Вы находитесь на странице: 1из 16

1

O CRIME DE ESTUPRO E A CULTURA DE


CULPABILIZAÇÃO DA VÍTIMA

FRANCISCA MOANA A. DE OLIVEIRA1


MAÍSA ALINE ALEXANDRE SOUZA 2
IGOR VASCONCELOS CANUTO3
VANESSA L. VASCONCELOS4

Resumo: O presente artigo tem por objetivo demonstrar como vem se perpetuando a chamada “cultura do estupro",
naturalizada pelos diversos tipos de violências suportadas pelas mulheres e pelo fato de culparem a vítima pela
conduta de seu agressor. Assim, utilizando-se de estudo doutrinário, legislativo e social, partindo do histórico da
previsão legal do estupro como crime, visa analisar os movimentos sociais que buscam desconstruir o ideal
machista sobre o assunto em questão, à medida que a pena por si só é insuficiente, buscando uma forma alternativa
de amenizar os danos causados à vítima com a aplicação da justiça restaurativa.

Palavras-Chave: Estupro. Cultura do Estupro. Violência de Gênero. Culpabilização da vítima. Direitos sexuais.
Justiça restaurativa.

INTRODUÇÃO

ANAIS do VIII Encontro de Pesquisa e Extensão da Faculdade Luciano Feijão.


ISSN 2318.4329
As mulheres são as maiores vítimas do crime de estupro no Brasil. A violência contra a
mulher se naturaliza quando se busca motivos no comportamento da vítima para justificar a
ocorrência do estupro, colocando-a na condição de culpada pela conduta de seu agressor, à
medida que relacionar o motivo do estupro à roupa da vítima ou ao seu comportamento cria a
falsa ideia de que a vítima “merece” ou “pede” para ser estuprada.
É muito comum cometer o erro de achar que estuprador é somente aquela pessoa
desconhecida quando, na verdade, a maioria dos casos ocorre entre familiares e amigos, o que

Sobral-CE, novembro de 2015.

1
Graduanda do 4º semestre do curso de Direito na Faculdade Luciano Feijão (FLF). E-mail:
moana.direito@hotmail.com
2
Graduanda do 4º semestre do curso de Direito na Faculdade Luciano Feijão (FLF). E-mail:
mayalexandre7@gmail.com
3
Graduando do 7º semestre do curso de Direito na Faculdade Luciano Feijão (FLF). E-mail:
igorvasconcelos100@hotmail.com
4
Mestre em Ciências Jurídicas Internacionais pela Universidade de Lisboa. Professora do Curso de Direito na
Faculdade Luciano Feijão (FLF). Email: vanessavasconcelos85@gmail.com
2

ressalta a mania social de achar que existe um meio termo entre negação e consentimento
quando se trata de violência sexual.
É incontestável que nos últimos tempos as mulheres conquistaram espaço no meio
social, embora, o patriarcalismo reforce a cultura de desvalorização da mulher quando aceita e
naturaliza, mesmo que tacitamente, os crimes sexuais como uma maneira de manter cada um
dentro de seus papeis, oprimindo e agredindo aqueles que se recusam a assumir esses modelos
predeterminados.
Essa naturalização da culpabilização da vítima gera nas vítimas o medo de represália
social, por isso a grande maioria se cala diante da violência, gerando a necessidade de se romper
o silêncio que legitima as mais diversas formas de violências suportadas pelas mulheres.
Essa é uma realidade a ser discutida pela necessidade de uma reavaliação das relações
de gênero, especialmente no que diz respeito à igualdade e liberdade sexual da mulher. Desta
forma, o presente trabalho busca incentivar uma reflexão sobre os aspectos regem o crime de
estupro e as medidas necessárias para a desconstrução da cultura de culpabilização da vítima.

ANAIS do VIII Encontro de Pesquisa e Extensão da Faculdade Luciano Feijão.


ISSN 2318.4329
BREVE HISTÓRICO SOBRE O CRIME DE ESTUPRO NA LEGISLAÇÃO
BRASILEIRA

O crime de estupro não está relacionado a sexo ou desejo sexual, estupro é reflexo da
hierarquia sexista, que intimida mulheres e as mantêm em um estado permanente de medo
(BROWNMILLER, 1975). Sexo necessita de consentimento, enquanto o estupro configura-se
no ato abominável de forçar e constranger alguém a praticar atos sexuais contra a sua própria
vontade. Podemos encará-lo como um mecanismo de controle social que tenta submeter
mulheres à autoridade masculina, mediante violência física, psicológica ou moral, colocando-
as como responsáveis pela conduta de seu agressor. Sobral-CE, novembro de 2015.

Já na antiguidade era prevista a punição para aquele que cometesse o crime de estupro,
tanto no meio jurídico como no social. Este crime estava diretamente atrelado a conceitos
sexistas e moralistas no que dizem respeito à liberdade sexual da mulher, que por muito tempo
foi considerada o sujeito passivo do delito (PORTINHO, 2005).
3

