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UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS

FACULDADE DE LETRAS
CURSO DE LICENCIATURA EM LINGUA E LITERATURA JAPONESA

JULIAN CHATEAUBRIAND MELLO TRIBUZY

A tradução do conto Majutsu de Akutagawa Ryûnosuke


Uma explicação do processo de tradução

Manaus,2017
UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS
FACULDADE DE LETRAS
LICENCIATURA EM LINGUA E LITERATURA JAPONESA

A tradução do conto Majutsu de Akutagawa Ryûnosuke


Uma explicação do processo de tradução

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado ao curso de
Licenciatura em Letras – Japonês
da Universidade Federal do
Amazonas, como requisito para
obtenção do diploma de licenciado
em Língua e Literatura Japonesa.

Orientadora: Prof. Me Cristina Rosoga Sambuichi

Manaus
2017

JULIAN CHATEAUBRIAND MELLO TRIBUZY


A TRADUÇÃO DO CONTO MAJUTSU DE RYUNOSUKE AKUTAGAWA –
UMA EXPLICAÇÃO DO PROCESSO DE TRADUÇÃO

TRADUÇÃO
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado pelo discente Julian Chateaubriand Mello
Tribuzy como requisito para obtenção do título de licenciado em Letras-Língua e
Literatura japonesa pela Universidade Federal do Amazonas, Instituto de Ciências
Humanas e Letras, Departamento de Línguas e Literaturas Estrangeiras.
Banca Examinadora: Formatado: Centralizado

___________________________________________________________________
Profa. Me. Cristina Rosoga Sambuichi

___________________________________________________________________
Profa. Me. Linda Midori Nishikido

___________________________________________________________________
Prof. Me. Ernesto Atsushi Sambuichi

Conceito:______________________________________________________________
_

Manaus, ____ de __________________ de ________


REFERENCIA BIBLIOGRÁFICA
TRIBUZY, Julian Chateaubriand Mello. A tradução do conto Majutsu de Ryûnosuke
Akutagawa – Uma explicação do processo de tradução. 2017. 106f trabalho de
conclusão do curso (Letras – Língua e Literatura Japonesa), Departamento de Línguas e
Literaturas Estrangeiras, Instituto de Ciências Humanas e Letras, Universidade Federal
do Amazonas, Manaus, 2017.

CESSÃO DE DIREITOS
TÍTULO A tradução do conto Majutsu de Ryûnosuke Akutagawa Uma explicação do
processo de tradução
Grau Licenciado ANO 2017

É concedida à Universidade Federal do Amazonas permissão para reproduzir cópias


desde trabalho e para emprestar ou vender tais cópias somente para propósitos
acadêmicos e científicos. O autor reserva outros direitos de publicação e nenhuma parte
desse trabalho pode ser reproduzido sem autorização por escrito do autor
Julian Chateaubriand Mello Tribuzy juliantribuzy@hotmail.com

Tribuzy, Julian Chateaubriand Mello


M827f A tradução do conto Majutsude Ryûnosuke Akutagawa Uma
explicação do processo de tradução / Julian Chateaubriand Mello
Tribuzy. 2017
106f.: II. Color; 31cm
Orientadora: Cristina Rosoga Sambuichi
Coorientadora: Ernesto Atsushi Sambuichi
TCC de Graduação (Letras – Língua e Literatura Japonesa)
Universidade Federal do Amazonas
1. Majutsu. 2. Tradução 3. Giongo 4. Gitaigo I. ROSOGA,
Cristina Sambuichi II. Universidade Federal do Amazonas
III. Título
Resumo

Este trabalho tem como enfoque analisar uma obra acima do processo de
tradução e verificar os aspectos semânticos dos trechos da obra. Comparando com a
tradução do Shintaro Hayashi a fim de verificar qual seria forma mais adequada e quais
procedimentos seriam utilizados para produzir uma boa tradução futuramente. Será
dado uma definição e analisará as estruturas que fazem parte da classificação das
orações modificadoras de substantivos posta por Iori Isao por meio de tabelas. Além
disso, será focado na linguagem honorifica e analisará suas estruturas semânticas. Por
fim, na obra Majutsu sera colocado as possíveis palavras relacionadas ao Giongo e
Gitaigo e expressões idiomáticas que o autor utilizou.
Abstract

要約

本稿は、芥川芥川龍之助の『魔術』という短編の翻訳プロセスを分析し、短編
から抜粋された例をもとに、その意味的な側面を調べることを目的としている。
Hayashi Shintaroの翻訳と比較して、どちらがより適切な形
式であり、どの手順が将来的に良い翻訳を生み出すのかを表を使って検証する。
翻訳の定義を調べたうえで、訳しにくいと思った部分を文法の側面から分析す
る。まず、Iori Isaoの名詞修正文の分類にもとづいて分析する。さ
らに、敬語に焦点を当て、その意味構造を分析する。最後に、『魔術』におけ
る擬音語と擬態語と著者が使用した慣用表現が分析される。

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO…………………………………………………………................................. p. 9
1. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA SOBRE
TRADUÇÃO……………………………………………………………………..................... p. 12
1.1 O QUE É TRADUÇÃO, DE GEIR CAMPOS.....................................................................p. 12
1.2 OFICINA DE TRADUÇÃO – A TEORIA NA PRÁTICA, DE ROSEMARY
ARROJO.....................................................................................................................................p. 14
1.3 A TRADUÇÃO LITERÁRIA, DE PAULO HENRIQUE
BRITTO......................................................................................................................................p. 14
1.4 TRADUÇÃO: TEORIA E PRÁTICA, DE JOHN MILTON...............................................p. 15
1.5 A ESTÉTICA DO TEMPO VERBAL EM RASHÔMON RELAÇÕES ENTRE A
ESTILÍSTICA E A ESTRUTURAÇÃO DA LÍNGUA JAPONESA, DE ÌTALO SILVA
BERNARDES............................................................................................................................p. 15
1.6 CONCLUSÕES SOBRE A FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA..........................................p. 15

2. DIFICULDADES DE TRADUÇÃO DAS ORAÇÕES SUBORDINADAS


MODIFICADORAS DE SUBSTANTIVO MEISHI SHÛSHOKU
BUN...........................................................................................................................................p. 17
2.1 Definição..............................................................................................................................p. 17
2.2- EXEMPLOS DE DIFICULDADES DE TRADUÇÃO DOS MEISHI SHÛSHOKU
BUN........................................................................................................................................... p. 19

3-. DIFICULDADES HIERÁRQUICAS COM RELAÇÃO A LÍNGUA DE


TRATAMENTO...................................................................................................................... p. 27
4- DIFICULDADES NA TRADUÇÃO DE EXPRESSÕES MIMÉTICAS E
IDIOMÁTICAS....................................................................................................................... p. 31
4.1 O USO DE GIONGO / GITAIGO....................................................................................... p. 31

4.2 EXPRESSÕES IDIOMÁTICAS.......................................................................................... p. 34

5.CONSIDERAÇÕES
FINAIS....................................................................................................................................... p. 37

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................................p. 38
7. ANEXOS..................................................................................................................................p. 39
Introdução

Este trabalho representa uma reflexão acima do processo de tradução da obra


Majutsu de Akutagawa Ryûnosuke1, tendo como ponto de partida o conto e as traduções
do mesmo, realizadas por Shintaro Hayashi (2010) e pelo autor dessa pesquisa. Esta
reflexão levará em conta os procedimentos de tradução e avaliará de que modo a falta
dos conhecimentos necessários para realizar a atividade de tradução afetou o trabalho,
em comparação com a tradução realizada e publicada por Shintaro Hayashi. Ao longo
do trabalho serão identificadas as falhas de tradução para melhorar futuramente as
habilidades do autor desta pesquisa nesta direção.
O autor do conto Majutsu, Akutagawa Ryûnosuke nasceu em março de 1892 em
Tóquio. Estudou literatura inglesa na Universidade Imperial de Tóquio. Publicou seu
primeiro conto Rashômon em 1915 quando ainda era estudante. Escreveu mais de 150
contos, dando uma interpretação moderna para historias antigas, entre quais alguns tem
como fonte as coletâneas de contos medievais Ujishûi Monogatari 2 e Konjaku
Monogatari3.
Além das coletâneas medievais mencionados anteriormente, a obra de
Akutagawa foi influenciada pelo contexto socioeconômico conturbado da época Taishô
(1912 – 1926) marcada por problemas políticos internos a Primeira Guerra Mundial, e o
Grande Terremoto de Kantô (1923), e pelos problemas de saúde do escritor,
principalmente por sua doença psíquica (depressão crônica). De acordo com o Shintaro
Hayashi (2010) Akutagawa viveu numa época em que rezas, exorcismos e superstições
medievais ainda eram muito presentes na mentalidade dos japoneses. (Hayashi, 2010, p.
9-10). Esses fatores contribuíram para que na literatura de Akutagawa pudessem ser
encontrados motivos como a ligação do ser humano com o misticismo, com o oculto, e
com o macabro.
O conto Majutsu, publicado em 1920 na revista literária infantil Akai Tori tem
como temática principal a avareza do homem como defeito que impede a aprender a arte
da magia, que pode ser uma metáfora para os objetivos da vida, ou o sucesso das
pessoas. O conto tem como plano de fundo o Japão do início do sec. XX. A história se
passa no bairro de Ômori, na cidade de Tóquio, em um ambiente ocidental, parecido

1
Nesta pesquisa será utilizada a grafia japonesa dos nomes com o nome de família primeiro.
2
Coletânea de contos compilada no fim do período Heian (798 – 1185)
3
Escrito no período Kamakura (1192 – 1333) em meados do século 13.

9
com as residências coloniais inglesas da Índia do início do sec. XX, e abrange
elementos relacionados a magia como o “djin” e a “lâmpada mágica” emprestados da
obra literária árabe “Mil e Uma Noites”, bem como a imagem do mágico poderoso e
encantador de serpentes/hipnotista indiano, imagem utilizada para um dos personagens
principais do conto. O narrador autodiégetico, cujo o nome não é destacado e que tinha
curiosidade sobre a magia/mágica, conta sua história de aprendizagem com o indiano
Misra, e os efeitos que a avareza teve sobre esta aprendizagem.
A versão em português brasileiro deste conto foi publicada no ano de 2010, na
coletânea Kappa e o Levante Imaginário de Akutagawa Ryûnosuke, a tradução sendo
feita por Shintaro Hayashi, tradutor residente em São Paulo que provém de uma família
fortemente ligada as atividades literárias e de tradução. Entre os livros que Shintaro
Hayashi traduziu temos Kappa e o Levante Imaginário de Akutagawa Ryûnosuke (2010),
O Pavilhão Dourado (2010) de Mishima Yukio, Uma Questão Pessoal (2014) de Ôe
Kenzaburô, e A Fórmula Preferida do Professor (2017) de Ogawa Yoko.
A tradução do conto Majutsu pelo autor desta pesquisa foi iniciada em fevereiro
de 2017 e concluída em abril de 2017, para a realização desta tradução foram utilizadas
as seguintes ferramentas: dicionário Michaellis (2012), além de dicionários da internet
como dictionary.goo.ne.jp, e o Jisho.org. A tradução foi revisada aproximadamente 13
vezes e corrigidas. Porém a tradução do autor desta pesquisa não foi publicada. O mais
difícil de traduzir foi a questão gramatical e algumas palavras sobre quais o autor ainda
não tinha conhecimento pois tem vários significados. Entre elas se destacaram as
orações subordinadas modificadoras de substantivos e as expressões idiomáticas e
miméticas, bem como o uso de linguagem honorifica. O texto foi traduzido parágrafo
por parágrafo e foi realizado uma tradução literal, sendo consultado o dicionário cada
vez que surgia uma palavra desconhecida. Em casos de expressões gramaticais
desconhecidas, foi procurado o sentido de uma palavra ou de uma estrutura menor no
dicionário e a partir dos exemplos e as explicações encontradas no dicionário, o autor
tentou deduzir o sentido da expressão gramatical inteira. Porém, em alguns casos foi
difícil de deduzir o sentido correto da expressão. Observou-se também entre os
sinônimos que o dicionário oferecia como opções de tradução de certas palavras nem
sempre foi escolhido o vocábulo mais adequado dentro do contexto em português,
gerando frases de difícil de compreensão, quando se realizou a leitura da tradução final.
Porém, a falta de experiência impediu que o autor dessa pesquisa pudesse corrigir e

10
substituir por uma palavra mais adequada por medo de se distanciar do sentido original
em japonês.
Depois da revisão do texto traduzido para a realização do projeto do Trabalho de
Conclusão de Curso I, observaram-se várias falhas na tradução e tentou-se realizar uma
classificação destas falhas, destacando os tipos mais recorrentes. O uso das virgulas para
separar nas orações subordinadas modificadoras substantivais foi um dos elementos que
mais se destacou como dificuldade na realização da tradução.
Para se realizar uma boa tradução é necessário um conhecimento não somente da
língua de origem e da língua alvo, mas também das duas culturas relacionadas as duas
línguas, bem como do estilo do autor. De acordo com Henrique Britto, a tradução
literária é “a tradução que visa recriar em outro idioma um texto literário de tal modo
que sua literariedade seja, na medida do possível, preservada” (BRITTO, 2012, pag. 47)
Milton (2010) citando John Dryden indica existem três tipos de tradução:
metáfrase (tradução palavra por palavra, linha por linha), paráfrase (respeita o estilo do
autor, porém suas palavras não são seguidas tão estritamente quanto seu sentido) e a
imitação (O tradutor assume a liberdade de variar as palavras e os sentidos retirando
somente a ideia geral do original) (MILTON, 2010, p. 50). Devido ao conhecimento
insuficiente do idioma, o autor desta pesquisa somente conseguiu realizar uma tradução
do tipo metáfrase apesar da indicação de Dryden que “ é quase impossível, ao mesmo
tempo, traduzir literalmente e bem. ” (MILTON, 2010, p.50). Depois da iniciação da
sua tradução, o autor desta pesquisa de deparou com o fato de que já existe uma
tradução publicada do mesmo conto e ao comparar sua versão com o texto do Shintaro
Hayashi, sentiu a necessidade de refletir acima do processo de tradução do conto.
No primeiro capítulo deste trabalho serão apresentados elementos de teoria da
tradução, por meio de resumos dos livros O Que É Tradução de Geir Campos, Oficina
de Tradução: Teoria na Prática, de Rosemary Arrojo, A Tradução Literária de Paulo
Henrique Britto, e Tradução: Teoria e Prática, de John Milton, que nortearam a
reflexão sobre o processo de tradução. No segundo capítulo trata-se sobre as
dificuldades de tradução relacionadas às orações subordinadas modificadoras de
substantivo (meishi shûshoku bun). O terceiro Capítulo, tratará sobre as dificuldades de
tradução com relação a linguagem de tratamento em japonês (Taigû Hyôgen). O quarto
Capítulo terá como foco as expressões idiomáticas (Kanyôku) e miméticos (Giongo-
Gitaigo) que aparecem no texto, e como estas devem ser traduzidas de forma natural
sem perder o sentido original.

11
1. Fundamentação teórica sobre tradução

Neste capítulo serão apresentados textos teóricos sobre tradução, tendo em vista
salientar as características de uma boa tradução e os critérios nos quais será embasada a
análise da tradução feita pelo autor desta pesquisa.

