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2015 2018
ESTADO DEMOCRÁTICO,
SOBERANO, SOLIDÁRIO
E EFICIENTE
ÍNDICE
INTRODUÇÃO
ESTADO DEMOCRÁTICO
GESTÃO PÚBLICA
DESBUROCRATIZAÇÃO
RELAÇÕES INTERNACIONAIS
DEFESA NACIONAL
PACTO FEDERATIVO
E DESENVOLVIMENTO REGIONAL
REFORMA POLÍTICA
4
ESTADO DEMOCRÁTICO, SOBERANO, SOLIDÁRIO E EFICIENTE
INTRODUÇÃO
UM DIREITO DO CIDADÃO
Diariamente, milhões de brasileiros são víti- Se a administração pública e seus servidores,
mas de serviços públicos de má qualidade, ou sejam eles dirigentes políticos ou técnicos,
sequer têm acesso a serviços básicos como os eleitos ou não, não são percebidos como pro-
de saúde, educação, segurança, saneamento motores do interesse público, mas sim como
básico e transporte público. instrumentos de interesses particulares, está
aberto o caminho da deslegitimação do Esta-
Em função desse cenário, a população desen-
do e do seu consequente enfraquecimento.
volve uma avaliação negativa da administração
pública, aumentando sua percepção de que o O Estado, como sabemos, é o instrumento
Estado brasileiro não atende às suas necessi- fundamental de ação coletiva de que a so-
dades e não está preocupado em melhorar a ciedade dispõe e é essencial para assegurar o
sua qualidade de vida. respeito à ordem legal, a igualdade de oportu-
nidades e a promoção do bem-estar, bases de
Essa percepção é prejudicial para a consolida-
uma sociedade democrática sustentável.
ção da democracia e para a construção de uma
economia competitiva, capaz de gerar bem-es- A sociedade não pode prescindir, para o seu
tar para todos. Se a população e os agentes desenvolvimento político, cultural, econômico
econômicos não enxergam o Estado como um e social, de um Estado eficiente, eficaz, efeti-
aliado, eles não o valorizam e se voltam para vo e comprometido com o interesse público.
soluções individuais sem a preocupação de
se empenhar por soluções coletivas, tornando
mais difícil a vida em sociedade.
ESTADO DEMOCRÁTICO
COMPROMISSOS/
PROPOSTAS
▶ Restaurar valores e ideais caros peito aos direitos da cidadania e as-
aos brasileiros: ética, dignidade, segurar o pleno cumprimento dos
honra, solidariedade, transparência. deveres do Estado.
GESTÃO PÚBLICA
COMPROMISSOS
▶ Reestruturação do planejamento ▶ Utilização de critérios de susten-
governamental. tabilidade nas compras governa-
mentais.
▶ Reorganização institucional da
administração pública federal. ▶ Fomento à participação de micro
e pequenas empresas nas compras
▶ Implantação de gestão meritocrá- governamentais para geração de
tica por meio de avaliações de de- empregos locais.
sempenhos institucional e individual.
▶ Potencialização da utilização de
▶ Criação de modelo de governan- ferramentas de governo eletrônico,
ça por resultados. trazendo a administração pública
federal para patamares contempo-
▶ Desenvolvimento de metodologias
râneos de interação com o cidadão.
de controles focados nos resultados.
▶ Combate intransigente a toda
▶ Busca de parcerias com o setor
forma de corrupção e ao aparelha-
privado para o desenvolvimento de
mento da máquina pública.
investimentos de interesse público.
▶ Ampliação dos mecanismos de
▶ Modernização das compras e
transparência e participação popular.
contratações governamentais.
PROPOSTAS
▶ Planejar o país para o longo prazo, cia nas finanças públicas e clara co-
desdobrando as metas de médio e nexão com os objetivos de médio e
curto prazo. longo prazo.
para que os recursos públicos pos- nuada dos servidores federais para
sam ser investidos nas políticas de atração e retenção de talentos.
maior retorno social e econômico.