Os primeiros registros de previsão legal são encontrados no primeiro conjunto de leis


criado na Mesopotâmia, conhecido como o Código de Hamurabi. Neste código, o estupro era
previsto no art. 130, apenas “se alguém viola a mulher que ainda não conheceu homem e vive
na casa paterna”, para que houvesse punição o agressor precisaria ser surpreendido durante o
ato, cuja pena seria a morte, e a vítima ficaria livre. Com isso, percebe-se que a concepção de
honra da mulher sempre esteve ligada à manutenção da virgindade com relação ao pai
(RAMOS, 2012). E, embora o artigo conceda a mulher tal “liberdade” sabe-se que o
desvirginamento era o início de um caminho sem volta, uma vez que a mulher precisava atender
determinadas exigências sociais para ser respeitada perante a sociedade.
Na legislação brasileira, a previsão legal do estupro como um tipo penal foi iniciada
desde o período colonial, lembrando que, neste período, o Brasil não possuía leis próprias,
sendo regido de acordo com a legislação de Portugal. Desta maneira, eram aplicadas as
Ordenações Afonsinas, Ordenações Manuelinas e Ordenações Filipinas.
Somente no período imperial o Brasil passou a ter legislação própria, prevendo o crime
de estupro no art. 222 do Código Criminal de 1830, com uma redação marcada por expressões

ANAIS do VIII Encontro de Pesquisa e Extensão da Faculdade Luciano Feijão.


valorativas de designação da mulher, que via o estupro como a realização de cópula carnal por

ISSN 2318.4329
meio de violência ou ameaças, contra qualquer “mulher honesta”, podendo ter a pena diminuída
caso a mulher em questão fosse prostituta. Já em 1890, o código referido foi revogado, contudo,
estas mesmas expressões foram mantidas.
Estas expressões moralistas como requisito caracterizador do tipo penal
impossibilitavam uma proteção mais abrangente às mulheres, já que a elas estava reservado um
comportamento sexual resignado e submisso.
Tratando-se de dever marital, abre-se espaço para questionar o estupro dentro do
casamento, que por muitas vezes é desconsiderado, já que a conjunção carnal é tida como uma
obrigação matrimonial. Os doutrinadores tradicionais, como Nelson Hungria e Magalhães de
Sobral-CE, novembro de 2015.

Noronha (2002), apoiam suas argumentações no debitus conjugales e afirmam que o marido
pode obrigar a esposa a ter relações sexuais com ele, mediante violência ou grave ameaça, pois
o mesmo estaria acobertado pela excludente de ilicitude do exercício regular de direito e, ao
marido, pertencia o direito à posse sexual da mulher, como afirma Noronha:
4

As relações sexuais são pertinentes à vida conjugal, constituindo direito e dever


recíproco dos que casaram. O marido tem direito à posse sexual da mulher, ao qual
ela não se pode opor. Casando-se, dormindo sob o mesmo teto, aceitando a vida em
comum, a mulher não se pode furtar ao congresso sexual, cujo fim mais nobre é o da
perpetuação da espécie. A violência por parte do marido não constituirá, em principio,
crime de estupro, desde que a razão da esposa para não aceder à união sexual seja
mero capricho ou fútil motivo, podendo, todavia, ele responder pelo excesso
cometido. (NORONHA, 2002, p.70)
Em contrapartida, há doutrinadores que enxergam a possibilidade do cometimento do
crime de estupro no casamento, já que a lei não autoriza o emprego de violência ou grave
ameaça na relação matrimonial, deste modo, deixam claro que não há possibilidade de adotar
excludente de ilicitude na conduta do marido que violenta a própria esposa, pois a recusa da
mulher em manter relações sexuais com ele não pode ser motivo de estupro. Assim como afirma
Guilherme de Sousa Nucci (2002), “tal situação não cria o direito de estuprar a esposa, mas sim
o de exigir, se for o caso, o término da sociedade conjugal na esfera civil, por infração a um dos
deveres do casamento”.
E em 1940, um novo código penal foi decretado e é vigente até os dias atuais, passando
por várias alterações no decorrer de sua vigência. No que faz alusão ao crime de estupro, art.
2013, primeiramente, o restringiu como o constrangimento de mulher à conjunção carnal,

ANAIS do VIII Encontro de Pesquisa e Extensão da Faculdade Luciano Feijão.


ISSN 2318.4329
mediante violência ou grave ameaça, ou seja, apenas a mulher era tida como vítima e o homem
sempre era o sujeito ativo do delito especificamente, não havendo previsão de estupro para a
figura masculina como possível vítima.
O código de 1940, em seu texto originário, possuía viés patriarcalista em algumas de
suas disposições legais, sendo mais preciso no tópico referente à extinção de punibilidade caso
houvesse o casamento da vítima de estupro com aquele que lhe violentou (art. 107, VII do CP),
deste modo, ocorreria o chamado perdão tácito, a fim de manter a honra da vítima e de sua
família, todavia, essas mulheres que eram forçadas ao casamento acabam por se tornar vítimas
infindáveis de violência doméstica por parte do cônjuge, e somente com o advento da Lei
Sobral-CE, novembro de 2015.

11.106/05, tal disposição foi revogada, evitando que essas mulheres fossem revitimizadas pelo
seu agressor.
A partir da vigência de tal lei, passou a existir um conflito entre normas, visto que o
Código Civil de 2002, em seu art. 1.520, previa a autorização para o casamento daquela pessoa
que ainda não atingiu a idade núbil na hipótese de gravidez, para evitar imposição de
5

cumprimento de pena. Com isso, surgiu a dúvida sobre qual legislação aplicar, já que a
legislação penal revogou a hipótese da extinção de punibilidade com o casamento e o Código
Civilista ainda a trazia em seus dispositivos. Por se tratar de uma lei específica que visava
proteger a criança e o vínculo familiar, a disposição civilista acabou prevalecendo.
Com o decurso do tempo, os legisladores brasileiros decidiram inovar no que tange aos
tipos penais previstos na Parte Especial do Código, que tem como objeto jurídico tutelado a
dignidade sexual, deste modo alterando diversos dispositivos legais. Com isso, foi sancionada
a Lei 12.015/09, onde unificou o crime de estupro e o crime de atentado violento ao pudor,
dando uma nova conotação ao delito, passando a tutelar a liberdade sexual de qualquer
indivíduo, independentemente de sexo ou gênero, dando a eles a faculdade de escolher o seu
parceiro e comportamento diante o ato sexual.
As alterações realizadas por esta lei passaram a alcançar tanto o homem quanto a mulher
como possíveis vítimas de estupro, conceituando o delito como o ato de “constranger alguém,
mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com
ele se pratique outro ato libidinoso”, presente no caput do art. 213 do atual Código Penal

ANAIS do VIII Encontro de Pesquisa e Extensão da Faculdade Luciano Feijão.


