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Sumário

1. CONCEITOS BÁSICOS DE IMPACTAÇÃO AMBIENTAL......................................3

2. DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E CONSUMO SUSTENTÁVEL................8

3. CLASSIFICAÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS...............................................18

4. LICENCIAMENTO AMBIENTAL............................................................................22

5. AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS - AIA.................................................29

6. ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL E RELATÓRIO DE IMPACTO


AMBIENTAL – EIA/RIMA...........................................................................................31

7. METODOLOGIAS DE AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS – MAIA


.....................................................................................................................................34

8. INDICADORES DE DESENVOLVIMENTO HUMANO - IDH.................................40

9. ANÁLISE DOS PRINCIPAIS IMPACTOS AMBIENTAIS.......................................47

10. REFERÊNCIAS UTILIZADAS NA ELABORAÇÃO DESSA APOSTILA E


SUGESTÃO DE REFERÊNCIAS PARA CONSULTA.................................................63

___________________________________________________ Impactação Ambiental - 1


1a Parte

CONCEITOS BÁSICOS DE

IMPACTAÇÃO AMBIENTAL

___________________________________________________ Impactação Ambiental - 2


Conceitos Básicos de
Impactação
Ambiental
Antes de iniciarmos com o conceito de Impacto Ambiental é importante conhecer
alguns termos que o integra.

Meio Ambiente

Segundo a Lei Federal Nº 6.938 de 1981 que estabelece a Política Nacional de Meio
Ambiente, é considerado Meio Ambiente: O conjunto de condições, leis, influências, e
interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em
todas as suas formas.

Recurso Natural

É todo recurso da natureza onde o homem não utilizou sua tecnologia para construí-lo.
São exemplos de recursos naturais: a atmosfera, as águas superficiais e subterrâneas, o
mar, o solo, subsolo e seus recursos minerais, a fauna e a flora.

Recurso Ambiental

O Recurso Ambiental engloba todos os recursos naturais e adiciona a sua definição


todo o ecossistema humano (prédio, pontes casa, estradas, etc.).

“Todo Recursos Natural é um Recurso Ambiental, mas nem todo Recurso Ambiental é
um Recurso Natural”.

Biota

É a flora (vegetais) e a fauna (animais) de determinada região.

Preservação

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Significa demarcar uma área e deixá-la permanentemente intocada pela ação humana.

Conservação

Neste caso, os recursos naturais são utilizados pelo homem, sem que haja a
degradação do meio ambiente e utilizando o mínimo de energia necessária.

Recuperação

Aplica-se a áreas alteradas pela ação humana com o objetivo de reestruturar o


ambiente natural.

Impacto Ambiental

Considera-se Impacto Ambiental qualquer alteração das propriedades físicas,químicas


e biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia
resultantes das atividades humanas que, direta ou indiretamente afetam:

I- A saúde, a segurança e o bem estar da população;


II- As atividades sociais e econômicas;
III- A biota;
IV- As condições estéticas e sanitárias do meio ambiente;
V- A qualidade dos recursos ambientais.

Desde modo, juridicamente, o conceito de impacto ambiental refere-se exclusivamente


aos efeitos da ação humana sobre o meio ambiente. Portanto, fenômenos naturais, como:
tempestades, enchentes, incêndios florestais por causa natural, terremotos e outros,
apesar de poderem provocar as alterações ressaltadas não caracterizam como impacto
ambiental.

A nível mundial a conceituação do que seja impacto ambiental sob termos jurídicos
datam do período da revolução industrial e esta tem sido alterada de forma dinâmica. Fato
que se deve aos diferentes tipos de atividades humanas que podem dar origem a formas
de matérias e, ou, energias que afetam o meio ambiente.

Segue alguns exemplos de Impacto Ambiental.

Atividades de Impacto Ambiental


Atividades Tipos de degradação

 Assoreamento dos cursos d'água e erosão


dos solos;
Garimpo de ouro
 Poluição das águas por mercúrio;
 Impactos socioeconômicos
Mineração industrial:  Poluição e assoreamento dos cursos

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ferro, manganês, cassiterita, cobre, bauxita e d'água e erosão dos solos;
outros.  Esterilização de grandes áreas naturais.
 Incêndios, destruição da fauna, flora;
Agricultura e pecuária extensiva
 Contaminação e assoreamento dos cursos
(grandes projetos agropecuários)
d'água e erosão dos solos.
 Impacto cultural e socioeconômico;
Grandes usinas hidroelétricas
 Inundação em áreas florestais.
 Demanda de carvão vegetal;
Indústrias de ferro gusa
 Poluição da água, ar e solo.

 Poluição do ar, água e solo;


Pólos industriais e/ou grandes
 Geração de resíduos tóxicos;
indústrias
 Conflitos com o meio urbano.
 Alteração da cobertura vegetal;
Construção de rodovias  Alteração dos solos;
 Impactos socioeconômicos e culturais.
 Comprometimento da fauna e da
biodiversidade;
 Diminuição de estoques pesqueiros
Caça e pesca predatória
(lagostas e peixes de maior valor
econômico);
 Danos socioeconômicos e culturais.
 Poluição atmosférica e marinha;
Indústrias de alumínio  Impactos indiretos pela enorme demanda
de energia.
 Grandes problemas de saúde;
Crescimento populacional vertiginoso
 Ocupação desordenada dos solos com
(migração interna)
sérios danos aos recursos naturais.
 Alteração dos ecossistemas naturais;
Agroindústria de açúcar, álcool, papel e
 Poluição das águas, exaustão dos solos;
celulose.
 Grandes problemas sociais.
 Degradação de ecossistemas naturais;
 Degradação da paisagem e alterações
Expansão urbana desordenada
 Econômicas, como turismo e pesca em
áreas litorâneas.
 Poluição das águas costeiras e poluição
do ar;
Atividade portuária  Impactos sobre áreas urbanas;
 Riscos de acidentes e poluição
atmosférica.
 Desmatamento, queimadas e degradação
Grandes latifúndios dos solos;
 Dominação por grupos econômicos.
 Destruição de Manguezais (aterros,
Carcinicultura e salinas terraplenagens);
 Impactos na vida marinha e na pesca.
Siderúrgicas, olarias e outras  Produção de lenha e carvão vegetal;
indústrias a carvão vegetal  Degradação dos solos;
extraído da vegetação nativa  Problemas socioeconômicos.
Prospecção e exploração de  Contaminação do lençol freático de águas
combustíveis fósseis-petróleo superficiais;
e gás natural  Desmatamento de áreas naturais.
 Desmatamento e queimadas;
Grandes projetos agropecuários  Drenagens, erosão e assoreamento;
 Poluição das águas, alteração dos solos.
Atividades consumidoras de  Desmatamento da vegetação nativa;

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 Degradação da fauna e da flora;
madeiras como matéria-prima
 Comprometimento da biodiversidade.

 Poluição das águas, prejuízos à vida


Matadouro, frigorífico, laticínios. aquática e à saúde;
 Poluição atmosférica.
 Impacto cultural e social sobre populações
Invasão de reservas indígenas indígenas;
 Desmatamento e queimadas.
Grandes concentrações urbanas  Poluição das águas, dos solos e do ar;
(áreas metropolitanas)  Problemas socioeconômicos.
Concentração de veículos automotores em  Poluição atmosférica, poluição sonora;
áreas metropolitanas  Grande número de acidentes.
 Compactação, erosão, contaminação e
Agricultura mecanizada com
diminuição da fertilidade dos solos;
alto consumo de agrotóxicos e
 Assoreamento e contaminação dos cursos
grande áreas homogêneas
d'água.
 Desmatamento e erosão dos solos;
Transportes de combustíveis em oleodutos
 Riscos de acidentes com prejuízos para a
e gasodutos
fauna, a flora e a vida humana.
 Alteração de ecossistemas litorâneos
Expansão urbana desordenada na faixa
 Poluição de áreas naturais (praias)
litorânea
 Prejuízos ao lazer, turismo e pesca.
 Destruição de florestas nativas para
Indústrias siderúrgicas primitivas
produção de carvão vegetal;
(Ferro Gusa)
 Poluição das águas dos rios e do ar.
 Poluição dos cursos d'água por metais
Curtumes
pesados.
 Poluição das águas e dos solos;
 Degradação dos solos, com prejuízos para
Extração de carvão mineral
a agricultura;
 Doenças ocupacionais.
Fonte: Desenvolvimento Sustentável: Relatório do Brasil para a Conferência das Nações Unidas
sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, modificado e, SEBRAE.

___________________________________________________ Impactação Ambiental - 6


a
2 Parte

DESENVOLVIMENTO
SUSTENTÁVEL E

CONSUMO SUSTENTÁVEL

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Desenvolvimento Sustentável
e Consumo Sustentável

O atual modelo de crescimento econômico gerou enormes desequilíbrios; se, por um


lado, nunca houve tanta riqueza e fartura no mundo, por outro lado, a miséria, a
degradação ambiental e a poluição aumentam dia-a-dia. Diante dessa constatação, surge
a idéia do Desenvolvimento Sustentável, buscando conciliar o desenvolvimento
econômico com a preservação ambiental e, ainda, ao fim da pobreza no mundo.

Metas a serem atingidas com o Desenvolvimento Sustentável:


1) A satisfação das necessidades básicas da população (educação, alimentação,
saúde, lazer, etc.);
2) A solidariedade com as gerações futuras (preservar o ambiente de modo que elas
tenham chance de viver);
3) Participação da população envolvida (todos devem se conscientizar da
necessidade de conservar o ambiente e fazer cada um a parte que lhe cabe para tal);
4) A preservação dos recursos naturais (água, oxigênio, etc.);
5) A elaboração de um sistema social garantindo emprego segurança social e respeito
a outras culturas (erradicação da miséria, do preconceito do massacre de população
oprimida, como por exemplo, os índios);
6) A efetivação dos programas educativos.

