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1. Introdução

O termo eclesiologia é derivado de duas palavras gregas Eclésia (igreja) e logia (estudo, doutrina e conhecimento),
então eclesiologia é a disciplina teológica que estuda os propósitos da existência da igreja, sua formação, sua
extensão, autoridade, interação com Deus e o mundo, características, ordenanças e dons, em suma tudo relacionado
com a fé cristã e suas interações.

Tecnicamente a palavra “Eclésia” traduzida para o português como “igreja” significa “chamados para fora”. Ekklesia
- (do grego Ek = para fora; klesia = chamados), etimologicamente significa “alguém que é chamado para fora”.
Quando falamos de “chamados para fora” estamos apontando pessoas que saíram do mundo (sistema) que jaz no
maligno (1 Jo 5:19) e já não serve o deus desse século, que cega a todos infiéis (2 Co 4:4). A igreja deve atacar as
portas do inferno (Mt 16:18) e libertar as almas que estão perecendo (Mc 16:15-18), e assim as trazer para a luz (2
Co 4:6). A palavra eclésia tem seu fundo histórico na democracia da Grécia antiga, onde os gregos com direitos civis
era chamados para fora de suas casas (um lugar de reunião) para votar o futuro da cidade.

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1.1. Etimologias

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Congregação (hebraico = Ìedah; grego = episunagoge): A palavra congregação quando aparece na Bíblia significa
“lugar de reunião” e denota o lugar físico onde uma assembleia se reúne. No antigo testamento congregação se
refere à reunião dos filhos de Israel em um lugar, poderia ser um lugar aberto (1 Sm 8:4), as portas do tabernáculo
ou templo (Lv 8:4; 2 Cr 5:2). No Novo Testamento congregação é o lugar físico onde os salvos se reúnem, e pode ser
em um cenáculo (Quarto superior das casas judaicas), uma casa (1 Co 16;19) ou qualquer outro lugar onde a igreja se
reunia (At 16:13; 1 Co 14:23).

Assembleia (hebraico = Ìatsarah; grego = sunerchomai): Já assembleia significa literalmente “’ajuntamento de


pessoas”, esse termo foca nas pessoas reunidas, diferente de congregação que foca no lugar da reunião. No Antigo
Testamento assembleia era a reunião de judeus piedosos ou reunidos por Deus, por isso era denominada assembleia
dos Santos (Ne 13.10;Sl 89;7). No Novo Testamento assembleia era a reunião de salvos em Cristo (Hb 12:23).

Comunidade (hebraico = qahal; grego = politeia): A palavra hebraica “qahal” traduzida por comunidade/assembléia
significa reunião dos servidores livres de Deus, ou seja, o ajuntamento dos homens que tinham direitos civis na
religião israelita. Quando se traduziu o Tanach (Antigo Testamento Judaico) para o grego (Septuaginta) os tradutores
usaram a palavra Eclésia (chamados para fora) para traduzir a palavra hebraica “qahal” (comunidade/assembléia),
dando a ideia de similaridade entre o ajuntamento judaico e a comunidade democrática grega, igualmente com o
advento do cristianismo eclésia também foi usado para denominar a igreja cristã, aproximando os conceitos entre
comunidade judaica e igreja cristã. Outro conceito que se equalizou no grego é o de pregador da comunidade
(hebraico = Qohelet), em português Eclesiastes (o livro bíblico é nomeado por isso), na comunidade judaica era
alguém extremamente versátil na Palavra que por isso poderia falar a comunidade, nos tempos de Jesus precisaria
ser um mestre para adquirir tal posição (Por isso somente Jesus e Paulo pregam em sinagogas). No Novo Testamento
o pregador deveria ser alguém capacitado em todas as doutrinas dos apóstolos e recebia o nome de presbítero
(oficial da igreja). Concluindo que o livro de Salomão chamado em português de Eclesiastes levou esse nome na
septuaginta inspirado em lideres gregos que discursavam nas assembleias democráticas, mas no original o livro
chama Qohelet e denota o pregador capacitado para ensinar a Tanach para a assembleia judaica.

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Quando se fala das obrigações da igreja é normal vermos uma inversão de valores, muitos ensinam que a maior
missão dos cristãos é a evangelização, que mesmo não sendo a primeira ordem da igreja também é muito
importante, porem tem um valor muito inferior à verdadeira prioridade do crente. A primeira missão da igreja é
adorar a Deus, na verdade esse é o motivo de todos nós existirmos (Rm 11:36; Ef 1:6,11; Cl 1:16), até os anjos foram
feitos para seu louvor (Jó 38:7; Cl 1:16) e todos os homens devem prestar culto (Sl 150), os salvo tem motivos
maiores para o louvar por sua salvação (Jo 4:24) e a adoração é algo que será eterno (Fp 2:9-11; Jd 1:25; Ap 15:4).
Adoramos a Deus quando nos santificamos e prestamos nosso culto racional (Rm 12:1,2), enquanto louvor e adora
ao Senhor com nossos lábios, santificação pessoal é o adorar com nosso corpo e obras, lembrando que Deus requer
que tudo em nós seja santificado ( Ts 5:23) e que sem santificação ninguém verá o Senhor (Hb 12:14).

A segunda obrigação da igreja é consigo mesma, pois aquele que não cuidar dos seus nega a fé (1 Tm5:8), Deus nos
fez um corpo para crescermos em união (1 Co 12:25-27) e se aperfeiçoarmos mutuamente ( Ef 4:11-15), o grande
segredo da igreja primitiva era o cuidado de um com o outro (At 4:32-37). A formação do caráter cristão é obrigação
da igreja, por isso Deus estabeleceu os ministérios (Ef 4:11-15) e também deu os dons (1 Co 12:4-11; 14:12), o ensino
que damos a nossos membros será cobrado pelo senhor, pois somos responsáveis por aqueles que o senhor nos deu
para ensinar (Hb 13;7,11). Dentro do cuidado que devemos ter com nossos irmãos se destaca o amor, 1 coríntios nos
ensina como devemos amar a todos, aquele que não ama, na verdade não pode ser de Deus (1 Jo 4:7-12).

A terceira grande obrigação da igreja é a evangelização, lembrando que o “ide” foi uma ordem imperativa do mestre,
a igreja é um edifício que cresce a cada membro assimilado (Ef 2:17-22), cada pessoa salva pelo evangelho é
arrebatada como do fogo que literalmente é o inferno eterno (Jd 1:23; Ap 20:14,15).

2. Versículos bases da doutrina da igreja

“Pois também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do
inferno não prevalecerão contra ela; E eu te darei as chaves do reino dos céus; e tudo o que ligares na
terra será ligado nos céus, e tudo o que desligares na terra será desligado nos céus.” Mateus 16:18,19

Esse versículo constitui um momento maravilhoso para igreja, onde o Senhor Jesus fala a primeira vez de forma
aberta sobre a continuidade de sua obra na Terra, sobre a formação de sua Igreja. Jesus nesse texto mostra que ira
lançar as bases da igreja sobre si mesmo, quando Ele diz que edificará a sua igreja sobre essa Pedra (Grego = petra) a
palavra edificar significa lançar os fundamentos para um edifício, e sabemos que a casa do Senhor deve estar
fundada na rocha (Mt 7:24,25) e que o Senhor mesmo é o fundamento e a rocha ( Mt 21:42; Co 3:11). A palavra
grega petrus (pedrinha) é usada para descrever pequenas fagulhas de pedras e também é a forma que Jesus usa
para se referir a Simão (Jo 1:42), ao chamar Simão de Pedro culturalmente Jesus esta chamando ele de “mais um”
ou mais uma pedrinha do edifício). Entendemos que quando o Senhor diz “tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei
a minha igreja”, Ele estava falando Pedro, você será mais um tijolo da casa que irei edificar porem sobre mim mesmo
(a rocha) edificarei a minha igreja.

Nesse texto Jesus também garante nossa eterna vitória, quando Ele diz “as portas do inferno não prevalecerão
contra ela” significa que o inferno não resistirá a força da igreja, mesmo o mundo jazendo (enterrado) no maligno (Jo
5:19) e o diabo sendo o deus dos que são escravos do presente século (2 Co 4:4), a igreja ira bater nos portões do

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inferno e saquear as almas para o céu (Mc 16:15-18). Não devemos ter medo do inferno e sim o inferno da igreja,
pois a Palavra diz que a igreja esta no ataque (batendo nos portões) e o inferno não resistirá (não prevalecerão).

É o erro de entendimento do versículo 19 que a Igreja Católica usa para basear sua autoridade máxima, eles ensinam
que as chaves dos céus é a salvação (exclusiva da igreja católica) e “ligares na Terra” é o poder que eles têm para
determinar tudo, na verdade alguns evangélicos também veem nessa passagem liberação para impor a vontade da
igreja sobre o sobrenatural. Porem, esse texto trata admissão ao reino dos céus, não a outro meio de salvação que
não seja a ingressão no corpo de Cristo (Rm 12:4,5; Ef 4,4-6:16; Cl 1:18), e a igreja é o meio que Jesus usa para nos
por em comunhão (Mt 18:15-20 At 2:42), outro raciocínio nos mostrará que quem não participa da ceia não tem
parte com o Senhor (Jo 6:53), e que a ceia só se pode tomar em uma reunião de membros (1 Co 11:23-33). Paulo
trata da disciplina (1 Co 5:1-13,11:32), e recolocava em comunhão (2 Co 2:6-11).