▶ Implantar modelo de planejamen-
▶ Implantar os Contratos de Gestão com to da força de trabalho necessária
pactuação de metas e gerenciamento para implementação das políticas
intensivo dos programas prioritários. públicas.
COMPROMISSOS
▶ Fortalecimento de planos de car- ▶ Formação continuada dos servi-
reira, cargos e salários. dores públicos.
PROPOSTAS
▶ Fortalecer as instâncias de ne- ▶ Instituir, em parceria com os sindi-
gociação permanente com os ser- catos e associações representativas,
vidores – mesa de diálogo e nego- um modelo de política remunerató-
ciações permanentes que busquem ria que assegure o desenvolvimen-
reunir todos os atores envolvidos to nas carreiras.
para que as demandas sejam apre-
sentadas, avaliadas e debatidas. ▶ Criar a data-base para reajustes
salariais dos servidores.
DESBUROCRATIZAÇÃO
COMPROMISSOS
▶ Redução das exigências legais e zindo o desperdício de tempo e,
dos prazos para obtenção de licen- consequentemente, os custos, con-
ças, autorizações e provimento de tribuindo para o aumento dos in-
informações. vestimentos e para a melhoria do
índice de competitividade do Brasil.
▶ Melhoria da posição do país no
ranking mundial de facilidade para ▶ Identificação das atribuições da
fazer negócios. Em 2014 o Brasil administração pública federal que
aparece em 116º lugar pela metodo- podem e devem ser transferidas,
logia do Doing Business do Banco revertendo o processo de centrali-
Mundial. zação ocorrido nos últimos anos e
dando mais autonomia aos estados
▶ Descomplicação do dia a dia das e municípios.
pessoas e das organizações, redu-
PROPOSTAS
▶ Criar o Programa Brasil Descom- os movimentos empresariais, as-
plicado, por meio de ações coorde- sociações de classe, as confede-
nadas com os diversos órgãos do rações e as federações estaduais,
governo. bem como as organizações da so-
ciedade civil para identificação de
▶ Facilitar o processo de abertura, demandas e prioridades.
alterações e encerramento de em-
presas de grande, médio ou peque- ▶ Criar o Programa Governo sem
no porte, tornando-o mais simplifi- Papel, com o objetivo de reduzir o
cado e ágil. volume de documentos impressos
e contribuir para o uso racional e
▶ Criar a agenda dos diálogos com sustentável dos recursos do Estado.
RELAÇÕES INTERNACIONAIS
A internacionalização da economia e das com- cífico, tendo como principal motor o rápido
panhias brasileiras é um reflexo da vitalidade crescimento da China e seu entorno;
de nossa economia e da sofisticação de nosso
• expansão de um novo padrão produtivo, ba-
empresariado. O progresso que conseguimos
seado em cadeias globais de valor, produção
coloca o Brasil como a sétima economia do
modular e redes logísticas mundiais;
mundo e faz dele uma potência agrícola mun-
dial. A cooperação técnica e financeira que o • peso crescente dos países emergentes e em
Brasil oferece aos países em desenvolvimen- desenvolvimento no comércio internacional
to da América Latina e África nos coloca hoje e nos fluxos de investimentos; desenvolvi-
com destaque entre os maiores doadores in- mento da multipolaridade dos centros de
ternacionais. poder econômico e político, com maior par-
ticipação dos países emergentes e consoli-
Nos próximos anos, será cada vez mais rele-
dação de novos grupamentos, a exemplo do
vante a inserção competitiva internacional do
G-20, do Brics;
Brasil, inclusive com participação crescente
nas cadeias internacionais de produção. Com • aceleração sem precedentes da comunica-
esse objetivo, o governo brasileiro terá que ção em escala global e surgimento das redes
assumir responsabilidades crescentes, res- sociais, com forte impacto comportamental,
peitando seus compromissos internacionais, social, cultural e político.
e fomentar aquela participação tendo como
O multilateralismo passa por um longo perío-
critério fundamental a defesa dos interesses
do de crise de representatividade. As Nações
nacionais.
