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ÍNDICE FONÉTICA
Fonética .............................................................. 1
ESQUEMA:
Separação silábica ............................................ 4 vogais
Acentuação.......................................................... 5
FONEMAS consoantes
Ortoépia ou ortoepia e prosódia ................... 7 semivogais
Ortografia .......................................................... 8
Estrutura das palavras .................................... 13 anteriores
Formação das palavras..................................... 15 articulação médias
Denotação e conotação ................................... 16 posteriores
Significação das palavras ............................... 17
Pronome .............................................................. 19 abertas
Colocação pronominal ....................................... 25 timbre fechadas
Adjetivo .............................................................. 27 reduzidas
Classificação
Substantivo ........................................................ 30
das vogais papel das ca- orais
Artigo .................................................................. 33
vidades bucal nasais
Verbo ................................................................... 33 e nasal
Numeral .............................................................. 44 átonas
Advérbio ............................................................. 45 intensidade
Conjunção ........................................................... 48 tônicas
Preposição .......................................................... 50
Interjeição ......................................................... 52
Morfossintaxe do período simples ............... 54
Morfossintaxe do período composto ........... 65
Pontuação ........................................................... 75 modo de oclusivas
articulação constritivas
Concordância verbal ........................................ 79
Concordância nominal ...................................... 84
Regência verbal ................................................ 88 bilabiais
Regência nominal .............................................. 91 labiodentais
Crase ................................................................... 93 ponto de linguodentais
Morfossintaxe da palavra que ...................... 96 articulação alveolares
Morfossintaxe da palavra se ......................... 98 Classificação palatais
Figuras de linguagem ....................................... 99 das velares
Figuras de palavras .......................................... 99 consoantes
Figuras de construção ..................................... 100 papel das surdas
Figuras de pensamento .................................... 101 cordas vocais sonoras
Vícios de linguagem .......................................... 101
papel das
Coesão e coerência ........................................... 103
cavidades orais
Narração/dissertação/descrição................... 104 bucal e nasais
Interpretação textual ..................................... 105 nasal
crescentes
decrescentes
Ditongo oral
nasal
ENCONTROS
VOCÁLICOS oral
Tritongo
nasal
Hiato
ENCONTROS CONSONANTAIS
DÍGRAFOS
1
LÍNGUA PORTUGUESA
Consoantes
2
a) Consideram-se hiatos também os encontros entre uma semivogal e
uma vogal ou vice-versa pertencentes a sílabas diferentes. Isso ocorre
São fonemas assilábicos1 que se produzem na fala quando há contato entre uma vogal e um ditongo. Na verdade, em tais
ocorrências ocorrem dois ditongos.
após vencerem barreiras existentes na cavidade bucal. Exemplos:
1. i-dei-a => /i-dЄy-ya/
1. Encontros Vocálicos
2. ioiô => /yoy-yo/
Porém, devemos considerar hiato.
São agrupamentos de vogais e semivogais, sem
b) Quanto ao número de fonemas, não há dúvidas que acarretam
consoantes intermediárias. sempre o aumento de um fonema. No exemplo 1 acima há 5 letras e 6
fonemas, já no exemplo 2 há 4 letras e 5 fonemas.
3
Hiato
Existem alguns encontros vocálicos átonos e finais que são chamados
de instáveis. Ora podem ser pronunciados como ditongos, ora como
Ocorre o encontro de duas vogais. Como são duas hiatos.
Exemplos:
vogais, teremos duas sílabas distintas2. história => his-tó-ria ou his-tó-ri-a
espécie => es-pé-cie ou es-pé-ci-e
A tendência é pronunciá-los como ditongo.
1
Não conseguem formar sílabas.
2
LÍNGUA PORTUGUESA
2. Encontro Consonantal
Ocorre o agrupamento de duas ou mais consoantes,
sem vogal intermediária. Podem se dividir em: QUESTÃO 1
sílabas diferentes – ab-di-car, sub-so-lo, cor-te, ad- Dê o número de letras e fonemas das palavras abaixo.
mi-tir;
consoante + l ou r (pertencente à mesma sílaba) – Equestre fixo Oxítono
flo-res, blu-sa, a-tle-ta, fran-co, cli-ma, a-bra-ço, cri-se, Também pneumático Guitarra
pla-ca; Occipital digno Obter
dífono (ocorre quando a letra “x” representa /k/ e /s/) Nascer exceder Repleto
– tóxico /tóksicô/, sexo /sЄksô/. Psicologia cacique Telha
Facho recepção Liquidação
3. Dígrafo Sessão sonho Czar
Ocorre quando duas letras são usadas para represen- Mnemônico admitir Tambor
tar um som. Canto apto Nafta
Podem-se dividir os dígrafos em dois grupos: Gente fúcsia Assim
Nenhum honra Constituinte
CONSONANTAIS
ch – chuva rr – carro xc – exceção QUESTÃO 2
lh – alho ss – massa qu – questão4 Reconheça nas palavras abaixo dígrafo e/ou encontro
nh – sonho sc – ascensão xs – exsuar consonantal.
sç – nasço gu – guelra
Crase Renascer
VOCÁLICOS Êxtase Canto
am e an /ã/ => campo, anta Ritmo Passo
em e en /ẽ/ => tempo, venda atendimento Lâmpada
im e in /ĩ/ => limpo, vinte Lendo Bíblia
om e on /õ/ => romper, tonto Astúcia Clima
um e un /ũ/ => atum, sunga Míssil Mochila
Quero Amplo
Observações: Enigma Frágil
O.1) “am”, “em”, “en” não serão dígrafos se esti- Lindo Glote
verem representando ditongos, isto é, quando vierem
no final de vocábulos ou em derivados deles.
Exemplos:
QUESTÃO 3
Cantaram (/ãw/), também (/ẽy/), hífen (/ẽy/)
Classifique os encontros vocálicos das palavras abaixo
em hiato, ditongo, tritongo.
O.2) O número de fonemas é, normalmente, igual ao
de letras.
Exemplos: Ódio boi Ouro
calor => /kaloR/ => 5 letras e 5 fonemas Frequente pão Muito
Viu cãibra Equestre
O.3) O número de letras será diferente do número de Ciúme radiouvinte Minguam
fonemas quando: Fortuito poético Quaisquer
- houver dígrafo: Aquático quieto Triunfo
eXCeto => /esЄto/ Gratuito propõe Orquídea
6 letras e 5 fonemas; uruguaianense pinguim sequóia
Viajante nogueira mágoa
- houver “h” etimológico: Cantavam hortênsia tuiuiú
hora => /óra/ => 4 letras e 3 fonemas;
QUESTÃO 4
- houver falso hiato: “Febre, hemoptise, dispneia e suores noturnos
praia => /prayya/ => 5 letras e 6 fonemas; A vida inteira que podia ter sido e que não foi.
Tosse, tosse, tosse.” (Manuel Bandeira)
- houver dífono:
tóxico => /tóksiko/ => 6 letras e 7 fonemas. Com relação aos vocábulos grifados no texto acima,
pode-se afirmar que
a) há 2 trissílabos, 1 monossílabo e 2 dissílabos.
4
a)“gu” e “qu” nem sempre representam dígrafos. A ocorrência se presta
b) há dígrafo nas palavras tosse, que e febre.
apenas se forem seguidos de “e” e “i” (sem a pronúncia do “u”). Em c) há encontros consonantais em tosse, que e febre.
algumas palavras, o “u” representa uma semivogal ou uma vogal d) há um hiato.
(aguentar, linguiça, averigue, argui). Isso significa que “gu” e “qu” não
são dígrafos.
b) também não são dígrafos quando seguidos de “a” e “o” (quase,
aquoso).
3
LÍNGUA PORTUGUESA
PÔR/POR Não será mais usado o trema (¨), sinal colocado sobre
- Pôr é verbo. a letra u para indicar que ela deve ser pronunciada
- Por é preposição. nos grupos gue, gui, que, qui.
Exemplo: Exemplos:
Vou pôr o livro na estante que foi feita por mim. Aguentar, arguir, cinquenta, linguiça
4. Acento diferencial facultativo Atenção: o trema permanece apenas nas palavras es-
4.1 DEMOS/DÊMOS trangeiras e em suas derivadas.
Observe a diferença na acentuação gráfica das palavras Exemplos: Muller, mulleriano.
destacadas nestas frases:
É necessário que nós dêmos/demos o nosso apoio Os verbos arguir e redarguir não levam acento
ao governo. agudo na vogal tônica u nas formas rizotônicas
(aquelas cuja sílaba tônica está no radical): arguo, ar-
No último evento, nós demos o nosso apoio a ele. guis, argui, arguem, argua, etc.
Não se acentuam mais o "i" e "u" tônicos das pala- Marque falso ou verdadeiro
vras paroxítonas quando precedidas de ditongo. a) ( ) fácil, ânsia, cuíca, heroína;
Exemplos: b) ( ) canoa, coco, caju, feri-los;
Baiuca, feiura, cheiinho, boiuna c) ( ) possuías, querías, graúdo, baía;
d) ( ) ônix, latex, fênix, tórax;
Não será mais usado o acento dos hiatos ee e oo. e) ( ) mantém, revêem, obtêm, vêm;
Exemplos: f) ( ) abdômen, dúplex, sanduíche, biquíni;
Creem, deem, leem, veem
Abençoo, doo, enjoo, magoo, perdoo, povoo, voos
6
LÍNGUA PORTUGUESA
3. Emprego do S
Observações:
O.1) O dígrafo representa um só fonema; portanto,
Ocorrências Exemplos
não se pronuncia o S e depois o C. Só é necessário
a) depois de ditongos. Cleusa, coisa, faisão,
pronunciar os dois no caso de encontros consonan-
lousa, maisena, mauso-
tais, como em discutir, desconto, etc.
léu
b) nos adjetivos termina- cheiroso (a), dengoso(a),
dos pelo sufixo -oso (a), horroroso(a) O.2) Em palavras como descentralizar, descerrar,
indicador de "estado ple- temos o prefixo -des acompanhado de uma forma
no", abundância. verbal. Não se trata de dígrafo.
c) nos adjetivos termina- canadense, fluminense,
dos pelo sufixo -ense, palmeirense
indicador de "relação", rio-grandense 5. Emprego da letra Ç
"procedência", "origem".
d) nos sufixos -ês , -esa, - marquês, burguês, fran- Ocorrências Exemplos
isa, indicadores de “título cês, camponês, baronesa, a) os sufixos -aça, bocaça, vidraça, balaço,
de nobreza”, “origem”, duquesa, profetisa, sa- -aço, -ção, -iça, -diço, ricaço, adoção, doação, car-
profissão”. cerdotisa -uço niça, movediço, traição
e) nas formas conjugadas pus, pusesse, puser b) em palavras tupi- açaí, araçá, babaçu, muçum,
dos verbos pôr e querer. quis, quiser, quiséssemos guaranis e africanas paçoca, troça
f) nas formas derivadas de análise: analisado, anali- c) depois de ditongos beiço, louça, ouço, caução,
outras primitivas grafadas sar suspeição
com S. atrás: atrasado, atrasar d) derivados de ter abstenção, detenção, manu-
casa: casarão, casebre, tenção, atenção, obtenção,
casinha contenção, retenção
pesquisa: pesquisar, pes-
quisado 6. Emprego da letra J
Exceção: catequizar, deri-
vado de catequese Ocorrências Exemplos
g) nas seguintes correla- a) nas palavras derivadas de jeito: ajeitado, ajeitar
ções: primitivas que se escrevem laranja: laranjal,
com j laranjeira
nd - ns ascender: ascensão, as- sujo: sujeira, sujinho
censo b) em palavras de origem jenipapo, jiboia, Moji,
expandir: expansão, ex- tupi pajé
pansivo c) nas formas dos verbos arranjar: arranje, arran-
pretender: pretensão, terminados em -jar. jei, arranjemos
pretenso despejar; despejado,
suspender: suspensão, despejaram
suspensivo d) na terminação -aje (não laje, traje, altraje
confundir com a terminação -
pel - puls expelir: expulsão, expul- agem)
so
impelir: impulsão, im-
pulsivo
repelir: repulsão, repulsa
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LÍNGUA PORTUGUESA
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LÍNGUA PORTUGUESA
11. Emprego da letra E recriar (criar novamente), soar (emitir som), suar
(expelir suor, transpirar), sortir (abastecer), surtir
OCORRÊNCIAS EXEMPLOS (produzir efeito), vadear (atravessar o rio por onde
a) nas formas dos abençoar: abençoe, abençoes dá pé, passar a vau), vadiar (levar a vida de vadio.
verbos terminados continuar: continue, continues
em -oar e -uar. perdoar: perdoe, perdoes 15. Homônimos
pontuar: pontue, pontues Exemplos:
b) nos ditongos cães, casarões, mãe, pães, põe Acento (sinal gráfico), assento (lugar para sentar-
nasais ãe e õe. se), acético (referente ao ácido cético), ascético (re-
c) no prefixo ante- antediluviano, antepasso, ante- ferente ao místico), cesta (utensílio), sexta (nume-
que significa “an- véspera ral ordinal), círio (vela grande), sírio (natural da Sí-
terioridade”, “an- ria), cismo (penso, teimo), sismo (terremoto), em-
tepor” poçar (formar poças), empossar (tomar posse), in-
d) nos seguintes arrepiar, cadeado, candeeiro, cipiente (principiante), insipiente (ignorante), in-
vocábulos cemitério, Cireneu, confete, creo- tercessão (ato de interceder), interseção (ponto on-
lina, cumeeira, desperdiçar, des- de duas linhas se cruzam), ruço (cor pardacenta),
perdício, destilar, disenteria, russo (natural da Rússia), Bucho (estômago), buxo
empecilho, encarnar, encarnação, (espécie de arbusto), cocho (recipiente de madeira)
indígena, irrequieto, lacrimogê- coxo (capenga, manco), tacha (mancha, defeito;
neo, mexerico, mimeógrafo, or- pequeno prego de cabeça larga e chata, caldeira),
quídea, quase, quepe, senão, taxa (imposto, preço de um serviço público, conta,
sequer, seriema, seringa, umede- tarifa), chá (infusão de folhas de plantas), xá (título
cer do soberano da Pérsia), cheque (ordem de paga-
Observação: mento), xeque (lance do jogo de xadrez).
Cãibra (ou câimbra ) escreve-se com i.
OCORRÊNCIA EXEMPLOS
Nos seguintes Bulício, buliçoso, bulir, burburinho, A primeira palavra de período ou citação.
vocábulos camundongo, chuviscar, chuvisco, Substantivos próprios (antropônimos,
cumbuca, cúpula, curtume, cutucar, alcunhas, topônimos, nomes sagrados, mito-
entupir, íngua, jabuti, jabuticaba, lógicos, astronômicos): José, Brasil, Deus, Minerva,
lóbulo, Manuel, mutuca, rebuliço, Cruzeiro do Sul, Via Láctea, Tupã, Jesus Cristo.
tábua, tabuada, trégua, urtiga. Nomes de épocas históricas, datas e fatos importan-
tes, festas religiosas: Idade Média, Renascença, Cente-
13. Escreve-se com a letra O nário da Independência do Brasil, Páscoa, Natal, Dia
das Mães.
OCORRÊNCIA EXEMPLOS Nomes de altos cargos e dignidades: Papa, Presiden-
Nos seguintes abolir, banto, boate, bolacha, bole- te da República.
vocábulos tim, botequim, bússola, chover, Nomes de altos conceitos religiosos ou políticos:
cobiça, cobiçar, concorrência, cos- Igreja, Nação, Pátria, União, Estado.
tume, engolir, goela, mágoa, mago- Nomes de ruas, praças, edifícios, estabelecimentos,
ar, mocambo, moela, molequem, agremiações, órgãos públicos: Rua do Ouvidor, Praça
mosquito, névoa, nódoa, óbolo, da Paz Celestial, Organização das Nações Unidas, Ban-
ocorrência, rebotalho, Romênia. co da América, Teatro Municipal, Curso Degraus.
Nomes de artes, ciências, títulos de produções artís-
14. Parônimos ticas, literárias, científicas, títulos de jornais e revistas:
Exemplos: Letras, Matemática, Os Lusíadas, Dom Quixote de la
área (superfície), ária (melodia), arrear (pôr arreios, Mancha, Dicionário de Filosofia, Correio Braziliense,
enfeitar), arriar (abaixar, pôr no chão), comprido Veja.
(longo), cumprido (particípio do verbo cumprir), Expressões de tratamento: Vossa Excelência. Vossa
comprimento (extensão), cumprimento (saudação), Majestade.
costear (navegar ou passar junto à costa), custear Nomes dos pontos cardeais, quando designam regi-
(pagar as custas), deferir (conceder), diferir (ser di- ões: os povos do Oriente, o linguajar do Norte, os cos-
ferente), descrição (ato de descrever), discrição tumes do Sul.
(ato de ser discreto), emergir (vir à tona), imergir Nomes comuns, quando personificados ou individu-
(mergulhar), emigrar (sair do país), imigrar (entrar ados: o Amor, o Ódio, a Morte, o Leão.
num país estranho), emigrante (quem emigra), imi-
grante (quem imigra), eminente (elevado, ilustre)
iminente (que ameaça acontecer), recrear (divertir)
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LÍNGUA PORTUGUESA
QUESTÃO 7
QUESTÃO 1 Em relação à ortografia, observe as frases abaixo e con-
complete com g ou j, conforme convenha: sidere seus comentários. Em seguida, assinale a alterna-
tiva correta.
farin___ite, ferru___em, gara___em, g___inete, a) “Preço do cochão mole: 2,50 o kg” (cartaz colocado
gor___eio, here___e, ___eito, ___ibóia, ___iló, num açougue).
lo___ista, ma___estoso, mon___e, o___eriza, pa___é, Comentário: Há erro de grafia na palavra cochão, que
pa___em, pro___eção, rabu___ento, re___eitar, deve ser escrita com x e não ch. É um tipo de erro rela-
sar___eta, selva___eria, su___eira, su___estão, tivamente comum, que pode ser explicado pela questão
su___ira, ti___ela, tra___eto, ultra___e, via___em (subs- da analogia fonética existente nas palavras “coxão”
tantivo), via___em (verbo). (coxa) / colchão.
b) “Temos vários equipamentos de suspensão abaixo do
QUESTÃO 2 custo” (promoção de uma oficina mecânica).
complete com c, ç, s, ss ou sc, conforme convenha: Comentário: Há erro de grafia na palavra grifada, que
deve ser escrita com ç (suspenção); além disso, esta foi
a___afrão, ace___o, alma___o, ân___ia, a___olar, usada inadequadamente para o objetivo a que se propõe.
ave___o, dan___a, descan___ar, discu___ao, di- c) “Nossa tacha de juros é menor” (propaganda de uma
ver___ao, esca___o, exce___ao, far___a, fraca___o, loja).
hortên___ia, Igua___u, ma___agista, ma___arico, Comentário: Não existe erro de grafia em tacha, já que a
ma___iço, ma___aroca, mi___angas, mu___ulmano, palavra, no contexto, refere-se a tributo, imposto, e não
mu___urana, nece___ário, obse___ao, pan___a, ao objeto prego.
pa___oca, pê___ego, profi___ao, proci___ao, re- d) “Venham conferir! Preços que não estrovam seu
mor___o, re___urreição, so___ego, Suí___a, suí___o, orçamento! (chamariz de um supermercado).
