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Campus de Itabira

Avaliação da contribuição
quantitativa dos recursos
hídricos do córrego Cantagalo
para o ribeirão Candidópolis
( Itabira – MG).

A
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2

Resumo
O Brasil possui uma das maiores redes fluviais do mundo, tornando-se importante para o
desenvolvimento do país quando relacionada ao abastecimento de água, geração de energia
hidroelétrica, navegação, utilização na agricultura e recreação. Para obtenção de dados seguros a
fim de se estabelecer um controle no processo de operação e manutenção das redes fluviais
compostas por inúmeras bacias que apresentam diferentes características, torna-se necessário a
realização de algumas práticas e análises com o objetivo de se encontrar dados satisfatórios que
possam contribuir para a determinação da quantidade de água através de medições de vazões dos
cursos d’água. O presente projeto de pesquisa visa avaliar a contribuição quantitativa dos recursos
hídricos do córrego Cantagalo para o ribeirão Candidópolis (principal manancial de abastecimento
de água do município de Itabira-MG) por meio da determinação de vazões de ambos os cursos d’
água, utilizando o método acústico doppler. Serão realizadas 2 medições de vazões em cada curso
d’ água, sendo uma no período seco (abril e maio) e outra no chuvoso (novembro e dezembro) no
ano de 2013. Os resultados do trabalho serão apresentados por meio de relatórios (parcias e final)
contendo gráficos e tabelas.
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Sumário

1. Introdução......................................................................................................................... 4
2. Objetivos........................................................................................................................... 6
3. Justificativa...................................................................................................................... 6
4. Vinculação do projeto com uma linha de pesquisa do grupo...................................... 7
5. Revisão da literatura........................................................................................................ 8
6. Metodologia...................................................................................................................... 12
7. Cronograma de atividades – Plano de trabalho detalhado e individualizado do
bolsista................................................................................................................................. 18
8. Principais contribuições esperadas – Participação da equipe executora................... 20
9. Referências bibliográficas............................................................................................... 20
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1) Introdução
Em várias partes do mundo períodos prolongados de secas ou de chuvas têm causado
grandes prejuízos econômicos e sociais. Apesar de renováveis, os recursos hídricos são limitados e
nem sempre suficientes para atender todos os usuários simultaneamente. Com o aumento da
demanda torna-se necessário regulamentar a distribuição deste recurso natural, para evitar conflitos
e assegurar o direito de uso da água à todos os cidadãos. Os setores usuários das águas são os
mais diversos com aplicação para inúmeros fins, a utilização deste recurso natural pode ter caráter
consuntivo, onde a água é derivada do seu curso natural somente retornando em parte e não
consuntivo, quando dispensa derivação, mas podendo alterar o regime do curso d’água (MAIA,
2003).
O Brasil possui uma das maiores redes fluviais do mundo, tornando-se importante para o
desenvolvimento do país quando relacionada ao abastecimento de água, geração de energia
hidráulica, navegação, utilização na agricultura e recreação. Para obtenção de dados seguros a fim
de se estabelecer um controle no processo de operação e manutenção das redes fluviais
compostas por inúmeras bacias que apresentam diferentes características, torna-se necessário a
realização de algumas práticas e análises com o objetivo de se encontrar dados satisfatórios que
possam contribuir para a determinação da quantidade e qualidade da água. Para tal é
indispensável valores como: níveis da água, descarga líquida, descarga sólida e parâmetros de
qualidade da água (CARVALHO et al., 2000).
Essencial à vida, a água configura-se como elemento necessário para quase todas as
atividades humanas, sendo ainda, componente fundamental da paisagem e do meio ambiente.
Quando há abundância de água, ela pode ser tratada como bem livre, sem valor econômico. Com o
crescimento da demanda começam a surgir conflitos entre usos e usuários da água, que passa a
ser escassa e, então, precisa ser gerida como bem econômico, ao qual deve ser atribuído o justo
valor. Essa escassez, também pode decorrer de aspectos qualitativos, quando a poluição afeta de
tal forma a qualidade, que os padrões excedem aos admissíveis para determinados usos.
Cada uso da água deve ter normas próprias, mas são necessárias normas gerais, que
regulamentem suas inter-relações, estabeleçam prioridades e regras para a solução dos conflitos
entre usos e usuários. Quando da construção de obras de aproveitamento múltiplo dos recursos
hídricos, há necessidade de rateio de vazões entre os vários usos.
Quando há baixa densidade demográfica, ocupação rarefeita do solo e pouco
desenvolvimento industrial, o uso da água não exige tamanho cuidado quanto ao seu controle. Na
medida em que o uso é mais intensificado, é necessário atenção para a conservação dos recursos
hídricos, visando ao seu aproveitamento racional.
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A bacia hidrográfica do ribeirão Candidópolis que é um dos cursos d’água de estudo é


