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Resumo:
Este trabalho tem como objetivo identificar os métodos de gerenciamento de projetos adotados por
uma empresa do ramo da construção civil localizada em Londrina, estado do paraná. O método
consistiu em uma pesquisa descritiva e estudo de caso, com coleta de dados através de entrevistas
informais e em documentos internos da empresa. Analisou-se um projeto de construção civil
específico da empresa, confrontando as informações obtidas com as informações presentes na
literatura. em seguida, buscou-se estabelecer um comparativo entre o real (observado no caso) e o
ideal (observado na literatura) e sugerir pontos de melhoria com base na literatura. Constatou-se uma
disparidade relevante entre o observado no caso e o idealizado pela literatura. O trabalho permitiu
compreender a maturidade vivida pela empresa no que tange a gestão de projetos.
Palavras chave: Gerenciamento de Projetos, Construção civil, Processos.
Abstract
This study aims to identify the project management methods adopted by a company in the construction
sector located in Londrina, state of Paraná. The method consisted of a descriptive and case study with
data collected through informal interviews and internal documents from the company. we analyzed a
specific project from the company and compared the information obtained from the information in the
literature. Next, we sought to establish a comparison between the actual (observed in the case) and the
ideal (noted in literature) and suggest areas for improvement based on the literature. There was a
significant disparity between the observed and the idealized case in the literature. Through this study,
we could understand the maturity experienced by the company on project management.
Key-words: Project Management, Construction, Process.
1 Introdução
Com o grande crescimento da competitividade entre as empresas do setor industrial, os
empresários e executivos têm buscado novas alternativas para o desenvolvimento dos
trabalhos e atividades dentro de suas empresas, objetivando alcançar um espaço de destaque
no mercado. A busca fez com que novas ferramentas e técnicas pudessem ser utilizadas nas
empresas, o que agregou um conjunto de habilidades específicas para planejar, executar e
monitorar uma quantidade cada vez maior de tarefas.
Neste artigo, será destacada a utilização de ferramentas de gerenciamento de projetos no setor
de construção civil. Com a constante redução das margens de lucro e dos prazos para a
inclusão de novos projetos, a alta pressão pela eliminação do desperdício e do retrabalho,
aliadas também à constante melhoria da qualidade e do controle dos produtos ofertados pelo
mercado, admite-se cada vez menos erros – da abertura ao encerramento dos projetos.
“Paralelamente, a produtividade e as técnicas, métodos e soluções inovadoras ganharam
importância, em respostas aos custos crescentes da mão de obra e ao aumento da exigência
dos compradores” (MELHADO, 2005, p. 11). No Brasil, tem-se observado no setor da
construção civil, forte crescimento da demanda nos últimos anos, de forma que o setor
encontra-se em busca da eficiência produtiva, da qualidade de seus produtos e de uma melhor
adaptação às mudanças que ocorrem no seu segmento de trabalho (MELHADO, 2005).
Diante disto, objetiva-se com este trabalho, compreender os métodos utilizados por uma
empresa do ramo da construção civil – localizada em Londrina/PR – para o desenvolvimento
de seus projetos. Em específico, o trabalho visa ainda comparar os métodos utilizados pela
empresa com os métodos sugeridos na literatura e sugerir para a empresa a utilização de
processos específicos de trabalho focados no gerenciamento de projetos.
2 Gerenciamento de projetos
Antesde falar sobre gerenciamento de projetos, é importante definir o que é um projeto. Para
Vargas (2005), um projeto é um empreendimento não repetitivo que possui uma sequencia
lógica de acontecimentos, destina-se a um objetivo previamente definido e é conduzido por
pessoas dentro de parametros especificados de tempo, custo, recursos e qualidade. Um
projeto, portanto, tem início, meio e fim, devendo ser gerenciado para que os resultados saiam
como esperado.