1.1 O Que é Tradução, de Geir Campos

O autor Geir Campos, no livro O que é Tradução, apresenta noções básicas


sobre a tradução. Explica no primeiro capítulo sobre a definição da tradução, que tipo de
ligação ela tem com a interpretação, o que é língua-meta e língua-alvo, e que cuidados
deve-se ter quando for traduzir. Ele indica que a tradução significa transportar um
conteúdo informacional de uma língua para outra e que existem muitas opiniões sobre
como esse processo deve ser feito, seja por meio de “levar o leitor de uma língua para o
lado da língua do autor estrangeiro, ou, inversamente, trazer o autor de uma língua
estrangeira para o lado da língua do leitor. ” (CAMPOS, 1986, p. 8). Ele indica que a
tradução apresentava várias dificuldades, porém isto não impede os tradutores a
continuar realizando traduções e que mesmo que um texto foi traduzido uma vez, isso
não impede ao ser traduzido de novo

Pode-se comparar a tradução ao vôo do besouro. O besouro é um


animal que tem tudo para não poder voar: o corpo é rombudo, as patas
não se recolhem, as asas são enfiadas num estojo de cascas duras...
mas, apesar de todos os pesares, o besouro voa e muito. Com o
tradutor dá-se a mesma coisa: cada texto é um complexo de obstáculos
e dificuldades aparentemente intransponíveis, lingüísticas e não-
lingüísticas; entender o que o autor disse e o que ele quis dizer, na
língua dele, é difícil; dizer na língua da gente o que se entendeu na
língua do original, não é fácil... mas o tradutor traduz e muito. E
quanto mais difícil parece um texto, maior é o número de tradutores
que se candidatam. (CAMPOS, 1986, p. 13)
Neste contexto, a tentativa do autor desta pesquisa de realizar sua própria
tradução do conto Majutsu representa um esforço de se aproximar do texto em japonês,
apesar das dificuldades que ele possuía em relação domínio da língua japonesa.
Na parte dos “Procedimentos Técnicos De Tradução”, Geir Campos explica e
exemplifica sobre as técnicas adotadas por ele e por outros tradutores e, citando Vinay e
Darbelnet indica 7 técnicas: tradução literal, empréstimo, decalque, transposição,

12
modulação, equivalência, adaptação. (Campos,1986, p. 43). Ele também acrescenta a
amplificação, condensação, a explicitação, a omissão, e a compensação.
Existem ao todo 12 tipos diferentes de procedimentos para se realizar uma
tradução, a tradução literal é um método pelo qual a pessoa traduz de acordo como se
pronuncia quando no caso as palavras ou textos são escritas em forma de caracteres. O
empréstimo é adaptar palavras estrangeiras sem fugir muito da sua pronúncia e da
escrita. O decalque, ele pode ser considerado uma abreviação de palavras para
simplificar o nome ou objeto estando este associado ao empréstimo e a tradução literal.
A transposição é a tradução de uma frase ou texto por palavras e frases não literal,
porém, os sentidos das mesmas permanecem. A modulação tem haver com traduzir
moldando a conversação ou o texto utilizando todas as normas gramaticais tornando a
língua-meta aceitável pois se encontra dentro do contexto original. A Equivalência vem
a ser o equilíbrio na tradução ou na interpretação da língua-fonte para a língua-meta.
Adaptação é aplicada de acordo com a linguagem regional e cultural. A amplificação é
o aumento de palavras e frases para justificar textos que são escritos em poucas palavras.
Condensação, ao contrário da amplificação, não há necessidade de acrescentar palavras
na tradução. Explicitação é um suporte dado ao leitor em determinada situação no texto.
Omissão é fazer com que o texto ou frase fique compreensível ou fácil de interpretar. E
a compensação é quando no processo de traduzir o tradutor mantém um elemento do
texto original para continuar dando sentido a tradução.
No capítulo “Normais Gerais De Tradução”, ele destaca a importância de se
conhecer, ler de se familiarizar com a história, com o texto para se pode ter uma ideia de
como traduzir a mensagem a ser passada, sugere também a leitura em voz alta, para que
se tenha a noção, do ritmo e do estilo da linguagem que será traduzida. (CAMPOS,
1986, p. 52-55). O autor desta pesquisa seguiu essas indicações e notou um papel das
palavras miméticas dentro do texto e a mudança do efeito estilístico quando precisa ser
traduzida por uma expressão inteira ao invés de uma palavra mimética do mesmo
comprimento.
No capítulo de “Limites De Traduzibilidade”, Campos (1986) indica também
algumas palavras que não se podem traduzir literalmente como por exemplo a palavra
saudade que não tem qualquer semelhança com outra língua. (CAMPOS, 1986, p. 56).
O autor desta pesquisa observou neste sentido as expressões idiomáticas em japonês que
não podem ter o mesmo sentido em português e precisa ser substituída por outras
expressões que carregam a mesma informação em palavras diferentes.

13
1.2 Oficina de Tradução – A Teoria na Prática, de Rosemary Arrojo

A autora do livro Oficina de Tradução, Rosemary Arrojo, procurou destacar a


importância da forma pela qual um texto traduzido é exposto salientando a inferioridade,
a impossibilidade, e a fidelidade que um tradutor tem com sua obra e o leitor.

a tradução é uma atividade essencialmente inferior, porque falha em


capturara "alma" ou o "espirito" do texto literário ou poético. Essa
visão reflete, portanto, a concepção de que, especialmente no texto
literário ou poético, a delicada conjunção entre forma e conteúdo não
pode ser tocada sem prejuízo vital, o que condenaria qualquer
possibilidade de tradução bem-sucedida. (ARROJO, 2007, p. 27-28)
Na opinião de Rosemary Arrojo, traduzir uma obra, um texto ou uma frase não é
simplesmente passar para outra língua, deve-se levada em consideração a teoria da
tradução que abrange conhecimentos da gramática, e da vida de um povo. É necessário
acima de tudo buscar entender ao traduzir a emoção do texto original para que não fuja
do seu real sentido mesmo que encontre palavras que não tem no idioma a ser traduzido.
Para Arrojo (2007), a fidelidade da tradução é buscar na impossibilidade a aproximação
do real, do original de uma obra de arte, de uma história, dentro de todo seu contexto
social, político, cultural envolvendo toda a sua literariedade.
O autor desta pesquisa ao realizar sua tradução do conto Majutsu notou que não
possuía conhecimentos da teoria de tradução e que os conhecimentos da gramática
estavam insuficientes para a compreensão de estruturas gramaticais, enquanto que um
texto literário como o conto Majutsu abrange expressões de níveis avançados cujo o
significado pode ser parcialmente compreendido com uso de dicionários mas que não
podem ser entendidos completamente dentro do contexto onde se encontram sem saber
sobre o uso delas e a conexão que elas realizam com as outras palavras dentro da frase.

1.3 A Tradução Literária, de Paulo Henrique Britto

O autor Henrique Britto em seu livro A Tradução Literária, noCapítulo4 de


tradução de ficção sugere traduzir de um modo que a linguagem gramatical se
transforme em verbos cotidianos, gírias, mas que na sua essência seu sentido permaneça.
Ele ainda explica o uso de meios de tradução por sites, que ao usar esse recurso nota-se
que há uma discrepância na concordância verbal e nominal porque ele é traduzido ao pé
da letra, não há uma tradução perfeita, por estar faltando um conhecimento de
linguagem, como por exemplo uma gíria que possa estar expressa em um texto a ser

14
traduzido e o tradutor não tem conhecimento suficiente para adaptar para uma língua na
sua compreensão
Toda a teoria da tradução de ficção está relacionada com a adaptação e com a
simplificação para a leitura, ou seja, buscar facilidades ou meios de prender o leitor

1.4 Tradução: Teoria e Prática, de John Milton

De acordo com John Milton, ele não dá o parecer dele sobre o que é tradução
mas evoca tradutores de vários séculos.

A ideia central desse livro consiste no fato de que a discussão entra a


tradução literal e a tradução mais livre tem sido a preocupação
principal entre os comentaristas sobre a tradução literária, desde
Cicero e Jeronimo até o presente. Não obstante, nos últimos anos, o
estudo da tradução literária tem ampliado os seus horizontes e pode
ser visto como uma chave para abordagens contrastantes dos estudos
literários. Então, este livro fará uma comparação entre essas
abordagens tradicionais e as contemporâneas. (MILTON, 2010, p. 30).
Milton (2010) indica que a tradução virou um ciclo passando de geração em
geração até os dias atuais, destacando as mudanças ou alterações realizadas dentro de
um período que segue a partir do século IV, ou seja, quais foram as mudanças
relacionadas as traduções cabíveis que são empregadas as formas gramaticais do idioma
e para as formas gramaticais do idioma que será traduzido. Contudo, todo esse histórico
de teorias e práticas da tradução facilitará os futuros tradutores em seus estudos,
pesquisas e análises da tradução literária.

1.5 A estética do tempo verbal em Rashômon: relações entre a estilística e a


estruturação da língua japonesa, de Ìtalo Silva Bernardes

De acordo com Ítalo Silva Bernardes, ele cita em seu trabalho de conclusão do
curso, a relação do tempo na história da literatura com o tempo verbal na língua
japonesa de um modo geral e identificando aspectos linguísticos atuais, focando numa
tradução contemporânea baseada no tempo da literatura japonesa em que foi escrito.

1.6 Conclusões sobre a fundamentação teórica

15
De acordo com todos os autores citados acima, é correto afirmar que muitos
deles têm opiniões diversas, baseadas em outros autores para comprovar sobre o que é
tradução.
Primeiro, Geir Campos usou todas as ferramentas básicas para se começar uma tradução
tendo enfoque todos os procedimentos técnicos, abordando toda a história da tradução.
Segundo, a autora Rosemary Arrojo visa compreender o real sentido da palavra
Tradução e quais mecanismo ou técnicas podem ser usadas para se traduzir de um
idioma ao outro considerando o sentido das palavras e seus valores. Terceiro, Henrique
Britto, enfatiza a tradução na literatura abordando a literariedade, visa recriar fazendo
comparação com textos literários, textos poéticos, se preocupando sempre com a
originalidade, o que para ele servia um texto literário na sua forma mais elegante e
poética, ou seja, buscava nas suas traduções manter o caráter linguístico a ser traduzido
ou interpretado. Quarto, John Milton, trouxe consigo uma bagagem de informações
tendo enfoque dentro dos autores alemães, franceses sobre a tradução, fazendo
comparações de vários autores desde tempos antigos aos contemporâneos.
O autor desta pesquisa observou à princípio erros gramaticais quanto a língua
portuguesa pois não tinha conhecimento suficiente para traduzir da língua japonesa para
a língua portuguesa, se preocupava em traduzir de forma literal, palavra por palavra,
porém, em pesquisas sobre o processo de tradução foi bastante esclarecedor o livro de
Rosemary Arrojo, onde ela reafirma as palavras de Alexandre Fraser Tyler no princípio
de que para se ter uma boa tradução é necessário que o texto a ser traduzido ela deve
reproduzir a ideia do texto original, o estilo deve ter o mesmo do original e a tradução
deve ter toda a fluência e naturalidade do texto original. Já ítalo em seu trabalho de
conclusão se preocupou em buscar a fundo o contexto histórico do conto Rashômon
focando na teoria dos verbos de Shuichi Kato analisando a parte estilística dos verbos
na literatura japonesa.

16
Capítulo 2 – Dificuldades de tradução das orações subordinadas modificadoras de
substantivo meishi shûshoku bun

Neste capítulo será tratado sobre as dificuldades encontradas na tradução das


orações subordinadas modificadoras de substantivo. Primeiro será feita uma definição
destas orações a partir do Nihongo Bumpô Handbook-Chûkyû. Será feita uma
classificação destas orações e será exemplificado com exemplos da própria tradução as
dificuldades encontradas. Vai ser feita uma definição dos Meishi Shûshoku bun, uma
classificação e uma apresentação de exemplos da tradução que apresentaram
dificuldades.

2.1 Definição

No livro “Nihongo Bumpô Handbook-Chûkyû” (Manual de Gramática da

Língua Japonesa-Intermediário”, Capítulo 29Meishi Shûshoku Hyôgen 名詞修飾表現

(Expressões de modificação de substantivo), Iori Isao descreve a teoria das expressões


do substantivo modificado, tendo em vista relações gramaticais entre o substantivo

modificado hishûshoku meishi 被修飾名詞 e a oração modificadora de substantivo

meishi shûshoku setsu 名詞修飾節.(IORI, 2001, p. 384)

Um substantivo pode ser modificado por um adjetivo, mas também por uma
oração inteira, chamada de oração subordinada modificadora substantival, ou meishi
shûshoku setsu. A oração, colocada sempre antes do substantivo modificado, pode
conter uma predicação verbal, adjetival ou por meio de cópula, e pode apresentar dois
tipos de relações de sentido com o substantivo modificado.
Primeiro, o substantivo modificado pode ser relacionado, semanticamente e
gramaticalmente, a um dos componentes da oração modificadora, neste caso

estabelecendo-se uma relação interna uchi no kankei 内の関係 entre o substantivo e a

oração. Trata-se por exemplo, de orações como “a pessoa que corre no corredor ”rôka

wo hashiru hito 廊下を走る人4 etc. Por outro lado, o substantivo modificado pode não

ter nenhuma relação de sentido com a oração modificadora, neste caso estabelecendo-se

uma relação externa soto no kankei 外の関係, assim como “um trabalho que se trata

4
IORI, 2001, p. 384

17
sobre ensinar japonês ”nihongo wo oshieru shigoto 日本語を教える仕事 etc. Entre

estes dois tipos de relação, a primeira existe também em português, enquanto que a
segunda é expressa por outros meios gramaticais do que uma oração subordinada
modificadora, fato que dificulta a tradução.

Outro aspecto considerado é a natureza semântica do substantivo (se ele


determina uma categoria inteira de objetos, uma espécie etc., ou já é um item bem
definido, como uma pessoa com nome) e a natureza da frase (se ela limita e identifica
um item específico, apresentando a característica especifica deste item). O primeiro tipo
de modificação é chamado de modificação de substantivo limitativa seigenteki meishi

shûshoku 制 限 的 名 詞 修 飾 (Ex. 1), enquanto que o segundo tipo é chamado de

modificação de substantivo não-limitativa hi-seigenteki meishi shûshoku 非制限名詞修

飾 (Ex. 2)

Ex1.ペットとして飼われている動物を守ろう。

Petto to shite kawareteiru dôbutsu wo mamorô.

Vamos proteger os animais que são criados como bichos de estimação.

Ex. 2 隣に住んでいる田中さんは神戸出身らしい。

Tonari ni sundeiru Tanakasan wa Kôbe shusshin rashii.

O Sr. Tanaka que mora na vizinhança parece que é de origem de Kôbe. 5

No Ex. 1 temos o substantivo indefinido dôbutsu (animal) que indica uma


categoria, e dentro de qual é delimitado um certo tipo de itens, os “animais que são
criados como bichos de estimação”, sendo que a oração delimita o sentido do
substantivo. No Ex. 2 o nome próprio Tanaka já indica um indivíduo, e a oração
modificadora adiciona uma informação a mais sobre ele, sem delimitar o sentido do
substantivo. Em português, o primeiro tipo de oração tem como equivalente também
uma oração subordinada modificadora, enquanto que no segundo caso, utiliza-se uma
aposição, fato que dificulta a tradução.

5
IORI, 2001, p. 387

18
2.2- Exemplos de dificuldades de tradução dos meishi shûshoku bun

A tradução da língua japonesa para a língua portuguesa não é nada simples pois
deve se analisar as estruturas de cada frase, o tradutor precisa ter conhecimento
suficiente para traduzir pois na língua portuguesa existem várias estruturas sintáticas
que são diferentes das estruturas da língua japonesa. Para traduzir, é necessário observar
a frase em japonês e traduzir do final para o começo, ou seja, começar do verbo para o
sujeito, mas em algumas situações não funciona assim, precisa também observar o uso

das virgulas e ver o verbo no passado da forma た.