Comentário: Nessa frase, não há erro de grafia, pois
QUESTÃO 3 pode-se grafar o verbo sublinhado como estrovam ou
complete com xc, x, ss ou sc, conforme convenha: estorvam.
acré___imo, adole___ente, a___ensão, au___ílio,
con___iência, cre___er, de___er, di___iplina, QUESTÃO 8
di___ernir, e___ência, e___êntrico, e___esso, e___eção, Assinale a alternativa cujas letras completam correta-
fa___inar, flore___er, né___io, o___ilar, pi___ina, mente os pontilhados dos versos abaixo.
sei___entos, suce___Ivo, su___etível, su___itar, “Em teu seio formo__o retratas
trou___er, ví___era, Este céu de purí__imo azul,
A verdura sem par dessas matas
QUESTÃO 4 E o e__ plendor do Cruzeiro do Sul.”
complete com s ou z, conforme convenha: a) z – ss – x c) z – c – s
acide___, ali___ar, anrqui___ar, aride___, atravé___, b) s – ss – s d) s – c – x
avide___, ba___ar, bruguê___, bu___inar, cafe___al,
civili___ação, coli___ao, corte___ia, cru___eiro, des- QUESTÃO 9
li___ar, do___e (porção), do___e (numeral), enrai___ar, A oração em que as palavras estão corretamente escritas
fregue___ia, fu___ível, ga___ometro, gri___ar, lim- é:
pe___a, lucid___, mati___ar, me___es, mon- a) Remexer em papéis é uma forma de entretenimento.
tê___,mude___, ob___équio, pai___agem, paraí___o, b) A secretária sempre agia com muita espontaniedade.
pi___as, pre___ado, proe___a, quero___ene, te___ouro, c) Prazeirosamente, encontrei vários papéis que me
u___ina, va___amento, va___io, vene___iana. comoveram.
d) Descobrir papéis misteriosos faz com que eu acredite
em supertição.
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LÍNGUA PORTUGUESA
Observações:
MORFOLOGIA O.1) Os vocábulos que procedem do mesmo ra-
dical ou raiz são denominados vocábulos cogna-
tos. Da raiz da palavra latina anima [= espírito]
Trata das palavras quanto a sua estrutura, a
procedem: alma, animal, alimária, animador, de-
sua formação, a sua flexão e a sua classifica-
sanimar, animação, etc; do radical pedr-a, deri-
ção.
vam: pedr-eiro, a-pedr-ejar, em-pedr-ar.
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LÍNGUA PORTUGUESA
DENOTAÇÃO X CONOTAÇÃO
a) na primeira, a palavra apresenta seu sentido Observe que, nas duas ocorrências da palavra fio,
original, impessoal, independente do contexto, tal como ela apresenta sentidos diferentes:
aparece no dicionário; nesse caso, prevalece o sentido contexto 1: fibra
denotativo - denotação - do signo linguístico; contexto 2: cabo de metal
b) na segunda, a palavra aparece com significado Em cada um dos exemplos citados, a palavra fio é
alterado, passível de interpretações diferentes, depen- monossêmica. São duas palavras diferentes que, por
dendo do contexto em que for empregada; nesse caso, acaso, se escrevem da mesma forma. Trata-se de ho-
prevalece o sentido conotativo - conotação - do signo mônimos perfeitos.
linguístico.
Porém, se em um enunciado como “o fio partiu-
Denotação: É o uso do signo em seu sentido real. se” ligado à determinada situação ou contexto, permitir
ao ouvinte entender a palavra com mais de um sentido
Conotação: É o uso do signo em sentido figurado, denotativo, aí acontecerá o fenômeno da polissemia.
simbólico.
Polissemia significa vários significados. Uma
palavra é polissêmica quando é capaz de despertar mais
de um significado denotativo, isto é, quando apresenta
mais de um sentido.
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LÍNGUA PORTUGUESA
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LÍNGUA PORTUGUESA
As formas “para eu” ou “para tu” aparecem antes de 1.2. Transformações e combinações
infinitivos, dos quais os pronomes exercem funções de lo, los, la, los (ênclise nas terminações r, s e, z)
sujeito. Exemplos:
Exemplos: (1) sentir + o => senti-lo
1) Trouxeram vários jogos para eu jogar. (2) chamas + o => chamá-lo
Sujeito do infinitivo (jogar) (3) fez + o => fê-lo
2) Pegarei o livro para tu leres.
no, nos, na, nas (ênclise nas terminações nasais)
Sujeito do infinitivo (ler)
Exemplo:
amam + o => amam-no
3) Ele pediu para eu pegar o livro.
dão + as => dão-nas
Suj. do verbo pedir Suj. do verbo pegar
combinações – os pronomes me, te, lhe, nos, vos e
lhes podem combinar-se com pronomes o, os, a, as:
As formas “para mim” ou “para ti” não podem vir
me + o, os, a, as => mo, mos, ma, mas
antes do infinitivo, pois o pronome oblíquo nunca pode
te + o, os, a, as => to, tos, ta, tas
exercer função de sujeito. Entretanto, o enunciado pode
lhe + o, os, a, as => lho, lhos, lha, lhas
estar na forma indireta parecendo errônea a construção.
nos + o, os, a, as => no-lo, no-los, no-la, no-las
Exemplos:
vos + o, os, a, as => vo-lo, vo-los, vo-la, vo-las
1) Ele acha que será interessante para mim comprar
Exemplo:
o imóvel?
- Trouxeram o pacote?
2) Ele acha que comprar o imóvel será interessante
- Sim, entregou-to ainda há pouco
para mim?
A função sintática do pronome é OD e OI.
“mim”, neste caso, é complemento nominal de “inte-
ressante”, e não sujeito do verbo no infinitivo “com-
prar”. 2. Pronome de Tratamento
A segunda pessoa indireta ocorre quando se empre-
Se “eu” e “tu” não puderem vir precedidos de prepo- gam pronomes que, apesar de indicarem o interlocutor,
sição, são erradas expressões como: exigem o verbo na terceira pessoa.
Exemplos: As formas da relação abaixo devem ser usadas quan-
entre eu e você entre tu e eu do designamos a segunda pessoa do discurso; para de-
signar a terceira pessoa é necessário substituir “Vossa”
O correto, nessas expressões, é: por “Sua”.
entre mim e você entre ti e você
Pronome de trata- Abrevia-
Usado para se dirigir a
Observação: mento tura
O. 1) Com a palavra denotativa de inclusão até, Vossa Alteza V. A. Príncipes, duques
usam-se as formas eu e tu etc. Neste caso, a palavra Vossa Eminência V. Em.ª Cardeais
até será sinônima de inclusive, também. Vossa Excelência V. Ex.ª Altas autoridades e
oficiais-generais
Exemplos:
Vossa Magnificência V. Mag.ª Reitores de universida-
(1) Até tu, Brutos? des
(2) Todos foram ao cinema, até eu. Vossa Majestade V. M. Reis, imperadores
Vossa Santidade V. S. Papa
O. 2) Indicando limite, a palavra até será preposição Vossa Senhoria V. S.ª Tratamento cerimonioso
e, com ela, usar-se-ão as formas mim e ti.
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Observação:
Ênclise Quando o pronome for colocado entre os dois verbos
Ênclise é a colocação dos pronomes oblíquos átonos (ênclise no auxiliar), teremos de usar hífen.
depois do verbo. Ela é usada nos seguintes casos: Exemplo:
Eles vão-se esforçar mais10.
1. Quando o verbo iniciar a oração.
Exemplos:
(1) Trouxe-me as propostas já assinadas.
(2) Arrependi-me do que fiz a ela. Assinale com V o que for correto e com F os incorretos.
10
Há gramáticos que julgam esse hífen desnecessário.
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b) “Alguns dias dava-lhe gana de satisfazer o apetite, c) ternos azul-claro, ternos verde-mar
devorando lascas de pirarucu assado, com farinha d) ternos azul-claros, ternos verde-mar
d’água e lata de marmelada...” (Inglês de Souza) e) ternos azuis-claro, ternos verde-mar
c) Para os índios, o ingresso na vida adulta é sinônimo
de mudanças mais radicais. Eles precisam ter coragem e SUBSTANTIVO
sangue-frio para cumprir os rituais de passagem.
d) Para os brancos, penugens no rosto e menstruação Esquema:
representam “os rituais” de que necessitam para a cha- comuns12 e próprios
mada vida de adulto. Classificação
concretos e abstratos
QUESTÃO 4
Assinale a oração em que o termo cego (s) é um adjeti-
vo: primitivo e derivado
a) “Os cegos, habitantes de um mundo esquemático, Formação
sabem aonde ir...” simples e composto
b) “O cego de Ipanema representava naquele momento
todas as alegorias da noite escura da alma...”
c) “Todos os cálculos do cego se desfaziam na turbu- masculino
lência do álcool.” feminino
d) “Naquele instante era só um pobre cego.” gênero epiceno
e) “...da Terra que é um globo cego girando no caos.” comum dois gêneros
sobrecomum
QUESTÃO 5
Verifique, nas frases abaixo, os graus dos adjetivos: singular
I. comparativo de superioridade Flexão número
II. comparativo de inferioridade plural
III. comparativo de igualdade
IV. superlativo absoluto sintético aumentativo
V. superlativo absoluto analítico grau
a) “A filha menor era mais doce do que bela.” (Lygia diminutivo
Telles)
b) “Ninguém queria saber de Georgina, tão feia quanto
antipática.” (Josué Montello)
c) “Tenho duas amigas superinteressantes, você vai É o nome com que designamos seres em
ver.” (Fernando Sabino) geral e as qualidades, estados, ações, senti-
d) Pato com tucupi: o melhor pato do mundo! mentos, sensações, quando usados como seres
e) “Ficou louquinho da silva, o Teodoro.” (Rubem independentes.
Braga)
1. Classificação semântica
QUESTÃO 6
Faça as correlações necessárias na flexão dos adjetivos 1.1. Concretos: designam seres de existência inde-
compostos. pendente, ou seja, com existência própria –real ou ima-
a) As torcidas rubras e negras eram violentíssimas. ginária: lápis, filho, mar, Deus, fada, alma, dragão, etc.
b) Os vestidos eram cinza e escuros. Nomeiam pessoas, lugares, animais, vegetais, minerais e
c) Era uma conversa entre duas pessoas surdas e mudas. coisas.
d) Trajavam belos casacos azuis e marinhos.
e) A temporada exigirá cabelos castanhos e escuros. 1.2. Abstratos: designam seres de existência depen-
dente – qualidades, sentimentos, estados, sensações,
QUESTÃO 7 ações: prazer, felicidade, fuga, calor, estudo, cansaço,
(ITA-SP) Os superlativos absolutos sintéticos de comum, trabalho, saída, beleza, etc.
soberbo, fiel, miúdo são, respectivamente:
a) comuníssimo, super, fielíssimo, minúsculo 1.3. Próprios: designam individualmente os seres,
b) comuníssimo, sobérrimo, fidelíssimo, minúsculo sem referência às suas qualidades – nomes específicos,
c) comuníssimo, superbíssimo, fidelíssimo, minutíssimo próprios, de um único ser: Brasil, Pedro, Maria, Bilu,
d) comunérrimo, sobérrimo, fidelíssimo, miudérrimo etc.
e) comunérrimo, sobérrimo, filíssimo, minutíssimo 1.4. Comuns: designam seres pertencentes a uma
classe com o mesmo conjunto de qualidades: casa, sol,
QUESTÃO 8 caneta, vidraça, cardume, bruxa, felicidade, etc.
(ITA-SP) O plural de terno azul-claro, terno verde-
mar é, respectivamente: 2. Classificação estrutural
a) ternos azuis-claros, ternos verdes-mares
b) ternos azuis-claros, ternos verde-mares
12
Entre os comuns mencionem-se, especialmente, os coletivos.
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LÍNGUA PORTUGUESA
2.1. Primitivos: não derivam de outra palavra: café, Sobrecomuns: apresentam um só gênero gramatical
pedra, mar, covarde, etc. para designar pessoas de um e outro sexo: a vítima, a
testemunha, o cônjuge, o sósia, o apóstolo, a mascote, a
2.2. Derivados: derivam de outra palavra: cafezal, pe- criança, a criatura, etc.
dregulho, maresia, covardia, etc.
Comuns-de-dois (o/a): possuem uma só forma para
2.3. Simples: quando possuem um único radical: amor, os dois gêneros; a distinção é feita através do artigo, ou
gato, mesa, século, bando, tempo, etc. pronome ou adjetivo: o – a aborígine; bom – boa estu-
dante; este – esta repórter; aquele – aquela cientista; um
2.4. Compostos: quando possuem mais de um radical, – uma pianista; lindo – linda colega; etc.
unidos ou não por hífen: aguardente, rodapé, amor-
perfeito, couve-flor, passatempo, etc. Epicenos (macho/fêmea): apresentam um só gênero
gramatical para designar animais de um e outro sexo:
3. Coletivos jacaré macho – fêmea; tatu macho – fêmea; águia ma-
Designam conjunto de seres de uma mesma espécie. cho – fêmea; jaguar macho - fêmea; mosca macho –
fêmea; anta macho – fêmea; tico-tico macho – fêmea;
álbum – fotografias, selos andorinha macho – fêmea; formiga macho – fêmea; etc.
antologia – trechos de leitura
armada – navio de guerra 4.3. Substantivo cuja significação varia com a mu-
assembleia – parlamentares dança de gênero:
atilho – espigas
batalhão – soldados Exemplos:
caravana – viajantes, peregrinos (1) o cabeça (líder) – a cabeça (membro)
casario – casa (2) o capital (valores) – a capital (cidade)
caterva – animais, vadios (3) o caixa (o funcionário) – a caixa (o objeto)
código – leis (4) o cura (o sacerdote) – a cura (a medicação)
colmeia – abelhas (5) o língua (o intérprete) – a língua (órgão; idio-
conclave – cardeais, cientistas ma)
corja – velhacos, canalhas (6) o moral (ânimo, brio) – a moral (conjunto de
fato – cabras valores e regras de comportamento)
fauna – animais de uma região
flora – plantas de uma região 4.4. Em alguns casos, o que ocorre não é flexão de
fornada – pães, tijolos gênero, e sim homonímia, isto é, palavras iguais na
girândola – fogos de artifícios forma, mas de origem, gênero e significado diferentes.
hemeroteca – jornais, revistas Exemplos:
hoste – inimigos, soldados (1) o cisma (separação dissidência)
junta – bois, médicos a cisma (preocupação)
manada – bois, pessoas mal-educadas (2) o grama ( unidade de massa)
matilha – cães de caça a grama (relva)
maquinaria – máquinas
panapaná – borboletas 4.5. Formação do feminino
pente – balas de arma Exemplos:
pinacoteca – quadros, telas (3) o – a:
prole – filhos filhO/filhA; gatO/gatA
rebanho – ovelhas, carneiros, gado (4) ao – ã/ao/ona:
repertório – peças teatrais ou músicas anão / anÃ; valentão /
réstia – alho, cebola valentONA; leÃO /leOA
tropilha – cavalos (5) or – ora:
vara – porcos doutOR / doutORA
(6) e – a:
alfaiatE /alfaiatA; infantE / infantA
4. Gênero do substantivo (7) ês/l/z – a:
4.1. Biformes: apresentam duas formas: uma para o freguÊS / freguesA; oficiaL / oficialA; juiZ /
juízA
feminino, outra para o masculino.
Flexão desinencial: aluno – aluna; pardal – pardoca;
guri – guria; mestre – mestra; búfalo – búfala; etc.
Atenção para alguns gêneros dos substantivos:
Masculinos:
Heterônimos: homem – mulher; pai – mãe; zangão –
alvará, alpiste, apêndice, clã, champanha, cós, diabete,
abelha; cavaleiro – amazona; cavalheiro – dama; etc.
dó, diadema, diagrama, eclipse, epigrama, estratagema,
gambá, gengibre, guarda-marinha, lança-perfume, lha-
4.2. Uniformes: apresentam única forma para ambos
ma, milhar, plasma, picape, puma, quati, suéter, sósia,
os gêneros.
etc.
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LÍNGUA PORTUGUESA
b) “Soltava uns dois espirros… assoava o narigão…” Artigos Indefinidos: determinam os substantivos de
c) O dono da fazenda virou-se para ver que barulhão era maneira vaga: um, uma, uns, umas.
aquele. Exemplo:
d) “… saía do mato uma mulheraça rúbida, de saias Eu matei um animal.
rufadas de goma.”
Combinação dos Artigos
QUESTÃO 4 É muito presente a combinação dos artigos definidos e
Assinale a alternativa em que há erro quanto à termina- indefinidos com preposições. Este quadro apresenta a
ção do gênero. forma assumida por essas combinações:
a) Deu certo o estratagema.
b) Personagem, pessoa importante: se é homem dize- preposições Artigos
mos o personagem, se é mulher, a personagem
o (s) a (s) um, uns uma (s)
c) Bidu Saião é o soprano brasileiro mais conhecido nos
Estados Unidos. a ao (s) à, às - -
d) Ele era chefe daquele clã. de do (s) da (s) dum, duns duma (s)
e) O atleta ungira os braços até os omoplatas.
em no (s) na (s) num, nuns numa (s)
QUESTÃO 5 pelo pela
por (per) - -
O substantivo pode figurar de várias maneiras na ora- (s) (s)
ção. Assinale a alternativa que apresenta substantivos
com a mesmas funções sintáticas dos destes versos de - As formas à e às indicam a fusão da preposição a com
Manuel Bandeira. o artigo definido a. Essa fusão de vogais idênticas é
Vi uma estrela tão alta, conhecida por crase.
Vi uma estrela tão! - As formas pelo(s)/pela(s) resultam da combinação dos
Vi uma estrela luzindo artigos definidos com a forma per, equivalente a por.
Na minha vida vazia.
a) “Classificado do futuro
Vende-se vasinho de VERBO
samambaia
diretamente da mata amazônica.” Verbo é uma palavra que exprime ação,
(Ulisses Tavares) estado, fato ou fenômeno, mudança de esta-
do, situando-os no tempo presente, passado
b) “As nuvens são cabelos ou futuro.
crescendo como rios;
são gestos brancos CONJUGAÇÃO VERBAL
da cantora muda;”
(J.C.M. Neto) Há três conjugações para os verbos da língua portu-
guesa:
c) “Estamos em pleno mar… Doudo no espaço 1ª conjugação: verbos terminados em -ar.
Brinca o luar – doirada borboleta – 2ª conjugação: verbos terminados em -er.
E as vagas após ele correm… cansam 3ª conjugação: verbos terminados em -ir.
Como turba de infantes inquietas.”
(Castro Alves) Observação:
O verbo pôr e seus derivados pertencem à 2ª conju-
d) “Deixei a cidade sumida no silêncio da madrugada.” gação, por se originarem do antigo verbo poer.
(Raul Bopp)
MODO
Os modos indicam as diferentes maneiras de um fato
ARTIGO se realizar. São três:
1) o indicativo – exprime um fato certo, positivo:
Artigo é a palavra que, vindo antes de Exemplos:
um substantivo, indica se ele está sendo (1) Vou hoje.
empregado de maneira definida ou indefini- (2) Saíram cedo.
da. Além disso, o artigo indica, ao mesmo tempo, o
gênero e o número dos substantivos. 2) o imperativo – exprime ordem, proibição, conse-
Classificação dos Artigos lho, pedido:
Artigos Definidos: determinam os substantivos de Exemplos:
maneira precisa: o, a, os, as. (1) Volte logo.
Exemplo: (2) Não fiquem aqui.
Eu matei o animal.
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LÍNGUA PORTUGUESA
3) o subjuntivo – enuncia um fato possível, duvido- (2) Estudaria no Degraus, se morasse em Londrina.
so, hipotético: TEMPOS VERBAIS DO SUBJUNTIVO
Exemplos: Presente:
(1) É possível que chova. Indica desejo atual, dúvida que ocorre no momento
(2) Se você trabalhasse, não passaria fome. da fala.
Exemplos:
TEMPO (1) Espero que eu caminhe bastante no ano que
Os tempos situam o fato ou a ação verbal dentro de vem.
determinado momento (durante o ato da comunicação, (2) O meu desejo é que eu estude no Degraus ainda.
antes, ou depois dele).
