Вы находитесь на странице: 1из 77

UNIVERSIDADE CRUZEIRO DO SUL

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO
MESTRADO EM CIÊNCIAS DO MOVIMENTO HUMANO

Efeito do estado de treinamento de judô no período


competitivo sobre as concentrações plasmáticas de
Leptina e citocinas pró-inflamatórias de atletas do sexo
masculino de alto rendimento

DONIZETE CÍCERO XAVIER DE OLIVEIRA

Orientadora: Prof. Dra. Cristina das Neves Borges Silva

Dissertação apresentada ao Mestrado em


Ciências do Movimento Humano, da
Universidade Cruzeiro do Sul, como parte
dos requisitos para a obtenção do título de
Mestre em Ciências do Movimento Humano.

SÃO PAULO
2009
AUTORIZO A REPRODUÇÃO E DIVULGAÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESTE
TRABALHO, POR QUALQUER MEIO CONVENCIONAL OU ELETRÔNICO, PARA
FINS DE ESTUDO E PESQUISA, DESDE QUE CITADA A FONTE.

FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA


BIBLIOTECA CENTRAL DA
UNIVERSIDADE CRUZEIRO DO SUL

Oliveira, Donizete Cícero Xavier de.


O46e Efeito do estado de treinamento de judô no período competitivo
sobre os níveis plasmáticos de leptina e citocinas pró-inflamatórias
de atletas do sexo masculino de alto rendimento / Donizete Cícero
Xavier de Oliveira. -- São Paulo; SP: [s.n], 2009.
74 p. : il. ; 30 cm.

Orientadora: Cristina das Neves Borges Silva.


Dissertação (mestrado) - Programa de Pós-Graduação em
Ciências do Movimento Humano, Universidade Cruzeiro do Sul.

1. Judô (Treinamento) 2. Leptina 3. Citocinas pró-inflamatórias


4. Fator de necrose tumoral alfa (TNF-a) 5. Proteína quimiotática de
monócitos (MPC-1) 6. Interleucinas (IL-6) 7. Estresse metabólico.
I. Silva, Cristina das Neves Borges. II. Universidade Cruzeiro do Sul.
Programa de Pós-Graduação em Ciências do Movimento Humano.
III. Título.
CDU: 796.85-055.1(043.3)
UNIVERSIDADE CRUZEIRO DO SUL
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO

Efeito do estado de treinamento de judô no período


competitivo sobre as concentrações plasmáticas de
Leptina e citocinas pró-inflamatórias de atletas do sexo
masculino de alto rendimento

Donizete Cícero Xavier de Oliveira

Dissertação de mestrado defendida e aprovada


pela Banca Examinadora em 16/06/2009.

BANCA EXAMINADORA:

Prof. a Dra. Cristina das Neves Borges Silva


Universidade Cruzeiro do Sul
Presidente

Prof. a Dra. Camila de Moraes.


Universidade Cruzeiro do Sul

Prof. Dr. Emerson Franchini.


Universidade de São Paulo
Minha Família

Pais, Irmão e Namorada


AGRADECIMENTOS

Primeiramente a Deus que tem me dado força e determinação nesta caminhada


e que vem abrindo muitas portas em minha vida.

Á minha mãe, Maria Helena Xavier de Oliveira e meu pai Osmar de Oliveira, por
todos os ensinamentos dados, educação, respeito e determinação na minha
formação como ser humano.

Ao meu irmão, Denis Maicon Xavier de Oliveira, que tem sempre buscado o
crescimento profissional e pessoal constantemente.

A minha namorada Gabrielly Cristina Manarin, por privar-se de algumas coisas,


para conclusão deste trabalho. E acima de tudo, pelo amor doado em todos os
momentos de nossa relação.

Ao Sensei Tuka reponsável pela minha entrada e permanência no judô o que


foi crucial para o sucesso que tenho conseguido durante a minha vida, tanto
profissionalmente como na minha formação como pessoa.

A todos que me ajudaram nessa difícil caminhada até o final deste trabalho,
Kiki, Renato e Rodrigo Menocci, Fábio Belizário, Alan, Sandra e Dimas Manarin
e principalmente meu tio Odari (Ico) pelas várias noites perdidas em minhas
viagens e a minha avó Rosa Amélia (in memorian).

A Professora Dra. Cristina das Neves Borges Silva pela orientação, empenho e
dedicação dispensado ao desenvolvimento deste trabalho.

Aos senseis Mario Tsutsui ,sensei Salgado e Danusa Shira , pela oportunidade
do trabalho junto aos atletas e a oportunidade de ter as portas abertas em um
dos maiores clubes e equipes de judô do Brasil

Aos professores do PPGP, que com grande mérito contribuíram com a nobre
tarefa de mediar o conhecimento, em especial às professoras Maria Fernanda e
professora Camila.

Aos colegas do GEPAFESP, Izildinha em especial pelas nossas diversas


conversas sobre o tema, Flávio, Leopoldo, José Carlos, além da Evelin, que
sem ajuda na coleta de dados e companheirismo neste período, este trabalho
não poderia ser concluído.

Aos colegas da 1a turma do curso de Ciências do Movimento Humano, pela


troca de experiências e conhecimentos.

Ao Governo do estado de São Paulo pela concessão da Bolsa Mestrado que


contribui constantemente na formação dos professores.
“VERÁS QUE O FILHO TEU NÃO FOGE A LUTA.........”.

HINO NACIONAL BRASILEIRO.

“O JUDOCA NÃO SE APERFEIÇOA PARA LUTAR, MAS LUTA PARA


SE APERFEIÇOAR”.

SENSEI JIGORO KANO.


Oliveira DCX. Efeito do estado de treinamento de judô no período competitivo
sobre os níveis plasmáticos de leptina e citocinas pró-inflamatórias de atletas
do sexo masculino de alto rendimento [dissertação]. São Paulo: Universidade
Cruzeiro do Sul; 2009.

RESUMO

O judô é um esporte com características de associação entre potência aeróbia e


anaeróbia, onde podemos observar a participação de diferentes tipos de
metabolismo e substratos energéticos. Temos como hipótese que o estresse
metabólico induzido pelo treinamento de judô no período competitivo associado ao
constante controle de massa corporal dos atletas pode influenciar a síntese e
secreção de leptina e a concentração de citocinas pró-inflamatórias, IL-6, TNF-α e
MCP-1. Desta forma o objetivo do estudo foi avaliar o efeito do estado de
treinamento do judô no período competitivo sobre as concentrações plasmáticas de
moléculas bioativas de atletas do sexo masculino de alto rendimento. Para tanto, os
sujeitos foram divididos em dois grupos, um grupo treinado (Gtr) com 11 sujeitos e
um grupo não-treinado (Gnt) também com 11 sujeitos, foi mensurado massa
corporal, estatura e a composição corporal através do método de dobras cutâneas
utilizando protocolo de 3 dobras de Jackson e Pollock (1978) e equação de Siri
(1961) para estimativa de porcentagem de gordura, massa magra, massa gorda,
além de circunferências corporais. Foi medido também VO 2 Máximo e força de
tração lombar e de membros inferiores. Foram dosadas as concentrações
bioquímicas do hormônio leptina, IL-6, TNF-α e MCP-1. Os grupos não diferiram em
idade, massa corporal, estatura total e massa corporal magra, no entanto o grupo
treinado apresentou uma diminuição significativa na porcentagem de gordura e
massa gorda e um aumento na força de tração lombar e de membros inferiores, e no
VO2 Máximo. Quanto às dosagens bioquímicas os grupos não apresentaram
diferença significativa nos valores de glicose, triglicérides, colesterol, TNF-α e IL-6. O
grupo treinado apresentou menor concentração de leptina tanto em valores
absolutos e relativos à porcentagem de gordura e uma maior concentração de MCP-
1. Os dados revelam uma adaptação na capacidade de síntese e secreção do
hormônio leptina em resposta ao estresse crônico do judô, sugerindo um ajuste
neuro-hormonal. Dentre as citocinas investigadas, somente a MCP-1 apresentou
maior concentração no grupo treinado, indicando um possível quadro inflamatório.

Palavras-Chave: Judô, Tecido adiposo, MCP-1, Leptina, TNF-α, IL-6


Oliveira DCX. Effect of training judo in the competition period on the plasmatic
levels of leptin and pro-inflammatory cytokines of high performance male
athletes [dissertação]. São Paulo: Universidade Cruzeiro do Sul; 2009.

ABSTRACT

Judo is a sport with characteristics of association between aerobic and anaerobic


capacities, where we can observe the participation of different types of metabolisms
and energy substrates. We have a hypothesis that metabolic stress induced by
training judo in the competition period associated with the constant control of the
athletes’ body mass can influence the synthesis and secretion of leptin and the
concentration of pro-inflammatory cytokines, IL-6, TNF-α and MCP-1. In this manner,
the objective of this study was to evaluate the effect of training judo in the
competition period on the plasmatic levels of bioactive molecules in high
performance male athletes. For this, the subjects were divided into two groups, a
trained group (Gtr) with 11 subjects and a non-trained group (Gnt) also with 11
subjects, the body mass, height and the body composition were measured using the
method of skin folds using the Jackson and Pollock protocol (1978) of 3 skin folds
and the Siri (1961) equation to estimate the percentage of fat, lean mass, fat mass,
and the body circumferences. The maximum VO 2, lumbar and lower limbs traction
forces were also measured. The serum concentrations of the hormone leptin, IL-6,
TNF-α and MCP-1 were determined. The groups were similar in terms of age, body
mass, total height and lean body mass. However the trained group presented a
significant reduction in the fat and fat mass and an increase in the lumbar and lower
limbs traction forces and the maximum VO2 when compared to the non-trained
group. There was no significant difference in the serum concentrations of glucose,
triglycerides, cholesterol, TNF-α and IL-6 between the two groups. The trained group
presented a lower concentration of leptin, both as absolute values as well as relative
to the percentage of fat, and a higher concentration of MCP-1, in relation to the non-
trained group. The information reveals an adaptation in the capacity of synthesizing
and secreting leptin in response to chronic stress in judo, what suggests a neuro-
hormonal adjustment. Among the pro-inflammatory cytokines investigated, only MCP-
1 was higher in the trained group, what indicated a possible inflammatory state.

Key words: Judo, Adipose tissue, MCP-1, Leptin, TNF-α, IL-6


LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Resposta da concentração de leptina em relação ao balanço


energético ............................................................................................. 19

Figura 2 - Concentração plasmática de leptina em valores absolutos ............. 43

Figura 3 - Concentração plasmática de leptina em valores relativos ............... 44

Figura 4 - Concentração plasmática de TNF- α................................................... 45

Figura 5 - Concentração plasmática de IL- 6 ...................................................... 46

Figura 6 - Concentração plasmática de MCP-1 ................................................... 47


LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Comparação da idade, antropométrica e composição corporal


de jovens não-treinados (Gnt) e atletas de judô (Gtr) no
período competitivo ............................................................................. 39

Tabela 2 - Avaliação funcional e neuromotora de jovens não-treinados


(Gnt) e atletas de judô (Gtr) no período competitivo........................ 40

Tabela 3 - Concentração de glicose, triglicerídeos e colesterol de jovens


não-treinados (Gnt) e atletas de judô (Gtr) no período
competitivo ........................................................................................... 41

Tabela 4 - Frequência do uso de manobras utilizadas no controle de


massa corporal em atletas de judô (Gtr) ............................................ 42
LISTA DE ABREVIATURAS, SIMBOLOS E SIGLAS

%G porcentagem de gordura corporal.


AB abdômen.
AgRP proteína relacionada ao agouti
BPM batimentos por minuto.
CBJ Confederação Brasileira de Judô.
cm centímetro.
CXm coxa medial.
DC densidade corporal.
FC freqüência cardíaca.
g grama.
Gnt grupo não-treinado.
Gtr grupo treinado.
H+ hidrogênio.
HSL lipase Hormônio sensível.
Kgf quilograma-força
ID idade.
IL-6 interleucina 6.
LPL lipase lipoproteína.
m metros.
MCP-1 proteína quimiotática de monócitos-1.
ml/kg/min mililitro por quilograma por minuto.
mm milímetro.
mRNA RNA mensageiro.
n= número de sujeitos.
pg/ml pico grama por mililitro.
PT peitoral.
RNA ácido ribonucléico
r= correlação.
TAG triacilglicerol.
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................... 13

2 REVISÃO DE LITERATURA .......................................................................... 15


2.1 Aspectos fisiológicos do judô ..................................................................... 15
2.2 Leptina e citocinas pró-inflamatórias ......................................................... 18
2.3 Exercício físico, leptina e citocinas pró-inflamatórias .............................. 21

3 OBJETIVO GERAL ........................................................................................ 26


3.1 Objetivos específicos ................................................................................... 26

4 METODOLOGIA ............................................................................................. 27
4.1 Natureza da pesquisa ................................................................................... 27
4.2 Participantes ................................................................................................. 27
4.3 Critérios de exclusão.................................................................................... 27
4.4 Termos de consentimento livre e esclarecido ........................................... 28
4.5 Instrumentos ................................................................................................. 28
4.6 Coletas de dados .......................................................................................... 29
4.7 Treinamentos dos colaboradores ............................................................... 29
4.8 Fontes de erro de medida ............................................................................ 29

5 MÉTODOS NA DETERMINAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA ............................. 31


5.1 Aspectos morfológicos ................................................................................ 31
5.1.1 Medida da massa corporal ........................................................................... 31
5.1.2 Medida da estatura ....................................................................................... 31
5.1.3 Medida das Circunferências ........................................................................ 31
5.1.4 Medida de Dobras cutâneas ........................................................................ 32
5.1.5 Determinação da composição corporal ...................................................... 33
5.2 Avaliação Funcional e Neuromotora ........................................................... 34
5.2.1 Teste de força lombar e de membros inferiores através de
dinamômetria ................................................................................................ 34
5.2.2 Teste do Vai-e-Vem (20m) ............................................................................ 34
6 PROTOCOLO DE TREINAMENTO................................................................ 36

7 DOSAGENS BIOQUÍMICAS .......................................................................... 37

8 ANÁLISE ESTATÍSTICA................................................................................ 38

9 RESULTADOS ............................................................................................... 39
9.1 Caracterização da amostra .......................................................................... 39
9.2 Avaliação funcional e neuromotora ............................................................ 40
9.3 Concentrações de glicose, triglicerídeos e colesterol ............................. 41
9.4 Frequência do uso de manobras utilizadas no controle da massa
corporal nos atletas de judô (Gtr) ............................................................... 42
9.5 Concentrações plasmáticas de leptina em valores absolutos ................. 43
9.6 Concentrações plasmáticas de leptina em valores relativos ................... 44
9.7 Concentrações plasmáticas de TNF-α, IL-6 e MCP-1................................. 45

10 DISCUSSÃO .................................................................................................. 48

CONCLUSÃO ........................................................................................................... 55

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 56

ANEXOS ................................................................................................................... 63
13

1 INTRODUÇÃO

O judô é um esporte com características de associação entre potência


aeróbia e anaeróbia (alta intensidade e curta duração) (FRANCHINI et al., 2004),
assim podemos observar a participação de diferentes tipos de metabolismo e
substratos energéticos (DEGOUTTE, 2003). A grande maioria dos atletas mantém
um controle constante da massa corporal devido às diferentes categorias para as
competições, de acordo com a massa corporal de cada atleta (ARTIOLI et al., 2006,
2007).

