Академический Документы
Профессиональный Документы
Культура Документы
Organizado por
Maíra Martins
CORO EM MOVIMENTO
exercícios para aquecimentos vocais de coros infantis
Ilustrações
Pedro Pamplona
Gravação e Mixagem
Augusto Ordine
Vozes
Augusto Ordine
Maíra Martins
Isadora Martins Ordine
Violões
Augusto Ordine
Orientação
Carol McDavit
Cânones
Coordenação motora:
Batucada – pág. 32
Pocotó – pág. 34
Extensão vocal:
Your love – pág. 37
Improvisação:
Baião improvisado – pág. 10
1
INTRODUÇÃO
Este projeto foi inspirado por uma experiência que tive há alguns anos
atrás, trabalhando no ¹Programa Repertórios, tinha como um das minhas
funções a leitura de relatos de aula de todos os monitores do Programa para
selecionar e organizar em um ambiente virtual as atividades que
considerássemos interessantes serem compartilhadas entre eles. Pude
perceber, com esta prática, que a cooperação entre os prossionais colocava em
movimento as aulas de todos os envolvidos. Ao imaginar algo semelhante,
tendo como foco o trabalho com coros infantis, surgiu o projeto Coro em
Movimento.
O esboço deste material foi experimentado em duas ocasiões, ao lecionar a
disciplina Técnica Vocal para estudantes de Licenciatura em Música. A
primeira experiência ocorreu no Instituto Brasileiro de Educação Continuada,
onde tive a oportunidade de compartilhar pela primeira vez alguns dos
exercícios transcritos ou compostos por mim. Alguns anos mais tarde, a mesma
coletânea foi utilizada quando atuei, sob coordenação da professora Carol
McDavit, no estágio docente realizado durante o curso de Mestrado
Prossional na UNIRIO. Nas duas situações pude constatar o quanto este
repertório foi valorizado pelos alunos de licenciatura, muitos destes alunos já
lecionando em escolas e regendo coros de igrejas.
o PROJETO
Minha trajetória como regente e arranjadora de coros infantis teve início
na Escola Sá Pereira, no Rio de Janeiro, onde logo me deparei com uma questão
essencial ao meu trabalho: como tornar o aquecimento vocal um momento
prazeroso, dinâmico e leve, sem perder de vista os objetivos técnicos
pretendidos com o trabalho? Entendi que eu precisava construir um repertório
interessante no sentido de proporcionar aos alunos, dinâmicas variadas e
ecazes. Este repertório não estaria restrito aos arranjos ensaiados para serem
apresentados, mas incluiria também os exercícios utilizados para o
aquecimento vocal realizado nos inícios dos ensaios.
A coleta deste repertório se desenvolveu aos poucos. Nos primeiros meses
de trabalho eu utilizava o celular para gravar exercícios vocais que colegas e
pares me mostravam. Frequentei corais regidos por prossionais mais
experientes, sempre anotando e gravando tudo o que considerei interessante
para as crianças. Comecei também a compor meus próprios exercícios, que
eram rapidamente inseridos no planejamento dos meus ensaios semanais.
Estas partituras foram registradas inicialmente em um caderno de música, a
lápis. Com meu ingresso no ²PROEMUS, o projeto incorporou os resultados de
uma extensa pesquisa bibliográca sobre aquecimento e técnica vocal e de uma
entrevista com prossionais da área.
¹ O Programa Repertórios é uma proposta de ensino através da música idealizada pelo Maestro Ricardo Prado
e adotada pelas Escolas SESI do Estado do Rio de Janeiro durante os anos letivos de 2011 a 2012.
² O PROEMUS é o Programa de Mestrado Prossional em Ensino das Práticas Musicais sediado na UNIRIO.
2
metodologia utilizada
Para elaborar a coletânea proposta com embasamento teórico
adequado, em primeiro lugar, realizei uma revisão bibliográca, na qual
encontrei muitos sites com exercícios sem autoria denida e livros
estrangeiros, mas poucos títulos brasileiros. Uma vez comprovada a lacuna
de materiais brasileiros no mercado, elaborei um protocolo de entrevista com
prossionais da área (regentes e preparadores vocais). Nestas entrevistas,
procurei saber como eram realizados os aquecimentos vocais de seus ensaios
e como era construído o repertório de exercícios de cada um – livros,
vivências ou composições próprias. A partir dessas entrevistas
(disponibilizadas no site www.coroemmovimento.com) cheguei a uma
lista dos principais itens trabalhados em um aquecimento vocal: corpo,
respiração, articulação, ressonância, sonoridade/timbre, anação e extensão
vocal.