Brasileiro.

ISSN 2318.4329
É preciso ressaltar que essa mesma lei revogou tacitamente a hipótese de extinção de
punibilidade no caso de casamento da vítima com o agressor, encontrada no Código Civil, à
medida que a legislação penal previu a situação do estupro de vulnerável (art. 217-A CP),
entendendo que até a idade de 14 anos, mesmo que haja consentimento, o ato sexual configura-
se em estupro presumido, o mesmo se aplica para os casos de pessoas com qualquer tipo de
doença física ou mental que dificulte sua resistência. Outra conquista foi a inclusão do crime
de estupro na Lei dos Crimes Hediondos (art. 1º, V da L. 8.072/90).
Através dos tempos, a legislação refletiu o raciocínio machista em relação à liberdade
sexual da mulher e mesmo com as adaptações que foram realizadas, as mulheres continuam
Sobral-CE, novembro de 2015.

sendo as principais vítimas do crime de estupro no Brasil.


6

A VÍTIMA COMO AGRESSORA

Os crimes sexuais contra a mulher são os únicos crimes no qual a vítima é julgada junto
com o criminoso. No início da década de 1970, nos Estados Unidos, o estupro era visto como
uma necessidade masculina, uma doença, uma mentira ou culpa da vítima (SEMÍRAMIS,
2013). Em pleno século XXI, o estupro ainda é visto como uma expressão da força masculina,
que coloca a mulher numa posição de propriedade do homem, dando legitimidade a diversos
tipos de violências de gênero.

A violência doméstica se enquadra nesse raciocínio, pois mulheres são tratadas como
propriedade masculina e essa relação se manifesta por meio do espancamento e do
estupro marital. Estupros em casos de escravidão e de guerra (inclusive religiosa)
também se encaixam nessa teoria, pois são uma forma de subjugar por meio da
violência sexual. E o conceito de feminicídio (homicídio de mulheres que não
obedecem aos cânones sociais) claramente deriva dessa observação de que a cultura
legitima a violência contra mulheres. (SEMÍRAMIS, 2013).
A cultura do estupro trata especificamente da naturalização dessa violência no âmbito
social. Sirlanda Maria Selau da Silva (2014), advogada e militante feminista da Marcha
Mundial das Mulheres no Rio Grande do Sul, ressalta que se constrói a falsa ideia de que a
violência faz parte do destino das mulheres, o que geralmente enseja que a vítima passe à

ANAIS do VIII Encontro de Pesquisa e Extensão da Faculdade Luciano Feijão.


ISSN 2318.4329
condição de culpada quando se buscam motivos, no seu próprio comportamento, para justificar
a ocorrência do estupro.
A escritora Susan Brownmiller (1975), em sua obra “Contra a nossa vontade: homens,
mulheres e estupro”, ainda sem tradução no Brasil, afirma que esse é um mecanismo de controle
social para manter as mulheres na linha.
De acordo com os reflexos da cultura patriarcal, tudo pode ser visto como justificativa
para o crime de estupro, perpetuando o equivocado e cruel pensamento de que a vítima “pede”
ou “merece” ser estuprada. O Fórum Brasileiro de Segurança Pública (2014) divulgou um
documento que revela que a cada dez minutos uma pessoa é estuprada no Brasil. No mesmo
Sobral-CE, novembro de 2015.

ano, o IPEA divulgou a pesquisa “Tolerância social à violência contra mulher”, em que 58,5%
dos entrevistados acreditam que “se as mulheres soubessem como se comportar, haveria menos
estupros” (IPEA/SIPS, 2014), o que salienta o mito de que a vítima pode evitar o estupro,
atenuando a culpa do agressor que supostamente não consegue controlar seus instintos e
culpando a vítima por provocá-lo.
7

Um equívoco muito comum é acreditar que os agressores geralmente são desconhecidos


da vítima, doentes mentais, ou pessoas violentas. Contudo, a maioria dos casos de estupro
ocorre no âmbito familiar, entre parentes e amigos.
“Nós ainda temos o mito de que o estuprador é um homem negro, pobre, na periferia,
em um beco escuro. Nós não vemos o estuprador como um homem jovem, branco, rico, na
graduação, graduado, pós-graduado”, como ressalta a professora da Faculdade de Medicina da
Universidade de São Paulo (FMUSP), Ana Flávia d’Oliveira, durante o fórum Fale Sem Medo,
realizado pelo Instituto Avon (2015). Nesse mesmo evento, a pesquisa “Violência contra a
mulher no ambiente universitário”, feita pelo Instituto Data Popular, foi divulgada, revelando
que quase três milhões de universitárias já sofreram algum tipo de violência de gênero no Brasil.
Está mais do que na hora de reconhecermos que vivemos em uma cultura em
que o estupro é condenável na teoria, mas incentivado e tolerado no dia a dia.
Transformar os estupradores em monstros ou colocar a culpa na mulher não
vai mudar essa realidade. A imensa maioria dos estupradores não é composta
por doentes mentais, muitos são inclusive conhecidos das vítimas. São
homens comuns (VARELLA, 2015).
Não existe meio termo quando se trata de estupro, à medida que não se pode confundir