A literatura tem mostrado que o exercício físico de alta intensidade,


associado a constantes restrições alimentares e controle de massa corporal provoca
alterações no balanço energético e na taxa metabólica dos atletas (STEEN et al.,
1988), o que reflete tanto em mudanças na composição corporal, aumento de massa
muscular e redução da massa adiposa, quanto em alterações na resposta hormonal
e do sistema imune destes indivíduos (CAROL et al., 2002).

Diante do estresse metabólico induzido pelo treinamento de judô


principalmente no período competitivo associado ao constante controle de massa
corporal dos atletas, podemos questionar se o treinamento pode influenciar a síntese
e secreção de leptina e a concentração de citocinas pró-inflamatórias em relação ao
estado não treinado.

O hormônio leptina e algumas citocinas inflamatórias como a Interleucina-6


(IL-6), Fator de necrose tumoral-alfa(TNF-α) e a Proteína quimiotática de monócitos-
1(MCP-1) têm sido estudadas quanto às alterações em suas concentrações em
resposta ao exercício físico.

Estudos apontam uma redução na concentração de leptina plasmática sobre


o efeito do exercício físico de forma crônica (RESELEND et al., 2001; HICKEY;
CALSBEEK, 2001; ARIKAN et al., 2008), principalmente quando associado à
redução da massa adiposa (MOTA; ZANESCO, 2007). Quanto a IL-6, tem se
observado um aumento significativo na concentração plasmática em resposta ao
14

exercício físico agudo, estimulando a lipólise e participando na regulação do


metabolismo lipídico (PEDERSEN et al., 2003; STEENBERG et al., 2003).

Além da leptina e da IL-6, o TNF-α também sofre alteração em suas


concentrações em resposta aguda ao exercício físico (OSTROWSKI et al., 1999;
BRENNER et al., 1999). Em termos crônicos ocorre uma redução na produção e
liberação, e quando associada à IL-6 podem mediar a regulação nos processos
inflamatórios do organismo no período pós exercício (SLOAN et al., 2007; GREIWE
et al., 2001).

Com relação aos estudos de MCP-1 a literatura é escassa. Todavia,


acredita-se que ocorra uma redução nos níveis séricos com a prática do exercício
físico moderado em indivíduos com problemas cardiovasculares e síndrome
metabólica (ADAMAPOULOS et al., 2001; TROSEID et al., 2004) e em atletas
parece haver uma elevação nas concentrações séricas em resposta ao exercício de
alta intensidade (BANFI et al., 2008; NIEMAN et al., 2005). No entanto, não existe
um bom número de informações na literatura sobre as respostas da MCP-1, no que
diz respeito a influência do treinamento.

Sendo assim, observamos que existem poucos estudos sobre a modulação


do tecido adiposo, resposta hormonal e de citocinas pró-inflamatórias em atletas de
elite, principalmente voltados ao judô.

Desta forma, o objetivo deste estudo foi investigar o efeito do estado de


treinamento de judô no período competitivo sobre os níveis plasmáticos de leptina,
IL-6, TNF-α e MCP-1 de atletas de alto rendimento do sexo masculino.
15

2 REVISÃO DA LITERATURA

A literatura traz aspectos relacionados à liberação hormonal da leptina e de


citocinas pró-inflamatórias em resposta ao exercício físico, sendo importante a
análise de tais aspectos em resposta a pratica da modalidade esportiva judô.

2.1 Aspectos fisiológicos do judô

O judô é uma arte marcial de origem japonesa, esporte olímpico desde 1964
e pode ser realizado em pé por meio de golpes de arremesso a fim de projetar o
adversário de costas no tatame 1, na busca do golpe perfeito, o Ippon2, além de
técnicas de solo, por meio de imobilizações, chaves e estrangulamentos (VIRGÍLIO,
1986).

As lutas de judô têm características de associação entre potência aeróbia e


anaeróbia (alta intensidade e curta duração), devido a seu desempenho intermitente
de elevada intensidade, onde se observa ações de dez a vinte e cinco segundos
com intervalos que não ultrapassam dez segundos, sendo que as lutas podem durar
3
até cinco minutos, e em caso de golden score podem chegar a dez minutos para
atletas do sexo masculino (FRANCHINI, 2004).

O sucesso nas competições de judô depende de um elevado nível técnico-


tático, tendo como suporte físico a capacidade aeróbia, potência e capacidade
anaeróbia, força e flexibilidade (LITTLE, 1991). Além disso, os três sistemas de
transferência de energia, creatina fosfato, sistema glicolítico e sistema oxidativo são
importantes, porém existe prevalência do sistema glicolítico láctico (FRANCHINI et
al., 2001).

1
Local de competição (Shiai-jo).
2
Ippon: Golpe perfeito pelo qual o atleta arremessa o adversário de costas no solo com força e
velocidade.
3
Golden score: ponto de ouro, quando a luta termina empatada os atletas tem um período de até
mais 3 minutos de luta onde o competidor que fizer a primeira pontuação, sendo qualquer uma
delas é o vencedor da luta, em caso de novo empate os árbitros definem o vencedor.
16

A grande necessidade de produção de energia a partir da via glicolítica pode


ser demonstrada pelas altas concentrações de lactato sanguíneo encontradas em
atletas durante as competições de judô (TAYLOR; BRASSARD, 1981; DEGOUTTE
et al., 2003) que podem alcançar de 10 a 17 mmol/ml de lactato segundo Sikorski;
Mickiewicz (1991).

O sistema oxidativo, a potência e a capacidade aeróbia são consideradas


importantes para manterem uma intensidade elevada durante a luta, viabilizar a
utilização das reservas glicolíticas, retardar o aparecimento de elevadas
concentrações de metabólitos associados à fadiga (H + e fosfato inorgânico) e maior
recuperação entre os combates, visto que em média os atletas lutam de seis a oito
lutas em um mesmo dia de competição. O desenvolvimento da potência aeróbia tem
sido associado com estratégias de luta que visam a manutenção da intensidade
durante o combate com definição em seus momentos finais (FRANCHINI; DEL
VECCHIO, 2008). Assim, pressupõe-se que atletas de modalidades intermitentes
com maior aptidão aeróbia, apresentem maior capacidade de manter o desempenho
ao longo de esforços supra máximos.

O exercício aeróbico utiliza predominantemente os lipídeos como fonte de


energia durante as atividades de 50% a 75% do VO2 máx. e os carboidratos em
intensidades acima de 75%, de modo que quanto menor a intensidade e maior o
volume do exercício, maior é a utilização de gordura corporal e quanto maior a
intensidade e menor volume, maior a utilização de carboidratos (SOUZA;
VIRTUOSO-JUNIOR, 2005; MOTA; ZANESCO, 2007).

Conforme já mencionado, a demanda energética durante uma luta de judô


tem predomínio da via glicolítica anaeróbia comprovada pelas altas concentrações
de lactato encontrados após as competições, entretanto, observa-se a participação
tanto do metabolismo lipídico quanto do metabolismo protéico, vários fatores como
disponibilidade de carboidratos, adaptação ao treinamento e o estresse metabólico
podem contribuir para a participação destes substratos (DEGOUTTE et al., 2003).

Foram observadas elevações nas concentrações de triglicérides, ácidos


graxos livres, glicerol e HDL-C (lipoproteína de alta densidade) logo após uma luta, o
que mostra a participação do metabolismo lipídico, além de elevações em amônia,
17

uréia, hipoxantina e xantina que indicam a participação do metabolismo proteico


durante uma luta de judô, observa-se que estas concentrações retornaram a níveis
pré-exercício o que sugere não haver efeito crônico, mas apenas agudo da luta de
judô sobre a utilização dos substratos (DEGOUTTE et al., 2003).

Uma importante variável para o rendimento no judô é a quantidade de


massa corporal, tendo em vista que as categorias da modalidade são divididas de
acordo com o peso corporal do atleta, indo desde a categoria super ligeiro até a
categoria pesado (CBJ, 2008), assim, a relação de massa corporal e rendimento
esportivo no judô é muito importante (ARTIOLI et al., 2006; ARTIOLI et al., 2007),
visto que a maioria dos atletas tentam maximizar a quantidade de massa magra e
minimizar a de massa de gordura (MOURIER et al. apud FRANCHINI, 2001). Os
atletas adotam o procedimento de perda e ganho de massa corporal, desde a
adolescência e grande parte da perda de massa ocorre nos últimos dias antes da
pesagem, ou seja, no período competitivo (SOUZA apud FRANCHINI, 2001).

Há evidências que atletas altamente treinados podem reduzir cerca de 8%


da massa corporal e ainda assim manter seu nível de desempenho, por meio de
dieta hipocalórica. No entanto, os efeitos em longo prazo são desconhecidos, além
disso, a perda de líquido adotada por muitos dos atletas por várias vezes em uma
temporada pode ser prejudicial (WIDERMAN; HAGAN, 1982 apud FRANCHINI,
2001).

Os atletas de judô em sua maioria adotam ciclos de ganho e perda de peso


o que é comumente chamado de weight-cycling (WC), o que se deve às adaptações
fisiológicas pelas quais o corpo torna-se mais eficiente na utilização e
armazenamento de energia (aumento na eficiência alimentar), aliado a diminuição
da taxa metabólica basal (TMB), o que torna as reduções de peso cada vez mais
difíceis e com recuperação do peso logo após a competição (MCCARGAR;
CRAWFORD, 1992). Segundo Steen et al. (1988) atletas que praticam o ciclo
“ganhar-perder” peso têm uma menor taxa metabólica basal do que os que não
praticam.

Diante do exposto acima temos como hipótese: o estresse metabólico


induzido pelo treinamento de judô no período competitivo associado ao constante
18

controle de massa corporal dos atletas pode influenciar a síntese e secreção de


leptina e a concentração de citocinas pró-inflamatórias em relação ao estado não
treinado?

2.2 Leptina e citocinas pró-inflamatórias

A leptina é um hormônio descoberto em 1994, proteína pequena com 167


resíduos de aminoácidos e 16 kDa, fundamental na regulação dos depósitos
energéticos e fertilidade, é um peptídeo de produção quase exclusiva pelo tecido
adiposo (PRINS, 2002).

Recentes avanços na área de endocrinologia e metabolismo mostram que,


diferentemente do que se acreditava há alguns anos, o adipócito não é apenas uma
célula armazenadora de energia, mas sim capaz de sintetizar e liberar diversas
substâncias, sendo hoje considerado um órgão endócrino (AHIMA; FLIER, 2000a;
FONSECA-ALANIZ et al., 2006). Entre as substâncias liberadas pelo adipócito inclui-
se a adiponectina, a proteína quimiotática de monócitos 1 (MCP-1) (TROSEID et al.,
2004), o fator de necrose tumoral-alfa (TNF-), alguns hormônios sexuais, a
interleucina-6 (IL-6), angiotensinogênio, resistina, adipsinas e fatores de crescimento
(AHIMA; FLIER, 2000b; FRUHBECK et al., 2001; FONSECA-ALANIZ et al., 2007).

O tecido adiposo é o centro de um conjunto de sinais autócrinos, parácrinos


e endócrinos que interagem com reguladores neuroendócrinos. Desta forma, estes
sinais modulam o comportamento funcional do tecido adiposo e de outros tecidos.
Assim, este tecido assume um importante papel permitindo ao organismo adaptar-se
a diferentes mudanças metabólicas, tais como, jejum, exercício físico, infecção, bem
como em períodos de excesso na oferta de energia (FRUHBECK et al., 2001).

A função endócrina do tecido adiposo está diretamente ligada a leptina. A


sua produção é regulada pelas alterações induzidas pela insulina no adipócito e os
seus níveis correlacionam-se com a massa do tecido adiposo. Este hormônio
atravessa a barreira hemato-encefálica e interage com receptores hipotalâmicos
estimulando a região anorexígena, composta por neurônios produtores de
proopiomelanocortinas (POMC) e inibindo a região orexígena, formada por
neurônios produtores de neuropeptídeo Y (NPY) e proteína relacionada ao agouti
19

(AgRP), diminuindo a ingestão alimentar e aumentando a termogênese (MITCHELL


et al., 2005).

Por exemplo, no balanço energético positivo ocorre um aumento nos níveis


plasmáticos de leptina levando a uma redução de neuropeptídios orexígenos e
elevação dos neuropeptídios anorexígenos resultando na redução da ingestão
alimentar e elevação do gasto energético. No entanto, quando o balanço energético
encontra-se negativo, há uma redução na leptina circulante, aumento dos
neuropeptídios orexígenos e redução dos anorexígenos o que induz a um menor
gasto energético e maior ingestão calórica como mostrado na figura 1 (DONATO
JUNIOR; PEDROSA; TIRAPEGUI, 2004). Tem se estudado a capacidade da leptina
atuar por si só na TMB e balanço energético, este hormônio pode agir por meio do
estímulo da atividade das proteínas desacopladoras 1, 2 e 3 (uncoupling proteins,
UCP-1, UCP-2 e UCP-3), moléculas que quando estimuladas, a energia não é
aproveitada para a fosforilação de ADP (adenosina difosfato), mas gerando apenas
calor, com implicações no gasto energético e do peso corporal (DONATO JUNIOR;
PEDROSA; TIRAPEGUI, 2004; BOSCHINI; GARCIA-JUNIOR, 2005).