Três características de projetos são destacadas pelo Guia PMBOK (2008), sendo elas:
temporários, resultados exclusivos e elaboração progressiva. Projetos temporários referem-se
a um esforço que seja planejado, realizando em um espaço de tempo e de forma não contínua,
mas que terá um início e um fim já determinados, podendo ele chegar ao fim quando os
objetivos propostos forem atingidos ou não puderem e não forem mais atendidos, e por sua
vez quando deixar de existir a necessidade para aquele determinado projeto. Através de
resultados exclusivos são geradas entregas singulares de produtos ou serviços, baseado em
projetos já existentes ou executados, mas com a particularidade de um projeto específico a
que se deseja em seu final. Com a elaboração progressiva, visualizam-se dois conceitos: o de
temporariedade e o de exclusividade. Através da elaboração detalhada de um projeto e
conforme seu andamento gera-se um aprimoramento dos entendimentos gerais do projeto
tornando-o de forma também singular devido as suas características exigidas no decorrer do
projeto.
Segundo define o PMBOK (2008, p.12) “O gerenciamento de projetos é a aplicação de
conhecimento, habilidades, ferramentas e técnicas às atividades do projeto a fim de atender
aos seus requisitos”. Complementando a definição, o gerenciamento de projetos é realizado
através da aplicação e integração apropriadas de 42 processos integrados logicamente em
cinco grupos, a saber: iniciação, planejamento, execução, monitoramento e controle, e
encerramento” (PMBOK 2008, p.12). Partindo desta definição pode-se analisar a
problemática da empresa de acordo com cada atividade desenvolvida para seus específicos
projetos.
O PMBOK (2008) define ainda nove áreas de conhecimento em gerenciamento de
projetos, organizadas em 42 processos de gerenciamento:
a) Gerenciamento de integração do projeto descreve os processos e as atividades que
integram os diversos elementos do gerenciamento de projetos, que são identificados,
definidos, combinados, unificados e coordenados dentro dos grupos de processos de
gerenciamento de projetos. Ele consiste nos seguintes processos: Desenvolver o termo
de abertura do projeto, Desenvolver a declaração do escopo preliminar do projeto,
Desenvolver o plano de gerenciamento do projeto, Orientar e gerenciar a execução do
projeto, Monitorar e controlar o trabalho do projeto, Controle integrado de mudanças e
Encerrar o projeto.
b) Gererenciamento do escopo do projeto descreve os processos envolvidos na
verificação de que o projeto inclui todo o trabalho necessário, e apenas o trabalho
necessário, para que seja concluído com sucesso. Ele consiste nos seguintes processos:
Planejamento do escopo, Definição do escopo, Criar EAP (decomposição hierárquica
orientada à entrega do trabalho a ser executado pela equipe do projeto, para atingir os
objetivos do projeto e criar as entregas necessárias), Verificação do escopo e Controle
do escopo.
c) Gerenciamento de tempo do projeto descreve os processos relativos ao término do
projeto no prazo correto. Ele consiste nos seguintes processos: Definição da atividade,
Seqüenciamento de atividades, Estimativa de recursos da atividade, Estimativa de
duração da atividade, Desenvolvimento do cronograma e Controle do cronograma.
d) Gerenciamento de custos do projeto descreve os processos envolvidos em
planejamento, estimativa, orçamento e controle de custos, de modo que o projeto
termine dentro do orçamento aprovado. Ele consiste nos seguintes processos:
Estimativa de custos, orçamento e controle de custos.
e) Gerenciamento da qualidade do projeto descreve os processos envolvidos na garantia
de que o projeto irá satisfazer os objetivos para os quais foi realizado. Ele consiste nos
seguintes processos: Planejamento da qualidade, Realizar a garantia da qualidade e
Realizar o controle da qualidade.
f) Gerenciamento de recursos humanos do projeto descreve os processos que organizam
e gerenciam a equipe do projeto. Ele consiste nos seguintes processos: Planejamento
de recursos humanos, Contratar ou mobilizar a equipe do projeto, Desenvolver a
equipe do projeto e Gerenciar a equipe do projeto.