formada pela confluência de cinco sub-bacias hidrográficas: do córrego Barreiro, do próprio ribeirão
Candidópolis, do córrego Contendas, do córrego Lavoura e do córrego Cantagalo, sendo este
último também foco de estudo neste projeto (figura 1). Segundo o Serviço Autônomo de Água e
Esgoto (SAAE) através do Projeto Mãe d’Água (2007), a bacia hidrográfica do ribeirão Candidópolis
sofre com a ocupação urbana e o uso irregular do solo rural. Já a bacia hidrográfica do córrego
Cantagalo encontra-se com a maioria dos seus cursos d’água sem a proteção das matas ciliares
estando os mesmos assoreados em quase todo seu percurso, além de estarem extremamente
erodidos em diversos pontos, erosão provocada pelo grande volume de água concentrado e com
grande energia cinética devido à declividade acentuada da bacia e ao mau uso do solo que
dificultam a infiltração da água no solo.

Figura1 - Localização das bacias hidrográficas do ribeirão Candidópolis e córrego Cantagalo. Fonte: TI/SAAE-Itabira.
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2) Objetivos

Objetivo Principal:

O objetivo principal do trabalho é avaliar a contribuição quantitativa dos recursos hídricos do


córrego Cantagalo para o ribeirão Candidópolis nos períodos seco e chuvoso.

Objetivos específicos:

 determinar as vazões do ribeirão Candidópolis (montente da estação de tratamento de


água - ETA) e do córrego Cantagalo (montante da confluência com o ribeirão
Candidópolis) em Itabira – MG utilizando o método acústico;
 realizar a comparação das vazões obtidas nos dois cursos d’ água.

3) Justificativa
Apesar de renováveis, os recursos hídricos são limitados e nem sempre suficientes para
atender todos os usuários simultaneamente. Com o aumento da demanda, torna-se necessário
regulamentar a distribuição deste recurso natural, para evitar conflitos e assegurar o direito de uso
da água a todos os cidadãos atuais e futuros.
A excessiva utilização dos recursos hídricos e a degradação de sua qualidade, pelo excesso
de lançamento de efluentes, pode prejudicar a comunidade de usuários.
O conhecimento das vazões de um curso d’água nos períodos seco e chuvoso é essencial
para que o poder público possa efetuar a gestão entre a disponibilidade e a demanda dos recursos
hídricos. A ocorrência de conflitos pode existir e ficar mais acentuada, à medida que aumenta a
demanda pelo uso de certos cursos d’água.
O gerenciamento das disponibilidades e conflitos pelos recursos hídricos passa pelo seio
dos Comitês de Bacia Hidrográfica, e o gerenciamento é de extrema importância não só pelo uso,
como também pela manutenção dos ecossistemas da bacia hidrográfica, onde o conhecimento do
escoamento superficial é fundamental para avaliar a qualidade da água dos rios decorrentes de
cargas pontuais e difusas de efluentes industriais, de cidades e do uso agrícola, tornando -se
importante o conhecimento das vazões nos períodos seco e chuvoso.
O município de Itabira tem uma razoável oferta hídrica, mas as fontes mais próximas das
áreas urbanas, já estão destinadas ao abastecimento público ou estão destinadas a outros usos,
principalmente a mineração que as utiliza nas minas. Além disso, as atividades de mineração
inutilizam grande parte desse recurso nas lagoas de rejeito e no rebaixamento do lençol freático.
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O ribeirão Candidópolis é o principal manancial de abastecimento de água do município de