Unidas perderam influência nas questões de
Diante dos grandes desafios interno e externo, paz e segurança. O Conselho de Segurança
o Brasil precisa ousar e ter uma visão de fu- não mais representa as forças que influem
turo. Devemos sair de uma posição defensiva no cenário internacional atual, haja vista sua
para a afirmação de um grande papel brasileiro incapacidade de conter ou resolver crises. O
na cena internacional, compatível com a capa- esvaziamento e as dificuldades da Organiza-
cidade produtiva de nosso povo e a dimensão ção Mundial de Comércio (OMC), mesmo
de nossa economia. após a decisão de definir uma agenda para a
retomada das negociações multilaterais da Ro-
O cenário internacional experimentou na úl-
dada de Doha, colocam problemas novos para
tima década mudanças profundas, aceleradas
os países em desenvolvimento. Ao mesmo
pela crise financeira e econômica de 2008.
tempo, novas propostas de acordos bilaterais,
São exemplos dessas mudanças:
regionais e intercontinentais introduzem im-
• o gradual deslocamento do centro de poder portantes elementos na avaliação da inserção
econômico mundial do Atlântico para o Pa- competitiva externa do Brasil. Devemos ava-
liar num primeiro momento, em profundidade fesa de nossos verdadeiros interesses e afetar
e sem preconceitos, a evolução e o impacto nossa capacidade diplomática.
para nós desses novos instrumentos de regula-
A janela de oportunidade que representou o
ção do comércio internacional.
rápido crescimento da economia mundial nos
O cenário internacional vive hoje momento de anos 2000 levou a uma superestimativa do po-
transição para uma nova ordem cujos contor- tencial brasileiro. Na área da política externa,
nos ainda não estão nítidos. Embora a crise fi- aquele período coincidiu com ações volunta-
nanceira de 2008 tenha levantado sérios ques- ristas pouco características da tradicional di-
tionamentos sobre os excessos do mercado na plomacia brasileira e grande expansão do nú-
intermediação, o seu papel como alocador de mero de representações brasileiras no exterior,
recursos continuará fundamental e tende a independentemente de seu custo-benefício
crescer mesmo em países com forte presença social e no longo prazo. Também marcaram
do Estado, como a China e outros asiáticos. O a atuação brasileira a busca de um assento
equilíbrio delicado entre as forças de mercado permanente em um Conselho de Segurança
e o papel do Estado é influenciado pelo ce- das Nações Unidas reformado, a aproxima-
nário internacional, mas, em última instância, ção comercial e política com os países do sul,
deve ser determinado pelas particularidades em particular o continente africano, além da
históricas e institucionais de cada sociedade. ênfase no fortalecimento das instituições re-
gionais, sobretudo na América do Sul. Relati-
Cabe ao Brasil analisar de forma atenta e ob-
vamente, pouco se fez em relação aos países
jetiva as transformações do cenário externo
asiáticos, polo de maior dinamismo econômi-
de forma a potencializar sua ação internacio-
co mundial.
nal. Em qualquer cenário, a política externa
– não somente em sua vertente política, mas Em anos mais recentes, embora prevaleçam
também sob o ângulo econômico, comercial, em alguma medida as iniciativas anteriores, a
financeiro, agrícola, energético, tecnológico, política externa tem padecido de falta de rumo
do desenvolvimento sustentável, cultural, de e de decisões que nem sempre se baseiam no
direitos humanos, entre outros – constitui ao interesse nacional de longo prazo.
mesmo tempo vitrine e aspecto catalizador do
A face mais notória da política externa nos
desenvolvimento nacional.