“Porque, assim como o corpo é um, e tem muitos membros, e todos os membros, sendo muitos, são um
só corpo, assim é Cristo também. Pois todos nós fomos batizados em um Espírito, formando um corpo,
quer judeus, quer gregos, quer servos, quer livres, e todos temos bebido de um Espírito. Porque também
o corpo não é um só membro, mas muitos.” 1 Coríntios 12:12-14

Jesus só tem uma igreja na Terra, um só corpo, que é formado de todos os cristãos autênticos em todo do Mundo,
não importando a denominação. Nesse texto batismo no Espirito não é revestimento de poder e sim nascer de novo
(Jo 3:5,6) pois só podemos entrar no corpo de Cristo nascendo da agua e do Espirito (Jo 3:5-7), o significado da
palavra batismo é submergir, ou seja, para estarmos no corpo de Cristo devemos estar totalmente submersos
(batismo) no Espirito, podemos ver um simbolismo lindo na passagem do rio de Ezequiel onde ele mergulha nas
aguas (4Ez 47:5) e esse rio sara e traz vida por onde quer que passe (Ez 47:9). O contexto de “ter bebido de um
Espirito” é ligado a agua prometida por Jesus a samaritana (Jo 4:14) porque Jesus é o tem o Espírito sem medidas (Jo
3:34) e aquele que nos outorga tal benção (Jo 14:16,17). Paulo arremata o texto com uma analogia entre a igreja e o
corpo humano, do mesmo modo que somos compostos por inúmeras células que formam um só corpo, assim é
também a igreja, todos um em Cristo, que palavra linda de unidade e comunhão.

“Edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, de que Jesus Cristo é a principal pedra da
esquina; No qual todo o edifício, bem ajustado, cresce para templo santo no Senhor. No qual também
vós juntamente sois edificados para morada de Deus em Espírito.” Efésios 2:20-22

O oficio de apóstolos foi restrito aos 12 que foram chamados diretamente por Cristo, (Mt 19:28; Lc 6: 12-16), no
lugar de Judas, a Bíblia nos ensina que foi admitido Matias (At 1:16-26), sabemos que são somente 12 alicerces na
Nova Jerusalém, cada um com um nome de uma apóstolos (Ap 21:14), com esses dados fica muito claro que o titulo
de apostolo morreu juntamente com João, o ultimo deles. O significado de apostolo para o português é enviado, e
esse termo geral designa os missionários, aqueles que são enviados pela igreja, porem a um segundo significado
bíblico para apostolo, o de fundamento (Ef 2:20), esse termo se refere ao poder dos apóstolos em doutrinar e
ensinar a igreja, do mesmo modo que a autoridade veterotestamentária era profética, a da neotestamentária é
apostólica. Ser edificado sobre os apóstolos e profetas e reconhecer a Bíblia como único fundamento de autoridade
para igreja, hoje nós temos a liberdade para ensinar o que esses fundamentos deixaram para nós. Dando base para o
fundamento (apóstolos) da igreja temos Cristo a principal pedra, cujo em seu corpo cresce esse edifício maravilhoso
chamado igreja, todos nós que estamos no corpo de Cristo participamos e fazemos parte desse edifício que cresce
para o céu, e assim cada alma que ganhamos é um novo tijolo nesse templo e uma célula nova no corpo de Cristo.

“E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para
pastores e doutores, Querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação

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do corpo de Cristo; Até que todos cheguemos à unidade da fé, e ao conhecimento do Filho de Deus, a
homem perfeito, à medida da estatura completa de Cristo,” Efésios 4:11-13

Todos os ministérios que servem a igreja foram entregues por Cristo, para que todas as necessidades dos cristãos
fossem supridas, a vontade do Senhor é que todos cheguem ao aperfeiçoamento e a estatura de varão perfeito (Ef
4:13), e para isso ele usa todos os membros do corpo para crescimento mútuo. Quando prestamos atenção nesse
texto, vemos nas entrelinhas que Paulo desejava que todos os cristãos fossem detentor de um ministério e
participasse ativamente do aperfeiçoamento da igreja, respeitar os ministérios estabelecidos por Cristo, é respeitar o
Senhor e aceitar sua sabedoria ao gerir seu Corpo, lembrando que somente Ele é a cabeça da igreja (Ef 5:23).

3. A origem da Igreja

“Como também nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para que fôssemos santos e
irrepreensíveis diante dele em amor;” Efésios 1:4

O projeto igreja não nasceu no coração de Deus durante a estadia de Jesus em nosso planeta, nem tão pouco após a
queda de Adão no paraíso, mas sim antes da eternidade. Deus já tinha planejado e predestinado à existência do
corpo de Cristo na Terra, em seu Santo Amor já nos tinha elegido para fazer parte de sua igreja. Esse texto é muito
claro ao relatar que fomos escolhidos através do amor de Deus para sermos santos e irrepreensíveis antes mesmo
da criação de todo o universo.

“E adorá-la-ão todos os que habitam sobre a terra, esses cujos nomes não estão escritos no livro do
Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo.” Apocalipse 13:8

A palavra usada para fundação em grego significa lançar as bases, e passa a idéia de quando se começa a construção
de um edifício, ao dizer que Jesus foi o cordeiro morto desde a fundação do mundo, Apocalipse esta dizendo que
quando Deus planejava o universo já tinha escolhido que Jesus seria seu único modo de salvação. Esse texto de João
se liga profundamente ao de Efésios 1:4, demonstrando que a morte do Cordeiro e nossa salvação foram
arquitetadas ainda na eternidade, Deus é soberano e onisciente nunca é contrariado e sempre cumpre seus
propósitos.

“Mas com o precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro imaculado e incontaminado, O qual, na
verdade, em outro tempo foi conhecido, ainda antes da fundação do mundo, mas manifestado nestes
últimos tempos por amor de vós;” 1 Pedro 1:19,20

Indo na mesma linha que Paulo e João, Pedro também consegue visualizar o plano de Deus com prisma da
eternidade, mostrando que o sacrifício vicário de Cristo foi conhecido antes mesmo da fundação do Mundo. O plano

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de salvação para igreja foi projetado antes mesmo de existir o universo, porem foi manifesto em sua plenitude com
o advento de Cristo e a formação da igreja. Quando diz que esse plano foi manifesto somente nos últimos tempos,
Pedro diz que esse plano só pode ser conhecido através da mani9festação de Cristo pela igreja.

“O mistério que esteve oculto desde todos os séculos, e em todas as gerações, e que agora foi manifesto
aos seus santos;” Colossenses 1:26

O ministério da igreja ficou oculto durante a gestão da lei, ele já existia nos planos de Deus como os versículos
anteriores assinalaram porem os irmãos do Antigo Testamento não tiveram essa revelação, que coube aos santos
(pessoas santificadas pelo Espirito).

“O qual noutros séculos não foi manifestado aos filhos dos homens, como agora tem sido revelado pelo
Espírito aos seus santos apóstolos e profetas; A saber, que os gentios são co-herdeiros, e de um mesmo
corpo, e participantes da promessa em Cristo pelo evangelho;” Efésios 3:5,6

Na epistola de Efésios, Paulo tese o mesmo comentário que fez na carta de Colossenses, que a igreja não foi
deslumbrada pelos irmãos do Antigo Testamento e sim compreendida pelos salvos em Cristo. Quando ele diz que a
igreja foi revelada aos apóstolos e profetas, ele diz dos ministérios neotestamentários, sendo os apóstolos os lideres
da igreja e os profetas os seus auxiliares pregadores (presbíteros). No Antigo Testamento os homens de Deus
sempre tiveram a noção de que Deus salvaria os gentios, porem nunca vislumbraram o método, sempre havia essa
indagação de como os gentios seriam enxertados no reino de Deus, mas agora com o advento do cristianismo o
plano de salvação universal de Deus foi entendido.

O plano universal de salvação para humanidade foi arquitetado pela Trindade antes mesmo de criar o universo, na
soberania de Deus Jesus sempre esteve sacrificado e entregue a morte por amor ao homem. Entendendo que a
Salvação é algo projetado por Deus antes mesmo da eternidade e culminado na igreja, podemos entender que Deus
fundou a igreja primeiramente em sua onisciência e após em um momento histórico a criou através do sacrifício de
Cristo, sendo confirmada e avivada pelo Espirito durante pentecostes. O plano de salvação perfeito de Deus
chamado igreja, é uma obra empreendida por toda a trindade e assim aqueles que desprezam alguma dessas
pessoas divinas corre o risco de nunca chegar à salvação. Deus projeta a salvação e envia seu Filho para a cumprir,

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Jesus vence o pecado e morre em nosso lugar e o Espirito nos faz crer no evangelho e nos sela para redenção através
do penhor, como vemos a salvação para a igreja é uma força sinérgica e articulada pela trindade.

4. Termos usuais para descrever a igreja e seus membros.


“Nisto não há judeu nem grego; não há servo nem livre; não há macho nem fêmea; porque todos vós
sois um em Cristo Jesus.” Gálatas 3:28

“Onde não há grego, nem judeu, circuncisão, nem incircuncisão, bárbaro, cita, servo ou livre; mas Cristo
é tudo, e em todos.” Colossenses 3:11

A igreja é projeto mais democrático da historia, onde todos são igualmente membros do corpo de Cristo que é a
única cabeça do corpo. No corpo de Cristo todos tem mesmo valor, não importando a nacionalidade ou a genealogia
pertencente (judeus e gregos), não importa a condição social (livres e escravos) e o sexo (macho e Fêmea). Veremos
algumas definições bíblicas usadas para descrever os membros da igreja, definições essas que se aplicam igualmente
a todos os salvos.

“E, ouvindo eles isto, compungiram-se em seu coração, e perguntaram a Pedro e aos demais apóstolos:
Que faremos, homens irmãos?” Atos 2:37

Irmãos: A palavra “irmãos” demonstra a total igualdade que todos os membros do corpo de Cristo gozam, na igreja
todos somos iguais e temos a mesma importância, por isso é muito importante o amor e respeito mutuo. Igreja é
uma fraternidade ou comunhão espiritual, na qual foram abolidas todas as divisões que separam a humanidade,
tornado todos filhos de Deus por Cristo Jesus, e assim todos irmão no Senhor.

“cada vez mais se agregavam crentes ao Senhor em grande número tanto de homens como de
mulheres,” Atos 5:14

Crentes: Nossos primeiros irmãos foram chamados assim por a fé que depositavam em Cristo, o que em primeira
instancia era pejorativo, pois crente era designação ao que tinham sua fé fora da religião dominante (judaísmo), com
o tempo passou ser motivo de perseverança onde contra tudo e todos, nossos irmãos continuavam crendo. Isso é
tão maravilhoso que essa alcunha de crente nos acompanha até hoje e ainda serve para nos diferenciar de outros
cristãos (católicos).