Na tentativa de chegar ao Desenvolvimento Sustentável, sabemos que a educação para


chegar ao Desenvolvimento Sustentável:

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1) Redução de desperdício de recursos (naturais, financeiros e humanos);
2) Controle e prevenção da degradação ambiental;
3) Redução do volume de lixo e tratamento do mesmo;
4) Melhoria nas condições de moradia, saneamento e provisão de água;
5) Melhoria no nível de saúde (higiene e prevenção) e educação básica;
6) Oportunidade para a cultura, lazer e recreação;
7) Promoção de oportunidades para o trabalho;
8) Acesso a informações e ao processo de tomada de decisão.

Portanto podemos considerar DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL como sendo:


O desenvolvimento que “atende as necessidades do presente sem comprometer a
possibilidade de gerações futuras atenderem, as suas próprias necessidades”.

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CONSUMO SUSTENTÁVEL

A imensidão do Brasil fez, e ainda faz, muita


gente pensar que todos os recursos naturais do
nosso País são inesgotáveis. Engano. Um
grande engano. Se não abrirmos os olhos e
ficarmos bem atentos as nossas atitudes,
poderemos sofrer graves prejuízos e ainda
comprometer a sobrevivência das gerações
futuras.

Normalmente, não nos preocupamos com a


quantidade de água que utilizamos ao escovar
os dentes, quando tomamos banho ou no
momento de lavar a louça e o nosso carro. Nem nos tocamos com relação a
grandiosidade de recursos naturais que utilizamos sem necessidade. Se você acha que é
muito trabalhoso, então, preste atenção nessas informações abaixo e perceba como é
fácil economizar e ao mesmo tempo contribuir para a preservação do Meio Ambiente.

Água

Hoje, metade da população mundial (mais de 3 bilhões de


pessoas) enfrenta problemas de abastecimento de água.
Muitas fontes de água doce estão poluídas ou, simplesmente,
secaram. Recife, capital de Pernambuco, em vários períodos
do ano é submetida a um racionamento rigoroso, em outros,
não tem água mesmo. O racionamento também já chegou à
São Paulo, podendo atingir 3 milhões dos 10 milhões de
habitantes da capital paulista. Você sabia que 97,5% da água
existente no planeta Terra é salgada e está distribuída em
mares e oceanos (mares e oceanos), 2,493% formam geleiras
inacessíveis ou aqüíferos de difícil acesso e, apenas, 0,007% é
água doce, armazenada em rios, lagos e atmosfera de fácil acesso a população?

Pois, bem, temos apenas 0,007% de água, distribuída desigualmente pela Terra para
atender a mais de 6 bilhões de pessoas. Esse pouquinho de água que nos resta está
ameaçado. Isso porque, somente agora estamos nos dando conta dos riscos que
representam os esgotos, o lixo, os resíduos de agrotóxicos e industriais.Cada um de nós
tem uma parcela de responsabilidade nesse conjunto de coisas. Mas, como não podemos
resolver tudo de uma só vez, que tal começarmos a dar a nossa contribuição no dia-a-

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dia? Você sabe quantos litros de água uma pessoa consome, em média, por dia? Não?
São cerca de 250 litros (isto mesmo, 250 litros ou mais): banho, cuidados de higiene,
comida, lavagem de louça e roupas, limpeza da casa, plantas e, claro, a água que se
bebe.

Dá para viver sem água? Não dá. Então, a saída é fazer um uso racional deste
recurso precioso. A água deve ser usada com responsabilidade e parcimônia. Para nós,
consumidores, também significa mais dinheiro no bolso. A conta de água no final do mês
será menor. O mais importante, no entanto, é termos a consciência de que estamos
contribuindo, efetivamente, para reduzir os riscos de matarmos a nossa fonte de vida: a
água.

Energia Elétrica

O consumo de energia elétrica aumenta a cada ano no Brasil. Em breve, estaremos


importando energia elétrica de países vizinhos. O comércio, além de ganhar novos
estabelecimentos com alto padrão de consumo (shopping centers, hipermercados),
dinamizou suas atividades com a ampliação dos dias e horário de funcionamento. Uma
grande parte desse aumento é decorrente do desperdício de energia.

Voltamos à questão do desperdício. E é nesse ponto


que entra a nossa contribuição.

Os consumos residenciais e comerciais representam


cerca de 42% do consumo total. No segmento
residencial, houve um aumento do uso da eletricidade
por incorporação de novos eletrodomésticos. Será que
precisamos de todos eles, realmente? Economizar
energia, além de fazer bem ao bolso, também contribui
para o adiamento da construção de novas hidroelétricas,
que causam grandes impactos ambientais, ou para
diminuição da exploração de recursos naturais não renováveis como o petróleo na
construção de termoelétricas. Percebe como podemos ajudar?

Lixo

Enquanto a água pode nos faltar, o lixo sobra. É lixo demais e ele sempre aumenta.
Aumenta tanto que nem sabemos onde colocá-lo. Essa dificuldade é maior quando
associada aos custos para se criar aterros sanitários. A situação torna-se pior quando
constatamos que na maioria das cidades brasileiras o lixo é despejado em terrenos
baldios ou nos “famosos” e inadequados lixões. Em contraposição a essas práticas,
ecologicamente incorretas, vem-se estimulando o uso de métodos alternativos de
tratamento como a compostagem e a reciclagem ou, dependo do caso, incineração. A
incineração (queima do lixo) é a alternativa menos aceitável. Provoca graves problemas
de poluição atmosférica e exige investimentos de grande porte para a construção de
incineradores. A compostagem é uma maneira fácil e barata de tratar o lixo orgânico
(detritos de cozinha, restos de poda e fragmentos de árvores). A reciclagem é vista pelos
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governos e defensores da causa ambiental como solução para o lixo inorgânico (plásticos,
vidros, metais e papéis). Com a reciclagem é possível reduzir o consumo de matérias-
primas, o volume de lixo e a poluição.

Tecnicamente, é possível recuperar e reutilizar a maior parte dos materiais que na


rotina do dia-a-dia é jogada fora. Latas de alumínio, vidro e papéis, facilmente coletados,
estão sendo reciclados em larga escala em muitos países, inclusive no Brasil. Embora
seja um processo em crescimento, ainda não é economicamente atrativo para todos os
casos. Assim, nos restam as alternativas: evitar produzir lixo, reaproveitar o que for
possível e reciclar ao máximo. Como fazer isso? Aqui vai uma boa dica: aproveitar melhor
o que compramos, escolhendo produtos com menor quantidade de embalagens ou
redescobrir antigos costumes como, por exemplo, à volta das garrafas retornáveis de
bebidas (os velhos cascos) ou das sacolas de feira para carregar compras.

Vazamentos

 Os vazamentos podem ser evidentes como uma


torneira pingando ou escondidos, no caso de canos furados
ou de vaso sanitário. Para esse último, verifique o
vazamento jogando cinzas no fundo da privada e observe
por alguns minutos. Se houver movimentação da cinza ou se
ela sumir, há vazamento.

 Outra forma de detectá-los é através do hidrômetro (ou


relógio de água) da casa: feche todas as torneiras e desligue
os aparelhos que usam água (só não feche os registros na parede que alimentam as
saídas de água). Anote o número indicado no hidrômetro e confira depois de algumas
horas para ver se houve alteração ou observe o círculo existente no meio do medidor.

Banheiro

 O chuveiro elétrico é um dos aparelhos que mais consome


energia. O ideal é evitar seu uso em horários de maior consumo (de
pico): entre 18h e 19h30min;

 Quando o tempo não estiver frio, deixe a chave de


temperatura na posição menos quente (morno);

 Tente limitar seus banhos em aproximadamente 5 minutos.


Feche a torneira enquanto se ensaboa;

 Instale torneiras com aerador (“peneirinhas” ou “telinhas” na


saída da água). Ele dá a sensação de maior vazão, mas na
verdade faz exatamente o contrário.

 Jamais escove os dentes ou faça a barba com a torneira


aberta;
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 Caso seja viável, instale redutores de vazão em torneiras e chuveiro;

 Quando construir ou reformar, dê preferência às caixas de descarga no lugar das


válvulas;

Cozinha

 Use também o redutor de vazão e torneiras com


aeradores;

 Ao lavar a louça, use uma bacia ou a própria cuba da


pia para deixar os pratos e talheres de molho por alguns
minutos antes da lavagem. Isso ajuda a soltar a sujeira.
Depois, use água corrente somente para enxaguar;

 Se usar a máquina de lavar louça, ligue-a somente quando estiver com toda sua
capacidade preenchida;

 Para lavar verduras, use também uma bacia para deixá-las de molho (pode ser
inclusive com algumas gotas de vinagre ou com solução de hipoclorito), passando-as
depois por um pouco de água corrente para terminar de limpá-las;

 Procure consumir alimentos livres de agrotóxicos. Os agrotóxicos podem causar


danos ao meio ambiente e a sua saúde. Dê preferência a
produtos orgânicos.

Lavanderia (ou Área de Serviço)

 Deixar as roupas de molho por algum tempo antes de lavar


também ajuda aqui;

 Ao esfregar a roupa com sabão use um balde com água


que pode ser a mesma do molho e mantenha a torneira do
tanque fechada. Água corrente somente no enxágüe;

 Use o resto da água com sabão para lavar o seu quintal;

 Se tiver máquina de lavar, use-a sempre com a carga máxima e tome cuidado com
o excesso de sabão para evitar um número maior de enxágües;

 Evite utilizar o ferro elétrico quando vários aparelhos estiverem ligados na casa
para evitar que a rede elétrica fique sobrecarregada;

 Habitue-se a juntar a maior quantidade possível de roupas


para passá-las de uma só vez;

 Se o ferro for automático, regule sua temperatura. Passe


primeiro as roupas delicadas, que precisam de menos calor. No final,
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depois de desligá-lo, você ainda pode aproveitar o calor para passar algumas roupas
leves.