Como a proposta era produzir um livro de partituras de exercícios com
os devidos créditos atribuídos a seus compositores, optei por não inserir
exercícios especícos de corpo ou respiração, já que nesses casos a autoria
costuma ser difícil de denir. O trabalho de respiração, no entanto, perpassa
todos os exercícios cantados e por isso estará sempre presente. Os outros
itens citados (articulação, ressonância, sonoridade/timbre, anação e
extensão vocal) são abordados nos textos referentes aos exercícios e estão
listados em um índice especial no qual a organização do repertório é feita a
partir dos objetivos de cada exercício.
Público Alvo
O público-alvo desta coletânea são os prossionais que trabalham com
coros infantis (de 7 a 14 anos): regentes, preparadores vocais e professores
de música. Para um uso eciente do material é importante que o usuário
tenha leitura musical e algum conhecimento prático a respeito de técnica
vocal.
Assim como acontece em qualquer idade, é necessário estarmos sempre
atentos às possibilidades dos nossos cantores em termos de extensão vocal.
Com as crianças costumo trabalhar, tanto nos exercícios de aquecimento
quanto nos arranjos das músicas, com uma extensão que utilize o máximo
possível a oitava 3, ou seja, a oitava que contem a nota Lá 440Hz.A região de
conforto para as crianças se estende de dó 3 a ré 4, e é prudente sairmos o
mínimo possível desses limites.
3
Definindo conceitos
Para melhor compreensão do material disponibilizado, elaborei um pequeno
glossário demonstrando como entendo alguns conceitos que perpassam os textos e
também os itens utilizados como objetivos. Este esclarecimento é importante, pois,
dependendo da literatura consultada, podemos encontrar diferentes formas de
entender os mesmos termos.
Articulação: O termo que designa o trabalho dos lábios, língua, maxilar, dentes e
palato na produção dos sons vocais, moldando a fonte glótica, ou seja, o som produzido
pelas pregas vocais. Uma boa articulação tem como resultado a clareza dos fonemas
falados e cantados.
Extensão vocal: Característica denida pela região entre a nota mais grave e a mais
aguda que um cantor consegue emitir sem esforço.
Ressonância: Fenômeno físico que acontece no ato de cantar e falar no qual o som
produzido nas pregas vocais é reverberado nos órgãos ressonadores (cavidades da
boca e nariz, seios da face etc), fazendo com que as frequências sonoras especícas
simpáticas a cada região sejam amplicadas.
4
Sonoridade: É a qualidade do som emitido pelo cantor.
Suingue: Vem da palavra “swing”, em inglês (que signica “balanço”), mas pode ser
denida, em seu uso musical, como a capacidade de reproduzir um ritmo da forma
correta e com as acentuações necessárias para a denição de uma linguagem musical
especíca.
5
Considerações Finais
Esta coletânea não deve ser considerada como um método ou um manual, nem
ensina ninguém a cantar (algo que não acredito possa ser feito por escrito), mas
oferece um leque de exercícios transcritos e descritos, separados por categorias
(vocalizes e exercícios a uma voz, exercícios a duas ou mais vozes e cânones) e
dispostos também em um índice no qual são organizados de acordo com os seus
objetivos técnicos principais, de acordo com os itens que considero essenciais a um
trabalho de aquecimento vocal. Os exercícios foram compostos por diferentes
prossionais e todos aqueles que não são de minha autoria tiveram sua utilização
autorizada pelos compositores. Nos dois índices presentes no livro, as composições se
encontram em ordem alfabética, sem sugerir nenhuma espécie de ordem no momento
de sua realização. É aconselhável, portanto, atentar para os objetivos de cada
exercício para que diferentes itens sejam contemplados ao longo do planejamento dos
ensaios.
Espero que este material possa servir para meus colegas enriquecerem suas
práticas e quem sabe, servir de inspiração para que se aventurem a compor e
registrar novos exercícios, colocando sempre em movimento seus repertórios e
práticas. E que venham novos materiais e contribuições!
6
Vocalizes e exercícios a uma voz
Até o fim
Maíra Martins
para quê?
Trabalhar denição dos intervalos de
4°, 5° e 8° justa.