Itabira, pois segundo o Serviço Autonômo de àgua e Esgoto de Itabira (SAAE), eles utilizam as
águas do ribeirão para abastecer mais de 50%do município tornando este curso d’água de extrema
importância.
De acordo com o projeto Mãe d’ Água (2007) um problema sério é a situação ambiental do
ribeirão Candidópolis: segundo levantamento da equipe do projeto, o uso do solo tem se tornado
degradante devido à pecuária extensiva. Assim, percebeu-se que mais de 60% das matas ciliares
do manancial encontram-se degradadas, ou simplesmente não existem.
Em relação ao córrego Cantagalo, este encontra-se sem mata ciliar e com pontos de erosão
e assoreamento durante todo o seu percurso até desaguar no ribeirão candidópolis.
Devido ao exposto acima, a avaliação da contribuição quantitativa dos recursos hídricos do
córrego Cantagalo para o ribeirão Candidópolis e o conhecimento das vazões dos dois cursos d’
água nos períodos seco e chuvoso é importante para o planejamento e segurança do
abastecimento público de água da cidade de Itabira.

4) Vinculação do projeto com uma linha de pesquisa do grupo


O projeto de pesquisa a ser desenvolvido, se relaciona com a primeira etapa do trabalho
citado abaixo (determinação de vazões volumétricas).

Título: Projeto de Desenvolvimento de um Sistema de Alerta de Cheias para Bacia Hidrográfica do


Alto Sapucaí – MG.
Apoio: Companhia de Saneamento de Minas Gerais (COPASA) - Auxílio financeiro
Período: 2002 - atual
Coordenador: Prof. Alexandre Augusto Barbosa

Descrição do projeto: Desenvolver um programa computacional que permita receber dados de


alturas de lâminas d´água, medidas por dispositivos não-intrusivos e transformá-los em vazões
volumétricas, com saídas gráficas para todas as seções à jusante. Dar subsídios, em tempo real, às
cidades de Itajubá, Santa Rita do Sapucaí e Pouso Alegre por meio de dados para a alocação de
um sistema global de alerta de enchentes. Fornecer subsídios para futuros modelos computacionais
envolvendo precipitação, percolação, escoamento superficial, escoamento em canais naturais e
propagação de ondas de cheias. Servir como um sistema de referência para outras regiões que
sofrem com o problema de cheias freqüentes.
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5) Revisão da literatura