Quintal, Jardim e Vasos

 Cultive plantas que necessitam de pouca água (bromélias,


cactos, pinheiros, violetas);

 Aproveite sempre que possível a água da chuva. Você pode


armazená-la em recipientes colocados na saída das calhas e
depois usá-la para regar as plantas. Só não se esqueça de tampar
esses recipientes para que não se tornem focos de mosquito da
dengue;

 Para lavar o carro use balde em vez de mangueira;

 Não regue as plantas em excesso nem nas horas quentes do dia ou em momentos
com muito vento. Muita água será evaporada ou levada antes de atingir as raízes;

 Molhe a base das plantas, não as folhas;

 Utilize cobertura morta (folhas, palha) sobre a terra de


canteiros e jardins. Ela diminui a perda de água;

 Ao limpar a calçada, use a vassoura, E NÃO ÁGUA para


varrer a sujeira! Depois, se quiser, jogue um pouco de água no
chão, somente para “baixar a poeira”. Para isso, você pode usar
aquela água que sobrou do tanque.

Geladeira/Freezer

 Na hora de comprar, leve em conta a eficiência energética certificada pelo selo


Procel – Programa de Combate ao Desperdício de Energia Elétrica;

 Coloque o aparelho em local bem ventilado, evitando a proximidade com o fogão,


aquecedores ou áreas expostas ao sol;

 Evite abrir a porta da geladeira em demasia ou por tempo


prolongado;

 Deixe espaço entre os alimentos e guarde-os de forma que


você possa encontrá-los rápida e facilmente;

 Não guarde alimentos ou líquidos quentes;

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 Não forre as prateleiras com vidros ou plásticos porque dificulta a circulação interna
de ar;

 Faça o descongelamento do freezer periodicamente, conforme as instruções do


manual, para evitar que se forme camada com mais de meio centímetro de espessura;

 Conserve limpas as serpentinas (as grades) que se encontram na parte de trás do


aparelho. Não as utilize para secar panos, roupas, etc.

 Quando você se ausentar de casa por tempo prolongado, o ideal é esvaziar freezer
e geladeira e desligá-los.

Lâmpadas

 Na hora de comprar, dê preferência a lâmpadas


fluorescentes, compactas ou circulares, para a cozinha,
área de serviço, garagem e qualquer outro lugar da
casa que fique com as luzes acesas por mais de quatro
horas por dia. Além de consumir menos energia, essas
lâmpadas duram mais que as outras;

 Evite acender lâmpadas durante o dia. Aproveite melhor a luz do sol, abrindo
janelas, cortinas e persianas. Apague as lâmpadas dos ambientes quando estiverem
desocupados;

 Para quem vai pintar a casa, é bom lembrar que tetos e paredes de cores claras
refletem melhor a luz, reduzindo a necessidade de luz artificial.

Televisão

 Quando ninguém estiver assistindo, desligue o


aparelho;
 Não durma com a televisão ligada. Mas se você se
acostumou com isso, uma opção é recorrer ao “timer”
(temporizador) para que o aparelho desligue sozinho.

Seu Lixo

 Não jogue lixo nenhum na rua. Cerca de 40% do


lixo recolhido no Rio de Janeiro é proveniente da coleta
de rua. Essa coleta é mais cara e, além de enfear os
lugares, traz sérios problemas aos moradores nas épocas
de chuva, com entupimento de bueiros e estrangulamento
dos corredores de água;

 Aproveite integralmente os alimentos. Muitas vezes,


talos, folhas, sementes e cascas têm grande valor
nutritivo e possibilitam uma boa variação no seu cardápio;

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 Doe livros, roupas, brinquedos e outros bens usados que para você não têm mais
serventia, mas que podem ser úteis a outras pessoas;

 Leve sacola própria para fazer suas compras, evitando pegar as sacolas plásticas
fornecidas nos supermercados. Se levar para casa as sacolas, reutilize-as como saco de
lixo. Para o transporte de compras maiores, utilize caixas plásticas ou de papelão;

 Procure comprar produtos reciclados - cadernos, blocos de anotação, envelopes,


utilidades de alumínio, ferro, plástico ou vidro;

 Escolha produtos que utilizem pouca embalagem ou


que tenham embalagens reutilizáveis ou recicláveis - potes
de sorvete, vidros de maionese, etc;

 Não jogue lâmpadas, pilhas, baterias de celular,


restos de tinta ou produtos químicos no lixo. As empresas
que os produzem estão sendo obrigadas por lei a recolher
muitos desses produtos;

 Leve remédios, os que não usa e os vencidos, a um posto de saúde próximo. Eles
saberão dar-lhes destino adequado;

 Separe o lixo e encaminhe os produtos para reciclagem. Tente organizar em seu


edifício, rua, bairro ou condomínio um sistema de coleta seletiva. Cada morador separa
em sua residência materiais como vidro, plástico, latas de alumínio, papel, papelão e
material orgânico, colocando-os em locais próprios. Informe-se nas companhias
municipais de limpeza sobre a existência de cooperativas de catadores que poderão
fazer a coleta em sua residência. Algumas empresas que
fazem reciclagem recolhem, elas mesmas, o lixo já separado;

 Utilize os dois lados da folha de papel para escrever,


rascunhar ou imprimir. Aproveite melhor a área do papel. Para
cada tonelada de papel que se recicla vinte e cinco árvores
deixam de ser derrubadas;

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a
3 Parte

CLASSIFICAÇÃO DOS

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IMPACTOS AMBIENTAIS

Classificação dos Impactos


Ambientais
O objetivo de se estudar os impactos ambientais é, principalmente, o de avaliar as
conseqüências de algumas ações, para que possa haver a prevenção da qualidade de
determinado ambiente que poderá sofrer a execução de certos projetos ou ações, ou logo
após a implementação dos mesmos.

A classificação dos Impactos Ambientais é realizada através de seis critérios principais


de classificação: Critério de Valor; Critérios de Ordem; Critério de Tempo; Critério de
Espaço; Critério de Dinâmica; e Critério de Plástica.

Critério de Valor

Impacto Positivo ou Benéfico: Quando uma ação causa melhoria da qualidade de um


fator ambiental.
Ex:

Impacto Negativo ou Adverso: Quando uma ação causa um dano a qualidade


ambiental.
Ex:

___________________________________________________ Impactação Ambiental - 18


Critérios de Ordem

Impacto Direto ou Primário: Quando resulta de uma simples ação de causa e efeito.
Ex:

Impacto Indireto ou Secundário: Quando é uma reação secundária em relação à ação,


ou quando é parte de uma cadeia de reações.
Ex:

Critério de Tempo

Impacto a Curto Prazo: Quando a ação permanece no meio ambiente por um pequeno
período de tempo ou somente de imediato.
Ex:

Impacto a Médio Prazo: Quando a ação permanece por um considerável período de


tempo no meio ambiente.
Ex:

Impacto a Longo Prazo: Quando a ação permanece por um longo período de tempo no
meio ambiente.
Ex:

___________________________________________________ Impactação Ambiental - 19


Critério de Espaço

Impacto Local: Quando as ações circunscrevem-se ao próprio sítio ou local as suas


imediações.
Ex:

Impacto Regional: Quando o Impacto de Propaga por uma área além das imediações
do local onde se dá a reação.
Ex:

Impacto Estratégico: Quando é afetada uma grande área de importância nacional ou


até internacional.
Ex:

Critério de Dinâmica

Impacto Temporário: Quando o impacto permanece por um tempo determinado após a


realização da ação.
Ex:

Impacto Cíclico: Quando o impacto se faz em determinados ciclos, que podem ser ou
não ao longo do tempo.
Ex:

Impacto Permanente: Quando uma vez executada a ação os impactos não param de
se manifestar em um horizonte temporal conhecido.
Ex:

Critério de Plástica

Impacto Reversível: Quando uma vez cessada a ação, o fator ambiental retorna às
suas condições originais.
Ex:

Impacto Irreversível: Quando cessada a ação fator ambiental não retorna às suas
características originais, pelo menos em um horizonte de tempo aceitável pelo homem.
Ex:

___________________________________________________ Impactação Ambiental - 20


a
4 Parte

LICENCIAMENTO

___________________________________________________ Impactação Ambiental - 21


AMBIENTAL

Licenciamento Ambiental

Licenciamento Ambiental é um instrumento de planejamento para controle,


conservação, melhoria e recuperação ambiental, de forma a garantir o desenvolvimento
sócio-econômico, de acordo com os princípios do desenvolvimento sustentável.

A construção, instalação, ampliação e funcionamento de quaisquer estabelecimentos e


atividades utilizadoras de recursos ambientais, considerados efetiva ou potencialmente
poluidores, bem como os capazes sob qualquer forma, de causar degradação ambiental
dependem de prévio licenciamento.

O Licenciamento Ambiental está previsto na Lei nº 6.938/81 , que estabelece as


diretrizes da Política Nacional de Meio Ambiente e é caracterizado por três fases distintas:
Licença Prévia - LP; Licença de Instalação–LI; Licença de Operação - LO.

A Resolução CONAMA nº 237/97 regulamenta os procedimentos e critérios utilizados


no licenciamento ambiental, de forma a efetivar a utilização do sistema de licenciamento
como instrumento de gestão ambiental, instituído pela Política Nacional do Meio
Ambiente.

Estão sujeitas ao Licenciamento Ambiental todas as pessoas físicas e jurídicas,


inclusive as entidades das administrações públicas federal, estadual e municipal, cujas
___________________________________________________ Impactação Ambiental - 22
atividades utilizem recursos ambientais e possam ser causadoras efetivas ou potenciais
da poluição ou da degradação ambiental.