De acordo com Yamada Yoshio (pag. 85), quando uma oração modifica um
certo substantivo conjunto modificador é substantivo modificado, desempenha um papel
de um nome, a importância da semântica da oração modificadora faz com que o
substantivo modificado pareça uma conjunção no meio de duas orações. Os
substantivos em geral, tem a função de exercer funções de sujeito, complemento verbal,
adjunto adverbial da oração. Então dentro disso, o autor da pesquisa apresentará
exemplos de frases com esses atributos e predicadores revelando a categoria
morfológica de cada um, ou seja, ser substantivo, adjetivos, advérbios.
Temospenki no hagekakatta, semagurushii genkan ペンキの剥げかかった、狭苦

しい玄関 (AKUTAGAWA, 2011, p. 265). Nesta frase pode-se identificar o uso da virgula

que separa uma oração da outra e o significado modifica totalmente, os atributos da

frase que fazem referência ao 玄関 (complemento que representa lugar) são ペンキの

剥げかかった e 狭苦しい, então ペンキの剥げかかった é uma frase com predicação

verbal, e o 狭苦しい seria uma frase com predicação adjetival e quanto a 剥げかかっ

た é a predicação da frase.

A frase (penki no hagekakatta, semagurushii genkan) é mais parecida com a


frase exemplificada no Bunpô Handbook, rouka wo hashitteiru hito , pois genkan tem
função de sujeito, assim como um substantivo modificado, assim como hito também
tem função de sujeito e é modificado pela oração de fora.

No caso do substantivo modificado hito (人), substantivo modificado de dentro:

19
 Relações de caso do tipo da partícula が, poderia ser o caso do exemplo número

1, pois ficaria assim: (rouka wo hashitteiru hito), usando a partícula ga, muda a
estrutura da frase, mas o sentindo continua o mesmo.

 Predicado do substantivo modificado はしる

No caso do substantivo modificado da relação de fora.

Expressa razão; conteúdo; caso de substantivo modificado, sem ter as relações


de casos especiais e predicado da frase do substantivo modificado.
Dentro da obra, há dois casos de expressões modificadas pelo substantivo com o

caso da expressão (~という~), usado quando o substantivo dá ideia de discurso,

pensamento e etc. Geralmente usado com 「意見、噂、考え、訴え、命令」.

君は近頃魔術を使うという評判 ( AKUTAGAWA,
2011, p.272)
(...) Boatos que você usa magia(...) (tradução nossa)
(...) Ouvi dizer que você andapraticando magica estes
dias (...) (tradução do Shintaro Hayashi) (p. 281)

一番狡猾という評判のあるのが、鼻の先で、せせら笑いながら。。。
(AKUTAGAWA, 2011, p.274 – 275)
(...) Fato que há um boato que diz que é mais astuto,
na ponta do nariz, enquanto ria com gozação (...)
(tradução nossa)
(...) ...o mais esperto da turma, disse com uma risada
desdenhosa (...) (tradução do Shintaru Hayashi) (p.283)
Caso número 1 mostra claramente o uso expressando pensamento, pois hyôban
seria a o substantivo modificado pela oração.

Caso número 2 expressa o fato de há boatos, dá ideia de pensamento também e


não discurso.

20
Há um outro de substantivo modificado que tem parecido com a informação

anterior, usando os casos 「の」e 「こと」, que desempenha um papel de “fato”,

parecido com 「という」:

ジンなどという精霊があると思ったのは、もう何百年も
昔のことです。( AKUTAGAWA, 2011, p. 267)

(...)- Acreditava-se que existisse um espirito chamado Jin, mas


isso foi a muito tempo, coisas de cem anos atrás...(...)
(tradução do Shintaru Hayashi) (p. 277)
(...) – A pessoa que achava que tem o espirito que se chamava
Jin e outros é uma coisa de centenas de anos. (...) (tradução
nossa)

Pode-se ver claramente o uso do 「の」para dá ideia de fato, nesse caso dá ideia

do tempo de antigamente. Por tanto pode-se dizer que este keishikimeishi seria um tipo
de substantivo modificado.

Outra oração dentro da obra, na página

また実際ランプの蓋が風を起して廻る中に、黄いろい焔がたっ
た一つ、瞬きもせずにともっているのは、何とも言えず美しい、
不思議な見物だったのです。(AKUTAGAWA, 2011, p. 268)

(...) - Mesmo porque o aspecto da chama amarelada, só ela


perfeitamente estática e imóvel enquanto a lâmpada rodopiava
agitando o ar com o quebra-luz, oferecia um espetáculo indescritível,
ao mesmo tempo belo e misterioso. (...) (tradução do Shintaru
Hayashi(p. 278)
(...) - De novo na verdade durante de acordar e girar o vento da tampa
de lâmpada, uma apenas labareda amarela, uma coisa que está junto
sem piscar, lindo sem dizer nada, era um espetáculo estranho.(...)
(tradução nossa)

Observe que o uso do 「の」mais uma vez se faz presente como uma ‘’coisa”.

Então, uma coisa que é iluminada sem brilhar uma labareta de cor amarela. A ideia aqui
é ter um assunto que não seja limitado e sim que geralmente complementa a partícula

「の」

Tipo de frase 1 – V た/る+Adj い+ S:

21
ペンキの剥げかかった、狭苦しい玄関
(AKUTAGAWA, 2011, p. 265)
(...) - Na pequena e apertada entrada da casa, cuja pintura
acinzentada estava desbotada. ( AKUTAGAWA, 2011, p.
275)
(...) - Um hall de entrada apertado, descartável de cor
acinzentado (Tradução Nossa)

Tabela. 1 Orações subordinadas modificadoras de substantivo

Tipo de Exemplo Tradução Shintarô Tradução Julian


frase Hayashi
Tribuzy

1 – V た/ ペンキの剥げかかった、 Na pequena e Um hall de entrada


apertada entrada da apertado, descartável
る+Adj い 狭苦しい玄関 casa, cuja pintura de cor acinzentado
+S Penki no hagekakatta, acinzentada estava
semagurushii genkan desbotada.
(AKUTAGAWA, 2011, p. (HAYASHI, 2010,
265) p.275)

秘法を学んだ、年の若い Jovem magico Um especialista


eminente, que mágico de idade
魔術の大家 Himitsu wo estudou segredos... jovem, aprendeu uma
mananda, toshi no wakai (HAYASHI, 2010, p. fórmula secreta.
majutsu no taika 275)
(AKUTAGAWA, 2011,p.
265)

印度人マティラム・ミス Uma pequena placa Uma placa de


de porcelana, só ela identificação de
ラと日本字で書いた、こ ainda recente com os cerâmica, escrita em
れだけは新しい、瀬戸物 caracteres japoneses: caracteres japoneses, e
Matiram Misra – só isso que era novo
の標札 Indojin matiramu cidadão indiano.
misura to nihonjin de kaita, (HAYASHI, 2010, p.
koredake wa atarashii, 275)
setomono no hyôsatsu
(AKUTAGAWA, 2011, p.
265)

22
住んでいた、寂しい大森 Aos confins do bairro Uma vizinhança triste
de Ômori onde Misra do bairro Ômori,
の町はずれ Sundeita, vivia. (HAYASHI, morando numa...
sabishii Õmori no machi 2010, p. 275)
hazure
(AKUTAGAWA, 2011, p.
265)

世話をしている、背の低 Uma velhinha Uma velhinha


japonesa miúda, japonesa de estatura
い日本人の御婆さん aparecesse por ela. baixa sobre os
Sewa wo shiteiru, se no (HAYASHI, 2010, cuidados de seu
hikui nihonjin no obaasan (p. 276) Mishra.
(AKUTAGAWA, 2011, p.
265)

2- V+S+S 覚えがある、仏蘭西の新 Uma nova obra em Um romance novo em


francês que havia francês, tendo
しい小説 emprestado a memorias...
Oboe ga aru, Furansu no mishra... (HAYASHI,
atarashii shôsetsu 2010, p. 279)
(AKUTAGAWA, 2011, p.
269)
その玄関のつきあたりに Me conduziu Me guiou para sala do
imediatamente a sala seu Mishra, que ficava
ある、ミラス君の部屋 de Misra, logo à no final desse hall da
Sono genkan no tsuki atari frente. entrada.
ni aru, mirasu no heya (HAYASHI, 2010, p.
(AKUTAGAWA, 2011, p. 276)
266)

魔術など教わった、苦心 De que me valeria Tem um efeito de


tamanho esforço sofrimento, sendo
の甲斐がある Majutsu despendido em ensinado a magia e etc.
nado osowatta, kushin no aprender arte da
gai ga aru mágica, se não
(AKUTAGAWA, 2011, p. aproveitasse essa
277) chance. (HAYASHI,
2010, p. 284-285)

23
計っているカルカッタ生 Um patriota nascido Um patriota nascido
em Calcutá, que em Calcutá, que
れの愛国者 trabalha há muitos trabalha há muitos
Hakatteiru karukatta umare anos pela anos pela
no aikokusha independência da independência
(AKUTAGAWA, 2011, p. Índia (HAYASHI, da Índia.
265) 2010, p. 275)

3- Adj な 色の真っ黒な、眼の大き Um homem de pele Um homem de bigode


escura, olhos grandes macio, olhos grandes
+Adj い い、柔な口髭 Iro no e bigodes macios. de cor preta.
+Adj な+ makkuro na, me no ookii, (HAYASHI, 2010, p.
yawaraka na kuchi higue 276)
S (AKUTAGAWA, 2011, p.
266)

あの森の竹藪にしぶくよ Até a chuva que caia Um som triste de


4- Adj な lá fora tinha chuva torrencial,
+Adj い+S うな、寂しいざんざ降り inexplicavelmente, aparentemente
+S の音 um ruído respingado pelo
Ano mori no takeyabu ni melancólico, como se bambuzal daquela
shibuku youna, sabishii fustigasse os bambus floresta.
zanza buri no oto em Ômori.
(AKUTAGAWA, 2011, p. (HAYASHI,2010, p.
277) 285)

5- V + Adj 竹藪に囲まれた、小さな
な+S Uma pequena casa, A casa ocidental
西洋館 construída em pequena, rodeada de
Takeyabu ni komareta, arquitetura ocidental bambuzal.
chiisa na seiyôkan e rodeada de bambus.
(AKUTAGAWA, 2011,p. (HAYASHI, 2010,
265) p.275)

Eu circulei o olhar Uma sala


光に照らされた、陰気な
pela sala ensombrecida,
部屋 Hikari ni terasareta, ensombrecida, iluminada pela luz...
yôki na heya iluminada pela luz
(AKUTAGAWA, 2011, p. obscura...
266) (HAYASHI, 2010, p.
276)
花模様を織り出した、派
A toalha de mesa, Uma toalha de mesa
手なテーブル掛け Hana verde com estampas cintilante, tecida em
moyô wo oridashita, hade de flores vermelhas... padrão floral
na teeburu kake (HAYASHI, 2010, p.
(AKUTAGAWA, 2011,p. 276)
266)

24
光を浴びた、親切そうな Permaneci com o O seu Mishra
olhar bondoso de aparentemente gentil, e
ミラス君 Hikari wo abita, Misra... (HAYASHI, banhado pela luz.
shinsetsu na 2010, p. 280)
mirasukun(AKUTAGAWA,
2011, p. 271)

6-Adj な 見るから精霊でも出て来 . Em nada se parecia Uma sala do seu


+S+S com aquela casa de Mishra, aparentemente
そうな、ミラス君の部屋 Misra, mais propicia qualquer espirito...
miru kara seiyô demo sob todos os aspectos
detekisô na, mirasu kun no a aparições
heya (AKUTAGAWA, sobrenaturais....
2011 p. 272) (HAYASHI, 2010, p.
280)
7-V+S+ ..De entregar a esse
な+S テーブルの上に積んであ amigo não apenas a Moedas de ouro que
montanha de moedas parecem montanhas,
る、山のような金貨
de ouro como estando empilhadas em
teeburu no ue ni tsunde aru, também a fortuna que cima da mesa...
yama no youna ganhara até aquele
ginka(AKUTAGAWA, momento.
2011, p. 276) (HAYASHI, 2010, p.
284)
8- Adj な
大森の竹藪にしぶくよう Ali, em pleno centro Um som solitário,
+Adj い+S de Tóquio, a chuva aparentemente
な、ものさびしい音
não soava tão respingada pelo
Ômori no takeyabu ni melancólica como bambuzal do
shibuku youna, naquela que fustigara bairro de Ômori.
monosabishii oto os bambus em
(AKUTAGAWA, 2011, p. Omori. (HAYASHI,
271) 2010, p. 280)

O autor da pesquisa ao comparar sua tradução com a de Shintaro Hayashi,


observou que houve erros quanto a tradução, mas erros foram poucos pois ele trocou
palavras por outras ou simplesmente não tinha nenhuma ligação com a frase, muito
poética. Shintaro traduziu a palavra 「森」por bairro Ômori, o que interessante pois,

ele se referiu floresta como bairro de Ômori.


Outra análise de tradução é possível é o uso determinado de frases curtas para
deixar a compreensão ainda mais fácil, mas não concordo com esse tipo de tradução
pois deixa o leitor meio enfadonho.

25
Para o autor da pesquisa levou tempo fazer essa tabela, pois o mesmo teve
dificuldade sem saber quais são as orações que eram modificadoras de substantivos.
Neste Capítulo, foi analisado as orações modificadoras de substantivos e as
dificuldades relacionadas a elas. Foi feita uma definição da mesma e foram dados
exemplos. Foi feita uma tradução comparando com a tradução do Shintaro Hayashi.
Além disso, foi feita uma tabela com todas as possíveis frases encontradas como
orações modificadoras de substantivos e a tradução do Shintaro Hayashi com a tradução
do autor desta pesquisa. Acima foi feita de que classe pertence, trechos da obra em
japonês, rômaji, a tradução do Shintaro Hayashi e a tradução do autor desta pesquisa

26
Capítulo 3- Dificuldades hierárquicas com relação a língua de tratamento

Neste capítulo trata se sobre orações envolvendo linguagem honorifica, será feita
uma definição e uma tabela com frases envolvendo keigo e a tradução do Shintaro
Hayashi e a tradução do autor desta pesquisa. E análise das frases em que grupo se
encaixam e como traduzir esses tipos de frases dentro de contextos diferentes. Então na
tabela haverá o trecho da obra em japonês, tradução do Shintaro Hayashi e a tradução
do autor desta pesquisa.

敬 語 (keigo) em português pode significar uma linguagem de respeito ou

honorífica, trata se de hierarquia social e podem ser classificados como kenjougo,


teineigo, e sonkeigo. Dependendo da hierarquia, os japoneses usam essas três
classificações. As formas de tratamento também se dão pelo aspecto educado de se
comunicar em japonês quando se fala com alguém que você não conhece ou não
convive seja no convívio social e formal.
No texto ao qual está sendo traduzido o autor da pesquisa observara a questão

hierárquica dos personagens da obra, como traduzir o さん, existem diversas formas

senhor, senhora, senhorita, seu, dependendo do contexto da frase, o uso da forma


honorifica também deve ser analisada como exemplo, como traduzir esse tipo de frase?