ANAIS do VIII Encontro de Pesquisa e Extensão da Faculdade Luciano Feijão.


negação e consentimento. Deste modo, qualquer ato sexual forçado e sem consentimento

ISSN 2318.4329
expresso, configura-se nesse crime, mas muitos fecham os olhos para o problema quando a
palavra estupro é substituída por uma dessas definições mais amenas, como menciona Lola
Aronovich (2014). Um exemplo comumente ignorado é o ato de embebedar alguém a fim de
obter relações sexuais sem resistência, não levando em consideração a ausência de
discernimento da vítima para decidir se queria ou não ter relações com determinada pessoa.
Em vários casos, o estuprador nem acha que estuprou, e a própria vítima leva tempo
para se convencer de que sofreu um estupro. E mais tempo ainda para perceber que não teve
culpa. (ARONOVICH, 2014)
Com o crescimento das redes sociais, casos de pornografia de vingança se tornaram cada
Sobral-CE, novembro de 2015.

vez mais frequentes. Antigamente esses casos ganhavam destaque porque nada acontecia aos
autores, todavia, em junho de 2014, um caso ganhou destaque porque a Justiça de Minas Gerais
entendeu que a vítima também foi culpada por ter se exposto nas imagens íntimas. A justificativa
dos dois desembargadores baseia-se no raciocínio moralista de que às mulheres cabe um
8

comportamento sexual resignado. O relator Francisco Batista de Abreu ao justificar sua decisão, que
foi reiterada pelo colega Otávio de Abreu Portes, escreveu:

Para o magistrado, não houve ‘quebra de confiança’ do casal, uma vez que o namoro foi
‘curto e à distância’. ‘As fotos em momento algum foram sensuais. As fotos em posições
ginecológicas que exibem a mais absoluta intimidade da mulher não são sensuais. (...) São
poses para um quarto fechado, no escuro, ainda que para um namorado, mas verdadeiro.
Não para um ex-namorado por um curto período de um ano. Não foram fotos tiradas em
momento intimo de um casal ainda que namorados. E não vale afirmar quebra de
confiança. O namoro foi curto e a distância. Passageiro. Nada sério. ’ (TJ-MG. Apelação
Cível nº 1.0701.09.250262-7/001 - Comarca de Uberaba - Apelante(s): Fernando
Ruas Machado Filho - Apelado(a)(s): Rubyene Oliveira Lemos Borges).
Decisões como essas dão liberdade para que os ofensores continuem praticando o ato.
A cultura do estupro é o processo de constrangimento social que garante a manutenção dos
papéis de gênero e dar aos homens o controle do corpo e da sexualidade da mulher, oprimindo-
as quando reforçam a imagem de que mulheres devem ser sexualmente recatadas, não podendo
usar determinados tipos de roupa ou freqüentar certos lugares. Desta forma, punem-se aquelas
que não aceitam a legitimação da violência por meio de hostilidade ou crimes sexuais.
A doutoranda em Direito Cynthia Semíramis (2013) diz que a expressão “cultura do
estupro” vai além da tolerância e incentivo a violência contra mulheres por meio da violência

ANAIS do VIII Encontro de Pesquisa e Extensão da Faculdade Luciano Feijão.


ISSN 2318.4329
sexual, mas que se trata de um processo para constranger pessoas a se adequarem a papéis de
gênero.
É inegável que nos últimos tempos as mulheres conquistaram espaço no meio social,
contudo, o patriarcalismo reforça a cultura de desvalorização da mulher quando aceita e
naturaliza, mesmo que de forma implícita, esse tipo de violência. É preciso enfatizar que esse
constrangimento social não é direcionado somente às mulheres, mas a toda pessoa que não se
enquadre nesses modelos predeterminados, tanto que, minimizar o estupro quando ele acontece
com minorias acabou por se tornar uma prática extremamente comum, negligenciando o fato
de que homossexuais, transexuais, travestis, prostitutas e mulheres casadas também podem ser
Sobral-CE, novembro de 2015.

vítimas.

Os homossexuais são moldados para agir de acordo com papéis de gênero que
desprezam sua liberdade, forçando-os a uma heterossexualidade compulsória. Quando
não se adequam são ridicularizados, estuprados e agredidos até a morte. Mulheres
lésbicas enfrentam os mesmos problemas, agravados pela ameaça de estupro corretivo
para que a violência sexual as ‘transforme em heterossexuais’. (SEMÍRAMIS, 2013).
9

No caso de mulheres negras e indígenas esse problema parece se amplificar, à medida


que sofrem com a aliança do machismo com o racismo, que as objetifica e super sensualiza,
tornando-as ainda mais vulneráveis aos crimes sexuais (VIEIRA, 2010).
Outro grande problema em relação ao crime de estupro é ignorar o fato de que homens
também são vítimas e embora seja menos comum, não se pode fingir que esses casos não
existem. As generalizações só criam uma guerra de sexo desnecessária, fazendo com que esse
crime continue sendo um dos mais subnotificados que existem.
O medo de denunciar é uma ação normal em uma sociedade que culpa as vítimas, as
desacredita e menospreza a violência. Não é por mero acaso que a grande maioria das vítimas
desiste de denunciar o crime quando pensam no que a sociedade, o delegado, os advogados e
até mesmo os juízes irão pensar e argumentar para invalidá-las. Geralmente, são argumentos
moralistas, que infelizmente funcionam. Assim, o estupro acaba sendo silenciado pelo medo e
a vergonha, que são mecanismos eficientíssimos.
Por se tratar de um crime tão íntimo, que geralmente não possui testemunhas, mesmo
que ninguém seja culpado até que se prove o contrário, negligenciar as denúncias é um absurdo

