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A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

1.1. CONCEITO: É a atividade desenvolvida pelo Estado ou seus delegados, sob o regime de Direito Público,
destinada a atender de modo direto e imediato, necessidades concretas da coletividade. É todo o
aparelhamento do Estado para a prestação dos serviços públicos, para a gestão dos bens
públicos e dos interesses da comunidade.

 “A Administração Pública direta e indireta ou fundacional, de qualquer dos poderes da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios, obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e
eficiência ...”

1.2. CARACTERÍSTICAS:

 praticar atos tão somente de execução – estes atos são denominados atos administrativos; quem pratica
estes atos são os órgãos e seus agentes, que são sempre públicos;
 exercer atividade politicamente neutra - sua atividade é vinculada à Lei e não à Política;
 ter conduta hierarquizada – dever de obediência - escalona os poderes administrativos do mais alto escalão
até a mais humilde das funções;
 praticar atos com responsabilidade técnica e legal – busca a perfeição técnica de seus atos, que devem ser
tecnicamente perfeitos e segundo os preceitos legais;
 caráter instrumental – a Administração Pública é um instrumento para o Estado conseguir seus objetivos. A
Administração serve ao Estado.
 competência limitada – o poder de decisão e de comando de cada área da Administração Pública é
delimitada pela área de atuação de cada órgão.

1.3. PODERES ADMINISTRATIVOS

Vinculado: Quando a lei confere à Administração Pública poder para a prática de determinado ato, estipulando todos
os requisitos e elementos necessários à sua validade.

Discricionário: Quando o Direito concede à Administração, de modo explícito ou implícito, poder para prática
de determinado ato com liberdade de escolha de sua conveniência e oportunidade. Existe uma
gradação.

Normativo: Embora a atividade normativa caiba predominantemente ao Legislativo, nele não se exaure, cabendo ao
Executivo expedir regulamentos e outros atos normativos de caráter geral e de efeitos externos. É
inerente ao Poder Executivo.

Hierárquico: É o meio de que dispõe a Administração Pública para distribuir e escalonar as funções dos órgãos
públicos; estabelecer a relação de subordinação entre seus agentes; e ordenar e rever a atuação de seus
agentes.

Disciplinar: É conferido à Administração para apurar infrações e aplicar penalidades funcionais a seus agentes e
demais pessoas sujeitas à disciplina administrativa, como é o caso das que por ela são contratados;

Poder de Polícia: É a atividade da Administração Pública que, limitando ou disciplinando direitos, interesses ou
liberdades individuais, regula a prática do ato ou abstenção de fato, em razão do interesse
público. É aplicado aos particulares.

Segmentos ==

Policia Administrativa = incide sobre bens, direitos e atividades;


= é regida pelo Direito Administrativo

Policia Judiciária = incide sobre as pessoas

= destina-se à responsabilização penal


Poderes Administrativos Características Básicas
Vinculado  poder para a prática de determinado ato, estipulando todos os requisitos e elementos
necessários à sua validade.

Discricionário  poder para a prática de determinado ato, com liberdade de escolha de sua conveniência
e oportunidade. Existe uma gradação.

Normativo  cabe ao Executivo expedir regulamentos e outros atos de caráter geral e de efeitos
externos. É inerente ao Poder Executivo

Hierárquico  distribuir e escalonar as funções dos órgãos públicos; estabelecer a relação de


subordinação entre seus agentes;

Disciplinar  apurar infrações e aplicar penalidades funcionais a seus agentes e demais pessoas
sujeitas à disciplina administrativa

Poder de Polícia  limita ou disciplina direitos, interesses ou liberdades individuais; regula a prática do ato
ou abstenção de fato, em razão do interesse público. É aplicado aos particulares.

----- LIMITAÇÕES DO PODER DE POLICIA

 Necessidade  o Poder de policia só deve ser adotado para evitar ameaças reais ou prováveis de pertubações ao
interesse público;
 Proporcionalidade  é a exigência de uma relação entre a limitação ao direito individual e o prejuízo a ser
evitado;
 Eficácia  a medida deve ser adequada para impedir o dano ao interesse público.

ATRIBUTOS DO PODER DE POLICIA

 Discricionariedade  Consiste na livre escolha, pela Administração Pública, dos meios adequados para exercer
o poder de policia, bem como, na opção quanto ao conteúdo, das normas que cuidam de tal poder.
 Auto-Executoriedade  Possibilidade efetiva que a Administração tem de proceder ao exercício imediato de
seus atos, sem necessidade de recorrer, previamente, ao Poder Judiciário.
 Coercibilidade  É a imposição imperativa do ato de policia a seu destinatário, admitindo-se até o emprego da
força pública para seu normal cumprimento, quando houver resistência por parte do administrado.
 Atividade Negativa  Tendo em vista o fato de não pretender uma atuação dos particulares e sim sua abstenção,
são lhes impostas obrigações de não fazer.

PRINCÍPIOS BÁSICOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA


L egalidade
I mpessoalidade
M oralidade
P ublicidade
E ficiência

1. Princípio da Legalidade:

» Permite-se a atuação do agente público, ou da Administração, apenas se permitida, concedida ou deferida por norma
legal. Assim ao particular é dado fazer tudo quanto não estiver proibido e ao administrador somente o que estiver permitido
pela lei. Logo podemos entender que de tal princípio decorre a proibição de sem que haja lei ou ato normativo que permita
a Administração possa vir por manifestação unilateral de vontade, declarar, conceder, restringir direitos ou impor
obrigações.

2. Princípio da Impessoalidade:

» Atuação administrativa que vise a satisfação do interesse coletivo, sem coprresponder ao atendimento do interesse
exclusivo do administrado. A impessoalidade está relacionada a finalidade ou seja ao fim estatuído pela lei e cuja perdição
significa desvio que invalida o ato, como também está relacionada à imputação da atuação administrativa e à necessidade
de observância do princípio da isonomia. Indicativo de imparcialidade, que condiciona a atividade administrativa a deferir
tratamento igual a todos, independentemente de qualquer interesse público.

3. Princípio da Moralidade:
» Proibição de a atuação administrativa distanciar-se da moral, dos princípios éticos, da boa-fé, da lealdade. A atuação
administrativa não pode contrariar, além da lei, a mmoral, os bons costumes, a honestidade, os deveres de boa
administração. A boa-fé, a lealdade, a razoabilidade e a proporcionalidade são princípios gerais que ditam o conteúdo do
princípio da moralidade administrativa.