Licença Prévia - LP

É o documento que deve ser solicitado na fase preliminar de planejamento da


atividade, correspondente à fase de estudos para definição da localização do
empreendimento.

Fluxograma do Licenciamento Ambiental - Concessão de Licença Prévia – LP

Requisitos para obtenção da LP:


- Requerimento de LP Formulário de Pedido de Licença;
- Cópia da publicação de pedido de LP;

- Apresentação da lista de documentos requerida pelo órgão ambiental.

Nesta etapa o órgão licenciador:


- Elabora o termo de referência para a realização dos estudos ambientais (EIA/RIMA);
- Vistoria o local do empreendimento;
- Promove a audiência pública (quando couber).

Antes da concessão da licença o empreendedor deverá pagar, taxa de nada consta de


débitos ambientais e taxa de emissão de LP.

A concessão da LP não autoriza a execução de quaisquer obras ou atividades


destinadas à implantação do empreendimento

Licença de Instalação – LI

É o documento que deve ser solicitado antes da implantação do empreendimento.

___________________________________________________ Impactação Ambiental - 23


Nesta fase o órgão licenciador:
- Analisa os documentos solicitados na LP (projeto técnico, programas ambientais e
plano de monitoramento).

Fluxograma do Licenciamento Ambiental - Concessão de Licença de Instalação - LI

Requisitos para obtenção da LI:


- Requerimento de LI;
- Cópia da publicação da concessão da LP;
- Plano de Controle Ambiental - PCA;
- Cópia da publicação do pedido de LI.

Antes da concessão da licença o empreendedor deverá pagar a taxa de emissão de


Licença.
A concessão da LI implica no compromisso do interessado em manter o projeto final
compatível com as condições de seu deferimento.

Licença de Operação - LO

É o documento que deve ser solicitado antes da operação do empreendimento.

Nesta fase o órgão licenciador:


- Analisa os documentos solicitados na LI;
- Vistoria as instalações e os equipamentos de controle ambiental.

___________________________________________________ Impactação Ambiental - 24


Fluxograma do Licenciamento Ambiental - Concessão de Licença de Operação – LO

Requisitos para obtenção da LO:


- Requerimento de LO;
- Cópia da publicação da concessão da LI;
- Cópia da publicação do pedido da LO.

A concessão da LO implica no compromisso do interessado em manter o


funcionamento dos equipamentos de controle da poluição, de acordo com as condições
de seu deferimento.

Prazos de Validade das Licenças

Licença Prévia – LP: máximo de 5 anos.


Licença de Instalação – LI: máximo de 6 anos.
Licença de Operação – LO: máximo de 10 anos e mínimo de 4 anos.
No Espírito Santo a Licença de Operação tem prazo máximo de 6 anos e mínimo
de 4 anos (Decreto Estadual Nº 4.344/98).

___________________________________________________ Impactação Ambiental - 25


Níveis de Licenciamento

Licença Federa: Quando os Impactos Ambientais forem de âmbito nacional ou


regional.

Licença Estadual: Quando o impacto ambiental não ultrapassar uma unidade


federativa (Estado).

Licença Municipal: Nos casos onde os impactos ambientais forem locais.

Audiência Pública

Com o objetivo de expor e discutir com os interessados e à população envolvida as


características e os prováveis impactos ambientais dos empreendimentos, buscando
subsídios para sua análise técnica, o órgão licenciador determinará, sempre que
necessário, a realização de uma ou mais Audiências Públicas.

A audiência pública é um instrumento de participação popular, fundamental no


processo de Avaliação de Impactos Ambientais - AIA, referido nas Resoluções CONAMA
nº 001/86 e 009/87 e cuja realização se dá após a execução e apresentação ao órgão
licenciador do Estudo de Impactos Ambientais - EIA e do Relatório de Impactos
Ambientais - RIMA.

Assim, essa se constitui um processo educativo, uma vez que o órgão ambiental
fornece informações ao público e promove a divulgação e a discussão do projeto e seus
impactos e o público repassa informações à administração pública, que servirão de
subsídios à análise e parecer final sobre o empreendimento proposto para efeito do
licenciamento ambiental.

A Audiência Pública não é, e nem representa, um fórum de decisão sobre o


empreendimento. Portanto, com ela não se pode ter a pretensão de fazer plebiscitos a
favor ou contra determinado projeto. Ela serve, principalmente, para informar, discutir,
dirimir dúvidas e ouvir opiniões sobre os anseios da comunidade, em especial a
população diretamente afetada, cujas preocupações, pronunciamentos e informações,
levadas ao órgão licenciador são considerados no procedimento decisório sobre a
aprovação ou não do projeto.

Nesse evento o empreendedor e a consultora ambiental contratada para a realização


dos estudos apresentam o Relatório de Impacto Ambiental do projeto. A realização das
Audiências Públicas poderá acontecer também a pedido de Entidade Civil, do Ministério
Público, ou de 50 (cinqüenta) ou mais cidadãos interessados.

A audiência pública é realizada sempre no município ou área de interferência em que a


implantação do empreendimento, atividade, plano, programa ou projeto está previsto,
tendo prioridade de escolha o município onde os impactos são mais significativos.

Caso a abrangência dos impactos decorrentes do projeto atinja mais de um município,


o órgão licenciador, mediante deliberação, pode convocar mais de uma audiência.

___________________________________________________ Impactação Ambiental - 26


Nas audiências públicas deverão estar presentes:

 Representante do órgão ambiental;


 Membros da equipe de consultoria, responsáveis pela elaboração do EIA/RIMA;
 Empreendedor ou seu representante legal;
 Solicitante da audiência pública;
 Público interessado.

Exemplo de Licença Ambiental

___________________________________________________ Impactação Ambiental - 27


5a Parte
___________________________________________________ Impactação Ambiental - 28
AVALIAÇÃO DE

IMPACTOS AMBIENTAIS -
AIA

___________________________________________________ Impactação Ambiental - 29


Avaliação de Impactos
Ambientais - AIA
Instrumento da Política Ambiental capaz de assegurar, desde o início do processo, que
se faça um exame sistemático dos impactos ambientais de uma ação proposta (projeto,
programa, plano ou política), e que os resultados sejam apresentados de forma adequada
ao público e aos responsáveis pela tomada de decisão, a fim de se evitar alguns impactos
negativos ao meio ambiente.

A Avaliação de Impacto Ambiental - AIA aplica-se a todo e qualquer tipo de ação que
possa causar alterações significativas no meio ambiente. O emprego corrente mais usual
é a aplicação a projetos de empreendimentos isolados (indústria, via de transporte, etc.) e
aos planos de desenvolvimento, em que o estudo agrega os impactos ambientais das
obras de infra-estrutura aos impactos dos empreendimentos que se quer implantar.
Considera a previsão dos impactos ainda na fase de planejamento, o que permite
aprimorar a análise das alternativas e estabelecer diretrizes e restrições para a
implantação dos projetos individuais, reduzindo os danos e os custos das medidas de
controle ambiental.

O processo de Avaliação de Impacto Ambiental vincula-se aos sistemas de


licenciamento, o que limita sua aplicação aos projetos e alguns planos.

Documentos de Avaliação de Impactos Ambientais

Existem vários tipos de documentos para a Avaliação de Impactos Ambientais. É


usado um tipo de documento de acordo com a magnitude dos Impactos Ambientais do
empreendimento proposto.

Os documentos mais utilizados são:


 EIA/RIMA → Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto Ambiental;
 DIA → Declaração de Impacto Ambiental;
 PCA → Plano de Controle Ambiental;
 RIU → Relatório de Impacto Urbano.

Atores Envolvidos na Avaliação de Impactos Ambientais

 Órgão Ambiental: Responsável pela análise e avaliação dos documentos de


Estudo Ambiental;
 Proponente do Empreendimento: Responsável pela contratação ou
produção dos documentos de Estudo Ambiental;
 Equipe Multidisciplinar de Consultoria: Equipe formada por técnicos de
diversas áreas com objetivo da produção dos documentos de Estudo Ambiental.
 População: Todas as pessoas afetadas direta ou indiretamente pelos
impactos ambientais do empreendimento.

___________________________________________________ Impactação Ambiental - 30


6a Parte

ESTUDO DO IMPACTO
AMBIENTAL E

RELATÓRIO DE IMPACTO
AMBIENTAL – EIA/RIMA

___________________________________________________ Impactação Ambiental - 31


Estudo do Impacto Ambiental e Relatório
de Impacto Ambiental – EIA/RIMA

Estudo de Impacto Ambiental - EIA

O Estudo de Impacto Ambiental é um dos elementos da AIA. Trata-se da execução por


equipe multidisciplinar das tarefas técnicas e científicas destinadas a analisar
sistematicamente, as conseqüências da implantação de um projeto no meio ambiente, por
métodos de AIA e técnicas de previsão dos Impactos Ambientais.

Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

O Relatório de Impacto Ambiental, por sua vez, é um documento que apresenta, de


forma resumida, os resultados dos estudos técnicos e científicos do EIA. O RIMA deve ser
escrito com linguagem de fácil compreensão para que a população afetada pelos
impactos ambientais possa ser esclarecida.

O EIA deverá ser feito quando for realizado qualquer tipo de construção, instalação,
ampliação, reformas, recuperação, alteração de obras utilizadoras de recursos ambientais
ou ainda consideradas efetivas ou potencialmente poluidoras.

O EIA tem como objetivo verificar todas as espécies da área de empreendimento, seu
potencial ecológico e a sua correlação com a biodiversidade no contexto regional. O EIA
realiza um diagnóstico das condições naturais do ambiente.