Tabela. 1 Expressões Honoríficas

Expressão Honorífica Tradução do Shintaro Hayashi Tradução Julian Tribuzy

「ミスラ君は御出でです O senhor Misra se O senhor Misura está?


encontra em casa
か。」
(HAYASHI, 2010, p.
Misura-kun wa oide desu ka. 276 )
(AKUTAGAWA, 2011, p.
265 )

先ほどからあなた様を御 Ele está aguardando a sua Depois de algum tempo


chegada! (HAYASHI, esperei você muito
待ち兼ねでございます。
2010, p. 276 )
Saki hodo kara anata sama
wo omachi kane de
gozaimasu.(AKUTAGAWA,

27
2011,p. 266 )

それともあなたが御望み Se o senhor quiser, posso Ou também se você


desejar, vamos mostrar
なら、もう一つ何か御覧 lhe mostrar algo mais. uma outra coisa
に 入 れ ま し ょ う 。 (HAYASHI, 2010, p. 278)
Soretomo anata ga
onozominara, mô hitotsu
nani ka go ran ni iremashô
(AKUTAGAWA, 2011, p.
268 – 269)
「いや、兼ね兼ね評判は - Realmente, ouvi muitas ...não, olhei a
vezes falarem do senhor, reputação/fama por um
うかがっていましたが、 mas não pensei que sua tempo agora, mas, a magia
あなたのお使いなさる魔 mágica fosse tão que você usa, pensei o
espantosa! mais próximo de verdade
術 が ... Iya, kane kane (HAYASHI, 2010, p. 279) que poderia ser uma coisa
hyôban wa ukagatteimashita tão estranha
ga, anata no otsukai nasaru
majutsu ga
(AKUTAGAWA, 2011, p.
270)
「どうもいろいろ恐れ入 Muito agradecido por Me desculpe muito por
tudo! várias coisas
ります。」 (HAYASHI, 2010, p. 280)
Dômo iroiro osore irimasu.
(AKUTAGAWA, 2011, p.
271)

Na frase 「ミスラさんは御出でですか。」,ミスラ se refere ao personagem

Misra, e さん é um sufixo de polidez para expressar respeito podendo significar Senhor,

Senhora, Senhorita. 御出で é uma expressão honorifica que pode significar “estar”,

“vir” e etc. Na mesma expressão, です é a cópula ou verbo de ligação com o valor de

polidez e o か é a partícula interrogativa.

No texto, pode se observar que a narrador, que utiliza a frase apresentada acima,
atende de forma como se já tivesse conhecido servente do Seu Mishra, e por isso usa
uma forma com mais familiaridade.

Na obra de Akutagawa, existem diversos usos de expressões de polidez, outra


frase que pode-se observar seria:

28
先ほどからあなた様を御待ち兼ねでございます。(AKUTAGAWA, 2011, p. 266)

O autor da pesquisa traduziu a seguinte estrutura “先ほどから” como “desde de

alguns tempos atrás”, onde 先ほど é o modo mais polido de expressar a ideia que algo

aconteceu antes do momento da fala. Existem outras expressões para indicar essa ideia,
mas Akutagawa escolheu esta expressão por se tratar de um discurso com um convidado

aonde devem ser utilizadas expressões mais polidas. A palavra ほど foi inserida nesta

expressão para aumentar o cumprimento e torná-lo mais polida. Akutagawa também

colocou expressão polida “あなた様” indicando “Você”, mas utilizada ao falar com o

convidado ou uma pessoa superior. O autor da pesquisa sentiu dificuldade em

compreender o uso do ほど e o uso do 様 nestas situações e implicitamente na tradução

destas palavras dentro deste contexto.

Esta frase foi dita pelam velha servente do Seu Mishra para o narrador da
história que é seu convidado. O autor da pesquisa acredita que o uso de 様, seria pelo

fato da velhinha o tratar como superior de forma educada, por se tratar de convidado,
pode ser que ele quis usar essa forma de tratamento.
A seguinte sentença “御 待 ち 兼 ね で ご ざ い ま す 。 ”, o autor da pesquisa

traduziu como “ter esperado por um bom tempo”, mas o autor da pesquisa não sabia

desse uso do 兼ね. Embora essa forma 兼ね ter um sentido negativo, mas na tradução

do Shintaro Hayashi ela tem uma informação positiva. Não deixando de ser uma forma
Keigo.

それともあなたが御望みなら、もう一つ何か御覧に入れましょう。Esta

frase pode ao analisa-la, nota-se um sufixo polidez 「お」para mostrar mais respeito

com convidado e como traduzir esta frase. 「御覧に入れましょう」 poderia ser

traduzido como “colocar à vista”, mas soa estranho então Shintaro decidiu não traduzir
ao literalmente mas deixando a entender no sentido de “mostrar”.

29
「いや、兼ね兼ね評判はうかがっていましたが、あなたのお使いなさる

魔術が...」. Neste trecho da obra é um pouco confuso pois dá a impressão que ele está

fazendo uma negação usando いや mas na verdade não está.A tradução para este tipo de

sentença seria ouvi boatos pois 伺う pode significar ouvir, perguntar, visitar e faz parte

da classe de 謙譲語 (Linguagem humilde).

30
Capítulo 4- Dificuldades na tradução de expressões miméticas e idiomáticas

Neste capítulo trata-se sobre particularidades de linguagem, como o uso de


giongo-gitaigo (palavras miméticas) e de expressões idiomáticas. Será feito definição
para essas classes e uma tabela com as onomatopeias encontradas em trechos da obra de
Majutsu, junto com a tradução do Shintaro Hayashi e a tradução do autor desta pesquisa.

4.1 O uso de Giongo / Gitaigo

Segundo o autor Diego da Silva Machado, giongo e gitaigo são onomatopeias


que representam sons, representam emoções e sentimentos6 Mas, há uma distinção entre
os dois, primeiro giongo significa em português “uma palavra que tem um som falso”,
ou seja, um som que pode representar animais, pessoas, já o gitaigo representa sons que
demonstra o estado ou seja o psicológico tendo em vista as emoções, movimentos,
mudanças e fenômenos. De acordo com -Luyten (2001, pag. 6. Apud. Machado, (2015,
pag. 11)7 as palavras que imitam som de animais e humanos por exemplo se encontram
no grupo giseigo. Já as que expressam estado ou condição de seres vivos ou inanimados
se encontram no gitaigo. Ou seja, existem diversos sentidos semânticos diferentes

conforme a classificação em japonês, exemplo: ざあざあ、ぐるぐる e etc. Nesse

grupo podem entrar também mudanças, fenômenos e movimentos.

A seguir uma tabela com gitaigo que foram encontradas no conto Majutsu e suas
traduções, de acordo com Shintaro Hayashi e na tradução realizada pelo autor desta
pesquisa:

Tabela. 4 Expressões Miméticas do uso do Gitaigo

擬態語 Tradução Shintaro Tradução Julian Tribuzy


Hayashi

ずたずた(AKUTAGAWA, E m p e d a ç os.(HAYASHI, Em pedacinhos


2010, p. 276)
2011,p. 266)

にやにや(AKUTAGAWA, Sorriu (HAYASHI, 2010, Dava risadas


p. 277)
2011, p. 267)

6
Machado, 2015, p. 5
7
Luyten, 2001, p. 6

31
びっくり(AKUTAGAWA, Surpreso(HAYASHI, Tomei um susto
2010, p. 277)
2011, p. 267)

よくよく(AKUTAGAWA, Melhor(HAYASHI, 2010, Excessivamente


p. 277)
2011, p.267)

ぐるぐる(AKUTAGAWA, Velozmente(HAYASHI, Dando voltas


2010, p. 277)
2011, p. 268)

ちゃんと(AKUTAGAWA, Girava velozmente sobre Fortemente


si mesma sem sair do
2011, p. 268) lugar, tendo por eixo o
pavio aceso (HAYASHI,
2010, p. 278)
ひやひや(AKUTAGAWA, Mantive em suspenso Sentindo nervoso
(HAYASHI, 2010, p.278)
2011, p. 268)

すっかり(AKUTAGAWA, Por fim me acalmei e me Completamente


deixei absorver pelo
2011, p. 268) movimento da lâmpada
(HAYASHI, 2010, p. 278)
だんだん(AKUTAGAWA, cada vez mais(HAYASHI, Gradativamente
2010, p. 278)
2011, p. 268)

ひらひら(AKUTAGAWA, Aos ares(HAYASHI, Bruxuleante


2010, p. 278)
2011, p. 269)

ふわり(AKUTAGAWA, Em círculos(HAYASHI, Brandamente


2010, p. 279)
2011, p. 269)

さっと(AKUTAGAWA, Mas de repente projetou- Rapidamente


se sobre os meus joelhos,
2011, p. 269) farfalhando as folhas.
(HAYASHI, 2010, p. 279)
じっと(AKUTAGAWA, Neste ponto, Misra fitou Estático
meu rosto e disse, dando a
2011, p. 270) voz uma seriedade
inusitada(HAYASHI,
2010, p. 279)
うっかり(AKUTAGAWA, Eles se entreolharam por um tris
assustados e até recuaram,
2011, p. 272) com receio de serem
queimados caso se
aproximassem
inadvertidamente.

32
(HAYASHI, 2010, p. 281)

ざっと(AKUTAGAWA, Cerca(HAYASHI, 2010, mais ou menos


p. 282)
2011, p. 274)

じろじろ(AKUTAGAWA, alternando o olhar ladino Fixamente


entre meu rosto e as
2011, p. 275) moedas sobre a mesa,
prosseguiu sorrindo,
zombeteiro...(HAYASHI,
2010p. 283)
どんどん(AKUTAGAWA, ....incrivelmente, eu Intensamente
ganhava uma jogada após
2011, p. 276) a outra. (p. 284)

そっと(AKUTAGAWA, Em segredo(HAYASHI, na surdina


2010, p. 285)
2011, p. 277)

にやり(AKUTAGAWA, ...mantendo ainda a Sem tradução


espada nas mãos de modo
2011, p. 277) comportado, lançou-me
um sorriso
arrepiante.(HAYASHI,
2010, p. 285)

A partir dessa tabela pode-se observar que o tradutor Shintaro Hayashi não
traduz palavra por palavra, enquanto o autor da pesquisa traduz para o adverbio em
língua Portuguesa. Isso devido falta de experiência do autor da pesquisa sente
insegurança.

Há três casos que aparecem os giongo, ざあざあ que possivelmente pode se

traduzir como torrencialmente, 恐る恐る pode significar que é uma onatomapeia de

sentir arrepio e どんどん pode ser traduzido como intensamente, um barulho faz

“boom”.
Há certas onomatopeias intraduzíveis pois não fica claro e evidente a tradução,
mas chega próximo da semântica na frase.
Como visto acima, foi analisado algumas onomatopeias presentes na obra
Majutsu, tendo enfoque nas traduções de Shintaro Hayashi, e nas traduções do autor
desta pesquisa. Primeiro, que nas frases não houve uma palavra fixa para cada uma

33
dessas onomatopeias pois ficaria muito vago colocar somente que não tem tradução,
então o autor da pesquisa decidiu por optar a colocar a frase inteira.

4.2 Expressões idiomáticas

Neste Capítulo serão abordadas dificuldades de tradução relacionadas as


expressões idiomáticas focando numa tradução mais adequada para cada contexto, e
além disso, analisar o aspecto semântico da linguagem dos trechos da obra comparando
a tradução do Shintaro Hayashi com a tradução do autor desta pesquisa.

As expressões idiomáticas analisadas são baseadas no procedimento estilístico


da metáfora ou metonímia. Existem dois tipos de metáforas a metáfora que faz parte da
linguagem cotidiana e as metáforas específicos, originais, de Akutagawa. De acordo
com o Dicionário Online de Português , a metáfora é uma figura de linguagem que
estabelece uma transferência do significado de uma palavra para outra, por meio de uma
comparação não explícita: ex. “à paixão queimou-me”; “dou asas à imaginação”, ou seja
uma palavra que substitui outra palavra no certo contexto; dentro da linguagem
cotidiana já existem metáforas bem conhecidas, onde não tem nada de novo, mas não
deixam de ser metáforas, porque as palavras tem afinidade de sentido um com outro e
uma substituição da palavra com maior afinidade por outra com menor afinidade não
passa despercebida. Na linguagem cientifica, palavras são colocadas um ao lado do
outro respeitando o princípio de afinidade, para transmitir o sentido exato e com rapidez.
Por outro lado, na linguagem literal, em romances, ou até em conversação cotidiana
utilizam-se frequentemente substituições para aumentar a visibilidade de um certo
conceito. Porém, devido ao uso frequente, muitas destas metáforas são bem “batidas”,
não trazem novidade e frescor ao texto, porém no caso de uma tradução, observa-se que
um equivalente na língua alvo não terá sempre os mesmos constituintes que a expressão
da língua de origem. Em outras palavras, cada idioma constrói suas metáforas de um
modo diferente, e podem existir casos, especialmente em relação as metáforas, quando a
palavra substituída por outra em um idioma não coincide com seu equivalente na outra
língua.

34
Tabela 4 – Expressões Idiomáticas
Expressão Tradução Shintaro Hayashi Tradução Julian Tribuzy

度胸が据わってしまう Por fim me acalmei e me Assim eu finalmente,


deixei absorver pelo sentei a coragem
Dokyô ga suwatte shimau movimento da lâmpada completamente...
(HAYASHI, 2010, p. 278)
(AKUTAGAWA, 2011, p.
268 )

胆をつぶす Assustei-me no começo, Dentro da primeira eu


pois aquilo podia provocar também esmaguei o
Kimo wo
um incêndio...(HAYASHI, fígado...
tsubusu(AKUTAGAWA, 2010, p. 278 )
2011, p. 268)

胸を躍らす Com o coração Enquanto eu estava


palpitante…(HAYASHI, ansioso...
Mune wo
2010, p. 280)
odorasu(AKUTAGAWA,
2011, p. 271)

拍子 Então, por alguma razão por uma razão desse


inexplicável, a lâmpada
Hyôshi (AKUTAGAWA, tempo...
começou a girar feito pião
2011, p. 268) (HAYASHI, 2010, p. 277)

種も仕掛もないのだから Não uso truques em minha ...porque não há nada de


mágica (HAYASHI, 2010,
(AKUTAGAWA, 2011, p. truque.
p. 281)
272)

No caso de hyôshi pode ser uma metáfora, mas dá ideia de batida, pode até ser
ritmo, a ideia do autor pode ser ou foi usado por estilo por se tratar de uma obra literária.

No caso da expressão 度胸が据わってしまう, analisando essa frase, pode-se

observar que 「度」significa grau, degrau e tempo, outro kanji「胸」 pode significar

peito em português e o verbo diferente de 「座る」, tem um significado de sentar, e

「据わる」pode traduzir como acalmar, ou repousar em um determinado local, o uso é

dificultoso desses dois verbos com kanjis ambos diferentes.


Pode significar “ter nervos de aço”, ou seja, o autor da pesquisa acredita que
pode ser ter coragem, ter disposição e etc.

35
Que o leitor tome nota dessa expressão idiomática que pode até mesmo ser uma
figura de linguagem.

「肝を潰す」tem um significado em parte, um significa fígado e 「潰す」

pode ter um sentido de esmagar, traduzindo para o português poderia ser “esmagar o
fígado”. Ao analisar essa expressão pode ser algo quando você por acaso esta atarefado
ou esta em uma situação difícil ao ponto amassar o fígado.

Definição em japonês: 大いに驚くこと

拍子 pode ter vários significados, é uma base métrica que forma o ritmo da

música, pode ter um significado de batida, ao observar os kanjis, pode perceber que
seria uma “criança que bate palma”. Tem um significado de estilo poético em obras
literárias relacionado com o tempo.

胸を躍らす pode significar peito e fazer dançar, mas o sentido é que faz

palpitar o seu peito, senti um certo um tremor de felicidades.

