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Análise Jurídica Quanto A Necessidade De Licença De Uso De Imagem De Obra Arquitetônica

A imagem de uma pessoa, física ou jurídica, é reconhecida como Direito da Personalidade e,


nessa qualidade, recebe ampla proteção da Constituição Federal e da legislação infraconstitucional.

Com efeito, determina a Constituição de 88, em seu art. 5º, X, que "são invioláveis a intimidade,
a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material
ou moral decorrente de sua violação" e, de outro lado, define o Código Civil brasileiro que

“Art. 20. Salvo se autorizadas, ou se


necessárias à administração da justiça ou à
manutenção da ordem pública, a divulgação de
escritos, a transmissão da palavra, ou a publicação,
a exposição ou a utilização da imagem de uma
pessoa poderão ser proibidas, a seu requerimento e
sem prejuízo da indenização que couber, se lhe
atingirem a honra, a boa fama ou a respeitabilidade,
ou se se destinarem a fins comerciais.”

De acordo com Carlos Alberto Bittar, "o direito à imagem consubstancia o vínculo que une uma
pessoa à sua expressão externa, ou seja, ao conjunto de traços e caracteres que a distinguem e a
individualizam" e, além disso, "consiste no direito que tem a pessoa de impedir que outrem a utilize, sem
autorização, de sorte que a fixação e a posterior utilização econômica dependem de sua anuência".

Relativamente às pessoas jurídicas, o Código Civil em vigor acolheu a tese de que também elas
são titulares de direitos da personalidade, ao dispor que:

"Art. 52. Aplica-se às pessoas jurídicas,


no que couber, a proteção dos direitos da
personalidade".

Já para as hipóteses em que se discute a titularidade dos direitos de personalidade de pessoas


jurídicas de direito público, tal como no caso em apreço, José de Aguiar Dias, com apoio na doutrina,
confirma a consagração do entendimento de que também elas têm em seu favor a tutela dos direitos da
personalidade:

“A pessoa jurídica pública ou privada, os


sindicatos, as autarquias podem propor ação de
responsabilidade, tanto fundada no dano material
como no prejuízo moral. (Da Responsabilidade Civil,
10 ed., Rio de Janeiro, Forense, v. II, n° 250, p. 802,
1997)”

Assim, fica claro que a pessoa jurídica de direito público pode titularizar direitos de
personalidade, dentre os quais se situa o direito de imagem, resta esclarecer a respeito da possibilidade
de os órgãos e entidades da Administração Pública autorizarem a veiculação de sua imagem por
particulares, com fins comerciais.
Em razão disso, deve-se atribuir a natureza de bem de domínio público à imagem da autarquia, o
que, por conseguinte, atrai a incidência do regime jurídico de direito público.

Além disso, Maria Sylvia Di Pietro ressalta que, no uso de bens públicos por particulares, é
necessário verificar atentamente o fim a que se destinam, porque de nenhum modo podem ser
desvirtuados de seus objetivos básicos para satisfazer interesses exclusivamente privados.

O Código Civil estabelece a possibilidade de uso da imagem por terceiros mediante autorização,
segundo o seu art. 20 supracitado, a diferenciação entre os regimes jurídicos privado e público determina
a vedação no caso de uso publicitário de fachadas de órgão públicos. Isso porque, embora o particular
possa autorizar, a título gratuito ou oneroso, que se empregue seu nome e sua imagem em negócios
privados, por meio de um contrato, a Administração Pública, que deve atuar pautada na supremacia do
interesse público e também em sua indisponibilidade, somente está autorizada a veicular, com
exclusividade, sua imagem, sendo vedada qualquer forma de transmissão de direitos.

Diante do exposto, conclui-se pela impossibilidade de cessão de direito de uso


da imagem de edifícios públicos, salvo regulação em contrário como o TJ/SP publicou no DJE o
provimento 77/10 que regulamenta o uso de imagens dos prédios que pertencem ao Poder Judiciário de
São Paulo. Entretanto, fotografar uma fachada de um particular embora exista o direito de propriedade, é
permitido desde que não se trate de uma obra arquitetônica devidamente registrada no CAU/BR, e se for o
caso, é preciso obter a autorização do arquiteto.

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