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CIÊNCIA
A importância do erro
José Renato Salatiel*
Especial para a Página 3 Pedagogia & Comunicação
Há uma imagem do cientista que se tornou muito popular em livros
escolares. Nela, ele é representado como um homem de avental
branco, muito sério e concentrado em seus experimentos. Estaria ele
prestes a fazer uma importante descoberta que revolucionará o
mundo?
Mas o trabalho não termina aí. Para que uma teoria seja aceita pela
comunidade científica, ela deve ser testada, confrontada com os
fatos. Inicia-se, então, uma série de testes em campo ou laboratório.
É o chamado método indutivo. Neste processo, teorias cujos
resultados destoam da realidade são descartadas, enquanto outras
permanecem e ganham status de verdades, ainda que provisórias.
Einstein, por exemplo, lidava com um problema astrofísico no começo
do século passado. Caso a teoria da relatividade especial estivesse
correta, a teoria da gravidade de Newton estaria errada, pois esta
concebia espaço e tempo invariáveis, enquanto aquela, relativos.
Ele então formulou a hipótese de que o espaço não seria plano, mas
curvo, e que a massa e energia dos corpos celestes o deformariam,
criando o campo gravitacional. Daí nasceu a famosa teoria da
relatividade geral, que substituiu a cosmologia newtoniana.
“Errologia”
Acontece que o público só fica sabendo dos resultados positivos da
ciência. Tem-se, assim, a impressão da ciência como um conjunto de
descobertas definitivas, que não demandariam gastos inúteis ou mal-
empregados, de tempo e dinheiro.
A lição da ciência é que não há nada mais trivial do que tentativas e erros. Não se trata
de desvios da verdade, mas de maneiras humanas de entender o mundo. Por esta razão,
o filósofo francês Edgar Morin dizia que o maior erro que se pode cometer é ser
insensível ao próprio erro.
Direto ao ponto
O Uma nova revista acadêmica inaugurada este mês, o “Journal of Errology” (Revista
de Errologia), vai divulgar os erros dos cientistas, contrariando o habitual de
publicações do gênero de comunicar apenas os resultados positivos da ciência.
PIRATAS VIRTUAIS
Vitória no Congresso, derrota na Justiça
José Renato Salatiel*
Especial para a Página 3 Pedagogia & Comunicação
Na mais recente ofensiva contra a pirataria on-line, sites de
compartilhamentos de arquivos conseguiram vencer,
provisoriamente, uma batalha no Congresso norte-americano, onde
foram suspensas as votações de duas rigorosas leis antipirataria.
Sofreram, entretanto, uma derrota na Justiça, com a determinação
do fechamento do site Megaupload.
Megaupload
No dia seguinte, em 19 de janeiro, os “piratas” sofreram um revés. O
site de compartilhamento de arquivos Megaupload, um dos mais
populares do mundo, foi fechado por agentes federais sob a acusação
de violação dos direitos autorais e de leis antipirataria nos Estados
Unidos.
O fundador do website, o alemão Kim Schmitz, e três executivos
foram presos na Nova Zelândia. Schmitz, mais conhecido como Kim
Dotcom, teve ainda a extradição requerida pelo governo americano.
Direto ao ponto
Dois projetos de lei antipirataria foram suspensos no Congresso norte-
americano após protestos na internet. O SOPA (Lei para Parar a Pirataria On-
line, na sigla em inglês) e o PIPA (Lei para Proteger a Propriedade Intelectual)
determinam que sites estrangeiros, cujos conteúdos desrespeitem leis de
propriedade intelectual, sejam bloqueados nos Estados Unidos.
OPERAÇÃO NA CRACOLÂNDIA
As pedras no meio do caminho
José Renato Salatiel*
Especial para a Página 3 Pedagogia & Comunicação
Desde o dia 3 de janeiro a Polícia Militar realiza uma operação para
combater o tráfico de drogas e dispersar viciados da região conhecida
como cracolândia, no centro da cidade de São Paulo.
Euforia
O crack é uma droga de alto poder viciante, composta de pasta de
cocaína e bicarbonato de sódio. Vendida em forma de pedra e fumado
em cachimbo, a substância produz um efeito de euforia que dura
alguns minutos, ao fim dos quais o usuário sofre depressão e é
levado a consumir mais.
Boca do lixo
A cracolândia existe há 20 anos no bairro da Luz e imediações, no
centro da capital. O local é frequentado diariamente por cerca de 400
pessoas, mas a população flutuante chega a mais de 2 mil.