Pretérito Imperfeito:
TEMPOS VERBAIS DO INDICATIVO Indica condição, hipótese; normalmente é usado com
Presente o Futuro do Pretérito do Indicativo.
Indica fato que ocorre no dia-a-dia, corriqueiramente. Exemplos:
Exemplos: (1) Eu caminharia todos os dias, se não trabalhasse
(1) Todos os dias, caminho na praça. tanto.
(2) Estudo no Degraus. (2) Estudaria no Degraus, se morasse em Londrina.
Pretérito Futuro:
Indica fatos que já ocorreram. Indica hipótese futura.
Exemplos:
Pretérito Perfeito
(1) Quando eu começar a caminhar todos os dias,
Indica fato que ocorreu no passado em determinado sentir-me-ei melhor.
momento, observado depois de concluído. (2) Quando eu estudar no Degraus, aprenderei mais
coisas.
Exemplos:
(1) Ontem caminhei na praça.
(2) Estudei no Degraus no ano passado. O MODO IMPERATIVO
O modo Imperativo expressa ordem, pedido ou con-
Pretérito Imperfeito:
selho
Indica fato que ocorria com frequência no passado, Exemplos:
ou fato que não havia chegado ao final no momento em (1) Caminhe todos os dias, para a saúde melhorar.
que estava sendo observado. (2) Estude no Degraus!
Exemplos:
(1) Naquela época, todos os dias, eu caminhava na FORMAS NOMINAIS
praça. São três as chamadas formas nominais do verbo:
(2) Eu estudava no Degraus, quando conheci Maga- Gerúndio:
li. São as formas terminadas em ndo.
Particípio:
Pretérito Mais-que-perfeito: São as formas terminadas em ado ou ido.
Indica fato ocorrido antes de outro no Pretérito Per- Infinitivo:
feito do Indicativo. São as formas terminadas em ar, er ou ir.
Exemplos: O infinitivo pode ser pessoal ou impessoal. Denomi-
(1) Ontem, quando você foi à praça, eu já caminhara na-se:
6 Km.
(2) Eu já estudara no Degraus, quando conheci Ma- a) pessoal, quando tem sujeito:
gali. Exemplos:
Para sermos vencedores é preciso lutar. [sujeito: nós]
Futuro:
Indica fatos que ocorrem depois do momento da fala: b) impessoal, quando não tem sujeito:
Exemplos:
do presente: Ser ou não ser, eis a questão.
Indica fato que, com certeza, ocorrerá.
Exemplos: TEMPOS VERBAIS COMPOSTOS
(1) Amanhã caminharei na praça pela manhã.
(2) Estudarei no Degraus, no ano que vem. Os tempos verbais compostos são formados por lo-
cuções verbais que têm como auxiliares os verbos ter e
do Pretérito: haver e como principal, qualquer verbo no particípio.
Indica fato futuro, dependente de outro anterior a ele. São eles:
Exemplos:
(1) Eu caminharia todos os dias, se não trabalhasse Pretérito Perfeito do Indicativo:
tanto. É a formação de locução verbal com o auxiliar ter ou
haver no Presente do Indicativo e o principal no particí-
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LÍNGUA PORTUGUESA
pio, indicando fato que tem ocorrido com frequência (1) Eu teria caminhado todos os dias desse ano, se
ultimamente. não estivesse trabalhando tanto.
Exemplos: (2) Eu teria estudado no Degraus, se não me tivesse
(1) Eu tenho estudado demais ultimamente. mudado de cidade.
(2) Todos nós nos temos esforçado, para a empresa
crescer. Futuro do Subjuntivo:
É a formação de locução verbal com o auxiliar ter ou
Pretérito Perfeito do Subjuntivo: haver no Futuro do Subjuntivo simples e o principal no
É a formação de locução verbal com o auxiliar ter ou particípio, tendo o mesmo valor que o Futuro do Sub-
haver no Presente do Subjuntivo e o principal no parti- juntivo simples.
cípio, indicando desejo de que algo já tenha ocorrido. Exemplo:
Exemplos: Quando você tiver terminado sua série de exercícios,
(1) Espero que você tenha estudado o suficiente, pa- eu caminharei 6 Km.
ra conseguir a aprovação.
(2) O meu desejo é que todos nós nos tenhamos es- Observação:
forçado, para a empresa crescer. Observe algumas frases:
(1) Quando você chegar à minha casa, telefonarei a
Pretérito Mais-que-perfeito do Indicativo: Osbirvânio.
É a formação de locução verbal com o auxiliar ter ou (2) Quando você chegar à minha casa, já terei tele-
haver no Pretérito Imperfeito do Indicativo e o principal fonado a Osbirvânio.
no particípio, tendo o mesmo valor que o Pretérito
Mais-que-perfeito do Indicativo simples. Perceba que o significado é totalmente diferente em
Exemplos: ambas as frases apresentadas. No primeiro caso, espera-
(1) Ontem, quando você foi à praça, eu já tinha ca- rei "você" praticar a sua ação para, depois, praticar a
minhado 6 Km. minha; no segundo, primeiro praticarei a minha. Por
(2) Eu já tinha estudado no Degraus, quando conhe- isso o uso do advérbio "já".
ci Magali.
Agora observe estas:
Pretérito Mais-que-perfeito do Subjuntivo: Quando você tiver terminado o trabalho, telefonarei a
É a formação de locução verbal com o auxiliar ter ou Osbirvânio.
haver no Pretérito Imperfeito do Subjuntivo e o princi- Quando você tiver terminado o trabalho, já terei tele-
pal no particípio, tendo o mesmo valor que o Pretérito fonado a Osbirvânio.
Imperfeito do Subjuntivo simples.
Exemplos: Perceba que novamente o significado é totalmente di-
(1) Eu teria caminhado todos os dias desse ano, se ferente em ambas as frases apresentadas.
não estivesse trabalhando tanto. No primeiro caso, esperarei "você" praticar a sua
(2) Eu teria estudado no Degraus, se não me tivesse ação para, depois, praticar a minha; no segundo, primei-
mudado de cidade. ro praticarei a minha. Por isso o uso do advérbio "já".
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INFINITIVO
6. Futuro do pretérito perfeito simples
1. Impessoal
seria estaria teria Haveria
serias estarias terias Haverias ser estar ter haver
seria estaria teria Haveria
seríamos estaríamos teríamos Haveríamos 2. pessoal
seríeis estaríeis teríeis Haveríeis
seriam estariam teriam Haveriam ser estar ter haver
seres estares teres haveres
ser estar ter haver
MODO SUBJUNTIVO sermos estarmos termos havermos
serdes estardes terdes haverdes
serem estarem terem haverem
1. Presente (que)
GERÚNDIO
seja esteja tenha Haja
sejas estejas tenhas Hajas sendo estando tendo havendo
seja esteja tenha Haja
sejamos estejamos tenhamos Hajamos PARTICÍPIO
sejais estejais tenhais Hajais
sejam estejam tenham Hajam sido estado tido havido
VERBOS IRREGULARES
2. Pretérito imperfeito (se)
1. Para mais facilmente compreender e assimilar o pro-
fosse estivesse tivesse Houvesse cesso da conjugação irregular, é importante saber dis-
fosses estivesses tivesses Houvesses tinguir:
fosse estivesse tivesse Houvesse
fóssemos estivéssemos tivéssemos houvéssemos Formas rizotônicas (as que têm o acento tônico no
fôsseis estivésseis tivésseis Houvésseis radical, como: sirv-o) e arrizotônicas (as que têm o
fossem estivessem tivessem Houvessem acento tônico na terminação, como: serv-imos).
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LÍNGUA PORTUGUESA
Reaver Agredir
Esse verbo é conjugado da mesma maneira que haver, Indicativo
mas só apresenta as formas em que o verbo haver tem a Presente: agrido, agrides, agride, agredimos, agredis,
letra v. agridem.
Indicativo
Presente:(eu)#, (tu)#, (ele)#, reavemos, reaveis, (eles)#
Pretérito perfeito: reouve, reouveste, reouve, reouve- Subjuntivo
mos, reouvestes, reouveram (e não: “reavi”, “reaveste”, Presente (que): agrida, agridas, agrida, agridamos,
“reaveu”, etc.) agridais, agridam.
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LÍNGUA PORTUGUESA
QUESTÃO 8 QUESTÃO 12
Assinale com um (X) dentro dos parênteses as locuções Reescrevendo as frases e empregando-se, no lugar do
verbais. verbo grifado, seu equivalente composto, encontra-se
1) ( ) estou indo incorreta a alternativa:
2) ( ) espero sejas a) “Não precisaria me odiar...” --- Não teria preciso me
3) ( ) ter de fazer odiar...
4) ( ) vamos fazendo b) “... conseguiu sempre fazer...” --- ...tem conseguido
5) ( ) tens estudado sempre fazer...
6) ( ) tivesse feito c) “... fingindo arrumar-lhe o travesseiro...” --- tendo
7) ( ) começo a escrever fingido arrumar-lhe o travasseiro...
8) ( ) podeis escrever d) “... abrindo com as mãos em garra...” --- ... tinha
9) ( ) tenho dito aberto com as mãos em garra...
10) ( ) pôs-se a dizer
QUESTÃO 13
QUESTÃO 9 Todas alternativas apresentam locução verbal, exceto:
Complete convenientemente a 1ª. coluna de acordo com a) “ E se ele fosse morar longe?”
a 2ª., levando em conta o elemento estrutural que está b) “...bastava me ignorar, se os menos...”
grifado na forma verba. c) “...só eu soube que ela ia morrer.”
1) ( ) am-a-r 1- radical d) “...aniversário ficamos reunidos em redor...”
2) ( ) corr-e-r 2- vogal temática
3) ( ) part-i-r 3- DMT QUESTÃO 14
4) ( ) vend-a 4- DNP Marcar a alternativa que preenche corretamente as lacu-
5) ( ) po-mos 5- des. de infinitivo nas em “ ________ alguns minutos de pausa. Sem que o
6) ( ) am-a-va 6- des. de gerúndio motorista, o cobrador e tu ________ impedir,
7) ( ) am-á-va-mos 7- des. de particípio _________, concomitantemente, um sujeito da calçada e
8) ( ) cant-a-re-i um dos passageiros.”
9) ( ) pus-e-ste a) suguiu-se, pudessem, atiraram
10) ( ) põ-e-s b) seguiram-se, pudessem, atirou
c) seguiu-se, pudésseis, atirou
QUESTÃO 10 d) seguiram-se, pudésseis, atiraram
preencher as lacunas com a forma verbal entre parênte-
ses; QUESTÃO 15
I – Algum tempo hesitei se ............... abrir estas memó- Preencher as lacunas com a forma adequada dos verbos
rias. (dever – futuro do pretérito do indicativo) entre parênteses. A seguir, assinalar a alternativa que
II – Dito isto, ele ............... às duas horas da tarde. (ex- contém a sequência correta:
pirar – pretérito perfeito do indicativo) I - Se eu os ____ amanhã, poderei dar-lhes o recado.
III – Eles ............... que chovia, peneirava uma chuva (ver)
fininha. (acrescentar – mais-que-perfeito do indicativo) II – Se nós as ____ amanhã, poderíamos dar-lhes o
IV – O amigo intercalaria esta ideia no primeiro discur- recado (ver)
so que ............... (proferir – imperfeito do subjuntivo) III - , por meio desta, informar-lhe sobre o assunto vi-
a) deveria, expirava, acrescentam, proferisse. gente. (vir)
b) deveria, expirou, acrescentaram, proferisse. IV – Quando ____ para cá, não sabíamos que a situação
c) devera, expirou, acrescentavam, proferirá. seria essa. (vir)
d) devia, expira, acrescentam, proferiria.
a) vir, víssemos, vimos, viemos
QUESTÃO 11 b) ver, víssemos, viemos, vimos
Assinalar a alternativa que preenche corretamente as c) visse, virmos, vimos, viemos
lacunas. d) vir, virmos, viemos, vimos
I – Não houve alguém que ................ na decisão do
autor.
II – Eu ............... todos os livros de Machado de Assis. NUMERAL
III – Se todos se ................ não haveria imprevistos.
Numeral é a palavra que indica os seres
IV – Ele ............... qualquer empecilho para não haver em termos numéricos, isto é, que atribui
discurso. quantidade aos seres ou os situa em determi-
a) interviera, reavi, precaviam, ponha. nada sequência.
b) intervenha, reavia, precaveram, porá. Exemplos:
c) interviesse, reouve, precavessem, poria. (1) Os quatro últimos ingressos foram vendidos
d) intervisse, reouvera, precavissem, oporia. há pouco.
[quatro: numeral = atributo numérico de "ingresso"]
(2) Eu quero café duplo, e você?
[duplo: numeral = atributo numérico de "café"]
44
LÍNGUA PORTUGUESA
(3) A primeira pessoa da fila pode entrar, por fa- João Paulo II (segundo) Tomo XV (quinze)
vor!
[primeira: numeral = situa o ser "pessoa" na se- D. Pedro II (segundo) Luís XVI (dezesseis)
quência de "fila"] Ato II (segundo) Capítulo XX (vinte)
Século VIII (oitavo) Século XX (vinte)
Note bem: os numerais traduzem, em palavras, o
que os números indicam em relação aos seres. Assim, Canto IX (nono) João XXIII ( vinte e três)
quando a expressão é colocada em números (1, 1°, 1/3,
etc.) não se trata de numerais, mas sim de algarismos. Para designar leis, decretos e portarias, utiliza-se o
Além dos numerais mais conhecidos, já que refletem ordinal até nono e o cardinal de dez em diante:
a ideia expressa pelos números, existem mais algumas Artigo 1.° (primeiro) Artigo 10 (dez)
palavras consideradas numerais porque denotam quanti- Artigo 9.° (nono) Artigo 21 (vinte e um)
dade, proporção ou ordenação. São alguns exemplos:
década, dúzia, par, ambos(as), novena. Ambos/ambas são considerados numerais. Signifi-
cam "um e outro", "os dois" (ou "uma e outra", "as du-
Classificação dos Numerais as") e são largamente empregados para retomar pares de
Cardinais: indicam contagem, medida. É o número seres aos quais já se fez referência.
básico. Por exemplo: um, dois, cem mil, etc.
Ordinais: indicam a ordem ou lugar do ser numa série Exemplo:
dada. Por exemplo: primeiro, segundo, centésimo, etc. Pedro e João parecem ter finalmente percebido a
Fracionários: indicam parte de um inteiro, ou seja, a importância da solidariedade. Ambos agora partici-
divisão dos seres. Por exemplo: meio, terço, dois quin- pam das atividades comunitárias de seu bairro.
tos, etc.
Multiplicativos: expressam ideia de multiplicação dos Observação: a forma "ambos os dois" é considerada
seres, indicando quantas vezes a quantidade foi aumen- enfática. Atualmente, seu uso indica afetação, artificia-
tada. Por exemplo: dobro, triplo, quíntuplo, etc. lismo.
45
LÍNGUA PORTUGUESA
bios comuns: os de modo, os de lugar, os de tempo, etc. (2) Quero saber quando será a reunião.
- exceto o grupo especialíssimo dos advérbios de in-
tensidade: muito, pouco, mais, menos, bastante, as- 2.3. modo: como
saz, demasiadamente, excessivamente, etc. Estes po- Exemplos:
dem também modificar adjetivos ou outros advérbios: (1) Como proceder num momento tão importante?
Exemplos: (2) Quero saber como proceder num momento tão
(1) Ele corre muito (modifica o verbo correr) importante.
(2) Ele está muito feliz (modifica o adjetivo feliz)
(3) Ele mora muito longe (modifica o advérbio lon- 2.4. causa: por que, por quê
ge). Exemplos:
(1) Por que você aceita tudo passivamente?
É muito comum, portanto, a construção [muito + pa- (2) Quero saber por que você aceita tudo passi-
lavra], onde "uma palavra" pode ser qualquer advérbio vamente.
- inclusive alguns de intensidade. "Ele lê mais que o
irmão" é diferente de "ele lê muito mais que o irmão"; 3. Locução adverbial
da mesma forma, uma coisa é "comer pouco"; outra, é Duas ou mais palavras com valor de advérbio. É
"comer muito pouco", que é uma forma intensificada de formada de preposição mais substantivo ou advérbio.
"pouco", equivalendo ao superlativo "pouquíssimo". Exemplo:
Nessa mesma posição, o advérbio bem, que funciona Rubens estava morrendo de medo.
normalmente como advérbio de modo, pode também (locução adverbial que expressa a circunstância de
operar como advérbio de intensidade, como sinônimo de causa)
muito: "ele come bem pouco", "ele está bem feliz".
Algumas locuções adverbiais:
1. Classificação: às vezes, às cegas, às escuras, às claras, às tontas, às
1.1. Tempo (sempre, amanhã, ontem, agora, já, cedo, pressas, de chofre, vez por outra, de tempos em tempos,
tarde, antes, depois, nunca, jamais, outrora, breve, diari- de onde em onde, de cima, de cor, de qualquer modo, de
amente, anteriormente ...) propósito, em breve, de quando em vez, pouco a pouco
etc.
1.2. Lugar (aqui, ali, lá, acolá, cá, além, aquém, perto,
longe, fora, dentro, onde, acima, adiante, algures, (em Não procure decorar os advérbios ou locuções adver-
algum lugar), alhures (em outro lugar), detrás, defronte, biais. O que faz com que uma palavra pertença a uma
junto ...) classe é a relação que ela estabelece com as outras. Por
exemplo, a palavra meio pode ser advérbio, mas nem
1.3. Modo (bem, mal, melhor, pior, certo, também, sempre o será. Veja:
debalde, depressa, assim, devagar, e em geral os adjeti- Exemplos:
vos femininos com o sufixo –mente: amavelmente, (1) Estava meio atrasado. (advérbio)
rapidamente ...) (2) Resolvi dar meia volta. (numeral)
(3) O meio universitário era favorável para a disse-
1.4. Intensidade (tão, muito, pouco, bastante, menos, minação daquelas ideias. (substantivo)
mais, assaz, quão, ou quanto ...)
4. Alguns usos especiais dos advérbios
1.5. Afirmação (sim, realmente, perfeitamente, pois 4.1. O uso sucessivo de dois ou mais advérbios de
não, pois sim, positivamente, efetivamente, incontesta- modo terminados por –mente permite que somente o
velmente, deveras ...) último receba o sufixo. Entretanto se quiser enfatizar o
enunciado, a repetição será correta.
1.6. Negação (nem, não, nunca, nada, jamais, tampouco Exemplo:
...) O violonista tocava lenta e apaixonadamente du-
rante a madrugada.
1.7. Dúvida (provavelmente, talvez, porventura, acaso,
quiçá, eventualmente ...) 4.2. Às vezes, um adjetivo na forma masculina pode
exercer valor de advérbio.
2. Os advérbios interrogativos podem expressar Exemplo:
circunstâncias de: Brasil venceu fácil o último jogo.
(venceu facilmente)
2.1. lugar: onde, aonde, de onde
Exemplos: 4.3. Meio, como advérbio, não deve variar em gênero
(1) Onde está você? e número.
(2) Quero saber onde está você. Exemplo:
Esse tempo é meio louco.
2.2. tempo: quando 4.4. A palavra primeiro pode funcionar como advér-
Exemplos: bio, caso modifique um verbo.
(1) Quando será a reunião? Exemplo:
46
LÍNGUA PORTUGUESA
Não pegue a bola, eu a vi primeiro. Diante de particípios que atuam como adjetivos, são
empregadas as formas analíticas mais bem e mais
4.5. Os advérbios aqui e aí podem significar neste mal.
momento. Exemplos:
Exemplos: (1) Ele é o mais bem informado dos jornalistas (e
Aqui acaba a conferência. não o melhor informado)
Aí ela falou: você não vem? (2) Este edifício é o mais mal construído de todos (e
não o pior construído)
4.6. Otimamente é grau superlativo de bem e pessi-
mamente, de mal. 7. Grau superlativo
Exemplos: 7.1. Analítico – é obtido por meio do uso de um ad-
Agiu otimamente comigo. vérbio de intensidade.
