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BRASIL:

O NOVO JEITO DE GOVERNAR.


PLANO DE GOVERNO DE AÉCIO NEVES E ALOYSIO NUNES

2015 2018

ESTADO DEMOCRÁTICO,
SOBERANO, SOLIDÁRIO
E EFICIENTE
ÍNDICE

INTRODUÇÃO

ESTADO DEMOCRÁTICO

GESTÃO PÚBLICA

RELAÇÃO COM OS SERVIDORES

DESBUROCRATIZAÇÃO

RELAÇÕES INTERNACIONAIS

DEFESA NACIONAL

PACTO FEDERATIVO
E DESENVOLVIMENTO REGIONAL

REFORMA POLÍTICA
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ESTADO DEMOCRÁTICO, SOBERANO, SOLIDÁRIO E EFICIENTE

INTRODUÇÃO

UM DIREITO DO CIDADÃO
Diariamente, milhões de brasileiros são víti- Se a administração pública e seus servidores,
mas de serviços públicos de má qualidade, ou sejam eles dirigentes políticos ou técnicos,
sequer têm acesso a serviços básicos como os eleitos ou não, não são percebidos como pro-
de saúde, educação, segurança, saneamento motores do interesse público, mas sim como
básico e transporte público. instrumentos de interesses particulares, está
aberto o caminho da deslegitimação do Esta-
Em função desse cenário, a população desen-
do e do seu consequente enfraquecimento.
volve uma avaliação negativa da administração
pública, aumentando sua percepção de que o O Estado, como sabemos, é o instrumento
Estado brasileiro não atende às suas necessi- fundamental de ação coletiva de que a so-
dades e não está preocupado em melhorar a ciedade dispõe e é essencial para assegurar o
sua qualidade de vida. respeito à ordem legal, a igualdade de oportu-
nidades e a promoção do bem-estar, bases de
Essa percepção é prejudicial para a consolida-
uma sociedade democrática sustentável.
ção da democracia e para a construção de uma
economia competitiva, capaz de gerar bem-es- A sociedade não pode prescindir, para o seu
tar para todos. Se a população e os agentes desenvolvimento político, cultural, econômico
econômicos não enxergam o Estado como um e social, de um Estado eficiente, eficaz, efeti-
aliado, eles não o valorizam e se voltam para vo e comprometido com o interesse público.
soluções individuais sem a preocupação de
se empenhar por soluções coletivas, tornando
mais difícil a vida em sociedade.

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ESTADO DEMOCRÁTICO, SOBERANO, SOLIDÁRIO E EFICIENTE

ESTADO DEMOCRÁTICO

A RECUPERAÇÃO DA CONFIANÇA NAS INSTITUIÇÕES


Nosso primeiro compromisso é com o estado Além disso, o equilíbrio entre os poderes vem
democrático de direito, garantidor do respeito sendo rompido e a atividade política tem sido
às liberdades civis, dos direitos humanos e das desmoralizada, resultando em desrespeito ao
garantias fundamentais dos cidadãos. equilíbrio democrático. Setores importantes
da sociedade vêm perdendo canais legítimos
O programa de transformação do país que ora
de organização e manifestação.
propomos fundamenta-se no respeito às insti-
tuições, cuja confiança é chave para o suces- Em paralelo, busca-se legitimar a prática da
so das nações: porque estimula e encoraja a intolerância, da hostilidade e da calúnia con-
participação e as manifestações da cidadania, tra opositores. Esse conjunto de ações deterio-
garante o pleno exercício das liberdades, res- rou o ambiente político do país e fez aumen-
guarda o respeito à ordem democrática e as- tar a desconfiança dos brasileiros na atividade
segura as condições para o desenvolvimento. pública.
Consideramos que o Brasil ainda está distante É chegada a hora de dar respostas claras e efe-
de transformar em realidade cotidiana as nor- tivas às mudanças reclamadas pelos brasilei-
mas constitucionais que asseguram direitos ros, no sentido de restaurar a fé e a confiança
fundamentais civis, políticos, sociais, econô- dos cidadãos no Brasil e nas possibilidades de
micos e culturais aos nossos cidadãos. seu próprio crescimento e ascensão social, em
ambiente de ética e respeito. Nosso governo
O país falha, todos os dias, no fundamental:
não se omitirá na intransigente defesa das li-
no direito à vida, à moradia, à alimentação,
berdades, no respeito às instituições e no for-
à saúde, ao conhecimento, às liberdades de
talecimento do estado democrático de direito.
pensamento, de expressão, de crença, de es-
colha. Falha na garantia dos direitos econômi-
cos, políticos, sociais e culturais.

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COMPROMISSOS/
PROPOSTAS
▶ Restaurar valores e ideais caros peito aos direitos da cidadania e as-
aos brasileiros: ética, dignidade, segurar o pleno cumprimento dos
honra, solidariedade, transparência. deveres do Estado.

▶ Colocar o poder público a serviço da ▶ Aprofundar a defesa das liber-


coletividade e dos interesses da nação. dades, em especial a de imprensa,
valor fundamental da democracia
▶ Radicalizar a democracia brasileira. brasileira.

▶ Fortalecer e aperfeiçoar as insti- ▶ Aumentar a transparência nos


tuições, para que, com a necessária atos do poder público, de forma a
autonomia, possam exercer seu pa- garantir o livre acesso dos cidadãos
pel na defesa da sociedade. a decisões do Estado.

▶ Resgatar o respeito entre poderes ▶ Estabelecer canais de diálogo e


e instituições autônomas, restrin- interação institucional com movi-
gindo, por exemplo, o uso de instru- mentos de representação da so-
mentos atípicos, como as medidas ciedade civil, como sindicatos, ins-
provisórias, que usurpam prerroga- tituições classistas e movimentos
tivas legais do Legislativo. sociais.

▶ Combater de maneira intransi- ▶ Estabelecer absoluto compromis-


gente a corrupção. so com a firme defesa dos direitos
humanos e com o respeito aos di-
▶ Garantir a lisura e a transparência
reitos das minorias.
no trato do interesse público, o res-

