Академический Документы
Профессиональный Документы
Культура Документы
*
Instituto Sociedade, População e Natureza (ISPN).
1
Trabalho apresentado na aula sobre “Ocupação Populacional e Meio Ambiente no Centro-Oeste”, no
III Programa de Estudos em Redistribuição Espacial da População, Meio Ambiente e Condições de Vida,
Programa de Núcleos de Excelência (PRONEX), Núcleo de Estudos de População (NEPO), Universidade
Estadual de Campinas (UNICAMP), em 23 de fevereiro de 2000. Versões anteriores foram apresentadas no
V Simpósio Ambientalista Brasileiro no Cerrado, Goiânia, 3 a 5 de novembro de 1999, e no II Encontro de
Demografia da Região Centro-Oeste, Companhia de Desenvolvimento do Planalto Central (CODEPLAN)
e Fundo de População das Nações Unidas (FNUAP), Brasília, 28 e 29 de junho de 1999.
2
O presente texto foi elaborado como parte do projeto “Redistribuição da População e Meio Ambiente
no Centro-Oeste e São Paulo”, realizado pelo NEPO/UNICAMP, CODEPLAN e ISPN, com apoio do
PRONEX, do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT). As análises e recomendações estão baseadas nos
resultados de diversos projetos em andamento no ISPN, responsável pelo Componente de Socioeconomia
do projeto “Conservação e Manejo da Biodiversidade do Bioma Cerrado” (BBC), em que a EMBRAPA,
UnB e IBAMA são responsáveis pelo Componente Recursos Naturais. Além disso, a análise aproveita a
experiência do ISPN na Coordenação Técnico-Administrativa do Programa de Pequenos Projetos (PPP),
apoiado pelo Fundo para o Meio Ambiente Mundial (GEF) e Programa das Nações Unidas para o Desen-
volvimento (PNUD), como também a participação do ISPN na Rede Cerrado de ONGs.
População, Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável no Cerrado
280
Donald Sawyer
281
População, Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável no Cerrado
produção e consumo sustentáveis, sem ter que passar primeiro pela etapa de
padrões insustentáveis, como ocorreu nos países desenvolvidos do Norte.
3) Solução espacial. Outra saída possível para o Brasil, especialmente em
suas regiões interioranas menos povoadas, seria segregar a produção e a
conservação em espaços distintos, de forma a destruir mais em alguns pontos,
sacrificados ambientalmente, para diminuir a pressão em áreas maiores.
4) Uso sustentável. Ainda existe a saída de combinar a conservação e a
produção no mesmo espaço e ao mesmo tempo. O uso ou manejo sustentável
implica aproveitamento dos recursos naturais renováveis sem esgotamento.
Intermediário entre uso e não uso, categorias que são utilizadas na economia
ecológica, o uso sustentável exige novo trabalho conceitual.
Enfim, no nível macro, internacionalmente e para ações governamentais ou
junto a governos, desenvolvimento sustentável é o melhor conceito atualmente
disponível. Adquiriu legitimidade e conta com compromissos oficiais. Não é
fácil, mas existem alternativas de implementação. Em termos de mobilização
social, por outro lado, nos trabalhos junto ao público em geral e a comunidades
locais, é preferível encontrar outras maneiras de expressar o conceito, em termos
menos técnicos. Pode-se falar de “desenvolvimento em vez de crescimento”, de
“desenvolver sem destruir”, de “qualidade em vez de quantidade” ou de “fazer
melhor em vez de fazer mais”. Dessa maneira, qualquer pessoa entende, sem ter
que decifrar linguagem oficial negociada em acordos internacionais.
Para o trabalho local, está sendo utilizado cada vez mais o conceito “meios
de vida sustentáveis”, uma tentativa de tradução do inglês sustainable livelihoods, que
funciona no nível micro (Carney 1998). A vantagem é que o conceito se refere de
forma mais concreta à vida das pessoas, não aos grandes agregados em escalas
de espaço e de tempo incompreensíveis para o cidadão comum. A desvantagem
é que sugere profissão ou ocupação, quando na realidade as atividades sugeridas
devem ser fontes complementares de renda em sistemas de produção
diversificados, conforme explicado mais adiante.
População no Cerrado
282
Donald Sawyer
283
População, Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável no Cerrado
Biodiversidade
284
Donald Sawyer
pecuária, que cobre uma área quatro vezes maior que as lavouras (Alho e Martins,
1995; Mueller, 1999; Pufal, 1999). Por causa de sua riqueza biológica e do ritmo
de sua destruição, o Cerrado constitui, a par da Mata Atlântica, que está em 5o
lugar, um dos 25 hot spots globais, identificados no início de 2000 pela Conservation
International, estando em 12o lugar no ranking mundial.
