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4 - EMBRAIAGENS E FREIOS
Definição
Dispositivos situados numa cadeia cinemática e que permitem o acoplamento ou
desacoplamento temporário de duas partes duma transmissão de potência de uma forma
progressiva, através de um comando exterior, manual, assistido ou automatizado.
Princípio de funcionamento
O atrito requerido para o funcionamento de ser obtido através de uma força aceitável
A energia convertida em calor durante o accionamento deve ser dissipada a uma taxa
que permitam que não sejam atingidas temperaturas destrutivas
Im
Bm Be Be Br
Ir
ωm ωr
d (ω m )
B m − Be = I m
dt
d (ω r )
Be − B r = I r
dt
d (ω m ) d (ω r )
ωm = ωr e =
dt dt
e portanto,
B m − Be B e − B r
=
Im Ir
Bm I r + Br I m
Be =
(I m + I r )
podemos definir o binário de fricção, que representa o valor minimo de Be para que a embraiagem
Bm I r + Br I m
Bf =
(I m + I r )
O binário de aderência, B A , é o binário que pode ser transmitido pela embraiagem sem que
exista escorregamento, esse binário é função da geometria do mecanismo em causa, do coeficiente
de atrito e da pressão entre as superfícies atritantes.
Durante a fase de embraiagem o valor de B A varia progressivamente de 0 até ao valor
máximo (normalmente por variação da pressão) segundo uma lei escolhida.
Em todos os casos o binário de aderência da embraiagem deverá ser superior ao valor
máximo do binário de fricção, para assim evitar patinagens intempestivas durante a utilização.
B I + Br I m
B A ≥ B f e portanto B A ≥ m r
(I m + I r )
NOTA: Por vezes é interessante utilizar o valor máximo de B A da embraiagem como um limitador
de binário, com vista a proteger o sistema de transmissão de choques ou acidentes.
ω estável
ωm
ω ( m+ r )
ωe
ωr
t =3 t
Período de patinagem
Durante este período o binário transmitido pela parte motriz à parte receptora é igual a B A ,
podemos então escrever:
d (ω m )
Bm (t ) − B A = I m
dt
d (ω r )
B A − Br (t ) = I r
dt
d (ω m ) Bm (t ) − B A
ou seja, = para a parte motriz
dt Im
Alexandre Sottomayor 2002
Embraiagens e Freios - Principios básicos 5/11
d (ω r ) B A − Br (t )
e = para a parte receptora
dt Ir
integrando estas equações:
t3
Bm (t ) − B A
ω m (t ) = ∫ dt + ω m 0
0
I m
t3
B A − Br (t )
ω r (t ) = ∫ dt + ω r 0
0
Ir
velocidade e portanto do tempo. O binário de aderência, B A , tem neste caso um valor constante.
patinagem e portanto os órgãos motores e receptores constituem um unico bloco cuja equação do
movimento pode ser definida por:
d (ω )
Bm (t ) − Br (t ) = ( I m + I r )
dt
Na grande maioria dos casos o binário de aderência é aplicado progressivamente para assim
diminuir as sobrecargas dinâmicas sobre as transmissões, e também para aumentar a comodidade no
caso de um veiculo.
B A = f (t ) = B A (t )
Esta função f (t ) é regra geral uma função linear, por exemplo o levantar progressivo do pedal da
embraiagem de um veiculo, e pode representar-se sobre a forma:
ω
ω estável
ωm ω (m+r )
ωe
ωr
t =1 t=2 t =3 t
Faz-se então uma subdivisão da 1ª fase da aplicação instantânea do binário aderente, fase de
patinagem, em 3 fases o que dá origem a 4 fases:
origem as equações:
t1
Bm (t ) − BA (t )
ω m (t ) = ∫ dt + ω m 0
0 I m
t1
B A (t ) − Br (t )
ω r (t ) = ∫ dt + ω r 0
0
Ir
Durante esta fase enquanto que a parte motora vai desacelerar por acção do binário aderente
aplicado,a parte receptora vai ter um comportamento que depende do seu estado inicial, assim:
d (ω r )
Se ω r 0 ≠ 0 temos ≠ 0 , ou seja os órgãos receptores vão acelerar se ω r 0 tiver o
dt
sentido do binário aderente ou vão desacelerar se tiver sentido contrário.
A parte receptora não deve arrancar ou desacelerar, é desejável para limitar o desgaste e o
aquecimento da embraiagem que o tempo t1 tenda para zero ou seja , que se aplique o mais
rapidamente possível um binário aderente pelo menos igual ao binário das partes receptoras.
Tal como na fase anterior as equações do movimento podem ser definidas por:
t2
Bm (t ) − B A (t )
ω m (t ) = ∫ dt + ω m 0
t1
Im
t2
B A (t ) − Br (t )
ω r (t ) = ∫ dt + ω r 0
t1
Ir
Nesta fase se os órgão receptores estiverem estacionários eles iniciam movimento pois o binário
aderente aplicado é superior ao binário dos órgãos receptores.
t3
Bm (t ) − B A
ω m (t ) = ∫ dt + ω m 0
t2 I m
t3
B A − Br (t )
ω r (t ) = ∫ dt + ω r 0
t2
Ir
d (ω )
Bm (t ) − Br (t ) = ( I m + I r )
dt
NOTA GERAL: O valor do binário aderente B A não deve ser muito próximo do binário das parte
receptoras Br , pois que nesse caso o tempo de patinagem tende para infinito, regra geral pode-se
tomar como mínimo B A = 1.3 ⋅ Br .
Para obter o tempo de embraiagem, ou seja o tempo necessário para que deixe de haver
patinagem é necessário definir a equação do movimento relativo entre os pratos da embraiagem ou
seja a velocidade de escorregamento, assim temos que quando não existir movimento relativo entre
os pratos da embraiagem
ωe ( t ) = ω m ( t ) − ω r ( t ) = 0
e portanto
t Bm (t ) − B A (t ) t B (t ) − Br (t )
ω e (t ) = ω m (t ) − ω r (t ) = ∫ dt + ω m 0 − ∫ A
dt + ω r 0 = 0
0 Im 0 Ir
Bm − B A B − Br
ω e (t ) = ω m (t ) − ω r (t ) = t + ω m 0 − A t + ω r 0
Im Ir
que não só nos permite obter o tempo para que se dê a embraiagem como obter a velocidade em
qualquer momento requerido.
Z1
ω r1
I r2 r
I r1
ωr2
Z2
mr3
Sendo a energia cinética das órgãos receptores como a soma das energias cinéticas de todas
as massas dos órgãos receptores com movimento de rotação e/ou translação pode-se definir:
1
Ec(I r1 ) = I r1ω r21
2
1
Ec (I r 2 ) = I r 2 ω 2
r 2
2
1
Ec(mr 3 ) = mr 3 v r23
2
1
Eceq = Ec(I r1 ) + Ec(I r 2 ) + Ec(mr 3 ) com Eceq = I eqω r21
2
1 1 1 1
I eqω r21 = I r1ω r21 + I r 2ω r22 + mr 3 v r23
2 2 2 2
z1 z1
ω r 2 = ω r1 e que v r 3 = ω r 2 R ⇒ v r 3 = ω r1 R
z2 z2
2 2
1 1 1 z 1 z
I eqω r21 = I r1ω r21 + I r 2 ω r1 1 + mr 3 ω r1 1 R
2 2 2 z2 2 z2
2 2
z z
I eq = I r1 + I r 2 1 + mr 3 R 2 1
z2 z2