Para o licenciamento será exigido o EIA e o respectivo RIMA. Estes por sua vez
deverão ser realizados através de empresas especializadas em meio ambiente, que
mantém contato com os órgãos licenciadores. Trata-se de execução por equipe de
técnicos destinados a analisar as prováveis conseqüências da implantação de um projeto
no meio ambiente.

O RIMA é o documento que apresenta os resultados dos estudos técnicos e científicos


de avaliação de impacto ambiental. Faz uma análise objetiva para identificar as
associações do ser humano, medindo-se as condições embasadas no meio ambiente e
fazendo uma previsão de prováveis mudanças que possam vir ocorrer como resultados
de tais ações.

Conteúdo do EIA/RIMA

Segundo a Resolução CONAMA Nº 01/86 o EIA/RIMA deve apresentar no mínimo as


seguintes informações:

___________________________________________________ Impactação Ambiental - 32


 Alternativas de Projeto: Art. 5º, I.
O EIA/RIMA deverá propor ao órgão ambiental a escolha de pelo menos duas
alternativas de projeto, sem viciar a sua escolha.

 Área de Influência: Art. 5º, III.


O EIA/RIMA deve definir a área geográfica onde os impactos ambientais do
empreendimento poderão ser observados.

 Compatibilidade com os planos e programas governamentais: Art. 5º, IV.


A incompatibilidade total ou parcial, aparente ou evidente do projeto deverá ser
claramente exposta pelo EIA/RIMA.

 Diagnóstico Ambiental da Área de Influência: Art. 6º, I.


A descrição inicial do meio físico, biológico e sócio-econômico permitirá em mais
justo juízo de valor entre as vantagens de se autorizar ou não o projeto.

 Identificação e Avaliação dos Impactos Ambientais: Art. 6º, II.


O EIA/RIMA deverá identificar e avaliar os impactos ambientais em todos seus
critérios, bem como suas propriedades cumulativas e sinergéticas.

 Definição das Medidas Mitigadoras dos Impactos Ambientais Negativos: Art. 6º,
III.
O EIA/RIMA deve indicar e testar as medidas de correção ou minimização dos
impactos negativos.

 Elaboração dos Programas de Monitoramento e Acompanhamento: Art. 6º, IV.


Deverá constar no EIA/RIMA as medidas de monitoramento a fim de se controlar
as fontes de poluição que não foram possíveis de ser evitadas.

___________________________________________________ Impactação Ambiental - 33


a
7 Parte

METODOLOGIAS DE
AVALIAÇÃO DE

___________________________________________________ Impactação Ambiental - 34


IMPACTOS AMBIENTAIS -
MAIA

Metodologias de Avaliação de
Impactos Ambientais - MAIA
Os Métodos de Avaliação de Impactos Ambientais podem ser definidos como
mecanismos estruturados para coletar, analisar, medir, comparar e organizar informações
e dados sobre os impactos ambientais de uma proposta.

Os MAIAs variam segundo o fator ambiental considerado. Eles têm que ser flexíveis,
aplicáveis em qualquer fase do processo de planejamento e desenvolvimento da
atividade. Assim sendo, as metodologias devem envolver as seguintes atividades:
 Identificação de impactos;
 Previsão e medição de impactos;
 Interpretação de impactos;
 Identificação de medidas mitigadoras e dos requisitos de monitoramento;
 Comunicação aos usuários das informações sobre os impactos, tais como,
aos responsáveis pela tomada de decisão e membros do setor público.

Nenhum MAIA pode ser considerado perfeito. Também não existe método que seja
apropriado à avaliação de qualquer tipo de empreendimento. Dentre as metodologias
conhecidas, algumas apenas identificam os impactos, outras são técnicas de
identificação, qualificação e quantificação, e outras são conhecidas como técnicas de
simples comunicação.

___________________________________________________ Impactação Ambiental - 35


Os Métodos comumente utilizados para avaliação de impactos ambientais são:

Método “AD HOC” ou Método da Reunião

Estes métodos consistem em reuniões de


técnicos selecionados de acordo com as
características do projeto a ser implantado onde se
identificam os impactos caracterizando-os e
sintetizando-os em seguida nas tabelas ou
matrizes.

As reuniões “AD HOC” também são úteis como


técnica de previsão de impactos, apesar do grau de
subjetividade envolvido nas opiniões, do risco da
tendenciosidade da coordenação e da escolha dos participantes.

Aplicação:
 Avaliação em tempo curto e quando há carência de dados;
 A legislação vigente no país não permite sua utilização como único MAIA.

Vantagens:
 Rapidez;
 Baixo custo.

Desvantagens:
 Não promovem análise sistemática dos impactos;
 Resultados com alto grau de subjetividade;
 Fundamento técnico-científico deficiente.

Check List ou Listagem de Controle

Constituem-se em listagens padronizadas por tempo de projeto ou ação a partir das


quais identificam-se os impactos provocado por um projeto específico. Os tipos de
listagens mais usadas são; simples, descritivas, comparativas, em questionário e
ponderáveis. Desta forma, estas listagens podem variar desde uma simples listagem
indicando apenas os fatores ambientais, como incorporar os efeitos previstos, orientar as
técnicas de previsão ou, ainda, estabelecer um sistema de ponderação dos efeitos
ambientais.

Aplicação:
 Diagnóstico ambiental da área de influência.

Vantagens:
 Ajudam a lembrar de todos os fatores ambientais que podem ser afetados,
evitando omissões de impactos ambientais desfavoráveis.

Desvantagens:

___________________________________________________ Impactação Ambiental - 36


 Não consideram características temporais dos impactos, nem espaciais;
 Não consideram a dinâmica dos impactos ambientais;
 Quase nunca indicam a magnitude dos impactos, tornando-os muito
subjetivos.

Matrizes de Interação

Consistem numa listagem bidimensional que


relacionam as ações impactantes do projeto com os
fatores ambientais. Cada célula de interseção
representa a relação de causa e efeito geradora do
impacto. Entre as matrizes mais conhecidas,
encontra-se a Matriz de Leopoldo, elaborada em
1971 para o Serviço Geológico do Ministério do
Interior dos Estados Unidos. Apresenta uma lista de
100 ações que se cruzam com 88 fatores
ambientais.

A matriz de Leopoldo utiliza os atributos e importância numa escala de 1 a 10. Por


exemplo, a importância da abertura de uma rodovia sobre o sistema de drenagem do local
pode ser de pequena importância se a via for estreita ou se sua localização não esteja
interferindo de forma significante na drenagem da região.

Aplicação:
 Identificação dos impactos ambientais diretos.

Vantagens:
 Boa disposição de visual do conjunto de impactos diretos;
 Simplicidade de elaboração e baixo custo.

Desvantagens:
 Não consideram características espaciais e nem a dinâmica dos impactos;
 Subjetividade na atribuição de magnitude;

Redes de Interação

As redes de interação representam um avanço em relação as técnicas anteriores, pois


ao estabelecerem relações do tipo causa-condição-efeito, permitem melhor identificação
dos impactos e de suas inter-relações.

Um dos métodos mais conhecidos é o de SORENSEN, elaborado em 1971, visando o


planejamento e ordenamento ambiental de uma região costeira americana. Este método
consiste especificamente na identificação da cadeia de impactos indiretos resultantes das
“condições iniciais”, ou impactos diretos iniciais, obtidos a partir de matrizes que devem
preceder a sua aplicação.

Aplicação:
 Identificação dos impactos ambientais diretos e indiretos (secundários,
terciários, etc).

___________________________________________________ Impactação Ambiental - 37


Vantagens:
 Abordagem integrada na análise dos impactos e suas interações;
 Facilidade de troca de informações entre disciplinas.

Desvantagens:
 Não destacam importância relativa dos impactos;
 Não consideram aspectos temporais e espaciais dos impactos;
 Não prevêem cálculo de magnitude;
 Não consideram a dinâmica dos sistemas ambientais

Sobreposição de Mapas

Foram desenvolvidos no âmbito do planejamento territorial e são aplicados na


avaliação de impactos ambientais visando a localização e a identificação da extensão dos
efeitos sobre o meio ambiente. Esta metodologia consiste na preparação de uma série de
mapas transparentes dos diversos fatores ambientais, resumindo, em cada um as
características ambientais existentes na área do estudo, obtendo-se um mapa síntese das
condições ambientais, com suas fragilidades e potencialidades de uso. Os diversos
mapas são então superpostos, permitindo que o mapa síntese contenha uma
representação dos impactos agregados de um projeto sobre uma determinada área.

Experiências com o método de superposição indicam a sua utilização na avaliação de


traçados alternativos de projetos lineares, como por exemplo, oleodutos, rodovias e linhas
de transmissão. Representações permitem que os traçados que resultaram em alternativa
menos importantes.
Aplicação:
 Projetos lineares – escolha de alternativas de menor impacto;
 Diagnósticos ambientais.

Vantagens:
 Boa disposição visual;
 Dados mapeáveis.

Desvantagens:
 Não quantifica magnitude dos impactos;
 Difícil integração de impactos sócio-econômicos;
 Não considera a dinâmica dos sistemas ambientais.

___________________________________________________ Impactação Ambiental - 38


Modelos de Predição

Todos os métodos acima descritos partilham de uma mesma característica limitante:


tratam o ambiente como uma estrutura estática e são limitados quanto ao tipo de impacto
que pesquisam. Nenhum deles trata explicitamente com sistemas ambientais e impactos
sócio-econômicos e suas interações ao longo do tempo.

Os modelos de simulação podem ser divididos em três principais categorias:

 Cópia em escala reduzida de um projeto e seu funcionamento;


 Representação de um processo físico, químico ou biológico como, por
exemplo, dispersão de poluentes atmosféricos;
 Apresentação exploratória de relações complexas entre componentes
quantitativos ou qualitativos, físico, químico ou biológico.
 Modelos matemáticos computadorizados que representam o funcionamento
dos sistemas ambientais.