ANAIS do VIII Encontro de Pesquisa e Extensão da Faculdade Luciano Feijão.


que precisa ser combatido. É preciso romper o silêncio e mostrar que esse cenário problemático

ISSN 2318.4329
realmente existe, que a sociedade não pode simplesmente fechar os olhos e fingir isso não
acontece enquanto não sente a gravidade do problema na própria pele. É preciso dar voz às
vítimas e não desacreditá-las.

A NECESSIDADE DE DESCONSTRUÇÃO DA CULTURA DO ESTUPRO

A impunidade dos agressores também é outro grande problema, visto que desestimula
as vítimas a registrarem a denúncia. Obviamente, a punição por si só não basta, o enfrentamento
desta forma de violência passa pela transformação das relações entre homens e mulheres,
Sobral-CE, novembro de 2015.

especialmente pela promoção de igualdade, permitindo o exercício de uma nova cultura.


(SILVA, 2014).
A desconstrução dessa cultura do estupro passa a ser uma necessidade a partir do
momento que encaramos o machismo como uma arma, visto que o machismo mata, oprime,
10

agride e estupra, por se tratar de uma norma social que representa a condenável prática de
opressão feminina, principalmente, no que diz respeito aos direitos sexuais.

As modificações na legislação demonstram que, ao menos em relação ao Estado, a


cultura do estupro vem sendo sistematicamente eliminada. Embora vários dos avanços
legislativos dos últimos anos derivem de condenações do Brasil nas cortes
internacionais de direitos humanos, o que importa é a pressão exercida por essas
condenações e pelos movimentos sociais para que o Estado, com todo o seu aparato e
poder de coerção, atue para que essas práticas sejam modificadas. A estrutura social
se modifica para encampar a igualdade entre homens e mulheres e garantir a liberdade
sexual de todas as pessoas. (SEMÍRAMIS, 2013).
Inegavelmente, trata-se de um processo de mudança que caminha lentamente, à
proporção que as campanhas publicitárias, as novelas, os jornais e as revistas divulgam uma
ideologia arcaica e opressora que legitima desde o racismo à violência contra as mulheres e
homossexuais. Semíramis (2013) ressalta que é necessário combater essa cultura por meios
legais e também com manifestações mais incisivas de movimentos sociais. Mas é importante
lembrar que essas ações devem compreender as mudanças dos últimos anos e reconhecer que
se trata de uma disputa em torno de papéis de gênero.
Uma forma significativa de desconstruir a sociedade sexista é empoderando mulheres,

ANAIS do VIII Encontro de Pesquisa e Extensão da Faculdade Luciano Feijão.


à medida que se elas obtiverem poder e voz para não se calar diante da opressão é que se pode

ISSN 2318.4329
desnaturalizar a violência, a misoginia e o preconceito. O papel dos movimentos sociais
feministas é fundamental para essa missão, pois cabe a eles desconstruir pensamentos e
comportamentos machistas corriqueiros.

As campanhas nos revelam o lado encarnado e extremamente potente das relações


machistas de poder: elas não estão (apenas) lá em um “sistema” superior de opressão,
produzindo enunciados maiores, como nos ensinam as cartilhas sobre os “modos de
funcionamento do patriarcado”, uma maquinaria que por muitas vezes nos parece
distantes, mal conseguimos nos aproximar (...) politizar essa dimensão do cotidiano,
trazer à luz os sofrimentos que produzimos delicadamente, penosamente, em silêncio.
Mostra-nos a importância da escuta e da cumplicidade como elementos indispensáveis
para a produção de resistências. É uma forma de compartilhar nossos silêncios e de,
enfim, vocalizá-los com uma voz coletiva, comum. (MORAES, 2015).
Sobral-CE, novembro de 2015.

A campanha virtual “Primeiro Assédio”, que debutou no Brasil através do blog Think
Olga é um exemplo de movimento social feminista que empoderou e incitou mulheres a falarem
das primeiras violências que sofreram. A jornalista Juliana de Faria, motivada pela indignação
dos comentários inapropriados e brutais de cunho sexual e incitação a pedofilia, direcionados à
participante Valentina, de apenas 12 anos de idade, do programa de TV Master Chef Júnior
11

Brasil, deu o pontapé inicial ao relatar seu primeiro assédio em uma rede social, usando a
hashtag #primeiroassedio como forma de protesto (FARIA, 2015).
Esse fato foi o estopim para a mobilização feminina nas redes sociais, que permitiu que
outras mulheres divulgassem em seus perfis virtuais casos de assédio sofridos na infância, pré-
adolescência e adolescência. Feita uma análise a partir das histórias publicadas, se constatou
que a idade média do primeiro assédio é de 9,7 anos (FARIA, 2015). Tornando perceptível que
o problema não está na roupa ou no comportamento da vítima, à medida que uma criança não
tenta seduzir e, sim, que o real problema está no raciocínio patriarcalista que a objetifica.
Mostrando que se apoderar da própria história é importante para que ocorra a mudança
social que tanto precisamos, de forma que a vítima assim se reconheça como vítima. É uma
questão de enxergar que a opressão é, de fato, uma opressão e não “parte da vida”. (FARIA,
2015).
A violência sexual causa danos irreversíveis para a sua vítima, tais como danos físicos,
trauma emocional, medo, insônia, a dificuldade em se relacionar sexualmente e a dificuldade
em retomar o trabalho ou atividade curricular, afetando toda a vida da vítima diante a situação,

ANAIS do VIII Encontro de Pesquisa e Extensão da Faculdade Luciano Feijão.


fazendo com que, a pena por si não sacie a necessidade de justiça que a vítima tanto busca.