4. Princípio da Publicidade:

» É o dever de dar publicidade, de levar o conhecimento do ato ou da atividade administrativa a terceiros. Atuação
transparente do Poder Público exige a publicação. A publicidade é obrigatória como meio conferidor de eficácia da
atividade administrativa, mas se admite a manutenção do sigilo quando expressamente autorizar a Constituição ou quando
concorrer possível prejuízo para a coletividade ou para outrem.

5. Princípio da eficiência:

» Preza-se por buscar a consecução do melhor resultado possível, deve-se atentar para os padrões modernos de gestão ou
administração, vencendo o peso brurocrático, atualizando-se e modernizando-se. Exige que a atividade administrativa seja
exercida com presteza, perfeição e rendimento funcional. A idéia de eficiência aproxima-se da economicidade. Visa-se
atingir objetivos traduzidos por boa prestação dos serviços, do modo mais simples, mais rápido e mais econômico,
melhorando a relação custo/benefício do trabalho da Administração.

ORGANIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

CENTRALIZAÇÃO E DESCENTRALIZAÇÃO
CENTRALIZAÇÃO: é a prestação de serviços diretamente pela pessoa política prevista
constitucionalmente, sem delegação a outras pessoas. Diz-se que a atividade do
Estado é centralizada quando ele atua diretamente, por meio de seus órgãos.

 Obs.: Órgãos são simples repartições interiores da pessoa do Estado, e, por isso, dele não se distinguem. São meros
feixes de atribuições - não têm responsabilidade jurídica própria – toda a sua atuação é imputada às pessoas a que
pertencem. São divisões da Pessoa Jurídica.

  - Se os serviços estão sendo prestados pelas Pessoas Políticas constitucionalmente competentes, estará havendo
centralização.

 DESCENTRALIZAÇÃO: é a transferência de execução do serviço ou da titularidade do serviço para outra


pessoa, quer seja de direito público ou de direito privado.

 São entidades descentralizadas de direito público: Autarquias e Fundações Públicas.


 São entidades descentralizadas de direito privado: Empresas Públicas, Sociedades de Economia Mista.
 Pode, inclusive, a execução do serviço ser transferida para entidades que não estejam integradas à
Administração Pública, como: Concessionárias de Serviços Públicos e Permissionárias.
 A descentralização, mesmo que seja para entidades particulares, não retira o caráter público do serviço,
apenas transfere a execução.

CONCENTRAÇÃO E DESCONCENTRAÇÃO 
82.  Conceito

Tanto o sistema da concentração como o sistema da desconcentração dizem respeito à organização administrativa de
uma determinada pessoa colectiva pública. Mas o problema da maior ou menor concentração ou desconcentração existente
não tem nada a ver com as relações entre o Estado e as demais pessoas colectivas: é uma questão que se põe apenas dentro
do Estado, ou apenas dentro de qualquer outra entidade pública.

A concentração ou desconcentração têm como pano de fundo a organização vertical dos serviços públicos, consistindo
basicamente na ausência ou na existência de distribuição vertical de competência entre os diversos graus ou escalões da
hierarquia.

Assim a “concentração de competência”, ou a “administração concentrada” é o sistema em que o superior


hierárquico mais elevado é o único órgão competente para tomar decisões, ficando os subalternos limitados às tarefas de
preparação e execução das decisões daquele. Por seu turno, a “desconcentração de competência”, ou “administração
desconcentrada”, é o sistema em que o poder decisório se reparte entre superior e um ou vários órgãos subalternos, os
quais, todavia, permanecem, em regra, sujeitos à direcção e supervisão daquele.
A desconcentração traduz-se num processo de descongestionamento de competências, conferindo-se a funcionários ou
agentes subalternos certos poderes decisórios, os quais numa administração concentrada estariam reservados
exclusivamente ao superior.

Não existem sistemas integralmente concentrados, nem sistemas absolutamente desconcentrados. O que normalmente
sucede é que os sistemas se nos apresentam mais ou menos concentrados – ou mais ou menos desconcentrados. Entre nós, o
princípio da desconcentração administrativa encontra consagração constitucional no art. 267º/2 CRP.

83.  Vantagens e Inconvenientes

A principal razão pela qual se desconcentram competências consiste em procurar aumentar a eficiência dos serviços
públicos.

Por outro lado, há quem contraponha a estas vantagens da desconcentração certos inconvenientes: em primeiro lugar,
diz-se, a multiplicidade dos centros decisórios pode inviabilizar uma actuação harmoniosa, coerente e concertada da
Administração; etc.

A tendência moderna, mesmo nos países centralizados, é para favorecer e desenvolver fortemente a desconcentração.

84.  Espécies de Desconcentração

Tais espécies podem apurar-se à luz de três critérios fundamentais – quanto aos níveis, quanto aos graus e quanto às
formas. Assim:

a)      Quanto ao “níveis de desconcentração”, há que distinguir entre desconcentração a nível central e
desconcentração a nível local, consoante ela se inscreva no âmbito dos serviços da Administração central ou no
âmbito dos serviços da Administração local;

b)      Quanto aos “graus de desconcentração”, ela pode ser absoluta ou relativa: no primeiro caso, a desconcentração é
tão intensa e é levada tão longe que os órgãos por ela atingidos se transformam de órgãos subalternos em órgãos
independentes; no segundo, a desconcentração é menos intensa e, embora atribuindo certas competências próprias a
órgãos subalternos, mantém a subordinação destes ao poder do superior (que constitui a regra geral no Direito
português).

c)      Por último, quanto às “formas de desconcentração”, temos de um lado a desconcentrarão originária, e do outro a
desconcentração derivada: a primeira é a que decorre imediatamente da lei, que desde logo reparte a competência
entre o superior e os subalternos; a segunda, carecendo embora de permissão legal expressa, só se efectiva mediante
um acto específico praticado para o efeito pelo superior. A desconcentração derivada, portanto, traduz-se na
delegação de poderes.

85.  A Delegação de Poderes. Conceito

Por vezes sucede que a lei, atribuindo a um órgão a competência normal para a prática de determinados actos, permite
no entanto que esse órgão delegue noutro parte dessa competência (art. 35º/1 CPA).

Do ponto de vista da ciência da administração, a delegação de poderes é um instrumento de difusão do poder de


decisão numa organização pública que repousa na iniciativa dos órgãos superiores desta.