A seguir são apresentadas algumas pesquisas que têm sido desenvolvidas na área de
determinação de vazões e as considerações de alguns autores sobre o tema.
A medição de vazão de um rio assume papel fundamental nos estudos das condições
biológicas e físico-químicas do mesmo, uma vez que estas, normalmente, estão atreladas à
capacidade de transporte de carga do canal, o que é definido com os dados obtidos com a medição
da vazão. Os dados obtidos em um trabalho de medição de vazão podem ser usados em projetos
de planejamento da área que se encontra no entorno do rio. Também podem servir para outros
usos, tais como: estudos de identificação da capacidade de captação da água para consumo
variado; potencial para construção de usinas hidrelétricas; etc. (CAMARGO FILHO et. al., 2009).
Santos et al. (2001) definiram que “medição de vazão em hidrometria é todo processo
empírico utilizado, para determinar a vazão de um curso d’água”. A vazão ou descarga de um rio é
o volume de água que passa através de uma seção transversal na unidade de tempo, normalmente
dada em segundos.
Segundo os autores, os principais métodos de medição de vazão são:
• Medição e integração da distribuição de velocidade;
• Método acústico;
• Método volumétrico;
• Método químico; uso de dispositivos de geometria regular (vertedores e calhas Parshal); e
• Medição com flutuadores.
Mauro, Vanzela e Hernandez (2004) realizaram medições de vazão em um pequeno corpo
d’água localizado ao redor da cidade de Ilha Solteira – SP, onde a vazão de permanência era da
ordem de 100m3.h-1, os autores utilizaram o método do flutuador integrador e do vertedor triangular
de 90º para realizar a comparação entre os dois métodos, sendo que o resultado do trabalho
apontou que o método do flutuador é menos preciso que o vertedor. Esta comparação permitiu
restringir o método utilizado em função do objetivo do uso da determinação da vazão.
Ricardo et al, (2008) realizaram um trabalho de análise e aplicação de perfiladores
acústicos Doppler para medição de vazão em centrais hidrelétricas, considerados o estado da arte
para fluviometria e medição de vazão em canais. Eles concluíram que estes possuíam vantagens
em relação aos equipamentos tradicionais, como maior rapidez das medições, grande detalhamento
dos perfis de velocidades, e aplicabilidade em situações especiais como enchentes. Segundo os
autores, ao invés de estimar os perfis de velocidade através das velocidades pontuais obtidas em
algumas profundidades de cada vertical (como ocorre com os molinetes hidrométricos), os
medidores Doppler perfilam toda a coluna d´água, gerando perfis reais. As principais vantagens dos
perfiladores Doppler, constatadas durante as medições, são: i) campanhas hidrométricas mais
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rápidas, e que, portanto, refletem com maior fidelidade o caráter sinótico de medidas ambientais
(cada medição com o Qliner durou entre 10 e 15 minutos, sendo a vazão calculada
instantaneamente), já a medição com o micromolinete hidrométrico no Rio de Bicas durou
aproximadamente 1,5 horas (não considerando o tempo dispensado para os cálculos, em
escritório); ii) possibilidade de manipulação e compartilhamento mais rápido dos dados gerados,
uma vez que estes são digitalizados. O preço e a pequena difusão de conhecimentos sobre os
perfiladores Doppler de corrente ainda são empecilhos à sua utilização.
Grison et al. (2008) utilizaram os métodos acústico e do micro-molinete para medição de
vazão de uma estação fluviométrica na Bacia Hidrográfica do Rio Cubatão do Norte (BHRC) no
estado de Santa Catarina e posterior comparação entre dados obtidos a fim de constatar a
confiabilidade do método acústico. Para tal montou-se um sistema de roldanas para condução do
aparelho acoplado a um sistema chamado de RiverCat Integrated Catamaran e efetuaram-se
medições nos dias 29/04, 13/05 e 14/05/2008, e no dia 14/05/2008 com o método do micro-
molinete. Através dos dados coletados por ambos os métodos e também da comparação com
dados da própria estação fluviométrica, chegou-se a conclusão de que o método acústico é
confiável.
Morlock et al. (1996) utilizaram o método acústico para determinação de vazão de vários
sistemas fluviais nos Estados Unidos, com seções variando do rio Kankakee, Shelby - Indiana, ao
rio Susquehanna, Harrisburg – Pensylvania. Para tal foi acoplado equipamento Acoustic Doppler
Current Profiler (ADCP) a um barco e medidas as vazões, comparou-se então os resultados obtidos
a séries históricas obtendo-se erros de medição entre 1 e 7%, atribuídos em especial a variações
de vazão. Concluiu-se então que o método pode ser utilizado para coleta confiável de dados em
diversas condições de campo.
Muste, M.; Kim, W.; Fulfor, J. M. (2008) explanam sobre a abrangente utilização do método
acústico, ADCP, para medição de vazões de rios, com precisão nominal de até 0,25%, assim os
primeiros usos do método em detecção de correntes marítimas e funcionamento do mesmo. É
salientada a possibilidade de medições não apenas bidimensionais, mas também tridimensionais
com o equipamento, fornecendo, assim, além de agilidade em relação aos métodos tradicionais,
maior quantidade de informação. As figuras 2 e 3 a seguir demonstram os métodos utilizados no
trabalho.
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Figura 2 - Princípio de funcionamento de um ADCP (configuração Teledyne RDI)