種 も 仕 掛 も な い の だ か ら pode significar que “a semente não tem feito

nenhum”, mas isso não faz o menor sentido para este tipo de tradução, pois não se deve
nesse caso dizer ao pé da letra. Precisa-se analisar o sentido da frase.
Foi feita uma definição para Giongo e Gitaigo baseado em pesquisas, foi
colocado uma tabela para fazer uma comparação entre a tradução do Shintaro Hayashi
com o a tradução do autor desta pesquisa. Com relação as expressões idiomáticas, foi
feita também uma tabela fazendo uma comparação da tradução do Shintaro Hayashi
com a tradução do autor da pesquisa, abordando as expressões em seus aspectos
linguísticos e semânticos.

36
5. Considerações Finais

De acordo com o texto acima, pode se dizer que tradução é uma comunicação
que se dá pelo aspecto cultural e informativo em outra língua, tendo que vasculhar a
fundo informações sobre como traduzir determinado texto, não há tradução perfeita, o
que há é uma tradução quase perfeita.
Os autores aqui utilizados nessa pesquisa foram para provar que toda tradução
precisa de uma análise retórica e coerente, além disso não perdendo o sentido do
aspecto semântico da tradução.
As orações modificadoras de substantivos no conto Majutsu acompanha
substantivos mas ficam isoladas por conta das virgulas e da inserção de mais um
elemento geralmente um adjetivo o que dificulta a compreensão e a tradução. O autor
Iori Isao buscou outros tipos de modificadores de substantivos que exercem essas
funções. O autor da pesquisa fará o uso de todo Capítulo, mas só explicará as funções
existentes na obra.
Os sufixos de polidez e algumas expressões polidas são difíceis de traduzir não

sabendo se pertencem ao registro polido ou familiar (さん: Senhor, Seu).

As expressões idiomáticas nem sempre tem um equivalente em português


utilizando as mesmas palavras e traduzir literalmente pode levar uma tradução errônea.
Gitaigo e Giongo, ambos são onomatopeias, mas exercem um papel diferente na
frase, uma exerce o som de animais, pessoas, quanto outra exerce sentido de fenômenos,
emoções e movimentos e etc. E quanto a tradução, são difíceis de traduzir porque ás
vezes não há uma palavra exata em português, e precisa parafrasear, mas por falta de
experiência são traduzidos como advérbios erroneamente.
Por fim, como foi estudar na faculdade sabendo que não haveria se quer
tradução na sua grande curricular, foi frustrante saber que isso seria uma realidade pois
a informação para traduzir para o português seria insuficiente. Acredita-se que muitos
estudantes tem a uma certa mentalidade de que o aluno aprenderá sobre o idioma
japonês, mas estas expectativas não foram cumpridas, e até desmotiva o estudante de
japonês a continuar um trabalho que levou tempo para produzir e montar.
Mas, o esforço valeu a pena pois durante toda essa jornada, o autor da pesquisa
percebeu que toda tradução não é perfeita, pois sempre vai ficar faltando conhecimentos
avançados por parte do tradutor.

37
Referências bibliográficas:

AKUTAGAWA, Ryûnosuke. Yondeokitai Besuto Shû! Tóquio: Editora Takara Jima


Sha. Ano 2011.

AKUTAGAWA, Ryûnosuke. A Mágica. Em Kappa e o levante imaginário. (Trad.


Shintaro Hayashi). São Paulo: Estação Liberdade, 2010.

ARROJO, Rosemary. Oficina de tradução – A teoria na prática. São Paulo: Editora


Ática, 1986.

BERNADES, Ítalo Silva. A ESTÉTICA DO TEMPO VERBAL EM RASHŌMON


RELAÇÕES ENTRE A ESTILÍSTICA E A ESTRUTURAÇÃO DA LÍNGUA
JAPONESA. Brasília: 2016.

BRITTO, Paulo Henriques. A tradução literária. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira,


2012.

CAMPOS, Geir. O que é tradução. (2. Ed.) São Paulo: Editora Brasiliense, 2004.

CUNHA, Andrei. O Japão em Tradução Rio de Janeiro: Textos Brasileiros., 2015.

Dicionário Didático de Língua Portuguesa: Ensino Fundamental 1- São Paulo:


Editora SM Ltda, 2011.

ECO, Umberto. Obra Aberta - Formas e indeterminação nas poéticas


contemporâneas. São Paulo: Editora Perspectiva, 1971.

IORI, Isao.Chûjôkyû wo Oshieru Hito no Tame no Nihongo Bumpô Handbook-


Chûkyû. Tóquio: Ed. Surietto nettowaku. Ano 2001

MILTON, John. Tradução Teoria e Prática. 3º edição. São Paulo: Ed. São Paulo 2010.

MORAES, Silvia Maria Bahia. Dissertação de Mestrado: Tradução transculturação:


a Amazônia de Elizabeth Bishop, Rio de Janeiro, 2010.

NOMURA, Masa. Linguagem funcional e literatura: presença do cotidiano no texto


literário. 1º. Ed. São Paulo: Ed. São Paulo 1993.

SHINMURA, Izuru. Kôjien. (5. Ed.) Editora: Iwanami shôten. Tóquio, 1998

WAKISAKA, Katsunori. Dicionário Prático Japonês – Português. Editora:


Michaellis. São Paulo: Aliança Cultural Brasil-Japão, 2003.

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Anexos:

Anexo 1 TEXTO ORIGINAL


AKUTAGAWA, Ryûnosuke. Yondeokitai Besuto Shû! Tóquio: Editora Takara Jima
Sha. Ano 2011.

魔術

芥川龍之介

ある時雨の降る晩のことです。私を乗せた人力車は、何度も大森界隈の険
しい坂を上ったり下りたりして、やっと竹藪に囲まれた、小さな西洋館の前に
梶棒を下しました。もう鼠色のペンキの剥げかかった、狭苦しい玄関には、車
夫の出した提灯の明りで見ると、印度人マティラム・ミスラと日本字で書いた、
これだけは新しい、瀬戸物の標札がかかっています。

マティラム・ミスラ君と云えば、もう皆さんの中にも、御存じの方が少くな
いかも知れません。ミスラ君は永年印度の独立を計っているカルカッタ生れの
愛国者で、同時にまたハッサン・カンという名高い婆羅門の秘法を学んだ、年
の若い魔術の大家なのです。私はちょうど一月ばかり以前から、ある友人の紹
介でミスラ君と交際していましたが、政治経済の問題などはいろいろ議論した
ことがあっても、肝腎の魔術を使う時には、まだ一度も居合せたことがありま
せん。そこで今夜は前以て、魔術を使って見せてくれるように、手紙で頼んで
置いてから、当時ミスラ君の住んでいた、寂しい大森の町はずれまで、人力車
を急がせて来たのです。

私は雨に濡れながら、覚束ない車夫の提灯の明りを便りにその標札の下にあ
る呼鈴の釦を押しました。すると間もなく戸が開いて、玄関へ顔を出したのは、
ミスラ君の世話をしている、背の低い日本人の御婆さんです。

「ミスラ君は御出でですか。」

「いらっしゃいます。先ほどからあなた様を御待ち兼ねでございました。」

御婆さんは愛想よくこう言いながら、すぐその玄関のつきあたりにある、ミ
スラ君の部屋へ私を案内しました。

39
「今晩は、雨の降るのによく御出ででした。」

色のまっ黒な、眼の大きい、柔な口髭のあるミスラ君は、テエブルの上にあ
る石油ランプの心を撚りながら、元気よく私に挨拶しました。

「いや、あなたの魔術さえ拝見出来れば、雨くらいは何ともありません。」

私は椅子に腰かけてから、うす暗い石油ランプの光に照された、陰気な部屋
の中を見廻しました。

ミスラ君の部屋は質素な西洋間で、まん中にテエブルが一つ、壁側に手ごろ
な書棚が一つ、それから窓の前に机が一つ――ほかにはただ我々の腰をかける、
椅子が並んでいるだけです。しかもその椅子や机が、みんな古ぼけた物ばかり
で、縁へ赤く花模様を織り出した、派手なテエブル掛でさえ、今にもずたずた
に裂けるかと思うほど、糸目が露になっていました。

私たちは挨拶をすませてから、しばらくは外の竹藪に降る雨の音を聞くとも
なく聞いていましたが、やがてまたあの召使いの御婆さんが、紅茶の道具を持
ってはいって来ると、ミスラ君は葉巻の箱の蓋を開けて、

「どうです。一本。」と勧めてくれました。

「難有う。」

私は遠慮なく葉巻を一本取って、燐寸の火をうつしながら、

「確かあなたの御使いになる精霊は、ジンとかいう名前でしたね。するとこれ
から私が拝見する魔術と言うのも、そのジンの力を借りてなさるのですか。」

ミスラ君は自分も葉巻へ火をつけると、にやにや笑いながら、※(「均のつく
り」、第 3 水準 1-14-75)の好い煙を吐いて、

「ジンなどという精霊があると思ったのは、もう何百年も昔のことです。アラ
ビヤ夜話の時代のこととでも言いましょうか。私がハッサン・カンから学んだ
魔術は、あなたでも使おうと思えば使えますよ。高が進歩した催眠術に過ぎな
いのですから。――御覧なさい。この手をただ、こうしさえすれば好いので
す。」

40
ミスラ君は手を挙げて、二三度私の眼の前へ三角形のようなものを描きまし
たが、やがてその手をテエブルの上へやると、縁へ赤く織り出した模様の花を
つまみ上げました。私はびっくりして、思わず椅子をずりよせながら、よくよ
くその花を眺めましたが、確かにそれは今の今まで、テエブル掛の中にあった
花模様の一つに違いありません。が、ミスラ君がその花を私の鼻の先へ持って
来ると、ちょうど麝香か何かのように重苦しい※(「均のつくり」、第 3 水準
1-14-75)さえするのです。私はあまりの不思議さに、何度も感嘆の声を洩しま
すと、ミスラ君はやはり微笑したまま、また無造作にその花をテエブル掛の上
へ落しました。勿論落すともとの通り花は織り出した模様になって、つまみ上
げること所か、花びら一つ自由には動かせなくなってしまうのです。「どうで
す。訳はないでしょう。今度は、このランプを御覧なさい。」

ミスラ君はこう言いながら、ちょいとテエブルの上のランプを置き直しまし
たが、その拍子にどういう訳か、ランプはまるで独楽のように、ぐるぐる廻り
始めました。それもちゃんと一所に止ったまま、ホヤを心棒のようにして、勢
いよく廻り始めたのです。初の内は私も胆をつぶして、万一火事にでもなって
は大変だと、何度もひやひやしましたが、ミスラ君は静に紅茶を飲みながら、
一向騒ぐ容子もありません。そこで私もしまいには、すっかり度胸が据ってし
まって、だんだん早くなるランプの運動を、眼も離さず眺めていました。

また実際ランプの蓋が風を起して廻る中に、黄いろい焔がたった一つ、瞬き
もせずにともっているのは、何とも言えず美しい、不思議な見物だったのです。
が、その内にランプの廻るのが、いよいよ速になって行って、とうとう廻って
いるとは見えないほど、澄み渡ったと思いますと、いつの間にか、前のように
ホヤ一つ歪んだ気色もなく、テエブルの上に据っていました。

「驚きましたか。こんなことはほんの子供瞞しですよ。それともあなたが御望
みなら、もう一つ何か御覧に入れましょう。」

ミスラ君は後を振返って、壁側の書棚を眺めましたが、やがてその方へ手を
さし伸ばして、招くように指を動かすと、今度は書棚に並んでいた書物が一冊
ずつ動き出して、自然にテエブルの上まで飛んで来ました。そのまた飛び方が
両方へ表紙を開いて、夏の夕方に飛び交う蝙蝠のように、ひらひらと宙へ舞上
るのです。私は葉巻を口へ啣えたまま、呆気にとられて見ていましたが、書物

41
はうす暗いランプの光の中に何冊も自由に飛び廻って、一々行儀よくテエブル
の上へピラミッド形に積み上りました。しかも残らずこちらへ移ってしまった
と思うと、すぐに最初来たのから動き出して、もとの書棚へ順々に飛び還って
行くじゃありませんか。

が、中でも一番面白かったのは、うすい仮綴じの書物が一冊、やはり翼のよ
うに表紙を開いて、ふわりと空へ上りましたが、しばらくテエブルの上で輪を
描いてから、急に頁をざわつかせると、逆落しに私の膝へさっと下りて来たこ
とです。どうしたのかと思って手にとって見ると、これは私が一週間ばかり前
にミスラ君へ貸した覚えがある、仏蘭西の新しい小説でした。

「永々御本を難有う。」

ミスラ君はまだ微笑を含んだ声で、こう私に礼を言いました。勿論その時は
もう多くの書物が、みんなテエブルの上から書棚の中へ舞い戻ってしまってい
たのです。私は夢からさめたような心もちで、暫時は挨拶さえ出来ませんでし
たが、その内にさっきミスラ君の言った、「私の魔術などというものは、あな
たでも使おうと思えば使えるのです。」という言葉を思い出しましたから、

「いや、兼ね兼ね評判はうかがっていましたが、あなたのお使いなさる魔術が、
これほど不思議なものだろうとは、実際、思いもよりませんでした。ところで
私のような人間にも、使って使えないことのないと言うのは、御冗談ではない
のですか。」

「使えますとも。誰にでも造作なく使えます。ただ――」と言いかけてミスラ
君はじっと私の顔を眺めながら、いつになく真面目な口調になって、

「ただ、欲のある人間には使えません。ハッサン・カンの魔術を習おうと思っ
たら、まず欲を捨てることです。あなたにはそれが出来ますか。」

「出来るつもりです。」

私はこう答えましたが、何となく不安な気もしたので、すぐにまた後から言
葉を添えました。

「魔術さえ教えて頂ければ。」

42
それでもミスラ君は疑わしそうな眼つきを見せましたが、さすがにこの上念
を押すのは無躾だとでも思ったのでしょう。やがて大様に頷きながら、

「では教えて上げましょう。が、いくら造作なく使えると言っても、習うのに
は暇もかかりますから、今夜は私の所へ御泊りなさい。」

「どうもいろいろ恐れ入ります。」

私は魔術を教えて貰う嬉しさに、何度もミスラ君へ御礼を言いました。が、
ミスラ君はそんなことに頓着する気色もなく、静に椅子から立上ると、

「御婆サン。御婆サン。今夜ハ御客様ガ御泊リニナルカラ、寝床ノ仕度ヲシテ
置イテオクレ。」

私は胸を躍らしながら、葉巻の灰をはたくのも忘れて、まともに石油ランプ
の光を浴びた、親切そうなミスラ君の顔を思わずじっと見上げました。

× × ×

私がミスラ君に魔術を教わってから、一月ばかりたった後のことです。これ
もやはりざあざあ雨の降る晩でしたが、私は銀座のある倶楽部の一室で、五六
人の友人と、暖炉の前へ陣取りながら、気軽な雑談に耽っていました。

何しろここは東京の中心ですから、窓の外に降る雨脚も、しっきりなく往来
する自働車や馬車の屋根を濡らすせいか、あの、大森の竹藪にしぶくような、
ものさびしい音は聞えません。

勿論窓の内の陽気なことも、明い電燈の光と言い、大きなモロッコ皮の椅子
と言い、あるいはまた滑かに光っている寄木細工の床と言い、見るから精霊で
も出て来そうな、ミスラ君の部屋などとは、まるで比べものにはならないので
す。

私たちは葉巻の煙の中に、しばらくは猟の話だの競馬の話だのをしていまし
たが、その内に一人の友人が、吸いさしの葉巻を暖炉の中に抛りこんで、私の
方へ振り向きながら、