Além disso, a leptina desempenha um papel central na fertilidade,


influenciando a libertação de GnRh e gonatrofinas (MITCHELL et al. 2005 ) e tem
uma ação reguladora da imunidade e da resposta inflamatória (DONATO JUNIOR;
PEDROSA; TIRAPEGUI, 2004).

A Balanço energético positivo.

Leptina Ingestão de alimentos


Gasto de energia

NPY/AgRP (Orexígenos)
POMC / CART (anorexígenos)
HIPOTÁLAMO/NUCLEO ARQUEADO
Balanço energético negativo.
B

Ingestão de alimentos
Leptina Gasto de energia

NPY/AgRP (Orexígenos) Estimulo


POMC / CART (anorexígenos) inibição
HIPOTÁLAMO/NUCLEO ARQUEADO

Figura 1 – Resposta da concentração de leptina em relação ao balanço


energético.
Fonte: Donato Junior, Pedrosa e Tirapegui, 2004. (Adaptação)
20

Sabe-se que o sistema imune sofre influência da prática esportiva


competitiva e intensa a qual está associada a um gasto energético excessivo. Este
tipo de exercício físico estimula a liberação de citocinas associadas a processos
inflamatórios como a IL-1, IL-6 e TNF-α (NEMET et al., 2002).

Originalmente a IL-6 foi descoberta em células mononucleadas suspensas


em cultura, sendo responsável por muitos aspectos da resposta inflamatória aguda
(PUGGINA, 2008).

A secreção de IL-6 é realizada pelo tecido adiposo, células do sistema


imune, entre outras, suas concentrações diminuem com a redução de massa
corpórea e com o aumento dos níveis de ácidos graxos intramusculares (COSTA;
DUARTE, 2006), está associada também à obesidade, resistência à insulina e
baixos níveis de atividade física, levando a processos inflamatórios constantes
(FISCHER, 2006). Observa-se que o exercício físico associado a lesões musculares
induzem a um aumento transitório na concentração de IL-6 no plasma (CAROL et
al., 2002). No entanto, a IL-6 estimula o aparecimento de outras citocinas anti-
inflamatórias como a IL-10, IL-1 e reduz as concentrações circulantes de citocinas
pró-inflamatórias como o TNF-α, e estimula a lipólise bem como a oxidação de
lipídios (PETERSEN; PEDERSEN, 2006).

O TNF- é uma citocina pró-inflamatória, a qual é sintetizada por vários


tecidos. Entre eles o tecido adiposo foi originalmente identificado por seu potente
efeito citotóxico contra células tumorais. É um polipeptídeo trimérico (17KDa),
produzido principalmente por monócitos e macrófagos ativados, entre outras células,
como linfócitos, fibroblastos, neutrófilos, músculo liso e mastócitos. Essa citocina
pode atuar em quase todo o tipo de células nucleadas, através de uma interação
com receptores de membrana ou como molécula solúvel (COSTA-ROSA; BATISTA-
JUNIOR, 2005).

Muitas das funções do TNF-α assemelham-se às da IL-6, a presença desta


citocina induz a expressão de moléculas de adesão na superfície das células
endoteliais, promovendo assim, a migração de leucócitos para os locais de
inflamação (CAROL et al., 2002). No tecido adiposo seu efeito mais intenso é a
inibição da lipogênese e aumento da lipólise (WARNE, 2003).
21

Outra molécula envolvida em processos inflamatórios é a proteína


quimiotática de monócitos 1 (MCP-1), que é considerada um marcador de
inflamação, principalmente em doenças cardiovasculares, foi encontrada em
diversas condições patológicas caracterizadas pela infiltração de monócitos, e é
expressa além dos adipócitos em diversas células como as endoteliais, monócitos e
musculatura lisa, quando expostos a estímulos inflamatórios (SARTIPY;
LOSKUTOFF, 2003). Outras funções têm sido estudadas em relação à MCP-1 como
uma possível função angiogênica e resistência à insulina em nível muscular, onde
doses fisiológicas (200 pg/ml) prejudicam a sinalização de insulina e reduzem a
captação de glicose no miócito (SELL, 2006). Entretanto é necessário que novos
estudos sejam conduzidos sobre esta quimiocina quanto as suas funções e
mecanismos de ação.

2.3 Exercício físico, leptina e citocinas pró-inflamatórias

O exercício físico causa uma série de modificações metabólicas no


organismo. De forma aguda, as fontes de energia são mobilizadas em função da
liberação do glucagon, cortisol, testosterona e hormônio de crescimento (NEMET et
al., 2003; PARMEGIANI et al., 2006). De forma crônica, considerando a adaptação
do organismo ao treinamento, destaca-se a modificação na composição corporal e a
capacidade aumentada de armazenar carboidratos e triacilgliceróis no músculo
esquelético, o treinamento físico aumenta o gasto energético levando ao
desequilíbrio calórico negativo o que contribui para a redução da massa corporal
gorda (MCARDLE; KATCH; KATCH, 2008).

Ultimamente a literatura tem dado muita atenção ao comportamento da


leptina sob a influência do exercício físico, existem fortes indícios de que o exercício
físico reduz os níveis séricos de leptina sanguínea em termos absolutos e aumenta a
sensibilidade a este hormônio (RESELAND et al., 2001; HICKEY; CALSBEEK, 2001;
ARIKAN et al. 2008).

No entanto, alguns autores apontam incertezas quanto à modulação da


concentração de leptina pelo exercício físico, atribuindo as alterações séricas
apenas à modulação na massa adiposa (KRAEMER; CHU; CASTRACANE, 2002;
BENATTI; LANCHA JUNIOR, 2007).
22

Alguns estudos mostram que a concentração de leptina não é alterada de


forma aguda, tanto com o exercício físico aeróbio quanto em exercícios intensos
(RACETTE et al., 1997; PERUSSE et al., 1997). O estudo de Weltman et al, (2000)
demonstrou que a intensidade do exercício físico não modifica os níveis séricos de
leptina logo após o esforço nem após a recuperação de três horas e meia, mas de
forma crônica existem fortes evidências de sua redução (MOTA; ZANESCO, 2007;
RESELEND et al., 2001). No entanto alguns estudos não observaram variação
nestas concentrações mesmo de forma crônica (NOLAND et al., 2001; MORAES,
2004).

Os estudos em atletas de elite ainda são escassos. Contudo, o estudo de


Arikan et al. (2008) apresentou redução de leptina em levantadores de peso em
comparação a sedentários em período de repouso, assim como no estudo de Unal
et al. (2005) que observaram uma concentração de leptina três vezes menor em
jogadores de futebol americano do que em indivíduos saudáveis não atletas.

Como podemos ver acima, a resposta adaptativa ao treinamento físico


parece ser influenciada pela intensidade e tipo de esforço.

Sabe-se que o exercício físico enquanto modelo mensurável de indução de


estresse provoca alterações funcionais no sistema imunológico (CAROL et al.,
2002). O treinamento pode ser considerado um modelo estressor natural. Diversos
estressores clínicos como traumas, queimaduras e cirurgias induzem a padrões de
resposta hormonal e imunológica que apresentam similaridade com o exercício físico
(PEDERSEN; HOFFMAN-GOETZ, 2000).

A resposta local para infecção ou dano de tecido envolve a produção de


citocinas que são liberadas no local da inflamação. Estas citocinas facilitam o influxo
de neutrófilos, linfócitos e monócitos e outras células que participam da ação de
defesa do hospedeiro. A resposta inflamatória local é acompanhada por uma
resposta sistêmica conhecida como a resposta da fase aguda (PEDERSEN et al.,
2003; STEENBERG et al., 2003).

O exercício físico de forma aguda, estimula a produção de uma variedade de


citocinas incluindo IL-2, IL-6 e TNF-α. Alguns estudos propõem que o treinamento
físico modula a expressão elevada de citocinas pró-inflamatórias ou anti-
23

inflamatórias (PETERSEN; PEDERSEN, 2006; COSTA-ROSA; BATISTA-JUNIOR,


2005), atuando sobre o eixo neuroimunoendócrino.

De acordo com Steenberg et al. (2003) a IL-6 é produzida e secretada


também por músculos em contração durante o exercício físico, sendo que essa
liberação está relacionada ao processo de contração e com o baixo conteúdo de
glicose. A IL-6 proveniente do músculo em contração (miocina) parece ter papel
importante na sinalização entre músculo e tecido adiposo, cujo objetivo aparente é
manter o suprimento energético. Portanto, a IL-6 por estar envolvida na lipólise em
humanos, pode ser importante na economia da glicose durante o exercício, além de
possivelmente ser responsável pelo início de muitas alterações no sistema imune
induzidas pelo o exercício físico, como aumentar a concentração plasmática de IL-1,
IL-10 e cortisol. (PEDERSEN et al., 2003; STEENBERG et al., 2003).

Alguns estudos demonstram aumento nas concentrações plasmáticas de IL-


6 de forma aguda em resposta ao exercício físico, podendo chegar a cem vezes a
concentração basal, mas estudos para verificar o comportamento de forma crônica
ainda são escassos (PEDERSEN; HOFFMAN-GOETZ, 2000; PEDERSEN et al.,
2004). No entanto, a influência do exercício físico na liberação de IL-6 pelo tecido
adiposo vem sendo investigada e somente recentemente observou-se que a IL-6
participa na regulação do metabolismo lipídico (BERGGREN; MATTHEW; JOSEPH,
2005).

No estudo de Ostrowski et al. (1998) observou-se um efeito na modulação


de IL-6 de corredores com elevação nas concentrações séricas desta citocina até
seis horas após o exercício e retorno aos níveis basais após dois dias, assim como
no estudo de Brenner et al. (1999) que observaram elevações em IL-6 até três horas
pós exercício prolongado, mas não após vinte e quatro horas.

Em relação à modalidade judô observou-se uma redução nas concentrações


sanguíneas de IL-6 após a prática de randori4, mas não após uma apresentação de

4
Randori. Prática livre (forma de treino durante o qual se desenvolve rapidez de ação e habilidade,
exercício independente).
24

Kata5 (PARMEGIANI et al., 2006) talvez pela maior intensidade apresentada durante
o treinamento de randori.

A redução na concentração plasmática de TNF- e seus respectivos


receptores na forma solúvel tem sido demonstrada em indivíduos com insuficiência
cardíaca crônica submetidos a um programa de treinamento aeróbio, sugerindo uma
atenuação no quadro inflamatório crônico, mediada por uma regulação na resposta
inflamatória periférica (SLOAN et al., 2007). Greiwe et al. (2001) mostraram uma
redução nos níveis de TNF-α com um programa de exercícios de resistência
muscular em sujeitos idosos.

A resposta aguda do TNF-α ao exercício físico parece ser influenciada pela


intensidade e duração de esforço (CAROL et al., 2002).

O estudo de Ostrowski et al. (1998) avaliou a concentração de TNF-α e não


observou nenhuma alteração aguda em corredores durante uma corrida de duas
horas e meia a 75% do VO2 máx , mas observou-se uma elevação em TNF-α logo
após uma maratona com retorno aos níveis basais desta citocina após quatro horas
de repouso (OSTROWSKI et al., 1999). Em outro estudo foi observado elevação
com exercício físico prolongado de baixa intensidade, de três e a setenta e duas
horas após o término do exercício, mas não no de alta intensidade (BRENNER et al.,
1999). Assim, ainda não há consenso na literatura quanto à modulação de TNF-α
com o exercício físico.

Em relação à MCP-1, um estudo mostra uma redução nas concentrações


plasmáticas de quimiocinas de MCP-1 e IL-8 após um programa de treinamento
aeróbio com intensidade moderada e de força por doze semanas em sujeitos com
sindrome metábolica, o que foi relacionado à redução de processos inflamatórios
nestes indivíduos (TROSEID et al., 2004). Também foi observado uma redução
significativa nos niveis séricos de MCP-1 em indivíduos com insuficiência cardiaca
crônica sob efeito de exercício aeróbio de doze semanas (ADAMOPOULOS et al.,
2001).

5
Apresentação de técnicas de forma sincronizada.
25

Em contrapartida observa-se maiores concentrações plasmáticas de MCP-1


pré exercício em triatletas do que em jovens sedentários saudáveis (BANFI et al.,
2008). Enquanto Nieman et al. (2005) observaram uma elevação significativa na
concentração desta citocina após um ultramaratona (efeito agudo).

Observa-se uma escassez de estudos sobre a produção e papel do MCP-1


em indivíduos saudáveis e atletas, bem como sobre o comportamento da leptina e
das referidas citocinas do presente estudo em judocas de elite.

Sendo assim, alguns questionamentos surgem principalmente quanto à


necessidade do estudo sobre as respostas adaptativas da função endócrina do
tecido adiposo e de mediadores inflamatórios, frente ao estresse crônico do
exercício intenso.
26

3 OBJETIVO GERAL

O objetivo deste estudo foi identificar o efeito do estado de treinamento


sobre as concentrações plasmáticas de leptina, IL-6, TNF-α e MCP-1 de atletas de
judô do sexo de alto rendimento no período competitivo em comparação a indivíduos
não treinados do sexo masculino.

3.1 Objetivos específicos

Os objetivos do estudo foram:

Avaliar a composição corporal.

Avaliar a potência aeróbia e força de tração lombar e de membros inferiores.

Determinar a concentração sanguínea de glicose, triglicerídeos e colesterol.


27

4 METODOLOGIA

Seguem os procedimentos metodológicos da pesquisa.

4.1 Natureza da pesquisa

Trata-se de estudo quantitativo de corte transversal da população


investigada.

4.2 Participantes

A amostra deste estudo foi constituída de 22 indivíduos voluntários, do sexo


masculino, divididos em dois grupos distintos: 1) grupo não-treinado (Gnt) formado
por 11 homens ( 25 anos) não praticantes de exercício físico regular. 2) grupo
treinado (Gtr), formado por 11 atletas (22 anos), praticantes da modalidade
esportiva judô.

Os atletas (Gtr) apresentaram um tempo de 13,4 ± 5,1 anos de prática de


judô. Todos participantes de competições a nível nacional, sendo que o volume de
treino realizado por estes atletas era de cinco dias por semana, divididos em dois
períodos, resultando em quatro horas por dia.

Obs: todos os participantes preencheram uma ficha de anamnese (anexo 4 e


5) para identificação de possíveis problemas de saúde.