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GESTÃO PÚBLICA

GASTAR MENOS COM O GOVERNO


PARA GASTAR MAIS COM AS PESSOAS
As mudanças que se fazem necessárias exi- ca, que permitiram a ampliação de políticas de
gem a continuidade e o avanço das políticas inclusão social na década seguinte.
de reforma da gestão pública, que só se viabi-
Contudo, a agenda de reformas iniciada foi
lizarão com o apoio da sociedade.
paralisada. Torna-se necessário mobilizar as
Inegavelmente houve avanços significativos nos forças políticas e a sociedade para acelerar o
últimos 25 anos. A Constituição de 1988 cor- processo de reforma do Estado, fortalecendo
porificava um ambicioso projeto de sociedade sua capacidade de prestação de serviços e,
com um abrangente estado de bem-estar social. com isso, recuperar sua legitimidade, a partir
da reversão da percepção desfavorável da po-
Não obstante, nossa Carta Magna não dis-
pulação sobre a sua importância como fator de
punha de mecanismos (e em alguns casos
melhoria da qualidade de vida.
impossibilitava sua criação) essenciais para
dinamizar a economia de mercado e tornar a É necessário ampliar e aprofundar esta agenda
administração pública mais efetiva e eficiente para que as ações já implementadas possam
– muito embora fortalecesse o concurso públi- ter continuidade em uma nova etapa que po-
co, o sistema de planejamento, a descentrali- tencialize os impactos positivos que possam
zação e a responsabilidade compartilhada com ser alcançados.
os outros entes da Federação.
Da mesma forma vamos ampliar a participa-
Se no momento de sua promulgação faltaram ção da população na formulação, implantação
as condições materiais concretas para a efeti- e avaliação das políticas públicas, aumentan-
va implementação dos seus preceitos, a déca- do a transparência do processo decisório e da
da de 1990 iniciou a criação das bases de um execução das políticas públicas.
novo dinamismo, disciplinando as finanças
Em última instância, o modelo de gestão con-
públicas, fazendo o Estado sair da crise fiscal,
tribuirá para a redução dos gastos correntes do
que o assolava há décadas, e propondo uma
Estado, assegurando recursos para serem alo-
renovada agenda de reformas e aperfeiçoa-
cados em investimentos para os cidadãos.
mentos institucionais na administração públi-

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COMPROMISSOS
▶ Reestruturação do planejamento ▶ Utilização de critérios de susten-
governamental. tabilidade nas compras governa-
mentais.
▶ Reorganização institucional da
administração pública federal. ▶ Fomento à participação de micro
e pequenas empresas nas compras
▶ Implantação de gestão meritocrá- governamentais para geração de
tica por meio de avaliações de de- empregos locais.
sempenhos institucional e individual.
▶ Potencialização da utilização de
▶ Criação de modelo de governan- ferramentas de governo eletrônico,
ça por resultados. trazendo a administração pública
federal para patamares contempo-
▶ Desenvolvimento de metodologias
râneos de interação com o cidadão.
de controles focados nos resultados.
▶ Combate intransigente a toda
▶ Busca de parcerias com o setor
forma de corrupção e ao aparelha-
privado para o desenvolvimento de
mento da máquina pública.
investimentos de interesse público.
▶ Ampliação dos mecanismos de
▶ Modernização das compras e
transparência e participação popular.
contratações governamentais.

PROPOSTAS
▶ Planejar o país para o longo prazo, cia nas finanças públicas e clara co-
desdobrando as metas de médio e nexão com os objetivos de médio e
curto prazo. longo prazo.

▶ Criar o modelo de orçamento para ▶ Promover de forma sistemática


resultados, propiciando transparên- a avaliação das políticas públicas

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para que os recursos públicos pos- nuada dos servidores federais para
sam ser investidos nas políticas de atração e retenção de talentos.
maior retorno social e econômico.
▶ Implantar modelo de planejamen-
▶ Implantar os Contratos de Gestão com to da força de trabalho necessária
pactuação de metas e gerenciamento para implementação das políticas
intensivo dos programas prioritários. públicas.

▶ Criar o Prêmio por Produtivida- ▶ Criar e implantar o modelo de


de como mecanismo de incentivo avaliação de desempenho indivi-
ao alcance de resultados, que será dual e utilizá-lo como mecanismo
pago proporcionalmente às metas para promoções e progressões nas
alcançadas. carreiras.

▶ Promover extinções e fusões de ▶ Implantar o modelo de remune-


Ministérios, com redução do núme- ração variável para criar incentivos
ro de cargos comissionados de livre à maior produtividade individual e
nomeação, de forma a tornar a ad- institucional.
ministração pública mais enxuta e
operante. ▶ Disciplinar, por meio de ato de de-
legação, as operações de PPPs de
▶ Criar a Certificação Ocupacional, interesse federal e estadual, para
de forma a aumentar o grau de pro- que possam ser executadas direta-
fissionalização da administração mente pelos estados.
pública, privilegiando o mérito no
acesso aos cargos públicos de dire- ▶ Viabilizar canais de relacionamen-
ção e assessoramento, por meio de to personalizado entre o governo e
processos seletivos transparentes, o cidadão nas diversas demandas,
impessoais e ajustados aos respec- especialmente nas áreas de educa-
tivos perfis e atribuições. ção, saúde, segurança e assistência.

▶ Revigorar as escolas de gover- ▶ Utilizar os dispositivos móveis


no (Enap e Esaf) para a promoção para obtenção de serviços públicos
dos programas de formação conti- sem a necessidade de deslocamen-

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tos desnecessários e o desperdício tual para maior previsibilidade e se-


de tempo em filas. gurança ao Estado e aos fornece-
dores.
▶ Utilizar as redes sociais para po-
tencializar os mecanismos de par- ▶ Modernizar a Lei 8666/93 para
ticipação da sociedade na formu- reduzir gargalos nas aquisições, nas
lação, execução e controle das obras, adequando os processos de
políticas públicas. aquisição e alienação aos padrões
tecnológicos contemporâneos.
▶ Potencializar a utilização pelas
empresas, cidadãos e empreende- ▶ Auxiliar os municípios no desen-
dores do ativo econômico que é o volvimento de processos de pla-
conjunto dos dados e informações nejamento, orçamento, gestão e
produzidas pelo Estado através do compras públicas, inclusive com a
processamento e disponibilização disponibilização de sistemas cor-
desse acervo via internet (dados porativos, para que haja um salto
abertos). de qualidade na gestão municipal.

▶ Simplificar e reduzir custos nos ▶ Restabelecer a autonomia dos


processos internos do governo entes regulatórios, com seleção de
com a integração dos sistemas de dirigentes sujeitos a processos me-
gestão e eliminação da tramitação ritocráticos.
de papéis.
▶ Redimensionar processos e qua-
▶ Modernizar o sistema de compras dros das agências reguladoras.
governamentais e gestão contra-

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RELAÇÃO COM OS SERVIDORES

A PONTE ENTRE O CIDADÃO E O ESTADO


O sucesso da administração de um governo manente com servidores e seus respectivos
também depende da inter-relação entre o po- sindicatos.
der público, seus servidores e a sociedade.
É necessário balancear as relações entre ser-
Se essa relação não for bem-sucedida, a ad- vidor, governo e cidadãos, de forma a buscar
ministração governamental certamente será o equilíbrio para atendimento das demandas,
prejudicada. Precisamos avançar para um uma vez que todas são legítimas e os recur-
modelo de gestão de pessoas, focado no de- sos são limitados. O princípio norteador desse
senvolvimento do servidor e na meritocracia, equilíbrio é que “um governo se faz com pes-
o que requer o fortalecimento do diálogo per- soas e para as pessoas”.

