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1. DESCRIÇÃO
A reciclagem profunda de pavimento com adição de cimento Portland tem como objeto a
obtenção de uma camada de pavimento “reciclada”, com aproveito dos materiais existentes e
introdução de cimento Portland e agregados adicionais (quando necessário), conforme
estabelecido no projeto de dosagem da mistura.
São objetos desta especificação os critérios que orientam a execução, controle, aceitação e
medição dos serviços de reciclagem profunda de pavimento com adição de cimento Portland.
2. DEFINIÇÕES
2.1. Cimento Portland
É um material pulverulento com propriedades aglomerantes, aglutinantes ou ligantes,
constituído essencialmente pelo clínquer (silicatos e aluminatos de cálcio) e adições, que sofrem
reação de hidratação quando misturados à água onde o produto dessa mistura é uma pasta
homogênea e finamente cristalina. Essa pasta sofre um processo de cristalização, endurecendo e
oferecendo elevada resistência mecânica.
O cimento Portland possui vasto campo de aplicações que vem se expandindo com a
criação de novas aplicações como o solo-cimento, por exemplo.
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3. CONDIÇÕES GERAIS
3.1. Não é permitida a execução dos serviços, objeto desta especificação:
a) Sem o preparo prévio da plataforma de trabalho, caracterizado por sua limpeza e remoção
de obstáculos, se necessário;
b) Sem a aprovação prévia pelo DEINFRA, do projeto de dosagem e da metodologia de
trabalho instituída no trecho experimental;
c) Temperatura inferior a 5° C e superior a 35° C;
d) Em dias de chuva.
4. CONDIÇÕES ESPECÍFICAS
4.1. Materiais
4.1.1. Cimento Portland
a) Deve obedecer às especificações da Norma DNER EM 036/95 e às da ABNT
NBR 5732/91, NBR 11579/91;
b) Todo carregamento de cimento que chegar à obra deverá vir acompanhado do certificado
de fabricação com informações sobre a data de fabricação, origem, além da sigla
correspondente, da classe, da denominação normalizada e da massa líquida entregue;
c) Entre os cimentos recomendáveis estão os compostos, do tipo CP II E, CP II F e CP II Z,
todos de classe de resistência intermediária - classe 32 - e CP IV.
4.1.2. Água
Deverá ser limpa e isenta de substâncias nocivas como: sais, ácidos, óleos, álcalis,
açucares, matéria orgânica ou outros elementos prejudiciais à reação do cimento.
4.1.3.1. Agregado pétreo ou seixo rolado britado, adicionais, devem ser constituídos por
fragmentos sãos, limpos e duráveis, livres de torrões de argila e de substâncias nocivas, e
apresentar as características seguintes:
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4.1.3.2. Agregado miúdo deve ser constituído por pó de pedra, apresentando partículas
individuais resistentes, livres de torrões de argila e outras substâncias nocivas. Devem ser
atendidos, ainda, os seguintes requisitos:
a) As perdas no ensaio de durabilidade (DNER-ME 089/94), em cinco ciclos, com solução de
sulfato de sódio, devem ser inferiores a 15%;
b) O equivalente de areia (DNER-ME 054/97) do agregado miúdo deve ser igual ou superior a
50%;
c) Desgaste Los Angeles igual ou inferior a 55% (DNER ME 035/98).
4.1.3.3. A mistura reciclada deverá apresentar uma granulometria densa e bem graduada, e
se enquadrar em umas das faixas granulométricas apresentadas na tabela abaixo:
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f) Apresentar resistência à compressão simples, aos sete dias de cura, entre 2,1 e 2,5 MPa e
resistência à tração por compressão diametral, aos sete dias de cura entre 0,25 e 0,35 MPa.
Quando houver mudança, durante a obra, do tipo ou marca do cimento, deverá ser
obrigatoriamente verificada a dosagem.
- Resistência à compressão simples e resistência à tração por compressão diametral, aos
sete dias de cura;
- Indicação em peso do consumo de cimento por metro quadrado (Kg/m²);
- Indicação em volume do consumo de agregados por metro quadrado (m³/m²), caso
haja necessidade da adição dos mesmos.