43
「君は近頃魔術を使うという評判だが、どうだい。今夜は一つ僕たちの前で使
って見せてくれないか。」

「好いとも。」

私は椅子の背に頭を靠せたまま、さも魔術の名人らしく、横柄にこう答えま
した。

「じゃ、何でも君に一任するから、世間の手品師などには出来そうもない、不
思議な術を使って見せてくれ給え。」

友人たちは皆賛成だと見えて、てんでに椅子をすり寄せながら、促すように
私の方を眺めました。そこで私は徐に立ち上って、

「よく見ていてくれ給えよ。僕の使う魔術には、種も仕掛もないのだから。」

私はこう言いながら、両手のカフスをまくり上げて、暖炉の中に燃え盛って
いる石炭を、無造作に掌の上へすくい上げました。私を囲んでいた友人たちは、
これだけでも、もう荒胆を挫がれたのでしょう。皆顔を見合せながらうっかり
側へ寄って火傷でもしては大変だと、気味悪るそうにしりごみさえし始めるの
です。

そこで私の方はいよいよ落着き払って、その掌の上の石炭の火を、しばらく
一同の眼の前へつきつけてから、今度はそれを勢いよく寄木細工の床へ撒き散
らしました。その途端です、窓の外に降る雨の音を圧して、もう一つ変った雨
の音が俄に床の上から起ったのは。と言うのはまっ赤な石炭の火が、私の掌を
離れると同時に、無数の美しい金貨になって、雨のように床の上へこぼれ飛ん
だからなのです。

友人たちは皆夢でも見ているように、茫然と喝采するのさえも忘れていまし
た。

「まずちょいとこんなものさ。」

私は得意の微笑を浮べながら、静にまた元の椅子に腰を下しました。

「こりゃ皆ほんとうの金貨かい。」

44
呆気にとられていた友人の一人が、ようやくこう私に尋ねたのは、それから
五分ばかりたった後のことです。

「ほんとうの金貨さ。嘘だと思ったら、手にとって見給え。」

「まさか火傷をするようなことはあるまいね。」

友人の一人は恐る恐る、床の上の金貨を手にとって見ましたが、

「成程こりゃほんとうの金貨だ。おい、給仕、箒と塵取りとを持って来て、こ
れを皆掃き集めてくれ。」

給仕はすぐに言いつけられた通り、床の上の金貨を掃き集めて、堆く側のテ
エブルへ盛り上げました。友人たちは皆そのテエブルのまわりを囲みながら、

「ざっと二十万円くらいはありそうだね。」

「いや、もっとありそうだ。華奢なテエブルだった日には、つぶれてしまうく
らいあるじゃないか。」

「何しろ大した魔術を習ったものだ。石炭の火がすぐに金貨になるのだから。」

「これじゃ一週間とたたない内に、岩崎や三井にも負けないような金満家にな
ってしまうだろう。」などと、口々に私の魔術を褒めそやしました。が、私は
やはり椅子によりかかったまま、悠然と葉巻の煙を吐いて、

「いや、僕の魔術というやつは、一旦欲心を起したら、二度と使うことが出来
ないのだ。だからこの金貨にしても、君たちが見てしまった上は、すぐにまた
元の暖炉の中へ抛りこんでしまおうと思っている。」

友人たちは私の言葉を聞くと、言い合せたように、反対し始めました。これ
だけの大金を元の石炭にしてしまうのは、もったいない話だと言うのです。が、
私はミスラ君に約束した手前もありますから、どうしても暖炉に抛りこむと、
剛情に友人たちと争いました。すると、その友人たちの中でも、一番狡猾だと
いう評判のあるのが、鼻の先で、せせら笑いながら、

「君はこの金貨を元の石炭にしようと言う。僕たちはまたしたくないと言う。
それじゃいつまでたった所で、議論が干ないのは当り前だろう。そこで僕が思
うには、この金貨を元手にして、君が僕たちと骨牌をするのだ。そうしてもし

45
君が勝ったなら、石炭にするとも何にするとも、自由に君が始末するが好い。
が、もし僕たちが勝ったなら、金貨のまま僕たちへ渡し給え。そうすれば御互
の申し分も立って、至極満足だろうじゃないか。」

それでも私はまだ首を振って、容易にその申し出しに賛成しようとはしませ
んでした。所がその友人は、いよいよ嘲るような笑を浮べながら、私とテエブ
ルの上の金貨とを狡るそうにじろじろ見比べて、

「君が僕たちと骨牌をしないのは、つまりその金貨を僕たちに取られたくない
と思うからだろう。それなら魔術を使うために、欲心を捨てたとか何とかいう、
折角の君の決心も怪しくなってくる訳じゃないか。」

「いや、何も僕は、この金貨が惜しいから石炭にするのじゃない。」

「それなら骨牌をやり給えな。」

何度もこういう押問答を繰返した後で、とうとう私はその友人の言葉通り、
テエブルの上の金貨を元手に、どうしても骨牌を闘わせなければならない羽目
に立ち至りました。勿論友人たちは皆大喜びで、すぐにトランプを一組取り寄
せると、部屋の片隅にある骨牌机を囲みながら、まだためらい勝ちな私を早く
早くと急き立てるのです。

ですから私も仕方がなく、しばらくの間は友人たちを相手に、嫌々骨牌をし
ていました。が、どういうものか、その夜に限って、ふだんは格別骨牌上手で
もない私が、嘘のようにどんどん勝つのです。するとまた妙なもので、始は気
のりもしなかったのが、だんだん面白くなり始めて、ものの十分とたたない内
に、いつか私は一切を忘れて、熱心に骨牌を引き始めました。

友人たちは、元より私から、あの金貨を残らず捲き上げるつもりで、わざわ
ざ骨牌を始めたのですから、こうなると皆あせりにあせって、ほとんど血相さ
え変るかと思うほど、夢中になって勝負を争い出しました。が、いくら友人た
ちが躍起となっても、私は一度も負けないばかりか、とうとうしまいには、あ
の金貨とほぼ同じほどの金高だけ、私の方が勝ってしまったじゃありませんか。
するとさっきの人の悪い友人が、まるで、気違いのような勢いで、私の前に、
札をつきつけながら、

46
「さあ、引き給え。僕は僕の財産をすっかり賭ける。地面も、家作も、馬も、
自働車も、一つ残らず賭けてしまう。その代り君はあの金貨のほかに、今まで
君が勝った金をことごとく賭けるのだ。さあ、引き給え。」

私はこの刹那に欲が出ました。テエブルの上に積んである、山のような金貨
ばかりか、折角私が勝った金さえ、今度運悪く負けたが最後、皆相手の友人に
取られてしまわなければなりません。のみならずこの勝負に勝ちさえすれば、
私は向うの全財産を一度に手へ入れることが出来るのです。こんな時に使わな
ければどこに魔術などを教わった、苦心の甲斐があるのでしょう。そう思うと
私は矢も楯もたまらなくなって、そっと魔術を使いながら、決闘でもするよう
な勢いで、

「よろしい。まず君から引き給え。」

「九。」

「王様。」

私は勝ち誇った声を挙げながら、まっ蒼になった相手の眼の前へ、引き当て
た札を出して見せました。すると不思議にもその骨牌の王様が、まるで魂がは
いったように、冠をかぶった頭を擡げて、ひょいと札の外へ体を出すと、行儀
よく剣を持ったまま、にやりと気味の悪い微笑を浮べて、

「御婆サン。御婆サン。御客様ハ御帰リニナルソウダカラ、寝床ノ仕度ハシナ
クテモ好イヨ。」

と、聞き覚えのある声で言うのです。と思うと、どういう訳か、窓の外に降
る雨脚までが、急にまたあの大森の竹藪にしぶくような、寂しいざんざ降りの
音を立て始めました。

ふと気がついてあたりを見廻すと、私はまだうす暗い石油ランプの光を浴び
ながら、まるであの骨牌の王様のような微笑を浮べているミスラ君と、向い合
って坐っていたのです。

私が指の間に挟んだ葉巻の灰さえ、やはり落ちずにたまっている所を見ても、
私が一月ばかりたったと思ったのは、ほんの二三分の間に見た、夢だったのに
違いありません。けれどもその二三分の短い間に、私がハッサン・カンの魔術
の秘法を習う資格のない人間だということは、私自身にもミスラ君にも、明か

47
になってしまったのです。私は恥しそうに頭を下げたまま、しばらくは口もき
けませんでした。

「私の魔術を使おうと思ったら、まず欲を捨てなければなりません。あなたは
それだけの修業が出来ていないのです。」

ミスラ君は気の毒そうな眼つきをしながら、縁へ赤く花模様を織り出したテ
エブル掛の上に肘をついて、静にこう私をたしなめました。

48
Anexo 2 TRADUÇÂO POR SHINTARO HAYASHI

AKUTAGAWA, Ryûnosuke. A Mágica. Em Kappa e o levante imaginário.


(Trad. Shintaro Hayashi). São Paulo: Estação Liberdade, 2010. (Redigitado pelo autor
desta pesquisa).

MAJUTSU (1920)

Isto aconteceu numa noite de garoa. O riquixá que me levava subiu e


desceu pelas inúmeras ladeiras íngremes existentes no bairro de Omori e
finalmente baixou os varais diante de uma pequena casa, construída em
arquitetura ocidental e rodeada de bambus. Na pequena e apertada entrada da
casa, cuja pintura acinzentada estava desbotada estava desbotada, pude notar à
luz da lanterna estendida pelo condutor do riquixá uma pequena placa de
porcelana, só ela ainda recente, com os caracteres japoneses: “Matiram Misra –
cidadão indiano”.
Acredito que não pouco de vocês já conheçam o senhor Matiram Misra. Ele
é um patriota nascido em Calcutá, que trabalha há muitos anos pela
independência da Índia. É também um jovem mágico eminente, que estudou os
segredos do Bramanismo com o famoso Hassam Khan. Eu havia sido
apresentado a Misra por um amigo em mês antes e desde então mantinha
relações amistosas com ele. Sempre discutíamos assuntos de natureza política e
econômica, mas nunca tive a oportunidade de vê-lo praticar sua mágica. Por isso,
eu já havia solicitado por carta que me fizesse esse favor naquela noite, antes de
tomar o riquixá e correr aos confins do bairro de Omori onde Misra vivia.
Molhado pela garoa, pressionei a campainha que descobri embaixo do
letreiro, à luz vacilante da lanterna do condutor. Não tardou muito para que a
porta se abrisse e a empregada de Misra, uma velhinha japonesa miúda,
aparecesse por ela.
- O senhor Misra se encontra em casa?
- Oh, sim senhor! Ele está aguardando a sua chegada! – respondeu de maneira
amável a velhinha, e me conduziu imediatamente à sala de Misra, logo à frente.
- Quanta gentileza, vir até aqui numa noite chuvosa como esta!
Misra, um homem de pele escura, olhos grandes e bigodes macios, recebeu-
me animado enquanto torcia o pavio da lâmpada de querosene sobre a mesa.
- Se for para assistir à sua arte mágica, a chuva não é obstáculo.
Tomando assento em uma cadeira, eu circulei o olhar pela sala ensombrecida,
iluminada pela luz obscura da lâmpada de querosene.
49
A sala, mobiliada em estilo ocidental, era modesta: uma mesa por centro,
uma estante de tamanho conveniente encostada à parede e outra mesa defronte à
janela – nada mais afora isso, a não ser as cadeiras que ocupávamos. Tanto as
mesas como as cadeiras estavam velhas e usadas. A toalha de mesa, verde com
estampas de flores vermelhas, estava tão puída que parecia prestes a rasgar-se
em pedaços.
Trocados os cumprimentos, permanecemos durante algum tempo em
silêncio, ouvindo distraidamente o ruído da chuva sobre os bambus. Então, a
criada idosa entrou trazendo um serviço de chá preto. Misra abriu a caixa de
charutos e perguntou:
- Posso lhe oferecer um?
- Muito obrigado – respondi e, apanhando um deles, o acendi.
- O espiríto que o senhor emprega em sua magia se chama Jin, não é? A
magia que vou presenciar também usará a força desse espírito?
Misra também acendeu seu charuto e sorriu soltando a fumaça perfumada.
- Acreditava-se que existisse um espírito chamado Jin, mas isso foi há muito
tempo, coisa de cem anos atrás, na época dos contos árabes das mil e umas
noites, digamos. A mágica que aprendi de Hassan Khan não é isso, até o senhor
pode praticá-la se assim desejar. Ela não passa de hipnotismo avançado. Veja,
basta fazer apenas isto com a mão.
Misra levantou a mão e descreveu como ela, duas ou três vezes, algumas
linhas que me pareceram triângulos. Logo depois, colocou a mão sobre a mesa e
ergueu entre os dedos uma das flores, que estava até aquele momento estampada
no pano. Mas quando Misra e pôs diante do meu nariz, ela tinha até perfume: um
odor almiscarado e forte. Maravilhado, soltei diversos gritos de espanto. Misra,
ainda sorrindo, deixou a flor cair sobre a mesa. Imediatamente ela voltou a ser
uma estampa tecida no pano. Não havia mais como apanhá-la ou mover uma só
de suas pétalas.
- Simples, não é mesmo? E agora veja esta lâmpada. Dizendo isso, Misra
mudou um pouco a posição da lâmpada sobre a mesa. Então, por alguma razão
inexplicável, a lâmpada começou a girar feito pião. Girava velozmente sobre si
mesma sem sair do lugar, tendo por eixo o pavio aceso. Assustei-me no começo,
pois aquilo podia provocar um incêndio, e me mantive em suspense o tempo
todo. Mas Misra tomava calmamente o chá sem demonstrar preocupação alguma.
Por fim me acalmei e me deixei absorver pelo movimento da lâmpada, que
girava cada vez mais veloz.
Mesmo porque o aspecto da chama amarelada, só ela perfeitamente estática e
imóvel enquanto a lâmpada rodopiava agitando o ar com o quebra-luz, oferecia
um espetáculo indescritível, ao mesmo tempo belo e misterioso. Enquanto isso, a
lâmpada girava com velocidade cada vez maior, tanto que por fim se giro era
quase imperceptível. Então, de repente, lá estava ela estática novamente sobre a
mesa, sem sequer balançar a chama.

50
- Surpreso? Tudo isso é apenas um truque infantil. Se o senhor quiser, posso lhe
mostrar algo mais.
Misra voltou-se para a estante às suas costas, estendeu a mão em direção a ela
e fez um sinal com o dedo, como se chamasse os livros que se achavam
enfileirados nas prateleiras. Eles então saíram voando de lá, um por um, para vir
pousar naturalmente em cima da mesa. Com as capas estendidas para ambos os
lados, eles subiam aos ares e esvoaçavam como morcegos em tardes de verão.
Estupefato, eu observava com o charuto na boca enquanto os livros voavam com
liberdade na semiobscuridade da luz da lâmpada e pousavam educadamente
sobre a mesa, empilhados em forma de pirâmide. E após terem vindo todos eles
da estante para a mesa, não é que começavam agora a voar de volta a estante?
O mais interessante, entretanto, foi o que fez um livro fino, precariamente
encadernado: como os outros, ele levantou voo batendo as capas como se fossem
asas e permaneceu certo tempo voando em círculos sobre a mesa, mas de repente
projetou-se sobre os meus joelhos, farfalhando as folhas. Curioso, apanhei-o, e
vi que se tratava de uma nova obra em francês que havia emprestado a Misra
uma semana antes.
- Obrigado por me haver emprestado o livro por tanto tempo! – Obrigado por
me haver emprestado o livro por tanto tempo! – agradeceu Misra, divertido. A
essa altura, todos os outros livros já estavam, é claro, de volta à estante. Atônito,
como se houvesse despertado naquele momento de um sonho, perdi por alguns
instantes a fala, e nem pude responder a seu agradecimento. Entretanto, recordei-
me de que Misra dissera que até eu poderia, se quisesse, aprender os segredos de
sua mágica.
- Realmente, ouvi muitas vezes falarem do senhor, mas não pensei que sua
mágica fosse tão espantosa! O senhor me disse que até eu, se quisesse, poderia
praticá-la. Não teria sido brincadeira?
- Mas claro que pode! Qualquer pessoa pode, e com facilidade! Apenas...-
Neste ponto, Misra fitou meu rosto e disse, dando a voz uma seriedade inusitada:
- ...os gananciosos não podem. Aqueles que se propõem a aprender a mágica de
Hassam Khan devem, antes de tudo, deixar a ganância. O senhor seria capaz
disso?
- Creio que sim – respondi, mas acrescentei, por me sentir um pouco inseguro:
- Desde que o senhor me ensina sua mágica...
Misra me observou por algum tempo com dúvida no olhar, mas depois, por
certo julgando ser indelicado questionar-me mais, inclinou generosamente a
cabeça em sinal de concordância.
- Pois bem, então vou lhe ensinar. Mas, por mais simples que seja, isso leva
algum tempo. Por isso, peço-lhe que passe a noite nesta casa.
- Muito agradecido por tudo!