Aplicação:
 Diagnósticos e prognósticos da qualidade ambiental das áreas de influência;
 Comparação de alternativas – cenários;

___________________________________________________ Impactação Ambiental - 39


 Projetos de grande porte.

Vantagens:
 Considera a dinâmica dos sistemas ambientais, interação entre fatores e
impactos, variável temporal;
 Promovem troca de informações e interações das disciplinas;
 Tratamento organizado de grande número de variáveis qualitativas e
quantitativas.

Desvantagens:
 Representação com imperfeita qualidade;
 Custo elevado;
 Uso de computadores modernos.

Conforme exposto, podemos constatar que existe atualmente uma gama variada e
significativa de Métodos de Avaliação de Impactos Ambientais, com o objetivo de suprir
adequadamente as atividades de identificação, predição e interpretação dos impactos
ambientais. Observa-se, também, que nos diversos métodos apresentados existem
diferenças nas suas limitações, méritos, capacidade analítica, bem como no enfoque
adotado. Desta forma, torna-se compreensível à dificuldade de seleção de um método
considerado ideal, ou ainda que atenda plenamente todas as condições e tipos de projeto.

a
8 Parte

___________________________________________________ Impactação Ambiental - 40


INDICADORES DE

DESENVOLVIMENTO
HUMANO - IDH

Indicadores de Desenvolvimento
Humano - IDH
O Índice de Desenvolvimento Humano foi criado originalmente para medir o nível de
desenvolvimento humano dos países a partir de indicadores de educação (alfabetização e
taxa de matrícula), longevidade (esperança de vida ao nascer) e renda (PIB per capita). O

___________________________________________________ Impactação Ambiental - 41


índice varia de 0 (nenhum desenvolvimento humano) a 1 (desenvolvimento humano total).
Países com IDH até 0,499 têm desenvolvimento humano considerado baixo; os países
com índices entre 0,500 e 0,799 são considerados de médio desenvolvimento humano;
países com IDH maior que 0,800 têm desenvolvimento humano considerado alto.

Para aferir o nível de desenvolvimento humano de municípios as dimensões são as


mesmas – educação, longevidade e renda, mas alguns dos indicadores usados são
diferentes. Embora meçam os mesmos fenômenos, os indicadores levados em conta no
IDH municipal (IDHM) são mais adequados para avaliar as condições de núcleos sociais
menores.

Uma vez escolhidos os indicadores, são calculados os índices específicos de cada


uma das três dimensões analisadas: IDH-E, para educação; IDH-L, para saúde (ou
longevidade); IDH-R, para renda. Para tanto, são determinados os valores de referência
mínimo e máximo de cada categoria, que serão equivalentes a 0 e 1, respectivamente, no
cálculo do índice. Os sub-índices de cada município serão valores proporcionais dentro
dessa escala: quanto melhor o desempenho municipal naquela dimensão, mais próximo o
seu índice estará de 1. O IDH de cada município é fruto da média aritmética simples
desses três sub-índices: somam-se os valores e divide-se o resultado por três (IDHM-E +
IDHM-L + IDHM-R / 3).

Dimensão Educação

Para medir o acesso à educação da população de uma localidade, o IDH municipal


considera dois indicadores: a porcentagem de pessoas alfabetizadas entre os moradores
com mais de 15 anos de idade daquele lugar (com peso dois no cálculo final) e a taxa de
freqüência bruta a salas de aula (peso um).

Para medir o acesso à educação em grandes sociedades, como um país, a taxa de


matrícula nos diversos níveis do sistema educacional é um indicador suficientemente
preciso. Quando o foco está em núcleos sociais menores, como municípios, esse
indicador é menos eficaz, pois os estudantes podem morar em uma cidade e estudar em
outra, distorcendo as taxas de matrícula. Daí a opção pelo indicador de freqüência à sala
de aula, que é baseado em dados censitários. O que se pretende aferir é a parcela da
população daquela cidade que vai à escola em comparação à população municipal em
idade escolar.

Pelo calendário do Ministério da Educação, aos 7 anos uma criança deve iniciar o
primeiro ciclo do ensino fundamental. Aos 15 anos, o jovem deve ingressar na primeira
série do ensino médio, e, aos 22 anos, concluir o ensino superior. Esse calendário indica
que a maioria da população deveria estar envolvida no processo de aprendizado entre as
idades de 7 e 22 anos. Por isso, ao se avaliar o acesso das pessoas ao conhecimento,
divide-se o total de alunos nos três níveis de ensino pela população total dessa faixa
etária. A esse indicador se dá o nome de taxa bruta de freqüência escolar.

O outro critério para a avaliação da educação de uma população é o percentual de


alfabetizados maiores de 15 anos. Ele se baseia no direito constitucional de todos os
brasileiros de terem acesso aos oito séries do ensino fundamental. Ao final desse período,
que, pelo calendário normal se encerraria aos 14 anos de idade, espera-se que o
indivíduo seja capaz de ler e escrever um bilhete simples. Daí a opção por se medir essa

___________________________________________________ Impactação Ambiental - 42


capacidade na população com 15 anos de idade ou mais. A taxa de alfabetização é obtida
pela divisão do total de alfabetizados maiores de 15 anos pela população total de mais de
15 anos de idade do município pesquisado.

Se considerarmos que as taxas de alfabetização e de freqüência já variam entre 0 e 1


(0% a 100%), torna-se desnecessário "convertê-las" em um índice, como nas dimensões
saúde e renda. É preciso apenas aplicar os pesos de cada indicador para se chegar a
uma média.

Se o município em questão tem uma taxa bruta de freqüência à escola igual a 85% e
uma taxa de alfabetização de 91%, o cálculo será assim:

FÓRMULA: Sendo:
A = Freqüência
IDH-E = [A + (2 x B)] B = Taxa de Alfabetização

IDH-E = [0,85 + (2 x 0,91)] => (0,85 + 1,82) => 2,67 = 0,89


3 3 3

Logo, o IDH-E do município será 0,89.

Dimensão Longevidade

Para avaliar o desenvolvimento humano no que diz respeito à longevidade o IDH


nacional e o IDH municipal usam a esperança de vida ao nascer. Esse indicador mostra
qual a média de anos que a população nascida naquela localidade no ano de referência
(2000) deve viver - desde que as condições de mortalidade existentes se mantenham
constantes. Quanto menor for a mortalidade registrada em um município, maior será a
esperança de vida ao nascer. O indicador é uma boa forma de avaliar as condições
sociais, de saúde e de salubridade por considerar as taxas de mortalidade das diferentes
faixas etárias daquela localidade. Todas as causas de morte são contempladas para
chegar ao indicador, tanto às ocorridas em função de doenças quanto às provocadas por
causas externas (violências e acidentes).

O Censo 2000 é a base de cálculo de todo o IDH municipal. Para se chegar ao


número médio de anos que uma pessoa vive a partir de seu nascimento são utilizados os
dados do questionário expandido do Censo. O resultado dessa amostra é expandido para
o restante da população daquele município.

O cálculo da esperança de vida ao nascer é complexo e envolve várias fases. No caso


da esperança de vida por município, as estatísticas do registro civil são inadequadas. Por
isso, para o cálculo do IDH municipal optou-se por técnicas indiretas para se chegar às
estimativas de mortalidade. As bases são as perguntas do Censo sobre o número de
filhos nascidos vivos e o número de filhos ainda vivos na data em que o Censo foi feito. A
partir daí são calculadas proporções de óbitos. Aplica-se, então, uma equação que
transforma essas proporções em probabilidade de morte. A próxima etapa é transformar
essas probabilidades em tábuas de vida, de onde é extraída a esperança de vida ao
nascer.
___________________________________________________ Impactação Ambiental - 43
Para transformar esse número de anos em um índice, usa-se como parâmetro máximo
de longevidade, 85 anos, e, como parâmetro mínimo, 25 anos. Assim, se o município em
questão tem uma esperança de vida ao nascer de 70 anos, seu IDH-L será:

FÓRMULA:

IDH-L = (E - 25) Sendo:


E = Esperança de vida ao Nascer
(85 – 25)

IDH-L = (70 - 25) = 45 = 0,750


(85 – 25) 60

Logo, o IDH-L do município será 0,750.

Dimensão Renda

O Produto Interno Bruto (PIB) de um país é o valor agregado na produção de todos os


bens e serviços ao longo de um ano dentro de suas fronteiras. O PIB per capita é a
divisão desse valor pela população do país. Trata-se de um indicador eficaz para a
avaliação da renda de um universo amplo, como países e unidades da Federação. Esse é
o critério usado pelo Pnud mundialmente para o cálculo do IDH-R dos países e dos
Estados.

Na avaliação da renda dos habitantes de um município, o uso do PIB per capita torna-
se inadequado. Por exemplo: nem toda a renda produzida dentro da área do município é
apropriada pela população residente. A alternativa adotada é o cálculo da renda municipal
per capita. Ela permite, por exemplo, uma desagregação por cor ou gênero da população,
o que seria inviável de outra maneira.

A renda média municipal per capita indica a renda média dos indivíduos residentes no
município expressa em reais, pela cotação do dia 1 agosto de 2000. Os valores são
extraídos do questionário da amostra do Censo. A partir da pesquisa do IBGE soma-se
todo tipo de renda obtida pelos moradores daquele município (inclusive salários, pensões,
aposentadorias e transferências governamentais, entre outros). E a somatória é divida
pelo número total de habitantes do município. O resultado é a renda municipal per capita.