últimos anos tem sido a sua capacidade de
No cenário externo, o Brasil deve construir e desconstruir a coerência e a excelência que
consolidar pontes com o mundo exterior. É in- sempre marcaram a atuação externa do Brasil
dispensável, contudo, avaliar cuidadosamente no exterior, executada primordialmente pelo
em que áreas geográficas ou temáticas que- Itamaraty, tradicional instituição do Estado e
remos buscar um papel maior. Equívocos de do serviço público brasileiro, respeitada pelos
percepção podem acabar por dificultar a de- seus pares mundo afora. Aquela desconstru-
ção se deu sobretudo pela prevalência da ideo- volvimento econômico e social, e não a objeti-
logia em muitas ações de política externa na vos baseados em afinidades ideológicas.
América do Sul, em que a liderança brasileira
A política externa de um país deve ser, por
foi omissa e saiu arranhada, com importan-
natureza, uma política de Estado, com ele-
tes consequências para o longo prazo e para a
mentos de continuidade e outros que buscam
própria imagem do Brasil no mundo. Exemplo
acompanhar as transformações do próprio
disso foi a inação diante da nacionalização das
país e do mundo. Restabelecer a coerência da
refinarias da Petrobras na Bolívia, a suspensão
política externa brasileira com os objetivos do
do Paraguai do Mercosul, a forma como se
desenvolvimento nacional e as oportunidades
processou o ingresso da Venezuela no bloco,
que se abrem ao Brasil no século XXI também
a ajuda financeira a Cuba, o tratamento dado
envolve reexaminar prioridades, à luz daqueles
à questão do senador boliviano exilado na em-
objetivos.
baixada em La Paz e a tibieza brasileira na cri-
se política na Venezuela. O Brasil vem desempenhando importante pa-
pel nas conferências mundiais sobre temas
Àqueles desacertos, somam-se outros caracte-
globais, como desenvolvimento sustentável,
rísticos da falta de coordenação entre os obje-
energia, democracia, direitos humanos, não
tivos de política externa e as próprias políticas
proliferação nuclear, entre outros, atuação que
domésticas. Exemplo disso foi o fiasco da po-
deve pautar-se pelos objetivos de longo prazo
lítica externa que apresentava as exportações
do desenvolvimento e refletir os valores do-
de etanol brasileiro como a grande saída para a
mésticos. O Brasil terá, ainda, de assumir no-
questão energética em muitos países, ao mes-
vas responsabilidades nos temas globais e nas
mo tempo em que a política interna de preços
áreas de conflito onde manifestamos interesse
no setor energético minava qualquer possibili-
em ter um papel mais preeminente, como na
dade de sucesso no curto e médio prazo.
África, o que acarreta custos. Nos novos temas
O Brasil, sétima economia mundial, aparece (terrorismo, guerra cibernética, governança na
naturalmente como ator importante e relevan- internet), o governo brasileiro deverá atualizar
te em qualquer projeção de cenário interna- as políticas e a ação no exterior.
cional para as próximas décadas. Mas para que
A atuação brasileira em grupamentos como o
essas projeções possam concretizar-se, será
G-20 e Brics deve contribuir para reforçar as
preciso corrigir o rumo da política externa, res-
posições defendidas nos organismos multila-
tabelecendo sua coerência com os princípios
terais.
de moderação e independência que marcaram
a história diplomática brasileira, de forma que Uma das principais prioridades da política ex-
a ação externa volte a atender prioritariamente terna brasileira é o Mercosul, hoje bastante
aos interesses do Brasil na sua rota de desen- enfraquecido por episódios recentes em que
se privilegiaram aspectos ideológicos nas de- lar China e Estados Unidos. Uma estratégia
cisões do bloco e sobretudo pelo desrespeito para a China, por sua distância geográfica e
às regras comerciais que pautaram os acordos cultural, requer especial empenho da diplo-
constitutivos, tal como enunciadas no Tratado macia na coordenação de todas as esferas de
de Assunção e no Protocolo de Ouro Preto. governo para a implementação de ações de
longo prazo, que aumentem a capacidade do
Como ponto de partida da liderança do país no
governo, das empresas, da academia e da so-
continente sul-americano, é preciso reexami-
ciedade brasileira de compreender, planejar e
nar a compatibilidade de certas características
beneficiar-se das relações com essa que será
do bloco aos interesses de inserção internacio-
em poucos anos a maior economia mundial.