Do ponto de vista do Direito Administrativo, a “delegação de competências” (ou “delegação de poderes”) é o acto
pelo qual um órgão da Administração, normalmente competente para decidir em determinada matéria, permite de acordo
com a lei, que outro órgão ou agente pratiquem actos administrativos sobre a mesma matéria.

São três os requisitos da delegação de poderes, de harmonia com a definição dada:

a)      Em primeiro lugar, é necessária uma tal lei que preveja expressamente a faculdade de um órgão delegar poderes
noutro: é a chamada lei de habilitação. Porque a competência é irrenunciável e inalienável, só pode haver delegação
de poderes com base na lei (art. 111º/2 CRP). Mas o art. 29º CPA, acentua bem que os princípios da
irrenunciabilidade e da inalienabilidade da competência não impedem a figura da delegação de poderes (n.º 1 e 2);

b)      Em segundo lugar, é necessária a existência de dois órgãos, ou de um órgão e um agente, da mesma pessoa
colectiva pública, ou de dois órgãos normalmente competente (o delegante) e outro, o órgão eventualmente
competente (o delegado);
c)      Por último, é necessária a prática do acto de delegação propriamente dito, isto é, o acto pelo qual o delegante
concretiza a delegação dos seus poderes no delegado, permitindo-lhe a prática de certos actos na matéria sobre a
qual é normalmente competente.

86.  Figuras Afins

A delegação de poderes, é uma figura parecida com outras, mais ou menos próximas, mas que não deve ser confundida
com elas:

a)      Transferência legal de competências: esta quando ocorre, consubstancia uma forma de desconcentração
originária, que se produz ope legis, ao passo que a delegação de poderes é uma desconcentração derivada,
resultante de um acto do delegante. Por outro lado, a transferência legal de competências é definitiva, enquanto a
delegação de poderes é precária, pois é livremente revogável pelo delegante;

b)      Concessão: a concessão em Direito Administrativo, tem de semelhante com a delegação de poderes o de ser um
acto translativo, e de duração em regra limitada. Mas difere dela na medida em que por destinatário, em regra, uma
entidade privada, ao passo que a delegação de poderes é dada a um órgão ou agente da Administração. Além disso,
a concessão destina-se a entregar a empresas o exercício de uma actividade económica lucrativa, que será gerida
por conta e risco do concessionário enquanto na delegação de poderes o delegado passa a exercer uma competência
puramente administrativa;

c)      Delegação de serviços públicos: também esta figura tem em vista transferir para entidades particulares, embora
aqui sem fins lucrativos, a gestão global de um serviço público de carácter social ou cultural. Não é esse o objectivo
nem o alcance da delegação de poderes;

d)      Representação: os actos que o representante pratica qua tale pratica-os em nome do representado, e os
respectivos efeitos jurídicos vão-se produzir na esfera jurídica deste;

e)      Substituição: em Direito Público, dá-se a substituição quando a lei permite que uma entidade exerça poderes ou
pratique actos que pertencem à esfera jurídica própria de uma entidade distinta, de forma a que as consequências
jurídicas do acto recaiam na esfera do substituído. A substituição dá-se quando o substituído não quer cumprir os
seus deveres funcionais: tal pressuposto não ocorre na delegação de poderes;

f)       Suplência: quando o titular de um órgão administrativo não pode exercer o seu cargo, por “ausência, falta ou
impedimento”, ou por vagatura do cargo, a lei manda que as respectivas funções sejam asseguradas,
transitoriamente por um suplente. Na suplência há um órgão, que passa a ter novo titular, ainda que provisório. O
Código do Procedimento Administrativo também chama a estes casos de suplência substituição (mal) e regula-os
no art. 41º

g)      Delegação de assinatura: por vezes a lei permite que certos órgãos da Administração incumbam um funcionário
subalterno de assinar a correspondência expedida em nome daqueles, a fim de os aliviar do excesso de trabalho não
criativo que de outra maneira os sobrecarregaria;

h)     Delegação tácita: por vezes, a lei, depois de definir a competência de um certo órgão, A, determina que essa
competência, ou parte dela, se considerará delegada noutro órgão, B, se e enquanto o primeiro, A, nada disser em
contrário.

87.  Espécies

Importa saber distinguir as espécies de habilitação para a prática da delegação de poderes, e as espécies de delegações
de poderes propriamente ditas.

a) Quanto à habilitação, ela pode ser genérica ou específica. No primeiro caso, a lei permite que certos órgãos
deleguem, sempre que quiserem, alguns dos seus poderes em determinados outros órgãos, de tal modo que uma só lei de
habilitação serve de fundamento a todo e qualquer acto de delegação praticado entre esses tipos de órgãos (art. 35º 2/3
CPA).

Em todos estes casos, porém, a lei impõe uma limitação importante (art. 35º/2 CPA): neste tipo de delegações só
podem ser delegados poderes para a prática de actos de administração ordinária, por oposição aos actos de administração
extraordinária que ficam sempre indelegáveis, salvo lei de habilitação específica.

Entende-se que são actos de administração ordinária todos os actos não definitivos, bem como os actos definitivos
que sejam vinculados ou cuja a discricionariedade não tenha significado ou alcance inovador na orientação geral da
entidade pública a que pertence o órgão; se se tratar de definir orientações gerais e novas, ou de alterar as existentes,
estaremos perante uma administração extraordinária.
b) Quanto às espécies de delegação, as principais são as seguintes:

-         Sob o prisma da sua extensão, a delegação de poderes pode ser ampla ou restrita, conforme o delegante resolva
delegar uma grande parte dos seus poderes ou apenas uma pequena parcela deles.

-         No que respeita ao objecto da delegação, esta pode ser específica ou genérica, isto é, pode abranger a prática de
um acto isolado ou permitir a prática de uma pluralidade de actos: no primeiro caso, uma vez praticado o acto pelo
delegado, a delegação caduca; no outro, o delegado continua indefinidamente a dispor de competência, a qual
exercerá sempre que tal se torne necessário.

-         Há casos de delegação hierárquica – isto é, delegação dos poderes de um superior hierárquico num subalterno –,
e casos de delegação não hierárquica – ou seja, delegação de poderes de um órgão administrativo noutro órgão ou
agente que não dependa hierarquicamente do delegante.