4.3 Critérios de exclusão

Foram utilizados os seguintes critérios de exclusão : a) Indivíduos que


apresentavam antecedentes familiares de doenças crônicas degenerativas; b)
indivíduos que faziam uso de medicamentos; c) indivíduos com problemas físicos
(Lesões) que impediram a realização dos testes de aptidão; g) indivíduos que não
realizaram alguma fase das avaliações.
28

4.4 Termo de consentimento livre e esclarecido

Conforme legislação vigente, o termo de consentimento livre e esclarecido é


indispensável para realização de pesquisas que envolvam trabalhos com seres
humanos. Logo, foi solicitada aos participantes, a assinatura deste documento. O
mesmo procedimento foi realizado para a coordenação do clube o qual os atletas
fazem parte, e foi aplicado ainda um termo de ciência da realização do estudo
(anexo 2 e 3, respectivamente). O trabalho foi aprovado pela Comissão de Ética em
Pesquisa da Universidade Cruzeiro do Sul (UNICSUL) (anexo 1). Atendendo às
recomendações do Conselho Nacional de Saúde (CNS), foram entregues a todos os
participantes os resultados dos testes realizados (anexo 6).

4.5 Instrumentos

Para coleta de dados foram utilizados os seguintes equipamentos:

a) Balança do tipo eletrônica, da marca Filizola, modelo móvel, com precisão


de 50 gramas foi utilizada para a medida de massa corporal; b) Fita metálica com
2.0 metros de comprimento e precisão de 0,1 cm, para a medida de estatura total; c)
Compasso de dobras cutâneas Lange com precisão de 1 mm para avaliação da
composição corporal; d) cronômetro; e) Trena métrica; f) Toca fitas; g) Fita cassete
do teste; h) 4 Cones; i) Fita crepe; j) dinamômetro de tração lombar e membros
inferiores da marca Filizola; k) Frenquêncímetro da marca Polar modelo F6
(Finlândia); l) Fichas de coleta (anexo 7).

Para a avaliação dos componentes da aptidão física foram utilizados os


seguintes testes:

- Composição corporal: Determinação da porcentagem de gordura


utilizando o adipômetro científico Lange para a medida da espessura da dobra
cutânea de peitoral, abdômen e coxa. Para a estimativa da densidade corporal foi
utilizada a equação proposta por Jackson e Pollock (1978), em seguida utilizada a
equação de Siri (1961), para converter os valores de densidade corporal em
porcentagem de gordura corporal.
29

- Circunferências corporais: de Tórax, abdômen e quadril, utilizando-se do


protocolo de Lohman (1988).

- Teste de força: foi realizado utilizando um dinamômetro de tração lombar e


de membros inferiores, mensurando força lombar e de membros inferiores, aplicando
o protocolo de Johnson e Nelson (1979).

- Consumo Máximo de Oxigênio (VO2 máx) Teste de Vai e Vem de 20

metros (LÉGER; LAMBERT, 1982).

4.6 Coleta de dados

A aplicação dos testes aos atletas do grupo treinado (Gtr) aconteceu em dias
pré-determinados, no próprio local de treinamento. Para o grupo não-treinado (Gnt)
os testes também ocorreram em dias pré-determinados, de acordo com a
disponibilidade dos participantes e auxiliares da coleta. A coleta dos dados
aconteceu observando-se as seguintes fases: 1) apresentação da pesquisa aos
sujeitos; 2) esclarecimento dos objetivos do estudo; 3) envio do termo de
consentimento livre e esclarecido; 4) Aplicação da anamnese (anexo 4 e 5) ; 5)
aplicação dos testes de aptidão física; 6) coleta sanguínea. Destaca-se ainda que os
testes morfológicos e funcionais ocorreram em dias distintos da coleta sanguínea.

4.7 Treinamento dos colaboradores

Para a realização da pesquisa, a bateria de testes foi submetida a um teste


piloto. Além disso, todos os colaboradores foram treinados e orientados em conjunto
pela Prof. Drª. Cristina das Neves Borges Silva e pelo Prof. Esp. Donizete Cícero
Xavier de Oliveira, com o objetivo de estabelecer homogeneidade na aplicação dos
instrumentos.

4.8 Fontes de erro de medida

Entre as técnicas mais utilizadas na determinação da porcentagem de


gordura destacam-se as dobras cutâneas e o bioimpedância. Porém, a validade e
fidedignidade das medidas de dobras cutâneas são afetadas principalmente pela
30

experiência técnica do avaliador, enquanto a estimativa do percentual de gordura


pela bioimpedância tem como vantagem a simplicidade da medida, não
necessitando de uma grande habilidade técnica. Contudo, sua confiabilidade é
afetada pelo estado de hidratação do avaliado.

Na tentativa de confirmar os referidos critérios científicos para a medida de


dobras cutâneas, um teste de correlação foi realizado entre as duas técnicas
mencionadas acima, na determinação da porcentagem de gordura.

Para a realização do teste de bioimpedância foi utilizado um aparelho A-310


(Biodynames corporation, EUA), e as medidas de dobras cutâneas foram obtidas
com a utilização de um compasso (Lange, EUA).

As medidas foram realizadas no grupo de atletas em um mesmo dia, na


parte da manhã. É importante ressaltar que os indivíduos não estavam no período
competitivo, no momento desta coleta, garantindo um bom estado de hidratação, o
que possivelmente não ocorreu no memento da coleta sanguínea.

Observamos uma correlação positiva alta (r=0,941), demonstrando que a


estimativa da porcentagem de gordura através de dobras cutâneas mostra-se
confiável.
31

5 MÉTODOS NA DETERMINAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA

Seguem os processos metodológicos referentes à determinação da aptidão


física.

5.1 Aspectos morfológicos

Seguem as medidas dos aspectos morfológicos dos sujeitos.

5.1.1 Medida da massa corporal

Procedimento – A balança foi devidamente calibrada antes do teste. O


avaliado vestindo roupas leves subiu cuidadosamente na plataforma, colocando um
pé (descalço) de cada vez e manteve-se no centro da mesma em posição
ortostática, de costas para escala de medida. Realizou-se apenas uma medida.

5.1.2 Medida da estatura

Procedimento – Para a medida da estatura total utilizou-se uma fita métrica


fixada à parede. O avaliado em posição ortostática, pés unidos e descalços,
procurando por em contato com o instrumento de medida as superfícies posteriores
do calcanhar, cintura pélvica, cintura escapular e região occipital.

A cabeça foi orientada pelo plano de Frankfurt6. A medida foi feita com o
sujeito em apnéia inspiratória, de modo a minimizar possíveis variações sobre esta
variável antropométrica. Foi colocado um cursor em ângulo de 90º em relação à
escala, tocando o ponto mais alto da cabeça. Realizou-se apenas uma medida.

5.1.3 Medida das circunferências

Procedimento – As medidas de circunferências foram realizadas segundo o


protocolo de Lohman et al. (1988):

6
Plano de Frankfurt. Alinhar em uma mesma linha horizontal a margem inferior da abertura do orbital
e a margem superior do condutor auditivo externo.
32

Circunferência de Tórax

Procedimento - A medida de circunferência de tórax foi realizada no plano


horizontal, no final de uma expiração normal, com o avaliado em pé, colocando-se a
trena na altura do apêndice xifóide (LOHMAN et al., 1988).

Circunferência de abdômen

Procedimento - A fita foi colocada ao redor do abdômen na máxima


protuberância anterior do abdômen no plano horizontal, no nível da cicatriz umbilical
(LOHMAM et al., 1988).

Circunferência de quadril

Procedimento - O voluntário posicionou-se em pé com os braços levemente


afastados e os pés unidos. Colocou-se a fita na extensão posterior máxima dos
glúteos no plano horizontal (LOHMAM et al.,1988).

5.1.4 Medida de dobras cutâneas

Dobra cutânea do peitoral:

Procedimento: O avaliado em posição ortostática, braços estendidos e


relaxados ao longo do corpo. A medida da dobras foi realizada no lado direito do
corpo, no ponto médio entre a axila e o mamilo, obliquamente ao eixo longitudinal.
Realizaram-se três medidas, sendo calculado o valor médio (LOHMAN et al., 1988).

Dobra cutânea do abdômen:

Procedimento: O avaliado em posição ortostática, braços estendidos e


relaxados ao longo do corpo. A medida da dobra cutânea foi realizada paralelamente
ao eixo longitudinal do corpo, a dois centímetros da borda da cicatriz umbilical, do
lado direito do corpo. Realizaram-se três medidas, sendo calculado o valor médio
(LOHMAN et al; 1988).

Dobra cutânea da coxa:

Procedimento: O avaliado em posição ortostática, braços estendidos e


relaxados ao longo do corpo. Pediu-se que o avaliado colocasse o peso corporal
33

sobre a perna esquerda e que relaxasse a perna direita para a realização da


medida. Mediu-se a dobra no ponto médio entre a linha inguinal e a borda proximal
da patela, na face anterior da coxa, na direção do eixo-longitudinal. Realizaram-se
três medidas, sendo calculado o valor médio (LOHMAN et al; 1988).

5.1.5 Determinação da composição corporal

Para a determinação da porcentagem de gordura utilizou-se a equação de


Jackson e Pollock (1978), a qual estima a densidade corporal (DC) ,(equação 1). Em
seguida utilizou-se a equação de Siri (1961), (equação 2) para conversão dos
valores de densidade corporal em porcentagem de gordura corporal.

Equação de Jackson e Pollock (1978):

DC: 1,10938 – 0,0008267 * (DC PT + DC AB + DC CXm) + 0,0000016 * (DC PT+


DC AB + DC CXm)2 – 0,0002574 * (ID) (equação 1).

Legenda:

DC (densidade corporal)

PT (dobra cutânea peitoral)

AB (dobra abdominal)

CXm (dobra de coxa medial)

ID (idade).

Equação de Siri (1961):

G%= [(4,95 / Densidade Corporal) - 4,50] x 100 (equação 2).


34

5.2 Avaliação Funcional e Neuromotora

Seguem os procedimentos metodológicos da avaliação funcional e


neuromotora.

5.2.1 Teste de Força Lombar e Força de Membros inferiores, através de


dinamômetria

Procedimento - A força lombar e a força de membros inferiores foram


mensuradas através de um teste realizado com um dinamômetro modelo CROW da
marca Filizola com capacidade de 200 kgf, utilizando-se o protocolo para a predição
da força dorsal e dos membros inferiores, o teste Back and Leg Dinamometer
(Johnson; Nelson, 1979), que pode ser aplicado a mulheres e homens, e tem como
fidedignidade “r” entre 0,86 e 0,90. O dinamômetro possui uma escala gradual em
quilos, que mede de 0 a 200 kgf. Os membros inferiores devem estar semi-
flexionados, a coluna estendida e posicionada com o olhar dirigido para frente para o
início do teste de força de tração de membros inferiores, e com as pernas
estendidas e tronco ligeiramente a frente para medida de força de tração lombar. A
força máxima exercida pelo testado (músculos posteriores das costas e membros
inferiores), é expressa em kgf, conforme a escala do aparelho, sendo computado o
melhor valor entre duas tentativas executadas, com intervalo de cinco minutos entre
cada tentativa. Os avaliados realizaram um breve aquecimento para evitar lesões
durante a aplicação dos testes. Os auxiliares de coleta foram treinados e instruídos
quanto à padronização do teste de força.

5.2.2 Teste do Vai-e-Vem (20 m)

Procedimento - Este teste foi aplicado individualmente, sendo que o sujeito


correu em um espaço de vinte metros, delimitado entre dois cones, num ritmo
cadenciado por uma fita gravada especialmente para este fim. Com uma zona de
desaceleração de dois metros, tanto do lado esquerdo quanto do lado direito. A fita
emite bips, a intervalos específicos para cada estágio, sendo que a cada bip o
avaliado deve estar cruzando com um dos pés uma das duas áreas de
desaceleração, ou seja, saindo de uma das linhas corre em direção a outra, cruza
esta com pelo menos um dos pés ao ouvir um “bip” e volta em sentido contrário. Na
fita, o término de um estágio é sinalizado com dois bips consecutivos e avisando o
35

número do estágio concluído. É um teste máximo progressivo por estágio. A duração


do teste depende da aptidão cardiorrespiratória de cada pessoa. Durante a
avaliação, quando por três vezes consecutivas o participante não conseguir manter
a velocidade e o ritmo imposto pelo teste, ou seja, não estiver dentro da chamada
zona de desaceleração no momento em que o bip é emitido, é caracterizado assim a
exaustão do participante e o teste é finalizado. O último estágio atingido foi anotado,
para se calcular o V02 máx. em ml/kg/min, através das equações publicadas por
Léger et al. (1982) e adaptadas por Duarte e Duarte (2001), que estão descritas nas
equações de predição do VO2 máx. em ml/kg/min (equação 3) no teste aeróbio de
corrida de vai-e-vem de 20 metros (DUARTE; DUARTE, 2001). Para considerar que
durante o teste os participantes atingiram o VO 2 máx, foram adotados os critérios
propostos por Howley (1995 apud DUARTE; DUARTE, 2001): a) quando por três
vezes consecutivas o participante não conseguir manter a velocidade e o ritmo
imposto pelo teste, caracterizando, assim exaustão do participante; b) freqüência
cardíaca máxima (208-[0,7 x idade]) atingida no teste, mensurada com a utilização
de um frequencímetro da marca Polar modelo F6 (Finlândia). Segundo Léger et al.
(1989), o teste de Vai-e-Vem em adultos tem uma validade correspondente a r=0,84,
com uma reprodutibilidade de r=0,95.

Equação de predição do VO2 Máx. para pessoas com 18 anos ou mais:

Y= -24,4 + (6*velocidade máxima no teste em km/h). (equação 3).


36

6 PROTOCOLO DE TREINAMENTO

O protocolo de treinamento adotado pelo clube consiste em um treinamento


de condicionamento físico (exercício de força, exercício aeróbio e anaeróbio),
realizado cinco vezes por semana, no período da manhã, com duração de duas
horas. No período da tarde era realizado um treinamento técnico específico no
tatame, com mesma duração. A intensidade deste protocolo de treinamento foi
avaliada através da medida de freqüência cardíaca, utilizando-se um monitor de
freqüência cardíaca da marca Polar modelo F6 (Filândia), com verificação a cada 10
minutos durante a parte de aquecimento e preparação, e também durante os
treinamentos de condicionamento físico específicos no período da manhã e no
período da tarde e, ainda, e a cada 10 minutos durante o aquecimento e preparação
de cada Randori (treinamento específico de luta). Foi verificado a frequência cárdica
média durante os treinamentos devido à viabilidade, facilidade na aferição, tendo em
vista que a FC é utilizada como um parâmetro para estabelecer a intensidade do
exercício, devido a relação relativamente linear da FC com o VO 2 máx (American
College of Sports Medicine, 2007) e observamos uma média durante os treinos de
171 bpm (batimentos por minuto). Este valor representa cerca de 85% da freqüência
cardíaca máxima dos atletas segundo a equação proposta por Takada, Monahan e
Seals (2001) (208-[0,7x idade]), a qual é classificada como uma atividade de alta
intensidade segundo o American College of Sports Medicine (1998).