Falou pessimamente na reunião. Exemplo:
Ele procedeu muito calmamente.
5. Palavras denotativas
Algumas palavras, por não se enquadrarem entre os 7.2. Sintético – é obtido por meio do uso do sufixo –
advérbios devem receber classificação à parte: íssimo.
Exemplo:
5.1. inclusão: até, também, mesmo, inclusive,... Ela crê muitíssimo em si.
Exemplo:
Até o professor riu-se.
6.2. de superioridade
Exemplo: QUESTÃO 2
Ele agia mais friamente (do) que o comparsa. Classifique os advérbios terminados em –mente, segun-
do as opções abaixo;
6.3. de inferioridade
Exemplo: Modo/tempo/intensidade
Ele agia menos friamente (do) que o comparsa. a) “Tati era assim extremamente frágil” (Aníbal Ma-
chado)
Para os advérbios bem e mal, as formas de compara- b) “Queria o meu amor completamente livre.” (Cecília
tivo são sintéticas (melhor e pior). Meireles)
Exemplo: c) “Já nem falava, saía de casa ultimamente.” (Charles)
Ele agia melhor (do) que o comparsa. d) “Caminhou até a sala penosamente.” (Lygia Telles)
Observação:
QUESTÃO 3
47
LÍNGUA PORTUGUESA
(PUC-SP) “De manhãzinha ensinaram que.” A expressão Assinale a alternativa cujo termo em destaque é advér-
adverbial expressa: bio.
a) diminutivo com valor afetivo a) Procuras o bem, e o bem terás.
b) aumentativo com valor afetivo b) Aconselhava-a para seu próprio bem.
c) diminutivo com valor de superlativo c) Compreenda-a bem, que sem ela tua vida será difícil.
d) locução adverbial com valor modal d) “Quero a primeira estrela que vier / para enfeitar a
e) locução adverbial com valor de situação noite do meu bem.”
QUESTÃO 4
Assinale a alternativa que preenche corretamente as
lacunas da frase, na sequência.
CONJUNÇÃO
Estou ... indecisa: não vou dizer ... verdades.
Ontem à noite faltou energia e eles ficaram ... decepcio- Esquema:
nados.
Volta e ... elas retornaram a essa questão ... controversa. aditivas
adversativas
a) meia – meias – meio – meia – meia COORDENATIVAS alternativas
b) meio – meias – meios – meia – meia conclusivas
c) meio – meias – meio – meia – meias explicativas
d) meio - meias – meio – meia – meio
e) meia –meias – meio – meio – meia causais
comparativas
QUESTÃO 5
concessivas
Os seus projetos são os ... elaborados, por isso garantem
verbas ... para sua execução e evitam ... entendidos condicionais
SUBORDINATIVAS consecutivas
a) melhor – suficientes – mal finais
b) mais bem – suficientes – mal temporais
c) mais bem – suficiente – mal proporcionais
d) melhor – suficientes – mau conformativa
e) melhor – suficiente – mau integrantes
QUESTÃO 6
A maioria dos advérbios terminados em –mente são Conjunções são palavras invariáveis que
classificados como advérbios de modo. Quando aplica- unem termos de uma oração ou unem ora-
dos ao texto, pode-se descobrir mais da relação que ções. Elas podem relacionar termos de mes-
estabelecem com os termos da oração. Desse modo, mo valor sintático ou orações sintaticamente equivalen-
relacione a coluna A com a coluna B, de acordo com o tes (orações coordenadas) ou podem relacionar uma
que se pede. oração com outra que nela desempenha função sintática
(oração principal e oração subordinada).
A
I- Advérbio caracterizando finalidade descritiva
1. Conjunção coordenativa
II- Advérbio caracterizando juízo de valor
III- Advérbio caracterizando avaliação de quem fala 1.1. Aditivas: estabelecem uma relação de soma entre
IV- Advérbio caracterizando um critério dois termos ou duas orações (e, nem, não só... mas
B também, como (depois de não só), como ou quanto
( ) Lamentavelmente, não teremos como concluir os (depois de tanto), etc.).
preparativos da festa no prazo previsto. Exemplos:
( ) “A noite obscenamente acesa / Sobre meu país di- (1) João trabalha e estuda.
vidido em classes.” (Ferreira Gular) (2) Ela não só compareceu à aula como trouxe os
( ) “Em primeiro lugar observemos o avô. Igualmente, livros.
lancemos um olhar para a avó.”
( ) Sofregamente, o homem vertia na boca a água que 1.2. Adversativas: quando estabelecem uma relação
lhe escorria pelo pescoço, pelo corpo, como a matar de oposição entre dois termos ou duas orações (mas,
também a sede da alma. porém, todavia, contudo, entretanto, no entanto, não
obstante, etc.).
A sequência correta será Exemplos:
a) IV – II – III – I (1) O doente sofria muito, mas não se queixava.
b) III – I – II – IV (2) A peça foi boa, contudo não agradou aos es-
c) II – IV – I – III pectadores.
d) III – II – IV – I
QUESTÃO 7 1.3. Alternativas: quando estabelecem uma relação de
alternância entre dois termos ou duas orações, podendo
48
LÍNGUA PORTUGUESA
acontecer os dois fatos ao mesmo tempo (ou, ou ... ou, (2) Esta obra é mais realista que aquela.
ora ... ora, já ... já, quer ... quer, seja ... seja, etc.).
Exemplos: 2.6. Concessivas: exprimem concessão (embora,
(1) Ou falarei agora, ou não falarei mais. conquanto que, ainda que, mesmo que, posto que, se
(2) Ora falava, ora chorava. bem que, por menos que, apesar de que, sem que
(equivalente a embora não), etc.).
1.4. Conclusiva: quando estabelecem uma relação de Exemplos:
conclusão ou consequência entre os dois termos ou duas (1) Paulo estudará medicina, embora não tenha
orações (logo, portanto, por isso, por conseguinte, vocação.
pois (posposta ao verbo)). (2) Ainda que corramos, não o alcançaremos.
Exemplos:
(1) Tens saúde, logo és feliz. 2.7. Conformativas: exprimem conformidade (con-
(2) O tempo ajudou, portanto a safra de arroz será forme, segundo, consoante, como e que (equivalentes
boa. a conforme)).
Exemplos:
1.5. Explicativas: quando estabelecem uma relação de (1) Fizemos o trabalho, conforme nos pediram.
explicação entre os termos ou duas orações, sendo que a (2) Procedeu como recomendei.
segunda oração explica, justifica a ideia expressa na
primeira (que, porque, porquanto, pois (anteposta ao 2.8. Consecutivas: exprimem com a segunda oração
verbo)). uma consequência ou resultado do que foi declarado na
Exemplos: primeira. É a conjunção que (precedida de tão, tanto,
(1) Corra, que vai chover logo! tamanho, tal), sem que, de sorte que, de modo que,
(2) Trabalhe, porque o trabalho traz felicidade. de forma que, de maneira que, que (equivalendo a
sem que).
2. Conjunção subordinativa Exemplos:
2.1. Temporais: exprimem circunstância de tempo (1) Procedeu de tal forma que ninguém o supor-
(quando, enquanto, logo que, depois que, antes que, tou.
sempre que, desde que, até que, assim que, etc.). (2) Trabalhei tanto, que cansei.
Exemplos:
(1) A natureza fica colorida, quando chega a pri- 2.9. Proporcionais: indicam aumento ou diminuição
mavera. que se faz paralelamente no mesmo sentido ou em sen-
(2) Quando cheguei, Paulo saiu. tido contrário a outro aumento ou diminuição (à pro-
porção que, à medida que, ao passo que, e quanto
2.2. Condicionais: exprimem condição (se, caso, con- mais, quanto menos, quanto maior, quanto menor,
tanto que, salvo se, exceto se, a menos que, desde que quanto melhor, quanto pior (em correlação com tanto
(com verbo no subjuntivo), a não ser que, etc.). mais, menos, maior, menor, pior), etc.).
Exemplos: Exemplos:
(1) Irei à escola, desde que não chova. (1) Nossas dúvidas aumentaram à medida que es-
(2) Se não chover, irei ao cinema. tudamos.
(2) Quanto mais distante do objeto, menor ele pa-
2.3. Causais: exprimem circunstância de causa (por- rece.
que, que, porquanto, já que, visto que, uma vez que,
como (no início da frase), desde que, etc.). 2.10. Integrante: completam com a segunda oração o
Exemplos: sentido da primeira (que e se).
(1) Estudo porque gosto. Exemplos:
(2) Eu não viajei porque não dispunha de recur- (1) Quero que estudes.
sos. (2) Exigimos que digas a verdade.
2.4. Finais: exprimem finalidade (para que, a fim de As locuções conjuntivas são duas ou mais palavras que
têm valor de conjunção.
que, para que (de modo que, de forma que, de ma-
neira que, de sorte que, etc.)). •Gosto de viajar de navio, no entanto, prefiro o avião.
(adversativa)
Exemplos:
(1) Falei alto a fim de que me ouvissem. •Saí de casa muito atrasado, por conseguinte não con-
(2) Estuda para que não sejas reprovado. segui chegar na hora marcada. (conclusiva)
•Uma vez que ele chegou até aqui, merece ir até o fim.
(causal)
2.5. Comparativas: estabelecem comparação (como,
•Comprarei as passagens, ainda que precisemos viajar à
assim como, que ou do que (precedido de mais, menos,
noite. (concessiva)
maior, menor, melhor, pior), qual ou como (precedido
•Posso fazer-lhe este favor, contanto que não me peça
de tal), como ou quanto (precedido de tanto, tão), etc.).
mais nada. (condicional)
Exemplos:
(1) Paulo é tão trabalhador como João.
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QUESTÃO 4 D - alívio
Com referência às alternativas propostas, analise-as de ( ) Nossa! Como você é formidável!
acordo com o código em evidência, levando em consi- ( ) Ufa! Terminamos o trabalho em tempo hábil.
deração o valor semântico estabelecido pelas preposi- ( ) Credo! Não gostei do que você falou.
ções destacadas: ( ) Nossa! Que homem estranho está percorrendo pelas
ruas do bairro.
A – Causa
B – Posse QUESTÃO 8
C – Companhia Substitua os termos em destaque por preposições cor-
D – Finalidade respondentes:
E – Assunto
a – Fiquem quietos! A aula já começou.
( ) O livro do professor está emprestado aos alunos. b – Não aprovo! Sua atitude desagradou a todos.
( ) Fomos com os amigos ao cinema. c - Vais conseguir! Sigas adiante, pois serás um vence-
( ) O animal morreu de fome. dor.
( ) Fizemos o trabalho sobre questões ambientais. d - Esteja mais atento! Esta estrada oferece riscos aos
( ) O cenário encontra-se ornamentado para as festivi- condutores.
dades.
QUESTÃO 5
FRASE / ORAÇÃO / PERÍODO
Atribua às orações abaixo, uma interjeição correspon-
dente ao contexto expresso pelas mesmas: 1. A frase é a unidade que em uma situação de comu-
nicação é capaz de transmitir um pensamento completo.
a - __________ que bom seria se não tivéssemos que Exemplos:
nos preocupar com a falta de segurança. (1) - Bom dia!
b – Não consigo resolver esta questão. ________ estou (2) - Silêncio!
bastante preocupada, pois não entendi toda a matéria. (3) Estudar sempre deu bons resultados para aqueles
c - ________ você obteve o primeiro lugar na competi- que querem passar.
ção! (4) As pessoas que acreditam vencem, aquelas que
d – Acho que esta pessoa que está passando por ali é um não acreditam...
amigo que não vejo há anos. ________ espere, preciso
falar contigo. As frases podem vir com verbos (3) e (4) – frases
verbais - ou sem verbo (1) e (2) – frases nominais.
QUESTÃO 6
O poema de José Paulo Paes perfaz-se de algumas inter- 2. A oração é o enunciado construído com um verbo ou
jeições. Analise-as respondendo ao seguinte questiona- uma locução verbal, podendo ter sentido completo ou
mento: não.
Exemplos:
Canção de exílio facilitada (1) Estude sempre.
lá? (2) Não chore por mim.
ah! (3) Precisamos que vocês nos consultem sempre.
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LÍNGUA PORTUGUESA
MORFOSSINTAXE
O estudo da língua requer um tratamento morfossintático, isto é, que leve em conta as relações morfoló-
gicas e sintáticas entre as palavras.
O agrupamento das palavras de acordo com a sua forma (classe gramaticais) deve ser feito com base na
função sintática. Não deve desvincular as classes gramaticais (morfologia) da sintaxe justamente porque as duas coexis-
tem e seus papéis só se definem no contexto. As palavras constituem grupos e ao serem combinadas adquirem papéis
sintáticos.
Analisar sintaticamente uma oração significa dividi-la em partes e estudar a relação existente entre elas. Dessa for-
ma, torna-se possível determinar a função que cada termo exerce na oração:
SINTAXE
Nessa oração há dois termos básicos: o sujeito (as 1.2. Sujeito composto
árvores humilhadas) e o predicado (bateram com os Estruturado em dois núcleos ou mais.
ramos no chão). Exemplos:
(1) Nos falaram o professor e a professora sobre
Sujeito a prova.
(2) Pai jovem, mãe jovem não deixam o menino.
Só faz sentido falar em sujeito quando se está lidan-
(3) Falam por mim os abandonados de justiça, os
do com orações, isto é, quando é possível perceber uma
simples de coração.
relação entre o termo e o verbo. Sujeito é uma função
(4) Os mortos e feridos não precederam ali.
substantiva da oração porque são os substantivos e as
palavras de valor substantivo (pronomes e numerais
substantivos ou outras palavras substantivadas) que 1.3. Sujeito oculto ou elíptico ou desinencial
atuam como núcleos dessa. Observe a classe gramatical O núcleo do sujeito determinado está implícito na
a que pertencem os núcleos dos sujeitos seguintes: forma verbal ou no contexto. É o que ocorre quando a
terminação verbal dispensa o uso do pronome pessoal
CIDADÃOS (SUBST.) correspondente.
ALGUNS (PRONOME) Exemplos:
AMBOS (NUMERAL) DEMONSTRARAM SEU DESEJO. (1) Estou acostumado a isso.
APOSENTADOS (sujeito: eu)
(ADJ. SUBSTANTIVADO)
(2) Trouxemos as encomendas.
(sujeito: nós).
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LÍNGUA PORTUGUESA
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LÍNGUA PORTUGUESA
Minha namorada me deu dois beijos ontem. 1.2. Verbos transitivos – são verbos que têm senti-
sujeito predicado do incompleto, por isso pedem complemento.
Encontrado o sujeito de uma oração, o que sobra Transitivos diretos – não são introduzidos por
constitui o predicado. preposição obrigatória.
Todo predicado traz uma palavra mais importante, Exemplos:
aquela que está diretamente ligada ao núcleo do sujeito. (1) [Perdi o bonde e a esperança.] predicado verbal
A essa palavra damos o nome de núcleo.
objeto direto
Exemplo: (2) O professor corrigiu as provas.
(3) Trouxeram as encomendas.
O amigo do meu vizinho joga bola todos os dias.
Sujeito predicado Transitivos indiretos – são introduzidos por
preposição obrigatória.
Para analisarmos a importância do verbo no predica- Exemplos:
do, devemos, em primeiro lugar, analisar os verbos (1) [Atentou contra a vida do rei.] predicado verbal
nocionais e os não-nocionais.
objeto indireto
Os verbos nocionais ou significativos são os que (2) Os alunos [foram informados da alteração.]
exprimem processos, ou seja, indicam ação, aconteci-
mento, fenômeno natural, desejo, atividade mental. objeto indireto
Esses verbos são núcleos dos predicados em que apare- (3) [-Precisa-se de empregados.]
cem. Os nocionais podem ou não ser acompanhados de
complementos, de acordo com sua transitividade. objeto indireto
Já os verbos não-nocionais ou não significativos
exprimem estado; são mais conhecidos como verbos de Transitivos diretos e indiretos – são verbos
ligação: ser, estar, permanecer, ficar, continuar,
que se fazem acompanhar de dois complementos, um
tornar-se, virar, andar, achar-se, passar (a), acabar,
deles introduzido por preposição obrigatória e outro
persistir, etc. Os verbos não-nocionais fazem sempre
não.
parte do predicado, mas não atuam como núcleos.
Exemplos:
(1)
Às vezes, dependendo do contexto, o verbo pode ser
Mostrei meu trabalho a todos.
nocional ou não-nocional, é necessário portanto, consi-
VTD e I OD OI
derar a semântica da oração.
Exemplos: mostrar algo a alguém
(1) Ele anda cansado. (exprime estado)
(2) Ele anda depressa. (exprime ação) (2) Ele não me ouve, nem eu lhe dou tempo.
OI OD
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LÍNGUA PORTUGUESA
(2) A vida [é muito fácil.] predicado nominal Verbos (sentimentos) e objeto direto (pessoa)
(3) As taxas de inflação [permanecem elevadas.] Exemplos:
(4) O menino de rua [virou uma celebridade.] (1) Judas traiu a Cristo.
(5) [Permanecemos calados.] (2) Amemos a Deus sobre todas as coisas.
(6) A vida [é um constante retomar.]
Pronome pessoal oblíquo tônico
A função de predicativo do sujeito pode ser exercida Exemplos:
por termos que têm como núcleo um adjetivo, um subs- (1) Deste modo, prejudicas a ti e a ela.
tantivo ou uma palavra de valor substantivo. (2) Magoaram a ti.
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LÍNGUA PORTUGUESA
Observações:
É o termo que designa o agente da ação verbal na O.1) O adjunto adnominal é sempre parte de um ou-
voz passiva, formada por um verbo passivo (ser ou tro termo sintático que tem como núcleo um substan-
estar ou ficar) e o verbo principal (VTD ou VTD e I no tivo.
particípio). Em geral, o agente da passiva é precedido
pela preposição por e, raramente, pela preposição de.
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LÍNGUA PORTUGUESA
O.2) Predicativo do objeto X Adjunto adnominal (2) Aquela ação deixou o público indeciso.
Exemplos:
(1) José de Alencar deixou obras riquíssimas.
Já nessa expressão, ao substituir o objeto direto por
Nesse exemplo, a expressão em destaque é, sintati- um pronome pessoal (Aquela ação deixou-o indeci-
camente, adjunto adnominal. Se substituíssemos o so), a palavra indeciso não faz parte do objeto. Por-
objeto direto por um pronome oblíquo (José de tanto, o enunciado é predicativo do objeto.
Alencar deixou-a), riquíssima faria parte do objeto.
Portanto, a expressão em destaque é adjunto adno-
minal.
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LÍNGUA PORTUGUESA
c) b)
“Olho de longe o paquete, com uma grande indepen-
dência de alma,
e dentro de mim um volante começa a girar, lentamen-
te.
Os paquetes que entram de manhã na barra
Trazem aos meus olhos consigo
O mistério alegre e triste de quem chega e parte.”
(Fernando Pessoa)
a)
“Sobre a mesa no Domingo
(o mar atrás)
duas maçãs e oito bananas num prato de louça.
São duas manchas vermelhas e uma faixa amarela.”
(Ferreira Gullar) a) identifique , no texto da tira, o predicativo do sujei-
to e o termo a que ele se refere.
b)
“Página branca onde escrevo. Único espaço
de verdade que me resta. Onde transcrevo
o arroubo, a esperança, e onde tarde b) Passe a primeira oração para a voz ativa e classifi-
ou cedo deposito meu espanto e medo.” que a expressão cliente preferencial.