-         Há ainda uma outra classificação que distingue, entre a delegação propriamente dita, ou de 1º grau, e a
subdelegação de poderes, que pode ser uma delegação de 2º grau, ou de 3º, ou de 4º, etc., conforme o número de
subdelegações que forem praticadas. A subdelegação é uma espécie do género delegação porque é uma delegação
de poderes delegados.

88.  Regime Jurídico

a)      Requisitos do acto de delegação: Para que o acto de delegação seja válido e eficaz, a lei estabelece um certo
número de requisitos especiais, para além dos requisitos gerais exigíveis a todos os actos da Administração, a saber:

-         Quanto ao conteúdo, art. 37º/1 CPA. É através desta especificação dos poderes delegados que se fica a saber
se a delegação é ampla ou restrita, e genérica ou específica;

-         Quanto à publicação, art. 37º/2 CPA;

-         Falta de algum requisito exigido por lei: os requisitos quanto ao conteúdo são requisitos de validade, pelo que
a falta de qualquer deles torna o acto de delegação inválido; os requisitos quanto à publicação são requisitos de
eficácia, donde se segue que a falta de qualquer deles torna o acto de delegação ineficaz.

b)      Poderes do delegante: Uma vez conferida a delegação de poderes pelo delegante ao delegado, este adquire a
possibilidade de exercer esses poderes para a prossecução do interesse público. O que o delegante tem é a faculdade
de avocação de casos concretos compreendidos no âmbito da delegação conferida (art. 39º/2 CPA): se avocar, e
apenas quando o fizer, o delegado deixa de poder resolver esses casos, que passam de novo para a competência do
delegante. Mas em cada momento há um único órgão competente. Além do poder de avocação, o delegante tem
ainda o poder de dar ordens, directivas ou instruções ao delegado, sobre o modo como deverão ser exercidos os
poderes delegados (art. 39º/1 CPA). O delegante pode revogar qualquer acto praticado pelo delegado ao abrigo da
delegação – quer por o considerar ilegal, quer sobretudo por o considerar inconveniente (art. 39º/2 CPA). Algumas
leis especiais dão ao delegante o direito de ser informado dos actos que o delegado for praticando ao abrigo da
delegação.

c)      Requisitos dos actos praticados por delegação: sob pena de ilegalidade, os actos administrativos praticados pelo
delegado ao abrigo da delegação devem obediência estrita aos requisitos de validade fixados na lei. Para além disso,
a sua legalidade depende ainda da existência, validade e eficácia do acto de delegação, ficando irremediavelmente
inquinados pelo vício de incompetência se a delegação ao abrigo da qual forem praticados for inexistente, inválida
ou ineficaz. Os actos do delegado devem conter a menção expressa de que são praticados por delegação,
identificando-se o órgão delegante (art. 38º CPA).

d)      Natureza dos actos do delegado: dois problemas são particularmente importantes:

-         Os actos do delegado serão definitivos? Entre nós, a regra geral é de que os actos do delegado são definitivos
e executórios nos mesmos termos em que o seriam se tivessem sido praticados pelo delegante. Esta regra
decorre, para a administração central, do disposto no art. 15º/1 LOSTA; e para a administração local do art.
52º/7 LAL, bem como dos arts. 83º, §§1º e 4º, 105º, §§1º, 2º e 3º, e 404º, §2º CA, entre outros.

-         Caberá recurso hierárquico dos actos do delegado para o delegante? A reposta a esta pergunta varia,
conforme estejamos perante uma delegação hierárquica ou uma delegação não hierárquica. Se se tratar de uma
delegação hierárquica, dos actos praticados pelo subalterno – delegado cabe sempre recurso hierárquico para o
superior-delegante: se os actos do delegado forem definitivos será facultativo; se não forem, será necessário.
Tratando-se de uma delegação não hierárquica, uma vez que não há hierarquia não pode haver recurso
hierárquico; mas a lei pode admitir um “recurso hierárquico impróprio”. Se a lei for omissa, entendemos que,
nos casos em que o delegante puder revogar os actos do delegado, o particular pode sempre interpor recurso
hierárquico impróprio; mas tal recurso será meramente facultativo quando os actos sejam definitivos.
e)      Extinção da delegação: é evidente que se a delegação for conferida apenas para a prática de um, único acto, ou
para ser usada durante certo período, praticado, aquele acto ou decorrido este período a delegação caduca. Há,
porém, dois outros motivos de extinção que merecem referência:

-         Por um lado, a delegação pode ser extinta por revogação: o delegante pode, em qualquer momento e sem
necessidade de fundamentação, pôr termo à delegação (art. 40º-a CPA). A delegação de poderes é, pois, um acto
precário;

-         Por outro lado, a delegação extingue-se por caducidade sempre que mudar a pessoa do delegante ou a do
delegado (art. 40º-b CPA). A delegação de poderes é, pois, um acto praticado intuitu personae.

f)       Regime jurídico da subdelegação: era a regra segundo a qual o delegado só poderia subdelegar se – para além
de a lei de habilitação lho permitir – o delegante autorizasse expressamente a subdelegação, mantendo aquele um
controle absoluto sobre a convivência e a oportunidade desta. Este regime foi substancialmente alterado pelo art.
36º CPA, o qual veio introduzir duas importantes inovações.

-         Salvo disposição legal em contrário, o delegante pode autorizar o delegado a subdelegar (art. 36º/1 CPA):
passou a haver uma habilitação genérica permissiva de todas as subdelegações de 1º grau;

-         O subdelegado pode subdelegar as competências que lhe tenham sido subdelegadas, salvo disposição legal em
contrário ou reserva expressa do delegante ou subdelegante (art. 36º/2 CPA). Quanto ao mais, o regime das
subdelegações de poderes é idêntico ao da delegação (arts. 37º a 40º CPA).