Para transformar a renda municipal per capita em um índice é feita uma série de
cálculos. Primeiro convertem-se os valores anuais máximo e mínimo expressos em dólar
PPC (Paridade do Poder de Compra), adotados nos relatórios internacionais do Pnud
(US$ PPC 40.000,00 e US$ PPC 100,00 , respectivamente), em valores mensais
expressos em reais: R$ 1.560,17 e R$ 3,90.

Em seguida, são calculados os logaritmos da renda média municipal per capita e dos
limites máximo e mínimo de referência. O logaritmo é usado porque ele expressa melhor
o fato de que um acréscimo de renda para os mais pobres é proporcionalmente mais
relevante do que para os mais ricos. Ou seja: R$ 10,00 a mais por mês para quem ganha
R$ 100,00 proporciona um maior retorno em bem-estar do que R$ 10,00 para quem
ganha R$ 10.000,00.

___________________________________________________ Impactação Ambiental - 44


Finalmente, para se chegar ao índice de renda municipal (IDHM-R) aplica-se a fórmula
a seguir: IDH-R = (log de renda média municipal per capita - log do valor de referência
mínimo) / (log do valor de referência máximo - log do valor de referência mínimo). Para
um município com renda municipal per capita de R$ 827,35, o cálculo ficaria assim:

FÓRMULA:

IDH-R = (Log R – 0,591) Sendo:


R = Renda Municipal per capita
2,602

IDH-L = (Log 827,35 – 0,591) = (2,917 – 0,591) = 2,326 = 0,894


2,602 2,602 2,602

Logo, o IDH-R do município será 0,894.

Atlas do IDH no Brasil

O Brasil melhorou sua posição no Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-


M) nos últimos 9 anos, passando de 0,709, em 1991, para 0,764, em 2000. A mudança
demonstra avanços brasileiros nas três variáveis que compõe o IDH-M: renda,
longevidade e educação. Em comparação com 1991, o índice aumentou em todos os
estados e em quase todos os municípios brasileiros. No ano 2000, do total de 5.507
municípios, 23 foram classificados de baixo desenvolvimento, 4.910, de médio e 574, de
alto desenvolvimento humano. Na classificação internacional, o Brasil continua sendo um
país de médio desenvolvimento humano.

Os dados fazem parte do Novo Atlas do Desenvolvimento Humano do Brasil, um


projeto do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), Fundação João Pinheiro
(MG) e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). O novo Atlas foi
atualizado pelos dados do Censo de 2000, do IBGE. Além de seguir o padrão divulgado
pelo Atlas anterior, o trabalho que está sendo lançado conta com novos dados sociais e
apresenta um novo recorte: o de raça ou cor.

Dos 5.507 municípios existentes no Brasil, 5.500, ou 99,87% aumentaram seu IDH-M
entre 1991 e 2000. A melhoria do IDH-M dos municípios que em 1991 eram considerados
de baixo desenvolvimento foi bastante alta: 97,7% desses municípios, ou 972 elevaram
sua colocação e estão apresentando um desenvolvimento médio. A grande maioria tinha
classificação média em 1991 e assim permaneceu em 2002, apesar de seus índices
terem aumentado. Já os municípios Uiramutã (RR), Amajari (RR), Lajeado (TO), Mucajaí
(RR), Silves (AM), Uarini (AM) e São Sebastião do Uatumã (AM) mantiveram-se na
situação de médio desenvolvimento humano, apesar de serem os únicos cujo valor do
IDH-M reduziu-se entre 1991 e 2000.

A boa notícia é que, enquanto em 1991, haviam 995 municípios considerados de baixo
desenvolvimento humano, em 2000, esse número caiu para 23. A quantidade de
municípios que passaram a ser classificados como de alto desenvolvimento também foi
grande: de 19, em 1991, esse número aumentou para 574, em 2000. O que mais chama a
atenção nessa classificação é que, em 1991, o município com maior IDH-M, 0,847, não

___________________________________________________ Impactação Ambiental - 45


chegava ao índice de países como o Uruguai. Já em 2000, o município com maior IDH-M,
São Caetano do Sul (SP) (0,919), equivale aos países de maior desenvolvimento
humano, como Nova Zelândia.

Apesar dos importantes avanços, o Atlas demonstra que ainda permanecem imensas
disparidades entre os piores e melhores municípios. Em 1991, o maior e o menor IDH-M
eram, respectivamente 0,847 e 0,327. Em 2000, esses valores melhoraram para 0,919 e
0,467.

Em 2.207 municípios brasileiros, (49,2% do total), a educação foi responsável por mais
da metade da melhoria do IDH-M em mais de 50%. Já, apenas 147 municípios, (2,7% do
total) tiveram a longevidade como variável que influenciou na melhora total do IDH-M em
mais de 50%. O componente renda só contribuiu com 50% do aumento do IDH-M em 48
municípios, menos de 0,1% do total.

O Atlas de Desenvolvimento Humano Municipal é um projeto pioneiro no mundo. A


primeira desagregação por município foi feita para o estado de Minas Gerais, em 1997,
pela Fundação João Pinheiro. Em 1998, o IPEA, a Fundação João Pinheiro e o PNUD
lançaram o primeiro Atlas brasileiro, informando o índice de desenvolvimento humano de
todos os municípios com os dados do censo de 1991. Até então, os índices calculados
pelas Nações Unidas eram feitos apenas para países ou no máximo, para estados. Em,
2000, esse projeto foi premiado pelo PNUD, em Nova York.

IDH dos Estados da Federação

A educação foi responsável por 60,78% do aumento do IDH-M no Brasil entre 1991 e
2000. Já a renda contribuiu com 25,78% e a longevidade com 13,44% no crescimento do
índice. Em todas Unidades da Federação, a educação foi o componente que mais influiu
no aumento do IDH-M, sendo que em 21 delas, sua participação foi maior que 50% do
acréscimo. O aumento do componente longevidade contribuiu positivamente para o
crescimento do IDH-M em todos os estados, variando entre 15,15% (Santa Catarina) e
39,02% (Roraima) do acréscimo total do índice. Já o componente renda, apesar de sua
contribuição para o acréscimo geral do IDH-M do Brasil, apresenta grandes variações
quando são analisados os estados individualmente. A participação da renda varia entre –
37,64 % (Roraima) até 35,15% (Santa Catarina).

Os cincos estados com maiores IDH-M no Brasil são, respectivamente, Distrito Federal
(0,844), São Paulo (0,814), Rio Grande do Sul (0,809), Santa Catarina (0,806) e Rio de
Janeiro (0,802), situando-se na faixa de alto desenvolvimento humano. Todos os demais
se encontram na categoria de médio desenvolvimento humano. Os cinco IDH-M mais
baixos são: Alagoas (0,633), Maranhão (0,647), Piauí (0,673), Paraíba (0,678) e Sergipe
(0,687). Em 2000, como em 1991, nenhum estado situou-se na faixa de baixo
desenvolvimento humano.

Os estados que mais aumentaram o índice, entre 1991 e 2000, foram,


respectivamente, o Ceará (passou de 0,597 para 0,699), Alagoas (de 0,535 para 0,633),
Maranhão (de 0,551 para 0,647). Em contrapartida, os que menos cresceram foram:
Distrito Federal (de 0,798 para 0,844), São Paulo (0,773 para 0,814) e Roraima (0,710
para 0,749). Isso reflete, parcialmente, o fato de que é mais difícil crescer a partir de um
patamar mais alto do que de um mais baixo.

___________________________________________________ Impactação Ambiental - 46


Os estados que mais subiram no ranking foram o Ceará (subiu da 23 ª para a 19ª
posição) e o Mato Grosso (da 12 ª para a 9ª posição). Rondônia, Tocantins, Bahia e Goiás
ganharam duas posições cada um. Os que mais caíram no ranking foram Roraima (da 8 a
para 13ª posição), Amazonas (da 14ª para 17ª) e Acre (18ª para 21ª). Sergipe e
Pernambuco perderam duas posições cada. Os demais estados ou permaneceram na
mesma colocação ou tiveram variação de uma posição para mais ou para menos.

Tabela da classificação dos Estados segundo seu IDH-M


UF IDH-M IDH-M Variação no IDH-M RANKING RANKING
1991 2000 1991-2000 1991 2000

Distrito Federal 0,798 0,844 0,047 1 1


São Paulo 0,773 0,814 0,041 2 2
Rio Grande do Sul 0,757 0,809 0,052 3 3
Santa Catarina 0,740 0,806 0,066 5 4
Rio de Janeiro 0,750 0,802 0,052 4 5
Paraná 0,719 0,786 0,067 6 6
Goiás 0,707 0,770 0,062 9 7
Mato Grosso do Sul 0,712 0,769 0,057 7 8
Mato Grosso 0,696 0,767 0,071 12 9
Espírito Santo 0,698 0,767 0,068 10 10
Minas Gerais 0,698 0,766 0,068 11 11
Amapá 0,691 0,751 0,061 13 12
Roraima 0,710 0,749 0,039 8 13
Rondônia 0,655 0,729 0,074 16 14
Tocantins 0,635 0,721 0,086 17 15
Pará 0,663 0,720 0,057 15 16
Amazonas 0,668 0,717 0,049 14 17
Rio Grande do Norte 0,618 0,702 0,084 19 18
Ceará 0,597 0,699 0,102 23 19
Bahia 0,601 0,693 0,092 22 20
Acre 0,620 0,692 0,072 18 21
Pernambuco 0,614 0,692 0,077 20 22
Sergipe 0,607 0,687 0,080 21 23
Paraíba 0,584 0,678 0,094 25 24
Piauí 0,587 0,673 0,086 24 25
Maranhão 0,551 0,647 0,096 26 26
Alagoas 0,535 0,633 0,098 27 27

a
9 Parte

___________________________________________________ Impactação Ambiental - 47


ANÁLISE DOS PRINCIPAIS

IMPACTOS AMBIENTAIS

Análise dos Principais


Impactos Ambientais
Desflorestamento

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Nos países em vias de desenvolvimento, a principal causa de desflorestamento é a sobre-
exploração das matérias-primas provenientes da floresta, particularmente, a própria
madeira, uma vez que estes países têm poucas alternativas ao uso desses recursos
naturais para desenvolverem as suas economias.