(Affonso Romano)
QUESTÃO 14
Identifique os apostos e os vocativos nos versos que ESTRUTURA DO PERÍODO
se seguem.
a) O período pode ser simples (quando
“Fonte, flor em fogo, constituído de uma só oração, que é chamada
que é que nos espera oração absoluta) ou composto (quando
por detrás da noite?” constituído de duas ou mais orações). O
(Ferreira Gullar) período composto pode ser por subordinação, por co-
b) ordenação ou, ainda por coordenação e subordinação.
“Conheço todas as roças
que neste chão podem dar: A oração subordinada desempenha função sintática de
o algodão, a mamona, outra oração. Essa relação se verifica, por exemplo,
a pita, o milho, o caroá.” entre um verbo e seus complementos (objeto direto,
(João Cabral de Melo Neto) objeto indireto): os complementos são determinantes
aos verbos. Outros termos subordinados são os adjuntos
adnominais e os adjuntos adverbiais. As orações subor-
QUESTÃO 15 dinadas classificam-se, de acordo com seu valor ou
Identifique os complementos nominais nos quadri- função, em substantivas, adjetivas e adverbiais.
nhos a seguir.
Forma das orações subordinadas:
a)
Desenvolvidas:
Apresentam verbo numa das formas verbais.
Apresentam normalmente conjunção ou pronome.
Reduzidas:
Apresentam verbo numa das formas nominais.
Não apresentam conjunção nem pronome; podem
apresentar preposição.
65
LÍNGUA PORTUGUESA
1a 2a 3a
Infinitivo Particípio Gerúndio
por ter perdido a e se lamenta-
Ela chorava
Substantivas: prova va.
Subjetiva OP em relação à
Predicativa Coordenada à
2a.e Coordenada Subordinada à 1a
Obj. direta a 1a
à3
Obj. indireta
Comp. nomi- Uma oração subordinada pode, ao mesmo tempo, ser
nal coordenada. Para isso, é indispensável que duas ou mais
Apositiva orações desempenham uma mesma função sintática de
Adjetivas: Adjetivas: Adjetivas: uma mesma oração.
Restritiva Restritiva Restritiva Exemplo:
Explicativa Explicativa Explicativa
Adverbiais: Adverbiais: Adverbiais: 1a 2a 3a
Temporal Temporal Temporal que o secretario renunci-
Causal Causal Causal Disse e saiu da sala.
ou
Condicional Condicional Condicional OP em subordinada
Concessiva Concessiva Concessiva subordinada à 1a e
relação à à 1a e coorde-
Final coordenada à 3a
2a e a 3 a nada à 2a
consecutiva
1a 2a
Exemplos: Seria desejável a participação dela. => sujeito
(1) Nossos votos são a vitória dos alunos. => predicativo
Percebeu que os homens se aproximavam. A Pátria deseja a colaboração de todos. => OD
Funciona como complemento do A convocação depende da existência de vagas. => OI
Verbo Transi- verbo transitivo, isto é, objeto dire- Ele tem confiança em nossa pesquisa. => CN
tivo Direto to oracional da forma verbal per- Peço-te este favor: o teu honesto depoimento. => ap.
cebeu.
Oração Oração Subordinada Substantiva Observe que nos exemplos acima o núcleo dos ter-
Principal Objetiva Direta mos que complementam a 2a estrutura é um substantivo.
Troquemos o núcleo substantivo (termos grifados) por
(2) um verbo, formando orações. Dessa forma, teremos
A aluna chorava por ter perdido a prova. orações que fazem o papel de substantivo e complemen-
Desempenha a função de ad- tam a principal.
Verbo Intransitivo junto adverbial oracional de
causa 1a 2a
Oração Subordinada Adverbial Seria desejável que ela participasse.
Oração Principal Nossos votos são que os alunos vençam.
de Causa
A Pátria deseja que todos colaborem.
A convocação depende de que existam vagas.
A oração coordenada participa do período compos- Ele tem confiança em que nós pesquisemos.
to sem possuir interdependência sintática com outra Peço-te este favor: que deponhas honestamente.
oração.
Uma oração subordinada substantiva, quando desen-
Exemplo: volvida, será iniciada por:
A aluna chorava e se lastimava da sorte. Conjunção integrante:
Oração Coordenada Oração Coordenada QUE e SE
Observe que não se estabeleceu hierarquia entre es- Pronome interrogativo ou indefinido:
ses termos, pois eles são sintaticamente equivalentes e QUE, QUEM, QUAL, QUANTO
se relacionam. Nenhuma das orações desempenha papel
de termo da outra. Advérbio interrogativo
ONDE => lugar
Uma oração coordenada pode, ao mesmo tempo, ser QUANDO => tempo
principal. POR QUE (locução adverbial) => causa
COMO => modo
66
LÍNGUA PORTUGUESA
b) VPA => verbos “ser”, “estar” , “ficar” + particípio. Nestes casos, as orações destacadas (1a) são todas
objetivas diretas reduzidas de infinitivo e os pronomes
Exemplos: oblíquos são exclusivamente sujeitos dos infinitivos.
(1) Observe a transformação que se fez da reduzida (1a)
Foi observado o comportamento inadequado. para a desenvolvida (2a).
ser + particí- Sujeito
pio 3. Objetiva indireta
Funcionam como objeto indireto do verbo da oração
Foi observado que se comportou inadequadamente. principal.
OP O. Sub. Subst. Subjetiva Exemplos:
(1)
(2) Foi dito que tudo seria resolvido por ele. Nunca me esquecerei da sua lealdade.
(3) Foi decidido que não haveria convites. VTI Objeto Indireto
(4) Ficou aprovado que as cartas eram falsas.
(5) Jamais foi comentado quando ocorreria o fato. Nunca me esquecerei de que você me foi leal.
(6) Estava decidido que ele viajaria hoje.
OP O. Sub. Subst. Objetiva Indi-
reta
67
LÍNGUA PORTUGUESA
(2) Lembre-se de que a vida é breve. (2) Sou favorável a que o prendam.
(3) O soldado insistia em que a prisão fosse feita. (3) Estava ansioso por que voltasses.
(4) Alguém me convencera de que eu devia viajar. (4) Sempre tive certo de que você venceria.
(5) O carro pertencia a quem estudava no curso. (5) Sê grato a que te ensina.
(6) Aconselha-o a que trabalhe mais. (6) Levo a leve impressão de que já vou tarde.
(7) Lembrei-me de ajudá-lo em seus afazeres. (7) Estou ansioso por ir vê-lo.
(8) Encarregara-a de anunciar-se pessoalmente. (8) Tinha medo de não repararmos nele.
Observação: 6. Apositivas
É frequente a elipse da preposição: Atuam como aposto de um termo da oração princi-
Exemplos: pal.
(1) “Não me lembrei (de) que estava diante de um Exemplos:
cavalheiro...” (Camilo Castelo Branco) (1)
(2) “Esqueceu-se (de) que tenho cinquenta anos? O rei deu esta ordem: a entrega do ouro.
(Camilo Castelo Branco) suj. VTD OD aposto
(3) Ela não gosta (de) que a chamem de vovó.
O rei deu esta ordem: que lhe entregasse o ouro
4. Predicativas OP O. Sub. Subst. Apositiva
Atuam como predicativo do sujeito da oração princi-
pal. Ela só aparece com a presença do verbo de ligação (2) Só resta uma alternativa: que encontre o ouro.
na oração anterior, com o seu sujeito expresso também (3) Só desejo uma coisa: que vivam felizes.
na oração anterior. (4) Disse algo terrível: que levaria minha amada.
Exemplos: (5) “Confesso uma verdade: eu era um homem puro”
(1) (Carlos Povina Cavalcanti)
A solução seria a adoção de outra medida. (6) “Mas diga-me uma cousa, essa proposta traz al-
sujeito + VL predicativo do sujeito gum motivo oculto?” (Machado de Assis)
(7) Um fato permanecia insolúvel: terem eles partido.
A solução seria que adotassem outra medida. (8) És bonita e inteligente; só te falta uma coisa: seres
OP O. Sub. Subst. Predicativa humilde.
(9) Isto me aflige: viverem sem nenhum teto.
(2) Não sou quem você pensa.
(3) Seu receio era que chovesse. ORAÇÕES SUBORDINADAS
(4) José foi quem trabalhou mais.
(5) Meu medo é que ele não cumpra a palavra. ADJETIVAS
(6) Minha esperança era que ele desistisse.
(7) A sua intenção era comunicar. Desempenham papel de adjetivo, servindo de elemento
(8) Meu desejo é descobrires a melhor forma de vi- modificador de um substantivo.
ver. Exemplo:
(9) O quadro parecia não ser de Renoir.
O professor gosta dos alunos estudiosos
Observação: Sujeito VTI OI Adjunto Adnominal
Em alguns casos, bons escritores as realçam com a
preposição expletiva de. O professor gosta dos alunos que estudam
Exemplo: OP O. Sub. Subst. Adje-
“A impressão é de que uma e outra seriam a mes- tiva
ma coisa.”
(Carlos Castelo Branco) As orações adjetivas são, na maioria das vezes, in-
troduzidas pelos
pronomes relativos14
5. Completivas nominais advérbio relativo (como = por que, pelo qual, pela
Têm a função de complemento nominal de nomes qual)
(substantivos, adjetivos, advérbios) da oração principal. pronome indefinido “quem”, sem antecedente.
Exemplos: Exemplos:
(1) (1) Há coisas que nos comovem.
Tenho muito receio da volta da ditadura. (2) Encarecemos as qualidades de quem amamos.
VTD núcleo do Complemento Nominal (3) Admiro a maneira como ele estuda.
OD
A mulher [Ele amava a mulher.] fugiu com outro. O.2) No exemplo (11), faz-se alusão a um país cu-
objeto direto prep. ja circunstância é bem conhecida. A informação
de que ele não trata a educação como prioridade é
O pronome relativo quem tem função sintática de considerada um fato evidente. Já no exemplo (2),
objeto direto preposicionado do verbo amar. faz-se afirmação de caráter amplo, integral, que se
aplica a todo e qualquer país que não trata a edu-
Em relação ao termo que modificam, as orações su- cação como prioridade.
bordinadas adjetivas podem ser:
O.3) Note que nos exemplos (3) e (4) não se pode
restringir “a mãe dele” ou “Deus” que é somente
1. Explicativa
um ser.
Explicam ou esclarecem o termo antecedente, atribu-
indo-lhe uma qualidade que lhe é inerente ou acrescen-
O.4) Às vezes, a lógica determinará ser a oração
tando-lhe uma informação. Elas são isoladas por vírgu-
adjetiva restritiva ou explicativa. Outras vezes,
las.
porém, só ao autor da frase caberá especificar.
O analisador terá que interpretar o texto, de acor-
Exemplos:
do com a intenção do autor.
(1) Os homens, [que são seres racionais,] merecem
nosso diálogo.
Exemplo:
O. Sub. Adjetiva Explicativa
(1) Meu sobrinho que mora no Rio de Janeiro
tem qualidades incríveis.
(2) O país, que não trata a educação como priorida-
de, não pode fazer parte do rol das nações civilizadas.
Considerando que ninguém é obrigado a saber
(3) Até a mãe dele, que era justa, envolveu-se na briga.
quantos sobrinhos têm o autor da frase, o aluno
(4) Deus, que é nosso pai, nos salvará.
deverá seguir o raciocínio deixado pelo autor, ou
(5) Vozes d’África, que é um poema épico, é uma jóia
seja, que ele tem mais de um sobrinho e um deles
do Romantismo.
mora no Rio de Janeiro.
(6) O homem, que é simples mortal, julga-se eterno.
(7) O vento, a soprar, conduzia folhas, sonhos.
O.5) A respeito da oração reduzida de particípio,
(8) Um bêbado, cambaleando, atravessou a madrugada.
às vezes o particípio pode ser adjunto adnominal
(9) Os livros, pouco valorizados pelos homens, contêm
(São 10 alunos aprovados) ou predicativo (Vi jo-
muitas vezes deleitosas soluções para os problemas
gada no chão a minha blusa => Vi-a no chão jo-
humanos.
gada).
2. Restritiva
Restringem ou limitam o sentido do termo a que se
refere.
ORAÇÕES SUBORDINADADAS
(10) Os homens [que são fiéis] merecem nosso respeito ADVERBIAIS
O. Sub. Adjetiva Restritiva São subordinadas adverbiais as orações que, introduzi-
das por conjunções subordinativas (exceto as integran-
(11) O país que não trata a educação como prioridade tes), equivalem a um advérbio (ou locução adverbial).
não pode fazer parte do rol das nações civilizadas. Sintaticamente, exercem a função de adjunto adverbial
(12) Pedra que rola não cria limo. da oração principal.
69
LÍNGUA PORTUGUESA
(2) Sua aversão a gatos era tanta que não entrou na (2) Tornavam-se mais amigos, à proporção que se
casa. conheciam melhor.
(3) O dólar subiu tanto que dificultou as compras no
exterior.
(4) Não consigo ver televisão sem bocejar. ORAÇÕES COORDENADAS
6. Concessivas
Expressam uma concessão, ou seja, apresentam um 1. Assindética
fato que, embora contrário ao fato mencionado na ora-
ção principal, permite que este ocorra. São introduzidas São orações coordenadas que não se introduzem por
pelas conjunções subordinativas concessivas (embora, conjunção.
mesmo que, conquanto, se bem que, etc.):
Exemplos: 1a 2a
(1) A sala parecia na penumbra, embora houvesse luz. [Apita o árbitro,] [começa o jogo.]
(2) Terminaremos o relatório, mesmo que nos atra-
semos um pouco. No período acima, nenhuma das orações se liga
(3) Ainda que quisesse, não poderia ir ao jogo. sintaticamente a um termo da outra, por isso são coor-
(4) Ofendi-os sem querer. denadas.
(5) Mesmo correndo, não o alcançou. Cada oração tem todos os termos para estar comple-
(6) Mesmo oprimidos, não cederemos. ta:
1a. oração: VI + sujeito : árbitro
2a. oração: VI + sujeito: o jogo
7. Temporais
Quando as orações são independentes, elas podem
Expressam uma circunstância de tempo em relação
sozinhas formar período.
ao fato mencionado na oração principal. São introduzi-
Exemplos:
das pelas conjunções subordinativas temporais (quando
(1) [Vim], [vi], [venci].
logo que, desde que, enquanto, etc.):
(2) [“A noite avançava,][há uma paz profunda na casa
Exemplos:
deserta.”] (Antônio O. Pereira)
(1) O jogador só se ergueu, depois que foi medicado.
(3) [“Jonas dá o sinal de partida,] [as lanchas se movi-
(2) Mal o juiz leu a sentença, o réu saiu acompanhado
mentam lentamente,] [os saveiros acompanham.”] (Jor-
pelos policiais.
ge Amado)
(1) Ouvi a secretária eletrônica, logo que cheguei ao
(4) [“Avancei lentamente até o bueiro,] [sentei-me.”]
escritório.
(Graciliano Ramos)
(2) Ao despedir-se, choraram.
Os cinco períodos são independentes, ou seja, não há
(5) Chegando lá, avise-me.
entre si relação de dependência sintática e, além do
(6) Acabada a cerimônia, demos a volta ao adro.
mais, são assindéticas, pois não possuem conectivos.
2. Sindéticas
8. Finais
São orações que se prendem às outras pelas conjun-
Expressam a finalidade (o objetivo) do fato mencio-
ções coordenativas.
nado na oração principal. São introduzidas pelas con-
junções subordinativas finais (para que, a fim de que,
porque, etc.): 2.1. Aditivas
Exemplos: Expressam adição, sequência de pensamento.
(1) Treinou vários meses a fim de que vencesse no
campeonato. Exemplos:
(2) Ele estudava, para que tivesse um futuro melhor. (1)
(3) Os marinheiros deixaram os navios a fim de co- A doença vem a cavalo e volta a pé.
nhecer a cidade. O. C. Assindética O. C. Sindética Aditiva
(4) O animal feroz mata para se alimentar.
(2) Veem o inimigo, perdem a cabeça e saem em dis-
parada.
9. Proporcionais (3) As pessoas não se mexiam nem falavam.
Expressam proporcionalidade em relação ao fato (4) Gilberto Gil canta e compõe muito bem.
mencionado na oração principal. São introduzidas pelas (5) Ele não é só lindo, como também inteligente.
conjunções subordinativas proporcionais (à medida (6) Os livros não somente instruem mas também diver-
que, à proporção que, quanto mais ... mais, etc.): tem.
Exemplos:
(1) À medida que subíamos a serra, víamos um vasto Observação:
vale, lá embaixo. No último exemplo, a oração aditiva aparece corre-
lacionada por meio do par correlato “não só...”,
“mas também...”, que apresenta as variantes: não
71
LÍNGUA PORTUGUESA
Nesse caso a causa (a chuva) precede a conse- 14) Cheguei a esta conclusão: que a tarefa era impossí-
quência (as ruas molhadas). vel.
15) Lembre-se de que chegaremos cedo.
16) São raras as pessoas que vivem tranquilamente.
ORAÇÕES INTERCALADAS OU 17) Acredita-se que o urânio produza o rádio.
18) Convém que te justifiques.
INTERFERENTES 19) Dava a impressão de que o dia acabava.
20) Sou favorável a que o libertem.
São a que interrompe a sequência de uma outra e se 21) Peço-te este grande favor: que deponhas honesta-
interpõem a ela a título de esclarecimento ou de uma mente.
informação paralela. 22) Disseste-lhe que precisavas estudar?
Exemplos: 23) Ele estava convicto de que seria um excelente advo-
(1) Um dia – que linda manhã fazia – resolvemos um gado.
grande problema.
(2) A vida, sempre me dizia a mamãe, haverá de mos- QUESTÃO 3
trar-lhe a verdade. Classifique as orações substantivas dos períodos
abaixo:
16) Gostaria muitíssimo de que o Rio Tietê fosse menos 27) O êxito depende de teres confiança em ti mesmo.
poluído. 28) Tenho esperança de ser eleito este ano.
17) Os tolos morrem antes, pois o mundo é dos espertos. 29) O mais certo é desistires desta loucura.
18) Como a música estivesse alta, não ouvimos a cam- 30) Uma coisa me assombrava: terem eles mentido.
painha. 31) Nossa teoria fora a primeira a cair por terra.
19) A esperança será que as profecias de Nostradamus 32) Não iremos hoje, apesar de já termos as passagens.
sejam erradas. 33) Ao entrar o diretor, os alunos se levantaram.
20) O diretor não diz sim, nem diz não. 34) Em vista de achar-me endividado, não pude apro-
21) Tudo é muito engraçado, desde que aconteça com os veitar o negócio.
outros. 35) Ergueu a lanterna para iluminar-nos a estrada.
22) Há plantas que são carnívoras. 36) O pregador encareceu a necessidade de sermos
23) Enquanto a vida termina, vai acabando a esperança. amantes da paz.
24) O homem veio do barro, portanto vive bem na lama. 37) Rogo-te responderes à carta urgentemente.
25) Fiz coisas de que me arrependi depois.
26) O cão rói o osso, pois não consegue engoli-lo. QUESTÃO 6
27) Ninguém deve viajar sem que se faça uma revisão Separe as orações dos períodos e classifique-as:
no carro. 01) Em alguns pontos, a areia é tão fofa e movediça que
28) Insisti, todavia não consegui. os animais das tropas viajeiras arquejam de cansaço
29) Tanto os E.U.A . ofereceram dinheiro que compra- quando vencem aquele terreno incerto.
ram o Havaí.
30) Fizeram coisas boas que trouxeram muitos benefí- 02) Ele falou de minha mãe com tanto carinho que me
cios. cativou, embora eu ficasse enciumada.
31) Ou desce já, ou pegarei à força.
32) Vou insistir bastante até que consiga. 03) Depois que ele partiu, tão grandes foram as mudan-
33) Ninguém percebeu que a casa foi assaltada. ças que terá surpresas quando voltar.