COMPROMISSOS
▶ Fortalecimento de planos de car- ▶ Formação continuada dos servi-
reira, cargos e salários. dores públicos.

▶ Implantar modelo de política re- ▶ Garantia do diálogo permanente


muneratória que assegure a com- com as entidades representativas
patibilidade entre sistema de remu- dos servidores, de forma a subsi-
neração e equilíbrio fiscal, dando diar o processo de informação para
previsibilidade aos servidores e ao decisões, reduzindo eventuais ten-
governo. sões entre o governo e as catego-
rias representativas dos servidores.
▶ Priorização do servidor de carrei-
ra na ocupação dos cargos de dire- ▶ Garantia de que as negociações
ção e assessoramento. considerem os interesses das partes
(sociedade, governo e servidores).

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PROPOSTAS
▶ Fortalecer as instâncias de ne- ▶ Instituir, em parceria com os sindi-
gociação permanente com os ser- catos e associações representativas,
vidores – mesa de diálogo e nego- um modelo de política remunerató-
ciações permanentes que busquem ria que assegure o desenvolvimen-
reunir todos os atores envolvidos to nas carreiras.
para que as demandas sejam apre-
sentadas, avaliadas e debatidas. ▶ Criar a data-base para reajustes
salariais dos servidores.

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DESBUROCRATIZAÇÃO

MENOS PAPEL, MAIS RESULTADO


Para tornar a vida mais simples é necessário derativo, podem ser transferidas do Governo
descomplicar as relações entre governo e cida- Federal para os estados e municípios aquelas
dãos, governo e empresários e governo com o atribuições e responsabilidades que facilitem
próprio governo. o atendimento às pessoas, respeitando-se as
diversidades e as necessidades locais.
Autorizações, licenças, documentos, cadastra-
mentos e tantas outras comprovações reque- Torna-se fundamental mapear as principais
rem agendamentos, prazos, filas e impedem barreiras que os empreendedores brasileiros
ou postergam a realização de empreendimen- enfrentam para desenvolverem suas ativida-
tos que contribuam para o desenvolvimento des, assim como as que dificultavam a implan-
do Brasil. Não se pode esquecer que o desper- tação de novos empreendimentos, buscando
dício de tempo é um custo, tanto para as em- reduzir a burocracia e o peso do Estado sobre
presas, como para as pessoas e para o próprio as empresas. Como exemplo, o Banco Mun-
governo. dial, pelo uso da metodologia Doing Business,
indica que a abertura de uma empresa no Bra-
O tema desburocratização faz parte do contex-
sil leva 107 dias.
to mais amplo da reforma administrativa e do
Pacto Federativo. Na reforma administrativa Um ambiente de negócios desburocratizado
ressalta-se a definição das responsabilidades contribuirá para a atração de novos investi-
das instituições federais e a consequente re- mentos e para a geração de emprego e renda
dução do número de órgãos responsáveis por para a população. Para tanto, será garantida
determinada autorização ou licença – a simpli- política transversal de desburocratização que
ficação deve acontecer durante a implantação perpasse todos os órgãos e entidades da admi-
da nova e mais eficiente estrutura da admi- nistração pública federal.
nistração federal. Por outro lado, no Pacto Fe-

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COMPROMISSOS
▶ Redução das exigências legais e zindo o desperdício de tempo e,
dos prazos para obtenção de licen- consequentemente, os custos, con-
ças, autorizações e provimento de tribuindo para o aumento dos in-
informações. vestimentos e para a melhoria do
índice de competitividade do Brasil.
▶ Melhoria da posição do país no
ranking mundial de facilidade para ▶ Identificação das atribuições da
fazer negócios. Em 2014 o Brasil administração pública federal que
aparece em 116º lugar pela metodo- podem e devem ser transferidas,
logia do Doing Business do Banco revertendo o processo de centrali-
Mundial. zação ocorrido nos últimos anos e
dando mais autonomia aos estados
▶ Descomplicação do dia a dia das e municípios.
pessoas e das organizações, redu-

PROPOSTAS
▶ Criar o Programa Brasil Descom- os movimentos empresariais, as-
plicado, por meio de ações coorde- sociações de classe, as confede-
nadas com os diversos órgãos do rações e as federações estaduais,
governo. bem como as organizações da so-
ciedade civil para identificação de
▶ Facilitar o processo de abertura, demandas e prioridades.
alterações e encerramento de em-
presas de grande, médio ou peque- ▶ Criar o Programa Governo sem
no porte, tornando-o mais simplifi- Papel, com o objetivo de reduzir o
cado e ágil. volume de documentos impressos
e contribuir para o uso racional e
▶ Criar a agenda dos diálogos com sustentável dos recursos do Estado.

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▶ Estimular o uso intensivo da cer- namento do cidadão com o Estado,


tificação digital e assinatura eletrô- reduzindo a exigência excessiva de
nica de documentos, eliminando comprovação documental da ad-
a impressão e a manutenção em ministração pública brasileira, po-
meio físico. dendo ser acessada por todos os
serviços públicos nas três esferas
▶ Identificar e compartilhar as me- de governo.
lhores práticas de atendimento aos
cidadãos nos estados e municípios ▶ Fazer a identificação biométrica a
e incentivar a sua utilização. partir da base única para criar alter-
nativas à utilização de documentos
▶ Criar a Base Única do Cidadão, de pessoais, simplificando o relaciona-
forma a consolidar todos os docu- mento do Estado e cidadãos.
mentos e informações de relacio-

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RELAÇÕES INTERNACIONAIS

DIALOGANDO COM UM MUNDO EM TRANSFORMAÇÃO


O propósito fundamental da política externa por critérios ideológicos e sem nos furtarmos a
do Brasil é contribuir para o desenvolvimento ajudar a resolver litígios regionais. Temos uma
do país. Ao contrário de outros, que têm desa- longa tradição dessa conduta, como atesta
fios militares e de segurança, somos um país mais recentemente a liderança brasileira, em
pacífico e não ameaçado, cuja prioridade só 1998, na resolução definitiva do conflito mi-
pode ser a melhoria das condições de vida de litar que opunha Peru e Equador há décadas.
nossa sociedade.
A crescente presença externa do Brasil ocor-
Em escala mundial, nossa política deve ser reu, sobretudo, pela habilidade de obter êxitos
universal, ou seja, sem premissas ideológicas pela afirmação dos valores de sua cultura oci-
ou visões excludentes. Tendo-se transformado dental, pela ação construtiva que sempre teve
em uma das maiores economias do planeta, na promoção da paz e dos grandes consensos
com crescente voz nos grandes círculos mun- internacionais. O Brasil é candidato legítimo
diais do poder, o Brasil deve ter uma atitude a um assento permanente no Conselho de
afirmativa em todos os tabuleiros em que atua. Segurança da ONU, pelas nossas credenciais
Estando, há vinte anos, em alta na hierarquia históricas de país responsável e construtivo.
do poder mundial, nosso país precisa seguir
O Brasil é hoje um interlocutor de peso nos
conquistando espaços e consolidando um
temas globais como comércio, meio ambien-
papel compatível com nossa importância in-
te e mudanças climáticas, direitos humanos,
ternacional. Na América do Sul situa-se nos-
energia renovável, água e não proliferação de
so palco histórico. Por sua índole e postura, o
armas nucleares. Membro fundador do Gatt,
Brasil não entra em guerras com seus dez vizi-
das Nações Unidas, do Banco Mundial e do
nhos há 144 anos. Poucos países podem dizer
Fundo Monetário Internacional, desempenha
o mesmo. O traçado de todas as nossas fron-
um papel ativo e positivo nesses organismos e
teiras foi totalmente resolvido e não temos que
integra o G-20 financeiro com presença afir-
lidar com querelas desgastantes, como muitos
mativa nas discussões sobre governança glo-
países. Como o maior país da região, é impor-
bal. É nessas áreas que podemos aumentar
tante manter uma política de bom relaciona-
nosso papel internacional.
mento com todos, sem orientar nossa atuação