A coleta de dados foi realizada no final do primeiro macro-ciclo de seis


meses da periodização do treinamento, no período competitivo.
37

7 DOSAGENS BIOQUÍMICAS

As coletas sanguíneas foram realizadas após um intervalo de 60 horas da


última sessão de treinamento específica de randori, com amostras coletadas no
período da manhã, após 12 horas de jejum, mediante punção da veia cubital,
utilizando seringas e agulhas descartáveis, com colaboração de profissional
especializado.

O material foi armazenado em três tubos de ensaio com anticoagulante e um


sem anticoagulante, os quais foram mantidos a 4º C até a centrifugação a 400 G (4º
C por 10 minutos) para a coleta do plasma e soro, e armazenamos a -20º C até a
realização das análises bioquímicas e hormonais.

A concentração de glicose foi determinada através do método enzimático da


glicose-oxidase (LOTT; TURNER, 1975), para a determinação de glicose no plasma.
Para tal procedimento utilizou-se o Kit Glicose Enzimática da LABORLAB (CAT nº
02202) (GUARULHOS – BRASIL).

A concentração de triglicerídeos sanguíneo foi determinada pelo método


enzimático para a determinação de triacilgliceróis no plasma. Para tal procedimento
utilizamos o kit da LABORLAB reativo padrão (CAT. Nº 02701) (GUARULHOS –
BRASIL).

A concentração de colesterol plasmático foi determinada pelo método


enzimático-colorimétrico (COP/POD). Para este procedimento utilizamos o kit
LABORLAB (CAT. Nº 01402) (GUARULHOS – BRASIL).

Além destas análises, foi mensurada também a concentração das


adipocinas, tais como: leptina, TNF-, IL-6 plasmática e MCP-1, e foram
determinadas pelo método, kit Linco Pless (Elisa -radioimunoensaio espécie-
específico kit RL –83K, Linco Research, Inc., St Charles- USA).
38

8 ANÁLISES ESTATÍSTICAS

As análises estatísticas dos resultados foram realizadas pelo teste T de


student para medidas não pareadas, prefixando-se o nível de significância em 5% (p
< 0,05) e grau de liberdade igual a vinte. Os testes estatísticos foram realizados
utilizando o programa PRISM, V.4 (graphpad, EUA) e pacote Office Excel 2007.
39

9 RESULTADOS

Seguem os resultados obtidos.

9.1 Caracterização da amostra

A tabela 1 apresenta as características da amostra, em relação à massa


corporal, estatura total, idade, porcentagem de gordura, massa magra, massa gorda
e circunferência de abdômen, quadril e tórax. Não observamos diferenças entre os
grupos estudados em relação à idade, massa corporal, estatura total, massa magra
e circunferência de tórax. Entretanto, em relação à análise da composição corporal,
o grupo Gtr apresentou menores valores de percentual de gordura e massa gorda;
assim como nas circunferências de abdômen e de quadril em comparação ao grupo
Gnt.

Tabela 1 – Comparação da idade, antropometria e composição corporal de


jovens não-treinados (Gnt) e atletas de judô (Gtr) no período
competitivo.
Gnt (11) Gtr (11)
Idade (anos) 25 22
Massa corporal (kg) 79,6 ± 3 73,3 ± 3
Estatura total (cm) 175 ± 1 172 ± 3
Percentagem de gordura (%) 22,4 ± 2 9,1 ± 1**
Massa Magra (kg) 61,2 ± 1 66,5 ± 1
Massa Gorda (kg) 18,3 ± 2 6,9 ± 1**
C. abdômen (cm) 87,6 ± 1 79,7 ± 5*
C. quadril (cm) 99,8 ± 2 93,1 ± 5*
C. tórax (cm) 89,9 ± 2 95,8 ± 2
Valores expressos em Média  EPM (Erro padrão da média). (n)= número de elementos.
C.= circunferência.
(**p <0,001); (*p< 0,05)
40

9.2 Avaliação funcional e neuromotora

A medida indireta do consumo máximo de oxigênio (potência aeróbia) (VO2


máx) foi avaliada pelo fato de ser comumente utilizada como um indicador do
desenvolvimento cardiorrespiratório. Desta forma, através desta variável avaliamos o
estado de treinamento aeróbio dos sujeitos. Verificamos que o Gtr apresentou um
maior valor de consumo máximo de oxigênio quando comparado com o Gnt.

O grupo treinado apresentou maior força de tração lombar e de membros


inferiores em relação ao grupo não treinado.

Tabela 2 – Avaliação funcional e neuromotora de jovens não-treinados (Gnt) e


atletas de judô (Gtr) no período competitivo.
Gnt (11) Gtr(11)

VO² máx (ml/kg/min) 42,1 ± 1,3 47,9 ± 2,3 *

Força Lombar (kgf) 109,8 ± 8 133,3 ± 6*

Força de Membros inferiores (kgf) 106,5 ± 9 154,7 ± 9**


Valores expressos em Média  EPM (erro Padrão da Média) . (n)= número de elementos
(* p<0,05) **(p<0,001).
41

9.3 Concentrações de glicose, triglicerídeos e colesterol

As concentrações de glicose, triglicerídeos e colesterol não apresentaram


diferenças significativas entre os grupos treinado e não-treinado como mostrado na
tabela 3.

Tabela 3 – Concentração de glicose, triglicerídeos e colesterol de jovens não-


treinados (Gnt) e atletas de judô (Gtr) no período competitivo.
Gnt (11) Gtr (11) *Valores de
referência
Colesterol (mg/dL) 97,2 ± 5 96,3 ± 7 < 200 mg/dL
Glicose (mg/dL) 75,77 ± 4 77,25 ± 5 70 a 110 mg/dL
Triglicerídeos (mg/dL) 114,3 ± 1 94,17 ± 1 30 a 170 mg/dL
Valores expressos em Média  EPM (Erro Padrão da Média). (n)= número de elementos.
* Valores de referência segundo a I Diretrizes Brasileiras de diagnóstico e tratamento de síndrome
metabólica (2005).
42

9.4 Frequência do uso de manobras utilizadas no controle da massa corporal


nos atletas de judô (Gtr)

Os atletas foram submetidos a uma entrevista no momento de aplicação da


anamnese (anexo 5), pois objetivamos investigar qual a freqüência e o tipo de
manobras utilizadas no controle da massa corporal. Constatamos que a maioria faz
uso de algum tipo de método para redução da massa corporal, sendo que treinar em
lugares abafados é o método mais utilizado.

Tabela 4 – Frequência do uso de manobras utilizadas no controle de massa


corporal em atletas de judô (Gtr).
Sim Não
Acredita que o peso
pode influenciar no 100 % (n=11) 0% (n=0)
rendimento
Já fez uso de métodos 90,9% (n=10) 9,1% (n=1)
de perda rápida de
peso
Já fez uso de sauna 27,2% (n=3) 72,7 % (n=8)
Já treinou em lugares 36,4% (n=4) 63,6% (n=7)
abafados
Já fez uso de laxantes 0% (n=0) 100% (n=0)
ou diuréticos
Já fez uso de outros 27,2% (n=3) 72,7(n=8)
métodos
Valores expressos em porcentagem (%) e numero de sujeitos (n=).
43

9.5 Concentrações plasmáticas de leptina em valores absolutos

As concentrações plasmáticas do hormônio leptina em termos absolutos


foram menores no Gtr, apresentando uma diferença significativa em comparação ao
grupo Gnt, conforme mostrado figura 2.

10000
Leptina (pg/ml)

7500

5000

2500
*
0
Não-treinado Treinados

Figura 2 –Leptnemia (pg/ml) em Valores Absolutos de Jovens não Treinados e


Atletas de Judô no Período Competitivo.
A concentração de leptina plasmática em repouso de jovens não treinados (Gnt), representado pela
coluna branca e do grupo de atletas (Gtr) no período competitivo, representado pela coluna preta.
Valores representam a média  EPM (Erro Padrão da Média) de 11 indivíduos no grupo Gnt e 11
indivíduos no grupo Gtr.
(*) [p<0,05].
44

9.6 Concentrações plasmáticas de leptina em valores relativos

Sabe-se que a concentração de leptina tem uma relação positiva com a


quantidade de massa gorda e desta forma, se faz necessário apresentar a
concentração de leptina em termos relativos à porcentagem de gordura corporal.
Assim, os valores de leptina (pg/ml) foram divididos pela porcentagem de gordura
corporal, a fim de visualizar o real efeito do treinamento. Conforme a figura 3
observamos que no estado treinado ocorre uma redução significativa nos níveis
plasmáticos de leptina independente da porcentagem da gordura corporal.
a porcentagem de gordura Corporal (pg/ml).

450
Leptinemia em valores relativos

400
350
300
250
200
150
*
100
50
0
Não-tre inados Treinados

Figura 3 –Leptnemia (pg/ml) em Valores Relativos de Jovens não Treinados e


Atletas de Judô no Período Competitivo.
A concentração de leptina plasmática em repouso de jovens não treinados (Gnt), representado pela
coluna branca e do grupo de atletas (Gtr) no período competitivo, representado pela coluna preta.
Valores representam a média  EPM (Erro Padrão da Média) de 11 indivíduos no grupo Gnt e 11
indivíduos no grupo Gtr.
(*) [p<0,05].
45

9.7 Concentrações plasmáticas de TNF-α, IL-6 e MCP-1

As concentrações de TNF-α e IL-6, não apresentaram diferenças


significativas entre os grupos estudados (figuras 4 e 5 respectivamente). No
entanto, o grupo Gnt apresentou uma menor concentração plasmática de MCP-1 em
relação ao grupo Gtr (figura 6).

3
TNF-  (pg/ml)

0
Não-treinados Treinados

Figura 4 –Concentração Plasmática de TNF-α (pg/ml) de Jovens não Treinados


e Atletas de Judô no Período Competitivo.
A concentração de TNF-α plasmática em repouso de jovens não treinados (Gnt), representado pela
coluna branca e do grupo de atletas (Gtr) no período competitivo, representado pela coluna preta.
Valores representam a média  EPM (Erro Padrão da Média) de 11 indivíduos do grupo Gnt e 11
indivíduos do grupo Gtr.
46

7.5

IL-6 (pg/ml)
5.0

2.5

0.0
Não-treinados Treinados

Figura 5 –Concentração Plasmática de IL-6 (pg/ml) de Jovens não Treinados e


Atletas de Judô no Período Competitivo
A concentração de IL-6 plasmática em repouso de jovens não treinados (Gnt), representado pela
coluna branca e do grupo de atletas (Gtr) no período competitivo, representado pela coluna preta.
Valores representam a média  EPM (Erro Padrão da Média) de 07* indivíduos do grupo Gnt e 10*
indivíduos do grupo Gtr.
*04 amostras do Gnt e 1 amostra do Gtr foram perdidas devido a erro na leitura durante as dosagens
bioquímicas.
47

125 *

100
MCP-1 (pg/ml)
75

50

25

0
Não-treinados Treinados

Figura 6 –Concentração Plasmática de MCP-1 (pg/ml) de Jovens não Treinados


e Atletas de Judô no Período Competitivo
A concentração de MCP-1 plasmática em repouso de jovens não treinados (Gnt), representado pela
coluna branca e do grupo de atletas (Gtr) no período competitivo, representado pela coluna preta.
Valores representam a média  EPM (erro padrão da média) de 11 indivíduos do grupo Gnt e 11
indivíduos do grupo Gtr.
(*) [P<0,05].
48

10 DISCUSSÃO

Neste trabalho investigamos o efeito do estado de treinamento sobre as


concentrações plasmáticas de moléculas bioativas, tais como leptina, IL-6, TNF-α e
MCP-1, em judocas de elite no período competitivo.

É fato que o treinamento promove diversas adaptações fisiológicas,


promovendo aumento de força muscular e consumo máximo de oxigênio entre
outras variáveis relacionadas ao rendimento (MCARDLE; KATCH; KATCH, 2008).
Embora a determinação do consumo de oxigênio nos dias de hoje não seja o melhor
parâmetro para determinar a eficiência do sistema aeróbio, e sim o limiar de lactato,
utilizamos o VO2máx por apresentar uma maior viabilidade, considerando que esta
variável tem valor fisiológico importante representando a potência do sistema
energético.

O aumento da potência e capacidade aeróbia é importante para o


rendimento de judocas nas competições, visto que podem manter uma intensidade
mais elevada durante a luta, retardar o aparecimento de fadiga e para uma maior
recuperação entre os combates (FRANCHINI; DEL VECCHIO, 2008). O ganho de
força muscular contribui para melhorias na qualidade técnica dos golpes e maior
potência na puxada (LEPLANQUAIS et al., 1994; ITEYA et al., 2005 apud
FRANCHINI; DEL VECCHIO, 2008).

Em nosso estudo avaliamos a potência aeróbia e a força máxima, a fim de


caracterizar o estado treinado dos atletas em fase de competição. Observamos
melhor condicionamento tanto no sistema cardiovascular e no sistema músculo
esquelético, uma vez que o Gtr apresentou maiores valores de consumo máximo de
oxigênio e de força de tração lombar e de membros inferiores em comparação ao
Gnt.

Apesar de não avaliarmos o efeito do treinamento em si, outros estudos nos


mostram que o treinamento de judô parece ser responsável pelo aumento da força
de tração lombar e de potência aeróbia (FRANCHINI; TAKITO; KISS, 2000; LITTLE,
1991).
49

O treinamento intermitente e de alta intensidade, como é o caso do judô,


gera diversas adaptações fisiológicas, tanto no metabolismo energético alterando a
homeostase do metabolismo protéico e metabolismo lipídico (DEGOUTE et al.,
2003), como no sistema endócrino, na produção e liberação de alguns hormônios
como cortisol, testosterona, hormônio de crescimento (NEMET et al., 2006;
PARMEGIANI et al., 2006) e sistema imune alterando as concentrações de citocinas
tanto anti-inflamatórias quanto as pró-inflamatórias (CAROL et al., 2002).