g) Gerenciamento das comunicações do projeto descreve os processos relativos à
geração, coleta, disseminação, armazenamento e destinação final das informações do
projeto de forma oportuna e adequada. Ele consiste nos seguintes processos:
Planejamento das comunicações, Distribuição das informações, Relatório de
desempenho e Gerenciar as partes interessadas.
h) Gerenciamento de riscos do projeto descreve os processos relativos à realização do
gerenciamento de riscos em um projeto. Ele consiste nos seguintes processos:
Planejamento do gerenciamento de riscos, Identificação de riscos, Análise qualitativa
de riscos, Análise quantitativa de riscos, Planejamento de respostas a riscos e
Monitoramento e controle de riscos.
i) Gerenciamento de aquisições do projeto descreve os processos que compram ou
adquirem produtos, serviços ou resultados, além dos processos de gerenciamento de
contratos. Ele consiste nos seguintes processos: Planejar compras e aquisições,
Planejar contratações, Solicitar respostas de fornecedores, Selecionar fornecedores,
Administração de contrato e Encerramento do contrato.
Diante disso, para gerenciar um projeto é necessário seguir um formato conciso, no qual a
fase de planejamento deve ser classificada como alcançável e ter um verdadeiro objetivo de
ser executado. Portanto a definição de algumas técnicas e ferramentas no início de cada
projeto auxiliará o desempenho e o desenvolvimento dos processos em gerenciamento de
projetos. Um gerenciamento de projeto bem sucedido, segundo Dinsmore (1999, p.33).
[...] exige o preenchimento da lacuna entre a visão da empresa e os projetos em
andamento, o que por sua vez requer a coordenação entre as estratégias corporativas,
o alinhamento geral de projetos, o alinhamento de projetos específicos e a
implementação de projetos.
A construção civil tem se destacado cada vez mais e atraído novos investidores e empresas;
nesse sentido, Silva (2003, p. 19) relata: “os movimentos mundiais pela qualidade e
produtividade, em todos os setores produtivos, tem atingido a indústria da construção civil,
que se apresenta em processo de reestruturação competitiva em vários países”, e para Lima,
(2007), seguindo o mesmo conceito:
[...] A construção civil tem grande importância econômica, contribuindo significativamente
para o PIB (Produto Interno Bruto) e o emprego total de vários países e representando um
forte mercado para materiais produzidos por outros setores econômicos (LIMA 2007, p. 13).
Engenheiros, arquitetos e técnicos são os responsáveis pelo desenvolvimento da indústria da
construção civil, detêm a responsabilidade maior no gerenciamento das empresas, quanto ao
desempenho da obra e dos serviços. Face o gerenciamento, alguns profissionais passam a
deter conhecimento de outras áreas, tais como administração e financeira, a fim de obter uma
melhora na tomada de decisão, já que todas as funções são essenciais e devem atuar de
maneira equilibrada para o sucesso do projeto (AVILA, 2006).
Segundo o entendimento de Melhado (2005, p.12), “a falta ou adiamento de decisões,
especialmente nas etapas iniciais da fase do projeto de empreendimentos de Construção Civil,
potencializa uma grande quantidade de erros e de retrabalho para todos os agentes envolvidos,
desperdício na entrega do produto”.
Através da facilidade de acesso aos meios de comunicação, do intensificar da
competitividade, surge cada vez mais a necessidade de uma gestão voltada ao desempenho da
qualidade (AVILA, 2006). Devido a essa necessidade, na busca de melhorias para as
empresas e seus empreendimentos, no Brasil são recomendados dois programas para o estudo
do assunto. São eles: Prêmio Nacional da Qualidade, instituído pela Fundação Para o Prêmio
Nacional da Qualidade (FPNQ), destinado à indústria de modo geral, e o programa Brasileiro
de Qualidade e Produtividade no Habitat (PBQP-H), instituído pelo Governo Federal
(AVILA, 2006). O PBQP-H se propõe a organizar o setor da construção civil em torno de
duas questões principais: a melhoria da qualidade do habitat e a modernização produtiva.
