYif O excelente início de temporada do Man- J}Y%#(/_(,#JgfikKM(
Silêncio com barulho. :%G%=%$:X[\`X[XI\cXƒf[fGfikf chester United, na segunda época sob o co- Jorge Jesus terá a pos-
Stand up sem conver- Dois fotógrafos, o português Luís Barbosa mando de José Mourinho, vai ser posto à sibilidade de igualar
sa. Teatro sem palavras. Tape Face tem de e o suíço Peter Schulthess, entraram em sete prova numa deslocação difícil. Cédric é uma série vitoriosa que não acontece nos
ser visto para ser acreditado. prisões nacionais, de câmara em punho. uma das figuras da equipa da casa. leões desde 1990/91.

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ŕŕ  ŕ þŕ ŕ K\i%#(0_+,#IKG
8k„)/[\flklYif 8k„*'[\j\k% J}Y%#)'_*'#9KM A entrada portista na Liga dos Campeões
K\Xkif[XGfc`k„Ze`ZX%C`jYfX :Xjk\cf[\JfAfi^\#Co Depois de duas derro- não correu da forma esperada. Depois do
No centro da trama está uma família que Confronta a imagem tas consecutivas, o te- desaire caseiro perante o Besiktas (1-3), os
enriquece rapidamente – e, rapidamente que se tem do primeiro rei – que herdou o tracampeão tem nesta ronda uma excelen- dragões enfrentam agora o renovado Mó-
também, se vê caída em desgraça. Condado quando era apenas um menino. te oportunidade para voltar ao rumo certo. naco de Leonardo Jardim.

 ŕ þŕ  ŕŕ ŕ  ŕŕ ŕ   ŕŕ ŕ
J}Y%))_*'\''_'' ;fd%)'_'' HlX%#(0_+,#JgfikKM( HlX%#(0_+,#JgfikKM,
?fk:clY\#C`jYfX :cXljkifj[fDfjk\`if[fjA\ie`dfj Um dos grandes jogos que esperam os leões Tal como o FC Porto,
Este grupo surgiu por A abertura da Temporada 2017/2018 tem nesta fase de grupos da Liga dos Campeões. também o Benfica ba-
iniciativa de Gonçalo como artistas convidados o compositor As duas equipas entraram a vencer na com- queou em casa na pri-
Marques, que teve a ideia de juntar músicos Magnus Lindberg e o violoncelista Pavel petição e o poderio blaugrana, com Messi meira ronda. Mas Rui Vitória prometeu ir
com quem tinha colaborado. Gomziakov. em grande forma, terá de ser contrariado. buscar esses pontos fora...

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J}Y%))_''@KM:) E\k]c`o ŕ ;\?Xcc`\D\p\ij$
Julieta está prestes deixar Madrid para viver Após a morte, a ego- ;\G\[ifG`e_f $j_p\i
em Lisboa, mas um encontro fortuito com cêntrica Eleanor Shell- Um grupo de operá- Dizem que não se
uma amiga da filha, com quem não fala há strop chega ao Lugar rios percebe que a deve regressar ao lu-
mais de 10 anos, leva-a a desistir. Começa en- Bom por engano. Decidida a ficar, tenta administração está a roubar máquinas e gar onde se foi feliz, mas é exatamente
tão a escrever uma carta à filha. tornar-se uma pessoa melhor. matérias- primas da sua própria fábrica. isso que Alice faz quando se separa do seu
Ao decidirem organizar-se para proteger marido. Regressa a Los Angeles e rapida-
  ŕ  ŕ os equipamentos, os trabalhadores são mente tem uma casa nova, um novo tra-
;fd%(+_*'@ )±$]\`iX))_(,@8OE forçados a permanecer nos seus postos balho, e a certeza de não querer ter um
?fccpnff[ Emily Byrne, uma agente do FBI que desa- sem nada. novo namorado.
Marmaduke é um cão parece sem deixar qualquer rasto quando
que tem uma boa vida, perseguia um perigoso serial killer de Bos-  Āŕŕ IĆŕ
mas ambientar-se aos seus novos amigos de ton, reaparece subitamente seis anos mais ŕw ŕ ;\;Xii\e
e potenciais romances nem sempre é fácil. tarde. ŕ 8ifef]jbp
;\DXkk_\nMXl^_e A relação de um casal
  ŕ Āŕ ŕŕ  ŕŕ Quando a base dos é colocada à prova
ŕ ŕ E\k]c`o Kingsman é destruída e o mundo mantido quando recebem hóspedes que não convi-
E\k]c`o As aventuras da famí- como refém, estes vão descobrir uma ou- daram e que interrompem as suas tranqui-
Testemunhe a súbita ascensão política de lia Tanner continuam: tra organização de espionagem nos EUA las existências.
Emmanuel Macron, que sobreviveu a uma DJ Tanner-Fuller par- chamada Statesman, fundada na mesma
dura campanha eleitoral para se tornar no tilha a sua casa com a irmã Stephanie e a ami- altura.
mais jovem presidente da história de França. ga, e juntas as três educam os seus três filhos.

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'ŕ #&'ŕŕ)*,6,#)-
<Zfd\c\j#gXiX\c\j%8 lo a que estávamos a assistir ao
JX`i[fÊc`ofË¿
d\`f ZXd`e_f \eki\ X longo do processo de prepara-
ção era de tal maneira forte que oi enorme o foguetório do be – desde que não lhe estra- nancial Crisis Inquiry Commis-
]`Zƒf#f[fZld\ek}i`f\
fdlj`ZXc#88=}Yi`ZX[\
EX[X#]`cd\Xjj`eX[fgfi
não podíamos simplesmente
construir uma ficção em cima
do que estávamos a ver», conta-
= Governo socialista e o dos
seus parceiros de coliga-
ção para celebrar o facto de uma
guem o controlo sindical, a sua
grande trincheira.
A boa notícia teve, ainda, o
sion – FCIC sobre as ‘Big Three’.
«As três agências de notação
de crédito [Moody’s, Standard &
G\[if G`e_f# Z_\^fl va-nos Pedro Pinho numa conver- das agências de notação interna- condão de esbater os efeitos do Poor’s e Fitch] foram elemen-
X^fiX~jjXcXj% sa por Skype quando estava pres- cional ter decidido retirar Por- vendaval deste Verão, que pôs a tos fundamentais da crise fi-
tes a estrear em Cannes, na para- tugal do ‘lixo’ onde, precisamen- nu graves incompetências, des- nanceira. […] Os investidores
Era o início de 2014 quando a pro- lela Quinzena dos Realizadores, de te, outro Governo socialista o co- de a Administração Interna à confiaram nelas, muitas vezes
dutora Terratreme foi dar à Povoa onde voltou com um prémio FI- locara em 2011. Defesa Nacional. cegamente […]. Esta crise não
de Santa Iria, em Vila Franca de PRESCI, atribuído pela crítica. «O Pelo meio, durante quatro pe- poderia ter acontecido sem as
Xira. Havia uma fábrica para se fa- filme foi adaptado à nossa reali- nosos anos, Pedro Passos Coelho erante a sucessão de episó- agências de rating».
zer – ou para se salvar, num ensaio
ficcionado de uma experiência de
dade, muito adaptado».
Daí que seja esta a história de
teve a ingrata missão de limpar
a casa, da qual António Costa se
G dios patéticos, até saiu do
prime time a indecorosa novela
Claro que mais vale sermos
beneficiários das ‘dinâmicas es-
gestão coletiva numa empresa que uma fábrica de Vila Franca de Xi- apropriou, da forma que se sabe, da Caixa, depois da falhada co- peculativas’ do que despejados
se adivinha que vai fechar. Falta- ra que acabou por fechar mesmo, em 2015, graças à partilha de po- missão parlamentar, por acção no ‘lixo’. Mas convirá não criar
vam os operários, que este não se- já depois de terminada a rodagem, der com os inimigos da véspera. concertada das esquerdas. ilusões e muito menos agravar a
ria filme para se fazer com atores. e que boa parte dos seus protago- É verdade que «a política é a Ora, seria útil temperar a his- despesa do Estado, que o PCP e
A ideia partira de Jorge Silva nistas sejam não-atores, num tra- arte do possível», como ensi- teria dos ‘comentadores’ avença- o Bloco cultivam, zelosamente,
Melo, que já em 2005 tinha levado balho coordenado por Carla Gal- nou Bismark, que advertia, con- dos, contrapondo aos excessos al- para servir as clientelas.
ao palco com os Artistas Unidos a vão, uma das atrizes da peça ence- tudo, que «nunca se mente tan- gum realismo.
peça homónima escrita pela holan- nada por Jorge Silva Melo e aqui to como antes das eleições, du- De facto, a dívida
desa Judith Herzberg, mas o filme convidada apenas para isso mas rante uma guerra e depois de pública não ‘arre-
estava então nas mãos de Pedro Pi- que já à beira do início da rodagem uma caçada». Foi certeiro. dou pé’ dos 130,5%
nho, em conjunto com Tiago Hes- se tornaria personagem. «Isto é Em período pré-eleitoral, o PS do PIB, segundo da-
panha, Luísa Homem e Leonor um outro objeto, ainda mais in- precisava de um ‘suplemento de dos do Eurostat re-
Noivo. E pouco havia de sobrar des- terventivo», nota a atriz sobre a alma’ que reabilitasse a confian- ferentes ao primei-
se texto original num filme de três adaptação da peça ao cinema. «É ça das hostes, abaladas desde a ro trimestre, o que
horas para o qual a simples adap- feito com pessoas que viveram ausência do líder em férias en- nos coloca em ter-
tação à realidade portuguesa não com estas histórias ao mesmo quanto Pedrógão Grande ardia ceiro lugar no pódio
bastava. Era preciso entrar nela, e tempo que se rodava o filme. Ad- e os paióis de Tancos eram ‘ali- dos mais endivida-

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a fundo. Operários a fazerem de si miro muito o olhar da Terratre- viados’ de material de guerra, dos da União Euro-
próprios num filme em que a fic- me, um olhar político, crítico. É com destino incerto. peia, acima do do-
ção vai sendo pontuada por excer- esse discurso crítico que me bro do limite fixado
tos documentais, operários a saí- atrai em cada uma das pessoas agência Standard & Poor’s dos 60% do Produto.
rem das personagens e a serem
eles próprios de novo.
da Terratreme. Qualquer coisa
que produzam é um olhar de
8 ofereceu (de bandeja...) a An-
tónio Costa esse novo fôlego, que
Piores do que nós só a Grécia
e a Itália, mas esta com uma ca-
8eke`f:fjkX\jk}
XXgifm\`kXi$j\[X
Operários de verdade então, não que precisamos». ele aproveitou com a girândola pacidade de regeneração que _\iXeƒXhl\i\Z\Y\l
atores para este filme, que havia Da peça, recorda, sobra no filme do costume. Por acaso, foi a mes- não se compara connosco.
ainda de juntar a uma mesa Isabel a cena inicial: o operário – aqui, a ma agência a quem o ‘austero’ Festejar a ligeira melhoria
[fj\lXek\Z\jjfi
do Carmo, Anselm Jappe ou Da- personagem interpretada por Jo- Governo anterior de Passos Coe- numa das notações cheira a pro-
nièle Incalcaterra, o realizador à sé Smith Vargas, que compôs boa lho cortou o contrato com o Es- paganda (combinada com exten-
procura de um filme dentro deste parte da banda sonora do filme – tado, em 2013. sas entrevistas de António Cos-
filme, para uma discussão sobre o ao espelho a fazer a barba. «Um Os mais cépticos diriam que a ta, publicadas com inusitado re- As autárquicas são um teste à
capitalismo e o lugar do trabalho elogio ao início do dia, ao operá- ‘vingança se serve fria’, ao veri- levo e vassalagem). ‘geringonça’ e ao próprio Antó-
nas sociedades contemporâneas e rio que faz a barba de manhã ficar-se que a agência america- nio Costa. Se correrem de feição,
do futuro. para ir para a fábrica e que na ultrapassou, pela positiva, a o meio de tanta bajulação, hão-de querer usá-las como se
«Pensámos o filme de manei-
ra a aproximá-lo da realidade,
aproveita a maravilha da espu-
ma no único momento do dia em
estoica concorrente canadiana
DBRS, que ‘protegeu’ o rating da
E desde o rendido Marques
Mendes, na SIC, ao Bloco, feliz
fossem um plebiscito nacional.
E não são.
quisemos produzir um docu- que se vê ao espelho». República acima do lixo, permi- por estar a levar ‘a água ao seu
mento de verdade, porque aqui- :c}l[`XJfYiXc tindo a Centeno continuar a ba- moinho’, houve ao menos um de- Nota positiva: A Associação Sin-
ter à porta do BCE sem a encon- putado do PCP que veio pôr água dical dos Juízes decidiu anular a
trar fechada. na fervura. greve marcada para Outubro. Fez
Falta ainda saber se as outras Paulo Sá lembrou que Portu- bem. Desde que não seja à custa
duas agências principais, a Fitch gal não pode estar dependente de mais cedências do Governo.
e a Moody’s, que compõem as «dos humores ou dos estados
chamadas ‘Big Three’, alteram o de espírito das agências e, Nota negativa: Num país subme-
veredicto que mantém ainda o muito menos, estar dependen- tido à permanente anestesia do
país na área do chamado investi- te dessas agências e das suas futebol pelos media, querer proi-
mento especulativo. dinâmicas especulativas». Fal- bir os jogos em dia de eleições é
Mas a bondade da S&P já per- tou dizer que a culpa é da nossa uma ideia peregrina, defendida
mitiu à confraria do Bloco beber dependência externa. por um governante. Além de ca-
à saúde das ‘sábias’ políticas do As agências são o que são, lon- ricata, é um atestado de menori-
Governo, sem reparar nas ‘cati- ge de serem insuspeitas de ac- dade passado aos portugueses.
vações’. E ‘comprou’ o silêncio tuações erróneas, conforme Alguns merecem. Mas poupem
;I

F]`cd\]f`[`jk`e^l`[fZfdldgi„d`f[XZiˆk`ZX\d:Xee\j do PCP, que finge que não perce- consta no relatório final da Fi- a maioria!
++ )*J<K<D9IF)'(.

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=FKFJ;I
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 ŕ 
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X]fejf%d\cf7jfc%gk

?fa\#\d@YifoGXib#k\dcl^Xif[\i$ logo, o desafio para um jogo par-


ticular. Wilfird esfregou as mãos
Old Firm, portanto.
Vamos lá ao Old Firm, que é
metros por segundo, que é mais
coisa menos coisa a velocidade
Y`dX`jXek`^f[X_`jki`X[X?ldXe`$ de contente: «Venha de lá o di-
nheirinho!».
assim que os escoceses tratam
carinhosamente o seu antiquís-
da luz – até por ser o primeiro o
clube dos protestantes e o se-
[X[\1IXe^\ij$:\ck`ZyZfdfj\XYiˆj$ O jogo foi frente ao Rangers e simo dérbi. gundo do pároco e acólitos da
j\dfjXjg}^`eXj[\ldifdXeZ\% o Celtic ganhou por 5-2.
Já o Rangers era mais velho.
Para isso, saltamos no tempo
como um gigantesco canguru:
igreja de St. Mary, na East Rose
Street – eram ótimos para o ne-
Nascera em 1873 por iniciativa 1904. gócio local e valiam por uma fir-
ábado, 23 de setem- bes gigantescos como figuras de de um grupo de rapazes de uma Começou por ser uma pilhé- ma comercial.