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A internacionalização da economia e das com- cífico, tendo como principal motor o rápido
panhias brasileiras é um reflexo da vitalidade crescimento da China e seu entorno;
de nossa economia e da sofisticação de nosso
• expansão de um novo padrão produtivo, ba-
empresariado. O progresso que conseguimos
seado em cadeias globais de valor, produção
coloca o Brasil como a sétima economia do
modular e redes logísticas mundiais;
mundo e faz dele uma potência agrícola mun-
dial. A cooperação técnica e financeira que o • peso crescente dos países emergentes e em
Brasil oferece aos países em desenvolvimen- desenvolvimento no comércio internacional
to da América Latina e África nos coloca hoje e nos fluxos de investimentos; desenvolvi-
com destaque entre os maiores doadores in- mento da multipolaridade dos centros de
ternacionais. poder econômico e político, com maior par-
ticipação dos países emergentes e consoli-
Nos próximos anos, será cada vez mais rele-
dação de novos grupamentos, a exemplo do
vante a inserção competitiva internacional do
G-20, do Brics;
Brasil, inclusive com participação crescente
nas cadeias internacionais de produção. Com • aceleração sem precedentes da comunica-
esse objetivo, o governo brasileiro terá que ção em escala global e surgimento das redes
assumir responsabilidades crescentes, res- sociais, com forte impacto comportamental,
peitando seus compromissos internacionais, social, cultural e político.
e fomentar aquela participação tendo como
O multilateralismo passa por um longo perío-
critério fundamental a defesa dos interesses
do de crise de representatividade. As Nações
nacionais.
Unidas perderam influência nas questões de
Diante dos grandes desafios interno e externo, paz e segurança. O Conselho de Segurança
o Brasil precisa ousar e ter uma visão de fu- não mais representa as forças que influem
turo. Devemos sair de uma posição defensiva no cenário internacional atual, haja vista sua
para a afirmação de um grande papel brasileiro incapacidade de conter ou resolver crises. O
na cena internacional, compatível com a capa- esvaziamento e as dificuldades da Organiza-
cidade produtiva de nosso povo e a dimensão ção Mundial de Comércio (OMC), mesmo
de nossa economia. após a decisão de definir uma agenda para a
retomada das negociações multilaterais da Ro-
O cenário internacional experimentou na úl-
dada de Doha, colocam problemas novos para
tima década mudanças profundas, aceleradas
os países em desenvolvimento. Ao mesmo
pela crise financeira e econômica de 2008.
tempo, novas propostas de acordos bilaterais,
São exemplos dessas mudanças:
regionais e intercontinentais introduzem im-
• o gradual deslocamento do centro de poder portantes elementos na avaliação da inserção
econômico mundial do Atlântico para o Pa- competitiva externa do Brasil. Devemos ava-

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liar num primeiro momento, em profundidade fesa de nossos verdadeiros interesses e afetar
e sem preconceitos, a evolução e o impacto nossa capacidade diplomática.
para nós desses novos instrumentos de regula-
A janela de oportunidade que representou o
ção do comércio internacional.
rápido crescimento da economia mundial nos
O cenário internacional vive hoje momento de anos 2000 levou a uma superestimativa do po-
transição para uma nova ordem cujos contor- tencial brasileiro. Na área da política externa,
nos ainda não estão nítidos. Embora a crise fi- aquele período coincidiu com ações volunta-
nanceira de 2008 tenha levantado sérios ques- ristas pouco características da tradicional di-
tionamentos sobre os excessos do mercado na plomacia brasileira e grande expansão do nú-
intermediação, o seu papel como alocador de mero de representações brasileiras no exterior,
recursos continuará fundamental e tende a independentemente de seu custo-benefício
crescer mesmo em países com forte presença social e no longo prazo. Também marcaram
do Estado, como a China e outros asiáticos. O a atuação brasileira a busca de um assento
equilíbrio delicado entre as forças de mercado permanente em um Conselho de Segurança
e o papel do Estado é influenciado pelo ce- das Nações Unidas reformado, a aproxima-
nário internacional, mas, em última instância, ção comercial e política com os países do sul,
deve ser determinado pelas particularidades em particular o continente africano, além da
históricas e institucionais de cada sociedade. ênfase no fortalecimento das instituições re-
gionais, sobretudo na América do Sul. Relati-
Cabe ao Brasil analisar de forma atenta e ob-
vamente, pouco se fez em relação aos países
jetiva as transformações do cenário externo
asiáticos, polo de maior dinamismo econômi-
de forma a potencializar sua ação internacio-
co mundial.
nal. Em qualquer cenário, a política externa
– não somente em sua vertente política, mas Em anos mais recentes, embora prevaleçam
também sob o ângulo econômico, comercial, em alguma medida as iniciativas anteriores, a
financeiro, agrícola, energético, tecnológico, política externa tem padecido de falta de rumo
do desenvolvimento sustentável, cultural, de e de decisões que nem sempre se baseiam no
direitos humanos, entre outros – constitui ao interesse nacional de longo prazo.
mesmo tempo vitrine e aspecto catalizador do
A face mais notória da política externa nos
desenvolvimento nacional.
últimos anos tem sido a sua capacidade de
No cenário externo, o Brasil deve construir e desconstruir a coerência e a excelência que
consolidar pontes com o mundo exterior. É in- sempre marcaram a atuação externa do Brasil
dispensável, contudo, avaliar cuidadosamente no exterior, executada primordialmente pelo
em que áreas geográficas ou temáticas que- Itamaraty, tradicional instituição do Estado e
remos buscar um papel maior. Equívocos de do serviço público brasileiro, respeitada pelos
percepção podem acabar por dificultar a de- seus pares mundo afora. Aquela desconstru-