Já o FPNQ estabelece como critérios para medir a excelência: a liderança, as estratégias e
planos, clientes, sociedade, informação e conhecimento, pessoal, processos e resultados
desejados. Contudo, aliado a qualidade, deve-se considerar o controle das etapas de um
projeto, que classificado por Ávila (2006, p. 213), é preciso “[...] reconhecer as faltas e os
desvios cometidos, permitindo registrar a experiência adquirida, de modo a agilizar qualquer
ação corretiva e evitar a reincidência de erros ou procedimentos administrativos
inadequados”.
Os empreendimentos imobiliários podem ser considerados projetos dentro da visao de
gerenciamento de projetos, uma vez que possuem início, meio e fim, possuem objetivos
definidos e são gerenciadas por pessoas seguindo critérios de custo, tempo, recursos e
qualidade. Porém, deve-se observar que nas empresas de construção civil, cada obra gera um
produto único e cada empresa tem uma forma de gerenciar cada um desses produtos.
4 Procedimentos metodológicos
A presente pesquisa tem característica de estudo descritivo quanto aos objetivos e estudo de
caso quanto aos procedimentos. Sobre os estudos descritivos, Gil (2008, p.28) diz que “as
pesquisas deste tipo têm como objetivo primordial a descrição das características de
determinada população ou fenômeno ou o estabelecimento de relação entre variáveis”.
Continuando com Gil (2007, p. 54), o estudo de caso “consiste no estudo profundo e
exaustivo de um ou poucos objetos, de maneira que permita seu amplo e detalhado
conhecimento, tarefa praticamente impossível mediante outros delineamentos já
considerados”.
A unidade analisada, que será chamada neste artigo de empresa “A”, é uma empresa criada
em 2001 que tem como principal atividade a construção civil, mas também desenvolve
atividades de compra e venda de imóveis para seus próprios empreendimentos ou para sua
administração e locação de bens móveis e imóveis. A empresa encontra-se localizada na
região norte da cidade de Londrina e conta com seis funcionários responsáveis por todos os
procedimentos administrativos, técnicos e comerciais da empresa. Para o desenvolvimento
desta pesquisa, escolheu-se estudar apenas um projeto imobiliário: a construcao de um lote de
barracões no município de Curitiba/PR, construídos especificamente para fins de locação.
Realizou-se uma coleta documental na empresa sobre cada etapa do projeto, tais como;
jornais, papéis oficiais, registros estatísticos, fotos e CDs. Sobre a coleta documental, Gil
(2008, pag. 147) explica que as “fontes documentais são capazes de proporcionar ao
pesquisador dados em quantidade e qualidade suficiente para evitar a perda de tempo e o
constrangimento que caracterizam muitas pesquisas em que os dados são obtidos diretamente
das pessoas”.
Essa coleta documental se deu pelo fato de que um dos autores do trabalho é colaborador da
empresa e participante do projeto de construção civil, facilitando o acesso às informações de
relevância. Realizou-se ainda entrevistas com os outros cinco colaboradores da empresa, para
complemento das informações, sendo que cada um compunha um setor de trabalho, a saber:
financeiro, compras, gerência, administrativo e recursos humanos. As entrevistas foram
realizadas pessoalmente por um dos autores do trabalho, de maneira informal, sem a
utilização de questionários ou formulários. Para a análise dos dados, buscou-se, inicialmente
descrever a atuacao da empresa para, em seguida comparar com a literatura (utilizando como
referência, a obra de Vargas, 2005). Em seguida, buscou-se propor melhorias na utilização das
ferramentas de gestão de projetos pela empresam, com base na literatura sobre gerenciamento
de projetos, principalmente o Guia PMBOK (2008).
5 Resultados e discussão
Para identificar quais os procedimentos adotados para o desenvolvimento dos projetos dentro
da empresa “A” e comparar os métodos utilizados pela empresa com os métodos sugeridos na
literatura (com base em VARGAS, 2005), a figura 1 traz algumas etapas de um plano de
projeto.