Figura 3 - Ilustração de informações multidimensionais fornecidas pelo ADCP:

a) Campo de vetores de velocidades instantâneas obtidas através de ADCP instalado em


navios;
b) Distribuição da velocidade média sobre algumas verticais escolhidas;
c) Visualização da circulação dentro das seções transversais
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Coz, J. et al. (2009) fazem revisão de síntese do uso de ADCP em rios para coleta de
informações a cerca da topografia do leito, medição de velocidade de vazão, estimativa de
velocidade de fundo de leito ou de partículas em suspensão e em arraste. É destacada a
utilização de equipamentos a mais de 15 anos e sua versatilidade e praticidade. São mostradas
características de diferentes equipamentos ADCP, como freqüência do ultra-som utilizado,
profundidade máxima de captação de dados, engulo de medição e outros. Concluí-se por fim
que os equipamentos possuem boa acurasse com relação aos métodos tradicionais, além de
agilizarem o processo de obtenção de dados, mostrando-se um equipamento inovador para o
ramo da hidrologia. A figura 4 demonstra os dados obtidos através de uma medição com o
ADCP.

Figura 4 - Dados aferidos pelo equipamento, no Rio Grande 1 200KHz (Cemagref, Lyon) – perfis de intensidade de
velocidade – trajetória e intensidade da velocidade na vertical (em baixo).

Le Coz, J., G. Pierrefeu e A. Paquier (2008), analisaram a eficiência da utilização de H-ADCP


(horizontal-ADCP) fixo na medição de velocidades de vazão na estação de medição de Saint-
Georges, rio Saône, Lyon, França. Chegou-se a conclusão que para uma série de casos essas
medições são precisas (erros de até 5%), no entanto em condições de vazão lenta ou cursos com
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largura maior que 60m o método não mostrou-se eficiente exigindo maiores estudos de caso para
determinação deste desvio. 10
Adler, M. et al. (2008) Os autores do respectivo trabalho participaram do 5° Encontro de
Usuários de ADCP para controle de dados de medição de vazão. Reuniram-se, de 11 a 13 de
setembro de 2007, 42 utilizadores de ADCP na cidade Koblenz, Alemanha, para comparação de
funcionalidades e qualidade de dados obtidos através de equipamentos ADCP em medição de
vazões. Os dados foram aferidos no quilometro 590.5 do rio Rhein, chegando a resultados de
precisão entre os equipamentos de em média 3%. Tais encontros buscam padronizar a utilização
destes equipamentos para geração consistente de bancos de dados.
A revisão de literatura foi baseada no ADCP que possui o método acústico – Doppler
semelhante ao Qliner (equipamento utilizado no trabalho), pois devido o mesmo ser um
equipamento de nova geração houve uma grande dificuldade de seleção de trabalhos que usaram
este equipamento.

6) Metodologia

A dificuldade na realização de campanhas hidrométricas em grandes rios através dos