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ção se deu sobretudo pela prevalência da ideo- volvimento econômico e social, e não a objeti-
logia em muitas ações de política externa na vos baseados em afinidades ideológicas.
América do Sul, em que a liderança brasileira
A política externa de um país deve ser, por
foi omissa e saiu arranhada, com importan-
natureza, uma política de Estado, com ele-
tes consequências para o longo prazo e para a
mentos de continuidade e outros que buscam
própria imagem do Brasil no mundo. Exemplo
acompanhar as transformações do próprio
disso foi a inação diante da nacionalização das
país e do mundo. Restabelecer a coerência da
refinarias da Petrobras na Bolívia, a suspensão
política externa brasileira com os objetivos do
do Paraguai do Mercosul, a forma como se
desenvolvimento nacional e as oportunidades
processou o ingresso da Venezuela no bloco,
que se abrem ao Brasil no século XXI também
a ajuda financeira a Cuba, o tratamento dado
envolve reexaminar prioridades, à luz daqueles
à questão do senador boliviano exilado na em-
objetivos.
baixada em La Paz e a tibieza brasileira na cri-
se política na Venezuela. O Brasil vem desempenhando importante pa-
pel nas conferências mundiais sobre temas
Àqueles desacertos, somam-se outros caracte-
globais, como desenvolvimento sustentável,
rísticos da falta de coordenação entre os obje-
energia, democracia, direitos humanos, não
tivos de política externa e as próprias políticas
proliferação nuclear, entre outros, atuação que
domésticas. Exemplo disso foi o fiasco da po-
deve pautar-se pelos objetivos de longo prazo
lítica externa que apresentava as exportações
do desenvolvimento e refletir os valores do-
de etanol brasileiro como a grande saída para a
mésticos. O Brasil terá, ainda, de assumir no-
questão energética em muitos países, ao mes-
vas responsabilidades nos temas globais e nas
mo tempo em que a política interna de preços
áreas de conflito onde manifestamos interesse
no setor energético minava qualquer possibili-
em ter um papel mais preeminente, como na
dade de sucesso no curto e médio prazo.
África, o que acarreta custos. Nos novos temas
O Brasil, sétima economia mundial, aparece (terrorismo, guerra cibernética, governança na
naturalmente como ator importante e relevan- internet), o governo brasileiro deverá atualizar
te em qualquer projeção de cenário interna- as políticas e a ação no exterior.
cional para as próximas décadas. Mas para que
A atuação brasileira em grupamentos como o
essas projeções possam concretizar-se, será
G-20 e Brics deve contribuir para reforçar as
preciso corrigir o rumo da política externa, res-
posições defendidas nos organismos multila-
tabelecendo sua coerência com os princípios
terais.
de moderação e independência que marcaram
a história diplomática brasileira, de forma que Uma das principais prioridades da política ex-
a ação externa volte a atender prioritariamente terna brasileira é o Mercosul, hoje bastante
aos interesses do Brasil na sua rota de desen- enfraquecido por episódios recentes em que

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se privilegiaram aspectos ideológicos nas de- lar China e Estados Unidos. Uma estratégia
cisões do bloco e sobretudo pelo desrespeito para a China, por sua distância geográfica e
às regras comerciais que pautaram os acordos cultural, requer especial empenho da diplo-
constitutivos, tal como enunciadas no Tratado macia na coordenação de todas as esferas de
de Assunção e no Protocolo de Ouro Preto. governo para a implementação de ações de
longo prazo, que aumentem a capacidade do
Como ponto de partida da liderança do país no
governo, das empresas, da academia e da so-
continente sul-americano, é preciso reexami-
ciedade brasileira de compreender, planejar e
nar a compatibilidade de certas características
beneficiar-se das relações com essa que será
do bloco aos interesses de inserção internacio-
em poucos anos a maior economia mundial.
nal do Brasil no mundo e buscar flexibilizá-las
sempre que necessário. Em seu aspecto polí- Na OMC, o Brasil deverá atuar visando fortale-
tico, é preciso garantir que o bloco contribua cer as negociações multilaterais de comércio e
para a imagem de seus membros na comu- a capacitação de especialistas no setor público
nidade internacional e que sua atuação seja e no setor privado com vistas a contribuir para
consistente com valores expressos em nossa os interesses do país no seio da organização.
Constituição. Do ponto de vista comercial, o
Finalmente, a política externa poderá em mui-
Mercosul está isolado e desvalorizado, tendo
to beneficiar-se de uma revalorização do Ita-
assinado nos últimos anos poucos acordos de
maraty e do contínuo aprimoramento de seus
comércio, de significação muito limitada. No
quadros e modernização de sua gestão. Cabe
momento, tampouco está clara a possibilida-
ao Itamaraty ter atuação reforçada em face
de de êxito das negociações com a União Eu-
das grandes demandas externas e internas, in-
ropeia. É preciso redirecionar os esforços do
cluindo a proteção aos brasileiros e também
bloco para a abertura comercial e a busca de
o contínuo aprofundamento do diálogo inter-
aumentar a competividade de seus membros.
no com outros ministérios, governos regionais
Para tanto, poderá ser preciso considerar alter-
brasileiros, Congresso, sociedade civil, em-
nativas, como, por exemplo, a priorização do
presariado e academia, no contexto do apoio
bloco como área de livre comércio.
à formulação e à execução de uma política ex-
No que se refere às relações bilaterais, é pre- terna que seja de fato expressão dos interesses
ciso ter estratégias claras com os principais nacionais.
parceiros comerciais brasileiros, em particu-

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COMPROMISSOS/
PROPOSTAS
▶ Restabelecer a coerência com ▶ Definir nova estratégia de nego-
os princípios de moderação e in- ciações comerciais bilaterais, regio-
dependência na sua formulação e nais e globais;
execução, com vistas à prevalên-
cia dos interesses brasileiros e dos ▶ Avaliar com profundidade as im-
objetivos de longo prazo de de- plicações de iniciativas de busca de
senvolvimento nacional, eliminan- um papel maior que nosso poder
do vieses baseados em afinidades internacional permite, pois equívo-
ideológicas; cos acabam dificultando a defesa
dos nossos verdadeiros interesses,
▶ Reavaliar prioridades estratégicas como foi o caso da empreitada fra-
à luz das transformações do cená- cassada das negociações sobre o
rio internacional no século XXI, com programa nuclear do Irã em 2010;
peso crescente da Ásia, capitanea-
da pela China e seu entorno, que ▶ Revalorizar o Itamaraty, que deve
devem receber atenção ampliada, tornar a ser o fulcro da formulação
ao lado de novas estratégias para de nossa política externa, subme-
os Estados Unidos e outros países tida como sempre à decisão presi-
desenvolvidos; dencial. Ao mesmo tempo, garan-
tir o contínuo aprimoramento de
▶ Reexaminar a posição do Brasil seus quadros e a modernização da
no tocante à integração regional e gestão.
ao Mercosul, com vistas a restabe-
lecer a primazia dos valores do re- ▶ Assegurar que os consulados bra-
gionalismo aberto; sileiros ofereçam assistência ade-
quada aos brasileiros no exterior.
▶ Buscar concluir as negociações
em curso com a União Europeia;