51
Expressei meus agradecimentos diversas vezes a Misra, feliz como estava
aprender mágica. Mas Misra, despreocupado, levantou-se da cadeira.
- Senhora! Senhora! Nosso visitante pousará hoje em nossa casa. Prepare seu
leito, por favor!
Com o coração palpitante, permanecei com o olhar preso no rosto bondoso de
Misra, esquecido até de bater a cinza do charuto.
Cerca de um mês depois de ter aprendido a arte da mágica com o senhor Misra,
eu estava reunido com um grupo de cinco ou seis amigos em uma sala de um clube em
Ginza, numa noite também chuvosa. Estávamos ao redor de uma lareira e
conversávamos sobre trivialidades.
Ali, em pleno centro de Tóquio, a chuva não soava tão melancólica como
aquela fustigara os bambus em Omori, quem sabe porque ao cair molhasse os tetos de
carruagens e automóveis cujo tráfego era intenso.
E também, a sala onde nos encontrávamos – alegre, bem iluminada por
lâmpadas elétricas, provida de cadeiras confortáveis revestidas de couro marroquino,
assoalhada com lustrosos tacos de madeira finamente ajustados – em nada se parecia
com aquela da casa de Misra, mais propícia, sob todos os aspectos, a aparições
sobrenaturais.
Em meio a baforadas de charuto, conversávamos sobre caçadas e corridas de cavalo
quando um de meus amigos voltou-se para mim e disse, lançando ao fogo da lareira o
toco do charuto que fumava:
- Ouvi dizer que você anda praticando mágica estes dias. Não quer mostrá-la esta
noite para nós? O que nos diz? – Com prazer! – respondi, mantendo-me sentado com a
cabeça apoiada no encosto da cadeira, com a arrogância de um mestre.
- Muito bem. Escolha então a seu critério algo sobrenatural, que os prestigiadores
comuns não possam realizar.
Os outros pareciam concordar, pois arrastaram suas cadeiras e se aproximaram,
fitando-me com expectativa nos olhos. Eu me levantei vagarosamente.
- Observem então com bastante atenção. Não uso truques em minha mágica.
Enquanto respondia, tirei as abotoaduras, arregacei as mangas da camisa, apanhei
casualmente alguns carvões em brasa que ardiam na lareira e os coloquei sobre a palma
da mão. Só isso bastou para impressionar os companheiros ao meu redor. Eles se
entreolharam assustados e até recuaram, com receio de serem queimados caso se
aproximassem inadvertidamente.
Cada vez mais calmo, levei os carvões em brasa que tinha sobre a palma da mão até
diante de seus olhos para depois esparramá-los de súbito sobre o piso de tacos. Nesse
instante, ergueu-se do piso da sala o ruído de outra chuva, que abafou o que entrava pela
janela. Acontecia que os rubros pedaços de carvão assim que saíam de minhas mãos se
transformavam em inúmeras e belas moedas de ouro e despencavam e chuva sobre o
assoalho, saltando em todas as direções.

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Estupefatos como se sonhassem, meus amigos se esqueciam até das palmas.
- Aí está. É apenas uma pequena demonstração.
Voltei a me sentar na cadeira, exibindo nos lábios um sorriso de orgulho.
- São moedas de verdade? – Cinco minutos depois, saindo do encantamento,
finalmente um deles conseguia perguntar.
- Claro que são. Se dúvida, experimente pegar uma delas.
- Está certo de que não vai me queimar, não é?
Ele estendeu medrosamente a mão e apanhou uma das moedas espalhadas sobre o
assoalho.
- Tem razão, são moedas de ouro verdadeiras! Ei, servente! Traga vassoura e pá, e
recolha todas essas moedas!
Atendendo de imediato à ordem, um servente recolheu com a vassoura todas as
moedas e as empilhou alto sobre a mesa de canto. Todos os companheiros rodearam a
mesa.
- Estimo que haja aqui cerca de vinte mil ienes.
- Que nada, há muito mais! Ainda bem, que a mesa não é frágil, porque se fosse, iria
ao chão!
- Que mágica estupenda! As brasas se transformaram de repente em Iwasaki!
Eles não cessavam de elogiar minha arte, mas eu conservava indiferente, sentado na
cadeira, apoiando-me no encosto. E lhes disse entre baforadas do charuto:
- Nada disso! Se eu me comportar de forma gananciosa, que seja por uma só vez,
estarei impedido de usar novamente a minha arte. Por isso, vou jogar todas estas
moedas de volta à lareira assim que vocês as examinarem.
Mal acabei de dizer isso e eles começaram a protestar em uníssono como se
houvessem combinado previamente. Alegavam ser um desperdício deixar que todas
aquelas moedas virassem brasa como eram antes. Mas eu devia cumprir a promessa
feita a Misra e, por isso, discuti obstinadamente com eles, mantendo, irredutível, a
decisão de lançar as moedas de volta à lareira. Então, um de meus companheiros, com
fama de ser o mais esperto da turma, disse com uma risada desdenhosa:
- Você quer transformar as moedas em carvão outra vez. Nós não queremos isso.
Assim, claro está que nunca chegaremos a um acordo. Eu proponho o seguinte: você
aposta todo esse dinheiro em uma cartada de jogo conosco. Se vencer, transforme-o em
carvão ou faça dele o que quiser. Entretanto, se nós ganharmos, você nos dará todo o
dinheiro assim como está. Acredito que isso satisfaça a todos, não?
Mesmo assim, continuei meneando negativamente a cabeça, sem concordar com a
proposta. Mas esse amigo, alternando o olhar ladino entre meu rosto e as moedas sobre
a mesa, prosseguiu sorrindo, zombeteiro:

53
- Você não quer jogar cartas conosco porque não quer perder dinheiro para nós. Assim,
você nos deixa em dúvida quanto às suas nobres intenções de abandonar a a ganância
para se dedicar aos segredos da mágica.
- Não estou dizendo que quero transformar o dinheiro em carvão só para não dá-lo a
ninguém!
- Então, por que não vamos jogar?
Argumentos como esses foram trocados repetidas vezes, até que, enfim, me vi
encurralado e levado a enfrentar o jogo de cartas apostando o dinheiro sobre a mesa.
Entusiasmados, meus amigos se apressaram em pedir um baralho e afoitos me
convidaram, ainda relutante, à mesa de carteado em um canto da sala.
E assim, sem alternativas, por algum tempo joguei a contragosto com os amigos. Não
possuo lá grandes qualidades como jogador, mas naquela noite, incrivelmente, eu
ganhava uma jogada após a outra. Então – outra coisa estranha – comecei a me
entusiasmar cada vez mais com o jogo, quando de início nem sequer me interessara por
ele. Decorridos menos de dez minutos, eu já puxava as cartas totalmente compenetrado,
esquecido de tudo mais.
Meus amigos, haviam iniciado o jogo com o único intuito de me tornar todo o dinheiro,
se desesperavam cada vez mais, perdendo a cor do rosto na ânsia de vencer. Mas, não
perdia uma só aposta, como acabei por fim ganhando uma fortuna quase idêntica à pilha
de moedas de ouro. Então, aquele amigo mal intencionado empurrou ensandecido
algumas cartas diante de meu nariz:
- Vamos, retire uma! Eu aposto toda a minha fortuna agora: terras, produtos, cavalos,
automóvel – tudo, sem excluir nada, contra suas moedas e mais o que você ganhou até
agora! Vamos, retire uma carta!
Nesse instante, a ganância se apoderou de mim. Se a sorte não me favorecesse, eu
teria de entregar a esse amigo não apenas a montanha de moedas de ouro como também
a fortuna que ganhara até aquele momento. Se, por outro lado, eu vencesse a aposta,
ganharia toda a sua fortuna. De que me valeria tamanho esforço despendido em
aprender a arte da mágica se não aproveitasse esta chance? Pensando assim perdi o juízo
e, lançando a mão da mágica em segredo, respondi, como se o desafiasse para um dulo:
- Muito bem, retire você primeiro.
- Nove!
- Rei! – anunciei, vitorioso, e pus a carta que acabara de puxar diante do rosto
terrivelmente empalidecido do amigo. Então, para minha enorme surpresa, a figura do
rei do baralho ergueu a cabeça coroada, como se tivesse vida, saltou para a fora da carta
e, mantendo ainda a espada nas mãos de modo comportado, lançou-me um sorriso
arrepiante.
- Senhora! Senhora! O nosso visitante irá nos deixar! Portanto, não precisa mais
preparar seu leito! – dizia ele, numa voz conhecida. E então, até a chuva que caía lá fora
tinha inexplicavelmente um ruído melancólico, como se fustigasse os bambus em
Omori.

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De repente, eu me recobrei. Olhando ao redor, percebi que estava ainda diante de
Misra, sentado sob a luz fraca da lâmpada de querosene. Flutuava no rosto de Misra um
sorriso semelhante ao do rei da carta de baralho.
As cinzas do charuto entre meus dedos nem mesmo haviam caído, mostrando que o
sonho não durara mais que dois ou três minutos, quando eu julgara ter decorrido um
mês. No entanto, bastaram esses breves dois ou três minutos para deixar claro, tanto
para mim quanto para Misra, que eu não estava apto a aprender a mágica de Hassam
Khan. Envergonhado, curvei por instantes a cabeça sem ter o que dizer.
- Se quiser aprender minha arte é preciso antes de tudo abandonar a cobiça. De fato, o
senhor ainda não esta preparado para isso.
Misra me observava com um olhar apiedado, apoiando o cotovelo sobre a toalha de
mesa verde com bordados de flores vermelhas e, serenamente, assim me repreendeu.

Anexo 3: TRADUÇÂO POR JULIAN CHATEAUBRIAND MELLO TRIBUZY

魔術 A magia

Ao cair da noite uma certa garoa. O riquexó que me apanhava subia, descia a ladeira
perigosa da vizinhança da grande floresta e finalmente coberto pelo bambuzal, abaixava
na frente de uma casa de estilo ocidental. Uma tinta de cor de cinza já descartável, num
hall apertado, vendo na luz de uma lanterna de papel que é de homem riquexó, escrita
numa letra japonesa chamada (induista matiramu Mishra), apenas isto é novo, e está
pendurado uma placa de identificação da cerâmica.
Se eu me chamo matiramu Mishra, entre todas as pessoas, já não pode ser poucos
conhecidos seus. Seu Mishra é patriota nascido de Calcutá que carrega a independência
dos longos anos da Índia, enquanto aprendia uma formula secreta de Brahma famosa
que se chama hassakan, é porque é um dono de uma magia jovem do ano. Eu estava
associando com o Mishra na apresentação de um certo amigo depois de antes
exatamente um mês mas, ainda que argumentei coisas de problemas da política
econômica, na ocasião de usar uma magia essencial, nunca ainda estive presente. Assim
anteriormente esta noite para me mostrar usando a magia, depois de deixar pedido com
carta, nesse tempo estava morando o seu Mishra, até o fim da cidade da grande floresta
triste, porque apressou se o riquexó.
Eu enquanto a chuva me molhava, pressionei o botão de um sino que está embaixo
dessa placa de identificação contando com uma luz da lanterna de papel do riquexó
homem duvidoso. Então de repente a porta se abre, uma pessoa que apareceu ao hall é
uma mulher japonesa de estatura baixa, que está cuidando do seu Mishra.
O seu Mishra está?
Esta. Depois de algum tempo esperei você muito. Enquanto a velhinha dizia
cordialmente assim me guio imediatamente a sala do seu Mishra que está no fim desse
hall.

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Esta noite, apesar da chuva cair eu fiquei bem. O seu Mishra que tem/de bigode macio,
olhos grandes e cor muito escura, enquanto se contorcia sobre a lâmpada óleo que está
em cima da mesa de bom agrado. Não, se consigo ver sua magia, então não haverá nada
de chuva. Depois de ter sentando numa cadeira, olhei ao redor por dentro da sala
melancólica iluminada pela luz de lâmpada óleo escura.
A sala do seu Mishra é uma sala de estilo ocidental, que tem uma mesa no centro, uma
estante de livros moderada ao lado da parede e depois disso uma escrivaninha em frente
da janela. Além de sentamos as cadeiras apenas estão enfileiradas. Além disso essa
cadeira e escrivaninha e outros são apenas objetos que parecem velhos, tecer as
estampas de flores vermelhas conectadas, mesmo uma mesa de assento chamativa, e
nesse momento estava se tornando exposto um fio de linha ao pensar se fatia em
pedacinhos.
Depois de nós concluímos a saudação, estávamos ouvindo se ouvimos um som de chuva
que cai no bambuzal lá fora por algum momento, mas, breve a velhinha de novo
daquela servente, segurando ferramentas do chá preto o seu Mishra abriu uma tampa da
caixa de charuto. Me avisou é. Um charuto. Obrigado.
Pego um charuto sem cerimonias, enquanto acendo o fogo do fósforo, o seu espirito que
eu uso era um nome chamava de jin e outros. Então a partir de agora se eu dizer que a
magia que eu vejo poderia tomar emprestado a força desse jin? Seu Mishra quando
acendeu o fogo ao charuto próprio também, enquanto dava risadas respirei uma fumaça
boa.
A pessoa que achava que tem espirito que se chamava jin e outros é uma coisa de
centenas de ano. Quer que eu diga que é um fato de uma era de conto de noite das
arábias? A magia que aprendi a partir de Hassankan, pode ser usada pensando em tentar
usar em qualquer um. Porque não passa de hipnotismo que avançou apenas. Mostre. É
bom entrelaçar só estas mãos.
Seu Mishra levanta a mão e pintou uma coisa que parece triangulo a frente dos meus
olhos duas, três vezes mas, breve se eu dar para cima da mesa essas mãos, tomou um
beliscão da flor de estampas que tecia vermelho conectada. Tomei um susto, enquanto
fossei a cadeira sem pensar, vislumbrei essa flor excessivamente mas sem dúvidas isso é
até agora uma estampa de flores que estava dentro da cadeira de assento. Mas, quando o
seu Mishra traz para frente do meu nariz essa flor, sinto um cheio pesado como de algo
como almíscar. Tanta estranheza, se eu vazar a voz de de admiração muitas vezes, o seu
Mishra deixou cair para cima da mesa essa flor descuidada deixando risos também. Se
cair claro, a flor como era antes fica uma estampa tecida. Passou a não se movimentar
mais livremente uma pétala de longe da coisa que toma um beliscão. É sim. Será que
não há uma razão. Desta vez, mostre esta lâmpada. Enquanto o seu Mishra assim diz,
colocou uma lâmpada em cima da mesa por um minuto, mas, por uma razão desse
tempo, a lâmpada parecida como um peão começava a girar dando voltas. Isso também
começou a girar fortemente como um bastão de lâmpada de chaminé parada num local.
Dentro da primeira eu também esmaguei o fígado, tornando qualquer incêndio é difícil
sentido nervoso muitas vezes mas, enquanto bebia chá preto silenciosamente, não tem
absolutamente nenhum barulho. Assim eu finalmente, sentei a coragem completamente,
gradativamente vislumbrei sem se distrair os olhos também, pelos exercícios da