Como?
Uma brincadeira que pode ser realizada é pedir que
troquem todas as vogais da letra por [a] (trabalhando
abertura da boca) ou com [u] (trabalhando a
sonoridade do “biquinho” com os lábios). A mesma
dinâmica pode ser realizada com qualquer vogal,
fazendo com que os cantores experimentem
diferentes organizações musculares e sonoridades.
Este tipo de recurso ajuda a desenvolver uma maior
riqueza tímbrica e domínio ressonantal.
1
outras informações:
9
Baião Improvisado *
Maíra Martins
para quê?
Trabalhar improvisação e promover uma atividade lúdica.
Como?
Pedindo que o coro cante os compassos nos quais existe a melodia escrita,
alternando sempre com quatro compassos em que um integrante do coro vai
improvisar livremente. O improviso pode ser vocal ou percussivo, o importante é
criar um momento de liberdade e diversão. Repita o exercício quantas vezes quiser.
O último improviso pode ser conjunto, com todos os cantores ao mesmo tempo.
Outras informações
O exercício pode ser realizado em roda utilizando a marcação dos pés e
mãos como percussão. Sugira um ritmo para seu coro ou peça que eles
utilizem a pulsação da música como referência.
10
Curumim
Laura Lagub
para quê?
Trabalhar a anação e percepção do
salto de oitavas e da emissão da
mesma nota repetidas vezes.
Como?
Dividindo o coro em dois grupos alternando quem faz
a oitava de cima e a de baixo para, só depois, todos
realizarem todas as notas.
1
outras informações:
O exercício pode ser enriquecido por
movimentos corporais simples. Sugestão: ao
cantar “bate o pé” pedir que as crianças
batam os pés no chão no mesmo ritmo. Em
“pinta a cara” pedir que batam de leve com
dedos indicadores e médios no rosto. Em
“brinca, brinca” pedir que levantem os
braços jogando as mãos para cima ajudando
a denir o salto da melodia.
11
Língua do pê
Maíra Martins
para quê?
Trabalhar articulação, anação e
precisão rítmica.
Como?
Subindo ou descendo cromaticamente dando ênfase às
consoantes [p].
outras informações:
Ao cantar a letra do exercício na “língua do pê”*, as crianças podem ter
diculdade em um primeiro momento, mas com um pouco de treino
conseguirão realizar a proposta que pode levar a brincadeiras no ensaio
ou mesmo fora dele. Utilize a brincadeira para falar com eles durante o
aquecimento e aproveite para tornar o ambiente leve e divertido.
*A “língua do pê” é uma brincadeira infantil de tradição oral na qual a comunicação é feita introduzindo, depois
de cada fonema, uma nova sílaba na qual a consoante P é seguida pela vogal precedente.
12
Macacos me mordam
Angela Herz
para quê?
Trabalhar articulação e agilidade.
Como?
Realizando o exercício com voz falada algumas vezes antes
de colocar a melodia, solicitando aos cantores que articulem
cada sílaba com clareza e leveza. Ao iniciar a execução da
melodia, pedir que os cantores continuem utilizando clareza
e leveza. Aos poucos vá aumentando o andamento do
exercício para trabalhar agilidade.
1
outras informações:
O exercício pode ser realizado com o uso
diferenciado das vogais, pedindo, por
exemplo, que cantem com todas as vogais
se transformando em “a” (“macacas ma
mardam”) estimulando a abertura da boca
ou com “u” (“mucucus mu murdum”),
pedindo atenção ao tônus labial.
13
O helicóptero do Eric Clapton
Augusto Ordine / Maíra Martins
para quê?
Exercitar a agilidade da articulação
de uma forma lúdica e leve, em uma
Como?
brincadeira de palavras.
Subindo ou descendo
cromaticamente.
outras informações:
Pedir que os cantores estalem
os dedos nos contratempos
para trabalhar coordenação
motora e precisão rítmica.
14
papaia na boca do pato
Letícia Carvalho
outras informações:
As consoantes oclusivas [ p ] e [ k ],
repetidas sucessivamente, estimulam o
cantor a realizar um esforço no sentido da
articulação clara e energética.
Como?