“Paulo, apóstolo de Jesus Cristo, pela vontade de Deus, aos santos que estão em Éfeso, e fiéis em Cristo
Jesus:” Efésios 1:1

Santos: Essa designação nasceu somente no Novo Testamento e significa aqueles que foram santificados pelo
Espirito Santos, lembrando que a santificação é resultado da salvação em Cristo (Estudamos em soteriologia). A
palavra “santo” significa literalmente separados, e denota aqueles que em Cristo foram separados do Mundo para
viverem com Deus. Sendo santos os membros de Cristo devem permanecer separados do Mundo e de suas
concupiscências, aqueles que não são santos não podem procede do Espirito já que esse é Santo e santificador de
todos os salvos (regeneração).

“Paulo, servo de Deus, e apóstolo de Jesus Cristo, segundo a fé dos eleitos de Deus, e o conhecimento da
verdade, que é segundo a piedade,” Tito 1:1

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Eleitos: Esse termo significa “escolhidos por Deus” e se aplica a todos que aceitaram Jesus e assim estão eleitos para
a vida eterna. Quando pensamos em eleição imaginamos um contexto democrático onde escolhemos nossos
representantes políticos, na Bíblia o termo “eleitos” designa uma eleição divina onde Deus escolhe para si os que
irão herdar a salvação.

“E os doze, convocando a multidão dos discípulos, disseram: Não é razoável que nós deixemos a palavra
de Deus e sirvamos às mesas.” Atos 6:2

Discípulos: Todos os homens que aceitam Jesus se tornam seus “discípulos” ou em termo mais popular seus
“aprendizes”, Jesus como nosso sumo mestre esta nos ensinando a chegar a posição que só Ele alcançou a de “varão
perfeito”. O modo que Cristo nos ensina é através dos ministérios estabelecidos que tem a função de ensinar e guiar
a todos os discípulos (Ef 4:10-14).

“E sucedeu que todo um ano se reuniram naquela igreja, e ensinaram muita gente; e em Antioquia
foram os discípulos, pela primeira vez, chamados cristãos.” Atos 11:26

Cristãos: Cristão tem um significado maravilhoso, o de ser semelhante a Cristo, isso demonstra que nossa vida
espelha a vida de Jesus, todos que olham para nós conseguem enxergar a Cristo. O modo mais poderoso de pregar o
evangelho é com o nosso testemunho de vida, quando vivemos como Cristo, influenciamos a todos a querer ser
como nós.

“E pediu-lhe cartas para Damasco, para as sinagogas, a fim de que, se encontrasse alguns deste (do)
Caminho, quer homens quer mulheres, os conduzisse presos a Jerusalém.” Atos 9:2

Do caminho: Essa expressão significa aqueles que seguem o caminho de Cristo, nos dias da igreja primitiva os
cristãos eram muitas vezes conhecidos como “os do Caminho” isso porque viviam de acordo com uma maneira
especial de viver, e seguiam Jesus que é o Caminho. Interessante que Jesus é a porta do Reino de Deus, porem Ele
também é o caminho, ou seja, a salvação é um processo longo que alcançamos só no final de nossa caminhada com
Cristo. Devemos ser conhecidos por todos que estão a nossa volta como aqueles que seguem o caminho de Cristo,
cada vez que mais próximos seguimos os passos do Mestre, mais assertivo será nosso caminho.

4.1. As ilustrações que descrevem a igreja


O emprego de ilustrações para descrever a igreja, nos faz lembrar que a igreja é um organismo vivo e não
meramente uma organização social. Uma organização é um grupo de indivíduos voluntariamente associados com
um propósito especial e determinados, tal como uma organização fraternal ou um sindicato. Um organismo é algo
vivo e pulsante, que se desenvolve e cresce com vida própria.

“Ora, vós sois o corpo de Cristo, e seus membros em particular.” 1 Coríntios 12:27

Corpo de Cristo: Essa ilustração significa que todos que são comprados por Cristo são um com Ele, e membros iguais
um dos outros. Corpo de Cristo Usado figuradamente significa a soma total das partes entrelaçadas, na qual a
relação mútua das partes implica em uma relação do conjunto com a Cabeça, que é Cristo. Somos um organismo
vivo, unidos e mantidos pela cabeça do corpo, o próprio Senhor, não importa aonde servimos ou nossa posição no
corpo, todos somos iguais e dependentes um dos outros e em amor nutridos por Cristo a cabeça de todo o corpo.

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“Regozijemo-nos, e alegremo-nos, e demos-lhe glória; porque vindas são as bodas do Cordeiro, e já a sua
noiva se aprontou.” Apocalipse 19:7

Noiva de Cristo: Essa alusão remete a importância que as Escrituras dão ao matrimonio como instituição divina,
quando o compara a relacionamento entre Cristo e a Igreja (Ef 5:24-32 ). Outra lição desse rico simbolismo é a da
sujeição da Igreja a Cristo (Ef 5.24). O apóstolo Paulo a usa para exemplificar a mesma atitude da mulher para com o
marido. No entanto, a ideia aqui não é a de uma sujeição imposta pela força ou por uma decisão unilateral e legalista
da esposa. É fruto do amor intenso dedicado pelo esposo, que produz nela profundo sentimento de afeto,
resultando no reconhecimento espontâneo de sua sujeição posicional. Outro detalhe expresso no símbolo é que a
pureza da Igreja como Noiva resulta da entre entrega do Senhor por ela (Ef 5.26,27). É ele que a santifica, purifica e a
torna imaculada e irrepreensível.

“Vós sois o sal da terra; e se o sal for insípido, com que se há de salgar? Para nada mais presta senão
para se lançar fora, e ser pisado pelos homens. Vós sois a luz do mundo; não se pode esconder uma
cidade edificada sobre um monte; Nem se acende a candeia e se coloca debaixo do alqueire, mas no
velador, e dá luz a todos que estão na casa.” Mateus 5:13-15

Sal e Luz: A Igreja é a “Luz do mundo”, que afasta a ignorância moral; é o “sal da terra”, que preserva da corrupção
moral. A Igreja deve ensinar aos homens como viver bem, e a maneira de se preparar para a morte. Deve proclamar
o plano de Deus para regulamentar todas as esferas da vida e sua atividade. Contra as tendências para a corrupção
da sociedade, deve ela levantar a sua voz de admoestação. Em todos os pontos de perigo deve colocar uma luz como
sinal de perigo. Ilustração da Igreja como Sal.

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“Não sabeis vós que sois o templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós?” 1 Coríntios 3:16

Templo de Deus: Essa ilustração remete a um fundo religioso, templo é onde Deus habita, quando fala que a igreja é
templo de Deus esta dizendo que o próprio Senhor habita no corpo de Cristo e em cada cristão em particular. Sendo
habitação de Deus devemos também ser guiados por Ele e santificarmos tudo como sagrado e possessão divina (1 Co
6:19,20; 1 Ts 5:23). Em sua transcendentalidade, Deus é chamado de Altíssimo, haja vista habitar “em um alto e
santo lugar”. Todavia, ao mesmo tempo em que o Céu dos céus é a sua eterna morada, identifica-se também como o
Deus imanente, que habita ‘’com o contrito e abatido de coração’’ (Is 57.15). Mais um conceito implícito no símbolo
do Templo é o de que faz parte da natureza essencial da Igreja adorar a Deus. Este é o sentido do verbo ‘’cultuar’’.
Nesse caso, a adoração não deve passar para o plano secundário ou mesmo terciário, tampouco ser esquecida. Deus
deve receber destaque no culto, ser o centro das atenções.

“Porque nós somos cooperadores de Deus; vós sois lavoura de Deus e edifício de Deus.” 1 Coríntios 3:9

Edifício de Deus: A Igreja é um Templo sólido. O Senhor Jesus Cristo é a pedra fundamental desse poderoso edifício.
Ele está habitando nele pelo Espírito Santo (Mt 16.18; 1 Co 3.11; 1 Pe 1.20,22). Nesse edifício o crente recebe o
grande privilégio de exercer trabalho sacerdotal. 1 Pe 2.9; Ap 1.6. Leia: Cl 2.6.

5. Organização da Igreja
“E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para
pastores e doutores, Querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação
do corpo de Cristo; Até que todos cheguemos à unidade da fé, e ao conhecimento do Filho de Deus, a
homem perfeito, à medida da estatura completa de Cristo, Para que não sejamos mais meninos
inconstantes, levados em roda por todo o vento de doutrina, pelo engano dos homens que com astúcia
enganam fraudulosamente.” Efésios 4:11-14

Sempre foi o propósito de Deus que houvesse uma comunidade de salvos que proclamasse o Evangelho aos homens
e representasse seu Filho na Terra, seguindo seus passos. Para essa sociedade denominada cristã, Deus somente
deixou duas ordenanças o batismo e a comunhão (ceia). E para isso organizou sua igreja para que esses dois ritos e a
adoração fossem feitos em comunhão, pois sua promessa concernente ao Consolador vindouro deu a entender que
os apóstolos seriam guiados em toda a verdade concernente a esses assuntos, guiando a igreja em comunhão. O que
Jesus fez na igreja foi algo mais elevado do que organização: ele lhe concedeu sua própria vida, tornando-a um
organismo vivo, onde cada membro é uma célula de seu corpo. Assim como o corpo vivo se adapta ao meio
ambiente, semelhantemente, ao corpo vivo de Cristo foi dada liberdade para selecionar suas próprias formas de
organização, segundo suas necessidades e circunstâncias. Naturalmente, a igreja não era livre para seguir nenhuma
manifestação contrária aos ensinos de Cristo ou à doutrina apostólica, lembrando que Cristo e os apóstolos são os
fundamentos da igreja (Ef 2:20). Qualquer manifestação contrária aos princípios das Escrituras é corrupção. Durante
os dias que se seguiram ao Pentecoste, os crentes praticamente não tinham nenhuma organização, e por algum
tempo faziam os cultos em suas casas e observavam as horas de oração no templo. (Atos 2:46.) Isso foi completado
pelo ensino e comunhão apostólicos. Ao crescer numericamente a igreja, a organização originou-se das seguintes
causas: primeira, oficiais da igreja foram escolhidos para resolver as emergências que surgiam, como, por exemplo,
em Atos 6:1-5; segunda, a possessão de dons espirituais separava certos indivíduos para a obra do ministério.