Sabe-se que em modalidades de luta como o judô, os torneios são divididos


por categorias de peso, com o intuito de equilibrar as disputas, minimizando as
diferenças de peso, força e velocidade entre os lutadores. Assim, muitos atletas
costumam reduzir sua massa corporal dias antes da competição com o objetivo de
obter vantagens (KININGHAM; GORENFLO, 2001; FRANCHINI et al., 2005).

Observamos no presente estudo através de uma anamnese, aplicada em


forma de entrevista, que 90,9% dos atletas analisados já fizeram ou fazem uso de
métodos de perda rápida de peso, como restrição alimentar severa; realização de
exercícios intensos; desidratação alcançada pela restrição da ingestão de líquidos,
pelo uso de saunas e pelo treinamento em ambientes quentes, muitas vezes com
uso de roupas de plástico e borracha.

Porém, a literatura confirma que atletas que competem em categorias cujo


limite de peso é muito abaixo de sua massa corporal real, não conseguem se manter
dentro do limite da categoria, resultando na recuperação da massa corporal perdida,
gerando a necessidade de novamente reduzir a massa corporal na próxima
competição (ARTIOLI et al; 2006; 2007). Portanto, esse ciclo de emagrecer e
engordar se repete inúmeras vezes durante a vida competitiva dos atletas, gerando
assim adaptações fisiológicas no controle dos estoques de gordura corpórea, pois
ocorre uma diminuição da taxa metabólica basal, assim como um aumento na
eficiência de utilização e armazenamento de energia (MCCARGAR; CRAWFORD,
1992).

Tendo em vista o estresse metabólico e endócrino gerado pelo treinamento


intenso dos atletas de judô e associado ao constante controle de massa corporal
realizado por estes atletas durante um período muito longo em suas vidas, isto, nos
50

leva a suspeitar de uma possível modulação do hormônio leptina neste grupo em


especial, tendo em foco sua estreita relação com o metabolismo e reservas
energéticas.

É possível que as constantes manobras de redução da massa corpórea


associada a um considerável dispêndio energético durante o treinamento, sejam
fatores regulatórios negativos para a secreção de leptina em judocas. Os nossos
dados sustentam esta suposição, visto que o grupo Gtr apresentou uma menor
porcentagem de gordura e massa corporal gorda em relação ao Gnt. Desta forma, a
leptina atua por um mecanismo homeostático, que monitora mudanças nos estoques
energéticos e realiza ajustes compensatórios na ingestão alimentar e no gasto de
energia para manter a massa corporal a um dado ponto de ajuste (AHIMA; FLIER,
2000).

Assim, sugerimos que em situações como a mencionada acima, que


provocam um desequilíbrio no balanço energético, resultam na baixa concentração
de leptina, a qual estimula os neuropeptídeos orexígenos, levando a um aumento do
consumo alimentar e a um menor gasto de energia.

Por outro lado, é importante considerar que os níveis plasmáticos de leptina


se correlacionam com a quantidade de gordura corporal (BODKIN et al., 1996;
WOLDEN-HANSON et al., 1999). Porém, consideramos importante avaliarmos as
concentrações de leptina não somente em termos absolutos, visto que os atletas
apresentaram menor porcentagem de gordura e, consequentemente, menores
concentrações de leptina absoluta. No entanto, fez-se necessário observarmos a
concentração de leptina relativa à porcentagem de gordura corporal, para avaliarmos
a interferência do estado de treinamento nestas concentrações independente da
redução da massa adiposa. Em nossos achados, o grupo treinado apresentou
menor concentração de leptina, tanto em termos absolutos quanto relativos, ou seja,
ajustado pelo percentual de gordura corporal, sugerindo que a prática do judô
modula a síntese e secreção do hormônio, resultando em níveis mais baixos, o qual
pode ser traduzido em um possível aumento da sensibilidade a leptina.

Um dado semelhante ao nosso foi observado por Koury et al. (2007), pois
encontrou-se maiores concentrações de leptina sérica em judocas do sexo feminino
51

no período de destreino, indicando que no estado de treinamento as concentrações


sanguíneas deste hormônio são mais baixas que em períodos de destreino. Outros
estudos verificaram menor concentração de leptina no estado de repouso em
jogadores profissionais de futebol e levantadores de peso quando comparados a
pessoas sedentárias (UNAL et al., 2005; AKARIN et al., 2008). Koury et al. (2007)
observaram um aumento de leptina de 1,7 vezes após cinco dias de destreino em
judocas do sexo feminino, mesmo sem alterações na composição corporal, o que
sugere que o exercício é um fator relevante na regulação de leptina.

Finalmente, a leptina é apenas parte de um complexo sistema que regula a


ingestão alimentar e metabolismo energético. Assim, não podemos deixar de
considerar que muitos outros componentes, além do treinamento também interagem
com a leptina na sinalização do estado nutricional, os quais não foram avaliados
neste estudo.

Em adição objetivamos investigar a resposta de mediadores inflamatórios


frente ao estresse crônico do treinamento. Como já mencionado anteriormente o
exercício físico é um modelo estressor natural, e modelo de indução mensurável de
estresse que provoca alterações funcionais no sistema imune (CAROL et al., 2002;
PEDERSEN; HOFFMAN-GOETZ, 2000).

Na avaliação das citocinas pró-inflamatórias, não observamos diferenças


significativas nas dosagens bioquímicas de IL-6 e TNF-α, porém observamos valores
mais elevados nas concentrações de MCP-1, no grupo de judocas.

A literatura não reporta estudos que analisaram TNF-α em judocas, assim


como a modulação desta citocina em resposta ao treinamento. Alguns autores
observaram modulação do TNF-α, somente em exercícios de baixa intensidade,
após setenta e duas horas do término do exercício (BRENER et al., 1999). Ostrowski
et al. (1999). Observaram elevação da concentração desta citocina logo após o
término de uma maratona com um retorno nas concentrações a níveis basais após
quatro horas do final da prova. Indicando que a modulação do TNF-α pode ocorrer
em reposta aguda ao treinamento, mas não de forma crônica.

Em relação à citocina IL-6, o estudo de Parmegiani et al. (2006) avaliou as


concentrações desta citocina em judocas em situação pré e pós treino observando
52

um efeito agudo na situação de randori com elevações de 1,2 pg/ml pré treino para
1,6 pg/ml pós treino, o que não pôde ser observado na situação de treino de kata
que apresentou concentração de 1,6 pg/ml pré treino e 1,8 pg/ml pós treino. Na
análise dos nossos resultados encontramos uma concentração de 2,32 pg/ml, o que
não se assemelham aos resultados do referido estudo na situação pré treino. Isto
pode ser explicado pela diferença metodológica entre os estudos, tais como
momento da coleta, período de treinamento, tempo de jejum entre outros.

A maior parte dos estudos encontrados observam uma modulação em IL-6


em resposta aguda ao exercício (PEDERSEN; HOFFMAN-GOETZ, 2000;
PEDERSEN; STEENBERG; KELLER, 2003), pois as concentrações têm uma
tendência ao retorno aos níveis basais durante o período de repouso (OSTROWSKI
et al., 1998; BRENNER et al., 1999).

O horário de coleta e o último treinamento realizado são importantes, pois a


elevação de IL-6 imediatamente após o treino (PEDERSEN; HOFFMAN-GOETZ,
2000) atua no aumento da concentração de citocinas anti-inflamatórias como a IL-1
e IL-10, e gera em consequência a redução das citocinas pró-inflamatórias como o
TNF-α, com isso as concentrações tendem ao retorno a seus níveis basais durante o
período de repouso (PETERSEN; PEDERSEN, 2005).

Verificamos que nossos resultados de IL-6 e TNF-α estão de acordo com a


literatura, pois não encontramos diferenças entre os grupos Gnt e Gtr. Em
contrapartida, observamos uma maior concentração de MCP-1 no grupo de judocas
quando comparado ao grupo Gnt.

O presente estudo é o primeiro a examinar o efeito do estado de treinamento


de judô sobre a liberação de MCP-1. Assim, este dado nos traz novas questões a
serem desvendadas, como por exemplo, este possível aumento de MCP-1 com a
prática intensa de exercícios físicos associados a manobras de perda de peso
corporal, pode comprometer o desempenho destes atletas em longo prazo? Ou
ainda, este efeito seria apenas compensatório?

Contudo, ao considerarmos que a MCP-1 é citada como marcador de


inflamação principalmente da parede da artéria, o que prejudica a vasodilatação
endotélio-dependente, e seus níveis muito elevados podem sinalizar um quadro de
53

inflamação subclínica (VOLP et al., 2008), podemos sugerir que nossos dados
indicam que o treinamento de judô em período competitivo induz um processo
inflamatório subclínico crônico.

Porém, admitimos a importância de mensurar outros parâmetros


inflamatórios tais como: proteína C reativa, mesmo porque está envolvida no
aumento das concentrações de MCP-1 (FRANCISCO et al., 2006; VOLP et al.,
2008).

Em concordância com nossos dados, Banfi et al. (2008) observaram maior


concentração de MCP-1 em triatletas do que em sujeitos saudáveis sedentários em
período pré-exercício (efeito crônico).

Contudo Troseid et al. (2004), mostraram que o exercício físico regular


provocou uma redução na concentração de MCP-1 e IL-8, porém este estudo foi
realizado em sujeitos com síndrome metabólica. Um resultado similar a este foi
observado em sujeitos com problemas cardiovasculares (ADAMAPOULOS et al.,
2001).

Contudo, a literatura aponta também um efeito agudo nas concentrações de


MCP-1, em decorrência ao treinamento. Paeke et al. (2005), verificaram um
aumento nos níveis séricos de MCP-1 de corredores após uma hora de uma sessão
de exercício físico em diferentes intensidades. Outro estudo observou elevações nas
concentrações desta citocina após uma prova da maratona (NIEMAN et al., 2005).

Admitimos que poucos e controversos são os trabalhos realizados com


atletas ou indivíduos saudáveis no sentido de avaliar o comportamento da MCP-1.
Nossos dados devem ser explorados desta forma por estudos futuros, em virtude do
treinamento intenso em que são submetidos os atletas de elite.

Observamos que o tipo de treinamento e/ou comportamento alimentar dos


grupos investigados não influenciaram o metabolismo de carboidrato e lipídio de
forma crônica, visto que as concentrações sanguíneas de glicose, triglicérides e
colesterol, estão dentro dos padrões considerados normais (I DIRETRIZES
BRASILEIRAS DE DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO DE SÍNDROME
METABÓLICA, 2005), sem diferenças significativas entre os grupos. Degoutte et al.
54

(2003) observaram maiores concentrações plasmáticas de colesterol total e


triglicérides logo após um treinamento de randori. No entanto, os valores retornam
aos valores basais após vinte e quatro horas.

Nossos dados estão de acordo com o estudo de Moreno et al. (2005), que
não observaram diferenças no perfil lipídico após oito semanas de treinamento de
força. A concentração de glicose está dentro do padrão considerado normal para
ambos os grupos segundo as diretrizes brasileiras de diagnóstico e síndrome
metabólica (2005), dado este semelhante ao estudo de Mendes et al. (2009), em
judocas em situação de repouso e jejum.

Os valores das concentrações das citocinas e da leptina podem variar de


acordo com a duração e a intensidade dos exercícios, além do tempo de jejum e de
repouso no momento da coleta sanguínea (ARIKAN et al., 2008). Nossos dados
evidenciam que os atletas de judô apresentam uma modulação na resposta
endócrina do tecido adiposo, mediada pela menor concentração de leptina, assim
como um aumento na resposta inflamatória, quando comparada aos indivíduos não
atletas.
55

CONCLUSÃO

Em suma, observamos que o estresse crônico induzido pelo treino de judô


modulou a função endócrina do tecido adiposo e a secreção de mediadores
inflamatórios. Esses resultados indicam o aumento da sensibilidade a leptina e da
resposta inflamatória mediada por MCP-1.
56

REFERÊNCIAS

1ª Diretrizes Brasileiras de Diagnóstico e Tratamento de Síndrome Metabólica. Arq


Bras Cardiol. 2005;84(supl. 1):1-28.

Adamopoulos S, Parassis J, Kroupis C, Georgiadis M, Karatzas D, Karavolias G, et


al. Physical training reduces peripheral markers of inflammation in patients with
chronic heart failure. Eur Heart J. 2001;22(9):791 -7.

Ahima RS, Flier JS. Adipose tissue as an endocrine organ. Trends Endocrinol
Metab. 2000a;11:327-32.

Ahima RS, Flier JS. Leptin. Ann Rev Physiol. 2000b;62:413-37.

American College of Sport Medicine. Position stand on the recommended quantity


and quality of exercise for developing and maintaining cardiorespiratory and
muscular fitness, and flexibility in adults. Med Sci Sports Exerc. 1998;30(6):975-
991.

American College of Sports Medicine Manual do ACMS para teste de esforço e


prescrição de exercício. Trad. Paula Chermont P. Estima. 5a ed. Rio de Janeiro:
Revinter; 2007.

Arikan S, Akkus H, Halifeoglu I,Baltaci AK. Comparison of plasma leptin and zinc
levels in athletes and sedentary people. Cell Biochem Funct. 2008;26:655-8.

Artioli GG, Franchini E, Lancha-Junior HA. Perda de peso em esportes de combate


de domínio: revisão e recomendações aplicadas. Rev Bras Cineantropom
Desempenho Hum. 2006;8(2):92-101.

Artioli GG; Scagliusi FB, Polacow VO, Gualano B. Magnitude e métodos de perda
rápida de peso em judocas de elite. Rev Nutr. 2007;20(3):307-15.

Banfi G, Migliorini S, Pedroni F, Galliera E, Dogliotti G, Malavasos AE, et al.


Strenuous exercise activates growth factors and chemokines over expression in
human serum of top-level triathlon athletes during a competitive season. Clin Chem
Lab Med. 2008;46(2):250-2.

Benatti FB, Lancha-Junior AH. Leptina e exercício físico aeróbio: implicações da


adiposidade corporal e insulina. Rev Bras Med Esporte. 2007;13(4):263-9.