nal do Brasil no mundo e buscar flexibilizá-las
sempre que necessário. Em seu aspecto polí- Na OMC, o Brasil deverá atuar visando fortale-
tico, é preciso garantir que o bloco contribua cer as negociações multilaterais de comércio e
para a imagem de seus membros na comu- a capacitação de especialistas no setor público
nidade internacional e que sua atuação seja e no setor privado com vistas a contribuir para
consistente com valores expressos em nossa os interesses do país no seio da organização.
Constituição. Do ponto de vista comercial, o
Finalmente, a política externa poderá em mui-
Mercosul está isolado e desvalorizado, tendo
to beneficiar-se de uma revalorização do Ita-
assinado nos últimos anos poucos acordos de
maraty e do contínuo aprimoramento de seus
comércio, de significação muito limitada. No
quadros e modernização de sua gestão. Cabe
momento, tampouco está clara a possibilida-
ao Itamaraty ter atuação reforçada em face
de de êxito das negociações com a União Eu-
das grandes demandas externas e internas, in-
ropeia. É preciso redirecionar os esforços do
cluindo a proteção aos brasileiros e também
bloco para a abertura comercial e a busca de
o contínuo aprofundamento do diálogo inter-
aumentar a competividade de seus membros.
no com outros ministérios, governos regionais
Para tanto, poderá ser preciso considerar alter-
brasileiros, Congresso, sociedade civil, em-
nativas, como, por exemplo, a priorização do
presariado e academia, no contexto do apoio
bloco como área de livre comércio.
à formulação e à execução de uma política ex-
No que se refere às relações bilaterais, é pre- terna que seja de fato expressão dos interesses
ciso ter estratégias claras com os principais nacionais.
parceiros comerciais brasileiros, em particu-
COMPROMISSOS/
PROPOSTAS
▶ Restabelecer a coerência com ▶ Definir nova estratégia de nego-
os princípios de moderação e in- ciações comerciais bilaterais, regio-
dependência na sua formulação e nais e globais;
execução, com vistas à prevalên-
cia dos interesses brasileiros e dos ▶ Avaliar com profundidade as im-
objetivos de longo prazo de de- plicações de iniciativas de busca de
senvolvimento nacional, eliminan- um papel maior que nosso poder
do vieses baseados em afinidades internacional permite, pois equívo-
ideológicas; cos acabam dificultando a defesa
dos nossos verdadeiros interesses,
▶ Reavaliar prioridades estratégicas como foi o caso da empreitada fra-
à luz das transformações do cená- cassada das negociações sobre o
rio internacional no século XXI, com programa nuclear do Irã em 2010;
peso crescente da Ásia, capitanea-
da pela China e seu entorno, que ▶ Revalorizar o Itamaraty, que deve
devem receber atenção ampliada, tornar a ser o fulcro da formulação
ao lado de novas estratégias para de nossa política externa, subme-
os Estados Unidos e outros países tida como sempre à decisão presi-
desenvolvidos; dencial. Ao mesmo tempo, garan-
tir o contínuo aprimoramento de
▶ Reexaminar a posição do Brasil seus quadros e a modernização da
no tocante à integração regional e gestão.
ao Mercosul, com vistas a restabe-
lecer a primazia dos valores do re- ▶ Assegurar que os consulados bra-
gionalismo aberto; sileiros ofereçam assistência ade-
quada aos brasileiros no exterior.