Soluções
Nos últimos anos, houve uma tentativa mais sistemática de resolver
o problema. A Prefeitura de São Paulo lançou o programa Nova Luz,
para revigorar a região central e atrair investimentos imobiliários.
Entre as medidas adotadas estão a isenção de IPTU, para estimular a
reforma de fachadas, e a desapropriação de imóveis.
Direto ao ponto
A Polícia Militar realiza desde 3 de janeiro uma operação para combater o
tráfico de drogas e dispersar viciados da região conhecida como cracolândia,
no centro da cidade de São Paulo.
MUNDO EM 2012
Eleições decidem futuro de Obama, Sarkozy e Putin
José Renato Salatiel*
Especial para a Página 3 Pedagogia & Comunicação
O mundo não vai acabar em 2012, dizem os cientistas, contrariando
interpretações obtusas do Calendário Mesoamericano. Este ano,
porém, será decisivo para alguns dos principais líderes mundiais, que
devem enfrentar o veredicto das urnas em mudanças que, estas sim,
terão impacto sobre o planeta.
Para se ter uma ideia da importância dos pleitos do ano, dos cinco
membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU – um dos
mais prestigiados e poderosos órgãos internacionais –, apenas o
Reino Unido não terá seu governante, o premiê britânico David
Cameron, submetido ao teste de fogo do eleitorado. Todos os demais
integrantes do conselho, Estados Unidos, França, Rússia e China,
realizarão eleições cruciais para o futuro político de presidentes e
primeiros-ministros.
Casa Branca
A disputa pela Casa Branca já começou e será acirrada. O processo
eleitoral nos Estados Unidos é complexo (começa um ano antes das
eleições) e polarizado entre dois partidos, o Democrata e o
Republicano.
Neste ano, dois fatores tornam a escolha imprevisível. De um lado, os
índices de aprovação de Barack Obama têm oscilado, gerando
incertezas quando ao voto de confiança do eleitorado americano para
mais um mandato.
Direita
A política também deve dominar Paris, onde, em meio à crise dos
débitos na Europa, os franceses elegerão presidente e representantes
da Assembleia Nacional. As eleições presidenciais acontecem em 22
de abril e 6 de maio, e as Legislativas, em 10 e 17 de junho.
China
Nada de votos nem debates públicos. Na China, a alternância de poder será consolidada
no 18o Congresso do Partido Comunista Chinês, realizado entre outubro e novembro
próximos.
Direto ao ponto
Dois mil e doze será um ano eleitoral decisivo para a política mundial. Dos
cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU, apenas o
Reino Unido não terá seu líder, o premiê britânico David Cameron, submetido
ao veredicto das urnas. Todos os demais integrantes do conselho, Estados
Unidos, França, Rússia e China, passarão por processos eleitorais.
Nos Estados Unidos, a disputa pela Casa Branca será acirrada. A reeleição de
Barack Obama é ameaçada pela queda nos índices de popularidade entre os
americanos, enquanto os republicanos ainda escolhem o candidato de
oposição.
Apesar disso, a Europa enfrenta desde 2009 uma crise de débitos que
ameaça a estabilidade do bloco, obrigando os governos a fazer
reformas impopulares. Em 2012, o desafio dos líderes europeus será
manter todos os países integrantes da Zona do Euro, de modo a
impedir o enfraquecimento da aliança.
Desde 1999, a moeda que passou a ser usada pelos europeus há uma
década já era corrente entre os mercados financeiros. Nesse ano, os
governos aboliram moedas locais como o marco alemão, a lira
italiana, a peseta espanhola e o franco (belga e francês) nas
transações comerciais entre países. O objetivo era unir mais as
nações, em um bloco com maior representação política, e gerar mais
desenvolvimento econômico, pois o sistema monetário integrado
facilitaria o comércio e os negócios entre os países.
Grécia
Os problemas começaram com a crise econômica de 2008, que
atingiu o “calcanhar de Aquiles” da Zona do Euro. Em uma década de
moeda única, não houve uma política fiscal comum que regulasse o
mercado, deixando o sistema exposto a especulações de alto risco e
endividamento desmedido dos Estados.