Berggren JR, Matthew WH, Joseph AH. Fat as an endocrine organ: influence of
exercise. J Appl Physiol. 2005;99:757-64.
57

Bodkin NL, Nicolson M, Ortmeyer HK, Hansen BC. Hyperleptinemia relationship to


adiposity and insulin resistance in the spontaneously obese rhesus monkey. Horm
Metab Res. 1996;28:674-8.

Boschini RP, Garcia-Junior JR. UCP2 and UCP3 genic expression: regulation by
food restriction, fating and physical exercise. Rev Nutr. 2005;18(6):753-64.

Bracco MM, Ferreira MBR, Morcillo AM, Colugnati, FJJ. Gasto energético entre
crianças de escola pública obesas e não-obesas. Rev Bras Ciênc Mov.
2002;10(3):29-35.

Brenner IK, Natale VM, Vasiliou P,Moldoveanu AI, Shek PN, Shephard RJ. Impact of
three different types of exercise on components of the inflammatory response. Eur J
Appl Physiol Occup. 1999;80:452-60.

Carol L, Nascimento E, Manhãs-de-castro R, Duarte J, Castro CMMB. Exercício


físico e sistema imunológico: mecanismos e integrações. Rev Port Cienc Desport.
2002;2(5):80-90.

Confederação Brasileira de Judô. Tabela de categorias de peso. Disponível em


http://www.cbj.com.br/novo/institucional.asp. Acesso em 26 de outubro de 2008.

Costa JV, Duarte JS. Tecido adiposo e adipocinas. Acta Med Port. 2006;19:251-6.

Costa-Rosa LFB, Batista-Junior ML. Efeito do treinamento físico como modulador


positivo nas alterações no eixo neuroimunoendócrino em indivíduos com
insuficiência cardíaca crônica: possível atuação do fator de necrose tumoral –alfa.
Rev Bras Med Esporte. 2005;11(4):238-42.

Degoutte F, Jouanel P, Filaire E. Energy demands during a judo match and recovery.
Br J Sports Med. 2003;37:245-9.

Donato Junior J, Pedrosa RG, Tirapegui J. Aspectos atuais da regulação do peso


corporal: ação da leptina no desequilíbrio energético. Rev Bras Cienc Farm. 2004;
40(3):273-87.

Duarte MFS, Duarte CR. Validade do teste aeróbico de corrida de vai-e-vem de 20


metros. Rev Bras Ciênc Mov. 2001;9(3):7-14.

Fischer, CP. Interleukin-6 in acute exercise and training: what is the biological
relevance? Exerc Immunol Rev. 2006;12:6-33.

Fonseca-Alaniz MH, Takada J, Alonso-Vale MIC, Lima FB. Adipose tissue as an


organ endocrine: from theory to practice. J Pediatr. 2007;83(5):192-203.
58

Fonseca-Alaniz MH, Takada J, Alonso-Vale MIC, Lima FB. The adipose tissue as a
regulatory center of the metabolism. Arq Bras Endocrinol Metab. 2006;50(2):216-
29.

Franchini E, Artioli GG, Silva Neto AM. Weight loss methods of juvenile judo players
[CD-ROM]. In: Annals of 4th IJF Judo Conference; 2005; Cairo, Egypt. Cairo:
International Judo Federation; 2005 (CD-Rom).

Franchini E, Del Vecchio FB. Preparação física para atletas de judô. São Paulo:
Phorte; 2008.

Franchini E, Takito MY, Bertuzzi RCM, Kiss MAPD. Nível competitivo, tipo de
recuperação e remoção do lactato após uma luta de judô. Rev Bras Cineantropom
Desempenho Hum. 2004;6(1):7-16

Franchini E, Takito MY, Kiss MAPD. Somatotipo, composição corporal e força


isométrica em diferentes períodos do treinamento em atletas de judô juvenis. Rev
Treinamento Desportivo. 2000,5(2):4-10.

Franchini E. Judô: desempenho competitivo. São Paulo: Manole; 2001.

Francisco G, Hernández C, Simó R. Serum markers of vascular inflammation in


dyslipidemia. Clin Chim Acta. 2006;369:1-16.

Fruhbeck G, Gómez-Ambrosi J, Francisco JM, Maria AB. The adipocyte: a model for
integration of endocrine and metabolic signaling in energy metabolism regulation.
Am J Physiol Endocrinol Metab. 2001;280(6):827-47.

Greiwe JS. Resistance exercise decrease skeletal muscle tumor necrosis factor α in
frail elderly humans. FASEB J. 2001;15:475-82.

Hickey MS, Calsbeek DJ. Plasma leptin and exercise, recent findings. Sports Med.
2001;31(8):583-9.

Jackson AS, Pollock ML. Generalized equation for prediction body density of man. Br
J Nutr. 1978;40:497-504.

Johnson BL, Nelson JK. Practical measurements for evaluation in physical


education. Minnesota: Burgess Publishing Company;1979.

Kiningham RB, E Gorenflo DW. Weight loss methods ofhigh school wrestlers. Med
Sci Sports Exerc. 2001; 33(5):810-3.

Koury JC, Oliveira KJF, Lopes GC, Oliveira AV, Portela ES, Moura EG, et al. Plasma
zinc, copper, leptin and body composition are associated in elite female judo
athletes. Biol Trace Elem Res. 2007;115(1):23-30.
59

Kraemer RR, Chu H, Castracane VD. Leptin and exercise. Exp Biol Med. 2002;
227:701-8.

Léger LA, Gadoury C. Validity of the 20m shuttle run test with 1m stages to predict
V02 max in adults. Can J Sports Sci. 1989;14(1):21-6.

Léger LA, Lambert J. A maximal multistage 20-m shuttle run test to predict V02 max.
Eur J Appl Physiol. 1982;49:1-12.

Leplanquais F, Cotinaud M, Lacouture P, Triles F, Mayeur H. Propositions pour une


musculation espécifique: exemple du judo. Cinésiolog. 1994;34(160):80-6.

Little NG. Physical performance attributes of junior and senior woman, uvenile, junior
and senior men judokas. J Sport Medic Physic Fitness. 1991;31:510-20.

Lohman TG, Roche AF, Martorell R. Anthropometric standardization: reference


manual. Champaign: Human Kinetcs; 1988.

Lott JA, Turner K. Evaluation of trinder's glucose oxidase method for measuring
glucose in serum and urine. Clin Chem. 1975;(21):1754-60.

McArdle WD. Fisiologia do exercício: energia, nutrição e desempenho humano.


Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2008.

McCargar LJ, Crawford SM. Metabolic and anthropometric changes with weight
cycling in wrestlers. Med Sci Sports Exerc. 1992; 24(11):1270-5.

Mendes EL, Brito CJ, Batista ES, Silva CHO, Paula SO, Natali AJ. Influência da
suplemantação de carboidrato na função imune de judocas durante o treinamento.
Rev Bras Med Esporte. 2009;15(1):58-61.

Mitchell M, Armstrong DT, Robker RL, Norman RJ. Adipokines: implications for
female fertility and obesity. Reproduction. 2005;130:583-97.

Moraes C. Efeito do exercício físico aeróbio sobre os níveis séricos de leptina


em mulheres obesas [dissertação]. Rio Claro: Universidade Estadual Paulista;
2004.

Moreno JR, Souza MV, Pacheco ME, Silva LGM, Campbell CSG, Simões HG.
Treinamento resistido de oito semanas melhora a aptidão física mas não altera o
perfil lipídico de individuos hipercolesterolêmicos. Rev Digital. 2005 [citado 24 abr
2009];10(81). Disponível em: http://www.efdeportes.com/edf81/lipidos.html.

Mota GR, Zanesco A. Leptina, ghrelina e exercício físico. Arq Bras Endocrinol
Metab. 2007;51(1):25-33.
60

Nemet D, Kim HS, Hill MA, Copper D. Effect of intense exercise on inflammatory
cytokine and growth mediator in adolescents boys. Pediatric. 2002;110(4):681-9.

Nieman DC, Dumke CL,Henson DA, McAnulty SR, Gross SJ, Lind RH. Muscle
Damage is linked to cytokine changes following a 160-km race. Brain Behav
Immun. 2005;19(5):398-403.

Noland RC, Baker JT, Boudreau SR, Kobe RW, Tanner CJ, Hickner RC, McCammon
MR, Houmard JA. Effect of intense training on plasma leptin in male and female
swimmers. Med Sci Sports Exerc. 2001;33:227-31.

Ostrowski K, Hermann C, Bangash A, Schjerling P, Nielsen JN, Pedersen Bk. A


trauma-like elevation of plasma cytokines in humans in response to treadmill running.
J Physiol. 1998;513(3):889-94.

Ostrowski K, Rohde T, Asp S, Schjerling P, Pedersen BK. Pro- and anti-inflammatory


balance in strenuous exercise in humans. J Physiol. 1999; 515(1):287-91.

Ott ES, Shay NF. Zinc deficiency reduces leptin gene expression and leptin secretion
in rat adipocytes. Exp Biol Med. 2001;(226):841-6.

Parmigiani S, Bartolomucci A, Palanza P, Galli P, Rizzi N, Brain PF, et al. In Judo,


Randori (Free Fight) and Kata (Highly Ritualized Fight) Differentially Change Plasma
Cortisol Testosterone, and Interleukin Levels in Male Participants. Aggr Behav.
2006;32(5):481-9.

Peack JM, Suzuki K, Hordern M, Wilson G, Nosaka K, Coombes JS. Plasma cytokine
changes in relation to exercise intensity and muscle damage. Eur J Appl Physiol.
2005;95(5-6):514-21.

Pedersen BK, Hoffman-Goetz L, Exercise and immune system: Regulation,


integration and adaptation. Physiol Rev. 2000; 80(3):1055-81.

Pedersen BK, Steenberg A, Fischer C, Keller C, Keller P, Plomgaard P, Wolsk-


Petersen E, Febbraio. The metabolic role IL-6 produced during exercise: is IL-6 an
exercise factor?. Proc Nutr Soc. 2004;63:263-7.

Pedersen BK: Steensburg A, Keller P. Muscle-derived interleukin-6: lipolytic, anti-


inflammatory and immune regulatory effects. Pflugers Arch. 2003;446:9-15.

Perusse l, Collier G, Gagnon J, Leon AS, Rao DC, Skinner JS, et, al. acute and
chronic effect exercise on leptin levels in human. J Appl Physiol. 1997;83(1):5-10.

Petersen AMW, Pedersen BK. The anti-inflammatory effect of exercise. J Appl


Physiol. 2005;98:1154-62.
61

Petersen AMW, Pedersen BK. The role of il-6 in mediating the anti-inflammatory
effects of exercise. J Physiol Pharm. 2006;57(10):43-51.

Prins JB. Adipose tissue as an endocrine organ. Best Pract Res Clin Endocrinol
Metab. 2002;16(4):639-65.

Puggina EF. Estudo do estresse fisiológico em atletas de triathlon [tese]. São


Paulo: Escola de Educação Física e Esporte, Universidade de São Paulo; 2008.

Racette SB, Coppack SW, Landt M, Klain S. Leptin production during moderate-
intensity aerobic exercise.J Clin Endocrinol Metab. 1997;82(7):2275-7.

Reselend JE, Anderssen SA, Solvoll K, Hjermann I, Urdal P, Holme I, et al. Effect of
long term changes in diet and exercise on plasma leptin concentrations. Am J Clin
Nutr. 2001;73(2):240-5.

Sartipy P, Loskutoff DJ. Monocyte chemoattractant protein 1 in obesity and insulin


resistance. PNSA. 2003;100(12);7265-70.

Sell H, Dietze-Schroeder D, Kaiser U, Jurgen E. Monocyte Chemotactic Protein-1 Is


a Potential Player in the Negative Cross-Talk between Adipose Tissue and Skeletal
Muscle. Endocrinol. 2006;147(5):2458-67.

Sikorski W, Mickiewicz G. Avaliação fisiológica dos métodos de treino aplicada ao


judô. Fed Port Judô: Bol Téc. 1991;1:27-32.

Siri WE. Body composition from fluid spaces and density: analysis of methods. In:
Brozek J, Henschel A, editors. Technics for measuring body composition.
Washington, DC: National Academy of Science, National Research Council; 1961. p.
223-44.

Sloan RP, Shapiro PA, DeMeersman RE, McKinley PS, Tracey KJ, Slavov I, Fang Y,
et al. Aerobic exercise attenuates inducible TNF production in humans. J Appl
Physiol. 2007;103:1007-11.

Souza LM, Virtuoso Junior JS. A efetividade de programas de exercício físico no


controle do peso corporal. Rev Saúde Com. 2005;1(1)71-8.

Steen SN, Oppliger RA, Brownell KD. Metabolic effects of repeated weight loss and
regain in adolescent wrestlers. JAMA. 1988;260(1):47-50.

Steenberg A, Keller C, Starkie RL, Osada T, Febbraio MA, Pedersen BK. IL-6 and
TNF-α expression in, and release from contracting human skeletal muscle. Am J
Physiol Endocrinol Metab. 2003;283,issue(6)1272-8.
62

Takada H, Monahan KD, Seals DR. Age – Predicted Maximal Heart Revisited. J Am
Coll Cardiol. 2001;37:153-6.

Taylor AW, Brassard L. A physiological profile of Canadian judo team. J Sport Med.
1981;2:160-4.

Troseid M, Lappegard KT, Claudi T, Damas JK, Morkrid L, Brendberg R, et al.


Exercise reduces plasma levels of chemokines MCP-1 and IL-6 in subjects with the
metabolic syndrome. Eur Heart J. 2004;25(4): 349-55.

Unal M, Unal DO, Baltaci AK, Mogulkok R, Kayserilioglu A. Investigation of serum


leptin levels in professional male football players and healthy sedentary males.
Neuro Endocrinol Lett. 2005;26(2):148-51.

Virgílio S. A arte do judô. Campinas: Ed. Papirus; 1986.

Volp ACP, Alfenas RCG, Costa NMB, Minin VPR, Stringueta PC, Bressan J.
Capacidade dos biomarcadores em predizer síndrome metabólica. Arq Bras
Endocrinol Metab. 2008;52(3):537-49.

Warne JP. Tumour necrosis factor alpha: a key regulator of adipose tissue mass. J
Endocrinol. 2003;177:351-5.

Weltman A, Pritzlaff CJ, Widerman RV, Considini RV, Fryburg DA, Gutgesell ME, et
al. Intensity acute exercise does not affect serum leptin concentration in young men.
Med Sci Sports Exerc. 2000;32(9):1556-61.