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lâmpada que se torna cedo. De novo na verdade durante de acordar e girar o vento da
tampa de lâmpada, uma apenas labareda amarela, uma coisa que está junto sem piscar,
lindo sem dizer nada, era um espetáculo estranho. Mas, enquanto isso gira se a lâmpada
realizasse tornando rápida mais e mais, se penso que está perfeitamente claro ao não
consigo ver se está girando, de repente, sentei em cima da cadeira sem paisagem que
distorceu uma fumaça de chaminé para frente. Se assustou? Este tipo de pessoa é uma
criança patife. Ou também se você desejar, vamos mostrar uma outra coisa. Mishra
olha para trás e olhou uma estante de livros ao lado da parede, mas, breve estendo as
mãos para esse lado, quando movimento o dedo para perguntar, começava se mover
estantes de livros uma de cada que estavam enfileirados na estante desta vez, voei até
em cima da mesa naturalmente. Esse modo de voar novamente abre a capa para ambos
os lados como um morcego que esvoaçava sobre o entardecer do verão, e voou para o
céu bruxuleante. Via perplexo deixando segurado a boca do cigarro mas, a estante
voava girando livremente dentro da luz da lâmpada escura e empilhava no formato de
pirâmide para cima da mesa em boa maneira um por um. Além disso, se pensa que
acabei de me mover para cá inteiramente comecei a mover imediatamente desde da
primeira vinda, e voou de volta ordenadamente para a origem da estante dos livros, não
é? Mas, especialmente a coisa que era mais interessante, uma estante de livros fina
encapada, também abri uma capa como uma asa e subi aos céus brandamente, depois de
pintar a roda em cima da mesa por um instante, quando faz as páginas ficar barulhentas
repentinamente, é o fato de ter abaixado rapidamente meus joelhos embaixo de um
precipício. Quando vi tomei pensando o que aconteceu, isto tem uma memória que
emprestei para seu Mishra antes de um período de uma semana, era uma novela nova da
França.
Obrigado pelo livro da eternidade.
O seu Mishra agradeceu a mim com uma voz que continha risos ainda. Porque claro
que nesse tempo já muitos instantes de livros vieram de volta para dentro do instante de
cima de todas as mesas. Eu não consegui nem saudar por um curto momento com
sentimentos que parecia despertar do sonho, mas, eventualmente agora pouco disse o
seu Mishra, porque lembrava das palavras que significa (o fato que minha magia entre
outros, se eu tentar usar com qualquer pessoa posso usar pensadamente, não, olhei a
reputação/fama por um tempo agora, mas, a magia que você usa, pensei o mais próximo
de verdade que poderia ser uma coisa tão estranha. A propósito, para os humanos
também como eu não há brincadeira se dizer que não usa ou usa. Enquanto o seu Mishra
vislumbrou o meu rosto estático dizendo claro que consigo usar. Posso usar sem
dificuldade com qualquer pessoa, fique com um timbre serio extraordinariamente. Mas
não pode usar para certos humanos avarentos, se pensar em tentar aprender a magia de
hassankan primeiro jogue fora a avareza. Você consegue fazer isso? Pretendo
conseguir...respondi assim, mas, fiquei com uma preocupação insegura por alguma
razão ou outra e imediatamente imitei as palavras de novo depois. Pode ensinar a magia.
Mesmo assim mostrei um olhar que parecia duvidoso, mas, além do mais ainda chamar
atenção pode ser maneiras ruins. Logo enquanto concordei generosamente. Então vamos
ensinar. Mas ainda mesmo que digo se eu consegui usar sem dificuldade nenhuma,
passa o tempo livre para aprender por isso esta noite fique no meu lugar. Me desculpe
muito por várias coisas.

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Eu contentemente recebi o benefício de ensinar a magia, agradecendo ao seu Mishra,
mas quando o seu Mishra subiu da cadeira silenciosamente sem humor que estando
preocupado com esse fato. Vovó, vovó. O visitante esta noite me deixou fazer a
preparação da cama e se hospedar. Enquanto eu estava ansioso esquecendo de também
de remover o cinzero do charuto, honestamente olhei para cima o rosto fixadamente do
seu Mishra parecia gentil, tomando banho de luz da lâmpada óleo.
Depois de ter me ensinado a magia é o fato de após somente um mês. Isto também era
uma noite que chovia intensamente também, mas eu estava obcecado por conversas
animadas enquanto formava acampamento a frente da lareira com 56 amigos numa sala
de um certo clube de Ginza. Como você sabe aqui é o centro de Toukyou, por isso a
intensidade da chuva que cai fora da janela também, conseguia ouvir um som triste de
algo como respingar no bambuzal daquela grande árvore deve ser porque molha o
telhado do carro, da carroça e outros que vem e vai sem ter apenas feito.
Um fato contente de dentro da janela claro, digo luz da lâmpada clara, digo uma cadeira
de pele grande de Marrocos, ou novamente digo que um piso de trabalho de mosaico de
madeira que está brilhando suavemente, porque dizer que é um quarto do seu mirasu
que parece que vai emergir qualquer espirito em uma olhada como não passa de um
comparativo.
Nós, dentro de uma fumaça de charuto, por um momento nós estávamos em uma
conversa de corrida de cavalos e conversa sobre caças, mas, além disso um amigo
enquanto virava na minha direção jogando um charuto meio tragado, (você é uma fama
que quer dizer que usa uma magia hoje em dia, mas o que que ta acontecendo)
Por que você não me mostra usando na nossa frente a magia, bom amigo). Eu respondia
assim grosseiramente como de verdade um mestre da magia deixando inclinado a
cabeça na costa da cadeira.
Então, tenho a confiança em você pra qualquer coisa, por isso por favor me mostre
usando a técnica estranha que muito improvavelmente que não consiga fazer para o
mundo dos magistas.
Os amigos conseguem ver todo o acordo, enquanto forçava a cadeira separadamente
olhava a minha direção para exortar. Assim, eu subo de repente, e por favor veja para
mim. Para a magia que nós usamos, porque não há nada de truque.
Enquanto eu digo assim, recubro as algemas das ambas mãos, retirei para cima da palma
das mãos inapropriadamente o carvão que chamejava dentro da lareira. Amigos que me
cercavam tanto, já provavelmente desanimava a coragem. Se é árduo fazer uma
queimadura passando para o lado por um tris enquanto olhava toda cabeça, começo a
fazer mesmo que recuo aparentemente causar uma má sensação.
Assim minha direção vai acalmando mais e mais, depois de lançar fogo do carvão de
cima dessas palmas para frente dos olhos de todos nós por um momento, desta vez
espargi o para o leito de trabalho de mosaico de madeira vigorosamente. Neste
momento, pressionei o som da chuva que cai fora da janela, já aconteceu desde de cima
do piso de repente mais um som da chuva transformada. Porque quer dizer que o fogo
do carvão vermelho claro voou e transbordou para cima do leito como uma chuva

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tornando se inúmeras lindas moedas de ouro ao mesmo tempo que se separam as
minhas palmas.
Os amigos estavam esquecendo mesmo que também aclamavam perplexo para todos
estarem vendo mesmo sonho.
(primeiro lugar por um momento este tipo de coisa)
Eu abaixei a cintura na cadeira de origem de novo calmamente enquanto expressava
risos.
(Isto é todos não são moedas de ouro)
Um amigo que está sendo admirada perguntava pra mim assim finalmente, depois disso
é o fato de depois ter passado 5 minutos.
São moedas de ouro de verdade. Se achar que é mentira por favor olhe e obtenha.
Não me diga que não tem algo que parece ferir.
Um amigo timidamente, olhava obtendo moedas de ouro em cima do piso mas, eu
entendo que isto são moedas de ouro. Ei, garçom traga a vassoura e a pá de lixo, e varre
tudo isso pra mim. O garçom varreu as moedas de ouro de cima do piso como foi
pedido imediatamente, amontou para cima da mesa. Enquanto todos os amigos cobrem
ao redor dessa mesa, parecia ser mais ou menos 2200000 ienes.
(Não parece ter mais. No dia que estava a mesa grácil tem ao menos que acaba sendo
esmagado, não é?
De qualquer maneira é um fato que aprendi a grande magia. Porque o fogo de carvão se
torna imediatamente moedas de ouro.
Então enquanto não bate um período de semana acaba se tornando um milionário que
parece que não perde para Iwasaki e sanjo também e etc; e elogiou a minha magia
severamente. Mas, eu vomitei a fumaça do charuto calmamente, deixando reclinado
também na cadeira, (não, o cara que fiz que minha magia se acordar a ganancia por um
momento, não vai aparecer algo que use duas vezes. Por isso mesmo que prefiro estas
moedas de ouro, agora que vocês acabaram de ver, estão planejando acabar de jogar
para dentro da origem da lareira imediatamente de novo.
Se os amigos ouvirem minhas palavras começou a se opor por ter predisposto. Acabar
de ter preferido o carvão de origem por esta grande quantia de dinheiro apenas é dizer
que é uma fala desperdiçada. Mas, eu tenho também antes de ter cumprido ao seu
mirasu. De todas as maneiras se jogar na lareira, competi com amigos obstinadamente.
E então, entre esses amigos tem a fama de astuto número um, enquanto rio
sarcasticamente na ponta do nariz.
Você diz que preferimos carvão de origem por estas moedas de ouro. Nós dizemos que
não queremos fazer novamente. Então a propósito até quando, é evidente que não
enxuga os argumentos. Assim, para eu pensar, prefiro estocar moedas de ouros, porque
você joga cartas japonesas tradicionais conosco. E se você ganhar, claro que se preferir
o que ou carvão, é bom você administrar livremente. Mas, se nos vencemos, por favor

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entregue a nós deixando as moedas de ouro. E então levanto 5 objeções, provavelmente
não muita satisfação não é?
Mesmo assim aceno o pescoço ainda, e não supus que íamos fazer um acordo nessa
proposta facilmente. Mas, esses amigos, enquanto expressão risos como zomba mais e
mais, olham fixamente comparando as moedas de ouro de cima da mesa comigo
aparentemente ardiloso, (você que joga baralho tradicional japonês conosco,
provavelmente em outras as palavras é porque acham que não queremos ser tirados
essas moedas de ouros. Além disso para usar a magia, diz que ter jogado a ganancia ou
o que, não é a razão que se vai se tornar desconfiado as suas determinações com
problemas?
Não, nada eu, prefiro carvão porque estas moedas de ouro regraveis.
Nesse caso por favor dá me os baralhos.
Depois de repetido tantas vezes estes tipos de arqueado de palavras, finalmente eu passo
as palavras desses amigos, no estoque de moedas de ouros de cima da mesa, por todas
essas razões fiquei sério em uma situação difícil que tinha que mandar atacar as cartas.
Claro que os amigos com grande alegria, se pedir uma fila de cartas logo, enquanto
cobria escrivaninhas que estão no cantinho da sala, ainda me apressa rapidamente com
ganhos hesitados. Por isso sem jeito, estava jogando cartas indesejavelmente com
companhia dos amigos por um momento. Mas, desta maneira eu não tem hábil nas
cartas particulares, porque ganha intensamente como uma mentira. Então, novamente
com coisas estranhas no começo tinha interesse também, mas, começa a se tornar
interessante gradativamente, enquanto não passa de 5 minutos, esqueci algum dia um
pedaço porque comecei a consultar as cartas esforçadamente.
Os amigos, do começo a partir de mim, pretendo rolar sem sobrar aquelas moedas de
ouro, iniciei as cartas expressamente, por isso juntei toda a impaciência, comecei a a
disputar a vitória ou a derrota tornando um delírio aproximadamente ao acho que se
mudar quase tudo mesmo as expressões. Mas, mesmo que os amigos se tornem uma
desesperança, finalmente eu apenas nunca perdi, acabou de ganhar na minha direção
apenas uma quantia quase igual daquelas moedas de ouro não é? Feito isso, um amigo
ruim da pessoa de agora pouco, como, até um momento que parece uma loucura,
enquanto lançam a escrivaninha na minha frente, bem, por favor consulte a. eu aposto
completamente minha fortuna; acabo de apostar tudo chão, casas, cavalos, e bicicletas
também. Ao invés de você exceto aquelas moedas de ouro, até agora aposto no total de
dinheiro que eu ganhei. Bem, por favor consulte.
Eu tive um momento de ganancia. Tem empilhado em cima da mesa. Mesmo que o
dinheiro que eu ganhei com problemas, no final de ter perdido afortunadamente desta
vez, temos que ser tomados pelos amigos de todos companheiros. Além disso, se apenas
ganhar esta vitória ou perda, consigo colocar toda fortuna paras as mãos tudo de uma
vez só que eu enfrento. Provavelmente sou efetivo de dor tendo ensinado magia ou
outros em algum lugar quando uso neste momento. Quando penso assim eu até um
momento que duelar enquanto uso a magia secretamente quando não passa ser
intolerável a flecha e o escudo também.
Bom. Em primeiro lugar por favor consulte a partir de você

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9.
Rei.
Eu enquanto ergo a voz que triunfou, mostrei retirando notas que foram sacadas para
frente dos olhos dos meus parceiros que ficaram muito pálidos. Então o rei dessas cartas
estranhamente também, parecia que entrou como se fosse um espirito, se retirar o corpo
pra fora da nota por acaso, erguendo a cabeça que tinha uma coroa, expressei risos
maldosos deixando segurado a espada com boas maneiras,
Vovó. Vovó. Não precisa fazer os preparativos da cama por que ouvir dizer que os
hospedes voltam.
Diz que com voz que encontra se familiar. Se achar, por alguma razão até intensidade
da chuva que cai fora da janela, comecei a erguer o som de volta da que caia
intensamente triste que parecia respingar repentinamente no bambuzal daquela floresta
grande novamente.
De repente percebo olhando ao redor do sucesso, enquanto banho luz de lâmpada de
óleo escura ainda, sentei de cara a cara com o seu Mishra como se fosse esta
expressando risos que parecia de rei daquelas cartas.
Mesmo que o cinzeiro do charuto interposto entre os dedos, também mesmo que vi o
lugar que está coletando sem deixar cair. O caso que pensei que era apenas um mês,
olhei entre 2,3 minutos sobre o livro. Sem dúvidas ter sido um sonho. Porém, enquanto
esses 2,3 minutos sejam curtos, o fato que quero dizer que um ser humano que não tem
qualidade de aprender a formula secreta da magia de hassakan, para o seu Mishra e eu
próprio também acabamos ficando alegres, não conseguimos escutar a fala também por
um momento deixando a cabeça abaixada que parecia estamos envergonhados.
Se planejamos usar a minha magia, primeiro lugar temos que jogar a avareza. Porque
você não está apto apenas a essas aprendizagens.
Enquanto o seu Mishra fazia expressão com olhos deploráveis, fiquei com os cotovelos
em repouso em cima da mesa que tecia uma estampa floral conectadas, e reprenderam
mim silenciosamente.

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