métodos tradicionais motivou o desenvolvimento de equipamentos que possibilitassem a realização
dessa tarefa de forma mais rápida e segura. A tecnologia desses equipamentos foi adaptada
daquela empregada nos ecobatímetros e sonares muito utilizados em oceanografia. Surgiram então
os medidores de corrente por efeito Doppler.
Os medidores de corrente por efeito Doppler, por exemplo, o ADCP e o Doppler Qliner
(figura 5), se baseiam no princípio de mudança de freqüência de uma onda sonora sempre que
houver movimento relativo entre a fonte e o observador. Simultaneamente à medição da velocida de
do fluxo, esses medidores de corrente realizam a batimetria da seção, processando, internamente
sua área.
Dentre as inúmeras facilidades dos medidores por efeito Doppler, está o fato dos mesmos
operarem interligados a computadores portáteis ou a um display, sendo os resultados obtidos
instantaneamente, além da possibilidade de conexão com sistemas de GPS.
O Doppler Qliner mede o fluxo (descarga) em rios e canais, oferecendo informações
precisas e detalhadas sobre o fluxo do rio com resultados rápidos e seguros.
Este equipamento é ideal para utilização em rios de 1 a 30 metros de largura e profundidade
de 0,3 a 5 metros, podendo ser utilizado também em rios um pouco maiores. O Doppler Qliner
utiliza tecnologia para medir o perfil de velocidade vertical e a profundidade em um número
selecionável de transversais determinadas pelo usuário nas seções do curso d’água.
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Figura 5 - Sonda de medição de vazão (Doppler Qliner) e Display que registra os dados medidos pela sonda
(Qmetrix, 2012)

- O efeito Doppler
Imagine que um observador está próximo a água, assistindo a passagem de algumas ondas,
(figura 6). Enquanto o observador está parado, ele vê um determinado número de ondas passar à
sua frente num determinado intervalo de tempo. Se ele começa caminhar na direção das ondas, ele
verá um número maior de ondas passar no mesmo intervalo de tempo, tendo a impressão de que a
freqüência de onda aumentou. Agora, se este mesmo observador caminhar na outra direção, verá
um número menor de ondas passar, ou seja, ele terá a impressão que a freqüência diminuiu. A
essa diferença na freqüência dá-se o nome de efeito Doppler. Ou seja: o efeito Doppler é a
diferença entre a freqüência que se observa quando se está parado e a que se observa quando se
está em movimento.

Figura 6 – O efeito Doppler.


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Exemplo: Se o observador está parado e observa uma freqüência de 10 Hz, e quando se


move na direção da fonte observa uma freqüência de 10,1 Hz, diz-se que o efeito Doppler é de 0,1
Hz.

Para essa situação a equação para o efeito Doppler será:

V 
Fd  Fs   
C  (1)

Onde:
Fd é a freqüência do efeito Doppler; Hz.
Fs é a freqüência do som quando tudo está parado; Hz.
V é a velocidade relativa entre a fonte e o receptor (a velocidade na qual o observador está
caminhando para a fonte do som); m/s.
C é a velocidade do som no meio infinito; m/s.

Observação:
Se o observador aumenta a sua velocidade, o efeito Doppler aumenta.
Se o observador se distancia da fonte de som, o efeito Doppler é negativo.
Se o observador se aproxima da fonte de som, o efeito Doppler aumenta.
Se a velocidade do som aumenta, o efeito Doppler diminui.

Como o sensor do Doppler Qliner, emite e recebe o som, o efeito Doppler é dobrado. Então
a equação (1) fica:

V 
Fd  2   
C 

- Procedimentos de campo para determinação das vazões


Para se determinar a velocidade do escoamento e as vazões do ribeirão Candidópolis, será
utilizado o método acústico (figura 7), que é um método avançado de se estimar a vazão em um
curso d’água, e que exige a utilização de equipamentos específicos como o que será utilizado
nesse projeto o Doppler Qliner.
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Figura 7 – Esquema de utilização do Doppler Qliner (OTT Hidromet, 2011).

A seguir é apresentado o procedimento de campo para determinação das vazões.

1º passo: O aparelho deve ser conectado ao PDA.


2º passo: Utilizando-se um Sistema de Posicionamento Global (GPS), verifica-se as
coordenadas geográficas para posicionar o aparelho em uma das margens da seção de medição.
As seções de medição a montante da Estação de Tratamento de Água do SAEE no ribeirão
Candidópolis possui a respectiva coordenada geográfica: (s19º40’34.10’’ w43º12’17.94’’) e a seção
a montante da confluência entre os dois cursos d’ água no córrego Contendas localiza-se na
coordenada geográfica (s19º40’39.73’’ w43º12’15.14’’).
3º passo: Determinação quantitativa das verticais de leitura em função da largura da seção
utilizando uma tabela elaborada pelo Departamento Nacional de Águas e Energia Elétrica (DNAEE,
1997). As figuras 8,9,10 e 11 ilustram as seções de medição do trabalho.