89.  Natureza Jurídica da Delegação de Poderes

Há três concepções principais acerca da natureza da delegação:

a)      A primeira é a tese da alienação: é a concepção mais antiga. De acordo com esta tese, a delegação de poderes é
um acto de transmissão ou alienação de competências do delegante para o delegado: a titularidade dos poderes, que
pertencia ao delegante antes da delegação, passa por força desta, e com fundamento na lei de habilitação, para a
esfera de competência do delegado. A razão pela qual esta tese, não satisfaz, reside na sua incapacidade de explicar
adequadamente o regime jurídico estabelecido na lei para a delegação de poderes. Na verdade se esta fosse uma
autêntica alienação, isso significaria que os poderes delegados deixariam de pertencer ao delegante: a titularidade
de tais poderes passaria, na íntegra, para o delegado, e o delegante ficaria inteiramente desligado de toda e qualquer
responsabilidade quanto aos poderes delegados e quanto à matéria incluída no objecto da delegação.

b)      A segunda tese da autorização: a competência do delegante não é alienada nem transmitida, no todo ou em parte
para o delegado. O que se passa é que a lei de habilitação confere desde logo uma competência condicional ao
delegado, sobre as matérias em que permite a delegação. Antes da delegação, o delegado já é competente: só que
não pode exercer essa sua competência enquanto o delegante lho permitir. O acto de delegação visa, pois, facultar
ao delegado o exercício de uma permissão do delegante, já é uma competência do delegado. Há vários motivos que
nos levar a não aceitar esta tese: parece que essa tese é contrária à letra da lei. As leis que permitem a delegação de
poderes exprimem-se sensivelmente nos termos seguintes: “o órgão A pode delegar os poderes tais e tais no órgão
B”, ao dizer “os seus poderes”, a lei está inequivocamente a sublinhar que a competência é do delegante. Se o
potencial delegado já fosse competente por lei antes de o acto de delegação ser praticado, então tinha de se
reconhecer ao potencial delegado um interesse legítimo na pretensão de exercer a competência delegável, uma vez
que esta competência seria uma competência própria do delegado ao superior hierárquico que lhe autorizasse o
exercício da competência delegável. Se fosse verdadeira a tese da autorização o delegado, uma vez recebida a
delegação, praticaria os actos administrativos compreendidos no objecto da delegação no exercício de uma
competência própria, ou seja, de uma competência que directamente lhe seria atribuída pela lei. Ora, isto é
incompatível com o poder de orientação a cargo do delegante que existe na delegação de poderes, inclusivamente
quando não há hierarquia: em toda a delegação de poderes está ínsita a ideia de que o delegante tem o poder de
orientar o delegado quanto ao exercício dos poderes delegados. Se se tratasse do exercício de uma competência
própria do delegado, não faria sentido que o delegante tivesse qualquer poder de orientação. A tese da autorização
também não é compatível com o poder de revogar a delegação, que a lei confere ao delegante. Esta tese, também
não é compatível com uma outra solução que existe no regime jurídico da delegação de poderes, e que é o poder
que o delegante tem de revogar os actos praticados pelo delegado no exercício da delegação

c)      A terceira tese é da transferência de exercício: a delegação de poderes não é uma alienação porque o delegante
não fica alheio à competência que decida delegar, nem é uma autorização, porque antes de o delegante praticar o
acto de delegação o delegado não é competente: a competência advém-lhe do acto de delegação, e não da lei de
habilitação. Por outro lado, a competência exercida pelo delegado com base na delegação de poderes não é uma
competência própria, mas uma competência alheia. Logo, a delegação de poderes constitui uma transferência do
delegante para o delegado: não, porém, uma transferência da titularidade dos poderes, mas uma transferência do
exercício dos poderes.

A melhor construção é a que vê na delegação de poderes um acto que transfere para o delegado o exercício de uma
competência própria do delegante. Ou seja: a competência do delegado só existe por força do acto de delegação; e o
exercício dos poderes delegados é o exercício de uma competência alheia, não é o exercício de uma competência própria. O
delegado, quando exerce os poderes delegados, está a exercer uma competência do delegante, não está a exercer uma
competência própria. Esclareça-se, todavia, que o delegado exerce competência delegante em nome do próprio: trata-se do
exercício em nome próprio de uma competência alheia.

Portanto a raiz da competência, a titularidade dos poderes, permanece no delegante; o seu exercício é que é confiado ao
delegado.

Mais precisamente: o delegado recebe a faculdade de exercer uma parte da competência do delegante e, mesmo quanto
a essa parte, a sua faculdade de exercício é limitada pelo alcance dos poderes de superintendência e controle do delegante.

O delegante, ao contrário do que se poderia entender à primeira vista, não transfere para o delegado o exercício de toda
a sua competência: mesmo nas matérias em que delegou, ele conserva poderes de exercício que já tinha e adquire, por
efeito do próprio mecanismo da delegação, poderes que antes dela não detinha. Quer dizer: nem o delegado passa a deter
todo o exercício da competência do delegante, nem este fica reduzido a uma mera titularidade nua, ou de raiz, pois adquire
todo um complexo de poderes de superintendência e controle, que poderá exercer enquanto durar a delegação.

A delegação de poderes é, pois, um acto que transfere, com limitações e condicionamentos, uma parte do exercício da
competência delegante.

A delegação de poderes é uma transferência de exercício. Esta concepção tem consequências práticas, que convém
referir:

a)      Em primeiro lugar, dela resulta que o potencial delegado não pode requerer ao delegante a sua competência: não
tem legitimidade para fundamentar a pretensão de requerer uma delegação de poderes em seu favor; tem de
aguardar que o delegante lha confira ou não, conforme melhor entender.

b)      Por outro lado, se o potencial delegado praticar actos a descoberto, ou seja, se praticar actos compreendidos no
âmbito da matéria delegável mas que ainda não foram efectivamente objecto de uma delegação, tais actos estão
viciados de incompetência – e não de simples vício de forma, como seria o caso se se seguisse a tese da
autorização;

c)      Mais ainda: no caso de o potencial delegado não ser um órgão da Administração mas um simples agente, se ele
praticar um acto compreendido no âmbito da matéria delegável mas sem que efectivamente tenha havido delegação,
estaremos perante um caso de inexistência jurídica desse acto, porque os actos administrativos tem de provir
sempre de órgãos da Administração.

Organização Administrativa da União


Estado

Pessoa jurídica de direito público “Interno”, formada pela junção de três elementos originários e indissociáveis: povo,
território e governo soberano.

Estado de Direito

Regido por normas e respeito às autoridades públicas e aos direitos fundamentais.

Estado Federal

É a descentralização política: União, Estado, Distrito Federal e Municípios.

Governo

Conjunto de órgãos e poderes do Estado. Sua competência é fixar os objetivos do Estado, função política de comando.

Administração Pública

É a função de execução (atos administrativos), não pratica atos do Governo.

Administração Direta e Indireta


ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Segundo Hely Lopes Meirelles, "É todo o aparelhamento do Estado preordenado à realização de serviços, visando à
satisfação das necessidades coletivas."
Pode ser definida objetivamente como atividade concreta e imediata que o Estado desenvolve para a consecução dos
interesses coletivos; e subjetivamente com o conjunto de órgãos e de pessoas aos quais a lei atribui o exercício da função
administrativa do Estado.