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4.2. Equipamentos
Antes da execução do serviço, todo equipamento deverá ser cuidadosamente examinado e
estar de acordo com esta especificação, sem o que não é dada a autorização para seu início. Os
equipamentos requeridos são os seguintes:
4.2.1. Recicladora de pavimentos
As características mínimas que o equipamento de reciclagem deverá apresentar são:
a) Equipamento autopropelido, com tração nas quatro rodas e potência de motor mínima de
400 HP para permitir empurrar caminhão de água além de fresar profundidades de pelo
menos 300 mm numa única passada;
b) Câmara de mistura dotada de dispositivo para permitir fragmentação da capa asfáltica e/ou
agregados maiores, e assim restringir o diâmetro máximo admissível;
c) Sistema automático de profundidade e nivelamento para manter a espessura de corte
nivelada e uniforme. A largura mínima efetiva, em uma única passada, deverá ser de 2,00
metros;
d) Rolo misturador/fresador equipado com ferramentas de cortes especiais. Deverá ser capaz
de operar no mínimo em três velocidades diferentes, conforme necessidade, para permitir
melhor desagregação e homogeneização dos materiais;
e) Dispositivo para ajustar com precisão a taxa de aplicação de água em função da velocidade
de avanço.
4.2.2. Caminhão tanque para abastecimento de água com capacidade mínima de 10.000 litros
equipado com registro de água (diâmetro 3”), engate para mangueira do tipo rápido
(macho / fêmea) e engate para cambão;
4.2.3 Adicionalmente utiliza-se um caminhão tanque de água com capacidade mínima de 10000
litros para umidificar a superfície durante as operações de compactação, assim como
controlar a emissão de poeira e para manter a umidade na superfície da camada reciclada
após o acabamento. Um terceiro caminhão tanque com capacidade mínima de 5000 litros
poderá ser necessário para abastecer de água o caminhão tanque do trem de reciclagem,
permitindo, desta forma, uma operação contínua do mesmo.
4.2.4 Caminhão basculante equipado com caçamba inclinável para transporte de sobra de
materiais oriundos das operações de acabamento da superfície. O caminhão deverá ter
capacidade para 22 toneladas ou 12m³ de volume de carga.
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4.2.5 Caminhão basculante equipado com caçamba inclinável para transporte de sobra de
materiais oriundos das operações de acabamento da superfície. O caminhão deverá ter
capacidade para 22 toneladas ou 12m³ de volume de carga.
4.2.6 Pá carregadeira articulada capacidade da caçamba de 2,5m³ de volume de carga para
remoção do material excedente da reciclagem.
4.2.7 Vassoura mecânica e/ou compressor de ar comprimido para limpar a superfície da camada
reciclada antes da aplicação da pintura de proteção e para eliminar material solto antes da
abertura ao tráfego.
4.2.8 Motoniveladora pesada autopropelida com largura mínima de lâmina de 3,6 metros e
potência de motor suficiente para cortar, espalhar e nivelar o material reciclado.
4.2.9 Equipamentos para espalhamento de insumos
4.2.9.1 Espalhamento de agregados (caso necessário)
Deverá ser utilizado equipamento “distribuidor de agregados”, de preferência
autopropelido, para permitir distribuição homogênea e na quantidade especificada de material,
como também permitir melhor controle das taxas de aplicação.
4.2.9.2 Espalhamento de cimento portland
O cimento deverá ser espalhado uniformemente nas direções longitudinal e transversal. O
equipamento deverá ser dotado de controle eletrônico para permitir máxima precisão na taxa de
aplicação, independentemente da velocidade de avanço. Também deverá possuir sistema de
espalhamento controlado por um computador de bordo capaz de ser ajustado a qualquer momento
e sempre que necessário.