Uma abordagem convencional para a conservação da biodiversidade é a
criação de áreas protegidas, chamadas no Brasil de Unidades de Conservação, a
maioria das quais é de “uso indireto” ou proteção integral, ou seja, sem presença
humana. As Unidades de Conservação constituem um tipo de zoneamento, a
solução de segregação espacial no extremo. Atualmente, apenas 1,5% do Cerrado
está em Unidades de Conservação. O Workshop “Ações Prioritárias para
Conservação no Cerrado e Pantanal” (FUNATURA et al., 1999), realizado em
março de 1998, indicou áreas prioritárias bem como ações prioritárias para a
conservação, o uso sustentável e a repartição dos benefícios da biodiversidade.
No momento, a implementação de pelo menos 20 Unidades de Conservação
nestas áreas está sendo estudada pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA).
A criação e efetiva implementação de Unidades de Conservação é, sem
dúvida, urgente. Dada a crise fiscal, há que aproveitar as terras públicas e as terras
privadas em situação irregular. Existe também uma proposta de compensação
de reservas legais degradadas por apoio à criação de novas Unidades de
Conservação. Entre as Unidades de Conservação, seria estratégico constituir
conjuntos contínuos de áreas conservadas na forma de corredores ecológicos e
assegurar, sempre que possível, a conectividade entre as Unidades de Conservação.
No entanto, há que se lembrar que mesmo a conservação de 10% de um bioma
em áreas protegidas pontuais não resolveria os problemas de perda da
biodiversidade e muito menos os problemas dos recursos hídricos. Portanto, há
que se considerar, também, as reservas legais, que correspondem a 50% das
propriedades rurais, e as Áreas de Preservação Permanente (beiras de rios e
córregos, encostas e topos de morro), definidas no Código Florestal, e demais
terras privadas e públicas, assim como as Reservas Indígenas. Assim, outra estratégia
para a conservação da biodiversidade poderia ser o uso ou manejo sustentável,
mantendo o Cerrado em pé, em áreas legalmente protegidas ou não, conforme
explicado mais adiante.
Recursos Hídricos
285
População, Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável no Cerrado
Carbono
286
Donald Sawyer
287
População, Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável no Cerrado
288
Donald Sawyer
289
População, Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável no Cerrado
290
Donald Sawyer
291
População, Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável no Cerrado
Políticas Públicas
292
Donald Sawyer
293
População, Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável no Cerrado
Práticas
294
Donald Sawyer
Tabela 1
População total, municípios do Cerrado, 1980, por Unidade da Federação a que
pertecem
1991 e 1996
Referências Bibliográficas
ALHO, C.; MARTINS, E. (eds.). De grão em grão, o Cerrado perde espaço. Brasília:
WWF, 1995.
ALMEIDA, S. P. de. et al. Cerrado: espécies vegetais úteis. Planaltina: EMBRAPA, 1998.
ATLAS do Mercado Brasileiro. São Paulo: Gazeta Mercantil, 1998. v.1, n.1.
295
População, Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável no Cerrado
296
Donald Sawyer
MEADOWS, D. H. et al. The limits to growth. New York: Universe Books, 1972.
MONTEIRO, M. P. Uso de recursos hídricos no Cerrado. Brasília: ISPN, 1999.
MUELLER, C. Atividades agrícolas e a abertura do Cerrado. Brasília: ISPN, 1999.
PUFAL, D. Atividades agropecuárias e desenvolvimento sustentável no Cerrado.
Brasília: ISPN, 1999.
SATURNINO, H. M.; LANDERS, J. N. (eds.). O meio ambiente e o plantio direto.
Brasília: EMBRAPA, 1997.
SAWYER, D. Current status and future prospects for action on environment in Brazil.
Brasília, 2000a.
______. Novas hipóteses e interpretações sobre as tendências espaciais recentes no
Brasil. Brasília: ISPN, 2000b.
______. Estimativas do nível de antropização e sua distribuição espacial no Cerrado.
Brasília: ISPN, 1999a.
______. Criação e manejo de animais silvestres no Cerrado. Brasília: ISPN, 1999b.
______. Ecoturismo no Cerrado: principais resultados e recomendações. Brasília: ISPN,
1999c.
______. Justificativa para a proteção dos ecossistemas do Cerrado. Brasília: ISPN,
1998.
______. Índice de pressão antrópica: uma proposta metodológica. Brasília: ISPN, 1997.
______; REE, M. V. der; PIRES, M. Comercialização de espécies nativas do Cerrado.
Brasília: Associação Projeto de Intercâmbio de Pesquisadores Sociais da Agricultura (PIPSA),
1997.
______. População, meio ambiente e desenvolvimento no Brasil. Brasília: ISPN, 1993.
SMERALDI, R. Políticas públicas para a Amazônia: rumos, tendências e propostas.
São Paulo: Amigos da Terra, Grupo de Trabalho Amazônico, 1998.
TIMMERS, J. F. Ecossistemas do cerrado: bases para o plano de ação. Brasília: MMA,
2000.
297
Anexo
Mapa 1
Densidade demográfica total (hab./km2),
Área Nuclear do Cerrado
1996
Mapa 2
Densidade demográfica rural (hab./km2),
Área Nuclear do Cerrado
1996
298
Donald Sawyer
Mapa 3
Índice de Pressão Antrópica, Área nuclear do Cerrado
299