34) Beber demais prejudica a saúde, portanto devemos
ser moderados. 04) Quando o Oceano arremessa a fúria de suas águas
35) Será evidente que os feriados serão bem aproveita- contra o Amazonas, o rei dos rios ruge furioso se os
dos. vagalhões ameaçam seu colossal império.
36) Tiveram a chance de que gritassem com o gol.
QUESTÃO 7
QUESTÃO 5 Leia a letra desta música do conjunto Legião Urba-
classifique as seguintes orações reduzidas: na:
01) Construída a estrada, tornar-se-á fácil ir ao Norte.
02) Insisto em seres leal. Meninos e Meninas
03) Sabemos estar você muito triste.
04) Terminado o recital, o artista foi aplaudido. Quero me encontrar mas não sei onde estou
05) Preparando-se para o jogo, os meninos não irão sair. Vem comigo procurar algum lugar mais calmo
06) Todos fizeram o firme propósito de não mais falar Longe dessa confusão
da vida alheia. E dessa gente que não se respeita
07) Era preciso rezarmos àquela hora. Tenho quase certeza que eu
08) Já pedi dinheiro para comprar mais selos. Não sou daqui.
09) A velhinha, arrastando a cesta pesada, agradeceu a Acho que gosto de São Paulo
caridade... E gosto de S. João
10) Descoberto o perigo, procurou-se evitá-lo. Gosto de S. Francisco
11) As crianças, brincando pelas ruas, alegravam os E S. Sebastião
transeuntes. E eu gosto de meninos e meninas.
12) Estas são as entradas obtidas no clube. Vai ver que é assim mesmo e vai ser assim pra sempre
13) É necessário você entender isto. Vai ficando e ao mesmo tempo diferente
14) Meu consolo era alegrar aquela menina. Estou cansado de bater e ninguém abrir
15) Disse não saber de nada. Você me deixou sentindo tanto frio
16) Convém apurares a verdade. Não sei mais o que dizer.
17) Fazer o bem é um dever. Te fiz comida
18) O pai pediu ao filho para brincar menos. Velei teu sono
19) Tenho certeza de ser bem sucedido. Fui teu amigo
20) O essencial é salvarmos nossa alma. Te levei comigo e me diz
21) O diretor concordou em realizar o concurso. Pra mim o que é que ficou?
22) Nada farei sem você ordenar. Me deixa ver como viver é bom (...)
23) Não obtendo resultado, fustigou-o com a bainha da Acho que o imperfeito não participa o passado
faca. Troco as pessoas
24) O mais certo é não dirigires sem carteira. Troco os pronomes(...)
25) É possível começarmos no próximo sábado. Acho que te amava
26) Suponho serem eles os responsáveis. Agora acho que te odeio
74
LÍNGUA PORTUGUESA
cência espera a mocidade, o pobre espera socorro, o Sujeito Verbo Objeto Adj Adv
jogador espera a sorte, os diversos tipos de náufragos Adj Adv, Sujeito Verbo Objeto
esperam a tábua; o cristão espera a vida eterna. Todos Sujeito ,Adj Adv, Verbo Objeto
esperam e tudo é espera.” (MELO, Ensaio..., p.86)
Dependendo do ponto de inserção, o elemento em
2.1. Separa os itens de uma enumeração destaque pode vir anteposto, posposto ou interposto em
Exemplo: relação ao sintagma central (verbo).
Serão discutidas as seguintes propostas: Exemplo:
entendimento do texto; Não desistirei do meu antigo projeto apesar das di-
abordagem da gramática textual; ficuldades.
elaboração de texto. Apesar das dificuldades15, não desistirei do meu an-
tigo projeto.
2.2. Separa os termos principais de um período, cujas Não desistirei, apesar das dificuldades, do meu an-
secundárias já foram separadas por vírgulas. tigo projeto.
Exemplo:
No almoço de domingo, alguns comiam; outros Separa o predicativo invertido ou intercalado
dormiam; quando cheguei, todos vieram ao meu (estado, qualidade, condição)
encontro.
Exemplo:
2.3. Separa orações coordenadas assindética ou com a O chefe chegou nervoso.
conjunção deslocada. Nervoso, o chefe chegou.
Exemplos: O chefe, nervoso, chegou.
(1) Existem muitos modos de odiar; existe um só
de amar. Separa os termos de uma enumeração (com a
(2) Ela queria ajudar; não pôde, porém, deixar o mesma função sintática – períodos simples ou compos-
trabalho. to)
Exemplos:
3. Vírgula (1) Havia portugueses, brasileiros, cubanos naquela
A ligação que o sujeito e predicado mantêm entre si cidade.
não pode ser rompida por meio de vírgula. (2) “Eles que suportam o delírio, a peste, o fel na
Exemplo: língua, o mormaço, as câimbras de sangue (...)” (Dal-
Todas as tentativas de mudar a relação entre capital e ton Trevisan)
trabalho resultaram em fracasso.
Observação:
A vírgula é um sinal usado para separar unidades en- Se, antes do último termo, houver conjunção “e”, a
cadeadas numa relação mais estreita dentro da hierar- vírgula deverá ser omitida.
quia sintático-semântica, ele é aproveitado para assina- Exemplo:
lar um maior grau de afastamento entre os constituintes Eles que suportam o delírio, a peste, o fel na língua,
de um sintagma mais complexo. o mormaço e as câimbras de sangue.
(3) “Poeta sou; pai, pouco; irmão, mais.” (Manuel O.1) Se a conjunção vier deslocada, ela se apresenta-
Bandeira) (sou) rá entre vírgulas, como se pôde observar no período
acima (2).
Depois do “sim” e do “não” (usados nas respostas)
Exemplos: O.2) Usa-se a vírgula com a conjunção “e”:
(1) Sim, você vai ao cinema.
(2) Não, certamente não irá. a) Quando a conjunção aditiva aparecer repetida vá-
rias vezes:
3.2. Período composto E zumbia, e voava, e voava, e zumbia. (Machado de
A pontuação dos períodos compostos segue os Assis)
mesmos princípios que se adotam no período simples. A
vírgula, por exemplo, não deve separar da oração prin- b) Quando as orações coordenadas sindéticas possuí-
cipal os sujeitos oracionais, objetos diretos e indiretos rem sujeitos diferentes:
oracionais16, etc. Afinal vieram outros cuidados, e não pensei mais
nisso.
Separa orações subordinadas adjetivas explicati-
vas17; orações adverbiais pospostas à oração principal c) Quando for conjunção adversativa:
(facultativa)18; orações intercaladas e reduzidas; ora- Morava em um Estado, e votava em outro.
ções substantivas apositivas (deve ser separada da
oração por vírgula ou dois-pontos). d) Para enfatizar o último termo de uma série de co-
Exemplos: ordenadas:
(1) “Deus, que é pai de todos, sabia da luta que ela Chegou cedo, deitou, dormiu, e sonhou.
tivera.” (Adonias Filho)
(2) O sol, que é uma estrela, transforma a vida. Ideias paralelas dos provérbios
(3) Tudo continuará assim se você não interferir. Exemplos:
Ou (1) Casa de ferreiro, espeto de pau.
Tudo continuará assim, se você não interferir. (2) Tal pai, tal filho.
Ou
Se você não interferir, tudo continuará assim 4. Dois pontos
(4) Embora estivesse muito doente, compareci ao Indicam uma acentuada suspensão da voz, indicando
trabalho. que a frase não foi concluída. É frequente o seu uso
(5) Desta vez, disse ele, vai chover. para:
(6) O importante, insistiam eles, era que o plano
desse certo. 4.1. Introduzir citações e fala de personagens
(7) Terminada a aula, todos foram embora. Exemplos:
(8) Chegando os participantes, começaria a reuni- (1) Repetia as palavras do célebre autor: “O mun-
ão. do, sem a selva, será triste e mau.”
(9) O boato, de que o presidente renunciaria, foi (2) E ele falou:
fulminante. - Cala-te.
Separa orações assindéticas e sindéticas, exceto 4.2. Introduzir certos apostos e orações apositivas
quando iniciadas pela conjunção aditiva “e”. Exemplos:
Exemplos: (1) Tudo ameaçava as plantações: vento, enchen-
(1) Abriu a porta lentamente, sentiu o cheiro, foi até tes e até geadas.
a cozinha, desligou o fogo. (2) Disse-me algo horrível: que iria casar-se.
(2) Ela queria ajudar (;) (,) porém não pôde deixar o
trabalho. 4.3. Indicar esclarecimento
ou Exemplo:
não pôde deixar o trabalho, porém. Guardo o mundo na mão: não sei se sou feliz.
não pôde deixar, porém, o trabalho.
não pôde, porém, deixar o trabalho. 4.4. Introduzir uma enumeração explicativa
Exemplo:
Observações: “Dez animais para a ilha deserta: o gato, o cão,
o boi, o papagaio, o peru, o sabiá, o burrinho, o
vaga-lume, o esquilo e a borboleta.” (Guimarães
16
Pasquale e Ulisses afirmam que os períodos compostos nas orações Rosa)
subordinadas substantivas seguem os mesmos princípios que adotam
no período simples.
5. Travessão e parênteses
17
É comum o emprego de vírgula depois de orações subordinadas
adjetivas restritivas muito extensas, principalmente quando os verbos
são contínuos. São usados para separar elementos inseridos.
18
Pasquale e Ulisses comentam que a oração subordinada adverbial
sempre pode ser separada por vírgulas da oração principal. Essa sepa-
ração é facultativa quando a oração subordinada estiver posposta à 5.1. Se for muito longa a intercalação, ou quisermos
principal, entretanto é obrigatória quando a oração estiver intercalada ou dar relevo à palavra, expressão ou oração intercalada
anteposta.
77
LÍNGUA PORTUGUESA
podemos usar o travessão. Ou os parênteses quando a O.1) O uso adequado e pessoal do autor depende do
frase não tiver nenhuma relação sintática com o resto do domínio que ele tem das regras e o domínio extralin-
texto. guístico sobre a hierarquia do conteúdo veiculado no
texto.
Exemplo: O.2) A pontuação explicita as unidades sintático-
(1) “O homem saiu da tabacaria (metendo troco na semântico-comunicativas do texto. Isso implica do-
algibeira as calças?)” (J. A. dos Santos Araújo) mínio do espaço contido entre as regras
(2) O homem saiu da tabacaria – metendo troco na
algibeira as calças?
78
LÍNGUA PORTUGUESA
15. "Depois do enterro de Luísa Jorge despediu as b) vocativo, aposto, vocativo, oração adjetiva explica-
criadas." (Eça de Queirós) tiva;
16. "Desde as primeiras chuvas Dona lnácia iniciou c) enumeração, vocativo, expressão explicativa, ora-
seus preparativos de viagem." (Raquel de Queiroz) ção adjetiva explicativa;
17. "Para o coração pois não há passado nem futuro d) vocativo, expressão explicativa, oração explicativa,
nem ausência." (Rui Barbosa) enumeração.
18. "Às onze horas a sineta deu o sinal das aulas." (Ra-
ul Pompéia)
19. Na área econômica o novo presidente receberá um
país ainda envolvido na crise. CONCORDÂNCIA
20. Não sei se disse que isso se passava em casa de
uma comadre de minha avó. Concordância é a acomodação das flexões
21. Todos sabemos que as inovações em quaisquer das das palavras que se relacionam entre si na
atividades humanas especialmente nas artes área das frase.
intimidades profundas e delicadas do sentimento custam
a vencer as resistências oriundas da tradição e da inér- Concordância Verbal
cia.
22. "Meu antigo patrão Salustiano Padilha que tinha
levado uma vida de economias indecentes para fazer o 1. Sujeito simples
filho doutor acabara morrendo do estômago e de fome O verbo concorda em número e pessoa com o sujeito
sem ver na família o título que ambicionava." (Gracilia- simples.
no Ramos) Exemplo:
23. As casas são navios que enquanto mergulhamos no
sono levantam âncora para a travessia da noite. Os alunos
24. "Conforme declarei Madalena possuía um excelente Todos indicaram a solução.
coração." (Graciliano Ramos) Ambos
25. "Maria viúva quarenta e nove anos e João barbeiro Os pobres
de vinte e cinco eram amasiados há seis meses." (Dalton
Trevisan) Às vezes, em algumas construções, o falante da Lín-
26. "A premiação foi como devia ser exuberante." gua Portuguesa hesita no momento de estabelecer con-
(Raul Pompéia) cordância com o verbo.
27. "O povo se apinhava na avenida o dinheiro circula-
va alegremente as lâmpadas de carbureto espargiam 1.1. Expressão partitiva
sobre o burburinho focos de luz muito branca." (Raquel Quando o sujeito é formado por uma expressão parti-
de Queiroz) tiva – uma porção de, metade de, a maioria de, a maior
28. "Então tirou o roupão violentamente passou um parte de, grande parte de, parte de, – ou um coletivo
vestido sem apertar o corpete vestiu por cima um casaco seguido de um substantivo ou pronome no plural, o
largo de inverno atirou o chapéu para a cabeça despen- verbo poderá ou não ficar no plural.
teada saiu desceu a rua tropeçando nas saias." (Eça de Exemplos:
Queirós) (1) A maioria das pessoas estava / estavam par-
29. "O pêndulo iria de um lado para outro mas nenhum ticipando do festejo.
sinal externo mostraria a marcha do tempo." (Machado (2) Metade dos entrevistados não apresentou /
de Assis) apresentaram seus documentos.
30. "Já sabes que a minha alma por mais lacerada que (3) “A manada de touros tomava a paisagem em
tenha sido não ficou aí para um canto." (Machado de largura.” (João Cabral de Melo Neto)
Assis)
31. Para psiquiatras psicólogos e sociólogos o conflito Neto poderia colocar o verbo no plural para dar
familiar é inevitável e inerente à própria família. ênfase ao adjunto adnominal, isso, é claro, depen-
32. As economias do imperador no entanto não foram o de do estilo do autor.
bastante para levar adiante o projeto que se desenvolvia.
(4) Um bando de vândalos arrombou / arrom-
QUESTÃO 2 baram o departamento.
I – “...meus senhores, vós podeis dizer comigo...”
II – “...se deviam abrir estas memórias pelo princípio ou 1.2. Expressão que aponta quantidade aproximada
pelo fim, isto é, se poria em primeiro lugar...” Quando o sujeito é formado por expressão que
III – Moisés, que também contou a sua morte, não a pôs aponta quantidade aproximada – mais de, cerca de,
no intróito...” menos de, perto de – seguida de substantivo e numeral,
IV – “Este ar sombrio, estas gotas do céu, aquelas nu- o verbo concordará com o substantivo.
vens escuras que cobrem o azul como um crepe...” Exemplos:
(1) Cerca de mil pessoas fizeram manifestações
Assinalar a alternativa que justifica o uso da vírgula nos contra a reforma agrária.
trechos acima na ordem em que aparecem:
a) aposto, aposto, expressão explicativa, enumeração;
79
LÍNGUA PORTUGUESA
Exemplos:
Observação: (1) 1% não pagou a mensalidade.
Quando o enunciado mais de um se agregar a (2) 98% pagaram a mensalidade.
verbos que exprimem reciprocidade, o plural será
obrigatório. Quando o sujeito-porcentagem vier acompanhado de
Exemplo: substantivo, o verbo concordará com o substantivo.
Mais de um comissário se ofenderam na assem-
bléia. Exemplos:
(1) 65% dos alunos não pagaram a mensalidade.
1.3. Nomes próprios pluralícios19 (2) 1% dos alunos pagaram a mensalidade.
Quando o sujeito for formado de um nome próprio (3) 3% do eleitorado aceita a mudança.
plural, podem ocorrer as seguintes construções:
Se o nome não for precedido de artigo, o verbo fica 1.6. Um dos que... uma das que...
no singular. Quando o sujeito vier representado pelo pronome
Exemplos: relativo que acompanhado da expressão um dos ou
(1) “Minas possui montanhas e abismos.” (Carlos umas das, o verbo pode assumir a forma plural.
Drummond de Andrade) Exemplos:
(2) Estados Unidos detém a economia mundial. (1) O vice-presidente é um dos que apoia-
ram/apoiou a iniciativa.
Se o nome for precedido de artigo, o verbo irá para o (2) Zico foi um dos jogadores de futebol que
plural. mais encantaram a torcida.
Exemplos:
(1) Os Estados Unidos determinam a economia 1.7. Que (pronome relativo)
mundial. Quando o sujeito for representado pelo pronome
(2) Os sertões imortabilizaram o autor Euclides da relativo que, o verbo concordará com o termo a que ele
Cunha. se refere.
Exemplos:
Observação: (1) Tu, que falaste demais, vais negar tudo?
Com títulos de obras no plural e o artigo também no (2) Fui eu que paguei o mercado.
plural, o verbo ser pode ficar no singular caso o pre- (3) Fomos nós que pagamos o mercado.
dicativo do sujeito esteja no singular. (4) Infelizmente, existem homens que corrom-
Exemplo: pem a política mundial.
Os Sertões são (é) um grande livro sobre Canudos.
1.8. Quem
O pronome relativo quem como sujeito concorda
1.4. Quais de nós... poucos de vós... com verbo na 3a pessoa do singular ou com o anteceden-
Quando o sujeito for formado de expressões que te do pronome.
apresentam pronome indefinido plural – alguns, muitos, Exemplos:
poucos, quais, quantos, quaisquer, vários – seguido de (1) Fui eu quem pagou o mercado.
nós ou vós, o verbo poderá concordar com o primeiro (2) Fui eu quem paguei o mercado.
pronome ou com o pronome pessoal. (3) Fomos nós quem falou assim.
(4) Fomos nós quem falamos assim.
Exemplos:
(1) Quais de nós são / somos capazes? Observação:
(2) Alguns de nós reclamaram / reclamamos o A concordância feita com o antecedente é usada
atraso do ônibus. na linguagem popular. Entretanto a construção
não a inválida, nem a desmerece.
Observação:
Se o pronome indefinido estiver no singular, o
1.9. Pronome de tratamento
verbo deve concordar com ele.
19
Nomes pluralícios são palavras ou expressões, que no plural, desig-
nam um único ser.
80
LÍNGUA PORTUGUESA
(3) Tu e o aluno indicastes a solução20. Se não houver exclusão, o verbo deverá ficar no plural.
(2a pes.) + (3a pes.) => (2a p. pl.) Exemplos:
(1) A seca ou a temperatura prejudicaram a pele.
A regra muda de foco quando o sujeito composto vi- (2) Nem o Rogério nem a Lúcia obtiveram média.
er posposto ao verbo. Desta forma, o caso passa a existir
uma nova possibilidade de concordância: o verbo pode Observação:
estabelecer concordância com o núcleo do sujeito mais O. 1) Havendo reciprocidade (indicada pelo
próximo. pronome pessoal reflexivo se => equivale a “entre
Exemplo: si” ou “mutuamente”), o verbo irá para o plural.
Falta / Faltaram entusiasmo e capacidade. Exemplo:
Nem o aluno nem o professor se cumprimentaram
2.1. Concordância atrativa mais.
Se o sujeito composto vier posposto, o verbo po-
derá concordar com o núcleo mais próximo: 2.5. Nas estruturas um e outro, nem um nem ou-
Exemplos: tro, nem ... nem, um ou outro, seguidas ou não de
(1) Ao aniversário, compareceu / comparece- substantivo, o verbo ficará no plural ou no singular.
ram o vizinho e sua inimiga. Exemplos:
(2) Passará / passarão você e aquele que estu- (1) Um e outro receberá / receberão o prêmio.
dar. (2) Nem um nem outro aluno fará / farão a prova.
(3) “Depois veio a claridade, os grandes céus, a
paz dos campos (...) “ (Vinícius de Moraes) Observação:
Se as locuções nem um nem outro e nem...