»Classificação:

Administração Direta:
1- União
2- Distrito Federal
3- Estados
4- Municipios

Administração Indireta:
1- Autarquias
2- Empresas Públicas
3- Sociedades de Economia Mista
4- Fundações Públicas

1- ADMINISTRAÇÃO DIRETA
Corresponde à atuação direta pelo próprio Estado por suas entidades estatais: União, Estados-Membros, Município e
Distrito Federal. A primeira é dotada de soberania, as demais, de autonomia política, administrativa e financeira.

2- ADMINISTRAÇÃO INDIRETA
É o conjunto de pessoas administrativas que, vinculadas à Administração Direta, têm a competência para o exercício, de
forma descentralizado, de atividades administrativas. É integrada por pessoas jurídicas de direito público ou privado,
criadas ou instituídas a partir de lei específica: autarquias, fundações, empresas públicas e sociedades de economia mista,
como também associações e consórcios públicos.

2.1- AUTARQUIAS: As autarquias são criadas por lei para executar, de forma descentralizado, atividades típicas da
administração pública. Têm patrimônio formado por recursos próprios.Sua organização interna pode vir através de
decretos (emanam do poder executivo); de portarias (ministérios, secretarias); regimentos ou regulamentos internos. São
autarquias, por exemplo, as universidades federais. Segundo Celso Antônio Bandeira de Mello: São pessoas jurídicas de
direito público de capacidade exclusivamente administrativa.

2.2- FUNDAÇÕES PÚBLICAS: As fundações públicas são organizações dotadas de personalidade jurídica de direito público,
sem fins lucrativos, criadas para um fim específico de interesse público, como educação, cultura e pesquisa, sempre
merecedoras de um amparo legal. As fundações públicas possuem autonomia administrativa, patrimônio próprio, e
funcionamento custeado, principalmente, por recursos do poder público, ainda que sob a forma de prestação de serviços.

2.3- EMPRESAS PÚBLICAS: Empresa pública é a pessoa jurídica de capital público, instituído por um Ente estatal, com a
finalidade prevista em Lei. A finalidade é sempre de natureza econômica, eis que, em se tratando de 'empresa', ela deve
visar ao lucro, ainda que este seja utilizado em prol da comunidade. É a pessoa jurídica criada com força de autorização
legal, como instrumento de ação do estado, dotada de personalidade de direito privado mas submetida a certas regras
decorrente da finalidade pública, constituídas sob qualquer das formas admitidas em direito, cujo capital seja formado
por capital formado unicamente por recursos públicos de pessoa de administração direta ou indireta. Pode ser Federal,
municipal ou estadual.

2.4- SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA: É uma sociedade na qual há colaboração entre o Estado e particulares, ambos
reunindo recursos para a realização de uma finalidade, sempre de objetivo econômico. São pessoas jurídicas de direito
privado, integrantes da Administração Indireta do Estado, criadas por autorização legal sob qualquer forma jurídica
adequada à sua natureza, para que o Governo exerça atividades gerais de caráter econômico ou, em certas situações,
execute a prestação de serviços públicos. A sociedade de economia mista é uma pessoa jurídica de direito privado e não
se beneficia de isenções fiscais ou de foro privilegiado. A sociedade de economia mista é uma sociedade anônima, e seus
funcionários são regidos pela CLT e não são servidores públicos. Freqüentemente têm suas ações negociadas em Bolsa de
Valores como, por exemplo, o Banco do Brasil, Petrobrás, Banco do Nordeste, e Eletrobrás.

ENTIDADES PARAESTATAIS

São entes privados que não integrarem a Administração Direta ou a Administração Indireta, colaboram com o Estado no
desempenho de atividades de interesse público, de natureza não lucrativa. Compreendem os serviços sociais autônomos
(SESI, SESC, SENAI, etc.), as organizações sociais, as organizações da sociedade civil de interesse público (OSCIP) e as
denominadas "entidades de apoio".

Agências Executivas e Reguladoras


AGÊNCIAS REGULADORAS

São autarquias qualificadas como "Autarquias em Regime Especial", cuja principal atribuição é controlar a prestação de
serviços públicos e tem como peculiaridade o fato de que os seus dirigentes são nomeados pelo Presidente da República,
após aprovação pelo Senado Federal, com garantia de mandato com prazo determinado. Ex: ANEEL, ANATEL, etc.

AGÊNCIAS EXECUTIVAS

São instituídas sob a forma de autarquia ou fundação onde devem celebrar contrato de gestão com a Administração
Pública para exercer atividade estatal que, para melhor desenvoltura, deve ser descentralizada e, por conseguinte,
afastada da burocracia administrativa central. Ex: IMETRO.

Gestão de Processos da Administração Pública


É indiscutível que vivemos num processo dinâmico de mudança tecnológica no que respeita à gestão de informação. Está
na base desta mudança a digitalização da informação e a disseminação dos meios de que dispomos para lidar com ela
(portáteis, agendas electrónicas, smartphones, SMS, email, chat, etc.). Para acompanhar este processo de mudança, é
inevitável a mudança da mentalidade das pessoas e das instituições.

A administração pública central, regional e local encontra-se neste momento numa fase de viragem da sua forma de gestão.
Os seus sistemas de informação estão a ser confrontados com a necessidade de enfrentar os desafios propostos pela
sociedade de informação e conhecimento no que respeita à utilização de novas tecnologias e metodologias. As rápidas
evoluções tecnológicas têm um forte impacto a nível social, económico e cultural.

As mais valias do mundo virtual são hoje indiscutíveis. São mesmo um factor essencial para o desenvolvimento e a
competitividade. A modernização administrativa, tão referenciada pelo actual governo, vem reforçar essa viragem,
promovendo a adaptação dos processos das instituições públicas às novas formas de comunicar e de interagir.

A modernização administrativa tem como enfoque a desburocratização de processos, permitido ao cidadão o acesso a
documentação existente em vários e diferentes departamentos, num único local, por via das tecnologias de informação.

No entanto, para que esta medida se torne eficaz, será de extrema importância, não apenas a tecnologia, mas sobretudo a
visão global de gestão dos serviços e dos processos, com vista à eliminação da velha tendência de gestão de cada
departamento, instruído apenas para ver os "seus" processos.