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DEFESA NACIONAL

SOBERANIA DE UM POVO
Nenhum país que ocupe um espaço impor- de clusters tecnológico-industriais, em parce-
tante entre as nações pode ignorar as preocu- ria com universidades.
pações com sua segurança e com as formas de
Os setores aeroespacial, cibernético, nuclear e
ampliar seus mecanismos de defesa.
de gestão de situações e espaços de operações
O envolvimento do país com suas forças de paz complexos devem ser priorizados, tendo como
em situações de conflito aumentaram as res- pilares a inovação tecnológica conjugada e a
ponsabilidades das Forças Armadas, deman- transferência efetiva de tecnologia para a sus-
dando respostas rápidas para os novos desafios. tentação do ciclo de vida de capacidades.
É imperativo e urgente resgatar a defesa para São enormes os desafios representados pelos
a esfera das funções de Estado do governo na crimes transnacionais (contrabando, tráfico
consecução dos objetivos estratégicos da se- de armas e de drogas) e pelo crescente arma-
gurança. mentismo, que exigem maior envolvimento do
Itamaraty, não só nas discussões, como tam-
É essencial rever o atual Plano de Articulação
bém indicam a necessidade das questões de
e Equipamentos de Defesa, Paed, estabele-
segurança e defesa entrarem no discurso di-
cido em 2011 para o período até 2030, ade-
plomático brasileiro.
quando sua ambição com a efetiva formação

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COMPROMISSOS
▶ Compromisso com a defesa e a ca de Estado e os desafios do país
promoção da paz, com a democra- para a área.
cia e direitos humanos e com a bus-
ca de soluções pacíficas de conflitos. ▶ A revisão do Livro Branco de De-
fesa permitirá que ele cumpra efe-
▶ A política de defesa nacional será tivamente sua função instrumental
reiterada como uma política de Es- de dar capilaridade para a defesa
tado, e revisada, dentro de uma integral dentro da segurança multi-
perspectiva de continuidade e per- dimensional.
manência.
▶ A defesa das fronteiras, em espe-
▶ Será também revisado o Livro cial na região amazônica, inclusive
Branco da Defesa, que é o meca- em função da defesa da biodiversi-
nismo por meio do qual o governo dade e das plataformas de produ-
dará transparência aos assuntos ção e de perfuração em nosso mar
relacionados à defesa, permitindo territorial, é urgente e passou a ser
que os cidadãos conheçam a políti- uma questão de segurança nacional.

PROPOSTAS
▶ Modernizar a defesa nacional, es- ▶ Apoiar a modernização da gestão
tabelecendo prioridades políticas administrativa das Forças Armadas,
claras para a gestão superior e a com a incorporação de novas com-
adequação dos programas estraté- petências e perfis de desempenho,
gicos de aquisições militares. a partir da readequação dos currí-
culos do sistema de educação pro-
▶ Assegurar a eficácia operacional fissional.
integrada com eficiência na aplica-
ção de recursos públicos. ▶ Consolidar a indústria nacional de
defesa, inclusive como referência

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para o desenvolvimento tecnológi- raty e os órgãos de planejamento


co da indústria nacional. e gestão do governo em todas as
dimensões de segurança, na cons-
▶ Modernizar a base industrial de trução de mecanismos de alerta e
defesa, estimulando as empresas prevenção de conflitos, construção
estratégicas de defesa a ampliar de medidas de confiança mútua,
seus gastos em pesquisa e desen- cooperação com as nações amigas,
volvimento. de atualização tecnológica, de par-
ticipação em organizações interna-
▶ Atualizar a política nacional de
cionais, apoio a missões de paz em
defesa, da estratégia nacional de
cumprimento a resoluções e inicia-
defesa e do Livro Branco de Defe-
tivas da ONU.
sa, que devem refletir as diretrizes
políticas de governo. ▶ Reestruturar e modernizar todos
os instrumentos essenciais para
▶ Introduzir, de forma sistemática e
que as Forças Armadas possam
sustentável, mecanismos de gover-
proteger nossas fronteiras, comba-
nança institucional na execução das
ter o tráfico internacional de drogas
políticas de defesa nacional.
e defender o país dos crimes que
▶ Garantir a revisão periódica e o coloquem a soberania nacional em
alinhamento dos programas estra- risco.
tégicos, tendo como aspecto fun-
▶ Incentivar a incorporação de mu-
damental o envolvimento da base
lheres às Forças Armadas, como for-
industrial de defesa brasileira.
ma de superação das barreiras de
▶ Ampliar a coordenação entre gênero e aproveitamento de sua ca-
o Ministério da Defesa, o Itama- pacidade como força pacificadora.

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PACTO FEDERATIVO
E DESENVOLVIMENTO REGIONAL

O fortalecimento da Federação brasileira tem O novo governo deverá atuar nesse assunto no
sido objeto de constantes debates ao longo dos início do mandato, em articulação com os go-
últimos anos. É senso comum que a Federa- vernadores e prefeitos, para a apresentação de
ção está doente. Enfraquecida e debilitada, a uma proposta objetiva de revisão da Federa-
forma de Estado no Brasil não vem cumprindo ção, descentralizando-se recursos e reconhe-
o papel que foi concebido quando o Estado cendo a autonomia de cada ente federado.
Federal foi implantado no Brasil, com autono-
O debate sobre o Pacto Federativo será arti-
mia das unidades federadas, de modo a garan-
culado com a temática do desenvolvimento
tir recursos e competências para os poderes
regional.
locais enfrentarem os problemas e melhorar a
qualidade de vida de suas comunidades. Não há como pensar em um novo ciclo de desen-
volvimento nacional sem considerar como base
Desta maneira, a revisão do Pacto Federativo,
fundamental o desenvolvimento regional. Nunca
devolvendo-se a estados e municípios meios
teremos pleno desenvolvimento com o país cada
de prestarem serviços públicos de qualidade,
vez mais concentrado em ilhas de prosperidade e
torna-se uma urgência no Brasil atual. É unâ-
extensos vazios de produção e riquezas.
nime o entendimento de que a descentraliza-
ção, um dos esteios deste plano de governo, O estabelecimento de políticas públicas re-
deve ser introduzida, com vigor, no Estado gionais é um componente fundamental para
brasileiro. Levar a solução do problema para articulação do Pacto Federativo.
perto de onde ele ocorre permite uma solução
O desenvolvimento econômico e social se dá
muito mais rápida e econômica, enfrentando
no território e, para tanto, a associação do re-
o tema onde se manifesta.
gime de partilha de recursos na Federação às
A atual abusiva concentração de recursos na políticas de promoção do desenvolvimento e
esfera federal deve ser corrigida, com brevida- de redução das desigualdades regionais deve
de, reconhecendo a estados e municípios au- ser tratada como prioritária no âmbito do pla-
tonomia e recursos para a implementação de nejamento do Governo Federal.
políticas públicas adequadas para enfrentar os
Implementar políticas públicas ativas de de-
desafios regionais e locais.
senvolvimento e de planejamento regional se

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dá com a constituição de um novo ambiente O Pacto Federativo tendo por base o desen-
institucional que bem articule as diferentes ins- volvimento regional é uma alternativa promis-
tâncias de poder do Estado e a conciliação dos sora para um novo ciclo virtuoso de desen-
interesses nacionais, tratando com coerência, volvimento no Estado brasileiro, conciliando
atenção e equilíbrio as necessidades de cada inclusão social com uma economia dinâmica
uma das regiões que compõem a Federação. e diversificada.