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A igreja primitiva era mais democrática em sua organização, circunstancia natural há uma assembleia onde o dom do
Espírito Santo estava disponível a todos os membros, e onde toda e qualquer pessoa podia ser dotada de dons para
um ministério especial e para falar em nome do Senhor. É verdade que os apóstolos e presbíteros presidiam às
reuniões e assuntos oficiais; mas tudo se fazia em cooperação e comunhão com a igreja e os membros. (At 6:3-6;
15:22; 1 Co. 16:3; 2 Co. 8:19; Fl. 2:25.) Pelo que se lê em Atos 14:23 e Tito 1:5, poderá entender-se que Paulo e
Barnabé nomearam lideres sem consultar a igreja; mas historiadores eclesiásticos de responsabilidade afirmam que
eles os "nomearam" da maneira usual, pelo voto dos membros da igreja. Vemos claramente que no Novo
Testamento não há apoio para uma fusão das igrejas em uma "máquina eclesiástica" governada por uma hierarquia.
Nos dias primitivos não havia nenhum governo centralizado abrangendo toda a igreja. Cada igreja local era
autônoma e administrava seus próprios negócios com liberdade. Naturalmente os "Doze Apóstolos" eram muito
respeitados por causa de suas relações com Cristo, e exerciam autoridade sobre as demais igrejas. (Vide Atos 15.)

No inicio da igreja primitiva, a igreja estava vivendo uma fase de organização, se estruturando, foi visto pelos
apóstolos a necessidade de obreiros/ministros para o cuidado das igrejas que cresciam a cada dia, por isso eles
instituíram uma hierarquia simples e flexível, composta pelos apóstolos, presbíteros e os diáconos.

Eram homens que receberam sua comissão do próprio Cristo em pessoa (Mt 10:5; Gl 1:1), que haviam visto a Cristo
depois de sua ressurreição (Atos 1:22; 1Cor. 9:1), exerciam um poder administrativo sobre as igrejas, eram
administradores da igreja e organizadores de missionários, chamados por Cristo e cheios do Espírito. O oficio de
Apostolo como falado anteriormente era exclusivo dos 12, porem outros como Paulo e Barnabé gozavam de
deliberação dos 12 para agir nas igrejas gentílicas.

O Novo Testamento se refere várias vezes aos presbíteros que serviam como líderes da igreja Local (Atos 14:23;
15:2; 20:17; Tito 1:5; Tiago 5:14) e aparentemente cada igreja tinha mais de um, já que a palavra é geralmente
encontrada no plural. As únicas exceções se referem a casos onde um presbítero está sendo destacado por algum
motivo (1 Timóteo 5:1; 1 Timóteo 5:19). Na igreja de Jerusalém, eles faziam parte da liderança junto com os
apóstolos (Atos 15:2-16:4). A palavra episcopado no grego é “episkopoi” significa pastor, presbítero, bispo ou ancião,
ou seja, são aqueles que detinham a nobre função de visitar, cuidar e zelar da igreja. Isso indica que, o episcopado se
em função baseia, trabalho e dedicação, não apena posição ou titulo: “se é ministério, seja em ministrar, e que
haja dedicação no ensino” (Romanos 12.7). Atualmente, existem muitas pessoas que querem ser usados por Deus, e

13
isto é louvável, mas o que me intriga é: “Quais as verdadeiras motivações que desejam querer o
episcopado?” Mesmo porque, Deus não espera só resultados e métodos, mas sim, esperam motivações corretas,
interesses dignos de aprovação de Deus. Apesar de que, o verbo grego traduzido por “aspirar” ou por “desejar” é
(oréguete), que significa “desejar intensamente; anelar por; uma profunda intensidade; sentir anelo na alma por
servir: “Dou graças a Cristo Jesus, nosso Senhor, que me deu forças e me considerou fiel, designando-me para o
ministério…” (1 Timóteo 1:12)

Diaconia se refere, originalmente, ao servir à mesa (conforme Lc 17.8). Mas, muito em breve, tornou-se sinónimo de
todo auxilio prestado por uma pessoa a outra (conforme At 6.1). Adquire significado abrangente. No Novo
Testamento, pode designar, também, o serviço da pregação (At 6.4; conforme 2 Co 5 18; etc.), sim, todo exercício
das funções próprias do corpo de Cristo (l Co 12.5). E, todavia, na Igreja, se impôs o significado restrito: Diaconia é o
serviço que socorre as pessoas em suas necessidades concretas. Já no Novo Testamento, o diaconato desenvolve um
perfil próprio ao lado de outros ministérios (conforme l Tm 3.8). Embora não se deva perder de vista a abrangência
do termo, recomenda-se reservar o uso do mesmo às formas específicas da ajuda mútua das pessoas, ou seja, ao
serviço propriamente diaconal. Os apóstolos estavam sobrecarregados. A igreja havia crescido. A agenda dos
apóstolos estava corrida. Pessoas de outras cidades iam ate eles para que orassem por elas. As pessoas tinham que
ser atendidas. As ofertas tinham que ser administradas e repassadas de forma equitativa àqueles que necessitavam.
Além disso, a palavra tinha que ser pregada! Definitivamente, os apóstolos estavam sobrecarregados! Uma igreja de
aproximadamente cento e vinte pessoas estava agora trinta vezes maior em quantidade de pessoas congregadas.
Por conta dessa necessidade era necessário que fosse escolhido dentre os irmãos, dentre os crentes, homens para
serem encarregados desse serviço de administração dos recursos e de serviço às mesas.

6. Batismo e Ceia

Sacramentos ou ordenanças?

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Segundo o autor pentecostal Horton (p. 568), o termo "sacramento" (que provém de sacramentum, em latim) é mais
antigo e aparentemente de uso mais generalizado que o termo "ordenança". Na verdade, a palavra "sacramento"
não existe nas Bíblia. Sua origem é bem estranha às Escrituras. Nos tempos antigos, referia-se a uma certa quantia,
depositada em dinheiro, perante o tribunal, por duas partes em litígio. O vencedor da questão tinha sua parte
devolvida. O perdedor tinha sua parte confiscada, ao que tudo indica para ser oferecida aos deuses do paganismo.
Era o sacramentum.

Com o passar do tempo, a palavra sofreu duas evoluções semânticas, de acordo com Berkhof (p. 622): "(a) no uso
militar do termo, em que denotava o juramento pelo qual um soldado prometia solenemente obediência ao seu
comandante". Note-se, aí, que os cristãos aproveitam essa idéia de obediência, pois, no batismo, o fiel promete
obedecer a Cristo, através da profissão de fé. "(b) no sentido especificamente religioso que o termo adquiriu quando
a Vulgata o empregou para traduzir o grego mysterion." Parece que daí vem a idéia católica de que o batismo tem
algo sobrenatural, místico, infundindo graça ao batizando. Entre os cristãos primitivos o termo "sacramento"
significavam doutrinas, "selos", "sinais" ou mesmo "mistérios".

A palavra vem do latim, de ordo (inis), relativa a ordinari, "ordenar". Daí, é que se deriva a palavra ordinans(antis),
"ordenança", significando "uma regra autoritária, um decreto, uma lei, um rito religioso, uma disposição ou posição,
um desígnio" (Champlin, p. 615).

No AT, a páscoa e a circuncisão eram ordenanças de elevado significado espiritual. Havia ordenança, no sentido da
investidura de reis em suas funções; profetas eram ungidos ou ordenados para o ministério. No Novo Testamento,
vemos que os apóstolos foram ordenados pelo Senhor (Ver Jo 15.16). Em At 6.6, os diáconos foram ordenados para
o serviço de socorro aos necessitados. Nesse aspecto, a ordenação é um rito de consagração ou separação de
obreiros. Ordenança tem o sentido de "ordem", "mandamento", "determinação". O sacramento pode ser entendido
como uma ordenança. Berkhof assim o define: "Sacramento é uma santa ordenança, instituída por Cristo, na qual,
mediante sinais perceptíveis, a graça de Deus em Cristo e os benefícios da aliança da graça são representados,
selados e aplicados aos crentes, e estes, por sua vez, expressam sua fé e sua fidelidade a Deus" (grifo nosso).

Os evangélicos em geral aceitam apenas duas ordenanças, deixados por Cristo, que são o batismo (cf. Mc 16.16) e a
Santa Ceia (Lc 22.17-21; 1 Co 11. 24,25), que em si não transmitem graça ao participante dos mesmos, sendo,
contudo, expressões representativas da obediência dos mesmos à vontade de Deus. Por entendermos que as
ordenanças de Cristo são somente memoriais e feitos para comunhão, não a enxergamos como sacramentos (Meios
para a ministração da graça do mundo espiritual para o físico), acreditamos que quem ministra a graça é apenas
Jesus e qualquer outro meio se constitui apostasia (1 Tm 2.5). Se dermos o status de sacramento ao batismo,
estaremos dizendo que esse salva e não a obra redentora de Cristo, o batismo é apenas um símbolo externo do que
já aconteceu dentro de nós (Rm 6:3-7). Já na ceia, se a considerarmos sacramento, iremos dizer que a essência de
Cristo habita nela, assim sendo a ceia se torna corpo do Senhor e assim seu consumo se constitui canibalismo, da
mesma forma pecaríamos em idolatria, já que se Jesus habitasse na ceia teríamos que adorar esses intens. (pão e
vinho).