Só com essa visão se conseguirá conferir maior qualidade aos serviços prestados, aumentar a produtividade, bem como
reduzir os custos operacionais. Os objectivos que nos são impostos pelas circunstâncias e pelo Pacto de Estabilidade vieram
dar o impulso que faltava para que se avance na optimização de processos e partilha de informação, tirando partido da
tecnologia actual.

Este conceito define que a instituição tenha os seus processos de negócio implementados e suportados por sistemas
informáticos. Além disso, tem necessariamente que integrar todas as aplicações departamentais. Perante a actual
necessidade de mobilidade, torna-se ainda imperativo que os cidadãos e colaboradores possam aceder às instituições, aos
seus processos e à sua informação através de portais web enabled integradores de serviços, assentes sobre sistemas de
workflow e de gestão documental - que são a resposta ao novo conceito de "gestão de processos".

O que é a gestão de processos?

A gestão por processos consiste num conjunto de actividades que ocorrem dentro de uma instituição pública, que estão
envolvidos directamente com os objectivos da instituição. Estas actividades envolvem os recursos materiais, humanos e
financeiros da instituição, necessários para, por exemplo, melhorar o atendimento ao cliente e aumentar a eficiência da
logística.
Assegurar que os processos sejam executados de forma clara e consistente é muito importante para que a instituição possa
atingir as suas metas e agregar valor aos seus clientes (cidadãos). Entretanto gerir estes processos é mais difícil do que
parece, pois muitos deles não acontecem isoladamente, mas interagem entre si.

Uma orientação para os processos, permite compreender como de facto as coisas são feitas na instituição, na medida em
que revela problemas, estrangulamentos e ineficiências que numa instituição tradicional não seriam identificados.

São várias as vantagens da gestão de processos:

 Redução dos tempos de ciclo;


 Diminuição de custos;
 Melhoria da eficiência interna;
 Melhoria da qualidade;
 Aumento da satisfação dos cidadãos e dos colaboradores.

Arquitectura de base

Uma vez que a excelência do desempenho e o sucesso do negócio requerem que todas as actividades inter-relacionadas
sejam compreendidas e geridas segundo uma visão de processos, é fundamental que sejam conhecidos os clientes dos
processos, os seus requisitos e o que cada actividade adiciona de valor relativamente a esses requisitos.

O desenvolvimento de um sistema de gestão organizacional voltado para desempenhos elevados requer a identificação e a
análise de todos os seus processos. A análise de processos leva a um melhor entendimento do funcionamento da instituição
e permite a definição adequada de responsabilidades, a utilização eficiente dos recursos, a prevenção e solução dos
problemas, a eliminação de actividades redundantes e a identificação clara dos clientes e fornecedores.

Esta abordagem possibilita à instituição actuar com eficiência nos recursos e com eficácia nos resultados, uma vez que
procura atender os seus clientes finais mediante a adição de valor nas actividades desenvolvidas. A gestão de processos
implementa uma arquitectura que pode ser representada pelas actividades de alto nível apresentadas na figura.

Visão de uma arquitectura da gestão de processos.

Esta visão tem um conjunto de benefícios associados a cada uma das actividades envolvidas na arquitectura da gestão de
processos. Estes benefícios encontram-se expostos na tabela abaixo:

Actividade Benefício
Identificar Gerir desempenhos e melhorias contínuas
Documentar Executar acções de forma a melhorar tempos, optimizar recursos, etc.
Identificar custos, tempos, qualidade, que permitirá um melhoramento de área
Medir e simular
problemáticas
Melhorar Processos melhorados assegurando a qualidade
Gerir Melhor a compreensão, o envolvimento e as ideias

Construir um modelo baseado nesta arquitectura de processos poderá resolver diversos problemas que normalmente tendem
a estar ocultos num modelo funcional tradicional. O desenho de um modelo de processos permite aos colaboradores
compreenderem a visão global da instituição e qual o seu contributo individual nesse contexto.
A construção do modelo requer trabalho em equipa, de forma a assegurar que todo o conhecimento disponível é utilizado.
Um modelo simples pode conter elementos tão específicos como actividades, etapas de processo, funções ou áreas
organizacionais, materiais e outra informação. O modelo pode igualmente conter notas sobre potenciais problemas nos
processos de negócio, ideias para melhorias e outros comentários.

Principais características da gestão de processos

a) Monitorização de processos - capacidade para efectuar o seguimento dos processos de uma forma transversal à
instituição e a capacidade de individualmente o utilizador poder avaliar as suas actividades.

b) Modelação de processos - a modelação de processos consiste na facilidade de criar e alterar processos novos ou
existentes, incluindo:

 Desenho do fluxo de trabalho e das actividades que concorrem para um processo;


 Desenho simples e intuitivo dos fluxos de trabalho;
 Processos de trabalho da instituição mapeados através de templates (modelos) reutilizáveis;
 Alterações de processos;
 Redução da necessidade de formação dos utilizadores para conhecerem os processos da instituição.

Conclusão

Como conclusão, podemos afirmar que com a actual maturidade das tecnologias de gestão de conteúdos e automatização de
processos, o desafio da implementação das mudanças não é tecnológico. A chave do sucesso deste tipo de projectos está na
mão dos grupos de trabalho, das equipas multidisciplinares e na sua autonomia, no que respeita a alterações da legislação,
dos procedimentos e da cultura há muito tempo enraizados na administração pública central, regional e local.

Sistemas de Gestão de Contratos


Todo o negócio baseia-se na existência de um contrato entre a parte que fornece e a que adquire. É através do contrato que
duas ou mais entidades estabelecem o enquadramento da sua relação de negócio.

No entanto, sendo o contrato a pedra que alicerça a construção das organizações, quantas destas conhecem e acompanham
devidamente a sua execução? Porque colocam tanto esforço na sua negociação e tão pouco na sua gestão?

Existe um velho ditado que afirma “Se não conheces os teus contratos, não conheces o teu negócio”. Os contratos são o
melhor reflexo de qualquer negócio. São o reflexo do que a organização decidiu comprar e vender.

Sendo tão importantes para as organizações, porque é que estas não dispõem de mecanismos eficazes para o seu controlo e
acompanhamento de execução?

Todos sabemos que a implementação de um contrato sem o prévio estabelecimento dos seus mecanismos de controlo
levará, muitas vezes, a uma implementação que não atinge os objectivos desejados, ou que é totalmente falhada. Como
todos sabemos, estes resultados significam perda de receitas, perda de oportunidades e custos excessivos.