2.2. Núcleos sinônimos ou quase sinônimos nem... tiverem sentido excludente, o verbo ficará
Há casos em que mesmo o sujeito anteposto admite no singular
verbo no singular ou plural, isto é, quando os núcleos do
sujeito são palavras que expressam a mesma ideia ou 2.6. Com
ideias muito próximas. O verbo vai para o plural quando se quer dar um mes-
Exemplos: mo grau de importância aos núcleos. Neste caso, a pala-
(1) O rancor e o ódio deixou-o / deixaram-no vra com tem sentido muito próximo ao e.
tristonho. Exemplos:
(2) Empenho e dedicação não lhe faltava / falta- (1) O professor com seu aluno realizaram a análi-
vam. se do projeto.
(2) A mãe com a filha assistiram ao filme.
2.3. Núcleos em gradação
Quando o sujeito for composto por elementos de Se a ideia é enfatizar o primeiro elemento, o verbo irá
gradação, o verbo pode ficar no plural ou concordar ficar no singular.
com o mais próximo. Exemplos:
Exemplos: (1) O professor com seu aluno realizou a análise
(1) Cada palavra, cada frase, cada parágrafo ti- do projeto.
nha / tinham a marca de sua experiência. (2) A mãe com a filha montou uma boutique.
Observação:
20 a
Na língua moderna, talvez por causa do desuso a 2 pessoa do Nesse caso, o sujeito não é composto. O sujeito é
plural, os escritores quebram essa norma colocando na 3a pessoa do simples. As expressões com seu aluno, com a filha
plural (silepse de pessoa).
“Juro que tu e tua mulher me pagam”. (Coelho Neto)
são adjuntos adnominais de companhia.
81
LÍNGUA PORTUGUESA
Expressões correlativas – não só... mas também; 4. Regras especiais envolvendo o uso dos verbos ha-
não só... mas ainda; não só... como também; não somen- ver, fazer e ser
te... mas ainda; não apenas... mas também; tanto... quan-
to. 4.1. O verbo haver, quando indica tempo ou é usado
no sentido de existir, acontecer e ocorrer, é impessoal.
Deve, por isso, permanecer sempre na terceira pessoa do
Neste caso, o verbo se apresenta preferência no singular.
plural. Exemplos:
Exemplos: (1) Há muitas maneiras de conseguir um bom em-
(1) Não só a fome mas também o desinteresse prego.
castigavam o interior de Minas. (“muitas maneiras” é o objeto direto da oração,
(2) Tanto ela quanto você pagarão por me trair. que não tem sujeito)
(2) Para que não haja mais dúvidas, o diretor apre-
2.8. Aposto resumitivo ou recapitulativo sentará novamente as regras para o uso da sala de
Quando os elementos de um sujeito composto são re- informática.
sumidos pelo o aposto, a concordância é feita pelo ter-
mo que resume.
Exemplo: Observação:
Filmes, cinemas, teatros, nada o tirava de casa. O verbo existir não é impessoal, devendo, portan-
to, concordar com o sujeito da oração.
3. Se Exemplo:
A concordância verbal depende da função do pro- Existem muitas maneiras de conseguir um bom
nome se. Há três de particular interesse para a concor- emprego.
dância: (“muitas maneiras” é o sujeito da oração, e com
ele concorda o verbo, em número e pessoa)
3.1. Índice de indeterminação do sujeito
O se, nesse caso, acompanha verbos intransitivos
(1), verbos transitivos indiretos (2) e verbos de ligação 4.2. É também impessoal o verbo fazer quando indi-
(3), que são conjugados obrigatoriamente na 3a pessoa ca tempo. Nesse caso, também permanece na terceira
do singular. pessoa do singular.
Exemplos: Exemplos:
(1) Vive-se feliz com o pai. (1) Faz três noites que eu não durmo direito.
(2) Assistiu-se no cinema a filmes violentos. (2) Fazia anos que eu não comia um feijãozinho
(3) Nem sempre se é inteligente. tão gostoso!
3.1. Quando o adjetivo vier depois dos substantivos, 5.1. O substantivo fica no singular e põe-se o artigo
ficará no masculino plural, se os substantivos tiverem também antes do segundo adjetivo.
gêneros diferentes; caso contrário, ficará no gênero dos Exemplo:
substantivos, no plural. Meu professor ensina a língua inglesa e a france-
Exemplos: sa.
(1) A professora e o aluno chegaram apressados.
(2) O dentista e o cliente estavam gripados. 5.2. O substantivo fica no plural e omite-se o artigo
antes do segundo adjetivo.
3.2. Quando o adjetivo vier antes de substantivos de Exemplo:
gêneros diferentes, poderá ficar no masculino plural ou Meu professor ensina as línguas inglesa e france-
concordar com o substantivo mais próximo. sa.
Exemplos:
(1) Preocupados, a mãe e o pai ligaram para o 6. Casos particulares de concordância nominal
filho.
(2) Satisfeita, a advogada e o réu comemoraram 6.1. As palavras menos, alerta e pseudo são advér-
a vitória. bios; por conseguinte, não variam.
Exemplos:
(1) Esse contrato oferece menos garantias.
(2) O grupo de pessoas acompanhava alerta o
resgate.
84
LÍNGUA PORTUGUESA
REGËNCIA
A regência verbal estuda a relação de dependência que se estabelece entre os verbos e seus complemen-
tos. Na realidade o que estudamos na regência verbal é se o verbo é transitivo direto (VTD), transitivo indireto
(VTI), transitivo direto e indireto (VTDI) ou intransitivo (VI) e qual a preposição relacionada com ele.
No quadro a seguir estão relacionados alguns verbos que apresentam dificuldades de regência verbal:
Assistir:
ver, presenciar;22 VTI – a Pai e filho assistiam ao jogo.
invocar (seguido da VTI - por Chamou por Deus naquele momento difícil.
preposição por).
Complemento “ativi- VTI – a Os magistrados não compareceram ao júri.
dades”;
Comparecer:
Complemento “lugar”. VI – a, em Compareça ao/no clube na hora indicada.
21
Com essa transitividade e significado, esse verbo não aceita o pronome lhe(s), mas apenas as formas retas ele(s), ela(s), regidas de preposição:
A glória, muitos aspiram a ela.
22
Alguns verbos transitivos indiretos (regidos pela preposição a) não aceitam o pronome lhe (s) e, por isso, é substituído por “a ele”. Os principais verbos
são:
a) OI - “coisa” ou pessoa”: assistir, aludir, anuir, aspirar, assentir, proceder, presidir, recorrer, referir-se, visar...
b) OI – “coisa”: obedecer, desobedecer, atender, responder...
88
LÍNGUA PORTUGUESA
Vir
Voltar procedência. VI – de Cheguei de Curitiba há meia hora.
Chegar
Cair
Comparecer
Dirigir-se:
Valer, ter preço; VTD O carro custou quarenta mil reais.
23
Aparentemente eles têm complemento, pois “quem vai, vai a algum lugar”. Porém a indicação de lugar é circunstância, e não complementação. Classifi-
camos como Adjunto Adverbial de Lugar. Alguns gramáticos classificam como Complemento Circunstancial e Lugar.
Só se usa a preposição em, na indicação de meio, instrumento.
24
Não há registros na norma culta da língua que abone a contaminação sintática muito usada na língua coloquial: O homem deparou-se com o estranho.
25
O verbo lembrar no sentido de fazer recordar é VTD e I – a (Lembrei [aos meus amigos] [que muitas coisas tinham de ser feitas.].
26
O pronome pessoal átono se, conjugado com o verbo, não tem função de objeto.
27
Pode ser transitivo direto para pessoa e transitivo indireto para coisa, ou vice-versa.
89
LÍNGUA PORTUGUESA
desculpar (referindo- VTD A mãe perdoou a mentira.
se a coisas);
Observação:
Não se devem misturar verbos cujas regências são diferentes:
Exemplo:
Ela procurou e pediu ao vendedor o troco.
28
O verbo preferir não admite este tipo de construção:
Preferia mais vinho do que cerveja. O correto é: Preferia vinho a cerveja.
29
Com essa transitividade e significado o verbo visar quando seguido de verbo no infinitivo, pode ser empregado sem preposição:
O trabalho visava divulgar os cursos oferecidos pela empresa.
Ela procurou o vendedor e pediu-lhe a nota fiscal.
90
LÍNGUA PORTUGUESA
Alusão: a Favorável: a
Exemplo: Exemplo:
Fiz alusão aos dias tempestivos. O diretor foi favorável à convocação do aluno rebelde.
91
LÍNGUA PORTUGUESA
Propenso: a QUESTÃO 2
Exemplo: Assinalar a regência que contraria a Norma culta;
Ele estava propenso a colaborar conosco. a) A resolução dos problemas não será fácil para o
autor.
Próprio: de, em b) As notas não estavam acessíveis para qualquer um.
Exemplos: c) Ele sempre foi afeiçoado às crônicas.
(1) Tal atitude não é própria de pessoa educada. d) O autor mostrava-se agradável com a secretária.
(2) Esta linguagem é própria em Direito.
QUESTÃO 3
Próximo: a, de Assinalar a opção em que a regência do verbo destacado
não corresponda à significação colocada entre parênte-
Exemplos:
(1) Estava próximo ao centro da cidade. ses.
(2) Próximo dela estava o assassino. a) A secretária? O narrador não a queria com sinceri-
dade. (ter afeto)
b) Não procede o julgamento que fazemos sobre o
Residente: em autor. (ter fundamento)
Exemplo: c) A desordem externa implicou uma revisão na vida
Somos residentes em bairros. do autor. (acarretar)
d) Autor e secretária procederam à arrumação do ar-
quivo (dar início a)
92
LÍNGUA PORTUGUESA
QUESTÃO 4 Exemplos:
Das frases abaixo, estão corretas quanto à regência (1) Fumar é prejudicial à saúde
verbal: prejudicial a + a saúde
I – Mesmo que o pai a perdoasse, não seria possível (2) Refiro-me à diretora
pagar ao filho o dano emocional. referir a + a diretora
II – Custa-nos crer que não lhe assista o direito de rece-
ber amor igual. 1. Para verificar a existência do a (artigo ou demons-
III – Obedecer ao pai seria fácil, difícil seria desobede- trativo) após a preposição a:
cer a mãe. 1.1. Colocar um termo masculino da mesma natureza
IV – O pai informa ao filho mais velho de que a mãe no lugar do termo feminino. Se aparecer a forma ao, a
morria aos poucos. esta (e variações), a este, a isso (e variações), a isto
a) I,II,III e IV ocorrerá crase antes do termo feminino:
b) II, III e IV apenas Exemplos:
c) I e IV apenas (1) O povo visa (`)a paz.
d) II apenas O povo visa ao bem-estar. (visar a + o bem-estar)
Logo, O povo visa à paz (visar a + a paz)
QUESTÃO 5
Quanto à regência verbal, nos trechos abaixo, (2) Conheço (`)a diretora.
I – Aquela antiga foto lembrou-me os tempos felizes de Conheço o diretor. (conhecer + o diretor)
criança. Logo, Conheço a diretora. (conhecer + a diretora)
II – Quero muito meus amigos como a uma família.
III – Informou-lhes de que deveriam partir cedo. (3) A caneta é igual (`)a que comprei.
IV – O comunicado visa esclarecer quaisquer dúvidas O livro é igual ao que comprei. (igual a + o livro)
sobre o novo regime. Logo, A caneta é igual à que comprei. (igual a + a
caneta)
Estão corretas as proposições:
a) I e IV somente (4) A caneta é igual (`)aquela que comprei.
b) II, III e IV O livro é igual a este que comprei. (igual a + a es-
c) II e III somente te)
d) I, II III e IV Logo,
A caneta é igual àquela que comprei. (igual a + a
QUESTÃO 6 aquela)
De acordo com a norma culta da língua, quais dos perí-
odos abaixo apresentam regência correta? (5) O povo obedecia (`)aquelas leis.
I - Preferia mil vezes estar em casa do que ir ao estádio. O povo obedecia a estas leis. (obedecer a + a es-
II - Chamaram o pobre homem de ladrão. tas)
III - Informe o delegado sobre o acidente. Logo, O povo obedecia àquelas leis. (obedecer a
a) I e II. + a aquelas)
b) I e III.
c) II e III. 1.2. Substituir o termo regente da preposição a por um
d) I, II e III. que reja outra preposição (por, de, em).
Exemplos:
QUESTÃO 7 (1) Refiro-me a você.
Assinale a alternativa que completa corretamente a frase (2) Apaixonei-me por você.
abaixo. (3) Lembrei-me de você.
Carência ___ amor, recursos e orientação fazem os (4) Penso em você.
menores
abandonados revoltarem-se ____ a sociedade. Nos exemplos acima, as preposições não se con-
a) de – contra traíram com o artigo (pela, da, na), desta forma
b) com – para não haverá crase.
c) de – sob
d) sob – com Observação:
É preciso que se tome cuidado com esses “mace-
tes”. Verifique a transitividade da palavra regida
pela preposição a mais o artigo a, isto é, é preciso
CRASE verificar a existência dos dois.
93
LÍNGUA PORTUGUESA
Os nomes de lugares determinados por adjetivos, 3.6. diante da palavra terra significando terra firme (o
locuções adjetivas ou pronomes, sempre serão determi- oposto de mar, água, bordo), aparece sem adjetivos,
nados por artigo. pronomes ou locuções. Nesse caso, não há crase porque
Exemplo: não há artigo.
Ainda voltarei à Roma eterna. Exemplo:
Os turistas foram a terra comprar flores. (terra
firme).
94
LÍNGUA PORTUGUESA
4. Crase facultativa
4.1. Antes de nomes personativos femininos QUESTÃO 4
Exemplo: Observe:
(1) O chefe dirigiu elogios a (à) Sofia. I – Viu a nave espacial afastar-se da plataforma de
a (ao) Ricardo lançamento a uma velocidade próxima a da luz
II – A volta da nave espacial a Terra gerou euforia.
Se o nome for determinado como uma pessoa III – Todo movimento só existe em relação a outros
amiga ou parente, o uso do artigo será obrigatório. objetos.
2 IV – Desde a uma hora, o diretor esperava pelos novos
4.2. Antes de possessivos adjetivos alunos.
Exemplo: V – Os efeitos da relatividade que estão aplicados a
Refiro-me a (à) minha velha amiga. aceleração só se aplicam...
a (ao) meu velho amigo Das proposições acima, foram retirados alguns acentos
graves. Ao analisá-las, pode-se afirmar que deveria
4.3. Antes da palavra dona (forma de tratamento) ocorrer o fenômeno da crase
Exemplo: a) 3 vezes.
Agradeça a (à) Dona Marocas. b) 4 vezes.
a (ao) Dom Fernandes c) 5 vezes.
d) 6 vezes.
4.4. Depois da preposição até
Exemplo: QUESTÃO 5
Vou até a (à) escola. Vou até o (ao) colégio. Assinale a alternativa em que não se deve colocar ne-
nhum acento grave (crase).
a) A chegada do professor, os alunos levantaram-se
respeitosamente.
b) Esta questão de crase é semelhante a que vimos
QUESTÃO 1 ontem.
Assinalar a alternativa que preenche corretamente as c) “E seria bonita a pedra? Nada, uma pedra a-toa, de
lacunas da sentença abaixo. nome geral, porém...”
Refiro-me _____ que estava com você ontem, _____sua d) “... não gosta da cor do homem, a qual se mistura a
amiga, Cristina. todos os verdes naturais (...) das folhas...”
Saiu _____ uma hora da tarde e, até agora não voltou.
a) à – à – à QUESTÃO 6
b) a – a – a " (...) Nós não podemos dar continuidade à sua candidatu-
c) à – a – a ra."
d) a – à – à Com relação ao acento indicativo de crase, no trecho grifa-
do, é correto afirmar que
a) é opcional porque está diante de pronome possessivo.
b) é obrigatório porque está diante de pronome feminino.
c) é obrigatório porque o substantivo exige a preposição a.
d) é opcional por estar posterior a um substantivo.
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LÍNGUA PORTUGUESA
PARTÍCULA QUE
A palavra que admite várias classificações morfológicas e exerce várias funções sintáticas, dependendo do
contexto em que ela está inserida.
96
LÍNGUA PORTUGUESA
predicativo (1)
Ele é o herói que todos querem ser.
(que = o herói)
Substituindo:
Ele é o herói / Todos querem ser o herói.
(2)
O aluno que fui encantava os professores.
Conjunção
Coordenativa Introduz oração coordenada.
1. aditiva (e) (1) Fala que fala e nunca diz nada.
2. explicativa (pois) (2) Não vá, que sentirei saudade.
3. adversativa (mas) (3) Outro aluno, que não eu, deveria falar-lhe.
97
LÍNGUA PORTUGUESA
PARTÍCULA SE
30
Quando se é pronome apassivador, a oração pode ser colocada na voz passiva analítica.
Restauram-se passados => Passados são restaurados.
31
Distingue-se, na prática, o verbo reflexivo do verbo pronominal porque ao primeiro se podem acrescentar, conforme a pessoa, as expressões a mim
mesmo, a ti mesmo, a si mesmo.
32
Verbos pronominais são aqueles que não podem ser empregados sem o pronome oblíquo (apiedar-se, condoer-se, referir-se, queixar-se, arrepender-
se, orgulhar-se, suicidar-se...) ou os que, com o pronome, mudam de significado ou de regência (debater-se, deparar-se, dirigir-se, lembrar-se, esquecer-
se).
98
LÍNGUA PORTUGUESA
Observações:
(1) Os verbos transitivos diretos podem tornar-se intransitivos. Compare os exemplos:
Estudou a matéria dada, mas foi mal no teste.
VTD OD
FIGURAS DE PALAVRAS
QUESTÃO 1
Dê a classificação (morfológica e sintática) da partícula 1. Metáfora
se nas frases abaixo. A metáfora nasce de uma comparação mental co-
a) Diz o ditado popular: “Vão-se os anéis, ficam os mum entre dois elementos. É o desvio da significação
dedos”. própria da palavra. É o emprego de uma palavra fora
b) Ela nunca se arrependeu do que fez. do seu sentido normal, por efeito de analogia. Consiste
c) O se tem várias funções dentro da frase. em transportar para uma coisa o nome de outra, por
d) A menina deixou-se ficar a janela. analogia.
e) Meu pai me perguntou se eu sabia de alguma coisa.
f) Minha grande amiga foi-se embora. Exemplos:
g) O jogador de futebol se dava ares de campeão. Aquiles era um leão
h) Se ela chegar a tempo, avise-me. A vida é uma caixa de surpresas
i) Necessita-se de novos gerentes nestas lojas. No calor do debate, agrediram-se verbalmente
j) Estou pensando se a viagem valerá a pena. O pavão é um arco-íris de plumas
k) Repreendiam-se as crianças, mas elas não obedeci-
am. Observação:
l) Alugam-se quartos para estudantes. Não confundir metáfora com a comparação. Na
m) Anda-se muito para chegar àquela praia deserta. comparação, os dois termos vêm expressos e unidos
n) Não farei o bolo, se você não vier me ajudar. por termos comparativos (como, tal, qual).
o) Não se perdoam certas atitudes. Exemplos:
p) Precisa-se de um bom padeiro. Aquiles era forte como um leão (comparação)
q) Se há progresso tecnológico, pode acreditar: nossos Aquiles era um leão (metáfora)
cientistas estão lá.
r) Mal ergueu-se sobre duas pernas, caiu. 2. Metonímia
s) Vende-se Monza 89 Azul.
A metonímia consiste em usar um nome por outro
em virtude de haver entre ambos algum relacionamen-
FIGURAS DE LINGUAGEM to:
2.1. O autor pela obra:
O estudo das figuras de linguagem faz Exemplos:
parte da Estilística. As figuras de linguagem Comprar Fernando Pessoa
classificam-se em três tipos: de palavras, de É importante ler Martin Heidegger
construção e de pensamento.