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Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será
condenado. Marcos 16:16

Todos aqueles que são candidatos ao batismo tem que ter a absoluta certeza de sua crença em Deus, na obra de
Cristo na cruz e na Bíblia. E por acreditar nisso buscam através do batismo cumprir a ordem do Mestre, pois também
acreditam que os que fizerem isso serão salvos. É de suma importância para o batizando crer em sua salvação e
sentir que já é salvo em Cristo Jesus (Rm 8:16). O batismo é um símbolo externo do que já aconteceu dentro do salvo
ao aceitar Jesus.

Quando recebemos a Jesus como Senhor da nossa vida, somos desafiados a deixar para trás todo embaraço, todo
erro, e caminhar em uma nova vida de santidade com Cristo. É o Espírito Santo que nos convence do pecado, e nos
abre os olhos para uma vida de total dependência de Deus, que levaremos mesmo sem o ver e isso pela fé (Jo
20:29).

Porque devo me batizar?


É uma ORDENANÇA (um mandamento) de Cristo: O batismo é uma ordem expressa de Jesus e de seus discípulos
(Mt 28:19; Mc 16:16; At 2:38; At 16:31-33), o próprio Cristo foi batizado (Mt 3:12-17; Lc 3:21,22), Paulo também
passou pelo batismo (At 9:18).

Foi a PRÁTICA DA IGREJA no Novo Testamento: A igreja primitiva usava o batismo como rito de iniciação dos novos
crentes (At 2:38; 2:41; 8:12; 8:38; 10:47,48; 16:33; 19:5; 22:16) e assim a igreja cumpria a ordem de Cristo (Mt 28:18;
Mc 16:16).

O batismo é uma DEMONSTRAÇÃO VISÍVEL: Batismo é um símbolo do que aconteceu dentro de você quando
aceitou Jesus, por isso é natural que batize após essa decisão se tornar firme, porem o inimigo irá criar obstáculos
para que você não obedeça a ordenança de Cristo e comprometa sua salvação (Rm 6.3,4; At 19.1-5). Se você aceitou
Jesus não deixe que nada impeça sua nova vida e salvação.

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Batizar, portanto, deve ser compreendido como sendo o ato de submergir o corpo dentro da agua, por isso para que
o batismo seja valido necessita submergir totalmente na agua. O batismo simboliza o ato de sepultar um morto e
retira-lo (ressureição), isso significa uma ação externa que mostra que nascemos de novo. Batismo significa morte
para o mundo e nova vida em Cristo: “De sorte que fomos sepultados com ele pelo batismo na morte; para que,
como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, pela glória do Pai, assim andemos nós também em novidade de
vida.” Romanos 6:4

O batismo nos identifica com:

(1) A MORTE de Cristo – morremos para o pecado (Rm 6.3,10,11; 1 Pe 2.24);


(2) O SEPULTAMENTO de Cristo – somos separados do mundo (Rm 6.4; Cl 2.12);
(3) A RESSURREIÇÃO de Cristo – ressurgimos para uma nova vida com Deus (Rm 6.4,9-11).

Quais as condições para batizar?

“Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado.” Marcos16:16

A primeira condição para poder se batizar é crer, sem crer ninguém pode descer as aguas batismais. No caso de uma
criança sem consciência não podemos batizar, pois ela não consegue crer e nem entender, nossas igrejas tem o
costume de batizar a partir dos 12 anos, pois segundo a psicologia ela já tem sua consciência totalmente formada, já
a base bíblica se apresenta no fato de Jesus ser ingresso ao judaísmo com 12 anos. (Lc 12:41-52).

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“E disse-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo, para perdão dos
pecados; e recebereis o dom do Espírito Santo;” Atos 2:38

O segundo quesito que possibilita o batismo, é o arrependimento, e isso significa se arrepender das coisas do mundo
e viver para Jesus. De novo uma criança não consegue apresentar arrependimento, a impedindo de entrar nas aguas
batismais.

“Um só Senhor, uma só fé, um só batismo”; Efésios 4:5

Uma condição importante sobre o batismo, é que ele é uma só cerimonia, pois o batismo não é de uma
denominação e sim do corpo de Cristo na Terra, não importa a igreja que eu batizei desde que esse batismo seja por
imersão (submergir), por fé e arrependimento e em nome do Pai, do Filho e do Espirito (Mt 28:19) ele é valido.
Agora se for obrigado, feito quando era criança, por aspersão (jogar agua na cabeça) ou não sendo em nome da
trindade, esse batismo não vale e configura apenas um banho de agua.

Maneira correta de batizar

Maneira errada de batizar

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“Porque eu recebi do Senhor o que também vos ensinei: que o Senhor Jesus, na noite em que foi traído, tomou o
pão; E, tendo dado graças, o partiu e disse: Tomai, comei; isto é o meu corpo que é partido por vós; fazei isto em
memória de mim. Semelhantemente também, depois de cear, tomou o cálice, dizendo: Este cálice é o novo
testamento no meu sangue; fazei isto, todas as vezes que beberdes, em memória de mim. Porque todas as vezes
que comerdes este pão e beberdes este cálice anunciais a morte do Senhor, até que venha. Portanto, qualquer
que comer este pão, ou beber o cálice do Senhor indignamente, será culpado do corpo e do sangue do Senhor.
Examine-se, pois, o homem a si mesmo, e assim coma deste pão e beba deste cálice. Porque o que come e bebe
indignamente, come e bebe para sua própria condenação, não discernindo o corpo do Senhor. Por causa disto há
entre vós muitos fracos e doentes, e muitos que dormem. Porque, se nós nos julgássemos a nós mesmos, não
seríamos julgados. Mas, quando somos julgados, somos repreendidos pelo Senhor, para não sermos condenados
com o mundo.” 1 Coríntios 11:23-32

Introdução
A Ceia do Senhor constitui a segunda ordenança do Mestre (primeira é o batismo), onde os membros em comunhão
relembram de sua obra vivificadora, a ceia é um ato de comunhão entre a igreja e seu Senhor e entre todos os
irmãos presentes (1 Co 11). Define-se a Ceia do Senhor ou Comunhão como o rito distintivo da adoração cristã,
instituído pelo Senhor Jesus na véspera de sua morte expiatória. Consiste na participação solene do pão e vinho, os
quais, sendo apresentados ao Pai em memória do sacrifício inexaurível de Cristo, tornam-se um meio de graça pelo
qual somos incentivados a uma fé mais viva e fidelidade maior a ele. A Ceia do Senhor é uma lição objetiva que
expõe os dois fundamentos do Evangelho: 1) A encarnação: Ao participar do pão, ouvimos o apóstolo João dizer: "E
o Verbo se fez carne e habitou entre nós" (João 1:14); ouvimos o próprio Senhor declarar: "Porque o pão de Deus é
aquele que desce do céu e dá vida ao mundo" (João 6:33). 2) O sangue derramado: O sangue de Jesus foi derramado
para nos trazer a vida (1 Pe 1:19-21), esse sangue é o Novo Testamento (Hb 9:14-16) e memorial entre nós e Deus (1
Co 11:25).

PRECISO TOMAR A SANTA CEIA?


“Jesus, pois, lhes disse: Na verdade, na verdade vos digo que, se não comerdes a carne do Filho do homem, e não
beberdes o seu sangue, não tereis vida em vós mesmos.” João 6:53

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A ceia é uma ordenança direta do Senhor, e demonstra a comunhão com Ele e com o corpo de Cristo (1 Co 11:33),
sendo assim é uma obrigação de todo membro em comunhão fazer esse memorial, aquele que se recusa não tem
parte no Senhor.

Elementos da Ceia
Pão: O pão simboliza o corpo de Jesus que foi moído pelos nossos pecados (Is 53:4,5), por seu corpo nos abriu
caminho para o santo dos santos (Hb 10:20), todas as vezes que fazemos esse memorial lembramos de como seu
corpo foi partido para nos salvar (1 Co 11:24).

Cálice: O vinho simboliza o sangue de Jesus que foi derramado em nosso favor (Mt 26:28; Rm 5:9), seu sangue nos
purifica de todos os pecados (1 Jo 1:7), quando participamos do cálice lembramos de seu sangue derramado em
nosso favor (1 Co 11:25).

Doutrina correta da ceia

“E, tendo dado graças, o partiu e disse: Tomai, comei; isto é o meu corpo que é partido por vós; fazei isto em
memória de mim. Semelhantemente também, depois de cear, tomou o cálice, dizendo: Este cálice é o novo
testamento no meu sangue; fazei isto, todas as vezes que beberdes, em memória de mim. 1 Coríntios 11:24,25

In memória: É a interpretação simbólica do pão e do vinho. Estes são simplesmente, representações, figuras, tipos e
emblemas, do corpo e do sangue de Cristo. A maioria das Igrejas tradicionais e Pentecostais e Neo-Pentecostais
defendem esta posição. Quando o Senhor aponta para os elementos da ceia é diz fazer em memoria de mim, Ele
esta nos dizendo que a ceia é um ato memorial onde o pão deve lembrar seu corpo e o vinho seu sangue. A igreja
católica entende que o Pão e o vinho são realmente o corpo e sangue do Senhor, porem eles pecam por canibalismo
(já que estão se alimentando de um corpo humano) e em idolatria, já que se Jesus esta na ceia, devesse adorar assim
como a Ele adoramos. Concluímos que os evangélicos olham para ceia como a Palavra manda, como um memorial
do ato do Senhor e comunhão com esse e sua igreja.

Doutrinas Falsas da Ceia


Transubstanciação: Esta é a própria essência do sacerdotalismo (ou seja, a manipulação mística dos sacramentos
pelo sacerdote). De acordo com esta doutrina, o pão e o vinho são literalmente transformados no próprio corpo e
sangue do Senhor Jesus Cristo, pelo poder do sacerdote. Este dogma romano ensina que em cada missa o Senhor é
re-crucificado, daí o “sacrifício incruento” da missa. Tal ensino é absolutamente blasfemo contra a Palavra de Deus,
que ensina que o Senhor, morreu uma única vez (o termo técnico grego é enfático, ou seja, uma única vez, isso
jamais se repetirá. Veja Romanos 6:10; Hebreus 9:28; 1 Pedro 3:18), e está vivo para todo o sempre (Veja Hebreus
7:21-28). Os participantes, de acordo com o dogma, realmente participam de Cristo por comer a hóstia. Este
ensinamento se origina em um antigo culto de adoração babilônico (observe a “rainha dos céus”, os “bolos” e a
“libação” de Jeremias 44:17-19). Não há nenhuma verdade do Novo Testamento permanecendo no rito romano.