É possível brincar com este exercício com variações de andamento e dinâmica, aproveitando
sua simplicidade para explorar a atenção dos alunos em relação à regência, por exemplo:
Dividir o coro em dois grupos e pedir que cada grupo cante um trecho, sempre sob o comando
do regente, que indicará quem canta em cada frase ou estrofe, é um ótimo exercício de
atenção. Pedir que um aluno que vá à frente da turma para brincar de maestro é um recurso
bastante divertido e viável para esta proposta.
Além da indicação das partes a serem cantadas, é possível também experimentar
1
andamentos e dinâmicas variadas, sempre orientados pela regência.
15
Pipoca versão 1
Kitty Driemeyer
Pipoca versão 2
Kitty Driemeyer
16
Pipoca
Kitty Driemeyer
para quê?
Trabalhar articulação, precisão rítmica e melódica com crianças.
Como?
Realizando o exercício como uma pequena canção, sem variação de
tonalidade. Neste caso utiliza-se a primeira versão da partitura, na
qual a última palavra ("Poc") tem repetições sempre acrescidas de um
número ao nal de cada vez da música - na primeira vez ela aparece
só uma vez, na segunda duas e assim por diante, até o número cinco.
Para tornar o exercício mais divertido e desaador, pode-se pedir que
as crianças pulem sempre que cantarem a palavra "poc".
outras informações:
Esta melodia de Kitty Driemeyer faz parte do CD "Conversa de Bicho"
e pode ser ouvida em sua versão original no link:
www.kittydriemeyer.com.br.
17
Sustentação com Vogais
Maíra Martins
para quê?
Trabalhar articulação, sustentação de
nota.
Como?
Propondo o exercício em dois diferentes formatos,
dependendo do objetivo do regente/preparador vocal e
também do nível de experiência do coro: no primeiro todos
cantam em uníssono a nota mais grave e no segundo há a
divisão em três vozes.
outras informações:
Se houver diculdade na denição das vogais propostas, pode-se colocar
provisoriamente uma consoante antes do início de cada nova vogal para
facilitar o entendimento e a execução por parte dos coralistas.
18
Vocalise das proparoxítonas
Paulo Malaguti Pauleira
para quê?
Trabalhar agilidade técnica e mental. No caso da segunda
situação exposta abaixo, soltar a voz vencendo a timidez.
Como?
Inicie a atividade propondo o vocalize com qualquer proparoxítona de
três sílabas como as exemplicadas na partitura. Realize o movimento
ascendente ou descendente das tonalidades falando, no intervalo da
melodia, a nova palavra a ser cantada. Depois de experimentadas várias
palavras compostas pelo regente/preparador vocal, peça que os cantores
proponham o texto do vocalize. A única regra é: a palavra tem que ter
três sílabas e a sílaba tônica deve ser a antepenúltima (ou seja, deve ser
proparoxítona) para que o ritmo e a acentuação se encaixem no exercício.
O cantor pode propor a palavra falando-a na pausa da melodia ou
cantando o vocalize uma vez sozinho antes do coro.
Outras informações
Aproveite a atividade para falar e exemplicar conceitos como
acentuação e prosódia musical. Por que algumas palavras se encaixam
na música proposta e outras não? Pode dar uma boa reexão!
19
Exercícios a duas ou mais vozes
Céu Azul
Augusto Ordine e Maíra Martins
para quê?
Trabalhar, percepção, execução e alternância entre os
modos maior e menor e sustentação de nota na voz de
acompanhamento.
Como?
Dividindo o coro em dois grupos e pedindo que cada um deles cante uma
das melodias.
outras informações:
O exercício pode ser cantado diversas vezes seguindo orientações do
regente ou preparador vocal como, por exemplo: (1) atentar para a
dinâmica entre as vozes, deixando que a voz de baixo “apareça” mais do
que a de cima, (2) caprichar na denição das terças da melodia principal,
que denem as mudanças de modos maior e menor ou (3) alternar os
grupos que cantam a primeira e a segunda voz, para que todos tenham a
oportunidade de cantar nas duas posições.
23
Ni é Fé
Pedro Pamplona
para quê?
Estimular os coralistas a experimentar a
sonoridade do idioma yorubá em uma
composição de caráter africano.
Como?