J
bro. Hoje mesmo, Cecil B. DeMille é algo para pen- zona de Glasgow chamada Gare ria. Melhor: uma caricatura. Old Firm ficou!
pois então. Dia gran- durar para sempre, emoldurado de Loch. No dia antes da final da Taça
de em Glasgow, lá a dourado, na parede branca de Nome de uísque, estarão a pen- da Escócia desse ano, Rangers- 8dfik\[\K_fdgjfe
para o norte da todas as memórias. sar. Bem, afinal sempre estamos -Celtic, claro está, o jornal The Se no primeiro encontro amigá-
Grande Ilha. Ah! Existe lá jogo com mais a falar de escoceses. Scottish Referee publicou um car- vel entre ambos os clubes ti-
Dia de Old Firm. memória.... Não tardariam estes moços a toon no qual se via um velhote nham estado presentes cerca de
Na véspera, ninguém dorme Falo do Old Firm! migrar, instalando-se na zona sul carregando uma caixa de san- dois mil espetadores, as multi-
na Escócia. Rangers e Celtic en- O velho e relho Old Firm! da cidade. duíches com um cartaz dependu- dões não demoraram a aderir ao
contram-se, em Ibrox Park, pelo O dérbi mais velho do mundo Ah! Ponto de ordem na mesa: rado: ‘Patronize the Old Firm – dérbi. E essa final da Taça da Es-
início da tarde. começou a disputar-se no ano de não vale a pena procurarem no Rangers, Celtic Lda.’. cócia de 1904 (o Celtic venceu
Já houve outros: Cadete e Ca- 1888. nome de qualquer dos clubes re- Assim à primeira vista talvez por 3-2) que deu lugar ao Old
pucho, por exemplo. O Celtic acabara de nascer da ferências a Glasgow, ou a Glás- o leitor não perceba o dichote. Firm não foi a primeira entre
Agora há Caixinha, treinador ideia piedosa do irmão Wilfird, gua como se escrevia nos meus Eu explico já aqui ao lado, como Rangers e Celtic. A primeira
do Rangers a viver esta experiên- um marista que se lembrou de tempos da mestra palmatória. a prova dos nove do alfaiate An- data de 1899: outra vitória dos
cia libertária para todos aqueles fundar um clube de futebol para Não se trata nem do Celtic de tónio Silva: o humor da frase es- católicos (2-0).
que se deixam fascinar pelo angariar fundos para ajudar os Glasgow nem do Glasgow Ran- tava na ideia arreigada na Glas- Alguns autores britânicos ga-
grande futebol. mais necessitados. gers. Falamos, isso sim, do Cel- gow dessa época que os jogos rantem que foi em 1909 que a ri-
É um privilégio! Quem diria, não é? O velhinho tic Football Club e do Rangers entre Rangers e Celtic, cuja ri- validade descambou em ódio.
Assistir ao vivo ao enfrenta- Celtic foi uma obra de caridade! Football Club. Por mim, a ordem validade crescera a uma veloci- Havia um ambiente muito ten-
mento clássico desses dois clu- Recém-nascido aceita, desde dos fatores é arbitrária. dade de mais de 300 mil quiló- so antes de se dar início à fina-
NNN%JFC%GK +,

8i`mXc`[X[\\eki\IXe^\ij\:\ck`ZeXjZ\l\d(///

líssima da Taça da Escócia des- São às centenas os episódios e


se ano. Um empate no primeiro os personagens deste romance
jogo dera lugar a um segundo. O chamado Old Firm.
palco foi Hampden Park. Mas talvez haja um persona-
À beira do final dos noventa gem acima de todos os outros:
minutos, persistia novo empate John Thompson.
(1-1) e pressentia-se um prolon- John Thompson foi guarda-re-
gamento turbulento. Subitamen- des do Celtic. Era ainda um ra-
te, os adeptos de um lado e do ou- pazinho de 22 anos quando, num
tro perceberam que a ávida dérbi, em Ibrox Park, chocou
Scottish Football Association ti- com Sam English, avançado-cen-
nha ideias bem diferentes. De tro do Rangers.
olho num terceiro jogo e no en- Decorria a época de 1932-33. A
caixe financeiro subsequente, fratura que sofreu no crânio con-
tratou-se de deixar cair a meia denou-o à morte em poucas ho-
hora suplementar. A paciência ras. English não teve intenção de
do público rebentou como uma o abalroar, mas o choque que a
castanha no forno. Cenas de morte de Thompson lhe provo-
pancadaria multiplicaram-se pe- cou fê-lo abandonar o futebol.
las bancadas. No início, adeptos Quanto aos adeptos do Celtic, ve-
contra polícias. Em seguida, neram Thompson com um fantas-
uma confusão generalizada. ma amigo que os visita. E cantam,
O povo ordenou em Glasgow durante os Old Firm: «So come
como em Grândola, no tempo all you/Glasgow Celtic/Stand
em que o Carrajola matou Cata- up and play the game/For
rina Eufémia! between your post/There stands
Não houve terceiro jogo. Mas, a ghost/Johnny Thompson is
pela única vez na história, a Taça his name».
da Escócia não foi atribuída. Mais escocês era impossível…
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8afieX[X.[XC`^XXgXi\ekXj\ildd\ifgi$ periclitante, recebe o Paços de Fer- ting-Barcelona na quarta), no ho-


reira, no que aparenta ser a ocasião rizonte está já a ser projetada a jor-
$]fidXgXiXfjZXe[`[XkfjXfkˆklcf%Fjm\i[X$ ideal para retomar o trilho das vitó- nada 8, que poderá causar a pri-
[\`ifj[\jX]`fjjli^\d[Xhl`XldXj\dXeX% rias, depois de três jogos consecuti- meira grande onda da temporada.

G8KI@:@8;<D<CFDFI<@I8&8=G
vos sem ganhar (CSKA de Moscovo O Sporting-FC Porto, onde estará
O início de campeonato verdadeira- se iniciou nesta sexta-feira (a rece- para a Liga dos Campeões, Boavis- em jogo a liderança, é natural-
mente avassalador de FC Porto e ção dos dragões ao Portimonense já ta no campeonato e Braga, na Luz, mente o cabeça-de-cartaz da pró-
Sporting – seis vitórias em seis jor- decorreu após o fecho desta edição, para a Taça da Liga). xima ronda, mas a visita do Ben-
nadas, algo que só se verificou de for- enquanto o Sporting se desloca este Como tal, e apesar de haver fica ao terreno do Marítimo, a
ma repartida duas vezes nos 83 anos sábado a Moreira de Cónegos). E competições europeias a meio da equipa sensação da temporada,
de história da prova – terá, teorica- também o tetracampeão Benfica, a semana (Mónaco-FC Porto na ter- também pode mexer – e muito –
mente, continuidade na jornada que protagonizar um início bem mais ça-feira; Basileia-Benfica e Spor- com as contas do campeonato. Jgfik`e^`dgXi}m\ceXC`^X

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ŕ-.,/./,ŕ ouve um dia em que os cos terem esmagado as ruas de plo para aqueles que se opuse-

ŕ(,ŕ(ŕ /4 ?
tanques soviéticos entra- Praga, houve uma súbita oposi- ram ao barulho sinistro das la-
ram na Checoslováquia. ção passiva. gartas dos tanques soviéticos es-
Esse dia foi terrível para um ho- As pessoas faziam-se tolas magando o empedrado matemá-
mem chamado Emil Zatopek. como o Valente Soldado Shveik. tico da Ponte Carlos.
Há checos admiráveis. Por Se um soldado soviético per- «Há mais igrejas em Praga
;`i`^\ek\jXXkXZXi\d$j\#X[\gkfjXXg\ikXi\d exemplo: Jaroslav Hasék. guntasse alguma coisa, por mais do que dias num ano», escre-
Autor de uma das obras pri- simples que fosse, a resposta de- veu Ingvalt Unsted.
fki\`eX[fi\dXlji\jlckX[fjXjlZ\[\i\d$j\1 mas da literatura do mundo: O veria ser tão intrincada como os Zatopek poderia ter esfregado
Z\e}i`f\jkiXe_fefj’ck`dfjXefjef9\e]`ZX% Valente Soldado Shcveik. Ab- infinitos labirintos de Kafka, tão a pano as fachadas das igrejas de
solutamente obrigatório! grotesca como Gregor Samsa, de Praga.
Ao contrário do que acontece com to essa hipótese, atirando-se sem Dizia Hasék: «Não há lugar repente transformado num enor-
os dois rivais, que vão cavalgan- pudores ao antigo maestro. «O onde seja mais fácil roubar do me escaravelho. avia algo que ninguém, nem
do num início de temporada ful-
gurante, o Benfica atravessa um
Rui Costa nunca sairá da sua
zona de conforto. Ali, pode dar
que em Praga. E, estivesse ele
onde estivesse, ia ao mais fun-
Até as tabuletas de indicações
foram mudadas de lugar.
? todos os ladrões de Praga,
podiam roubar a Emil Zatopek –
momento bem mais delicado. Aos sempre a ideia de que tudo o do dos bolsos das pessoas e de- Não havia soldado soviético a popularidade. Foi varredor de
maus resultados dentro do cam- que há de bom tem o seu dedo e saparecia sem ser visto». que se orientasse naquela praga ruas e gritavam o seu nome en-
po – apenas uma vitória nos últi- tudo o que há de mau foi feito Os soviéticos foram ao mais de Praga. quanto varria ruas. As pessoas
mos cinco jogos e já três partidas sem ter em conta a sua opinião. fundo dos bolsos de Emil Zato-
consecutivas sem vencer –, jun- A única reação admissível era pek, a Locomotiva de Praga. a Praça de São
tou-se agora uma semi-crise dire-
tiva. Um cenário que contrasta
o designado diretor desportivo
do Benfica vir dar a cara e de-
Em 1946, tinha a II Grande
Guerra chegado ao fim, as for-
E Venceslau, uma
manifestação tomou
em larga escala com o que tem monstrar-se solidário com ças aliadas estacionadas em Ber- forma.
acontecido no clube no passado tudo. Mas a única vez que ouvi lim resolveram organizar uns Zatopek ia a passar,
recente e que tem valido tantos falar de Rui Costa foi quando campeonatos de atletismo. A no seu passo firme.
elogios à já famosa ‘estrutura’. deu uma entrevista onde rea- Checoslováquia tinha um único Chamam-no! Acla-
Tudo começou com a notícia da firmava a sua ideia de um dia representante: marchou, orgu- mam-no!
saída de Nuno Gomes das funções ser presidente do Benfica e con- lhosamente, na cerimónia de Era um homem
de diretor da formação. O seu siderava Jorge Mendes uma abertura, segurando a bandeira simples, Zatopek.
substituto? Pedro Mil Homens, mais-valia para o clube...», dis- do seu país. Em redor do estádio, Exigem-lhe que fale,
homem com passado no cargo... parou o ex-dirigente encarnado. o público casquinava risadas im- a ele que não sabe o
mas no Sporting. Ao antigo golea- Como se não bastasse, na vés- becis: aporrinhava a sua figura que dizer naquela si-
dor encarnado foi proposto o car- pera do encontro com o Braga, esquelética, escanzelada. tuação; obrigam-no a exprimir-se,
go de responsável para as relações para a Taça da Liga, um grupo de Apepinavam Emil Zatopek! a ele que só quer correr dali para
?Xj„b[`q`Xhl\
internacionais, mas Nuno Gomes cerca de 50 adeptos invadiu a ga- Na prova de 5000 metros dessa fora como fizera em Helsínquia, ef_Xm`Xcl^Xi
rejeitou, informando o clube de ragem do Estádio da Luz para espécie de olimpíada de trazer em 1952, vencendo os 5000, os dX`j]}Z`cgXiX
que pretende apostar na forma- mostrar a sua insatisfação com o por casa, o escanzelado de Praga 10000 metros, a Maratona. iflYXi[fhl\
ção pessoal e seguir outro cami- atual momento da equipa. As for- foi correndo, correndo, simples- Nunca ninguém como Emil
nho. Avançou Simão Sabrosa, ou- ças policiais chegaram a intervir, mente correndo. Era aquilo que Zatopek! GiX^X%<dGiX^X
tro elemento com passado ligado mas acabou mesmo por ser o téc- ele sabia fazer. Dava voltas à pis- Ele solta a palavra que o há de iflYXiXdkl[f
ao maior rival. nico Rui Vitória a acalmar os âni- ta de cinza ultrapassando adver- prender: daí a pouco serão os Jo- X<d`cQXkfg\b%%%
Depressa começaram a surgir mos, pedindo ao grupo de adeptos sários e voltando a ultrapassá-los. gos Olímpicos do México, 1968,
rumores de que também Rui Cos- para acreditarem no trabalho que Havia 80 mil pessoas a vê-lo exige aos soviéticos que respei-
ta estaria descontente com a con- está a ser feito pela equipa. A si- nessa tarde de Berlim. tem a trégua sagrada de Olím-
juntura diretiva atual do clube e, tuação serenou por ali... mas só Nunca mais o esqueceram. pia, condena a invasão, embara- debruçavam-se nas janelas para
por isso, a ponderar a saída. No uma resposta cabal da equipa ça-se no pensamento e no discur- ver Zatopek esvaziar baldes de
blogue Geração Benfica, Rui Go- dentro do campo nos próximos jo- raga é uma cidade que pare- so que lhe tolhe o pensamento. porcarias urbanas na sua digni-
mes da Silva, antigo vice-presiden-
te das águias, refutou por comple-
gos pode evitar novos incidentes.
9%M%
G ce recortada em cartolina
colorida.
Nesse tempo, Emil Zatopek era
um arquivista cinzento de um
dade de homem que aceitava as
porcarias humanas. Erguia um
Os topos das igrejas erguem- ministério mazombo. Foi exone- caixote e estralejavam as pal-
-se por cima das casas como se rado, erradicado do exército, mas. Os seus companheiros de
dedos infantis tivessem gasto o proibido de residir em Praga. trabalho recusam-se a partilhar
seu tempo nos rococós pontiagu- Roubaram-lhe tudo. Até a di- horários com ele, sentem-se di-
dos, aqui e ali desacertados na gnidade. minuídos, assumem a vergonha
imperfeição própria de um tra- Exila-se no noroeste do país, de uma tirania que não é deles.
balho de meninos. junto à fronteira alemã: Ja- Jan Echenoz escreveu como
Dezenas, centenas de igrejas. chymov. Trabalha nas minas de ninguém sobre Emil Zatopek:
Recortes em escada a partir do urânio, empurra vagonetas, suja «Um homem doce…».
=I8E:@J:FC<FE>&8=G

rio, a crescer por cada uma das a farda de ganga coçada. E ele corria, na sua passada in-
margens do Vlatva. São Nicolau, Ah! Que nome extraordinário: confundível e vitoriosa, na peu-
Nossa Senhora de Týn, São Emil Zatopek! gada das camionetas do lixo que
Francisco Serafim, São Vences- Seis anos mais tarde, os novos percorriam as ruas de Praga
lau, São Salvador, São Clemente. governantes de Praga, roubam- com as suas mais de quatrocen-
E Emil! Emil Zatopek! -no outra vez: exigem-lhe que re- tas igrejas…
F9\e]`ZXjfdXXg\eXjldXm`ki`Xefj’ck`dfjZ`eZfaf^fj Depois de os tanques soviéti- gresse à capital, servirá de exem- X]fejf%d\cf7e\njgc\o%gk
+/ )*J<K<D9IF)'(.