COMPROMISSOS
▶ Avanço na discussão da renego- segurança e educação.
ciação da dívida dos estados com a
União. ▶ Introdução de mecanismo de
consulta permanente aos governa-
▶ Apoio a formas de cooperação dores de Estado.
federativa, como consórcios, para
aprimorar e otimizar os recursos ▶ Identificação de competências
públicos. conflitantes com o objetivo de har-
monizar a atuação de cada esfera
▶ Implementação de políticas inte- federada.
gradas em áreas estratégicas, como

PROPOSTAS
▶ Propor a alteração da legislação fundos, agilizando e desburocrati-
tributária, de forma a proteger os zando os processos.
recursos de estados e municípios
de eventuais benefícios fiscais con- ▶ Descentralizar serviços federais
cedidos pela União. mais adequados à execução em ní-
vel regional ou local, com garantia
▶ Repassar os recursos voluntários de repasse do respectivo recurso
a estados e municípios por meio de financeiro.

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PLANO NORDESTE FORTE


O objetivo do Nordeste Forte é encontrar so- desenvolvimento do país, sobretudo enfati-
luções de desenvolvimento econômico sus- zando a consolidação e potencialização de
tentável, redução das desigualdades e integra- segmentos como indústria de base e transfor-
ção regional a partir de suas próprias vocações mação, energia, agronegócio e novas fronteiras
e potencialidades. agrícolas, turismo, mas também em vocações
regionais específicas que precisam de atuação
A região possui um território bastante extenso,
decisiva do Governo Federal, como a lavoura
correspondente a 18% do total nacional, e uma
cacaueira, o setor sucroalcooleiro, os centros
diversidade de recursos e riquezas naturais
de ciência e tecnologia já avançados em al-
equivalentes a alguns países desenvolvidos.
guns estados.
Mas é preciso cada vez mais que o Nordeste
se reconheça e se organize como uma região Se o Nordeste for bem no desenvolvimento
essencialmente plural. E para uma região plu- das suas potencialidades, o Brasil multiplica
ral, soluções plurais. significativamente a sua capacidade de cresci-
mento e competitividade. E é isso que o Nor-
Há um Nordeste moderno, conectado com o
deste pode fazer pelo Brasil.
Brasil e com o mundo, e outro comparável aos
países mais pobres do planeta. Por isso, a orga- O que o Brasil pode fazer pelo Nordeste? De
nização espacial no Nordeste Forte terá como forma geral, a atuação nacional pode impactar
base as vocações das microrregiões, individuali- positivamente o Nordeste com: (a) um plano
zando as soluções e superando a ausência insti- consistente de curto, médio e longo prazo, (b)
tucional quase absoluta nessas localidades. ampliação de recursos para áreas estratégicas e
(c) incentivo ao desenvolvimento econômico.
O que o Nordeste pode fazer pelo Brasil? É
preciso que o Nordeste potencialize regio- Primeiro, um plano para a região é necessário.
nalmente exemplos relevantes de processos Não há solução para o Brasil sem solução para
de desenvolvimento bem construídos. Não o Nordeste, que possui quase um terço da
faltam referenciais positivos em segmentos população e menos de 15% do PIB nacional.
como educação, programas de saúde, gestão Falta ao Brasil um projeto de desenvolvimento
pública, centros de tecnologia e inovação, po- para o Nordeste.
los industriais ou de economia criativa.
Segundo, é preciso ampliar recursos. Apesar
Assim, o Nordeste pode e deve representar de ter passado por um processo recente de
papel de protagonismo em um novo ciclo de desenvolvimento econômico e ampliação de

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renda acima da média nacional, em um plano dades entre as populações de todas as regiões
geral pode-se perceber que pouco houve de do Brasil.
investimentos para o Nordeste além da par-
Assim, a máxima de que o “Brasil não pode
ticipação proporcional da região no país em
crescer sem que o Nordeste cresça” é uma
referenciais como população e PIB.
realidade mais do que óbvia, pois o Nordeste
Terceiro, o incentivo ao desenvolvimento eco- é uma região estratégica, e os investimentos,
nômico sustentável deve ser parte integrante desde que feitos e suportados por projetos tec-
de uma política diferenciada nacional para o nicamente corretos e eficientemente geridos,
Nordeste. Somente os investimentos em in- terão a rentabilidade e o retorno assegurados
fraestrutura não são suficientes para promover e os impactos econômicos e sociais ampliados
as alavancagens necessárias, e há pouco ou de forma significativa.
nenhum programa de transformação regional
O Nordeste Forte é um plano com caracterís-
que se originou de um projeto nacional de in-
ticas bidirecionais, tanto no sentido do Nor-
centivos.
deste para o Brasil, quanto do Brasil para o
Com plano, recursos e incentivos, a consoli- Nordeste. É preciso que o Nordeste reconhe-
dação de um Nordeste Forte é desafio imedia- ça e potencialize seus caminhos e que o Brasil
to, através de um modelo de desenvolvimento seja afirmativo e pragmático na execução de
construído sobre bases e conceitos inteligen- um plano de desenvolvimento a partir de in-
tes, inovadores e com propósitos de perpetui- vestimentos e incentivos diferenciados.
dade, e que permita a equidade de oportuni-

INFRAESTRUTURA
E COMPETITIVIDADE
Meta-síntese Principais ações
Concluir e potencializar os princi- 1. Concluir a Ferrovia Transnordes-
pais eixos intermodais estruturan- tina, ajustando o seu projeto ori-
tes da região e estabelecer novos ginal de forma a suprir lacunas
projetos, com foco em Parcerias relevantes que ampliem o desen-
Público-Privadas (PPPs). volvimento de áreas importantes