Política
Atingida no bolso, a população reagiu com protestos em toda a Europa, alguns mais
organizados, como o movimento dos “Indignados” na Espanha. Na esteira da crise,
nove presidentes e primeiros-ministros foram destituídos do cargo, entre eles o premiê
grego George Papandreou e o italiano Silvio Berlusconi.
Direto ao ponto
Há dez anos, em 1o de janeiro de 2002, entrou oficialmente em circulação o
euro, a moeda única corrente em países que compõem a União Europeia
(UE). O lastro monetário simbolizava a integração do continente que, no
século 20, enfrentou duas guerras mundiais e uma divisão ideológica que
quase provocou uma terceira.
A moeda que passou a ser usada pelos europeus, há uma década já era
corrente entre os mercados financeiros desde 1999. Nesse ano, os governos
aboliram moedas locais nas transações comerciais entre países. O objetivo
era unir mais as nações e gerar mais desenvolvimento econômico.
Apesar disso, a Europa enfrenta desde 2009 uma crise de débito que ameaça
a estabilidade do bloco, obrigando os governos a fazerem reformas
impopulares que já derrubaram nove líderes político nos últimos três anos. Em
países como Grécia, Espanha, Portugal e Irlanda, a dívida pública e o déficit
no orçamento ultrapassam em muito os limites estabelecidos para a Eurozona.
RETROSPECTIVA 2011
Os protestos que abalaram o mundo
José Renato Salatiel*
Especial para a Página 3 Pedagogia & Comunicação
Mohamed Bouazizi, 26 anos, era um vendedor ambulante numa
cidadezinha na zona rural de Túnis, capital da Tunísia. Na manhã de
17 de dezembro de 2010, teve a barraca de frutas confiscada pelas
autoridades. Humilhado e sem meios de sustentar a família, ateou
fogo ao próprio corpo em frente à sede do governo. Morreu no
hospital 18 dias depois.
Por motivos diversos, Londres foi palco de uma onda de violência que
deixou cinco mortos e mais de 3 mil detidos pela polícia. Tudo
começou em 9 de agosto, quando 120 pessoas marchavam contra a
morte de um rapaz de 29 anos, ocorrida durante uma ação da polícia
londrina. Na madrugada, gangues iniciaram distúrbios que se
estenderam até 10 de agosto por outras cidades do Reino Unido.
Tsunami
Na Ásia, uma das piores tragédias de 2011 foi o terremoto no Japão,
ocorrido em 11 de março. O tremor de 8.9 de magnitude provocou
um tsunami no Oceano Pacífico que devastou a região noroeste do
país, matando 20 mil pessoas e causando vazamento na usina
nuclear de Fukushima.
Direto ao ponto
O ano de 2011 foi marcado por manifestações que se espalharam no mundo árabe
e influenciaram outros protestos na Europa, Estados Unidos e América Latina. A
chamada “primavera árabe” derrubou quatro regimes autoritários, na Tunísia, Egito,
Líbia e Iêmen, fato inédito na região.
O ano de 2011 foi também aquele em que a população mundial atingiu a marca de
7 bilhões de habitantes, impondo desafios para viver nas cidades, que concentram
70% da população mundial. Na esfera econômica, a zona do euro foi ameaçada
pela crise dos débitos fiscais, que destituiu líderes mundiais e também levou os
Estados Unidos a terem sua nota da dívida rebaixada.
KIM JONG-IL
Líder norte-coreano ameaçou o mundo com confronto nuclear
José Renato Salatiel*
Especial para a Página 3 Pedagogia & Comunicação
O ditador norte-coreano Kim Jong-il, morto no dia 17 de dezembro,
transformou seu país em uma potência militar que, nos últimos cinco
anos, ameaçou o planeta com um programa nuclear com fins
militares. A dinastia de Jong-il comanda há meio século a Coreia do
Norte, um dos países mais pobres e fechados do mundo.
Armas atômicas
A Coreia do Norte possui um PIB de US$ 28 bilhões, menor do que
países africanos e 36 vezes menor do que a Coreia do Sul, de US$ 1,
007 trilhões. Apesar disso, possui o quarto maior exército do mundo,
com 1,1 milhão de soldados na ativa (ou 20% da população
masculina com idade entre 17 e 54 anos). O número só é menor que
os efetivos dos exércitos da China (2,3 milhões), Estados Unidos (1,5
milhões) e Índia (1,3 milhões).