Necessidade de elaboração do
documento, que define o
patrocinador, o gerente de projetos,
Igualmente ao termo de abertura, as suas responsabilidades e autoridades.
2.2. Declaração de Escopo tarefas e atribuições ocorrem durante Definição do time do projeto,
o projeto, conforme a necessidade. objetivos, justificativas, suas
restrições e premissas, orçamento
completo, plano do projeto e marcos
para a realização com sucesso.
5.1. Plano de Gerenciamento Não existe plano de gerenciamento de prazo, por requerer um know-how
da Qualidade qualidade dentro da empresa. elevado sobre o assunto, não somente
para ser elaborado, mas também para
seu controle efetivo.
Deve-se trabalhar o gerenciamento de
Existe apenas a definição do time de
recursos humanos na empresa, pois
trabalho, com suas áreas de atuação e
esse processo é o que irá determinar e
contatos, e as responsabilidades que
auxiliar na organização da empresa.
6.1. Plano de Gerenciamento cada um exerce. Quando se trata de
Neles devem conter além da matriz
de Recursos Humanos um projeto específico, as
responsabilidade, treinamentos,
responsabilidades nem sempre são
avaliações de resultados,
bem definidas, ocasionadas também
6. RH
7.1. Plano de Gerenciamento publicações na web e documentos responsáveis, reuniões com avaliação
das Comunicações impressos. Além disso, são realizadas de fornecedores, do plano do projeto,
reuniões periódicas quando a cronogramas, atas com lista de
necessidade de discutir algo sobre um presença e aprovações realizadas,
determinado projeto. acompanhamento de todo o projeto e
desempenho do projeto.
Para existir um plano de
Não existe um plano de riscos. gerenciamento de risco, como em
Apenas identifica-se alguma outros processos, existe a necessidade
dificuldade que possivelmente poderá de maturidade da empresa. Processo
8.1. Plano de Gerenciamento surgir ao longo de um projeto. Mas esse que engloba a descrição dos
de Riscos não se estipula uma porcentagem para riscos, identificação e possíveis
controle desses problemas. Perante a respostas para eles. Assim que
8. Riscos
Em entrevistas com os colaboradores, foi revelado, de forma unânime, que a diretoria mesmo
sabendo dos processos de gerenciamento de projetos, nem sempre controla os processos de
forma adequada, não buscando uma análise detalhada e criteriosa para a tomada de decisões.
Para que o devido gerenciamento de projetos na construção civil torne-se um processo mais
adequado, muitas perguntas necessitam ser respondidas, tais como:
[...] Se o controle da construção será efetuado com pessoal próprio ou contratado; O nível de
informação, modelo e freqüência da documentação a ser emitida; A responsabilidade pela
emissão dos boletins de medição dos serviços; Os níveis de variação ou desvio aceitáveis,
entre outros (ÁVILA, 2006, p. 214).
Para Ávila (2006), para que não hajam surpresas e incômodos no gerenciamento de projetos, é
necessário que a empresa entenda que o controle dos processos ocorra de forma dinâmica, e
que em momento algum se torne uma fiscalização para escolha de culpados em caso de
desvios e constatação de erros. Acima disso deve ser um processo de aprendizado.
Voltando a figura 1, verifica-se que cada atividade é separada em um determinado tópico.
Analisando cada um deles, nota-se que nem todos, face a característica da empresa “A”,
podem ser implantados ou simplesmente colocados em prática sem a devida atenção,
orientação e o correto desenvolvimento.
Na “Integração”, como o próprio nome sugere, existe a necessidade de integrar o projeto com
os empreendedores e todos os outros stakeholders (partes interessadas) do projeto. Elaborar
uma forma de apresentação e planejamento inicial, colocando o grupo a par dos trabalhos
futuros a serem desenvolvidos.