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Gfikl^Xc]fiX[X\c`k\ Sem surpresa. Cristiano Ronaldo
dXjXYXk\i~gfikX

>89I@<C9FLPJ&8=G
é um dos finalistas ao prémio de
melhor jogador do mundo, atribuí-
 derrota de Portugal tão a organizar em solo nacio- do pela FIFA e denominado The

8 por 3-2 com a Alema-


nha no Jamor foi um
balde de água fria. Ainda não
nal também estão a ajudar – e
muito – nesta subida do nosso
nível médio.
Best desde a temporada passada –
quando se separou novamente da
Bola de Ouro, distinção atribuída
IfeXc[f„f]Xmfi`kf~[`jk`eƒf[\d\c_fi[fdle[f

é desta que o ténis nacional pelo jornal francês L’Équipe. O do a conquistar o troféu, fica desde nomeados, mas caíram da lista fi-
ascende ao Grupo Mundial da ela primeira vez uma sele- CR7 tem, como sempre, a compa- já lançada a corrida ao prémio... de nal de três nomes, composta por
Taça Davis.
Teria sido o momento mais
G ção nacional da Taça Da-
vis contou com quatro jogado-
nhia de Messi na corrida, mas tam-
bém de Neymar, que já foi terceiro
2018, com Ronaldo empatado com
Messi e jogadores como Neymar,
Zinedine Zidane (campeão espa-
nhol e europeu pelo Real Madrid),
importante da nossa história res classificados entre os 200 classificado em 2015 – posição que Griezmann ou mesmo Mbappé ou Massimiliano Allegri (campeão
na modalidade. Mais relevan- primeiros do ranking mun- deverá repetir, num ano em que se Pogba, entre outros, na primeira italiano e vice-campeão europeu
te do que qualquer vitória in- dial. Este ano já tínhamos tido tornou no protagonista da mais fila da linha de sucessão. pela Juventus) e Antonio Conte
dividual no ATP World Tour uma equipa com dois top-100 e cara transferência da história do Ronaldo está ainda noutra cor- (campeão inglês ao comando do
ou no circuito WTA, por ser deveremos voltar a tê-la proxi- futebol, ao trocar o Barcelona pelo rida: ao onze do ano da FIFA, onde Chelsea).
um esforço coletivo. mamente com a entrada inédi- PSG por 222 milhões de euros. tem a companhia de Pepe. CR7 é Realce também para o Prémio
Fica para outras calendas Ronaldo, recorde-se, soma qua- eleito para o onze do ano de forma Puskás, destinado ao melhor golo
mas, à semelhança do selecio- tro troféus de melhor do mundo – consecutiva nos últimos dez anos, do ano. Havia vários portugueses
8`e[Xef„[\jkX
nador nacional, Nuno Mar- seja na contabilização da FIFA, seja tendo sido até agora o único portu- com legítimas aspirações a con-
ques, estou convencido de que
hl\fk„e`jeXZ`feXc do L’Équipe. Números impressio- guês a merecer tal distinção. Nes- quistar o prémio – do ‘chouriço’
não levaremos mais 23 anos
XjZ\e[\Xf>ilgf nantes, mas que ainda assim ficam ta lista, destaque para a presença de André Almeida ao golo impos-
até estarmos de novo num Dle[`Xc[XKXƒX aquém do registo de Messi, distin- de quatro jogadores com passado sível de Hugo Vieira no Japão,
play-off de acesso à primeira ;Xm`j#dXj\jk}ZX[X guido pelas duas entidades em 2009, no campeonato português: Oblak, passando pelo chapéu a mais de
divisão do ténis mundial mas- m\qdX`jg\ikf 2010, 2011, 2012 e 2015. CR7 foi elei- David Luiz, Casemiro e Matic. 60 metros do defesa do Beira-Mar,
culino. to melhor jogador do planeta em A FIFA instituiu ainda um tro- Vítor Hugo –, mas nenhum con-
2008, 2013, 2014 e 2016 e é este ano féu para o melhor guarda-redes – venceu o grupo de peritos, com
exemplo de João Sousa novamente o favorito à conquista até agora, esta posição não mere- nomes de peso como Henrik Lars-
F tem feito acreditar outros
jogadores, alguns da sua gera-
ta de Pedro Sousa nessa elite,
não sendo inimaginável acre-
do troféu, depois de ter vencido a
Liga espanhola e a Liga dos Cam-
cia distinção das outras. O primei-
ro vencedor do prémio será um
son, Alan Shearer ou Predrag Mi-
jatovic. Na lista final de dez no-
ção, mas também mais jovens ditar que Gastão Elias possa peões, competição da qual foi o ar- destes três gigantes das balizas: meados para um prémio entregue
como Nuno Borges, João Mon- regressar aos 100 primeiros, tilheiro – esteve particularmente Buffon (Juventus), Navas (Real Ma- pela primeira vez em 2008... a
teiro, Gonçalo Oliveira e João donde João Sousa é agora um inspirado na fase decisiva da pro- drid) ou Neuer (Bayern Munique). Cristiano Ronaldo, figura um golo
Domingues, que têm vindo a cliente assíduo há alguns va, protagonizando verdadeiros es- de Matic, antigo jogador do Benfi-
crescer todos os meses e a que- anos. petáculos de futebol frente ao EX[X[\Jg\Z`XcFe\ ca, mas também dois apontados
brar recordes pessoais no A Alemanha, mesmo com Bayern Munique e à Juventus, a No que respeita aos treinadores, no escalão de juniores e um no fu-
ranking ATP. uma segunda linha, mereceu quem marcou dois golos na final. destaque para a ausência de qual- tebol feminino.
Os 30 torneios internacio- ganhar, mas Portugal está Se não houver qualquer surpresa quer português. José Mourinho e A Gala da FIFA terá lugar no
nais que os clubes e a FPT es- cada vez mais perto. de última hora e for, de facto, Ronal- Leonardo Jardim estavam nos 12 dia 23 de outubro, em Londres.
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F jli]`jkX eXkliXc [\ rique conquistou a segunda vi-


tória na Liga em 2017 ao derro-
:XjZX`j# ZXdg\f [f tar Miguel Blanco na final, ga-
dle[f[\ale`fi\j\d rantindo o segundo lugar no
)'(+# Zfehl`jkfl f ranking nacional – terminou
hlXikfkˆklcfeXZ`feXc\ em igualdade de pontos com
Vasco Ribeiro, mas atrás deste
Xjj\^liflXgi\j\eƒXeX de acordo com os critérios de de-
\kXgXgfikl^l\jX[fZ`i$ sempate.
Zl`kfdle[`Xc%
:Xd`ccXXgifo`dfl$j\[\:Xifc
Vasco Ribeiro é o novo campeão No circuito feminino, cujo título
nacional da Liga MEO Surf 2017. já estava entregue à bicampeã na-
O surfista natural de Cascais, de cional Carol Henrique – que na se-
22 anos, conquistou o seu quarto mana passada se tornou na pri-
título nacional na Praia do Guin- meira portuguesa a conquistar o
cho, em Cascais (já tinha sido título europeu, sucedendo a Jus-
campeão nacional em 2011, 2012 e tin Mujica e ao seu irmão Pedro
2014), ao garantir o terceiro lugar Henrique, que conseguiram tal
no Bom Petisco Cascais Pro, quin- feito na vertente masculina em
ta e última etapa da Liga deste MXjZfI`Y\`ifmX`alekXi$j\X=i\[\i`ZfDfiX`jeX\kXgX[fZ`iZl`kfdle[`Xc\dG\e`Z_\ 2004 e 2015 –, a local Camilla
ano ganha pelo duo cascalense Pe- Kemp, atual vice-campeã nacio-
dro Henrique e Camilla Kemp. çar as meias-finais, o que conse- ram que o vencedor do título há diferentes pessoas a ganhar nal, terminou novamente o ano
Campeão mundial de juniores guiu ao derrotar o ex-campeão receberia o wildcard para o etapas. Isto é ótimo para o surf na segunda posição do ranking.
em 2014, Vasco Ribeiro só depen- nacional Justin Mujica nos quar- mundial em Peniche. Estou português e para todos aque- Para tal, venceu uma final de pou-
dia de si para se sagrar novamen- tos-de-final. Caiu nas meias-fi- muito contente por ter alcan- les que estão a treinar e com- cas ondas contra Mafalda Lopes,
te campeão nacional e conseguir nais perante Miguel Blanco, mas çado este objetivo e agora é petir. Em Peniche, espero usu- uma das agradáveis surpresas da
o wildcard para o MEO Rip Curl o objetivo primordial estava atin- conseguir os outros! Compa- fruir da experiência, divertir- Liga MEO Surf 2017. «Foi um
Pro Portugal, a etapa portugue- gido. «Estou muito contente. rando com o meu último títu- -me, dar o meu melhor dentro ano de altos e baixos, mas é
sa do circuito mundial de surf da Como disse no início do ano, lo, em 2014, está mais difícil de água e dar alegrias a todos sempre bom vencer em casa e
World Surf League (WSL) onde não era um dos meus objeti- ganhar a Liga. De ano para os portugueses», referiu Vasco terminar o ano com uma vitó-
também marcará presença Fre- vos principais, mas fazia par- ano, tem sido assim. Há mais Ribeiro. ria», realçou após terminada a
derico Morais: bastava-lhe alcan- te, sobretudo quando anuncia- surfistas, o nível está maior e Campeão em 2016, Pedro Hen- prova.

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(ŕöþIJŕ,)(ŕŕ )'-ŕ
ŕ"'*#)(- \ŕ*#)(#,)
O Benfica apurou-se para a segun- Fernando Gomes foi eleito pelo pre-
da pré-eliminatória da Liga dos sidente da UEFA, Aleksander Ce-
Campeões de basquetebol, após ferin, para ocupar o cargo de vice-
vencer os austríacos do Kapfenberg -presidente da FIFA deixado vago
Bulls na segunda mão da primeira por Ángel Villar, afastado devido a
ronda por 67-62. As águias traziam problemas com a Justiça espanho-
Æ(ŕ0-ŕ da Áustria uma vantagem de três
pontos e conseguiram defender o
la. A distinção, que não o inibe de
continuar a desempenhar as fun-
(ŕ),,# resultado, apesar do maior domí- ções de presidente da FPF, torna

Rúben Neves é o único português


nio adversário nos dois primei-
ros períodos – ao intervalo, o
-ŕ)&-ŕ*,-ŕŕ#-œ,# Fernando Gomes no primeiro por-
tuguês a desempenhar um cargo
na lista final de candidatos ao tro- Kapfenberg vencia por três pontos O passado fim de semana futebolístico internacional ficou marcado pe- na comissão executiva da FIFA.
féu Golden Boy, entregue anual- (36-33) e igualava a eliminatória. las tensões evidentes entre Cavani e Neymar, duas das estrelas da cons-
mente pelo jornal italiano Tuttos- Na segunda parte, o Benfica me- telação do Paris Saint-Germain, durante o jogo com o Lyon, com am-
port para premiar o melhor joga- lhorou e conseguiu a reviravolta. bos a reclamar para si a marcação de lances de bola parada. De acor-
dor a atuar na Europa com menos Seguem-se os búlgaros do Lukoil, do com o prestigiado jornal francês L’Équipe, tudo pode ter a ver com
de 21 anos. O médio de 20 anos do com a primeira mão a jogar-se este dinheiro: Cavani terá no contrato uma cláusula que lhe garante mais
Wolves tenta suceder a Renato domingo, no Pavilhão da Luz, an- um milhão de euros caso seja o melhor marcador do campeonato. Não
Sanches, que conquistou o pré- tes do encontro de terça-feira em se sabe se Neymar beneficia do mesmo estatuto; certo é que a coisa
mio na temporada passada. Sófia. não vai famosa em Paris...
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Guarda Civil, para ajudar os «Chegaram por terra, mar e com os novos poderes do Tribu-
F>fm\ief[\DX[i`[`e]fidflhl\ Mossos d’Esquadra «no cumpri- ar, alguns deles estão alojados nal Constitucional que o PP fez
d`c_Xi\j[\d`c`kXi\j\gfcˆZ`Xjj\if mento da manutenção da or-
dem», perante a intenção do Go-
em três navios de cruzeiro
que estão nos portos da Cata-
passar no Parlamento de Ma-
drid, o Governo catalão pediu
[\jcfZX[fjgXiXX:XkXcle_X#gXiXi\$ verno Catalão de manter o refe- lunha, com centenas de mili- aos elementos da junta que se de-
]fiƒXifj)'''gfcˆZ`Xj\jgXe_`jhl\ rendo no dia 1 de outubro. Os
responsáveis da Catalunha, atra-
tares».

mitissem para não serem alvos
dessa multa. Segundo a agência
a}c}\jkf% vés do porta-voz do Governo ca- DlckXjg\jX[Xj Europa Press, o Governo catalão
talão, desvalorizaram esta comu- Xfjgifdfkfi\j vai criar uma nova junta eleito-
nicação, dizendo que a chegada Na quinta-feira o Tribunal Cons- ral composta por personalidades
Ministério do Inte- tro do Interior, Juan Ignacio Zoi- de mais centenas de forças arma- titucional emitiu uma sentença e académicos de renome interna-

F
rior espanhol co- do, comunicou por carta do con- das para Catalunha, com a des- em que multava todos os 22 ele- cional.
municou ao Gover- selheiro do departamento do In- culpa do tamanho e da violência mentos da Junta Eleitoral do Re- 
no autonómico Ca- terior da Generalitat (governo das manifestações que, já se rea- ferendo, eleita pelo Parlamento @ejkilƒ‘\jgXiX
talão que ia enviar autónomo da Catalunha), que o lizaram, é falso: já há milhares catalão, com multas individuais Zfe[\eXidXe`]\jkXek\j
milhares de ele- Governo de Madrid decidiu des- de elementos das forças de segu- entre 12 000 euros e 6 000 euros Para impedir os protestos de mi-
mentos das forças da ordem vin- locar para a Catalunha mais uni- rança espanhola que chegaram diárias. lhares de catalães nas ruas, que
dos de toda a Espanha. O minis- dades da Polícia Nacional e da ao território nos últimos dias. Perante esta sentença, feita se sucedem desde a prisão dos
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do que resolva o conflito catalão,


marcou para Zaragoza uma as-
sembleia extraordinária de elei-
tos de Unidos Podemos, En Co-
mú Podem e En Marea, para que
no próximo domingo na cidade
de Zaragoza, esses eleitos discu-
tam a forma de conseguir que
seja negociado um novo referen-
do na Catalunha aceite pela
maioria da sociedade espanhola.
A presidente da Câmara de Bar-
celona, Ada Colau, confirmou na
sexta-feira que participará nes-
ta reunião. Recorde-se, que na úl-
tima consulta popular não vin-
culativa, Colau defendeu que vo-
taria «sim», num possível
referendo da Catalunha. A nota
de humor é que os responsáveis
municipais do PSOE dizem que
vão proibir essa reunião.

AlXeDXel\cJ\iiXkZfekiX
Um dos símbolos da cultura cata-
lã afirmou na sexta-feira que
«não há condições para fazer
um referendo no dia 1 de ou-
tubro». Juan Manuel Serrat de-
fendeu que «a convocatória do
referendo na Catalunha não é
transparente, porque está cria-
da por uma lei elaborada por
[uma maioria de um parla-
mento], mas sem o apoio do
resto dos deputados catalães»,
afirmou o cantor numa entrevis-
ta que deu em Santiago do Chile.
O cantor foi duro ao dizer que
acha que um referendo, como o
de 1 de outubro, «não vai repre-
sentar ninguém».
Já a mesa do Congresso de Es-
panha reuniu-se para vir a criar
na próxima quarta-feira, depois
do regresso da sua presidente da
tomada de posse do Presidente de
Angola em Luanda, uma comis-
são para ‘negociar’ com os cata-
lães. Os deputados independen-
tistas, com o aplauso da bancada
elementos e funcionários do Go- nas manifestações de protesto. rante o Ministério Público. As ções policiais e a detenção de di- do Podemos, protestaram contra
verno catalão, o Ministério Pú- Segundo uma lei apresentada autoridades judiciais não conse- rigentes catalães. as prisões ‘arbitrárias’ dos gover-
blico espanhol apresentou de- durante o anterior mandato de guiram explicar porque razão as nantes e ativistas catalães e rea-
núncias e acusações pelo crime Mariano Rajoy, quando o PP ti- forças policiais queriam entrar Fjgifk\jkfjZfek`elXd firmaram a sua disposição de de-
de ‘sedição’ aos participantes nha maioria no Parlamento, na sede de um partido político le- Os estudantes catalães estão a cidir, pelo voto democrático, se a
quando há incidentes numa ma- gal. Segundo dirigentes da CUP, sair às ruas há dois dias segui- Catalunha quer continuar a ser
nifestação, as pessoas que a con- que falaram com o SOL, a inva- dos. Grande parte das cidades e uma região subordinada a Ma-
vocaram e partilharam a sua são da sede não foi concretizada vilas da região estão a viver ma- drid ou uma nação independente.
FD`e`jk„i`f convocatória nas redes sociais por duas razões: «Milhares de nifestações permanentes. O Apesar da operação policial,
G’Yc`Zf podem ser responsabilizadas cri- pessoas estavam em frente do atual foco das mobilizações é fei- das prisões e da apreensão de
minalmente com multas e penas edifício, e pelo simples facto to à volta do Supremo Tribunal mais de 10 milhões de boletins de
Xd\XƒXXZl$ pesadas de prisão. de não terem sequer manda- catalão, em que estão a ser ouvi- voto, o presidente do governo da
jXidXe`]\j$ Segundo o Ministério Público do judicial». dos os dirigentes presos no iní- Catalunha publicou às 17h29 de
espanhol, durante as ações na se- Às 13 horas locais de sexta-fei- cio da semana. quinta-feira, na sua conta do
kXek\j`e[\$ gunda-feira, em que centenas de ra, milhares de estudantes ocu- Por sua vez, o setor da socieda- Twitter, o endereço eletrónico
g\e[\ek`jkXj polícias tentaram invadir a sede param os edifícios das principais de catalã que não é favorável à em que os eleitores podem saber
de um partido político indepen- universidades da Catalunha, independência, mas que quer onde é a sua secção de voto a 1 de
dentista, ‘houve até disparos’, ga- como protesto contra as opera- que haja um referendo negocia- outubro.
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Angela Merkel triunfará. Disso, de como se saírem amanhã os
ninguém tem dúvidas. As sonda- partidos mais pequenos. Um de-
gens garantem-no há meses, des- les em especial: a Alternativa
de que, no início da primavera, o para a Alemanha (AfD), que se
principal adversário social-demo- tornará no primeiro partido fun-
crata caiu do topo das consultas damentalmente nacionalista, xe-
para lá nunca mais regressar. Ou nófobo e racista a entrar no Bun-
sequer se aproximar. De acordo destag nos mais de 70 anos que
com os dados mais recentes, pu- passaram desde o Nacional Socia-
blicados ontem pelo Bild, a CDU lismo. O seu sucesso – ou falta
da chanceler obterá qualquer coi- dele – não será apenas um impor-
sa como 34% do voto nas eleições tante barómetro para a força da
legislativas deste domingo. Já os nova extrema-direita alemã, mas
social-democratas do SPD e Mar- também o critério que definirá o
tin Schulz podem tombar para o próximo governo. O SPD, por
mais-que-negativo território dos exemplo, já está numa luta inter-
21%, o que será considerado por na para saber se deve ou não reva-
todos um desastre de grandes di- lidar a grande aliança que hoje
mensões. Pioraria até os valores tem com o partido conservador
recorde das já cataclísmicas elei- da chanceler e arriscar-se a san-
ções de 2009, quando o partido do grar ainda mais votos nos próxi-
centro-esquerda alemão registou mos quatro anos. Se a AfD acabar
apenas 23% dos votos. em terceiro lugar quase garante