Ensinando as três partes da música separadamente. A primeira vai do compasso
1 ao 8, a segunda do 9 ao 12 e a terceira do 13 ao 16. Dedicar uma atenção
especial à segunda parte, na qual as vozes são divididas em terças sobrepostas
fazendo com que os cantores experimentem esta sonoridade.
outras informações:
Para enriquecer o exercício acrescente
movimentações especícas para cada parte da
música, fazendo com que os cantores tenham a
sensação de unir dança ao canto, em uma Ni é Fé = amor/amar
experiência muito próxima à realidade da Obá = Rei
cultura africana. O preparador vocal/regente Yabá = rainha
pode trazer sugestões de movimentações ou Lailai = para sempre
pedir que os próprios coralistas inventem as Odara = bom
suas. Xô = livrar
Berú = medo
24
Seguindo a Maré
Mauricio Durão
26
Seguindo a Maré
Mauricio Durão
para quê?
Por se tratar de um contraponto, onde cada voz é independente da outra
rítmica e melodicamente, é um ótimo exercício para introdução à
polifonia.
A independência das vozes, com melodias, ritmos e letras bastante
distintas entre si, tende a confundir menos os cantores leigos e ao mesmo
tempo possibilita que ouçam a junção das diferentes linhas melódicas
sendo realizadas e sintam-se parte do todo.
Como?
Utilizando a composição a três vozes de formas variadas: cantando cada voz
separadamente, juntando duas ou as três. Pode-se pensar em uma evolução
durante os planejamentos dos ensaios, por exemplo:
Em cada encontro ensinando mais uma voz do arranjo.
Para dar um “suingue” maior ao exercício, e aproveitar para trabalhar a
coordenação motora dos cantores, pode-se pedir que estalem os dedos nos
tempos 2 e 4 de cada compasso.
outras informações:
As extensões das melodias não ultrapassam uma oitava, fazendo com que o
exercício possa ser realizado em diferentes tonalidades e todos possam
aprender todas as vozes. É também possível juntar cantores de naipes
diferentes em uma mesma linha melódica, trabalhando diferentes sonoridades
dentro do coro.
27
Vim descendo a rua
Maíra Martins
para quê?
Exercitar o canto a três vozes durante o momento do
aquecimento com um vocalize que mescla trabalho de
sustentação (para a voz superior), precisão de
anação dos sétimos, sextos e quinto graus (para a
voz intermediária) e ostinato (para a voz inferior).
Como?
Utilizando o exercício como um vocalize que é
transposto sempre para meio tom acima ou abaixo.
Ocasionalmente mudar os cantores em cada voz
pode ser interessante para que todos tenham
experiências variadas com o mesmo exercício. outras informações:
1
Aproveite para trabalhar os intervalos
dissonantes que aparecem entre as vozes
superiores. Peça aos cantores que atentem
para a sensação decorrente de cada
intervalo e de “onde” a pessoa está
cantando (na voz de cima ou na de baixo).
28
Cânones
Baila como baila
André Protásio
para quê?
Denir o arpejo do acorde maior com sétima menor e
experimentar um cânone com suingue cubano.
Como?
Pedindo que o coro cante a melodia em uníssono algumas
vezes marcando a pulsação com os pés. Em seguida divida o
coro em dois ou mais grupos realizando
1 o cânone.
outras informações:
Para exercitar com mais profundidade o ritmo
cubano e trabalhar coordenação motora acrescente
as duas palmas ao nal dos compassos, como
sugerido na partitura. Treinar então com os
coralistas as palmas no ritmo completo e pedir que
os cantores experimentem bater palmas enquanto
cantam, se for possível. Se for muito difícil para o
grupo, outra possibilidade é pedir que algumas
pessoas somente batam palmas enquanto outras
só cantam.
31
Batucada
Sara Cohen, Alexandre Loureiro e Maíra Martins
PD = Pé direito no chão
PE = Pé esquerdo no chão
MD = Mão direita na coxa
para quê? ME = Mão esquerda na coxa
Trabalhar coordenação motora, precisão rítmica e M = Palma da mão
melódica e articulação. E = Estalo de dedo
Como?
Realizando exercício completo, que mistura canto e percussão corporal, com ou
sem a forma de cânone. Caso seja realizado como cânone, é possível alternar o
número de vozes (2 ou 4), e fazer com e sem percussão corporal e até mesmo
sem o vocal - cando apenas a percussão.
Brincar com dinâmicas e andamentos variados é sempre interessante também.
1
outras informações:
Ao realizar o exercício com seus alunos, dê atenção
especial ao arpejo do acorde maior com sétima
menor presente nos dois primeiros tempos do
terceiro compasso.