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Consubstanciação: No debate entre Martinho Lutero e Ulrich Zwinglio sobre a Ceia do Senhor, Zwinglio alegou que
os elementos eram meramente simbólicos. Lutero, no entanto, enfaticamente afirmava que quando o Senhor disse:
“Isto é o meu corpo”, Ele apontou para Si mesmo em vez de usar isso apenas como um símbolo remetendo para o
pão. Assim se desenvolveu a doutrina da consubstanciação (ou seja, duas substâncias coexistindo ao mesmo tempo)
ou que o pão e o vinho eram ao mesmo tempo pão e vinho, mas misticamente o corpo e o sangue do Senhor. Os
perigos em cair em idolatria, canibalismo e misticismo permeiam essa doutrina assim com a da transubstanciação.

A Visão Retrospectiva: “Porque todas as vezes que comerdes este pão e beberdes este cálice anunciais a morte do
Senhor, até que venha”. 1 Coríntios 11:26

A primeira coisa que devemos lembrar ao cear é o que o Senhor fez por nós no passado, como sua morte nos trouxe
vida. Toda vez que fazemos o memorial da ceia estamos anunciando a todos que Ele morreu para nos salvar.

A Visão Introspectiva: “examine-se, pois, o homem a si mesmo, e assim come deste pão e bebe deste cálice” 1
Coríntios 11. 28.

Todos os que vão participar da ceia devem fazer uma introspecção e assim cear se estiver apto, devemos lembra-se
de tudo que fazemos e a cada ceia procurar se apresentar mais santamente. A Palavra entrega essa introspecção a
cada individuo e não cabe à igreja habilitar ou não o membro, a bíblia é bem clara “examine-se o homem a si
mesmo”.

A Visão Expectativa: “anunciais a morte do Senhor, até que venha”. 1 coríntios 11:26b

O terceiro olhar da ceia deve ser o expectativo, onde cada crente deve lembrar que o Senhor ira voltar, para nós
deve se constituir uma alegria lembrar que apesar de todos os sofrimentos um dia moraremos nos céus, graças ao
sacrifício do Senhor Jesus. A cada ceia devemos aumentar nossa fé na vinda de Jesus e proclamar ao mundo que Ele
vem.

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Quem pode tomar a ceia?
Ser batizado: Como vimos o batismo é o rito de admissão no corpo de Cristo e o memorial do que aconteceu
internamente dentro de nós, vimos que todos os que aceitaram o evangelho foram batizados e introduzidos à igreja.
Portanto somente os crentes batizados tem acesso ao corpo de Cristo e assim pode participar desse maravilhoso
memorial.

Estar em comunhão: Vimos também que a ceia é um ato de comunhão entre Cristo e a sua igreja e entre os irmãos,
portanto se torna primordial estar em comunhão com o corpo de Cristo para participar, aqueles que estão fora de
comunhão podem se reconciliar e pedir a adição na comunhão da congregação local.

7. Adoração

Culto Público.
“Que fareis pois, irmãos? Quando vos ajuntais, cada um de vós tem salmo, tem doutrina, tem revelação,
tem língua, tem interpretação. Faça-se tudo para edificação.” 1 Coríntios 14:26

A igreja primitiva quando se reunia para realizar o culto coletivo sempre apresentavam a mesma liturgia, porem de
forma viva e nunca repetitiva, o culto sempre era guiado pelo Espirito. Em seus cultos eles oravam a Deus e davam
testemunhos e instruções espirituais. Cantavam os Salmos e também os hinos cristãos, os quais começaram a ser
escritos no primeiro século. Eram lidas e explicadas as Escrituras do Antigo Testamento, e havia leitura ou recitação
decorada dos relatos das palavras e dos atos de Jesus. Quando os apóstolos enviavam cartas às igrejas, a exemplo
das Epístolas do Novo Testamento, essas também eram lidas e interpretadas. As características do culto devem
continuar apresentando os mesmos elementos de adoração e instrução na Palavra, quando seguimos os moldes da
primeira igreja nos conectamos pelo mesmo Espirito a obra universal e eterna de Cristo Jesus, nosso Senhor

Culto Particular.
“E, perseverando unânimes todos os dias no templo, e partindo o pão em casa, comiam juntos com
alegria e singeleza de coração,” Atos 2:46

É possível que houvesse acontecido o seguinte: no princípio a comunhão dos discípulos entre si era tão unida e vital
que tomavam suas refeições em comum. Ao sentarem-se à mesa para pedir a bênção de Deus sobre o alimento,
vinha-lhes à lembrança a última Páscoa de Cristo, e assim essa bênção sobre o alimento espontaneamente se
estendia em culto de adoração. Dessa forma, em muitos casos, é difícil dizer se os discípulos faziam uma refeição
comum ou participavam da Comunhão. A vida e a adoração a Deus estavam intimamente relacionadas naqueles
dias. Porém muito cedo os dois atos, o partir do pão e a Ceia do Senhor, foram distinguidos, de forma que o segundo
se tomou a ordem do culto: em determinado dia os cristãos reuniam-se para comer uma refeição sagrada de
comunhão, conhecida como a Festa de Amor, a qual era uma refeição alegre e sagrada, simbolizando o amor
fraternal, esse memorial era exclusivo aos membros da igreja e feito de forma particular. Todos traziam provisões e
delas participavam todos em comum. Em 1Cor. 11:21,22.

8. A fonte de Poder da Igreja

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“E, chegando-se Jesus, falou-lhes, dizendo: É-me dado todo o poder no céu e na terra.” Mateus 28:18

Após sua ressureição Jesus recebeu todo o poder, e assim por meio do Espirito Santo Ele concede poderes a igreja
(Ef 4:7-9), em Seu nome habita todo o poder sobre a Terra e céu (Mc 16:15-18).

“Todavia digo-vos a verdade, que vos convém que eu vá; porque, se eu não for, o Consolador não virá a
vós; mas, quando eu for, vo-lo enviarei.” João 16:7

Jesus enviou o Espirito em seu nome, para nos guiar, consolar e dotar de poder, por isso é tão importante o obreiro
ser dotado desse contato sobrenatural com o Espirito (At 1:5-8).

“E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para
pastores e doutores, Querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação
do corpo de Cristo; Até que todos cheguemos à unidade da fé, e ao conhecimento do Filho de Deus, a
homem perfeito, à medida da estatura completa de Cristo,” Efésios 4:11-13

O ministério é dado pelo Senhor, para que guie todo o rebanho rumo à perfeição, a autoridade e a capacitação
ministerial são dadas diretamente pelo Senhor para o crescimento mútuo de todo o corpo.

“Mas um só e o mesmo Espírito opera todas estas coisas, repartindo particularmente a cada um como
quer. Porque, assim como o corpo é um, e tem muitos membros, e todos os membros, sendo muitos, são
um só corpo, assim é Cristo também.” 1 Coríntios 12:11,12

O Espirito como já dito, esta aqui no mundo como enviado do Filho e para delegar a igreja o poder de Cristo, é Ele
que representando Cristo habita em nós e nos capacita no poder espiritual, visando o crescimento do corpo de
Cristo.

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Como já dito anteriormente a igreja como organismo foi dotada de autoridade por Cristo para colocar membros em
comunhão, sem congregar em uma igreja o cristão esta afastado do corpo de Cristo e privado da comunhão, não
tendo acesso ao memoria da Santa Ceia. Ligar e desligar no céu demonstra poder para colocar em comunhão no
reino dos céus e tirar, a igreja é soberana e os lideres devem consultar o corpo de Cristo para tomar as decisões
referentes à comunhão.

9. Os dons concedidos à igreja


“Por isso diz: Subindo ao alto, levou cativo o cativeiro, e deu dons aos homens.” Efésios 4:8

Os dons sobrenaturais da igreja é que a faz poderosa em Deus, esses dons capacita o corpo de Cristo a se edificar,
multiplicar e vencer o mal. São três as classes de dons concedidos à igreja, os dons de diaconia, os dons espirituais e
os dons espirituais, vejam as descrições dos três grupos de dons.

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9.1. Dons de diaconia
“Se é ministério (1 = diakonia), seja em ministrar; se é ensinar (2 = didasko), haja dedicação ao ensino;
Ou o que exorta (3 = parakaleo), use esse dom em exortar; o que reparte, faça-o com liberalidade; o que
preside (4 – proistemi), com cuidado; o que exercita misericórdia (5 = eleeo), com alegria.” Romanos
12:7,8

A primeira serie de dons que Jesus capacitou sua igreja são os dons de diaconia (serviços), essas são ferramentas que
conduz a servir a igreja e seus membros de forma sobrenatural. Nos tempos antigos, mais especificamente entre os
gregos havia diversos verbos para expressar o conceito de “servir”. Falava-se em servir como escravo (douleuo),
serviço voluntário (therapeo), serviço religioso ou culto (latreuo), remar – ajudar (hypereteo) e o serviço prestado ao
outro como dedicação pessoal – ato de amor (diakoneo). As Escrituras do AT e do NT possuem em alta conta o
serviço ao próximo, vendo-o como ato de amor e de identificação com o seguimento de Jesus Cristo. Vejamos a
descrição de cada um desses dons se serviços.

1 - Diakonia (gre) serviço, ministério, servir a outrem (Rm 12:7): O dom de ministério nos capacita a servir nossos
irmãos, cada grau que subimos no ministério nos torna mais servos no corpo de Cristo, o obreiro não deve se achar
na condição de chefe da igreja e sim de servidor, lembrando que liderança também é servir (Mc 10:45).