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Que Merkel vencerá as eleições que Schulz não aceitará ir para o
de amanhã e ocupará o cargo de Governo e deixar os nacionalis-
chanceler pelo quarto mandato tas como principal força da oposi-
consecutivo não há dúvidas. Mas ção. «Muitos social-democratas
isso não quer dizer que a ida às ur- considerá-lo-iam intolerável», ex- D\ib\cmX`m\eZ\i#dXjef\jk}[\jZXejX[X
nas deste domingo não seja uma plica ao Financial Times o poli-
incógnita em tudo o resto. A chan- tólogo Thorsten Faas, da Univer- dias e ontem estava nos 13%, dois políticas ecologistas, não parece tempo a falar de quando liderava
celer não conseguirá uma maioria sidade de Mainz. pontos à frente do partido de es- disposta a partilhar o poder com uma pequena localidade alemã do
absoluta, como quase garante o querda Die Linke. A chanceler já os Verdes, e estes, por sua vez, se- que da sua experiência em Bruxe-
sistema eleitoral alemão, que só =fiƒXeXZ`feXc`jkX disse que não está disposta a ne- riam um parceiro desconexo de las –, não explica tudo. O colunis-
uma vez foi governado por um par- A acreditar na sondagem do Bild, gociar com qualquer um dos um partido com o FDP. ta do Financial Times, Wolfgang
tido a sós desde o fim da II Guerra é isso mesmo que vai acontecer. dois, mas os velhos parceiros Um cenário de ingovernabilida- Munchau, defende, como muitos
Mundial e nunca a partir da reu- A AfD sofreu um aumento na ideológicos do partido liberal di- de, porém, pode atirar os social-de- social-democratas, que o partido
nificação. Alguém tem de se enten- tendência de voto nos últimos ficilmente conseguirão votos su- mocratas de novo para os braços deve sair do Governo e repensar a
der para governar a Alemanha e ficientes para completar uma de Merkel, mesmo tendo em conta sua identidade social-democrata,
isso pode fazer com que o desastre aliança e, além do mais, já não es- o coro de vozes que, no SPD, defen- entretanto dissolvida em sucessi-
eleitoral do SPD e de Martin tão tão próximos dos democratas de um regresso à oposição. Entre vas alianças com conservadores:
Schulz deixe de ser uma bênção cristãos como no passado. Uma todas as conjeturas, este é o dado «O que o SPD precisa agora é de
para os democratas cristãos e, em 8\oki\dX$[`i\`kX alternativa ao SPD teria necessa- mais fiável: o partido social-demo- um período de reflexão – longe
vez disso, passe a ser uma grande mX`i\^i\jjXi riamente passar por uma coliga- crata está numa crise inesperada do Governo. Esteve em executi-
dor de cabeça. Angela Merkel vai Xf9le[\jkX^ ção entre Merkel, os liberais e os para quem na primavera chegou a vos de coligação em 15 dos últi-
vencer no domingo, mas não dor- ecologistas dos Verdes – a chama- parecer capaz de usurpar o poder. mos 19 anos. Os seus líderes não
mirá descansada na véspera.
g\cXgi`d\`iXm\q da solução Jamaica –, mas nin- E Schulz, por todos os erros de tiveram oportunidade para pen-
Os próximos quatro anos de po- [\j[\f]`d[X guém parece apostar nesse cená- campanha – o ex-presidente do Par- sar aprofundadamente sobre a
lítica alemã e europeia dependem @@>l\iiXDle[`Xc rio. Merkel, pesem todas as suas lamento Europeu passou mais globalização».
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A\ddX;fcXe#[\glkX[X[fJ`ee=„`eeX@icXe[X a ilha irlandesa tem vindo a trans-


formar-se – como resultado do pro-
[fEfik\#k\d\hl\f9i\o`kgfjjXZfcfZXi\dZXl$ cesso de paz para onde emergiu,
jXX`ek\^i`[X[\[f8Zfi[f[\J\okX$=\`iX\Zi`$ depois de anos e anos de conflito
k`ZXXlj†eZ`X[\\jkiXk„^`X[\K_\i\jXDXp% político –, numa sociedade mais
próspera, pacífica e democrática,
Dl`kfj`icXe[\j\jk\d\dhl\XjXˆ$ a indústria local agrícola vai sofrer alicerçada no Acordo de Sexta-Fei-
[X[fI\`efLe`[f[XLe`f<lif$ profundamente, o financiamento ra. Este foi alcançado depois do
g\`XgfjjX\i^l\ildefmfÊdlif europeu – que ajudou a reconstruir cessar-fogo entre o IRA [Exército
[\9\ic`dËeX`c_X#[\gf`j[\[„ZX$ muitas comunidades – vai ser cor- Republicano Irlandês ] e os unio-
[Xj[\Z`ZXki`qXƒf%8c„d[Xj`d$ tado e a livre circulação de pessoas nistas e é a base do compromisso
gc`ZXƒ‘\jgi}k`ZXj[\ldXi\jkXliX$ vai voltar a dividir física e mental- político existente entre os Gover-
ƒf[X]ifek\`iX#hlXc„XjlXm`jf mente comunidades inteiras. nos irlandês e britânico. O acordo
jfYi\Xj`dgc`ZXƒ‘\jgj`Zfc^`ZXj representa o enquadramento ins-
titucional, constitucional e legal

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[\kXcZ\e}i`f6 HlXc„Xgfj`ƒf[fJ`ee=„`ejfYi\ ;fcXe[`qhl\f9i\o`kefkiXqÊeX[X[\YfdË
As implicações práticas podem re- X\jkiXk„^`X[\K_\i\jXDXp6 que suporta o atual relacionamen-
sultar em implicações psicológi- O Governo britânico não estava à to entre o Reino Unido e a Irlanda uma vez que é totalmente contrá- safios políticos, sociais e econó-
cas se os estudantes do norte fo- espera do voto pela saída e, por isso e também consagra o direito dos rio aos interesses irlandeses. O micos trazidos pelo Brexit, o Sinn
rem impedidos de estudar no sul, mesmo nunca teve – e continua a irlandeses de exercerem sozinhos facto de o norte estar a ser força- Féin acredita que a única aborda-
se as empresas fronteiriças come- não ter – uma estratégia para o Bre- o seu direito à autodeterminação do a abandonar a UE, contra o de- gem credível passa pela atribui-
çarem a perder negócios, se as fa- xit. A situação do norte da Irlanda e ao estabelecimento de uma Ir- sejo expressado pela sua popula- ção de um estatuto especial ao
mílias que vivem em ambos os la- seguramente nunca lhes passou landa unida. O Sinn Féin entende ção [56% votaram pela perma- norte, dentro da UE, que permi-
dos da fronteira tiverem dificulda- pela cabeça quando o referendo foi que a insistência do Governo bri- nência no referendo], representa tiria à ilha da Irlanda permane-
des em encontrar-se e, claro, se os convocado. E segundo nos dizem tânico em arrastar a Irlanda do um enorme passo atrás no pro- cer, como um todo, na organiza-
agricultores começarem a perder os nossos quatro representantes no Norte para fora da UE vai enfra- cesso político, desafia diretamen- ção. Este estatuto incluiria: pro-
subsídios e volume de negócio. Parlamento Europeu, parece que quecer a integridade e o estatuto te a integridade do acordo de paz teção do processo de paz; acesso
os eurodeputados do resto da Eu- do Acordo de Sexta-Feira, pondo e pode vir a ter consequências ao Mercado Único; permanência
Jlgfe_fhl\j\aXd\jjXjXjgi`e$ ropa têm um conhecimento mais em causa aqueles direitos. dramáticas nas proteções nele na Zona Comum de Viagem; ma-
Z`gX`jgi\fZlgXƒ‘\j[fj\lZˆiZl$ aprofundado [que o Governo] so- contidas. Por outro lado, existem nutenção de todos canais de fi-
cf\c\`kfiXcÆ=\idXeX^_Xe[Jflk_ bre as consequências desastrosas HlXcj\i`Xfd\c_fiXZfi[fgfjjˆ$ necessidades e oportunidades ur- nanciamento europeu; proteção
Kpife\ÆXk„gfihl\]Xq]ifek\`iX do Brexit no norte e em relação ao m\c\eki\fI\`efLe`[f\XL<6 gentes de arranjarmos novas for- do acesso ao emprego na UE; pro-
ZfdXI\g’Yc`ZX[X@icXe[X%%% Acordo de Sexta-Feira (1998). <fg`fi6 mas de pensar a questão. Uma teção da segurança social e segu-
Enquanto região de fronteira, só te- A única coisa que é certa é que do vez que um estatuto privilegiado ro de saúde; manutenção dos di-
mos razões para temer o Brexit. Os Hl\ Zfej\hl†eZ`Xj j\if \jjXj Brexit não advirá nada de bom. de relacionamento fora da UE reitos e condições dos trabalha-
nossos jovens vão perder a hipótese gXiXfXZfi[f6 Não há forma de gerir ou mini- será claramente insuficiente dores; uma política ambiental; e
de estudar e trabalhar na Europa, Durante as últimas duas décadas mizar o seu impacto negativo, para fazer frente aos enormes de- representação política na UE.

3ŕ+/,ŕ*,x))ŕŕ.,(-#TJ)ŕŕ)#-ŕ()-
Gi`d\`iX$d`e`jkiX ^X$ Brexit, atravessavam um impas- Na cidade-berço do Renasci- da UE no país ou a manutenção «muito melhor» do que as da
iXek`lhl\fI\`efLe`$ se. Mas argumentar que a nova mento, a primeira-ministra bri- da livre circulação de pessoas e Noruega e Canadá, e prometeu
roupagem dos planos do Gover- tânica pediu aos ainda parceiros bens. «Honraremos os compro- juntar-se à União num «ambi-
[f`i}Zldgi`ikf[fjfj no britânico teve o condão de europeus um período de transi- missos financeiros que assu- cioso acordo securitário».
j\lj[\m\i\j\lifg\lj desbloquear a situação, dificil- ção de dois anos – contabilizado mimos enquanto Estados- O representante da União nas
[liXek\XkiXej`ƒf% mente recolherá semelhante a partir de março de 2019 – du- -membros e reforçaremos os negociações, Michel Barnier, des-
consenso. Só na próxima segun- rante o qual o Reino Unido man- direitos adquiridos dos cida- creveu o discurso da líder do Par-
Antes do discurso de Theresa da-feira, quando Michel Barnier teria o acesso ao Mercado Único dãos europeus residentes no tido Conservador como «cons-
May, na sexta-feira, em Floren- e David Davis se voltarem a sen- e outros previlégios europeus, Reino Unido», prometeu a líder trutivo» , mas espera agora pelo
ça, poucos duvidavam que as ne- tar à mesa das negociações, em sem descurar das suas obriga- do executivo britânico. regresso das negociações para
gociações entre Reino Unido e Bruxelas, é que se poderá res- ções e deveres, como a proteção Theresa May disse ainda que perceber se algo mudou para os
União Europeia, relativas ao ponder a essa dúvida. dos residentes e trabalhadores pretende uma relação futura lados de Londres.
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B`dAfe^$lei\jgfe[\lXKildgZ_XdXe[f$ texto abaixo), por este estar


«numa missão suicida para si
$c_\Êj\e`cË\Xd\XƒXZfdldefmf\ejX`fel$ e para o seu regime».
Zc\XieXj}^lXj[fGXZˆ]`Zf%E\^fZ`Xƒ‘\jgXi\$ O discurso de Trump também
Z\dj\ildXd`iX^\def]lklifgio`df% foi marcado pela estreia de um
novo «eixo do mal» – uma refe-
Kim Jong-un não deixou o discur- ainda maior ensaio nuclear e ba- rência ao famoso discurso de
so do presidente norte-america- lístico de Pyongyang ameaça ob- George W. Bush, em 2002, que co-
no Donald Trump na Assembleia- jetivamente a segurança nacional locou a Coreia do Norte, o Irão e o
-Geral das Nações Unidas sem do Japão. «Não podemos negar Iraque numa alegada frente imo-
resposta. Numa declaração pes- a possibilidade de [a bomba] so- ral contra o desenvolvimento do
soal inédita, o líder supremo nor- brevoar o nosso país», admitiu mundo. Mais de dez anos depois
te-coreano caracterizou o com- Itsunori Onodera, o ministro ja- do «eixo do mal» inicial, o de ago-
portamento de Trump como de ponês da Defesa. ra deixa cair o Iraque para passar
«mentalmente perturbado» e A tensão entre os Estados Uni- a incluir a Venezuela de Maduro.
de alguém que não passa de um dos e a Coreia do Norte não tem «Se os muitos justos não en-
«bandido e um gangster que parado de aumentar nos últimos frentam os ímpios, então o mal
gosta de brincar com o fogo», meses, na sequência dos múlti- triunfará», disse Trump, numa
chamando-lhe ainda «dotard», plos testes nucleares realizados clara referência à famosa citação