Direto ao ponto
O líder norte-coreano Kim Jong-il morreu no dia 17 de dezembro de ataque
cardíaco. No comando há 17 anos de um dos regimes mais fechados do mundo,
Jong-il ameaçou o Ocidente com testes de artefatos nucleares, principalmente a
vizinha Coreia do Sul.
A morte do ditador foi anunciada dois dias depois pela TV estatal. Ele estava com
69 anos e doente desde 2008, quando sofreu um derrame cerebral. Jong-il era
chamado de “querido líder” e cultuado como uma espécie de divindade por seu
povo. Ele foi substituído no cargo por seu filho mais novo, Kim Jong-un, que tem
menos de 30 anos de idade e pouca experiência política.
RÚSSIA
Suspeita de fraude eleitoral motiva protestos
José Renato Salatiel*
Especial para a Página 3 Pedagogia & Comunicação
Atualizado em 16/01/2012, às 12h49.
Denúncias de fraudes em eleições parlamentares provocaram a maior
onda de protestos na Rússia contra o governo desde o fim do regime
comunista em 1991. As manifestações reuniram milhares de pessoas
em Moscou, capital, e outras dezenas de cidades russas.
Autoritário
Putin está há 12 anos no poder na Rússia. Ele foi presidente entre
2000 e 2008 e depois primeiro-ministro, cargo que ocupa
atualmente. O premiê é favorito para a eleição presidencial em março
do próximo ano. As manifestações, no entanto, podem mudar esse
quadro.
Direto ao ponto
Denúncias de fraudes em eleições parlamentares provocaram a maior
onda de protestos na Rússia contra o governo desde o fim do regime
comunista em 1991. Pela primeira vez, o premiê Vladimir Putin, há 12 anos
no poder, enfrenta oposição do povo russo, contrariando seus planos de se
eleger presidente em 2012.
10 ANOS DE BRICS
A força dos emergentes
José Renato Salatiel*
Especial para a Página 3 Pedagogia & Comunicação
Há dez anos o economista inglês Jim O’Neill cunhou o acrônimo Bric
para se referir a quatro países de economias em desenvolvimento –
Brasil, Rússia, Índia e China – que desempenhariam, nos próximos
anos, um papel central na geopolítica e nos negócios internacionais.
Brasil
A inclusão do Brasil no Brics trouxe uma projeção internacional
positiva, que dificilmente seria alcançada de outro modo e em um
curto período. Como resultado, o país tem hoje representação nas
principais cúpulas internacionais, como o Conselho de Segurança da
ONU (Organização das Nações Unidas) e o G20.
Desigualdade
Os programas do governo Lula também tiveram reflexos no âmbito da justiça social. Na
última década e meia, o país foi o único entre os Brics a reduzir a desigualdade, de
acordo com a OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico).
Porém, mesmo assim, a distância entre ricos e pobres no Brasil ainda é a maior entre os
países emergentes.
A desigualdade é medida pelo índice Gini, que caiu de 0,61 para 0,55 entre 1993 e 2008
(quanto menor o valor, melhor o índice). Nos demais países do Brics, houve aumento.
Mesmo assim, o Gini do Brasil é o maior entre eles e o dobro da média dos países ricos:
no Brasil, 10% dos mais ricos ganham 50 vezes mais do que os 10% mais pobres.
Direto ao ponto
Há dez anos o economista inglês Jim O’Neill cunhou o acrônimo Bric para se
referir a quatro países de economias em desenvolvimento: Brasil, Rússia, Índia
e China. O acrônimo se tornou um dos maiores símbolos da nova economia
globalizada e, nos últimos anos, os países emergentes ganharam projeção
política, desafiando a hegemonia dos Estados Unidos e das nações
industrializadas.
No grupo estão 42% da população e 30% do território mundiais. Nos últimos dez
anos, os países integrantes do Brics apresentaram crescimentos além da média
mundial. A China se tornou o país com a segunda maior economia do planeta. A
economia chinesa é maior do que a soma de todas as outras quatro que
compõem o grupo.
PRIMAVERA ÁRABE
Egípcios vão às urnas, mas repressão continua na Síria
José Renato Salatiel*
Especial para a Página 3 Pedagogia & Comunicação
Quase um ano após o início dos protestos no Oriente Médio, o Egito
realiza as primeiras eleições livres de sua história. Porém, enquanto
os egípcios dão o primeiro passo rumo à democracia, as revoltas
continuam em países como a Síria, onde a repressão fez milhares de
vítimas, segundo a ONU (Organização das Nações Unidas).