Wolden-Hanson T, Marck BT, Smith L, Matsumoto AM. Cross-sectional and


longitudinal analysis of age-associated changes in body composition of male Brown
Norway rats: association of serum leptin levels with peripheral adiposity. J Gerontol
A Biol Sci Med Sci. 1999;(54):99¯107.
ANEXOS
64

ANEXO A
65

ANEXO B

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO DO PARTICIPANTE DO


PROCESSO

PROJETO: O efeito do estado de treinamento de judô no período competitivo sobre as


concentrações plasmáticas de leptina e citocinas pró-inflamatórias de atletas do sexo
masculino de alto rendimento

RESPONSÁVEL: Donizete Cícero Xavier de Oliveira

ORIENTADORA: Profº. Dra. Cristina das Neves Borges Silva.

NOME COMPLETO DO PARTICIPANTE:

A pesquisa tem por objetivo estudar o efeito do estado de treinamento de judô no período
competitivo sobre as concentrações plasmáticas de leptina e citocinas pró-inflamatórias de atletas do
sexo masculino de alto rendimento

A pesquisa não conta com qualquer forma de identificação que permita aos pesquisadores qualquer
forma de reconhecimento dos participantes do projeto. Assim sendo, está mantido absoluto sigilo das
informações que serão coletadas e dos questionários respondidos. O participante poderá desistir da
participação a qualquer momento da pesquisa.

Alem dos dados respondidos na anamnese, concordo em participar das avaliações físicas
(medida de composição corporal, através de dobras cutâneas, medidas de circunferências corporais e
teste de Léger, para estimativa de VO² Max.) além de uma coleta sanguínea de 20 ml para dosagem de
adipocinas (leptina, TNF-alfa, IL-6 e MCP-1), insulina, glicose, colesterol plasmático e triglicerídeos,
como descritas no projeto, sendo que serão realizadas em três períodos (Questionários, avaliação
Física e coleta sanguínea), com datas e horários a serem definidos.

Mesmo assim caso não concorde em participar da pesquisa basta não entregar o seu
questionário respondido ao pesquisador. Se decidir por não participar entregue apenas o presente
documento colocando um “X” em uma das opções abaixo.

  concordo e autorizo o uso das informações que prestei.

  não concordo em participar da pesquisa.

Data: _____/_____/__________
________________________________________
Assinatura do participante ou responsável

Em caso de dúvida o participante da pesquisa poderá consultar o conselho de ética da Universidade. Para tanto poderá fazer uso de um dos meios abaixo.

Telefone: (011) 6956-2979 / (011) 6137-6734

Correio: Av. Dr. Ussiel Cirilo, 204– CEP: 08060-070 - São Paulo - SP
66

ANEXO C
TERMO DE CIÊNCIA A INSTITUIÇÃO

RESPONSÁVEL: Donizete Cícero Xavier de Oliveira

ORIENTADORA: Profº. Dra. Cristina das Neves Borges Silva.

A/C: Sensei: _____________________________

PRESIDENTE DA INSTITUIÇÃO.

A direção da Associação de Judô toma conhecimento da pesquisa que estará


sendo realizada com os atletas das categorias Junior e sênior com idade
compreendida de 18 á 35 anos, sob o título:

O efeito do estado de treinamento de judô no período competitivo sobre as


concentrações plasmáticas de leptina e citocinas pró-inflamatórias de atletas do
sexo masculino de alto rendimento.

e, através deste termo, autoriza a sua realização, mediante a aplicação de


questionário junto aos atletas federados e aplicação de avaliações da composição
corporal, capacidades físicas e analises sanguíneas dos participantes, dentro dos
critérios constantes no projeto, e autorização dos próprios atletas participantes,
conforme termos de consentimento livre e esclarecido apresentados e analisados
pelos próprios atletas. Concordo e autorizo a realização de pesquisa junto à
associação de judô.

Autorizo a realização da pesquisa.

não autorizo a realização de pesquisa.


Data: _____/_____/__________

Em caso de dúvida ou discordância quanto aplicação do questionário e avaliações, coletas e


analises a direção da associação de judô poderá consultar o comitê de ética em pesquisa da
Universidade Cruzeiro do Sul – UNICSUL. Para tanto poderá fazer uso de um dos meios
abaixo.

Telefone: (011) 6956-2979 / (011) 6137-6734

Correio: Av. Dr. Ussiel Cirilo, 204– CEP: 08060-070 - São Paulo – SP
67

ANEXO D
FICHA DE ANAMNESE DO GRUPO NÃO-TREINADO.
1. IDENTIFICAÇÃO
Nome:_____________________________________________ Idade:______________
Data de Nascimento.:___/___/___
E-Mail:________________________________________________________________
Fone: Res:___________________________Celular:____________________________

PREENCHA O FORMULÁRIO DESTA FICHA COM A MAIOR FIDELIDADE


POSSIVEL LEIA CUIDADOSAMENTE E RESPONDA (SIM) OU (NÃO).
2. ANTECEDENTES:
PESSOAIS FAMILIARES ( PAIS)
DIABETES Sim( ) Não( ) Sim( ) Não( )
ENDÓCRINO Sim( ) Não( ) Sim( ) Não( )
HIPERTENSÃO Sim( ) Não( ) Sim( ) Não( )
HIPOGLICEMIA Sim( ) Não( ) Sim( ) Não( )
ALERGIA Sim( ) Não( ) Sim( ) Não( )
CIRCULATÓRIO Sim( ) Não( ) Sim( ) Não( )
GASTROINTESTINAL Sim( ) Não( ) Sim( ) Não( )
RESPIRATÓRIO Sim( ) Não( ) Sim( ) Não( )
NEUROLÓGICO Sim( ) Não( ) Sim( ) Não( )
ENXAQUECA Sim( ) Não( ) Sim( ) Não( )
CARDÍACO Sim( ) Não( ) Sim( ) Não( )

OBESIDADE NA FAMILIA? sim ( ) Não ( )


Outros: _______________________________________________________________

3. NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA:


Pratica alguma atividade física? Sim ( ) não( ) QUAL?: __________________

Qual a freqüência e duração da atividade?


Atividade Vezes por semana Horas por dia Tempo de prática Horário
68

Conta com qual tipo de orientação?


Sim( ) Não( ) Se sim, que tipo?

(1) Nutricional  (2) Treinador  (3) Psicológica (4) Médica  (5) amigos 

(6) Fisioterapeuta  (7) Pais  (9) Outras. Qual? ____________

3.2 Já participou de alguma competições de Judô?

(1) Sim  (2) Não 

3.6 O que faz ou já fez para perder peso ?

(1) Utiliza sauna  (2) Treina em lugares abafados  (3) Usa roupas impermeáveis 

(4) Usa laxantes ou diuréticos  (5) Outros. O que? __________ (6) Não faço nada 

3.7 Durante atividade física já apresentou algum destes sintomas?

(1) Sede muito intensa  (2) Câimbras  (3) Palidez  (4) perda de força 
(5) Dor de cabeça  (6) Sonolência  (7) convulsões  (8) fadiga generalizada 

(9) Alterações visuais  (10) Desmaios  (11) coma  (12) alucinações 

(13) Perda momentânea da consciência  (14) dificuldade de concentração 

(15) Interrupção da produção de suor  (16) Insensibilidade das mãos e dos pés 
(17) Outros. Qual? _________________________________________________________
69

3.8 Faz algum uso de suplemento?


( ) Sim ( ) Não

Se, sim:
Suplemento Freqüência Dose

4. COMPORTAMENTO RELACIONADO Á SAÚDE

 É tabagista? ( ) Sim ( ) Não


Há quanto tempo?_______________________
N° de cigarros por dia?___________________

 Consome bebida alcoólica? ( ) Sim ( ) Não


Com que freqüência?
( ) 6 a 7 vezes na semana ( ) 4 a 5 vezes na semana
( ) 2 a 3 vezes na semana ( ) menor que 2 vezes na semana

 Faz uso de algum medicamento? ( ) Sim ( ) Não

Se, sim:
Qual?____________________________________________________________________

Para que?_________________________________________________________________

Dosagem:_________________________________________________________________

Nos últimos 5 anos passou por alguma intervenção cirúrgica?

Qual?__________________________________________________________
70

5. COMENTÁRIOS GERAIS:

Caso você tenha alguma informação para acrescentar, que não tenha sido perguntada neste questionário de
saúde, favor registrar nesse espaço.

Data do preenchimento Assinatura do responsável da pesquisa

Data do preenchimento Assinatura do participante


71

ANEXO E

FICHA DE ANAMNESE DO GRUPO TREINADO (Gtr).


1. IDENTIFICAÇÃO
Nome:_____________________________________________ Idade:______________
Data de Nasc.:___/___/___
E-Mail:________________________________________________________________
Fone: Res:___________________________Celular:____________________________

PREENCHA O FORMULÁRIO DESTA FICHA COM A MAIOR FIDELIDADE


POSSIVEL LEIA CUIDADOSAMENTE E RESPONDA (SIM) OU (NÃO).

6. ANTECEDENTES:
PESSOAIS FAMILIARES ( PAIS)
DIABETES Sim( ) Não( ) Sim( ) Não( )
ENDÓCRINO Sim( ) Não( ) Sim( ) Não( )
HIPERTENSÃO Sim( ) Não( ) Sim( ) Não( )
HIPOGLICEMIA Sim( ) Não( ) Sim( ) Não( )
ALERGIA Sim( ) Não( ) Sim( ) Não( )
CIRCULATÓRIO Sim( ) Não( ) Sim( ) Não( )
GASTROINTESTINAL Sim( ) Não( ) Sim( ) Não( )
RESPIRATÓRIO Sim( ) Não( ) Sim( ) Não( )
NEUROLÓGICO Sim( ) Não( ) Sim( ) Não( )
ENXAQUECA Sim( ) Não( ) Sim( ) Não( )
CARDÍACO Sim( ) Não( ) Sim( ) Não( )

OBESIDADE NA FAMILIA? sim ( ) Não ( )


Outros: _______________________________________________________________
7. NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA:

Qual a freqüência e duração da atividade?


Atividade Vezes por semana Horas por dia Tempo de prática Horário
72

Conta com qual tipo de orientação?


Se sim, que tipo?
(1) Nutricional  (2) Treinador  (3) Psicológica (4) Médica  (5) amigos 
(6) Fisioterapeuta  (7) Pais  (9) Outras. Qual? ____________

3.2 Há quanto tempo é praticante da modalidade esportiva judô?

3.3 Em qual categoria de peso você já competiu?


(1) S. Ligeiro  (2) Ligeiro  (3) M. Leve  (4) Leve  (5) Meio Médio 
(6) Médio  (7) M. Pesado  (8) Pesado  (9) Não competi 

3.4 Em qual categoria de peso você pretende competir?


(1) S. Ligeiro  (2) Ligeiro  (3) M. Leve  (4) Leve  (5) M.Médio 
(6) Médio  (7) M.Pesado  (8) Pesado  (9) Não sei 

3.5 Você acredita que o peso corporal possa influenciar no rendimento das lutas?
(1) Sim  (2) Não  (3) As vezes  (4) Não sei 

3.6 O que faz ou já fez para perder peso?


(1) Utiliza sauna  (2) Treina em lugares abafados  (3) Usa roupas impermeáveis 
(4) Usa laxantes ou diuréticos  (5) Outros. O que? _________ (6) Não faço nada 
73

3.7 Durante a competição e treino já apresentou algum destes sintomas?

(1) Sede muito intensa  (2) Câimbras  (3) Palidez  (4) perda de força 
(5) Dor de cabeça  (6) Sonolência  (7) convulsões  (8) fadiga generalizada 

(9) Alterações visuais  (10) Desmaios  (11) coma  (12) alucinações 

(13) Perda momentânea da consciência  (14) dificuldade de concentração 

(15) Interrupção da produção de suor  (16) Insensibilidade das mãos e dos pés 
(17) Outros. Qual? ________________________________________________________

3.8 Faz algum uso de suplemento?


( ) Sim ( ) Não

Se, sim:
Suplemento Freqüência Dose

8. COMPORTAMENTO RELACIONADO Á SAÚDE

 É tabagista? ( ) Sim ( ) Não


Há quanto tempo?_______________________
N° de cigarros por dia?___________________

 Consome bebida alcoólica? ( ) Sim ( ) Não


Com que freqüência?
( ) 6 a 7 vezes na semana ( ) 4 a 5 vezes na semana
( ) 2 a 3 vezes na semana ( ) menor que 2 vezes na semana
74

 Faz uso de algum medicamento? ( ) Sim ( ) Não

Se, sim:
Qual?____________________________________________________________________

Para que?_________________________________________________________________

Dosagem:_________________________________________________________________

Nos últimos 5 anos passou por alguma intervenção cirúrgica?

Qual?__________________________________________________________

9. COMENTÁRIOS GERAIS:

Caso você tenha alguma informação para acrescentar, que não tenha sido perguntada neste questionário de
saúde, favor registrar nesse espaço.

Data do preenchimento Assinatura do responsável da pesquisa

Data do preenchimento Assinatura do atleta.


75

ANEXO F

NOME:

IDADE: Anos

PESO: kg Força lombar (kgf):


Força de membros
inferiores (kgf):
ESTATURA: cm

% DE GORDURA
CORPORAL: %

VO² MAX: ml/kg/min.

Glicose: Padrão Normal: de 70 a 110


Colesterol: <200 desejável / 200 a 239 Limítrofe / > 239 elevado
Triglicérides: de 30 a 170

CIRCUNFERÊNCIAS:
TORAX: Cm
ABDOMEN: Cm
QUADRIL: Cm
76

ANEXO G

FICHA DE COLETA DE DADOS:

NOME:_________________________________________________ DATA:___/___/______
HORÁRIO:
____:____:______.
1. DADOS ANTROPOMÉTRICOS:
ESTATURA:

MASSA CORPORAL:
DOBRAS CUTÂNEAS:

PEITORAL: MÉDIA:

ABDÔMEN: MÉDIA:

COXA: MÉDIA:

CIRCUNFERÊNCIAS:
TORAX:

ABDOMEN:

QUADRIL:

DINAMOMETRIA:

Força lombar (kgf)

Força membros inferiores (kgf):

TESTE DE VO² MAX (ml/kg/min) :

Estágio no teste de Léger:

Вам также может понравиться