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algo como ‘senil’ (ver texto abai- pelo regime norte-coreano. Ain- do crítico da Revolução Francesa
xo). Depois vieram as ameaças, da assim, atingiu um novo pico Edmund Burke, político e filóso-
afirmando que o discurso do nor- durante a Assembleia-Geral da fo irlandês do século XVIII: «Para ½FZXd`e_fhl\\jZfc_`„fZfii\kf¾#^XiXek\B`dAfe^$le
te-americano apenas o convenceu ONU, fortemente marcada pelo que o mal triunfe, basta que os
da sua boa decisão: «O caminho programa nuclear norte-coreano. bons nada façam». gar a Pyongyang o acesso a «bens, O gabinete do Presidente sul-co-
que escolhi é o correto e o que No seu discurso, o Presidente Não se pense que Trump foi o fundos, pessoas e tecnologia», reano Moon Jae-in (a Coreia do
devo seguir até ao fim». E anun- norte-americano ameaçou «des- único a abordar o tema da Coreia de modo a impedir o avanço do Sul tem ainda mais motivos do
ciando estar a ponderar exercer truir totalmente» a Coreia do do Norte. Em apoio a Washing- programa nuclear norte-coreano. que o Japão para se sentir amea-
a «maior contramedida de li- Norte, caso Washington fosse for- ton, o primeiro-ministro japonês, «Devemos obrigar a Coreia do çada pelo regime de Kim Jong-un)
nha dura na História». çado a defender-se a si próprio ou Shinzo Abe, reforçou a ideia de Norte a abandonar todos os emitiu um comunicado a elogiar
A liderança norte-coreana pa- aos seus aliados contra os mísseis as anteriores negociações com programas de mísseis balísti- o discurso «firme» de Donald
rece já ter chegado a uma decisão norte-coreanos. Ainda assim, o Pyongyang não terem chegado a cos e nucleares de forma com- Trump nas Nações Unidas e por
sobre o que vai fazer a seguir, se- grande soundbite do discurso de lado nenhum e apelou à comuni- pleta, verificável e irreversível. ter demonstrado a forma «séria
gundo o seu ministro dos Negó- Trump foi o nome que atribuiu a dade internacional para proceder O que é necessário fazer não é como o governo dos Estados
cios Estrangeiros. Caracterizan- Kim Jong-un: «rocket man» (ver a um bloqueio mundial para ne- o diálogo, mas pressão». Unidos entende o programa
do o discurso de Donald Trump nuclear da Coreia do Norte».
como «latidos de cão», Ri Yong- A China, a única aliada do re-
-ho anunciou que Pyongyang gime de Pyongyang, tem assumi-
pode, muito em breve, lançar uma do uma posição menos compla-
bomba nuclear de hidrogénio no
oceano Pacífico. «Poderá tratar-
Č).,čŕŕČ,)%.ŕ'(čÿŕ)-ŕ#(-/&.)- cente face ao seu aliado nos últi-
mos tempos, mesmo que procure
-se da mais poderosa das deto- Efj’ck`dfj[`Xj#;feXc[Kildg\B`dAfe^$ eXjXcZle_Xjhl\ZfcflXfjj\ljZfeZfii\e$ sempre abordar o tema de forma
nações de uma bomba H no Pa- $le\emfcm\iXd$j\eldX]\ifqkifZX[\ k\jgXiXXefd\Xƒfi\glYc`ZXeX1ÊCp`eËK\[Ë mais suave, com receio de que,
cífico», explicou aos órgãos de co- `ejlckfj%Fgi`d\`ifZ_XdflXfj\^le[f R:ilqT#ÊC`kkc\DXiZfËRIlY`fT\ÊCfn<e\i^p num colapso do regime, se veja a
municação sul-coreanos em Nova ½ifZb\kdXe¾\fj\^le[fZ_XdflXfgi`$ A\YË9lj_¾%<fÊ:iffb\[?`ccXipËhl\`em\ekfl braços com uma crise de refugia-
Iorque, onde assistia aos traba- d\`if½[fkXi[¾Æ`ejlckfjhl\fdle[fef gXiXXjlXX[m\ij}i`X[\dfZiXkX%EfZXjf dos no seu território. O Governo
lhos da Assembleia-Geral da \jk}_XY`klX[fXflm`ij\i\dkifZX[fj\eki\ [\B`dAfe^$Le#XXcZle_X½ifZb\kdXe¾ chinês voltou a insistir na solu-
ONU. Trump reagiu pelo Twitter, Z_\]\j[\<jkX[f%Fj`^e`]`ZX[f[\jkXj[lXj c\dYiXXZXeƒf[\<ckfeAf_e#dXj„dX`j ção negociada para a crise nu-
o seu favorito instrumento de co- gXcXmiXj[\`oXiXddl`kXjg\jjfXjZli`fjXj gifm}m\chl\j\i\]`iX~jXdY`ƒ‘\jelZc\X$ clear da Coreia do Norte, de modo
municação, chamando a Kim \Xji\[\jjfZ`X`jefg\i[fXiXd#jli^`e[f i\j[fcˆ[\iefik\$Zfi\Xef%GfijlXm\q# a evitar que o «atual ciclo vicio-
Jong-un «um louco que não se d\d\j#>@=\_Xj_kX^j%DXjhlXcfj`^e`]`ZX$ ½[fkXi[¾#ldXgXcXmiX\d`e^c†jXek`^f\ so de aprofundamento» da ten-
importa de matar à fome o seu [f[\jk\j[f`j`ejlckfj6Fgi\j`[\ek\efik\$ gflZfZfe_\Z`[X#i\]\i\$j\XldXg\jjfX são na Península da Coreia con-
povo» e que «será testado como $Xd\i`ZXef„][\XcZle_XjÆ\hlXe[fXj dX`jm\c_Xhl\XgXi\ekXj`eX`j[\j\e`c`[X[\% tinue. Algo que parece imprová-
nunca antes o foi». [}efZfjkldXj\iZfdf\cf^`fXk\ek\$j\ I`ZXi[f:XYiXc=\ieXe[\j vel com a luta retórica entre
A possibilidade de um novo e Trump e Kim.
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á um momento no musi-
cal Hamilton, ‘A Bata-
lha do Gabinete’, em que
meses e isso leva-nos à segunda
questão: como é que depois de
doze anos na oposição o SPD che-
George Washington diz a Ale- ga tão fragilizado a eleições ge-
I`ZXi[f:XYiXc=\ieXe[\j xander Hamilton: «Ganhar foi rais e como é que o partido vai li-
i`ZXi[f%]\ieXe[\j7jfc%gk fácil meu jovem. Governar dar com a provável debacle elei-
é difícil». toral? Martin Schulz chegou a
FXmXeƒf[Xjle`[X[\jd`c`kXi\jgi\k\e[\fYi`$ intensidade do conflito’ em várias Angela Merkel tem disputa- disparar nas sondagens quando
partes da Síria por um período de do a sabedoria política conven- se apresentou como challenger.
^XiXfZldgi`d\ekf[fXZfi[f\eki\XI’jj`X# seis meses, onde se inclui Idlib, cional e prepara-se para mais Mas logo lhe surgiu ao caminho
@if\Klihl`XeXgifmˆeZ`X[\@[c`Y% para onde cada uma das três par- quatro anos de governo depois um problema de retórica: como é
tes enviará 500 observadores. de doze no poder quando, ama- que Schulz pode ser, em Bruxe-
A Turquia avançou com um refor- avançou o jornal turco Yeni Safak. «Sob o acordo, os russos nhã, os alemães forem às ur- las, suave com os países endivi-
ço das suas tropas numa província O grupo afeto à Al-Qaeda, o Hayat mantêm a segurança fora de nas. Ganhar é fácil. dados do Sul, e, em Berlim, chan-
a norte da Síria, dominada por gru- Tahrir Al-Sham (HTS), já afirmou Idlib e a Turquia dentro da re- Repare nisto: apenas por uma celer intransigente com os in-
pos jihadistas, aprofundando o seu que não reconhece o acordo de As- gião de Idlib», afirmou o Presi- vez, no distante ano de 2005, o cumpridores? A procura desse
envolvimento militar no conflito e tana e que resistirá a qualquer dente turco, Recep Tayyip Erdo- SPD foi capaz de ultrapassar a equilíbrio sem perder a credibi-
a sua cooperação com a Rússia. operação militar na província. gan, à agência de notícias Reuters. CDU nas intenções de voto re- lidade teve um custo pesado e
Unidades equipadas com arti- «A estratégia que a Turquia «A tarefa não é fácil... Com Pu- gistadas pela Infratest. Conse- que é notório no desencanto que
lharia passaram esta semana a está a adotar para esta opera- tin discutiremos as etapas adi- quência? Merkel já derrotou socialistas europeus e alemães
fronteira turco-síria. O envio das ção determinará se a HTS re- cionais necessárias para erra- quatro líderes do SPD. E prepa- nutrem pelo discurso centrado
tropas faz parte do esforço de An- siste. Se a HTS sente que o ob- dicar os terroristas de uma vez ra-se para trucidar o quinto, na necessidade de ‘reformas’
cara para fazer cumprir o acordo jetivo principal é limpá-lo e aos por todas para restaurar a Martin Schulz. para ter ‘crescimento’. Se os 23%
de Idlib, alcançado entre a Tur- seus apoiantes de Idlib em vez paz», complementou. A candidata nascida na ex- que Martin Schulz regista nas
quia, Irão e Rússia, para se evitar de conflitos de escalada entre Espera-se que o Presidente rus- -RDA, delfim do histórico Hel- sondagens, um mínimo históri-
uma escalada do conflito. A pro- o regime e as forças da oposi- so, Vladimir Putin, visite Ancara mut Kohl, é um fenómeno de co, se confirmarem amanhã, a
víncia é atualmente controlada ção, uma batalha feroz é inevi- na próxima semana para discutir longevidade sem paralelo nas margem para o partido entrar
por uma ramificação da Al-Qae- tável», afirmou Serhat Erkmen, com o seu homólogo turco o avan- democracias contemporâneas. numa grande coligação é perto
da e espera-se que uma nova ofen- especialista do Instituto Turquia ço do acordo alcançado. Merkel já conheceu três presi- de zero. Não apenas porque a sua
siva turca, em conjunto com gru- Século 21, ao jornal Arab News. A recente intervenção turca no dentes americanos, quatro pri- base eleitoral ficará roída até ao
pos rebeldes, avance para con- Um encontro entre altos funcio- país é, oficialmente, a segunda in- meiros-ministros britânicos e osso, mas sobretudo porque dei-
quistar a cidade aos jihadistas. nários russos, iranianos e turcos cursão militar turca na Síria des- outros tantos presidentes fran- xaria a liderança da oposição no
Cerca de 25 mil tropas turcas far- na semana passada em Astana, de que a guerra civil começou em ceses. Tudo aponta para que os Bundestag para o AfD.
-se-ão acompanhar por cinco mil capital do Cazaquistão, resultou 2011 e se tornou num complexto próximos anos continuem a fa-
combatentes do Exército Livre da num acordo para se estabelece- jogo de xadrez entre grupos e po- zer girar o conta-quilómetros isso conduz-nos à terceira e
Síria na ofensiva contra Idlib, rem quatro ‘zonas de redução de tências regionais e mundiais. da estabilidade alemã. < última questão: que resulta-
do terá esta força xenófoba e an-
erkel e a CDU dominam tieuropeia, e qual o seu impac-
9I8J@C DyO@:F D todas as intenções de
voto. Há, contudo, três grandes
to na dinâmica política alemã?
Com slogans como ‘Biquinis
\,!#)ŕ,&ŕ ,,').)ŕ'.ŕ'#-ŕŕöûô questões em aberto.
Primeira questão: com quem
sim, burcas não’ ou ‘Alemanha é
para os alemães’, o AfD corre
*("ŕøùŕ O terramoto que esta semana Atingiu o México matou pelo menos 273 é que a CDU fará coligação e com intenções de voto que to-
pessoas, segundo as mais recentes informações, anunciadas ontem pe- quantos partidos terá esse ar- cam nos 11% e prepara-se para
()-ŕŕ*,#-J) los serviços médicos que ainda realizam várias operações de busca e ranjo de governo? O FDP é o ser o primeiro partido ultrana-
salvamento na capital. Só na Cidade do México havia ontem ainda pes- parceiro natural de governo da cionalista no parlamento fede-
O antigo governador do Rio de Ja- soas com vida sob os escombros de pelo menos dez edifícios. O grande CDU. Mas com intenções de ral desde 1950. Histórico, mas
neiro foi condenado na passada abalo ocorreu na terça-feira e teve 7,1 pontos de magnitude na Escala voto que vão dos oito aos 11%, não surpreendente. Todas as
quarta-feira a 45 anos e dois me- de Richter, o mais poderoso desde o grande sismo que atingiu o país depender dos liberais pode não formações perdem votos para o
ses de prisão no âmbito da Opera- em 1985, quando mais de cinco mil pessoas morreram sob um sismo de ser suficiente. A entrada de um AfD, que desde 2013 tem feito in-
ção Calicute. O juiz federal Mar- 8,0 pontos de magnitude. As buscas envolvem centenas de pessoas. terceiro partido na coligação, cursões importantes nos lander.
celo Bretas decidiu aplicar a Sér- PLI@:FIK<Q&8=G
os Verdes, pode ser precisa, Com a imigração e a segurança
gio Cabral, do PMBD, a mais alta Mas tal arranjo, a chamada co- interna a dominar boa parte da
punição sempre em processos re- ligação ‘Jamaica’, é complexo. agenda política alemã, o discur-
lacionados com a Lava Jato – ul- Com a CDU a negar perento- so populista e anti-imigração do
trapassando a pena de 43 anos de riamente coligações com os ul- AfD fez o seu caminho num país
prisão imposta ao ex-presidente tranacionalistas da Alternati- tem sentimentos cruzados sobre
da Eltronuclear, Othon Luiz Pi- va para a Alemanha (AfD) e a política de porta aberta de An-
nheiro – pelos crimes de corrup- com a extrema-esquerda, a úni- gela Merkel.
ção passiva, lavagem de dinheiro ca conjugação de votos que ga- Amanhã não se esperam sur-
e liderança de organização crimi- rante uma maioria abrangen- presas. Se chegar a 2021, Merkel
nosa. Além de Cabral, foram ain- te é a repetição da grande coli- será a segunda líder alemã com
da condenadas outras onze gação CDU-SPD. Que, de resto, mais tempo de governo. A par
pessoas relacionados com o pro- seria a melhor solução para re- de Kohl e só ultrapassada por
cesso, incluindo a sua esposa, lançar o projeto europeu. Otto von Bismarck. Governar
Adriana Ancelmo. As negociações podem levar até parece fácil.
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um dia na fábrica de Palmela, de


J\`jc`jkXj\jkfeXZfii`[X~:fd`j$ forma a permitir o aumento da
jf[\KiXYXc_X[fi\j[X]}Yi`ZX[\ produção, que deverá atingir
mais de 200 mil automóveis em
GXcd\cX%HlXkifjf`e[\g\e[\ek\j# 2018, o dobro do registado em 2016,
ldX[\cXjc`[\iX[Xg\cf\o$gi\j`[\e$ graças à chegada do novo mode-
lo, o SUV T-Roc.
k\#\[lXj\jkfc`^X[XjXj`e[`ZXkfj A verdade é que a opinião é unâ-
nime junto dos trabalhadores e da
[X:>KG\L>K% administração: é preciso que a CT
seja eleita para que as negociações
aposta na continui- nha arranca já na segunda-feira. possam arrancar. Isto porque a em- rer normalmente, já entraram nunca tinha sido atingido. Só em