A precisão deste arpejo trará aos alunos a
sensação especíca causada pelo Modo Mixolídio.
32
Jazzy
Ricardo Góes
para quê?
Experimentar um cânone com suingue jazzístico.
Como?
Pedindo que todos cantem juntos algumas vezes a melodia
estalando os dedos no contratempo para que tenham a
sensação do suingue especíco
1do jazz.
outras informações:
O regente/preparador vocal pode aproveitar
para trabalhar diferentes dinâmicas dentro do
exercício, fazendo com que, no momento em
que o cânone estiver sendo realizado, sempre
um mesmo trecho seja mais ouvido.
33
pocotó
Maurício Durão
34
pocotó
Maurício Durão
para quê?
Trabalhar articulação, coordenação
motora e precisão rítmica.
Como?
Ensinando somente a parte cantada em um primeiro momento, para só
depois acrescentar a percussão e/ou o cânone.
1
outras informações:
A percussão sugerida pode ser realizada da forma indicada (batendo
com uma caneta na mesa, com os pés no chão etc) ou do jeito que for
melhor para o seu coro, dependendo da estrutura disponível na sala de
ensaio e das possibilidades dos alunos.
35
Roda Presa
Maíra Martins
para quê?
Este exercício pode ser utilizado para proporcionar aos
cantores uma experiência melódica ligada ao modo
mixolídio, exercitando a ida ao sétimo grau abaixado de
uma escala maior.
Como?
Utilizando como vocalize, com a transposição para
diferentes tonalidades, e também funciona como cânone. Na
segunda opção, a harmonia, que se mantém sempre a
mesma, possibilita que as entradas sejam realizadas a
qualquer tempo, ocasionando em um1 efeito de “eco”.
outras informações:
É possível brincar com as diferentes opções de
entradas da melodia e também com percussões
corporais variadas na medida das
possibilidades do grupo com qual se está
trabalhando. As percussões corporais podem
ser trazidas pelo maestro ou sugeridas pelos
cantores.
36
Your Love
Ricardo Góes
para quê?
Trabalhar extensão vocal e experimentar
a sonoridade característica da música
pop americana.
Como?
Dividindo a melodia em quatro partes e ensinando de dois em dois
compassos, para melhor apreensão da melodia, que apresenta certo grau
de diculdade. Depois de cantar em uníssono com todo o coro, a divisão
pode ser feita em dois ou quatro grupos realizando a entrada no início dos
compassos ímpares. 1
outras informações:
Aproveite este cânone para trabalhar timbre e suingue
“pop” com seu coro. Adolescentes costumam adorar a
proposta.
37
Referências Bibliográficas
BAÊ, Tutti/Pacheco, Cláudia. Canto: equilíbrio entre corpo e som: princípio da siologia vocal.
São Paulo: Irmãos Vitale, 2006.
DICIONÁRIO GROVE DE MÚSICA: edição concisa/editado por Sanley Sadie; editora-assistente, Alison
Latham; tradução, Eduardo Francisco Alves – Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 1994
ENCICLOPÉDIA DA MÚSICA BRASILEIRA: popular, erudita e folclórica. São Paulo: Art Editora:
Publifolha, 1998.
FERREIRA, Juliana Grassi Pinto. Preparação vocal do corista. Per Musi.Belo Horizonte, v.5/6, 2002, p.
112-119.
LECK, Henry H. Creating artistry through choral excellence. Hal Leonard. USA. 2009.
LEITE, Marcos. Método de Canto Popular Brasileiro para vozes médio-agudas.Rio de Janeiro: Lumiar
Editora, 2001.
MELLO, Enio Lopes, ANDRADA E SILVA, Marta Assumpção de. O corpo do cantor: ALONGAR,
RELAXAR OU AQUECER? Rev CEFAC, São Paulo, v.10, n.4, 548-556, out-dez, 2008.
MILLER, Jussara. A escuta do corpo: sistematização da Técnica Klauss Vianna. São Paulo: Summus,
2007.
SUNDBERG, Johan. Ciência da voz: fatos sobre a voz na fala e no canto. Editora da Universidade de
São Paulo, 2015.
VILLA-LOBOS, Heitor. Guia prático para a educação artística e musical, 1. Volumes 1,2 e 3 e Separata.
WARE, Clifton. Basics of vocal pedagogy: the foundations and process of singing. McGraw-Hill. 1997.
Maíra Martins