No “Escopo”, existe a necessidade de uma melhor e maior atenção, pois é nesta etapa da
elaboração do documento, que se define o patrocinador, o gerente de projetos e suas
responsabilidades e autoridades, a definição do time do projeto, objetivos, justificativas, suas
restrições e premissas, orçamento completo, plano do projeto e marcos para a realização do
projeto. Fornece também orientação sobre como o escopo do projeto será definido,
documentado, verificado, gerenciado e controlado pela equipe de gerenciamento de projetos.
No tópico “Tempo” nota-se que aparentemente é só uma questão de controle de processos
para todas e quaisquer etapas do projeto, mas existe um planejamento muito bem
desenvolvido por trás disso. A análise do tempo dentro de um projeto requer um estudo para
que haja sequência das atividades sem que se eleve o custo com procedimentos extras.
Já em “Custo” deve-se elaborar a decomposição de forma geral, desde o início das obras
(empreendimentos). Definir quais serão os limites para o projeto, os orçamento dos recursos,
e seu rigoroso acompanhamento através de um plano de gerenciamento de custos.
Tão importante quanto os demais tópicos mencionados, o tópico “Qualidade” define de que
maneira a empresa pretende entregar seus serviços e produtos, mas também ofertando
qualidade dentro da empresa. Deve ser inserido na empresa no momento em que a mesma
obtiver sabedoria suficiente, não somente para ser elaborado, mas também para seu controle
efetivo.
Dando sequência, deve-se trabalhar o gerenciamento de “Recursos Humanos” na empresa,
processo que irá determinar e auxiliar na organização da empresa. Neste deve estar contido,
além da matriz responsabilidade, treinamentos, avaliações de resultados e bonificações. Este é
considerad um dos principais processos dentro das empresas.
O plano de “Comunicações” dentro de uma empresa também é fundamental, sendo um
auxiliador para o desenvolvimento dos projetos, adotando técnicas dentro do plano de
comunicação, tais como: reuniões pré-definidas, seus responsáveis, reuniões com avaliação de
fornecedores, do plano do projeto, cronogramas, atas com lista de presença e aprovações
realizadas, acompanhamento de todo o projeto e desempenho do projeto.
Para “Riscos”, a empresa deve ter o conceito muito bem estabelecido, pois é nele que serão
identificados os riscos da empresa e dos projetos em desenvolvimento em qualquer
magnitude; assim que identificados, deve-se elaborar tomadas de decisões e o controle
constante do processo.
Por fim, “Aquisições”, trata de quaisquer equipamentos, bens ou serviços, adquiridos pela
empresa. Este deve ser elaborado formalmente, descrevendo quais são as limitações de
orçamento, quais os responsáveis, o tempo de contratação em casos de serviços e, como em
todos os outros casos citados, o controle rígido do plano de aquisições.
6 Considerações finais
Referências
AVILA, Antonio Victorino. Gerenciamento na construção civil. Santa Catarina: Argos, 2006.
DINSMORE, Paul. C. Transformando estratégias empresariais em resultados através da gerência por
projetos. Rio de Janeiro: Qualitymark, 1999.
GIL, Antonio Carlos, Métodos e Técnicas de Pesquisa Social, 6. ed. São Paulo: Atlas S.A., 2008.
GUIA PMBOK, Project Management Institute. Guia do Conjunto de Conhecimentos em Gerenciamento de
Projetos, 4.ed. EUA: 2008.
LIMA, Maria Ilca, Setor de Construção Civil, Brasília, SENAI/DN, 2007.
MAXIMIANO, Antonio Cesar Amaru. Administração de Projetos: Como transformar idéias em resultados. 2.
ed. São Paulo: Atlas S.A. 2002.
MELHADO, Silvio Burrattino. et al. Coordenação de Projetos de Edificações. São Paulo: Tula Melo, 2005.
SILVA, Maria Angelica Covelo, SOUZA, Roberto. Gestão do Processo de Projeto de Edificações. São Paulo:
Tula Melo, 2003.
VARGAS, Ricardo Viana. Gerenciamento de projetos: estabelecendo diferenciais competitivos. 5. ed. Rio de
Janeiro: Brasport, 2005.