8
dade é um dos mo- Uma das listas conta com tra- presa tem como tradição negociar alguns trabalhadores para co- 2000 é que a fábrica de Palmela
tivos que levou Fer- balhadores associados ao sindica- apenas com esta estrutura, seguin- meçarem a formação de forma atingiu os quatro mil colaborado-
nando Sequeira, to SITE Sul, afeto à CGTP, e que do o exemplo vivido na casa mãe, a que no início do próximo ano res, mas desde 1995 que o número
coordenador de- esteve por detrás da greve reali- na Alemanha, cuja relação entre estar tudo em pleno para ar- de trabalhadores varia entre os
missionário da Co- zada a 30 de agosto, provocando trabalhadores e administração se rancar com o terceiro turno», três mil e os três mil colaborado-
missão de Trabalhadores (CT) da uma paralisação histórica da fá- centrou sempre na comissão de revela ao SOL fonte da empresa. res, em que o mínimo atingido foi
Autoeuropa a integrar uma das brica de Palmela e impedindo a trabalhadores, ao ponto de um des- No final deste processo, o núme- em 2005 (2.709).
listas para concorrer às eleições produção de 400 carros. «É preci- tes ter lugar na administração. ro de trabalhadores irá atingir os
da CT da fábrica de Palmela que so continuar a defender o inte- 4.735. Um número que até aqui 8d\XƒX[\[\jcfZXc`qXƒf
irão decorrer no próximo dia 3 de resse dos trabalhadores contra :fekiXkXƒf\ddXiZ_X X]XjkX[X
outubro. «Tenho de seguir com as imposições que têm sido fei- A Autoeuropa recebeu um inves- À medida que nos vamos aproxi-
este projeto. É preciso ter al- tas de forma a encontrar um timento de 667 milhões de euros =lklif[X mando do dia D para pôr fim ao
guém que esteja por dentro
dos assuntos porque a produ-
acordo para a implementação
dos novos horários de labora-
na instalação de uma nova plata-
forma multimodal, que permite a
\dgi\jX braço-de-ferro entre a adminis-
tração da fábrica e os trabalha-
ção do novo modelo automóvel ção contínua», revela ao SOL, produção de vários modelos. Para [\g\e[\[f dores, as ameaças que foram sur-
é fundamental para garantir o fonte do sindicato. fazer face às novas exigências, a gio`dfcˆ[\i gindo sobre o risco de deslocali-
futuro da empresa», diz o candi- O aparecimento desta lista de fábrica de Palmela já começou a zação de parte da produção para
dato ao SOL. trabalhadores ligados ao sindica- fazer as contratações. A ideia é [XZfd`jjf outras fábricas – uma vez que
Mas a esta é preciso somar ain- to não causa surpresa, uma vez empregar mais dois mil trabalha- [\kiXYXc_X[f$ elas competem entre si e todos os
da mais cinco listas candidatas. que tem sido sido um dos princi- dores até ao final do ano, dos critérios contam: desde a quali-
Ao todo são seis na corrida: qua- pais rostos contra os novos horá- quais 750 são para implementar
i\jhl\j\i} dade à pontualidade, passando
tro indepentes, uma associada à rios de trabalho. Em causa está a um sexto dia semanal de produ- \c\`kf[`X* por muitos outros fatores – vai-
CGTP e outra a UGT. A campa- necessidade de trabalhar mais ção. «O processo está a decor- -se dissipando.
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gXjjX[fgif[lq`l/,%()- Anda por aí muita gente a apa-
d`cle`[X[\j\k\d nhar as canas dos foguetes da
m\e[XjefmXcfi[\(#,) subida do rating da dívida por-
d`cd`c_‘\j[\\lifj% tuguesa. Mas o verdadeiro res-
DXj[\j[\(00,a} ponsável pelo feito é italiano,
]XYi`ZfldX`j[\ está à frente do BCE e ajuda a
)#*d`c_‘\j[\m\ˆZlcfj% bolha Portugal a crescer. O pior
vai ser quando rebentar.
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[\(00/%KiXkX$j\[X  ŕŕ
k\iZ\`iXdX`fi\dgi\jX Preocupado com a subida do
\ogfikX[fiX[fgXˆj crédito e a queda das poupan-
\Xj\^le[XdX`fi ças, o Banco de Portugal estabe-
`dgfikX[fiX%DXj leceu regras mais apertadas aos
X`dgfikeZ`X[X bancos em matéria de emprés-
8lkf\lifgXgXiXXi\^`f timos. É uma forma de tentar
[\J\k’YXcd\[\$j\ prevenir mais um ciclo de ilu-
kXdY„dg\cXXkiXk`m`[X[\ sões e irresponsabilidades ali-
jfYi\flkiXj\dgi\jXj mentado pela geringonça que
\jkiXe^\`iXjZfdfX nos desgoverna.
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<dale_f#Xc„d[f Parece mais um vendedor de ba-
Ainda na semana passada, o abria portas para a possibilida- ou o Seat Arona, também do gru- Zfeki`Ylkf[Xj nha da cobra do que um primei-
presidente executivo da Volkswa- de da produção do T-Roc ser, pelo po Volkswagen. \ogfikXƒ‘\j[\j\im`ƒfj# ro-ministro de um país europeu.
gen afirmou que esperava que o menos parcialmente, deslocali- As contas do fabricante são gfim`X[fkli`jdf#hl\ Agora, ao fim de dois anos no
conflito laboral na fábrica de Pal- zada. «É um cenário que está simples: até 2027 deverão existir `ifZfek`elXiXZi\jZ\i# poder, em que a dívida não pa-
mela estivesse resolvido até ou- em cima da mesa, mas tanto a 11 milhões de veículos desta ca- f9XeZf[\Gfikl^Xc rou de subir, veio prometer em
tubro e afastou a hipótese de administração como toda a tegoria (SUV) que deverão gerar [\jkXZXmXhl\Xjm\e[Xj plena campanha eleitoral redu-
transferir para outro local a pro- equipa da Autoeuropa irão fa- 40% das vendas da marca nos Xf\ok\i`fi`i`XdX`e[X zir o monstro. Mais uma ilusão.
dução do novo modelo T-Roc, ao zer o possível para manter próximos anos. «Acreditamos Y\e\]`Z`XiÈef]`eXc[\
garantir que a marca alemã «não toda a produção do carro em que os SUV vão crescer 50% )'(.\Xfcfe^f[\)'(/
está a considerar outras op- Portugal», afirmou na altura, nos próximos 10 anos. Isto [fXld\ekfgi\m`jkf[X
ções» para assegurar a produção lembrando ainda que «o T-Roc afetará todas as regiões, como ZXgXZ`[X[\gif[lk`mX[\
do novo modelo, apresentado no foi um modelo exclusivamen- a Europa, a China e os Esta- ldXle`[X[\`e[ljki`Xc[f
final de agosto. te escolhido para ser produzi- dos Unidos. Será um dos seg- j\kfiXlkfdm\cÉ#fl
O presidente executivo disse do na Autoeuropa». mentos mais procurados», re- j\aX#[X8lkf\lifgX%
ainda que a alteração do local de Recorde-se que, durante o mês velou a empresa. ;X[fj\jj\jhl\c\mXiXd  ŕ ŕ
fabrico seria «muito dispendio- de agosto, a Autoeuropa come- Os primeiros T-Roc serão co- f9[GXi\m\iXgi\m`jf O muçulmano que os londrinos
sa», acrescentando ainda que é çou a produzir o novo modelo, mercializados a partir de novem- [\Zi\jZ`d\ekfeXZ`feXc escolheram para mayor decidiu
possível «vender tantos carros que foi apresentado ao mundo bro no mercado europeu, seguin- [\jk\Xef[\(#/gXiX proibir a Uber na cidade. Uma
(do novo modelo) quantos na passada quarta-feira em Itá- do-se a China e os Estados Uni- )#,#fmXcfidX`jXckf clara cedência ao lóbi dos black
Portugal puder produzir». Ou lia e será comercializado a par- dos. Em Portugal, a versão base [\j[\)'''#ZfdXj cabs e uma demonstração cabal
seja, declarações que afastam o tir do último trimestre do ano. deste modelo vai custar 25 mil \ogfikXƒ‘\jX de que mercado é uma palavra
cenário de risco apresentado, em O T-Roc irá competir com mode- euros, mas na Alemanha o valor [`jgXiXi\dhlXj\(0 que não entra no dicionário des-
agosto, pelo diretor-geral da Au- los como o Nissan Juke, o Re- será mais baixo, começa nos 20 te trabalhista.
toeuropa, Miguel Sanches, que nault Captur, o Mercedes GLA mil euros. 8%I%=%
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c`Z\eƒXj[\ZfejkilƒfgXiXefmfj_k\`j%
Os números chegam das mais va- o rico património das diversas
riadas fontes e não deixam mar- civilizações».
gem para enganos: o turismo con- Até porque, se por um lado as
tinua a crescer em Portugal e é já pessoas viajam cada vez mais, há
um dos maiores suportes da eco- também cada vez mais cidades a
nomia nacional. A verdade é que colocar um travão na entrada de
o país nunca recebeu tantos turis- estrangeiros. A verdade é que em
tas como agora e isso tem contri- algumas cidades europeias já está
buído para um aumento das recei- aberta a caça ao turista. Há quem
tas na hotelaria e nas companhias avance mesmo que o turismo de
aéreas. O ano de 2016 acabou por massas está a caminho de uma
ficar na história nacional como o verdadeira explosão social. Assis-
melhor ano de sempre no setor. timos a cada vez mais manifesta-
Todos aplaudiram. Este ano a ten- ções, há queixas por causa do au-
dência manteve-se e muitos são mento das rendas e dos custos de Dfm`d\ekfZfekiXkli`jkXj\d9XiZ\cfeX\jk}X^Xe_XiZX[Xm\qdX`jX[\gkfj
os empresários que acreditam vida. Os velhos habitantes falam
que o turismo vai continuar a de uma invasão e os governos ten- ria assegura que são mais os que Entretanto, outras regiões es- multas para quem desrespeitar a
atingir recordes atrás de recordes. tam fazer face ao crescimento do apenas passeiam e tiram fotogra- panholas já colocaram também a diretiva chegam aos 100 mil eu-
Mas é exatamente no meio de todo número de turistas. fias do que os que compram al- turismofobia no vocabulário. Em ros. Com ou sem controlo nas pla-
este cenário de crescimento que O que não faltam são exemplos guma coisa. Palma de Maiorca, por exemplo, taformas, os movimentos contra o
se começam a levantar algumas de medidas criadas por vários paí- Uma forma de proteger mais os protestos também se repetem. turismo de massas ganham cada
vozes que chamam a atenção para ses e a promessa é que os casos se a cidade do turismo de massas vez mais espaço numa velha Eu-
a necessidade de ser estabelecido comecem a multiplicar. passa por aplicar taxas e é nes- <o\dgcfjdlck`gc`ZXd$j\ ropa, que recusa receber tanto
um plano de crescimento mais te sentido que o governo tem es- Em Londres, Inglaterra, uma das sangue novo. Na Croácia, em Du-
sustentável. 9XiZ\cfeXhl\igfikX]\Z_X[X tado a ponderar aplicar um im- medidas aplicadas para controlar brovnik, está a ser analisada a
A discussão em torno deste as- No ano passado, a cidade rece- posto de 0,65 euros por cada tu- o número de turistas que procu- possibilidade de limitar a entra-
sunto ganha cada vez mais rele- beu mais de 32 milhões de visi- rista que fique na cidade por ram a cidade foi criar um limite da de cruzeiros. Atualmente, a ci-
vância e é suportada pelo facto de tantes. Há quem se queixe de ter menos de 12 horas. de alugueres em plataformas dade pode receber cinco navios
a ONU ter declarado o ano de 2017 deixado de andar nas ramblas «Se não queremos acabar como o Airbnb. Por ano, há uma por dia, mas isto pode mudar mui-
o Ano Internacional do Turismo para evitar as centenas de turis- como Veneza, temos de im- limitação de 90 dias por cada imó- to em breve. A ideia é que passem
Sustentável para o Desenvolvi- tas que lá passam todos os dias. por limites», explicou Alda Co- vel. Já em Milão, onde para já as a atracar apenas dois. A cidade,
mento. Mas em que consiste afi- E quem pensa que para os co- lau, a presidente da câmara lo- medidas ainda são tímidas, foi que foi placo de gravações da fa-
nal este ponto na agenda interna- merciantes as notícias são ape- cal, quando tomou posse. Uma proibida a selfie sticks e garrafas mosa série Game of Thrones, as-
cional? A ideia é alertar para a ne- nas boas, desengane-se. A maio- das primeiras medidas foi criar, de plástico em algumas das prin- sistiu a um aumento da procura
cessidade de todos reconhecerem logo em janeiro deste ano, uma cipais áreas da cidade. sem precedentes. Para já, está es-
«a importância do turismo in- proibição de novas licenças Também em Berlim têm estado tipulado que só pode receber cer-
ternacional e, em particular, a para a construção de hotéis. a ser pensados caminhos para re- ca de seis mil visitantes por dia,
designação de um ano interna- O movimento contra os turis- gular a entrada de turistas estran- isto depois de ter começado a re-
cional de turismo sustentável ;`jZljjf^Xe_X tas na cidade já chegou mesmo geiros. Desde o início do ano pas- ceber mais de dez mil.
para o desenvolvimento, para [\jkXhl\ef8ef a furar os pneus de bicicletas sado que as plataformas de alu- Também em Roma já foram to-
promover uma melhor com- dos turistas e é frequente ver guer de curta duração deixaram madas várias medidas. Os proble-
preensão entre os povos em
@ek\ieXZ`feXc frases como «voltem para de poder funcionar na cidade. Po- mas com turistas obrigou a cida-
todo o mundo, levando a uma [fKli`jdf casa» nas mais variadas ruas dem alugar-se quartos, mas apar- de a destacar alguns seguranças
maior consciencialização sobre Jljk\ek}m\c da cidade. tamentos está fora de questão. As para zelarem pelas fontes da cida-
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Ef_}d`cX^i\jgXiXfdXcgXiX[f
esde há dois anos que se fala numa ‘solu- do de fora, eventualmente admitindo novos só-

; ção’ para o crédito malparado ou em ris-


co de não ser pago. Só que este problema
não tem uma solução mágica, apenas iniciativas
cios. Receia-se, porventura, que esses sócios ve-
nham limitar a autonomia de gestão do tradicio-
nal ‘dono’ da empresa. Ora a gestão da maioria
que aliviem um pouco a enorme quantidade do das PME nacionais não parece ser de alta quali-
empréstimos de cobrança duvidosa, de quase um dade em matéria financeira.
terço das empresas que operam em Portugal.
Assim, uma entidade em que participará, entre a parte dos bancos também existiu uma cer-
outros, o chamado ‘banco de fomento’ (o nome ofi-
cial é Instituição Financeira de Desenvolvimento)
; ta tendência para manter nos balanços em-
presas devedoras sem qualquer hipótese de futu-
ficará com créditos problemáticos de empresas ro. As falências ainda são encaradas na socieda-
que sejam economica-
mente viáveis, embora
tenham graves proble-
mas de tesouraria. É
uma distinção muito di-
fícil de fazer na prática,
embora não em teoria. E
por bem sucedida que se
revele a nova entidade,
não evitará a perda de di-
nheiro público (dos con-
tribuintes) e privado (de
alguns bancos).
O endividamento das
empresas portuguesas,
que se faz sentir sobretu-
do na construção e nas pe-
quenas e médias empre-
sas (PME), superou mes-
mo a dívida do Estado.
Está acima da média eu-
ropeia, apesar de algumas
ligeiras melhorias recen-
tes. E trava, claro, a con-
cessão de novos emprésti-
de. Além do limite de visitantes Mais exemplos existem um mos bancários. Os bancos,