▶ Buscar concluir as negociações
em curso com a União Europeia;
DEFESA NACIONAL
SOBERANIA DE UM POVO
Nenhum país que ocupe um espaço impor- de clusters tecnológico-industriais, em parce-
tante entre as nações pode ignorar as preocu- ria com universidades.
pações com sua segurança e com as formas de
Os setores aeroespacial, cibernético, nuclear e
ampliar seus mecanismos de defesa.
de gestão de situações e espaços de operações
O envolvimento do país com suas forças de paz complexos devem ser priorizados, tendo como
em situações de conflito aumentaram as res- pilares a inovação tecnológica conjugada e a
ponsabilidades das Forças Armadas, deman- transferência efetiva de tecnologia para a sus-
dando respostas rápidas para os novos desafios. tentação do ciclo de vida de capacidades.
É imperativo e urgente resgatar a defesa para São enormes os desafios representados pelos
a esfera das funções de Estado do governo na crimes transnacionais (contrabando, tráfico
consecução dos objetivos estratégicos da se- de armas e de drogas) e pelo crescente arma-
gurança. mentismo, que exigem maior envolvimento do
Itamaraty, não só nas discussões, como tam-
É essencial rever o atual Plano de Articulação
bém indicam a necessidade das questões de
e Equipamentos de Defesa, Paed, estabele-
segurança e defesa entrarem no discurso di-
cido em 2011 para o período até 2030, ade-
plomático brasileiro.
quando sua ambição com a efetiva formação
COMPROMISSOS
▶ Compromisso com a defesa e a ca de Estado e os desafios do país
promoção da paz, com a democra- para a área.
cia e direitos humanos e com a bus-
ca de soluções pacíficas de conflitos. ▶ A revisão do Livro Branco de De-
fesa permitirá que ele cumpra efe-
▶ A política de defesa nacional será tivamente sua função instrumental
reiterada como uma política de Es- de dar capilaridade para a defesa
tado, e revisada, dentro de uma integral dentro da segurança multi-
perspectiva de continuidade e per- dimensional.
manência.
▶ A defesa das fronteiras, em espe-
▶ Será também revisado o Livro cial na região amazônica, inclusive
Branco da Defesa, que é o meca- em função da defesa da biodiversi-
nismo por meio do qual o governo dade e das plataformas de produ-
dará transparência aos assuntos ção e de perfuração em nosso mar
relacionados à defesa, permitindo territorial, é urgente e passou a ser
que os cidadãos conheçam a políti- uma questão de segurança nacional.
PROPOSTAS
▶ Modernizar a defesa nacional, es- ▶ Apoiar a modernização da gestão
tabelecendo prioridades políticas administrativa das Forças Armadas,
claras para a gestão superior e a com a incorporação de novas com-
adequação dos programas estraté- petências e perfis de desempenho,
gicos de aquisições militares. a partir da readequação dos currí-
culos do sistema de educação pro-
▶ Assegurar a eficácia operacional fissional.
integrada com eficiência na aplica-
ção de recursos públicos. ▶ Consolidar a indústria nacional de
defesa, inclusive como referência
PACTO FEDERATIVO
E DESENVOLVIMENTO REGIONAL
O fortalecimento da Federação brasileira tem O novo governo deverá atuar nesse assunto no
sido objeto de constantes debates ao longo dos início do mandato, em articulação com os go-
últimos anos. É senso comum que a Federa- vernadores e prefeitos, para a apresentação de
ção está doente. Enfraquecida e debilitada, a uma proposta objetiva de revisão da Federa-
forma de Estado no Brasil não vem cumprindo ção, descentralizando-se recursos e reconhe-
o papel que foi concebido quando o Estado cendo a autonomia de cada ente federado.