Figuras 8 e 9 - Seção selecionada para medições de vazões a montante da ETA no ribeirão


Candidópolis (Fonte: Autor, 2012).
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Figura 10 e 11 - Seção selecionada para medições de vazões a jusante da Estaçãode Tratamento de


Água. (Fonte: Autor, 2012).

4º passo: Passagem de uma corda graduada para marcar as verticais a serem medidas.
5º passo: Configurar o software com os dados da seção selecionada para medição, tais
como: localização, profundidade máxima e mínima na seção, número de verticais, profundidade de
imersão e o método de cálculo que será utilizado para calcular a vazão.
6º passo: Iniciar a medição de vazão e repetir o processo por três vezes calculando a média
das vazões (figura 12). A profundidade e a velocidade são dadas pela sonda através do efeito
Doppler. A sonda transmite ondas sonoras através da água, às partículas transportadas pela
corrente de água refletem o som de volta para a sonda que percebe o eco através de sensores. Os
sons que retornam das partículas a diferentes profundidades são identificadas pelos sensores da
sonda, fazendo com que o equipamento reconheça as diferentes profundidades e velocidades
(BELÉM et al., 2008).

Figura 12 – Procedimento do método de medição de vazão (OTT Hidromet, 2011).


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O software (Qreview) utilizado pelo equipamento estima a vazão e a área da seção,


combinando a velocidade e profundidade do curso d’água. O software incluído monitora e controla
a medição, faz os cálculos e exporta os dados de resumo para um display. O software funciona em
Windows Plataforma Pocket PC.
No final da medição tem-se como resultado uma tela do arquivo gerado pelo software
(Qreview) com as informações de velocidade média do escoamento, área da seção, profundidade
média e a vazão do curso d’água (figura 13). Os dados também são apresentados em forma de
gráficos, conforme a ilustra a figura 14.

Figura 13 – Tela do arquivo com os resultados da medição de vazão (Manual Q-Review, 2007).
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Figura 14 – Gráficos com os resultados da medição de vazão. (Manual Q-Review, 2007).

7) Cronograma de atividades – Plano de trabalho detalhado e


individualizado do bolsista

No quadro 1 encontra-se o cronograma de atividades a serem realizadas do projeto.

Quadro 1 - Cronograma de atividades


Ano 2013 2014
Meses Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev
Etapas
1
2
3
4
5

- O projeto de pesquisa divide-se em cinco etapas:


Primeira etapa da pesquisa: levantamento e a análise das informações necessárias à
realização do projeto. Essas informações serão obtidas junto a Secretaria Municipal de Meio
Ambiente, o Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE), o Comitês das Bacias Hidrográficas do
rios Piracicaba e Santo Antônio e nas demais instituições que possuem informações relativas aos
cursos d’água em estudo. Os principais dados necessários são: informações gerais das bacias
hidrográficas, mapas, dados de população, oferta e demanda de água, desenvolvimento
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econômico. Concomitante com este levantamento de dados secundários ocorrerá também o


aprimoramento do levantamento bibliográfico do projeto de pesquisa.
Segunda etapa da pesquisa: medições das vazões nas seções já estabelecidas, sendo 2
medições para cada período (seco e chuvoso).
Terceira etapa da pesquisa: após o trabalho de campo (medições de vazões), parte-se
para o pós-processamento das informações coletadas, com o objetivo de se analisar os dados
obtidos e filtrar as informações necessárias à elaboração dos gráficos e tabelas para comparação
entre as vazões determinadas para cada seção e avaliar a contribuição quantitativa dos recursos
hídricos do córrego Cantagalo para o ribeirão Candidópolis nos períodos seco e chuvoso.
Quarta etapa da pesquisa: elaboração e entrega dos relatórios parciais.
Quinta etapa da pesquisa: elaboração e entrega do relatório final do projeto de pesquisa e
confecção de artigo científico.