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que podem aceder a alguns locais pouco por todo o lado. Por exem- por sua vez, apenas terão
emblemáticos, existem multas de plo, à semelhança de outros paí- provisionado cerca de me-
240 euros para quem entrar ou se ses europeus, também a Áustria tade do crédito malpara-
sentar em redor das fontes. cobra taxas aos turistas, mas à do que concederam, o que
A estas regiões junta-se ainda saída. Neste caso, o dinheiro an- cria uma situação delicada. Sobretudo numa altura ?flm\ld\oZ\jjf[\fk`d`jdf
Santorini. Com a entrada de cer- gariado reverte para medidas li- em que foi exigida aos bancos portugueses uma mais [XYXeZX\d\dgi\jkXi[`e_\`ifX
ca de 10 mil pessoas por dia, gadas ao ambiente. Assim, quem alta capitalização, para prevenir riscos.
principalmente por causa dos sair do país paga oito euros, se a Os gestores bancários também têm, natural-
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cruzeiros, a ilha estipulou um viagem for dentro da Europa, ou mente, responsabilidade no peso do crédito mal-
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máximo de pessoas que podem 40 euros para o resto do mundo. parado na economia portuguesa. Houve um ex- 
entrar por dia. Agora, a ilha pas- Também Amesterdão está na lis- cesso de otimismo da banca em emprestar di-
sa a receber apenas oito mil por ta de cidades que tem vindo a ten- nheiro a empresas com escassas garantias, desde
dia e ponto final. tar diminuir o número de turistas logo de viabilidade económica futura. de portuguesa como algo pecaminoso, que
Veneza é um outro exemplo. Fa- estrangeiros. «Preferíamos que envergonha – em vez de serem vistas como uma
lamos de uma região que tem cer- as pessoas ficassem algumas s persistentes taxas de juro a níveis historica- experiência que correu mal, mas da qual se
ca de 50 mil habitantes, mas recebe
diariamente mais de 60 mil. Con-
noites, visitassem museus e co-
messem fartas refeições nos res-
8 mente muito baixos dificultam a rendibilida-
de dos bancos. Mas foram, em boa parte, esses ju-
aprende para novas tentativas. Acresce que, ape-
sar de várias alterações, a legislação portugue-
tas feitas é o suficientes para que taurantes. Mas a maior parte ros baixos que levaram muitas empresas a endi- sa lida mal com as insolvências e a execução de
os habitantes locais reclamem que das pessoas vem cá, passa só o vidarem-se mais do que o razoável. E a decisão da hipotecas.
sejam tomadas medidas. Para já, fim de semana e passeia pelo agência de notação Standard & Poors de tirar do ní- Por outro lado, o facto de vivermos em clima de
foi implementada a proibição de Red Light Discrict», sublinha Udo vel ‘lixo’ a dívida pública portuguesa, bem como muito baixa inflação (a deflação ameaçou várias
abrir novos restaurantes fast food Kock, responsável municipal com a dívida do BPI e do Santander Totta, sendo obvia- vezes nos últimos anos) retirou aos devedores o alí-
e foram instalados controladores pelouro das Finanças. Para ajudar mente benéfica para a economia portuguesa, não vio que era, no último quartel do século XX em Por-
automáticos em várias zonas. Em a uma mudança no hábito dos via- fará subir os juros, pelo contrário. tugal, a forte alta dos preços. A inflação reduzia o
cima da mesa está agora uma pos- jantes, a ideia é aumentar as taxas Em particular em empresas de pequena di- valor real da dívida. Agora, o BCE tenta há longos
sível limitação do número de pes- turísticas pagas por noite. O au- mensão há uma tradicional alergia, entre nós, a meses atingir uma inflação na zona euro de 2% ao
soas que podem entrar em Veneza. mento poderá chegar aos 10 euros. aumentar os capitais próprios com dinheiro vin- ano. Ainda não o conseguiu: está em 1,5%.
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TOURADAS. A S&P reco- objectivos soberanos comuns,
m`[Xg’Yc`ZXefi}Z`f[fG@9%DXj\dk\idfj
(% locou a dívida pública
portuguesa na categoria
de investimento – vulgo, reti-
partilhar aspectos da sua sobera-
nia. São nações com história e
memória. É muito difícil acredi-
XYjfclkfjfmXcfiZfek`elXXjlY`i\XZX[Xm\q
dX`jgio`dXdl[XeƒXeXgfcˆk`ZX[f9:<[\`$
oXi}gXˆj~d\iZ†[XZfealekliX%
rou-a do ‘lixo’. Logo vieram a tar que todas elas se disponham a
público as personagens da si- marchar a compasso no aprofun-
tuação açambarcar os louros. damento dessa partilha. O primeiro-ministro anunciou no permitisse amortizar esta obri-
Parece-me um grande despudor. início da semana que a partir de gação que agora se vence». Fi-
Vieram-me à memória as pegas O ESCORPIÃO.BorisJohnson outubro Portugal vai começar a lipe Silva argumenta que a emis-
de caros na tourada à portugue-
sa: o touro dispara, o forcado da
*% – o “louco genial” que se
acha Churchill encarnado e que,
reduzir a dívida pública. «Esta-
mos a conseguir reduzir o dé-
são até pode ter sido com «taxas
de juro mais baixas para pagar
cara aguenta o primeiro emba- nas horas vagas deixadas pela fice e vamos começar a reduzir este vencimento» mas se «no fi-
te mas não para a besta; atrás conspiração, é Ministro dos Ne- a dívida a partir de outubro. É nal o stock de dívida continuar
dele juntam-se os ajudas e, já no gócios Estrangeiros de Sua Ma- a esta trajetória que temos de a aumentar, que é o que tem
fim, com o animal quase domi- jestade – atacou de novo. Depois dar continuidade», afirmou An- acontecido até aqui, o proble-
nado, o rabejador. A quem se de ter mordido de morte David tónio Costa. No entanto, esta tra- ma do excessivo endividamen- o PIB que cresce e não a dívida
deve o sucesso da pega? Ao ra- Cameron, eis que ataca Theresa jetória está longe de ser linear e a to mantém-se». que diminui.
bejador? Ou ao trabalho dos May. O pretexto é a defesa do que forma como vai evoluir a conjun- A dívida pública de Portugal
oito forcados? A ‘inversão da tura será determinante. está entre as maiores do mundo e 8^fiX\j\dgi\#f9:<
austeridade’ não foi a causa da De acordo com o Banco de Por- a redução anunciada é a da per- Ontem o Instituto Nacional de Es-
subida do rating pela simples 8`em\ijf[X tugal, a dívida portuguesa é de centagem da dívida face ao PIB e tatística (INE) anunciou uma re-
razão que aquela não ocorreu. Xljk\i`[X[\ef]f` 249 084 milhões de euros, o equi- não do montante absoluto, que visão em alta do crescimento eco-
Parece que sim porque a Euro- XZXljX[XjlY`[X valente a 132,4% do Produto Inter- continuará a subir. Isto porque é nómico para 3% este ano e uma
pa cresce, o BCE compra dívida [fiXk`e^g\cXj`dgc\j no Bruto (PIB) A meta do Gover- redução do défice para 1,9% do
e o estilo de governo é distendi- iXqfhl\Xhl\cX no para 2017 é uma redução para PIB – o Governo tem como obje-
do. Mas não! Nem pode, quando effZfii\l o valor de 127,9% do PIB. Para já tivio chegar a 1,5% no final do
a dívida publica é 126,2% do Portugal «tem de amortizar ano – , indicadores que aliados à
PIB, proporção apenas ultra- uma Obrigação do Tesouro no Ä EèD<IFJ dívida pública marcam a conjun-
passada pelo Japão, Grécia, Itá- valor de EUR 6082 milhões de tura do país a curto e médio par-
lia, Jamaica e Líbano. euros em outubro, um montan- zo. «É absolutamente legitimo

)+0
ele chama o «espírito» do voto te que equivale cerca de 3% do o argumento de que a atual si-
DE VELAS ENFUNADAS. popular e que a PM estaria dis- PIB», explica a equipa de Re- tuação da dívida pública se
)% O discurso do ‘Estado da Na-
ção’ proferido por Jean-Claude
posta a trair nas negociações do
divórcio da UE. Boris não podia
search do Banco de Investimento
Global (BiG) ao SOL. «Dado que
deve praticamente na totali-
dade à política do BCE», apon-
Juncker foi típico da cegueira ma- estar mais nas tintas para o voto este valor já é parte da almofa- d`cd`c_‘\j[\\lifj ta ao SOL Eduardo Silva, gestor
ximalista dos eurocratas. É ver- ou para o povo e também sabe da de segurança de financia- „X[ˆm`[Xgfikl^l\jX# da corretora XTB, uma vez que
dade que o BREXIT (e as amea- que muito dificilmente liderará mento do Estado, espera-se que f\hl`mXc\ek\X(*)#+ a «única razão pela qual Por-
ças de novos ‘exit’) soou como um os Tories. A realidade é bem a divida pública recue, ceteri- [fG@9 tugal se financia ao valor mais
toque a rebate e uniu a Europa mais simples: como na fábula do bus paribus [com tudo a man- baixo de sempre é porque a po-
como há muito não se via. Mas elefante e do escorpião, morder ter-se na mesma], para pelo lítica monetária expansionis-
pretender que os problemas que está-lhe na natureza, mesmo que menos 129% do PIB», continua ta e o programa de compra de
estiveram na origem do BREXIT
estão resolvidos com a saída do
RU ou se resolvem com um refor-
ço da deriva federalista é de uma
grande cegueira. A UE é uma
isso lhe custe a vida. Mas este
episódio mostra também quão
difícil será a negociação do BRE-
XIT pois, para além a complexi-
dade do processo, a parte britâ-
na explicação à lógica que preside
à declaração de Costa.
No entanto, lembra o diretor da
Gestão de Ativos do Banco Carre-
gosa ao SOL, o«IGCP andou a
-
d`cd`c_‘\j[\\lifj
dívida do BCE».
O papel do Banco Central Eu-
ropeu (BCE) nos últimos anos
tem sido apontado como decisi-
vo e em várias análises. No final
união voluntária de nações sobe- nica ainda não arrumou a sua emitir acima das necessidades „fmXcfi[XfYi`^Xƒf da semana passada, um colunis-
ranas que decidiram, como for- própria casa. E o referendo já foi de financiamento precisamen- hl\Gfikl^Xck\d[\ ta da agência Bloomberg argu-
ma mais eficiente que prosseguir há 15 meses. te para criar uma folga que Xdfik`qXi\dflklYif mentava que Portugal tem uma
NNN%JFC%GK -(

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Ĕ 

Lg^iX[\1
XZfii`[X^Xe_X
25 de maio apresentei-me lão de oxigénio sob forma de me-

8 nesta coluna como uma


das vozes do campo oti-
mista que apontava para a imi-
nores custos de financiamento
pelo facto do rating da República
ser um elemento crucial na apre-
nência de reavaliações positivas ciação de risco de todas entida-
na perspetiva da dívida portu- des nacionais. Esta sinalização
guesa. Pouco tempo depois as por parte da S&P tenderá tam-
agências Fitch e Moody’s vie- bém a atrair mais investimento
ram confirmar essa expectativa real externo, fator que poderá
com as respetivas alterações de contribuir para consolidar a ten-
outlook. Porém a realidade aca- dência de crescimento e redução
bou por surpreender até os mais de desemprego. Por sua vez o Es-
otimistas, quando na passada tado, com os custos de financia-
sexta-feira dia 15 a S&P decidiu mento em mercado a baixarem,
antecipar a tradicional sucessão poderá continuar a estratégia de
de eventos e anunciar um amortização dos empréstimos re-
upgrade imediato de volta ao co- lativamente onerosos do FMI. As
biçado patamar de investment condições são agora ainda mais
grade. Os mais cínicos poderão favoráveis para trocar os cerca
considerar que a S&P terá igno- de 10 mil milhões que ainda res-
rado o prelúdio natural com um tam desse empréstimo bilateral.
ângulo comercial em mente,
J?LKK<IJKF:B

dado ser a única das grandes


agências que o Estado portu- =\c`qd\ek\gXiX
guês não contrata para fins de fgXˆj#[\j[\
notação. Os incentivos perver- fjZfe]`ej[XZi`j\[\
FYXeZfZ\ekiXc[\k„dfd}o`df[X[ˆm`[XeXZ`feXcg\id`k`[f#flj\aXg\ikf[\*' sos presentes no modelo de ne- )'((#XZfii`[X\eki\
gócio das agências de rating são fiXk`e^\Xi\k`iX[X
dívida pública que é «comple- fice e o rácio da dívida públi- chama atenção para possíveis realmente um tema de interes- [f9:<]f`
tamente insustentável» e que ca». Mas quando as taxas de jur- «dificuldades de financiamen- se que merece ser tratado com
ZcXiXd\ek\^Xe_X
os progressos na redução do en- to subirem Portugal caminhará to nos próximos anos, pois a atenção num artigo futuro, mas
dividamento têm sido «glacia- para ser «um dos países que conjuntura poderá assim o di- o facto é que o passo preliminar
res», acrescentando que a «in- mais vão sofrer com isso». tar». Isto porque, considera Fili- de outlook não é indispensável
sustentabilidade» da dívida só Filipe Silva, diretor de gestão pe Silva, um custo mais mais alto em termos regulatórios.
não é um problema devido ao de ativos do Banco Carregosa, da dívida portuguesa é um «sinal
BCE. «Portugal é um dos pou- lembra que na próxima reunião de regresso ‘à normalidade’: o agora quase certo que, na omo sempre no nosso país, o
cos países que aparece em to- do BCE, em outubro, «deverá ser cenário atual é que é um cená- y ausência de uma súbita he- : perigo destes períodos de bo-
dos os mecanismos de apoio decidido de que forma se fará rio perverso e artificial». catombe à escala europeia, as nança é o já conhecido ‘emban-
do Banco Central Europeu. O a saída do programa de com- A pesar neste cenário está a restantes agências irão seguir deirar em arco’. As propostas
banco central já é dono de pra de ativos do BCE» e que a possível contabilização da recapi- pelo mesmo caminho e atribuir despesistas são uma tentação
quase um terço de toda a dívi- forma como se irá sair desse pro- talização da Caixa Geral de Depó- à República Portuguesa equiva- sempre presente na mente dos
da », diz Marcus Answorth, grama «pode ter implicações sitos (CGD) no défice deste ano. A lente carimbo de aprovação. Até nossos políticos. Um Estado que
acrescentando que «os progres- nas taxas de juro quer de cur- recapitalização da CGD, de 3,944 lá o mercado irá refletir essa ex- taxa mais e gasta mais concentra
sos na economia têm sido to quer de médio prazos não só mihões de euros equival a 2.1% do pectativa por via de uma pro- mais poder no decisor central,
bons, mas não suficientemen- da dívida portuguesa, mas tam- PIB e se for incluída no défice or- gressiva diminuição dos spreads tendendo a asfixiar lentamente
te bons para começarem a bém de toda a dívida soberana çamental, o objectivo de 1.5% do de risco, efeito esse temperado os agentes que realmente produ-
abater neste impressionante europeia». défice em 2017 poderá não ser con- pelo início da retirada de estí- zem a riqueza que eleva padrões
fardo de dívida». cretizado e,ultrapassar o limite de mulos por parte do BCE. Feliz- de vida. Nesta fase a carga fiscal
Também o Commerzbank, Dl[XeƒXi\g\ek`eX 3% – o que implicaria um incum- mente para o país, e premiando continua pesadíssima e funcio-
numa nota aos investidores, aler- A conjuntura europeia, e interna- primento das regras orçamentais todos aqueles que contribuíram na como um verdadeiro colete de
tou esta semana que «só graças cional, lembra Eduardo Silva, europeias. para a sua reabilitação desde os forças na nossa economia. Em
à política de juros baixos do gestora da corretora XTB, é a va- O impacto contabilístico ainda confins da crise de 2011, a corri- vez de se considerar regressar ao
BCE é que são suportáveis os rivel «mais importante pois está a ser discutido entre o INE e da entre o rating e a retirada do despesismo do antigamente, o ca-
custos da dívida». A análise do será o fator que pode mudar a autoridade estatística europeia, BCE foi claramente ganha. minho deverá ser o de cristalizar
economista Ralph Solveen aponta tudo de um momento para o o Eurostat, e poderá apenas ser estes ganhos por via de uma di-
que «crescimento robusto deve outro». O responsável argumen- conhecido em 2018. «Apesar de ão é apenas no mercado fi- minuição gradual e transversal
continuar nos próximos tri-
mestres» – o banco alemão prevê
ta que «em período de quebra
de crescimento a nível interna-
poder agravar as contas, não
creio que possa ter grande im-
E nanceiro que se irão notar os
benefícios desta decisão. As em-
de impostos para que a economia
possa respirar um pouco melhor.
2,5% este ano e 2% no próximo – cional e considerando os encar- pacto nos juros da dívida por- presas portuguesas – que apesar
taxas que vão «ajudar a compen- gos com juros e dificuldades or- que se assim fosse, só a mera do esforço de desalavancagem !>\jkfi[\gfik]fc`f
sar o impacto do aumento da çamentais, tudo se pode alte- hipótese já teria feito subir os dos últimos anos continuam bas- dlck`$XZk`mfef9@>Æ9XeZf
despesa pública e reduzir o dé- rar no espaço de meses» e juros», considera Filipe Silva. tante endividadas – terão um ba- [\@em\jk`d\ekf>cfYXc
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kfj@ek\ieXZ`feXc8eke`fJXiX`mXC`dX\=„c`oI`$
Y\`if:lckliX:c}l[`XJfYiXc#;Xm`[\G`e_\`if#;`f$
O caso do apagão fiscal no valor para os peritos, «extremamente
^fMXqG`ekf;\jgfikf9ilefM\eeZ`f\CXliXIX$
de 10 mil milhões de euros de improvável» ter havido mão hu- d`i\j@dX^\dAff>`if=fk^iX]f #D`^l\cJ`cmX
transferências para offshores en- mana deliberada para omitir a in- =fk^iX]f ;`XeXK`efZf=fk^iX]X<jkX^`}i`X #8eX
>feƒXcm\j@e]f^i}]`ZX #äjZXiIfZ_X@e]f^i}]`Zf #
tre 2011 e 2014 já está a ser inves- formação. Os bancos terão dado D`^l\cG\`o\;`Xj>i}]`Zf #Afj„=fej\ZX>i}]`Zf #
tigado pelo Ministério Público a informação à administração fis- AffJfljX>i}]`Zf #A’c`fIf[i`^l\jGj$Gif[l$
(MP). O processo, que foi instau- cal, mas nem todas as linhas pas- ƒf[\`dX^\d \=}k`dX8cYlhl\ihl\Gj$Gif[l$
ƒf[\@dX^\d >\jkf[\:fek\’[fj8e[i„M`$
rado em agosto, está a cargo do saram corretamente para a base eX^i\#AfXeX8e[iX[\#D}iZ`X8cm\j\DXi`X=\i$
DIAP de Lisboa e, para já, ainda de dados, ficando alguns dados in- eXe[\j%

não foram constituídos arguidos. disponíveis para a área de inspe-
8[alekX;`i\ƒf\8[d`e`jkiXƒf:Xifc`eXJ`cmX
A PGR tem na sua posse a au- ção tributária. 8jj`jk\ek\;`i\ƒf\I\[XƒfDXi^Xi`[X8c\oXe[i\
ditoria da Inspeção-geral de Fi- Uma explicação que não con- :fcle`jkXj\ZXikffe`jkXj;`e`j[\8Yi\l#=\c`Z`Xef
9Xii\`iXj;lXik\#=\ieXe[fJ\XiX#=`c`gX:_Xjhl\`iX#
nanças (IGF) que, com base em venceu o presidente do Sindicato =`c`gXD\cf#=`c`g\G`e_Xc#=iXeZ`jZfJXij]`\c[:XYiXc#
perícias efetuadas por dois pro- dos Impostos, Paulo Ralha, que >feƒXcfM\eeZ`f#?l^fI`Y\`if#Afj„=\ii\`iXDXZ_X$
fessores do Instituto Superior apontou para incongruências [f#G\[if;\c^X[f8cm\j#I`ZXi[fJ\XYiX#Jf]`XMXcX
IfZ_X\K`X^f9XiYfjXI`Y\`if%
Técnico (IST), concluiu que o tra- nesta auditoria. Para o dirigente 
tamento parcial das declarações sindical, as conclusões «levan- 8[d`e`jkiXƒfD}i`fIXd`i\jGi\j`[\ek\[f:fe$
j\c_f[\8[d`e`jkiXƒf D}i`fMXqIXd`i\j8jj\jjfi 
se deveu a uma «complexa com- tam mais perguntas do que dão
;`i\ƒf>\iXcD}i`fMXqIXd`i\j;`i\kfi 
binação de factores», sendo, respostas». GifZ\jjf]f``ejkXliX[f\dX^fjkf =`jZXcèe`ZfAfj„DXi`XI`Y\`if[X:le_X