Federal foi implantado no Brasil, com autono-
O debate sobre o Pacto Federativo será arti-
mia das unidades federadas, de modo a garan-
culado com a temática do desenvolvimento
tir recursos e competências para os poderes
regional.
locais enfrentarem os problemas e melhorar a
qualidade de vida de suas comunidades. Não há como pensar em um novo ciclo de desen-
volvimento nacional sem considerar como base
Desta maneira, a revisão do Pacto Federativo,
fundamental o desenvolvimento regional. Nunca
devolvendo-se a estados e municípios meios
teremos pleno desenvolvimento com o país cada
de prestarem serviços públicos de qualidade,
vez mais concentrado em ilhas de prosperidade e
torna-se uma urgência no Brasil atual. É unâ-
extensos vazios de produção e riquezas.
nime o entendimento de que a descentraliza-
ção, um dos esteios deste plano de governo, O estabelecimento de políticas públicas re-
deve ser introduzida, com vigor, no Estado gionais é um componente fundamental para
brasileiro. Levar a solução do problema para articulação do Pacto Federativo.
perto de onde ele ocorre permite uma solução
O desenvolvimento econômico e social se dá
muito mais rápida e econômica, enfrentando
no território e, para tanto, a associação do re-
o tema onde se manifesta.
gime de partilha de recursos na Federação às
A atual abusiva concentração de recursos na políticas de promoção do desenvolvimento e
esfera federal deve ser corrigida, com brevida- de redução das desigualdades regionais deve
de, reconhecendo a estados e municípios au- ser tratada como prioritária no âmbito do pla-
tonomia e recursos para a implementação de nejamento do Governo Federal.
políticas públicas adequadas para enfrentar os
Implementar políticas públicas ativas de de-
desafios regionais e locais.
senvolvimento e de planejamento regional se
dá com a constituição de um novo ambiente O Pacto Federativo tendo por base o desen-
institucional que bem articule as diferentes ins- volvimento regional é uma alternativa promis-
tâncias de poder do Estado e a conciliação dos sora para um novo ciclo virtuoso de desen-
interesses nacionais, tratando com coerência, volvimento no Estado brasileiro, conciliando
atenção e equilíbrio as necessidades de cada inclusão social com uma economia dinâmica
uma das regiões que compõem a Federação. e diversificada.
COMPROMISSOS
▶ Avanço na discussão da renego- segurança e educação.
ciação da dívida dos estados com a
União. ▶ Introdução de mecanismo de
consulta permanente aos governa-
▶ Apoio a formas de cooperação dores de Estado.
federativa, como consórcios, para
aprimorar e otimizar os recursos ▶ Identificação de competências
públicos. conflitantes com o objetivo de har-
monizar a atuação de cada esfera
▶ Implementação de políticas inte- federada.
gradas em áreas estratégicas, como
PROPOSTAS
▶ Propor a alteração da legislação fundos, agilizando e desburocrati-
tributária, de forma a proteger os zando os processos.
recursos de estados e municípios
de eventuais benefícios fiscais con- ▶ Descentralizar serviços federais
cedidos pela União. mais adequados à execução em ní-
vel regional ou local, com garantia
▶ Repassar os recursos voluntários de repasse do respectivo recurso
a estados e municípios por meio de financeiro.
renda acima da média nacional, em um plano dades entre as populações de todas as regiões
geral pode-se perceber que pouco houve de do Brasil.
investimentos para o Nordeste além da par-
Assim, a máxima de que o “Brasil não pode
ticipação proporcional da região no país em
crescer sem que o Nordeste cresça” é uma
referenciais como população e PIB.
realidade mais do que óbvia, pois o Nordeste
Terceiro, o incentivo ao desenvolvimento eco- é uma região estratégica, e os investimentos,
nômico sustentável deve ser parte integrante desde que feitos e suportados por projetos tec-
de uma política diferenciada nacional para o nicamente corretos e eficientemente geridos,
Nordeste. Somente os investimentos em in- terão a rentabilidade e o retorno assegurados
fraestrutura não são suficientes para promover e os impactos econômicos e sociais ampliados
as alavancagens necessárias, e há pouco ou de forma significativa.
nenhum programa de transformação regional
O Nordeste Forte é um plano com caracterís-
que se originou de um projeto nacional de in-
ticas bidirecionais, tanto no sentido do Nor-
centivos.