ISSN 2318.4329
É sabido que as sequelas da violência podem ser atenuadas se a vítima dispor de
tratamento especializado e possuir uma consistente rede de apoio (pessoas que
compreendam sua dor, não atribuam culpa à vítima pelo ocorrido, e procuram
fomentar sua autoestima). Contudo, considerando que as estatísticas apontam que
apenas 10% das vítimas buscam apoio podemos concluir que via de regra a vítima de
violência sexual silencia sua dor e a sufoca internamente. Daí, termos o saldo
desconhecido de crianças, adolescentes e adultos que apresentam diversos
comprometimentos ao nível de saúde física, mental e emocional; onde além de
anônimos, tornam-se incompreendidos. (DIAS, 2003).
Como em praticamente todo crime, a vítima busca justiça através da punição. No Brasil,
existe a ideia de que a maioria dos conflitos, principalmente os penalistas, possui solução no
Poder Judiciário. Neste sentido, o método da justiça retributiva preocupa-se com o Sobral-CE, novembro de 2015.

comportamento do Estado em relação ao autor do crime, buscando meios punitivos para


retribuir o tipo penal por ele realizado, a fim de devolver o sentimento de segurança para a
sociedade. Todavia, A Justiça Restaurativa vem como um novo modelo de resolução de
conflitos que busca ir além da punição (FREITAS; BRAGA, 2015).
12

À medida que para as vítimas de crimes sexuais, a punição sozinha torna-se insuficiente
para o conforto e tranquilidade da vítima, encontra-se por meio da Justiça Restaurativa uma
maneira de saciar essa necessidade de justiça, de modo que haja espaço para ouvir todas as
partes envolvidas no processo.
Este método baseia-se na escuta das partes, mediante a aproximação entre vítima,
agressor, suas famílias e a sociedade, sem que se exclua a pena, preocupando-se mais com as
pessoas e seus relacionamentos e dando oportunidade a figura da vítima e a comunidade onde
o crime ocorreu (FREITAS; BRAGA, 2015).
A Justiça Restaurativa oferece uma estrutura de entendimento e resposta ao crime
fundamentalmente diferente. Esta ressalta a importância de se aumentar a participação das
vítimas do crime e dos membros da comunidade, responsabilizando diretamente os praticantes
do crime frente às pessoas prejudicadas por eles com intuito de restaurar as perdas emocionais
e materiais da vítima.
Visando o diálogo entre as partes, pode-se dar início a negociação de uma possível
resolução do problema, devolvendo a sensação de segurança para a sociedade e o término do

ANAIS do VIII Encontro de Pesquisa e Extensão da Faculdade Luciano Feijão.


problema para os envolvidos, já que, deste modo, alguns danos poderão ser reparados. Como

ISSN 2318.4329
relata a ONU (2007):
A Justiça Restaurativa refere-se ao processo de resolução do crime focando em uma
nova interpretação do dano causado às vítimas, considerando os ofensores
responsáveis por suas ações e, ademais, engajando a comunidade na resolução desse
conflito. A participação das partes é uma parte essencial do processo que enfatiza a
construção do relacionamento, a reconciliação e o desenvolvimento de acordos
concernentes a um resultado almejado entre vítima e ofensor. (...) Através deles, a
vítima, o ofensor e a comunidade recuperam controle sobre o processo. Além disso, o
processo em si pode frequentemente transformar o relacionamento entre a
comunidade e o sistema de justiça como um todo.
Com isto, percebe-se que este novo modelo de justiça busca primordialmente amenizar
os danos sofridos pela vítima, devolvendo-a o controle de sua própria vida, para então analisar Sobral-CE, novembro de 2015.

e restaurar os laços que foram rompidos após a prática do crime, mesmo sabendo que esta
restauração não será absoluta. Neste sentido, afirma ZEHR (2008, p. 176):

Se o crime é um ato lesivo, a justiça significará reparar a lesão e promover a


cura. Atos de restauração - ao invés de mais violação - deveriam
contrabalançar o dano advindo do crime. É impossível garantir recuperação
total, evidentemente, mas a verdadeira justiça teria como objetivo oferecer um
contexto no qual esse processo pode começar.
13