;\gXikXd\ekf=`eXeZ\`ifJljXeXG`i\jKF: 

:FD9LJKàM<@J KI8EJGFIK<J <DGIyJK@DFJ ;\gXikXd\ekf:fd\iZ`Xc\DXib\k`e^8eke`f
Aff IXd`i\j Æ ;`i% :fd\iZ`Xc Xekfe`f%iXd`$

-œ&)ŕ0#ŕ )(,-ŕ "ŕŕ*),.ŕ>ŕ,ŕ ,\#.)ŕ)'ŕ i\j7e\njgc\o%gk K\c10(-'0,+))#8eXMXqIXd`$


i\jÆ;`i%DXib\k`e^XeX%iXd`i\j7e\njgc\o%gk K\c1
0(.(-'*)+ 

0)&.,ŕŕ #,ŕ O regulador dos transportes de Londres, Inglaterra, optou por não '#-ŕ,!,-ŕ 
Gif[lƒf\;`jki`Yl`ƒfD}i`fJ`cmX;`i\kfi 
renovar a licença à Uber para operar na cidade a partir do final des-
'#-ŕ,)ŕŕ te mês. A decisão foi tomada depois de considerarem que a empre- A partir de janeiro do próximo
;\gXikXd\ekf[\@e]fid}k`ZX?l^fDXihl\j;`$
i\kfi #9ilef=\ii\`iX\D`^l\c9iXeZf
;\gXikXd\ekfAliˆ[`Zf\[\I\Zlijfj?ldX$
sa tem demonstrado «falta de responsabilidade corporativa» em ano, passam a haver novos deve- efj>feƒXcf>l„i`e;`i\kfi #8eXIf[i`^l\j8jj`j$
A próxima semana vai come- relação às mais diversas situações, nomeadamente, questões que res de informação para contratar k\ek\I? #D`^l\cI`ZXi[f\G\[if=\ii\`iX8gf`fCf$
çar com boas e más notícias acabam por ter «implicações potenciais na segurança pública». crédito, nomeadamente, quanto a ^ˆjk`Zf <^lXc[`eXG\i\`iXJ\im`ƒfC`dg\qX 

para os condutores portugue- Em resposta, a empresa diz que a decisão «mostraria ao mundo produtos propostos como vendas Gifgi`\k}i`f&<[`kfiE\njgc\o#J%8%
ses. Tudo depende do tipo de que, longe de estar aberta, Londres está fechada a empresas associadas facultativas. De acordo IlX[f8ƒ’ZXi#e%²/-#(0,'$'('C`jYfX
E@G:,(*.--'.*#DXki`ZlcX[XeX:I:[\C`jYfXjfY
combustível que usam. No inovadoras». com o diploma, publicado ontem,
fe%²,(*.--'.*#:Xg`kXcJfZ`Xc,'%'''\lifj#;\$
caso do gasóleo, as notícias são 9<E=8K?<IJ&8=G
os bancos passam a ter mais obri- k\ekfi\j[\dX`j[\('[fZXg`kXc1D}i`fIXd`i\j
as piores. Está prevista uma gações, entre elas, «esclarecer o I\^`jkf<I:))*0*0
K\c\]fe\I\[Xƒf)((0.-(+-
subida, pela quinta semana consumidor, de modo adequa- <dX`c^\iXc7e\njgc\o%gk
consecutiva. De acordo com os do» sobre toda informação da Fi- <[`ƒfFec`e\nnn%jfc%gk
dados da Bloomberg, a subida cha de Informação Normalizada <dX`cjfg`e`Xf7jfc%gk2ZXikXjXf[`i\Zkfi7jfc%gk

deverá ser de um cêntimo por Europeia (FINE), da minuta do F\jkXklkf\[`kfi`Xc[f JFC\eZfekiX$j\[`jgfeˆm\c
litro. Já no caso da gasolina, as contrato de crédito. Entre as novas \d1_kkg1&&nnn%jfc%gk&jfc&Zljkfd6\jg\Z`Xc4\jkXkl$
kf$\[`kfi`Xc
notícias são melhores. De acor- regras para quem empresta di-

do com a tendência dos merca- nheiro, está ainda a obrigação de @dgi\jjfJf^XgXc;`jki`Yl`ƒfM8JG
dos internacionais, existe mar- prestar esclarecimentos sobre to- ;\gj`kfc\^Xc)+./*,&'-
I\^`jkf<I:(),''+
gem para que cada litro fique dos os documentos que lhe são fa- 
até meio cêntimo mais barato. cultados, os produtos e os serviços K`iX^\dd„[`Xefd†j
Ainda assim, a gasolina deve- propostos como vendas associadas [\X^fjkf)-%,''\o\dgcXi\j

rá continuar acima dos 1,5 eu- facultativas e o processo de contra-


ros por litro. tação de crédito.
NNN%JFC%GK -*

DXib\k`e^^

8eXIfdXKfii\j!

GFIKL>8C1LD8DFI;<M<IÂF
FLLD:8J8D<EKFG8I88M@;8 D8=8C;88Q<M<;F
á estamos todos fartos de ou-

A vir que Portugal está na


moda. Digo ‘fartos’ em tom po-
sitivo porque nos enche de orgu-
lho ver como o nosso país é adora-
do, mas importa agora perceber se
este amor veio ou não para ficar.
Para nós enquanto Portugueses
é fácil perceber o encanto – prin-
cipalmente se o encanto for expli-
cado em estrangeiro, que nós sem-
pre acreditamos pouco em nós
próprios – mas afinal o que cati-
va tanta e tanta a gente a vir cá?
E obviamente não falo só do tu-
rismo, mas da invasão de nacio-
nalidades a fixarem casa no nos-
so território.
Polémicas à parte, benefícios
fiscais e outras burocracias tam-
bém de lado, importa perceber gal o que nunca tínhamos conse- de atracção é fortíssimo e hoje quem impossível, que já não há espaço
como se valorizou a marca Portu- Ê8dXiZXGfikl^Xc guido. Cristiano Ronaldo pôs Por- menos esperávamos é nosso embai- para os Portugueses, que o turis-
gal ao longo dos anos.
\jk}m`mXZfdfeleZX tugal no mundo a um nível im-
pensável e a ele juntaram-se mui-
xador. O que cobraria a Madonna se
há uns anos atrás o Turismo de Por-
mo está a estragar o país, outros
dizem que é motor da nossa eco-

Á semelhança de qualquer ou-


tra marca soube puxar pelos
\i\Zfd\e[X$j\ tos outros que levaram o nome do
nosso país além fronteiras.
tugal a convidasse para uma campa-
nha de promoção do país? Nem con-
nomia e a nossa única saída para
um crescimento sustentado.
seus melhores atributos, pela va-
riedade de paisagens e experiên-
\`jjf#gXiXhl\d juntar a esta receita tivemos
sigo imaginar, mas hoje Madonna
posta sem pudor tudo o que faz por
Sem querer entrar nesta discus-
são e na diferença de opiniões que
cias, pela gastronomia, pela histó-
ria e pela alma secular tão única.
„gfikl^l†j# 8 a sorte e o mérito de até ga-
nhar um Euro de futebol, ter um
cá, enchendo de bandeiras Portugue-
sas todos os seus relatos. Um endor-
este tema ( e bem) tem suscitado ,
e reservando-me o direito de emi-
A tudo isto acrescentou a tranqui-
lidade e estabilidade que todos
k\i}hl\j\ij\dgi\ Português como Secretário Geral
das Nações Unidas e espalhar ta-
sement super valioso que novamen-
te nos leva para outro patamar.
tir a minha sem pudor, a marca
Portugal está viva como nunca e
querem em tempos conturbados dfk`mf[\Xc\^i`XË

lento um pouco por todas as áreas Antes dela tivemos Eric Canto- recomenda-se e isso, para quem é
pelo mundo. com um reconhecimento que só na, Monica Bellucci, Cristian Português, terá que ser sempre
Esta história começou a viajar devemos ter tido na época dos Louboutin , entre outros…quem motivo de alegria.
e a ganhar seguidores, e pelo Descobrimentos. se seguirá? !;`i\kfiX:i`Xk`mX?XmXjJgfikj
mundo alguns fizeram por Portu- Com uma marca tão forte o poder Muitos dizem que Portugal está <ek\ikX`ed\ek

-ŕ()0-ŕ'#-)&-ŕ bém descontos na compra de pro- novo Sistema operativo , construí-


ŕ#%ŕ dutos e experiências reais. do com tecnologia Applea ARKit
A Nike vai lançar uma linha de O lançamento global desta linha que usa a realidade aumentada
camisolas especiais da NBA que será no dia 29 de Setembro parta ajudar o consumidor a vi-
através do smartphone se ligam sualizar verdadeiramente como
a conteúdos. Basta aproximar o ŕ()0ŕ**ŕ)ŕ %ŕŕ uma peça do Ikea ficaria em sua
telefone da etiqueta gigante na *,ŕ)ŕ()0)ŕ *")(ŕŕ casa ou no escritório. Esta app tor-
barra dos uniformes e um novo Enquanto a Apple anunciava o na realidade a ambição de todos os
mundo abre-se. lançamento dos seus novos Ipho- fãs da marca de conseguirem cada
A marca promete vídeos, músi- nes, o Ikea anunciou que iria lan- vez mais perceber como se enqua-
cas, acesso aos bastidores e tam- çar o Ikea Place—uma app para o dram as peças nos seus ambientes.
JFC

&#T®-ŕ(ŕ/.)/,)*

:>KG<L>K\ekiXdeXZfii`[X 5 ŕŕ
Terminado o período de entrega de can- tra alguma preocupação com a situação da Ainda assim, o cenário de deslocali- O ministro que já foi o patinho feio do Go-
didaturas, são seis as listas que concor- fábrica da Volkswagen. Fernando Sequei- zação, uma ameaça que pairava sobre a verno tem quase todas as razões para sor-
rem à Comissão de Trabalhadores da Au- ra sublinha que «a produção do novo mo- fábrica de Palmela, parece posto de par- rir: é apontado como futuro presidente do
toeuropa. Às quatro listas independentes delo automóvel é fundamental para ga- te, uma vez que a operação de transfe- Eurogrupo, viu o défice descer e o PIB cres-
juntam-se uma da UGT e outra da CGTP, rantir o futuro da empresa». De resto, fo- rência da maquinaria seria «muito dis- cer para os 3%. Melhor seria quase impos-
elementos da qual terão estado por detrás ram justamente os novos horários pendiosa», como revelou o presidente sível, não fosse a recapitalização da CGD,
da greve de 30 de agosto. propostos pela administração para assegu- executivo da empresa. A campanha para que pode baralhar um pouco as contas. Pe-
Um dos candidatos à liderança é o presi- rar a produção do SUV T-Roc que vieram o CT arranca já esta segunda-feira. los vistos, Wolfgang Schauble tinha razão
dente demissionário da atual CT, que mos- pôr em causa a paz social na Autoeuropa. Âŕ6!þŕùúĔùû e Centeno é mesmo o CR7 das Finanças...


JFD9I8

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O líder do PSD bem luta contra ventos e
marés para explicar que os resultados
agora alcançados se devem às suas polí-
ticas. Mas ninguém parece dar-lhe ouvi-
dos e, além disso, prepara-se para ter uma
derrota estrondosa nas autárquicas. Tam-
bém com candidaturas como a de Lisboa
D@>L<CD<;@E8&8=G

o que seria de esperar?

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O secretário-geral da ONU teve a infelici-
dade de o seu mandato coincidir com a
presidência de Donald Trump à frente dos

D„[`ZfjXmXeƒXdgXiX^i\m\ EUA. E não é muito abonatório para Gu-


terres receber os cumprimentos caloro-
sos do troglodita Trump como se este es-
Não houve acordo na reunião de ontem nais –?a 11 de outubro no Norte, a 18 na outubro. Em entrevista ao SOL, o minis- tivesse a fazer festinhas a um garoto. Re-
com a tutela e os sindicatos médicos região Centro e a 25 no Sul. Para 8 de no- tro da Saúde diz estar em sintonia com as sumindo: o português não está a ter uma
anunciaram que vão avançar com greves vembro está convocada uma greve nacio- reivindicações dos profissionais, discor- vida fácil...
em outubro e novembro. Para o próximo nal. Recorde-se que os enfermeiros, por dando apenas no modo e calendário de
mês foram marcadas três greves regio- sua vez, convocaram greve para 3,4,5 de aplicação das medidas. Âŕ6!þŕöúĔ÷õŕ

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,/2&-ŕ) ##&#4ŕ#-J)ŕŕ øôÿöĵŕŕ*)*/&TJ)ŕ'ŕ#ŕ \ #ŕ-ŕ*,ŕõÿýĵŕ()ŕ  ŕ › ŕ
-),ŕ .#0ŕ.'ŕ*&)ŕ'()-ŕùùŕ()- *,#'#,)ŕ-'-.,ŕ)ŕ() Noutros tempos, não muito distantes, o
A CE oficializou a decisão que determi- Perto de 3,6 milhões de pessoas com 55 e O défice orçamental do primeiro semes- treinador do Benfica chegou a olhar para
nou que a extensão das concessões de mais anos integravam o mercado de tra- tre foi de 1,9%, uma descida face aos cima da classificação e viu o Sporting com
energia hidroelétrica atribuídas por balho no segundo trimestre, represen- 3,1% registados em igual período do ano oito pontos de avanço, acabando, no en-
Portugal à EDP não envolveu um auxí- tando 40,2% da população em idade ati- passado. «O saldo global das Adminis- tanto, por ultrapassar a equipa de Jorge
lio estatal e que a metodologia financei- va. De acordo com o ministério do Tra- trações Públicas fixou-se em -1.794,4 Jesus. Mas o futebol apresentado pelo
ra utilizada para avaliar o preço dessa balho o peso desta população aumentou milhões de euros», lê-se na informação Benfica este ano é confrangedor e não au-
extensão foi adequada. 0,6 % face ao mesmo trimestre de 2016. do Instituto Nacional de Estatística. gura nada de bom. MˆkfiIX`e_f

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