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não contempladas dos Estados atuais, que vão desde adequa-


da Paraíba, Rio Grande do Norte e ções a dragagens e ampliações
Piauí (ligação Cerrado-Teresina). em praticamente todos os portos
nordestinos, com destaque para
2. Aprimorar o modal rodoviário,
a operação acima da capacidade
superando deficiências históri-
dos portos de Recife e São Luís,
cas de integração da região, com
além dos potenciais gargalos em
destaque para as obras de manu-
Natal, Salvador, Fortaleza, Pecém
tenção e duplicação das estradas
e Maceió.
federais, a exemplo dos gargalos
da BR-324, BR-242, BR-101, além 5. Fortalecer o papel das hidrovias
dos eixos rodoviários da BR-116 do São Francisco e do Parnaíba
entre o Sudeste e Fortaleza, da como importantes articuladores
BR-110 Mossoró-Salvador, e da intrarregionais e inter-regionais
BR-020 Barreiras-Fortaleza. com as regiões Sudeste, Centro-
-Oeste e Norte.
3. Expandir a malha ferroviária da
região, em especial a conclusão 6. Diagnosticar e reformular as es-
da Ferrovia Oeste-Leste, atual- tratégias de implantação das re-
mente atrasada, com custos além finarias Abreu e Lima, Premium I
do previstos e sérios problemas e Premium II, superando os atuais
para implantação do Porto-Sul. obstáculos de prazos e custos
Importante observar todas as mal planejados, garantindo a efe-
salvaguardas ambientais e so- tiva conclusão.
cioambientais necessárias à con-
7. Garantir a disponibilidade de
servação dos fragmentos de bio-
energia elétrica para a região
diversidade e Mata Atlântica da
Nordeste, com destaque para o
região.
potencial eólico e solar, cujas ca-
4. Ampliar os investimentos públi- deias de suprimentos representa-
cos e incentivar investimentos rão um novo vetor de investimen-
privados na consolidação e mo- tos produtivos no Nordeste.
dernização de complexos por-
8. Investir em infraestrutura turística,
tuários, superando problemas
com potencialização ou consoli-

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dação de no mínimo vinte polos ração de combustível para voos


turísticos relevantes internacio- para o Nordeste; o investimento
nalmente. Especial atenção à es- no restauro e uso do patrimônio
trutura para o turismo de negó- arquitetônico, artístico e cultural;
cios e de eventos na região, como e a promoção turística nos mer-
centros de convenções mais pre- cados emissores nacionais e in-
parados e modernos. Outros três ternacionais.
temas são relevantes: a desone-

O SEMIÁRIDO
Meta-síntese custos rigorosamente (re)nego-
Elevar a renda per capita, Ideb e ciados, aprovados e definidos, e
IDH da região semiárida às médias ações importantes, como a revi-
da região Nordeste em dez anos. talização do Rio São Francisco e
a recuperação da sua foz asso-
Principais ações ciada com projetos complemen-
1. Implantar o Programa Decenal tares, como o Baixio de Irecê, na
de Desenvolvimento do Semiá- Bahia, e a ligação entre as bacias
rido, de forma articulada com do Parnaíba e do São Francisco,
os estados nordestinos, com or- beneficiando diretamente o se-
çamentos plurianuais aprovados miárido do Piauí e a conclusão do
pelo Congresso Nacional e que Canal do Sertão Alagoano.
tenha continuidade ao longo de
diferentes governos, evitando a 3. Investir e viabilizar financiamen-
interrupção tão prejudicial à con- tos na perenização e adequação
secução dos objetivos. de sistemas existentes de abas-
tecimento de água, garantindo a
2. Concluir a Transposição do Rio capacidade de suporte hídrico e
São Francisco, com prazos e alimentar às unidades produtivas.

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4. Integrar mananciais com amplia- ragens e produção de peixes do


ções por poços e cisternas, revita- Semiárido e a criação de animais
lizar pequenas barragens, como na Caatinga.
também investir em complexos
6. Implantar programa diferencia-
sistemas integrados de regiões
do de educação do Semiárido,
metropolitanas.
com redução do analfabetismo à
5. Estabelecer financiamentos ex- média do Nordeste em dez anos.
tremamente diferenciados para Programa de bolsas de financia-
programas de recuperação, per- mento para estudantes que in-
furação e instalação de poços gressarem em institutos técnicos,
tubulares e adutoras, captação faculdades e universidades, para
e armazenamento de água de custear moradia, transporte, ali-
chuva, terras molhadas, mecani- mentação e aquisição de equipa-
zação agrícola, água subterrânea, mentos de estudos, com juros e
revitalização de pequenas bar- prazos especiais.

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REFORMA POLÍTICA

A POLÍTICA COMO O CAMINHO DA MUDANÇA


O Brasil não pode mais adiar o desafio de de- tão impedindo a gestão pública de avançar e o
bater, construir e realizar uma sólida reforma Estado de ser mais eficiente.
política. Os avanços que o país precisa e de-
A reforma política não é uma decisão do pre-
seja acabam sufocados em geral pelo engessa-
sidente da República, mas ele tem um papel
mento da atual política brasileira.
fundamental e estratégico para garantir que
O que é mais importante neste momento é ela de fato ocorra.
que tenhamos a coragem de afirmar que te-
E é um compromisso inadiável, que será en-
mos que superar as práticas políticas que es-
frentado por nós no início do governo.

COMPROMISSOS
▶ O espaço de debate da reforma ▶ A reforma política vai garantir es-
política se dará no Congresso Na- paços para que as minorias tenham
cional, que poderá aprovar a con- condições de realizarem suas defe-
vocação de referendos ou plebisci- sas e apresentarem suas propostas.
tos, como define a Constituição.
▶ As propostas de alterações nas
▶ Estabelecimento de diálogo com regras eleitorais vigentes devem
a sociedade brasileira sobre a im- ser planejadas para que comecem
portância e a urgência da reforma a valer a partir da eleição de 2018 e
política. se consolidem na eleição de 2022.

▶ A reforma política não implicará ▶ Redefinição dos critérios de uso


prorrogação de qualquer mandato. das medidas provisórias.

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PROPOSTAS
▶ Fim da reeleição para presiden- ▶ Reduzir o número de suplentes
te da República, governadores e para o Senado, de dois para um.
prefeitos.
▶ Cláusula de desempenho: mínimo
▶ Mandatos de cinco anos para to- eleitoral, pela qual um partido deve
dos os cargos do Executivo e Legis- ter um percentual mínimo de votos
lativo com a unificação do período em uma quantidade determina-
da eleição e dos mandatos. da de estados para que acesse os
benefícios partidários, como repre-
▶ Voto distrital misto: os estados sentação na Câmara dos Deputa-
seriam divididos em distritos. Uma dos, indicação de líder de bancada,
parte dos candidatos ao Legislati- fundo partidário e tempo de TV, en-
vo seria eleita pelo distrito, como se tre outros.
fosse uma eleição majoritária. A ou-
tra parte seria eleita mediante a vo- ▶ Mudança da regra para concessão
tação em lista definida pelo partido. de tempo de TV para propaganda
eleitoral: em uma eleição majoritária,
▶ Fim das coligações proporcionais seriam computados os tempos de TV
nas eleições para deputado federal, dos partidos que compõem a chapa,
estadual e vereador. ou seja, do candidato e seu vice.

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