Então, porque é que uma organização se preocupa com a realização de todas as outras actividades do seu negócio e, muitas
vezes, ignora completamente o documento que criou o seu negócio e que define os seus direitos e responsabilidades,
activos e passivos?

A competência e o empenho com que os executivos de uma organização escrevem e negoceiam contratos, são um grande
determinante da saúde financeira da empresa. A forma como se efectua o acompanhamento da execução dos contratos (as
partes envolvidas, as suas responsabilidades, as acções que é necessário executar e as renovações e extensões que é
necessário negociar e controlar) pode ainda ser mais importante. No entanto, o contrato mais bem negociado e escrito, pode
ser completamente inútil se não for gerido de forma adequada. Pode dizer-se que uma organização que não gere
convenientemente os seus contratos apresenta “lapsos de memória”. Se for gestor de alguma empresa, estes “lapsos” devem
preocupá-lo, uma vez que podem representar a existência de ineficiências importantes, se não mesmo perdas significativas
a vários níveis – compras não recebidas, ou recebidas e não instaladas, ou instaladas e não optimizadas, etc. No entanto,
não chega saber onde estão arquivados os seus contratos, é necessário manter um controlo permanente sobre o seu
articulado, e sobre as exigências e compromissos que este representa para a organização.

Mas, como é que uma organização perde o rasto dos seus contratos?

Muitas vezes, o que acontece advém do facto de o executivo que originalmente preparou e negociou o contrato já não se
encontrar na mesma posição na organização, ou porque foi elevado a uma posição superior ou diferente, ou porque aceitou
um novo desafio noutra organização. Este facto, por si só, tem como resultado a perda de “consciência” sobre determinados
contratos e, desta forma, perde-se um substancial e precioso conhecimento sobre o negócio da organização.
Mas, como é que os contratos são actualmente geridos?

Normalmente, são mal geridos. Existem vários factores que contribuem para esta situação, mas destacaria o que me parece
fundamental, a falta de um Sistema de Informação de Gestão de Contratos. Esta situação resulta de três factos, todos
demasiado recentes para já terem um peso significativo na gestão das empresas.

1.      Ter-se iniciado a divulgação do conceito de Gestão de Contratos,

2.      Terem começado a surgir as primeiras aplicações informáticas direccionadas para o apoio a esta actividade e,

3.      As organizações terem começado a tomar consciência da importância desta prática para a sua “bottom line”.

Mas, como implementar um efectivo Sistema de Gestão de Contratos?

Desta forma, uma organização deve dar três passos para implementar um efectivo Sistema de Gestão de Contratos.

          O primeiro passo dá-se com a criação de uma organização vocacionada para a sua realização. Uma
organização com capacidade para, desde o momento prévio à construção do caderno de encargos, até à execução
de auditorias de performance ou de conclusão, dar suporte e controlar a execução dos trabalhos.

          O segundo passo dá-se com a efectiva implementação de um Sistema de Informação de Gestão de
Contratos.

          O terceiro passo dá-se com a definição e implementação de perfis de risco para cada contrato, de forma a que
estes possam ter associados um grau de criticidade para o negócio da empresa e, assim serem enquadrados num
perfil de gestão consentâneo com a sua importância.

A nossa experiência diz-nos que não é preciso que uma organização tenha muitos contratos para que a implementação de
um Sistemas de Gestão de Contratos possa  proporcionar um muito rápido retorno do investimento. Muitos vezes, só na
gestão de um único contrato conseguem-se ganhos suficientes para a justificação completa dos valores investidos.

Desta forma, e sendo facilmente justificável a existência de um Sistema de Gestão de Contratos, porque não começar
desde já a pensar na sua implementação?

Noções de processos licitatórios e Contratos Administrativos


Referente à lei 8666/93 (Estatuto das licitações)

É importante lembrar dois princípios fundamentais do Direito Administrativo, pelo motivo que as licitações e os contratos
administrativos são decisões unilaterais, ou seja, a Administração tem o poder sobre os contratos. São eles:

da Supremacia do interesse publico sobre o privado


da Indisponibilidade do interesse público

Princípio da Supremacia do interesse publico sobre o privado

Entendo desse princípio havendo uma relação jurídica, orientada pelo regime administrativo, que envolva o particular e
administração, esta gozará de diversos privilégios materiais e processuais, que não são conferidas ao cidadão comum.

Um exemplo claro é a existência de clausulas exorbitante nos contratos administrativos, cuja uma das hipóteses é a
possibilidade de aplicação unilateral de penalidades aos contratados.

Princípio da Indisponibilidade do interesse público

Entendo desse princípio que a Administração não poderá transigir ou até mesmo renunciar de seus direitos, nem dispor de
seus bens se não for autorizada por lei. Isso acontece porque bens valores e direitos não pertence ao Administrador Público,
mas a coletividade.

Posso citar como exemplo a obrigatoriedade do processo licitatório para a aquisição de determinados objetos ou serviços.
Isso porque por meio deste procedimento formal e objetivo que a Administração Pública selecionará a proposta mais
vantajosa, aquela que está de acordo com o interesse da coletividade. Estão inseridos nesse contexto os princípios da
impessoalidade e da legalidade.
Licitação

Entendo por licitação um meio hábil e formal que a Administração se utiliza para a contratação de algo. Ofertando a todos
os interessados isonômicos e competitivos.

Também é característica da licitação a moralidade e eficiência nos contratos administrativos.

Realiza-se através de uma série de atos ordenados vinculantes para a Administração Pública e para o administrado.

Procedimento licitatório

É oferecido para todos oportunidades de apresentarem propostas, sendo que a escolhida será a mais conveniente aos
interesses da Administração.

Em síntese é realizado as seguintes fases:

Publicidade do instrumento convocatório;


Recebimento dos documentos de habilitação e propostas;
Habilitação dos licitantes;
Julgamento das propostas;
Homologação;
Adjudicação do objeto ao licitante que ofereceu a proposta mais vantajosa.

Importante salientar que uma vez oferecida a proposta o interessado fica vinculado a ela. Todavia encerrado o
procedimento licitatório o proponente que tiver a proposta escolhida fica obrigado a assinar o contrato. Se houver recusa
ficará sujeito ás sanções previstas no artigo 87 da Lei 8666/93. Exceto se o prazo de sua proposta tiver exaurido
(geralmente 60 dias).

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