(...) O primeiro objetivo da justiça deveria ser, portanto, reparação e cura para
as vítimas.
Cura para as vítimas não significa esquecer ou minimizar a violação. Implica
num senso de recuperação, numa forma de fechar o ciclo. A vítima deveria
voltar a sentir que a vida faz sentido e que ela está segura e no controle. O
ofensor deveria ser incentivado a mudar. Ele ou ela deveriam receber a
liberdade de começara vida de novo. A cura abarca um senso de recuperação
e esperança em relação ao futuro.
Sanar o relacionamento entre vítima e ofensor deveria ser a segunda maior
preocupação da justiça. O movimento de reconciliação vítima-ofensor
chamou esse objetivo de reconciliação.
Em casos de estupro a aplicação do método da Justiça Restaurativa pode ser bastante
eficaz, à proporção que realizaria um diálogo intermediário com o fim de conscientizar a
comunidade a cerca da gravidade do problema em questão, para, deste modo, desconstruir a
ideia de que a vítima tem culpa pela violência que sofreu.
Sendo aplicado este método, cria-se a oportunidade para que todos os sentimentos
resultantes do delito sejam manifestados e de alguma forma solucionados, fazendo com que a
vítima deixe de sentir culpada e demonstre os danos que sofreu do agressor e os que vêm
sofrendo pela sociedade que busca um motivo no seu comportamento para explicar o porquê da

ANAIS do VIII Encontro de Pesquisa e Extensão da Faculdade Luciano Feijão.


ISSN 2318.4329
ocorrência do crime, além de conscientizar o agressor da extensão dos danos causados e
incentivá-lo a mudar.
Entretanto, não se pode crer que a punição judicial conjugada a aplicação da Justiça
Restaurativa sejam suficientes para dizimar tais práticas, já que se trata de uma concepção
construída historicamente, que infelizmente está enraizada na nossa sociedade. A desconstrução
da cultura do estupro e, consequentemente, do machismo, é uma prática diária e individual, que
necessita da adoção de políticas educativas para a promoção da igualdade.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Sobral-CE, novembro de 2015.

Ante as considerações feitas neste trabalho, foi possível realizar uma reflexão diante o
estudo sobre o crime e a cultura do estupro. Nota-se que o termo cultura do estupro indica o
quanto a violência contra a mulher é tolerada e normalizada dentro da sociedade.
14

Não há como ignorar que as mulheres conquistaram mais espaço na sociedade nestes
últimos anos, obtendo cada vez mais igualdade de direitos, principalmente em questões
relacionadas à liberdade sexual, que são cada vez mais garantidas pelo Estado. Contudo, mesmo
com estas conquistas, ainda existe a opressão social, que insiste em atribuir a culpa dos crimes
sexuais as suas vítimas.
No Brasil, a legislação aceitou com o decurso do tempo que é direito de qualquer um
direcionar sua sexualidade de acordo com sua própria vontade e, não, segundo os ditames
sociais, assim como, mudou de modo a reconhecer que o crime de estupro está diretamente
relacionado às relações sexistas, considerando que homens e mulheres podem ser vítimas de
estupro.
O estudo dessa cultura e sua desconstrução ainda é um tema pouco desenvolvido, mas
que vem sendo combatido tanto pelo Estado quanto pelos movimentos sociais, que visam a
igualdade de gênero.
O método da justiça restaurativa, mesmo caminhando lentamente, tem um papel
fundamental na questão de assistência a vítima, ao agressor e a sociedade, a fim de reparar ou

ANAIS do VIII Encontro de Pesquisa e Extensão da Faculdade Luciano Feijão.


amenizar as sequelas deixadas pelo crime de estupro. Ainda que não seja o suficiente, tendo em

ISSN 2318.4329
vista que se trata de uma questão cultural.
Portanto, este trabalho traz uma reflexão geral sobre a necessidade de mudanças nas
bases ideológicas da sociedade como meio de desconstruir essa mania social de culpabilização
da vítima, reprovando as práticas de violência de gênero.

THE RAPE CRIME


AND CULTURE VICTIM BLAMING Sobral-CE, novembro de 2015.

Abstract: This article aims to show how the so-called "rape culture" continues to exist, naturalized by the several
types of violence borne by women and the fact that the victim is blamed for the conduct of his attacker. Thus,
using doctrinal, legislative and social study, based on the history of rape legal provision as a crime, this work aims
to analyze the social movements that seek to deconstruct the sexist ideal on the matter concerned, as the penalty
itself is insufficient, it is seeking an alternative way of softening the damage caused to the victim with the
application of restorative justice.

Key-Words: Rape. Rape culture. Gender violence. Victim blaming. Sexual rights. Restorative justice.
15

REFERÊNCIAS

ARAÚJO, Thiago. Uma aula sobre a nefasta violência sexual contra alunas nas universidades, por uma
professora da USP. HuffPost Brasil, 28 de janeiro de 2016. Disponível em:
http://www.brasilpost.com.br/2016/01/28/violencia-universitarias-brasil_n_9098052.html.Acesso em:
02.fev.2016.

ARRAIS, Amauri. Revista Marie Claire, 2014. http://revistamarieclaire.globo.com/Mulheres-do-


Mundo/noticia/2014/07/justica-de-minas-gerais-culpa-jovem-que-teve-imagens-intimas-divulgadas-na-internet-
por-se-expor.html. Acesso em: 19.dez.2015.

BRASIL. Decreto-Lei Nº 2.848, de 07 de Dezembro de 1940. Código Penal. Disponível em:


http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del2848.htm. Acesso em: 08.Jan.2016.

BRASIL. Lei Nº 11.2016, de 28 de Março de 2005. Disponível em:


http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2005/lei/l11106.htm. Acesso: 08. Jan.2016.

BRASIL. Lei Nº 12.015, de 07 de Agosto de 2009. Disponível em:


http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2009/lei/l12015.htm. Acesso: 08.Jan.2016.

CORREA, Fabricio da Mata. O casamento como causa extintiva de punibilidade para os crimes de estupro,
2013. Disponível em: http://fabriciocorrea.jusbrasil.com.br/artigos/121941324/o-casamento-como-causa-

ANAIS do VIII Encontro de Pesquisa e Extensão da Faculdade Luciano Feijão.