deste para o Brasil, quanto do Brasil para o
Com plano, recursos e incentivos, a consoli- Nordeste. É preciso que o Nordeste reconhe-
dação de um Nordeste Forte é desafio imedia- ça e potencialize seus caminhos e que o Brasil
to, através de um modelo de desenvolvimento seja afirmativo e pragmático na execução de
construído sobre bases e conceitos inteligen- um plano de desenvolvimento a partir de in-
tes, inovadores e com propósitos de perpetui- vestimentos e incentivos diferenciados.
dade, e que permita a equidade de oportuni-
INFRAESTRUTURA
E COMPETITIVIDADE
Meta-síntese Principais ações
Concluir e potencializar os princi- 1. Concluir a Ferrovia Transnordes-
pais eixos intermodais estruturan- tina, ajustando o seu projeto ori-
tes da região e estabelecer novos ginal de forma a suprir lacunas
projetos, com foco em Parcerias relevantes que ampliem o desen-
Público-Privadas (PPPs). volvimento de áreas importantes
O SEMIÁRIDO
Meta-síntese custos rigorosamente (re)nego-
Elevar a renda per capita, Ideb e ciados, aprovados e definidos, e
IDH da região semiárida às médias ações importantes, como a revi-
da região Nordeste em dez anos. talização do Rio São Francisco e
a recuperação da sua foz asso-
Principais ações ciada com projetos complemen-
1. Implantar o Programa Decenal tares, como o Baixio de Irecê, na
de Desenvolvimento do Semiá- Bahia, e a ligação entre as bacias
rido, de forma articulada com do Parnaíba e do São Francisco,
os estados nordestinos, com or- beneficiando diretamente o se-
çamentos plurianuais aprovados miárido do Piauí e a conclusão do
pelo Congresso Nacional e que Canal do Sertão Alagoano.
tenha continuidade ao longo de
diferentes governos, evitando a 3. Investir e viabilizar financiamen-
interrupção tão prejudicial à con- tos na perenização e adequação
secução dos objetivos. de sistemas existentes de abas-
tecimento de água, garantindo a
2. Concluir a Transposição do Rio capacidade de suporte hídrico e
São Francisco, com prazos e alimentar às unidades produtivas.
REFORMA POLÍTICA
COMPROMISSOS
▶ O espaço de debate da reforma ▶ A reforma política vai garantir es-
política se dará no Congresso Na- paços para que as minorias tenham
cional, que poderá aprovar a con- condições de realizarem suas defe-
vocação de referendos ou plebisci- sas e apresentarem suas propostas.
tos, como define a Constituição.
▶ As propostas de alterações nas
▶ Estabelecimento de diálogo com regras eleitorais vigentes devem
a sociedade brasileira sobre a im- ser planejadas para que comecem
portância e a urgência da reforma a valer a partir da eleição de 2018 e
política. se consolidem na eleição de 2022.
PROPOSTAS
▶ Fim da reeleição para presiden- ▶ Reduzir o número de suplentes
te da República, governadores e para o Senado, de dois para um.
prefeitos.
▶ Cláusula de desempenho: mínimo
▶ Mandatos de cinco anos para to- eleitoral, pela qual um partido deve
dos os cargos do Executivo e Legis- ter um percentual mínimo de votos
lativo com a unificação do período em uma quantidade determina-
da eleição e dos mandatos. da de estados para que acesse os
benefícios partidários, como repre-
▶ Voto distrital misto: os estados sentação na Câmara dos Deputa-
seriam divididos em distritos. Uma dos, indicação de líder de bancada,
parte dos candidatos ao Legislati- fundo partidário e tempo de TV, en-
vo seria eleita pelo distrito, como se tre outros.
fosse uma eleição majoritária. A ou-
tra parte seria eleita mediante a vo- ▶ Mudança da regra para concessão
tação em lista definida pelo partido. de tempo de TV para propaganda
eleitoral: em uma eleição majoritária,
▶ Fim das coligações proporcionais seriam computados os tempos de TV
nas eleições para deputado federal, dos partidos que compõem a chapa,
estadual e vereador. ou seja, do candidato e seu vice.