Egito
No Egito, mais influente e populoso país árabe (82 milhões de
habitantes), o presidente Hosni Mubarak renunciou em 11 de
fevereiro, encerrando três décadas de ditadura. Mesmo assim, os
protestos recomeçaram em 19 de novembro, desta vez contra a junta
militar que constituiu o governo provisório. Os manifestantes exigem
a transição para um governo civil.
Massacre
Em outros países, revoltas e reformas estão em curso. O caso mais dramático ocorre na
Síria, onde a repressão do governo de Bashar al-Assad (há 11 anos na Presidência)
estaria promovendo o maior massacre contra opositores do regime desde o começo da
“primavera árabe”.
No começo do mês, o governo sírio firmou um acordo com a Liga Árabe para o término
da repressão, a libertação de presos políticos e a promoção de reformas políticas. As
medidas, contudo, não entraram em vigor, e aumentaram a pressão internacional e as
sanções contra o governo de al-Assad.
No Iêmen, uma das nações mais pobres do mundo árabe, o ditador Ali Abdullah Saleh
assinou um acordo, em 23 de novembro, que prevê sua renúncia e eleições livres. Saleh,
que escapou ferido de um atentado em junho, governa há 33 anos.
Direto ao ponto
Há quase um ano, protestos se espalharam por países do Norte da África e do
Oriente Médio, governados por monarquias e ditaduras. Os manifestantes
pedem reformas políticas e a renúncia de tiranos que detêm o poder há
décadas.
No Egito, uma junta militar sucedeu o presidente Hosni Mubarak após sua
renúncia, em 11 de fevereiro. Para conter novos protestos, os militares
convocaram eleições parlamentares para 28 de novembro. Pesquisas indicam a
vitória da Irmandade Muçulmana, do recém-fundado Partido Liberdade e Justiça
(PLJ), confirmando uma tendência nos países árabes pós-ditaduras.
PRÉ-SAL
Vazamento no Rio revela despreparo de autoridades
José Renato Salatiel*
Especial para a Página 3 Pedagogia & Comunicação
O vazamento de milhares de litros de petróleo na Bacia de Campos,
no Rio de Janeiro, evidenciou o quanto o governo brasileiro está
despreparado para lidar com acidentes dessa natureza.
Despreparo
A Bacia de Campos possui as maiores reservas de petróleo do Brasil e responde por
80% de toda a produção nacional do minério. Há quatro anos foi anunciada as
descoberta de uma imensa reserva na camada pré-sal, o que tornaria o Brasil um dos
principais produtores e exportadores mundiais de petróleo e derivados.
Como o pré-sal fica distante da costa, medidas de segurança envolvem custos mais altos
e complexa logística na sua adoção.
Direto ao ponto
O vazamento de milhares de litros de petróleo na Bacia de Campos, no Rio de
Janeiro, evidenciou o quanto o governo brasileiro está despreparado para lidar
com acidentes dessa natureza. Ainda não há um plano nacional para prevenir
ou conter desastres ambientais provocados por derramamento de óleo na
exploração da camada pré-sal.
REVOLTA NA USP
Protestos vão além da questão da segurança
José Renato Salatiel*
Especial para a Página 3 Pedagogia & Comunicação
Setenta e dois estudantes foram detidos no último dia 8 de novembro
durante a desocupação da reitoria da USP (Universidade de São
Paulo), a mais prestigiada universidade do país, realizada pela Tropa
de Choque da Polícia Militar.
Interesses políticos
Parte dos estudantes é contrária à presença da Polícia Militar na Cidade Universitária
por acreditarem que a policia coíbe manifestações e contraria o princípio de autonomia
da universidade. Confrontos entre policiais e estudantes aconteceram em outras
ocasiões, em 2007 e 2009.
O DCE (Diretório Central dos Estudantes) defende que a segurança fique a cargo da
Guarda do Campus. Uma pesquisa recente feita pelo Datafolha, entretanto, apontou que
58% dos alunos são favoráveis à presença da PM.
Já a reitoria alega que os manifestantes, que representam uma minoria dos estudantes da
USP, são manipulados por partidos políticos de esquerda e sindicatos. De fato, os jovens
são ligados ou influenciados por partidos como o PSOL e o PSTU e a central sindical
CSP-Comlutas, à qual o Sintusp (Sindicato dos Trabalhadores da USP) é filiado.
