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Qual o sentido do trabalho?

O trabalho é uma atividade que, desde os primórdios, está presente na


espécie humana. Os discursos sobre esta atividade são diversos. De um lado, há
aqueles que defendem uma posição otimista referente ao trabalho, enquanto outros
o veem como um penoso fardo. O livro de Gênesis, por exemplo, relata que Adão e
Eva foram castigados por Deus, após desobedecerem aos mandamentos divinos.
Como punição, Adão passou a explorar a natureza, por meio do trabalho, para
prover seu sustento. Numa perspectiva evolucionista, a plasticidade cerebral
permitiu que o homo sapiens intervisse intencionalmente na natureza. As
ferramentas, as vestimentas, dentre outros utensílios foram criados pelo homem
através da exploração do ambiente. Independente da cosmovisão adotada, seja
criacionista ou evolucionista, é notável que o trabalho está presente no cotidiano dos
humanos, desde os primórdios, e representa a operação destes na natureza. Mas o
que é o trabalho? Qual o sentido desta atividade para o homem moderno?

Como dito anteriormente, são inúmeras as teorizações e pensamentos sobre


esta atividade. Karl Marx, por exemplo, ressaltava que o trabalho é a categoria
fundante do homem. Por meio desta atividade, o homem intervém conscientemente
na natureza, transformando-a e sendo, por sua vez, transformado por ela. No
contexto atual é recorrente escutarmos frases como “estude para ter um bom
emprego”, “é feliz quem tem dinheiro”, “o trabalho dignifica o homem”. Em uma
sociedade líquida moderna, relacionar trabalho e prazer constitui-se em uma difícil
tarefa. Para o sociólogo Bauman, na sociedade atual, que valoriza a ostentação, a
juventude e os prazeres instantâneos, as pessoas não apenas consomem as
mercadorias, mas transformam a si mesmas em objetos de consumo. Dessa forma,
elas precisam tornar-se objetos desejáveis. Para serem vendáveis, as mercadorias
necessitam se diferenciar das outras. Sendo os sujeitos meras mercadorias de
consumo, estes precisam ser diferentes, únicos e invejáveis... “Os diferentões”! O
interessante é que essa busca pela diferenciação tem os tornado cada vez mais
homogêneos. Tal paradoxo é evidente! Ora, se todos os sujeitos são “diferentes”,
então, ser diferente torna-se comum. Mas como essas relações contemporâneas
podem interferir nos sentidos atribuídos pelo homem ao trabalho?
Numa sociedade cujo lema é “você é o que você possui” ou, pelo menos,
aquilo que aparenta ter, o trabalho passa a ser encarado como um meio para obter
recursos financeiros, o que, por sua vez, possibilita a conquista da
imagem/identidade almejada. Muitos jovens, em períodos de vestibular, escolhem
determinados cursos em virtude do status e das oportunidades que estes irão lhes
oferecer, deixando de lado sua identificação com a futura profissão. O sentido do
trabalho, nesse contexto, se restringe à obtenção de dinheiro e status social.

Frequentemente, o trabalho é visto como um fardo pelos sujeitos. Isso parece


contraditório, pois, embora “dignifique o homem”, o trabalho é considerado um
sacrifício, uma árdua atividade. Considerando as práticas de trabalho de muitos
servidores, esta percepção não causa nenhuma surpresa. Muitos sujeitos passam
anos se dedicando e gastando suas energias para concretizarem determinados
projetos, os quais dificilmente terão a oportunidade de usufruir. Sua recompensa se
limita a uma pequena quantia mensal utilizada para prover seu sustento. A lógica
que mantém esta relação é contracenada por uma minoria que detém a matéria-
prima/recursos financeiros e uma maioria que vende sua mão de obra.

Tal percepção pode parecer pessimista. Porém, se observarmos os fatos


cotidianos, perceberemos que estas relações são recorrentes. Isso não quer dizer
que o trabalho seja um fardo para todas as pessoas! Algumas minorias realizam
determinadas atividades, seja remuneradas ou voluntárias, em função do prazer que
estas os proporcionam. Todavia, há outros que, mesmo não gostando de suas
ocupações e tendo consciência dos fatos que os circundam, permanecem em seus
empregos, simplesmente, pelo dinheiro. Também há aqueles que agem
alienadamente perante sua atividade laboral, enxergando apenas, como diria Platão,
as sombras que circundam a caverna, ou melhor, seu emprego!

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