2 - Didasko (gre) ensinar, (Rm 12:7): O dom de ensino é uma capacitação sobrenatural para transmitir as doutrinas,
quem ministra nesse dom tem a responsabilidade de ensinar a igreja no verdadeiro conhecimento de nosso Senhor,
para que o ensinador tenha êxito em seu chamado para servir como mestre deve ter extrema dedicação (Rm 12:7) e
ser apto a usar as Escrituras (2 Tm 2:15).

3 - Parakaleo (gre) chamar para o lado, aconselhar com amor (Rm 12:8): Chamado para aconselhar é um ato
sublime de quem tem experiências com Deus, o obreiro que for chamado para servir com seus conselhos deve ter
honestidade e amor, sempre entendendo que seu conselho pode ajudar uma alma a ser salva e seu erro pode ter
consequências funestas (Rm 15:4; 1 Tm 6:3-5)

4 - Proistemi (gre): Dirigir para um bem comum (Rm 12:8): É importante que os que presidem sobre nós saibam que
servem com esse dom para o bem comum da igreja, os lideres devem ser os primeiros a servirem e contribuírem
com o bem estar do corpo de Cristo, liderança não é uma posição para tirar proveito ou ser tirano, lembrando que
Nosso Senhor deu exemplo servindo seus liderados com humildade (Jo 13:3-17).

5 - Eleeo (gre): Ter misericórdia e ajudar alguém aflito (Rm 12:8): Talvez seja esse o dom que mais nos assemelha a
Cristo, onde o Senhor por misericórdia deixou sua glória e veio ao mundo nos buscar quando ainda éramos
pecadores (Rm 5:8), na parábola do bom samaritano (Lc 25:37) Cristo nos ensina e exorta a exercermos a
misericórdia aos menos favorecidos, os servindo com nossas posses, outro ensinamento importante é que aquele
que exercer misericórdia será tido como servo fiel e entrará no descanso do seu Senhor (Mt 25: 31-46).

9.2. Dons Ministeriais


“E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para
pastores e doutores, Querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação
do corpo de Cristo; Até que todos cheguemos à unidade da fé, e ao conhecimento do Filho de Deus, a
homem perfeito, à medida da estatura completa de Cristo,” Efésios 4:11-13

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Os dons ministeriais foram dados à igreja pelo Espirito para o mutuo aperfeiçoamento do corpo, o Espirito
que opera e capacita cada ministro para que com todos os ministérios a igreja seja plenamente aperfeiçoada.
Vejamos agora separadamente cada ministério.

1.1. Apostolo
Diferente de oficio de Apostolo, que eram somente os 12 primeiros chamados por Cristo (Matias substituiu
Judas), e gozavam de autoridade para doutrinar a igreja e por isso são chamados fundamentos do edifício de Deus
(Ef 20). O ministério de Apostolo (Apostolo significa enviado) consiste em pessoas enviadas para começar obras, para
lançar alicerce de um novo trabalho, e é exatamente o que nomeamos hoje de missionários. Na analogia
apresentada na figura com os dedos, (figura a cima) o apostolo é relacionado com o polegar, pois o polegar que
usamos para prensar contra outros dedos os objetos que seguramos, sendo assim base para todos os dedos, como é
o missionário para todos os ministérios.

1.2. Profeta
Hoje não temos mais profetas de oficio como em Israel, João Batista foi o ultimo (Lc 16.16), têm pessoas que
exercem o dom da profecia (assunto tratado mais acima), porem a uma diferença entre dom espiritual de profecia e
dom ministerial de profeta. O ministério de profeta no Novo Testamento é aquele que faz uso da Palavra, o original
de profeta no Novo Testamento é “aquele que anuncia em voz alta”, seguindo o original entendemos que Paulo
chamou de ministério de profeta, o que chamamos de pregadores. Usando o quadro de dedos descobrimos que
profeta é representado pelo dedo indicador, isso revela a função do pregador da Palavra, apontar a verdadeira
Palavra de Deus, pregar não aquilo que agrada a igreja, mas o que o Espirito deseja para a aperfeiçoar, porem
infelizmente vemos hoje pregadores ensinado somente as benção e negando a correção de Deus, esses esquecem
que o Senhor da obra ira voltar (Mc 13.33-37).

1.3. Evangelista
Significa proclamador de boas-novas ou o que leva o Evangelho da salvação, aquele que anuncia o evangelho
de Cristo. Trata-se de um carisma específico, que capacita o crente a disseminar, de forma extraordinária, as boas
novas. Na analogia dos dedos, o evangelista é o dedo médio, o maior dedo, pois quem ganha alma é o mais nobre e
importante na obra de Deus.

1.4. Pastor
De todos os ofícios do ministério cristão, o pastorado é o mais conhecido em nossos dias. Não raro, o título é
dado até mesmo aos ministros em diferentes funções ministeriais. A função é tão honrosa, que o antigo Testamento
frequentemente atribui a Deus o título de pastor de Israel (Jr. 23:4; Sl. 23:1; Sl. 80:1). O vocábulo originalmente
aplicado a um guardador de ovelhas significa apascentador, guia protetor (Is. 40:11 ). Estas definições correspondem
às varias fases das atribuições e deveres do pastor. Como no caso dos demais ministérios, encontramos em Jesus o
grande exemplo de pastor. Ainda olhando a analogia dos dedos o pastor corresponde ao dedo anelar, o dedo da
aliança, pois o pastor é casado com sua igreja.

1.5. Mestre
A palavra derivada do latim ”magister” e do hebraico “Rabino ou Rabbi”. Significa professor de grande saber,
perito ou versado em qualquer ciência ou arte. Na igreja, possui o dom do ensino de Romanos 12:7. O mestre nem
sempre é um pastor. Ele pode ensinar em um seminário, instituto bíblico, classe de escola bíblica, estudo nos lares e
grupos familiares, etc. Há muitos pastores que não são mestres, apesar de terem também a tarefa de ensinar a
igreja. Usando a ultima vez a analogia dos dedos, mestre corresponde ao dedo mínimo, o dedo que limpamos os
ouvidos, pois ensinando a verdadeira Palavra, nossos mestres limpam nossos ouvidos espirituais das heresias.

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9.3. Os dons espirituais detalhados
“Ora, há diversidade de dons, mas o Espírito é o mesmo. E há diversidade de ministérios, mas o Senhor é
o mesmo. E há diversidade de operações, mas é o mesmo Deus que opera tudo em todos. Mas a
manifestação do Espírito é dada a cada um, para o que for útil. Porque a um pelo Espírito é dada a
palavra da sabedoria; e a outro, pelo mesmo Espírito, a palavra da ciência; E a outro, pelo mesmo
Espírito, a fé; e a outro, pelo mesmo Espírito, os dons de curar; E a outro a operação de maravilhas; e a
outro a profecia; e a outro o dom de discernir os espíritos; e a outro a variedade de línguas; e a outro a
interpretação das línguas. Mas um só e o mesmo Espírito opera todas estas coisas, repartindo
particularmente a cada um como quer.” 1 Coríntios 12:4-11

(a) A palavra de sabedoria. Por essa expressão entende-se o pronunciamento ou a declaração de sabedoria. Que
tipo de sabedoria? Isso se determinará melhor notando em quais sentidos se usa a palavra "sabedoria" no Novo
Testamento. É aplicada à arte de interpretar sonhos e dar conselhos sábios (Atos 7:10); à inteligência demonstrada
no esclarecer o significado de algum número ou visão misteriosos (Apo. 13:18; 17:9); prudência em tratar assuntos
(Atos 6:3); habilidade santa no trato com pessoas de fora da igreja (Col. 4:5); jeito e discrição em comunicar
verdades cristãs (Col. 1:28); o conhecimento e prática dos requisitos para uma vida piedosa e pura (Tia. 1:5; 3:13,
17); o conhecimento e habilidade necessários para uma defesa eficiente da causa de Cristo (Luc. 21:15); um
conhecimento prático das coisas divinas e dos deveres humanos, unido ao poder de exposição concernente a essas
coisas e deveres e de interpretar e aplicar a Palavra sagrada (Mat. 13:54; Mar. 6:2; Atos 6:10); a sabedoria e a
instrução com que João Batista e Jesus ensinaram aos homens o plano de salvação. (Mat. 11:19.) Nos escritos de
Paulo "a sabedoria" aplica-se a um conhecimento do plano divino, previamente escondido, de prover aos homens a
salvação por meio da expiação de Cristo (1Cor. 1:30; Col. 2:3); por conseguinte, afirma-se que em Cristo "estão
escondidos todos os tesouros da sabedoria e da ciência" (Col. 2:3); a sabedoria de Deus é manifestada na formação e
execução de seus conselhos. (Rom. 11:33.) A palavra de sabedoria, pois, parece significar habilidade ou capacidade
sobrenatural para expressar conhecimento nos sentidos supramencionados.

(b) A palavra de ciência. É um pronunciamento ou declaração de fatos, inspirado dum modo sobrenatural. Em quais
assuntos? Um estudo do uso da palavra "ciência" nos dará a resposta. A palavra denota: o conhecimento de Deus,
tal como é oferecido nos Evangelhos (2Cor. 2:14), especialmente na exposição que Paulo fez (2Cor. 10:5); o
conhecimento das coisas que pertencem a Deus (Rom. 11:13); inteligência e entendimento (Efés. 3:19); o
conhecimento da fé cristã (Rom. 15:14; 1Cor. 1:5); o conhecimento mais profundo, mais perfeito e mais amplo da
vida cristã, tal como pertence aos mais avançados (1Cor. 12:8; 13: 2,8,14:6; 2Cor. 6:6; 8:7; 11:16); o conhecimento
mais elevado das coisas divinas e cristãs das quais os falsos mestres se jactam (1 Tim. 6:20); sabedoria moral como se
demonstra numa vida reta (2 Ped. 1:5) e nas relações com os demais (1Ped. 3:7); o conhecimento concernente às
coisas divinas e aos deveres humanos (Rom. 2:20; Col. 2:3). Qual a diferença entre sabedoria e ciência? Segundo um
erudito, ciência é o conhecimento profundo ou a compreensão das coisas divinas, e sabedoria é o conhecimento
prático ou habilidade que ordena ou regula a vida de acordo com seus princípios fundamentais. O dicionário de
Thayer declara que onde "ciência" e "sabedoria" se usam juntas, a primeira parece ser o conhecimento considerado
em si mesmo; a outra, o conhecimento manifestado em ação.