A insatisfação dos alunos, porém, vai além das questões de segurança. Eles reivindicam
eleições diretas para a reitoria (o que depende da mudança do estatuto). Atualmente, o
reitor é indicado pelo governador de São Paulo a partir de uma lista de três nomes de
professores titulares escolhida pelo Conselho Universitário.
Após a detenção dos manifestantes, alunos das faculdades de Comunicação e Artes
(ECA) e Arquitetura e Urbanismo (FAU) da USP entraram em greve. Houve também
passeatas dentro do campus e nas ruas do centro de São Paulo. Entre os dias 22 e 24 de
novembro acontecem eleições do DCE da USP, que deve decidir o futuro do
movimento.
Direto ao ponto
Setenta e dois estudantes foram detidos no último dia 8 de novembro durante
a desocupação da reitoria da USP (Universidade de São Paulo), a mais
prestigiada universidade do país, realizada pela Tropa de Choque da Polícia
Militar.
DEMOGRAFIA
Os desafios de um planeta com 7 bilhões de pessoas
José Renato Salatiel*
Especial para a Página 3 Pedagogia & Comunicação
A população mundial atingiu os 7 bilhões de habitantes no dia 31 de
outubro, segundo estimativas da ONU (Organização das Nações
Unidas). O ritmo acelerado de crescimento populacional impõe
desafios para garantir uma convivência mais equilibrada nos centros
urbanos, nas próximas décadas.
Brasil
No Brasil, há uma tendência para o envelhecimento da população,
que é hoje de 192 milhões de habitantes. Em 1960, cada mulher
tinha uma média de 6 filhos, taxa reduzida para 2,4 no começo deste
século.
O aspecto positivo é que isso contribui para a diminuição da pobreza, pois o Estado tem
menos crianças para assistir e há mais mulheres no mercado de trabalho. Contudo, nesse
ritmo, o país terá que lidar em breve com gastos causados pelo envelhecimento
populacional. Estima-se que, em 2100, os idosos com mais de 80 anos serão 13,3% da
população brasileira, superando a parcela de pessoas economicamente ativas.
Por esta razão, especialistas afirmam que agora é o momento de pensar políticas
públicas para lidar com o envelhecimento dos brasileiros. Outro ponto importante é o
planejamento urbano. O Brasil, com 85% pessoas vivendo nas cidades, é um dos países
mais urbanizados do mundo, e, com mais gente vivendo nas cidades, há mais demanda
por habitação, saneamento e transporte público, postos de trabalho, saúde e educação.
Direto ao ponto
A população mundial atingiu os 7 bilhões de habitantes no dia 31 de outubro,
segundo estimativas da ONU (Organização das Nações Unidas). A China é hoje
o país mais populoso do mundo, com 1,35 bilhão de pessoas, seguida da Índia,
com 1,24 bilhão.
PIB: O produto interno bruto (PIB) representa a soma (em valores monetários)
de todos os bens e serviços finais produzidos em uma determinada região
(qual seja, países, estados, cidades), durante um período determinado (mês,
trimestre, ano, etc). O PIB é um dos indicadores mais utilizados na
macroeconomia com o objetivo de mensurar a atividade econômica de uma
região.
Entre os anfíbios, das 6,2 mil espécies que integram a lista, cerca de 1,9 mil
estariam em perigo de extinção. Destes, 39 já estariam extintos ou extintos no
habitat natural e quase 500 estariam "seriamente ameaçados". "A prova
científica de uma crise séria de extinção está se acumulando", disse Jane
Smart, diretora da IUCN. Segundo ela, a análise recente mostra que a meta de
biodiversidade para 2010 não será cumprida.
Lista
Por outro lado, um tema exaustivamente abordado foi o das novas tecnologias
mais sustentáveis, envolvendo desde novas formas de produção de energia e
novas tecnologias de produção até sistemas para equipar uma casa
sustentável.
O mero uso das tecnologias reforça a inércia dos hábitos atuais, à medida que
elas permitem agir exatamente da mesma maneira em nosso consumo com
menor uso de recursos naturais, energia e água. No entanto, dado que já
consumimos hoje 35% a mais do que a Terra consegue renovar, e que 25% da
humanidade consome mais do que o necessário, enquanto 75% consome o
mínimo necessário ou abaixo desse mínimo, apenas a mudança no modelo de
consumo permitirá a inclusão no mercado de consumo das enormes
populações que a ele hoje não tem acesso.