ISSN 2318.4329
extintiva-de-punibilidade-para-os-crimes-de-estupro. Acesso em: 09.Jan.2016.

DIAS, Salete Laurici Marques; SARMENTO, Elayne Cristina. Correntes Silenciosas: o alto poder de devastação
da violência sexual, conseqüências físicas, psicológicas e comportamentais nas vítimas, 2003. Disponível em:
http://www.amavi.org.br/sistemas/pagina/setores/associal/arquivos/CorrentesSilenciosas.pdf. Acesso em:
09.fev.2016.

FARIA, Juliana. Primeiro Assédio. Think Olga. 26 de Outubro de 2015. Disponível em:
http://thinkolga.com/2015/10/26/hashtag-transformacao-82-mil-tweets-sobre-o-primeiroassedio/. Acesso em:
09.Fev.2016

FEDERAL, Senado. Decreto Nº 847, de 11 de Outubro de 1890. Código Penal. Disponível em:
http://legis.senado.gov.br/legislacao/ListaPublicacoes.action?id=66049. Acesso: 09.Jan.2016.

IPEA/SIPS. Tolerância social à violência contra as mulheres, 2014.


Sobral-CE, novembro de 2015.

http://ipea.gov.br/portal/images/stories/PDFs/SIPS/140327_sips_violencia_mulheres.pdf. Acesso em:


10.Out.2015.

MASSONETO, Grazi. O Silêncio que ecoa: a cultura do estupro no Brasil. Site Lugar de Mulher, 05 de outubro
de 2015. Disponível em: http://lugardemulher.com.br/o-silencio-que-ecoa-a-cultura-do-estupro-no-brasil/ acesso
em: 02.fev.2016.
16

MORAES, Alana. Meu Amigo Secreto. Podemos Mais, 25 de Novembro de 2015. Disponível:
http://www.podemosmais.org/2015/11/25/meuamigosecreto-e-a-poetica-do-feminismo/

NORONHA, E. Magalhães. Direito penal. 26. Ed. São Paulo: Saraiva, 2002.v. 3.

NUCCI, Guilherme de Souza. Código penal comentado. 2. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2002.

PORTINHO, João Pedro Carvalho. História, direito e violência sexual: a Idade Média e os Estados Modernos,
2005. Disponível em: http://www.historiaehistoria.com.br/materia.cfm?tb=alunos&id=11. Acesso em:
11.jan.2016.

RAMOS, Margarita Danielle. Reflexões sobre o processo histórico-discursivo do uso da legítima defesa da
honra no Brasil e a construção das mulheres. Ver. Estud. Fem., vol. 20, n. 1, Florianópolis, Jan./Apr. 2012.

SEMÍRAMIS, Cynthia. Cultura do Estupro. Portal Revista Fórum, 16 de abril de 2013. Disponível em:
http://www.revistaforum.com.br/2013/04/16/cultura-do-estupro/. Acesso em: 02.jan.2016.

SILVA, Maria Selau da. A Cultura do Estupro no Brasil: o país em que uma mulher é estuprada a cada
quatro minutos. Marcha Mundial das Mulheres, 25 de novembro de 2014. Disponível em:
https://marchamulheres.wordpress.com/2014/11/25/a-cultura-do-estupro-no-brasil-o-pais-em-que-1-mulher-e-
estuprada-a-cada-4-minutos/. Acesso em 10 de novembro de 2015.

SOUZA, Larissa Sguario. Breve histórico do estupro e alterações trazidas pela Lei 12.015 de 2009, 2015
Disponível em: http://larissasguario.jusbrasil.com.br/artigos/190271977/breve-historico-do-estupro-e-alteracoes-
trazidas-pela-lei-12015-de-2009. Acesso em: 08.Jan.2016.

ANAIS do VIII Encontro de Pesquisa e Extensão da Faculdade Luciano Feijão.


ISSN 2318.4329
FREITAS, Priscila Araújo; BRAGA, Ronaldo Passos. Um novo modelo de justiça penal: justiça restaurativa e
sua aplicação no Brasil, 2015. Disponível em: http://npa.newtonpaiva.br/letrasjuridicas/?p=934. Acesso em 10.fev.
2016.

UNITED NATIONS. Office on Drugs and Crimes. Handbook of Restorative Justice Programmes. Criminal
Justice Handbooks Series, 2007. Disponível em: http://www.idcb.org.br/documentos/Ebook_justice.pdf. Acesso
em 10.jan.2016.

VARELLA, Marina. Estuprador nem sempre é doente. Quebrando o tabu, 08 de dezembro de 2015. Disponível
em: http://marianavarella.blogspot.com.br/2015/12/estuprador-nem-sempre-e-doente.html. Acesso em:
02.jan.2016.

VIEIRA, Isabela. Pesquisa identifica que mulheres negras são as principais vítimas de violência no Rio de
Janeiro. Eco Debate, 2010. Disponível em: http://www.ecodebate.com.br/2010/05/25/pesquisa-identifica-que-
mulheres-negras-sao-as-principais-vitimas-de-violencia-no-rio-de-janeiro/. Acesso em: 02.Jan.2016.
Sobral-CE, novembro de 2015.

ZEHR, Howard. Trocando as lentes: um novo foco sobre o crime e a justiça. Tradução de Tônia Van Acker. São
Paulo: Palas Athena, 2008.

Вам также может понравиться