(c) Fé (Weymouth traduz: "fé especial"). Esta deve distinguir-se da fé salvadora e da confiança em Deus, sem a qual é
impossível agradar-lhe (Heb. 11:6). É certo que a fé salvadora é descrita como um dom (Efés. 2:8), mas nesta
passagem a palavra "dom" é usada em oposição às "obras", enquanto em 1Cor. 12:9 a palavra usada significa uma
dotação especial do poder do Espírito. Que é o dom de fé? Donald Gee descreve-o da seguinte maneira:... Uma
qualidade de fé, às vezes chamada por nossos teólogos antigos, a "fé miraculosa", parece vir sobre alguns dos servos
de Deus em tempos de crise e oportunidades especiais duma maneira tão poderosa, que são elevados fora do reino

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da fé natural e comum em Deus, de forma que tem uma certeza posta em suas almas que os faz triunfar sobre
tudo... Possivelmente essa mesma qualidade de fé é o pensamento de nosso Senhor quando disse em Marcos 11:22:
"Tende a fé de Deus" (Figueiredo). Era uma fé desta qualidade especial de fé que ele podia dizer que um grão dela
podia remover uma montanha (Mat. 17:20). Um pouco dessa fé divina, que é um atributo do Todo-poderoso, posto
na alma do homem — que milagres podem produzir! Vide exemplos da operação do dom em 1 Reis 18:33-35; Atos
3:4.

(d) Dons de curar. Dizer que uma pessoa tenha os dons (note-se o plural, talvez se referindo a uma variedade de
curas) significa que são usados por Deus duma maneira sobrenatural para dar saúde aos enfermos por meio da
oração. Parece ser um dom sinal, de valor especial ao evangelista para atrair o povo ao Evangelho. (Atos 8:6,7; 28:8-
10.) Não se deve entender que quem possui esse dom (ou a pessoa possuída por esse dom) tenha o poder de curar a
todos; deve dar-se lugar à soberania de Deus e à atitude e condição espiritual do enfermo. O próprio Cristo foi
limitado em sua capacidade de operar milagres por causa da incredulidade de povo (Mat. 13:58). A pessoa enferma
não depende inteiramente de quem possua o dom. Todos os crentes em geral, e os anciãos da igreja em particular,
estão dotados de poder para orar pelos enfermos. (Mar. 16:18; Tia. 5:14.)

(e) Operação de milagres. Literalmente "obras de poder". A chave é Poder. (Vide João 14:12; Atos 1:8.) Os milagres
"especiais" em Éfeso são uma ilustração da operação do dom. (Atos 19:11, 12; 5:12-15.)

(f) Profecia. A profecia, geralmente falando, é expressão vocal inspirada pelo Espírito de Deus. A profecia bíblica
pode ser mediante revelação, na qual o profeta proclama uma mensagem previamente recebida por meio dum
sonho, uma visão ou pela Palavra do Senhor. Pode ser também extática, uma expressão de inspiração do momento.
Há muitos exemplos bíblicos de ambas as formas. A profecia extática e inspirada pode tomar a forma de exaltação e
adoração a Cristo, admoestação exortativa, ou de conforto e encorajamento inspirando os crentes. — J. R. F. A
profecia se distingue da pregação comum em que, enquanto a última é geralmente o produto do estudo de
revelação existente, a profecia é o resultado da inspiração espiritual espontânea. Não se tenciona suplantar a
pregação ou o ensino, senão completá-los com o toque da inspiração. A possessão do dom constituía a pessoa
"profeta". (Vide Atos 15:32; 21:9; 1Cor. 14:29.) O propósito do dom de profecia do Novo Testamento é declarado em
1Cor. 14:3 — o profeta edifica, exorta e consola os crentes. A inspiração manifestada no dom de profecia não está
no mesmo nível da inspiração das Escrituras. Isso está implícito pelo fato de que os crentes são instruídos a provar
ou julgar as mensagens proféticas. (Vide 1Cor. 14:29.) Por que julgá-las ou prová-las? Uma razão é a possibilidade de
o espírito humano (Jer. 23:16; Ezeq. 13:2, 3) confundir sua mensagem com a divina, 1Tess. 5:19-20 trata da operação
do dom de profecia. Os conservadores tessalonicenses foram tão longe em sua desconfiança quanto a esses dons (v.
20), que estavam em perigo de extinguir o Espírito (v. 19); mas Paulo lhes disse que provassem cada mensagem (V.
21) e que retivessem o bem (v. 21), e que se abstivessem daquilo que tivesse aparência do mal (v. 22). Deve a
profecia ou a interpretação ser dada na primeira pessoa do singular, como por exemplo: "Sou eu, o Senhor, que vos
estou falando, povo meu"? A pergunta é muito importante, porque a qualidade de certas mensagens tem feito
muita gente duvidar se foi o Senhor mesmo quem falou dessa maneira. A resposta depende da idéia que tenhamos
do modo da inspiração. Será mecânica? Isto é, Deus usa a pessoa como se fosse um microfone, estando a pessoa
inteiramente passiva e tomando-se simplesmente um porta-voz? Ou, será o método dinâmico? Isto é, Deus vivifica
dum modo sobrenatural a natureza espiritual (note: "meu espírito ora", 1Cor. 14:14), capacitando a pessoa a falar a
mensagem divina em termos fora do alcance natural das faculdades mentais? Se Deus inspira segundo o primeiro
método mencionado, a primeira pessoa do singular, naturalmente, seria usada; de acordo com o segundo método a
mensagem seria dada na terceira pessoa; por exemplo: "o Senhor deseja que seu povo olhe para cima e que se
anime etc." Muitos obreiros experientes crêem que as interpretações e mensagens proféticas devem ser dadas na
terceira pessoa do singular. (Veja-se Luc. 1:67-79; 1Cor. 14:14, 15.)

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(g) Discernimento de espíritos. Vimos que pode haver uma inspiração falsa, a obra de espíritos enganadores ou do
espírito humano. Como se pode perceber a diferença? Pelo dom de discernimento que dá capacidade ao possuidor
para determinar se o profeta está falando ou não pelo Espírito de Deus. Esse dom capacita o possuidor para
"enxergar" todas as aparências exteriores e conhecer a verdadeira natureza duma inspiração. A operação do dom de
discernimento pode ser examinada por duas outras provas: a doutrinária (1João 4:1-6) e a prática (Mat. 7:15- 23). A
operação desse dom é ilustrada nas seguintes passagens: João 1:47-50; 2:25; 3:1-3; 2Reis 5:20-26; Atos 5:3; 8:23;
16:16-18. Essas referências indicam que o dom capacita a alguém a discernir o caráter espiritual duma pessoa.
Distingue-se esse dom da percepção natural da natureza humana, e mui especialmente dum espírito critico que
procura falta-nos outros.

(h) Línguas. "Variedade de línguas." "O dom de línguas é o poder de falar sobrenaturalmente em uma língua nunca
aprendida por quem fala, sendo essa língua feita inteligível aos ouvintes por meio do dom igualmente sobrenatural
de interpretação." Parece haver duas classes de mensagens em línguas: primeira, louvor em êxtase dirigido a Deus
somente (1Cor. 14:2); segunda, uma mensagem definida para a igreja (1Cor. 14:5). Distingue-se entre as línguas
como sinal e línguas como dom. A primeira é para todos (Atos 2:4); a outra não é para todos (1Cor. 12:30).

(i) Interpretação de línguas. Assim escreve Donald Gee: O propósito do dom de interpretação é tornar inteligíveis as
expressões do êxtase inspiradas pelo Espírito que se pronunciaram em uma língua desconhecida da grande maioria
presente, repetindo-se claramente na língua comum, do povo congregado. É uma operação puramente espiritual. O
mesmo Espírito que inspirou o falar em outras línguas, pelo qual as palavras pronunciadas procedem do espírito e
não do intelecto, pode inspirar também a sua interpretação. A interpretação é, portanto, inspirada, extática e
espontânea. Assim como o falar em língua não é concebido na mente, da mesma maneira, a interpretação emana do
espírito antes que do intelecto do homem. Nota-se que as línguas em conjunto com a interpretação tomam o
mesmo valor de profecia. (Vide 1Cor. 14:5.) Por que, então, não nos contentarmos com a profecia? Porque as línguas
são um "sinal" para os incrédulos (1Cor. 14:22). Nota: Já se sugeriu que os ministérios enumerados em Rom. 12:6-8 e
em 1Cor. 12:28, também derem ser incluídos sob a classificação de "charismata" — ampliando-se dessa forma o
alcance dos dons espirituais para incluir os ministérios inspirados pelo Espírito.

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Sobre o autor: MATHEUS MELQUIADES BARBOSA, Casado com Laís Cerqueira C. Barbosa.

PASTOR (CONADIC) DA ASSEMBLEIA DE DEUS MINISTERIO ESTRELA NO ORIENTE EM SÃO


PEDRO SP (Sede Regional CONADIC), presidida pelo nobre Pastor EDGAR PEREIRA.
Atualmente dirige uma congregação em Rio Claro SP.

GRADUAÇÃO: BACHAREL EM TEOLOGIA MEC pela UNIMARTIN e Mestrado e Doutorado


em Teologia e Educação Cristã pela FAITE/CNTB.
Subdiretor do CNTB (Conselho Nacional dos Teólogos do Brasil) para o Estado de São Paulo.

Diretor Administrativo da FAITE (Faculdade internacional de Teologia) para o Estado de


São Paulo. Leciona atualmente para os cursos Teológicos dos níveis básicos ao bacharel.
Diretor Pedagógico dos Institutos Teológicos: ETÉO (São Pedro-SP) IBIFAD (Manaus-AM)

CEL/WHATSAPP (19) 996555727 - Rio Claro SP


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