- O plano de trabalho está detalhado na seqüência das etapas da pesquisa:


Primeira etapa da pesquisa: como estão previstos 7 meses para realização desta etapa, a
carga de trabalho e horária será mais intensa nos dois primeiros meses, devido à necessidade de
deslocamento e agendamento para visitas as instituições e aquisição dos dados. Estas visitas serão
realizadas pelo orientador e orientado, demandando uma carga horária de 12 horas semanais de
ambos. Nos outros 5 meses, o orientado dedicará 5 horas semanais, pois as 7 horas restantes ele
terá que se dedicar a etapa 3 da pesquisa.
Segunda etapa da pesquisa: estão previstos 4 meses para realização desta etapa. O
orientador e orientado terão uma carga horária de 7 horas semanais nos 2 primeiros meses e 10
horas nos 2 meses restantes. As visitas a campo para medições das vazões nas seções
determinadas serão realizadas com veículo da instituição (UNIFEI – Campus Itabira) e materiais
(estacas, cordas, ferramentas, GPS, Doppler Qliner, trenas, etc.) do laboratório de hidrometria.
Ressalta-se que serão realizadas duas medições no período seco (abril e maio) e duas no chuvoso
(novembro e dezembro).
Terceira etapa da pesquisa: estão previstos 4 meses para realização desta etapa. O
orientador e orientado terão uma carga horária de 8 horas semanais nos 4 meses que serão
consumidas com o pós-processamento das informações coletadas, com o objetivo de se analisar os
dados obtidos e filtrar as informações necessárias à elaboração dos gráficos e tabelas para
comparação entre as vazões determinadas para cada seção e avaliar a contribuição quantitativa
dos recursos hídricos do córrego Cantagalo para o ribeirão Candidópolis nos períodos seco e
chuvoso.
Quarta etapa da pesquisa: estão previstos 3 meses para realização desta etapa (maio,
agosto e novembro de 2013). O orientador terá uma carga horária de 3 horas semanais para
orientação do aluno na confecção dos relatórios. O orientado terá uma carga horária de 6 horas
semanais.
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Quinta etapa da pesquisa: estão previstos 2 meses para realização desta etapa (janeiro e
fevereiro de 2014). Nesta etapa o orientador terá uma carga horária de 8 horas semanais para
orientação do aluno, elaboração e fechamento do trabalho de pesquisa e confecção de artigo
científico. O orientado terá uma carga horária de 12 horas semanais.

8) Principais contribuições esperadas – Participação da equipe executora


Espera-se com a execução deste projeto contribuir primeiramente para o desenvolvimento
do aluno no âmbito do rigor da pesquisa científica, apresentando-lhe um método para medir e
calcular a vazão de cursos d’água superficiais, podendo este aluno a partir do seu interesse e
empenho, estender este projeto adotando outros métodos de medição e cálculo de vazão.
As contribuições para o município e para o SAAE serão preliminares, pois deste projeto
poderão ser aplicados outras métodos de medição de vazão e com períodos de tempo menores
podendo contribuir sistematicamente para o gerenciamento deste curso d’água (ribeirão
Candidópolis e córrego Cantagalo) que são de relevante importância para o município, população e
o ecossistema natural.
A equipe executora do projeto será composta por um aluno do 70 período do curso de
Engenharia Ambiental da UNIFEI – Campus Itabira, por dois professores adjuntos também do curso
de Engenharia Ambiental, sendo um orientador e outro co-orientador e um técnico, todos residentes
em Itabira. Ressalta-se que o projeto contará também com o apoio do Serviço Autônomo de Água e
Esgoto de Itabira (SAAE).

9) Referências bibliográficas

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