99
LÍNGUA PORTUGUESA
2.8. O sinal pela coisa significada: São construções que se afastam dos pa-
Exemplo: drões regulares ou comuns, com o intuito de
As armas não conseguiram curvar a toga contemplar a frase com mais concisão, ex-
pressividade ou simplesmente fugir do comum.
2.9. O lugar pelos seus habitantes ou produtos:
Exemplo: 1. Elipse
Aprecio o madeira (vinho fabricado na ilha da É a supressão de palavras, facilmente, subentendí-
Madeira) veis.
Exemplos:
2.10. A matéria pelo objeto: Mariana esperava ansiosa. Optou por telefonar
Exemplos: (elipse do sujeito ela)
Tanger o bronze (o sino) Os olhos eram pretos. Os cabelos brancos. (elipse
Tinir dos cristais (os copos) do verbo era)
3. Catacrese 2. Pleonasmo
A catacrese consiste no emprego impróprio de uma É o emprego de palavras, ou grupo de palavras,
palavra ou expressão. É o emprego de dois termos cujo cujo sentido já está expresso em outra.
relacionamento ou é aparentemente contraditório ou Exemplos:
fundamentado em acidental e remota semelhança. Ver com os olhos
Exemplos: Pisar com os pés
Alameda de pinheiros (alameda refere-se a ála- Os impostos é necessário pagá-los
mos)
Ferradura de prata 3. Polissíndeto
Formigueiro humano É a repetição excessiva de conjunções.
Péssima caligrafia (caligrafia significa boa letra) Exemplo:
Pé de mesa e fala, e canta, e grita, e chora ...
Dente de alho
Barriga da perna
4. Inversão
É a alteração da ordem normal dos termos ou ora-
4. Perífrase ções.
A perífrase consiste no uso de uma expressão que Exemplo:
designe a coisa por meio de alguns de seus atributos, Tão leve estou que já nem tenho sombra.
ou de um fato que a celebrizou.
100
LÍNGUA PORTUGUESA
tanto, quando usado para reforçar a mensagem, consti- O pai falou com o filho caído no chão. (Quem es-
tui uma figura de linguagem. tava caído no chão? Pai ou filho?)
Barbarismo
É o desvio da norma que ocorre nos seguintes Cacofonia
níveis: Ocorre quando a junção de duas ou mais palavras na
1. Pronúncia frase provoca som desagradável ou palavra inconveni-
ente.
a) Silabada: erro na pronúncia do acento tônico.
Exemplos:
Exemplo: Uma mão lava outra. (mamão)
Solicitei à cliente sua rúbrica. (rubrica) Vi ela na esquina. (viela)
b) Cacoépia: erro na pronúncia dos fonemas. Dei um beijo na boca dela. (cadela)
Exemplo:
Estou com poblemas a resolver. (problemas)
Eco
c) Cacografia: erro na grafia ou na flexão de
Ocorre quando há palavras na frase com termina-
uma palavra. ções iguais ou semelhantes, provocando dissonância.
Exemplos: Exemplo:
Eu advinhei quem ganharia o concurso. (adivi- A divulgação da promoção não causou comoção na
nhei) população.
O segurança deteu aquele homem. (deteve)
2. Morfologia Hiato
Exemplos: Ocorre quando há uma sequência de vogais, provo-
Se eu ir aí, vou me atrasar. (for) cando dissonância.
Sou a aluna mais maior da turma. (maior) Exemplos:
Eu a amo.
Ou eu ou a outra ganhará o concurso.
3. Semântica
Exemplo: José comprimentou seu vizinho ao sair
de casa. (cumprimentou) Colisão
Ocorre quando há repetição de consoantes iguais ou
4. Estrangeirismos semelhantes, provocando dissonância.
Considera-se barbarismo o emprego desnecessário Exemplo: Sua saia sujou.
de palavras estrangeiras, ou seja, quando já existe pala-
vra ou expressão correspondente na língua.
Exemplos:
O show é hoje! (espetáculo) QUESTÃO 1
Vamos tomar um drink? (drinque) Reconheça e classifique as figuras de palavras, de
construção e de pensamento.
102
LÍNGUA PORTUGUESA
17. Esta vida é um punhal com dois gumes fatais. b) sintaxe, que consiste em suprimir ou ocultar pala-
18. Muda e sem trégua, galopa a névoa, galopa a né- vras expressas anteriormente e que se encontram su-
voa. bentendidas.
19. Como é bom e como é mau, como é alegre e como c) palavra, que consiste na substituição de um termo
é triste, como é doce e como é amargo reviver, recom- por outro, por haver certa relação de proximidade entre
por o passado. eles.
20. Estou um século à sua espera. d) sintaxe, que consiste numa alteração na ordem
21. Já é madrugada alta e a lua vela o sono da cidade. normal dos termos na oração, provocando uma inver-
22. Os pinheiros, de braços abertos, vigiavam a paisa- são.
gem.
23. Os montes de mais perto, quase respondiam quase
movidos de alta piedade. COESÃO E COERÊNCIA
24. A inocência é transparente, a malícia opaca e tene-
brosa.
25. Que sons descompassados troa o bronze. Uma das propriedades que distingue um texto de
26. Finalmente, nossa avozinha querida descansou um amontoado de palavras ou frases é o relacionamen-
para sempre. to existente entre si. A coesão textual trata da ligação,
27. Vossa Eminência está constipado? da relação, da conexão entre as palavras de um texto,
28. A gente é obrigado a varrer até cair morto. através de elementos formais, que assinalam o vínculo
29. O narcotráfico é um vírus que ataca o organismo entre os seus componentes.
social Uma das modalidades de coesão é a remissão. E a
30. A ventania era uma loba a uivar. coesão pode desempenhar a função de (re)ativação do
31. O fim justifica os meios, já ensinavam com provei- referente. A reativação do referente no texto é realizada
to os traficantes e outros heróis, líderes geniais dos por meio da referenciação anafórica ou catafórica,
morros. formando-se cadeias coesivas mais ou menos longas.
32. Se desaparecer um alfinete, ele já sabe quem foi. A remissão anafórica (para trás) realiza-se por
33. As viagens espaciais desprestigiaram o astro dos meio de pronomes pessoais de 3ª pessoa (retos e oblí-
namorados. quos) e os demais pronomes; também por numerais,
34. Eu cá ninguém me tira da cabeça que foram os advérbios e artigos.
ministros militares que forçaram o homem a renunciar. Exemplo: André e Pedro são fanáticos torcedores
35. Homens de vida amarga fazem o branco e doce de futebol. Apesar disso, são diferentes. Este não
açúcar. briga com quem torce para outro time; aquele o faz.
36. Indispensável os meninos entrarem no bom cami-
nho. Explicação: O termo isso retoma o predicado são
37. Um ser limitado, uma ínfima criatura, um grão de fanáticos torcedores de futebol; este recupera a pala-
pó perdido no cosmos, eis o que o homem é. vra Pedro; aquele, o termo André; o faz, o predicado
38. Madalena contraiu o mal-de-lázaro. briga com quem torce para o outro time - são ana-
39. Via-me perdido num labirinto de dificuldades. fóricos.
40. Um pássaro solitário riscou o céu, banhado em luz.
A remissão catafórica (para a frente) realiza-se
QUESTÃO 2 preferencialmente através de pronomes demonstrativos
Ao lado de cada estrofe abaixo, foi indicada uma figura ou indefinidos neutros, ou de nomes genéricos, mas
de linguagem nela presente. Assinale a opção cuja também por meio das demais espécies de pronomes, de
figura NÃO está corretamente associada. advérbios e de numerais. Exemplos:
a) “Santa Clara, padroeira da televisão, Exemplo: Qualquer que tivesse sido seu trabalho
Que a televisão não seja o inferno, interno, ermo” – anterior, ele o abandonara, mudara de profissão e
Apóstrofe passara pesadamente a ensinar no curso primário:
b) A saudade abraçou-me, tão sincera era tudo o que sabíamos dele, o professor, gordo e
Soluçando no adeus de nunca mais – Pleonasmo silencioso, de ombros contraídos.
c) E as borboletas sem voz
Dançavam assim veludosamente - Sinestesia Explicação: O pronome possessivo seu e o pronome
d) “Provisoriamente não cantaremos o amor pessoal reto ele antecipam a expressão o professor -
Que se refugiou mais abaixo dos subterrâneos” – Pro- são catafóricos.
sopopéia.
A coerência textual trata da relação que se esta-
belece entre as diversas partes do texto, criando uma
QUESTÃO 3 unidade de sentido. Está, portanto, ligada ao entendi-
Em “as aldeias são a alheia vigilância” e “... as jane- mento, à possibilidade de interpretação daquilo que se
las olham”, ocorre, simultaneamente, uma figura de ouve ou lê.
a) construção, a redundância, cujo efeito estilístico é
realçar uma ideia.
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paisagem. Na descrição, você deve responder à pergun- colates, refrigerantes e sanduíches ao redor da mesa e
ta: Como a coisa (lugar / pessoa) é? É importante ten- gordo como nunca.
tar usar os mais variados sentidos: fale do aroma, dos Isso é muito comum nos dias de hoje, seja no traba-
cheiros, das cores, das sensações, de tudo que envolve lho, em casa ou nos “cybers”, os viciados estão em
a realidade a ser descrita. toda parte. “Viciados” é uma palavra forte, mas é assim
3 - NARRAÇÃO: texto em que se contam fatos ocorridos que muitos estudiosos os chamam. O computador virou
em determinado tempo e lugar, envolvendo persona- vício, virou droga. É usado, por estes, como lazer (jo-
gens. Lembre-se: você deve “narrar a ação”, respon- gos “on-line”, salas de bate-papo, “sites” de relaciona-
dendo à pergunta: O que aconteceu? mento etc) ou de maneira pervertida e preconceituosa
(“sites” com humor negro, indígena, pedofilia, venda
de menores para prostituição etc).
NARRAÇÃO NA DISSERTAÇÃO O cuidado que se deve ter é de sempre ter um inter-
valo do dia para a prática de esportes, leitura, estudos e
Veja o exemplo perfeito para fundir as duas tipolo- amigos (estes, fora da internet). Fazer uma média de
gias: horas diárias na frente do computador pode identificar
um viciado.
Depois de ter sido morto, a mãe e a filha não sa-
bem mais como sobreviver, já que a renda de sua famí- Perceba o § Descritivo:
lia era provinda do defunto. A menina, pequena, a • A parte descritiva deve estar contida no 1º § ou em
mãe, sem experiência e o mercado, que não as abraça- algum dos §s do Desenvolvimento, nunca na conclu-
ria. Trabalhar era um verbo que a mulher só conhecia são.
da porta de casa para dentro. E a menininha, dormir e • Deve-se produzir entre 3 e 5 linhas.
comer. Mas comer o quê? • Deve conter detalhes, mas lembre-se de que o §
deve ser ESTÁTICO.
Essa é uma realidade da qual muitas famílias vi-
vem. O acordo que existe em uma família à moda anti- Perceba os § Dissertativos:
ga, como essa, em que a mulher trabalha em casa e o • Deve ocupar 2/3 do texto.
homem fora, pode abarcar sérios problemas quando o • É contido por 1§ de Introdução ou 1 ou 2§s de
proventor de dinheiro morre. desenvolvimento e 1 § de conclusão.
Há quem diga que o certo seria a mulher começar a • INTRODUÇÃO: identificação do tema proposto.
trabalhar fora ou arrumar outro marido. Mas não é tão • DESENVOLVIMENTO: tese baseada na descrição.
fácil assim, uma vez que tudo pode ser perdido quando CONCLUSÃO: solução do problema citado na história
o dito cujo tem más intenções. Existe final feliz para e visão otimista!!!
essa família? Incrivelmente sim. Passado o luto é hora
de reconstruir a vida e procurar emprego em algo que INTERPRETAÇÃO TEXTUAL
já saiba fazer, como dona de casa, servente em creches
etc. O importante é manter a cabeça no lugar e apren- Para interpretar um texto você precisa sa-
der a viver independente. Isso, provavelmente servirá ber os passos a serem dados, ter cuidados
de lição para a pequena menina. com os vícios e conhecer os níveis da leitura.
Você sabe ler eficientemente? Identifica as ideias do
Perceba o § Narrativo: breve, objetivo, sintético. texto facilmente? Confira a seguir e tire suas dúvidas.
• A parte narrativa deve estar contida no 1º §.
• Deve conter entre 4 e 7 linhas. O entendimento de um texto, ainda o elemento básico
• Deve ser breve, sem detalhes. da comunicação humana, implica uma análise: a sua
• Não necessariamente a história precisa de um final. decomposição em partes. Só assim, o seu entendimento
é possível.
Perceba os § Dissertativos:
• Deve ocupar 2/3 do texto. Como ler um texto - O aprendizado da leitura
• É contido por 1 ou 2 §s de desenvolvimento e 1 § de
conclusão. Interessa a todos saber que procedimento se deve ado-
• DESENVOLVIMENTO: tese baseada na história. tar para tirar o maior rendimento possível da leitura de
• CONCLUSÃO: solução do problema citado na histó- um texto. Mas não se pode responder a essa pergunta
ria e visão otimista!!! sem antes destacar que não existe para ela uma solução
mágica, o que não quer dizer que não exista solução
alguma. Genericamente, pode-se afirmar que uma
DESCRIÇÃO NA DISSERTAÇÃO
leitura proveitosa pressupõe, além do conhecimento
linguístico propriamente dito, um repertório de infor-
Veja o exemplo perfeito para fundir as duas tipolo-
mações exteriores ao texto, o que se costuma chamar
gias:
de conhecimento de mundo. A título e ilustração, ob-
serve a questão seguinte:
Sentado o dia todo. Olhos presos à tela, mão ao
“mouse”, sem comer, magro. Ou então cheio de cho- Às vezes, quando um texto é ambíguo, é o conheci-
mento de mundo que o leitor tem dos fatos que lhe
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LÍNGUA PORTUGUESA
permite fazer uma interpretação adequada do que se lê. explicitada pelo autor. Esta operação fará com que o
Um bom exemplo é o texto que segue: significado do texto "salte aos olhos" do leitor.
O primeiro passo para interpretar um texto consiste em *"Incalculável é a contribuição do famoso neurologis-
decompô-lo, após uma primeira leitura, em suas "idei- ta austríaco no tocante aos estudos sobre a formação
as básicas ou ideias núcleo", ou seja, um trabalho da personalidade humana . Sigmund Freud (1859 -
analítico buscando os conceitos definidores da opinião 1939) conseguiu acender luzes nas camadas mais
profundas da psique humana: o inconsciente e sub-
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LÍNGUA PORTUGUESA
consciente". O autor do texto afirma, inicialmente, metafísica e dos valores morais. Ele critica as teorias
que Sigmund Freud ajudou a ciência a compreen- de Sócrates e de Platão sobre a existência de um mun-
der os níveis mais profundos da personalidade hu- do ideal, onde residiram as essências do Divino, do
mana, o inconsciente e subconsciente. Verdadeiro, do Belo, do Bom, separadas das aparên-
cias do mundo sensível. Para Nietzsche, as Ideias são
SEGUNDO CONCEITO DO TEXTO: apenas invenções de filósofos, pois na realidade não
há separação entre os dois mundos, o da essência e o
*"Começou estudando casos clínicos de comportamen- da aparência, o do verdadeiro e o do falso, o do inteli-
tos anômalos ou patológicos, com a ajuda da hipnose e gível e o do sensível. O que existe é um 'eterno retor-
em colaboração com os colegas Joseph Breuer e Mar- no', uma alternância do bem e do mal, da alegria e do
tin Charcot (Estudos sobre a histeria, 1895). Insatis- sofrimento, da criação e da destruição, da ressurrei-
feito com os resultados obtidos pelo hipnotismo, inven- ção e da morte.
tou o método que até hoje é usado pela psicanálise: o
das 'livres associações' de ideias e de sentimentos, Esse dualismo cósmico já fora intuído pelos gregos e
estimuladas pelo terapeuta por palavras dirigidas ao representado plasticamente pela criação dos mitos de
paciente com o fim de descobrir a fonte das perturba- Apolo e de Dionísio: o primeiro, o deus da luz, da
ções mentais". A segunda ideia - núcleo mostra que ordem, do social; o segundo, o deus das trevas, da
Freud deu início à sua pesquisa estudando os com- embriaguez, do instinto individual. O espírito apolíneo
portamentos humanos anormais ou doentios por e o espírito dionisíaco se alternariam, portanto, ao
meio da hipnose. Insatisfeito com esse método, criou longo da cultura ocidental, cada época marcando o
o das "livres associações de ideias e de sentimen- triunfo de um princípio sobre o outro". (Salvatore
tos". D'Onofrio)
Ler é uma atividade muito mais complexa do que a
TERCEIRO CONCEITO DO TEXTO: simples interpretação dos símbolos gráficos, de códi-
gos, requer que o indivíduo seja capaz de interpretar o
*"Para este caminho de regresso às origens de um material lido, comparando-o e incorporando-o à sua
trauma, Freud se utilizou especialmente da linguagem bagagem pessoal, ou seja, requer que o indivíduo man-
onírica dos pacientes, considerando os sonhos como tenha um comportamento ativo diante da leitura.
compensação dos desejos insatisfeitos na fase de vigí-
lia". Aqui, está explicitado que a descoberta das
raízes de um trauma se faz por meio da compreen- Ler é uma atividade muito mais complexa do que a
são dos sonhos, que seriam uma linguagem metafó- simples interpretação dos símbolos gráficos, de códi-
rica dos desejos não realizados ao longo da vida do gos, requer que o indivíduo seja capaz de interpretar o
dia a dia. material lido, comparando-o e incorporando-o à sua
bagagem pessoal, ou seja, requer que o indivíduo man-
QUARTO CONCEITO DO TEXTO: tenha um comportamento ativo diante da leitura.
Os diferentes níveis de leitura
* "Mas a grande novidade de Freud, que escandalizou
o mundo cultural da época, foi a apresentação da tese Para que isso aconteça, é necessário que haja maturi-
de que toda neurose é de origem sexual." Por fim, o dade para a compreensão do material lido, senão tudo
texto afirma que Freud escandalizou a sociedade de cairá no esquecimento ou ficará armazenado em nossa
seu tempo, afirmando a novidade de que todo o memória sem uso, até que tenhamos condições cogniti-
trauma psicológico é de origem sexual. vas para utilizar.
De uma forma geral, passamos por diferentes níveis ou
RESPONDA:
etapas até termos condições de aproveitar totalmente o
Qual foi a contribuição de Freud para a Psicolo- assunto lido. Essas etapas ou níveis são cumulativas e
gia? vão sendo adquiridas pela vida, estando presente em
Explique o primeiro método usado por Freud. praticamente toda a nossa leitura.
Qual foi o seu segundo método de análise?
Em que Freud é original quanto à explicação da O PRIMEIRO NÍVEL é elementar e diz respeito ao
neurose? período de alfabetização. Ler é uma capacidade cere-
bral muito sofisticada e requer experiência: não basta
apenas conhecermos os códigos, a gramática, a semân-
tica – é preciso que tenhamos um bom domínio da
língua.
O texto abaixo será desmembrado em suas ideias fun-
O SEGUNDO NÍVEL é a pré-leitura. Tem duas fun-
damentais e, assim, você poderá corrigir o seu esforço
ções específicas: primeiro, prevenir para que a leitura
de interpretação.
posterior não nos surpreenda e, sendo, para que tenha-
"Filósofo alemão, amigo de músicos (Wagner e Liszt), mos chance de escolher qual material leremos, efeti-
professor de filologia e grande apreciador de literatu- vamente. Trata-se, na verdade, de nossa primeira im-
ra grega, Friedrich Wilhelm Nietzsche (1844 - 1900) é pressão. É a leitura que comumente desenvolvemos.
levado pelo seu pensamento reflexivo à negação da
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BIBLIOGRAFIA
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