4.2.10 Equipamentos para compactação da camada reciclada
4.2.10.1 Deverão assegurar uma compacidade adequada e homogênea em toda espessura da
camada sem produzir alterações de densidade e/ou esmagamento de partículas. Deverão
também reunir características que permitam que o fundo da camada seja bem densificado
para lhe assegurar uma boa resistência à fadiga;
4.2.10.2 Deverão ser utilizados rolos metálicos vibratórios do tipo liso e/ou pé de carneiro
autopropelidos, que tenham dispositivos para ajustar as amplitudes e frequências de
vibração para as condições de trabalho requeridas. Tais equipamentos deverão ser dotados
de inversores de sentido e possuir deslocamento suave;
4.2.10.3 Devem também ser utilizados rolos pneumáticos auto propulsores que sejam
dotados de dispositivos que permitam a calibragem de variação da pressão dos pneus de
0,25 MPa a 0,84 Mpa (35 a 120 psi);
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5 EXECUÇÃO
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n) Após a conclusão da compactação será feito o acerto final da superfície, de acordo com
projeto geométrico. Nesta etapa, as saliências deverão ser eliminadas com o emprego de
motoniveladora e a superfície da base deverá ser comprimida até que se apresente lisa e
isenta de partes soltas ou sulcadas. A motoniveladora deverá atuar exclusivamente em
operação de corte, portanto não é permitida a correção de depressões pela adição de
material;
o) Concluída as operações de compactação e acabamento, a camada reciclada deverá ser
protegida contra evaporação da água por meio da aplicação de produto betuminoso isento
de solventes. A película protetora deverá se constituir numa membrana capaz de gerar
coesão superficial, impermeabilidade e permitir condições de aderência entre a superfície e
o revestimento a ser executado. O tratamento de cura deverá ser aplicado à taxa de 0,8 a 1,2
l/m² de emulsão de cura rápida;
p) A liberação ao tráfego somente será permitida:
- após a verificação da resistência mínima à compressão simples e à tração por compressão
diametral em amostras extraídas da pista nos primeiros dias de cura, a ser definido no
segmento experimental referido no item 5.3 : Rcs ≥70% Rcs 7 dias e Rt ≥ 70% Rt 7 dias;
- execução de granilha pétrea (5 – 2 mm) (taxa de 5 a 8 kg/m²) sobre a pintura de proteção.
Também é permitido a aplicação de revestimentos delgados do tipo tratamento superficial
duplo , micro revestimento asfáltico ou camada de CAUQ (anti-reflexão), de acordo com o
especificado no projeto de engenharia;
q) Caso a exposição ao tráfego promova degradação na base reciclada, uma nova camada de
proteção deverá ser aplicada após varredura do material solto;
r) A camada reciclada deverá ser submetida à ação do tráfego, por período de 3 a 7 dias, de
forma que eventuais deficiências se exteriorizem e possam ser sanadas antes da aplicação
do revestimento final.
6 CUIDADOS CONSTRUTIVOS
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6.2 Se houver alguma paralisação temporária, deverá ser feita uma marca no local exato
onde a recicladora parou. Quando a operação for recomeçada, a recicladora voltará
alguns metros e reiniciará o corte sem adição de cimento e/ou água para compactação.
No momento em que chegar ao local marcado, o operador deverá acionar o sistema de
incorporação de água para que a camada seja tratada novamente. A reciclagem,
portanto, somente deverá ser interrompida por alguma outra necessidade imperiosa;
6.3 A largura das faixas longitudinais será fixada de modo a executar-se o menor
número possível de juntas e se consiga a maior continuidade de tratamento;
6.4 O prazo de trabalhabilidade da mistura reciclada não deverá ultrapassar 2 horas.
Prazos maiores que este poderá acarretar em perda de umidade do material
desestabilizando a camada, especialmente em dias quentes e com baixa umidade
relativa do ar;
6.5 A recicladora deve ser ajustada para fragmentar ao máximo o revestimento asfáltico.
A velocidade máxima de avanço da recicladora deve ser 6m/minuto e a velocidade
mínima do tambor reciclador 140 RPM. As eventuais placas produzidas durante a
operação tendem a quebrar no interior da camada podendo resultar num ponto frágil,
além do que dificultam o acabamento quando ficam soltas na superfície. Portanto, as
eventuais placas de asfalto devem ser removidas manualmente;
6.6 É vedado o emprego de asfalto diluído com solvente reagente à base tratada com
cimento.
7 CONTROLE DE QUALIDADE
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9 CONTROLE AMBIENTAL
Para execução da camada de base reciclada “in situ” com adição de cimento são
necessários trabalhos envolvendo a utilização de cimento Portland e agregados pétreos. Os
cuidados a serem observados para fins de preservação do meio ambiente envolvem a produção e
aplicação de materiais e o uso de equipamentos. Os agregados pétreos somente serão produzidos,
após a apresentação da Licença Ambiental de Operação da Pedreira, cuja cópia deve permanecer
arquivada no escritório da obra. No caso de fornecimento dos agregados por terceiros, deverá ser
previamente apresentada a documentação atestando a regularidade das instalações de britagem e
sua operação ,junto ao órgão ambiental competente.
10 REFERÊNCIAS
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