Nos Estados Unidos da América, o desflorestamento é causado principalmente pelo


desenvolvimento comercial e industrial. Estima-se que, até 2040, os EUA irão perder
cerca de 11 milhões de hectares causados pelo desenvolvimento urbano.

Na América Latina, o fracasso das leis governamentais foi à causa direta do


desflorestamento durante os anos 80. Por exemplo, só na bacia da Amazônia foram
destruídos, anualmente, 4 milhões de hectares de floresta para uso agrícola, mesmo
sabendo que cerca de 94% do solo era impróprio para a agricultura. Situações
semelhantes dão-se em outros países tropicais da América Central e do Sul.

Na Ásia o desflorestamento aumentou de 2 para 4.7 milhões de hectares. A alta


densidade populacional, bem como a pobreza rural, foram as principais causas de
desflorestamento, sendo 75% causada apenas para obtenção de terrenos agrícolas.

Na África, o assustador crescimento populacional contribui não só para a deterioração do


ambiente em todo o continente, mas também para o abate intenso de árvores para criar
terrenos para a agricultura. Durante os anos 80, África continha 660 milhões de hectares
de floresta, perdendo, anualmente, 3.3 milhões de hectares. Apenas 91 mil hectares
foram reflorestados, por ano, uma pequena porção comparando com a perda sofrida.

Conseqüências do Desflorestamento

As conseqüências do desflorestamento não se resumem ao enfraquecimento da


relação simbiótica entre vida animal e vegetal. O aquecimento global do planeta e a
diminuição da biodiversidade são outros efeitos da destruição dos espaços florestais. A
intervenção humana pode causar rapidamente a destruição das florestas. Com o
desflorestamento de grandes áreas é praticamente impossível recolonizar com as
mesmas espécies acabando por originar zonas de ervas e de vegetação de baixo porte, e
eventualmente, terras áridas.

A destruição das florestas tropicais tem-se tornado um assunto de particular


preocupação devido à potencial perda de várias espécies de plantas e animais, que
habitam as florestas tropicais de todo o mundo. Embora estas florestas cubram apenas
7% da Terra, elas contêm, pelo menos, metade das espécies de animais e plantas, muitas
das quais ainda nem sequer foram identificadas.

O desflorestamento em larga escala contribui ainda para a emissão de CO 2 para a


atmosfera (cerca de 10 a 30% por ano). Este é um dos principais gases de estufa
envolvido no aquecimento global do planeta. Por outro lado, as florestas em crescimento
removem o CO2 da atmosfera, fixando-o nas árvores e no solo.
Por exemplo, as vastas áreas florestais da Sibéria, que cobrem uma área do tamanho dos
EUA, contêm cerca de metade do CO 2, relativamente à floresta amazônica.

O corte de várias áreas de floresta tropical reduz a quantidade de CO 2 que é reciclado


para a atmosfera.

___________________________________________________ Impactação Ambiental - 49


Assim, inadvertidamente, as atividades humanas estão associadas com o aumento da
acumulação de gases que interceptam ("captam") o calor.

Além disso, a destruição de florestas – que leva, em muitos casos, à expansão de


zonas urbanas e de desertos áridos e erodidos – também modifica a superfície terrestre, e
assim afeta o clima ao alterar as quantidades de energia solar que são absorvidas e
refletidas.

Soluções para Combater o Desflorestamento

Apesar de existir o desflorestamento, esta não sofreu ainda o abrandamento necessário


de forma a ser possível manter um controlo eficaz de recursos florestais e de outros
problemas adjacentes. Todavia, só com uma gestão mais eficiente e controlada das
florestas por parte das autoridades nacionais e internacionais e com legislação protetora,
é possível diminuir o desflorestamento.

Algumas soluções para combater a desflorestamento incluem, por exemplo: devastar em


igual proporção ao crescimento; conservar as plantas e animais das florestas tropicais,
através da proteção dos habitats; investir no reflorestamento de modo a criar novas fontes
de madeira e reabilitar as áreas florestais degradadas.

Geração de Eletricidade - Hidrelétricas

Dentre as fontes que compõem nossa matriz


energética, a hidroeletricidade é a menos poluente.
Entretanto, se não forem tomadas às devidas
precauções, os impactos ambientais causados pela
construção das barragens hidrelétricas podem ser
devastadores.

___________________________________________________ Impactação Ambiental - 50


Como resultado de nossos estudos, foi elaborada uma tabela contendo os vários tipos
de impactos ambientas que podem ocorrer com a instalação de hidrelétricas. Além disso,
para cada tópico abordado, falamos sobre como esses impactos podem ser minimizados.

Funcionamento das Usinas Hidrelétricas

Fatores Abióticos

Águas (Hidro e Limnologia)

Os ambientes hídricos podem ser classificados em lóticos (rios) e lênticos (lagos). A


maior alteração causada pela construção das barragens fica por conta da transformação
de meios lóticos em lênticos. Devido a esta mudança, as características físico-químicas
das águas sofrem alterações bruscas, criando um novo ecossistema que, aos poucos,
retorna a seu equilíbrio. (voltar)

Redução da concentração de oxigênio

O agito das águas é muito importante para a sua oxigenação. Com a transformação de
um meio lótico em lêntico, a concentração de oxigênio dissolvido na água diminui. O
grande potencial oferecido pelas quedas d'água atraem a construção de barragens para
estes locais, extinguindo um importante mecanismo de oxigenação da água.

Para minimizar o efeito da redução de oxigênio dissolvido, deve-se estudar a altura, na


coluna de água do reservatório, onde será feita a tomada de água para a geração de
energia elétrica, evitando uma depleção do oxigênio ainda maior. Também se pode
construir pequenas quedas d'água artificiais para a oxigenação da água. (voltar)
___________________________________________________ Impactação Ambiental - 51
Estratificação térmica

A estratificação térmica pode ser observada no grande lago formado pela barragem,
onde, com suas grandes profundidades, formam-se camadas de água com diferentes
temperaturas e conseqüentemente, camadas com diferentes concentrações de oxigênio,
limitando o desenvolvimento de espécies aquáticas a uma camada em específico.

Sobre isto não há muito o que fazer mas o estudo da altura da tomada de água para
as turbinas, com o intuito de diminuir o gradiente de temperatura, pode ajudar.

Estratificação hidráulica

Assim como a estratificação térmica, a hidráulica forma várias camadas de água com
diferentes concentrações de material hidrotransportado, inclusive nutrientes, resultado da
tomada de água da hidrelétrica.

Novamente, o estudo da altura onde deve ser realizada a tomada de água é tudo que
podemos fazer.

Retenção de material sólido hidrotransportado

Os rios que deságuam no reservatório são responsáveis pelo transporte de material


sólido hidrotransportado que, ao encontrarem um meio lêntico (águas calmas), este
material decanta no fundo do reservatório causando o assoreamento do mesmo
(diminuição da profundidade do lago formado).

Não há como evitar a retenção do material sólido mas a manutenção das matas
ciliares, dos rios que deságuam no reservatório, evitam que este material sólido seja
transportado do solo para os rios, pela chuva.

Variações do nível e da vazão do reservatório

A inconstância das tomadas de água, que dependem da demanda de energia elétrica,


pode causar erosão das margens e piracemas (migração de peixes para a reprodução)
fora da época.

Neste caso, o estudo estatístico da demanda de energia elétrica e de épocas de cheia


ou secas, ajuda a programar uma tomada de água mais constante, diminuindo as
oscilações do nível de água do reservatório.
Elevação dos níveis freáticos

A pressão hidrostática pode aumentar os níveis freáticos da região, causando uma


maior ocorrência ou inversão dos lençóis freáticos. Isto pode causar a poluição de poços
artesianos, o alagamento de áreas não previstas, causando a necessidade de
indenizações adicionais ou a inviabilidade de culturas agrícolas, e até o aumento da
ocorrência de abalos sísmicos, que será tratado mais adiante.

O estudo das alterações dos níveis freáticos é muito difícil e não se pode prever seus
efeitos. O que se pode fazer é estudar a região, localizando fossas, depósitos de dejetos

___________________________________________________ Impactação Ambiental - 52


químicos e orgânicos, e baixadas que podem se tornar pântanos, próximos ao
reservatório a ser criado.

Clima

Para descobrirmos as influências de um reservatório sobre o clima de uma região


precisamos entender as condições meteorológicas antecedentes à formação do lago e
verificar quais são os fatores que determinam as propriedades climáticas desta área.

Temperatura

As médias de temperatura podem apresentar variação na região, principalmente em


áreas anteriormente protegidas por vales, ou ambientes protegidos de ventos, que ficarão
expostos à margem do novo lago.

Umidade Relativa

Em regiões de alta umidade atmosférica, a presença do lago não afeta este indicador.
Porém, em regiões de clima seco, como em Brasília, o reservatório propicia a
evaporação, aumentando a umidade relativa do ar. Além disso, em regiões de clima frio,
como no sul do país, o aumento da umidade relativa, devido a presença do reservatório,
ajuda a prevenir a formação de geadas.

Insolação

A formação de neblinas, devido ao aumento da umidade relativa do ar pela barragem,


pode concorrer para reduzir a quantidade de horas de incidência solar nas regiões
próximas ao reservatório.

Ventos

A eliminação dos obstáculos ou rugosidades naturais, substituídos por um espelho


líquido da barragem, faz com que a velocidade dos ventos aumente e se tornem mais
perceptíveis à superfície. Além disso, a alteração no padrão dos ventos pode ser
prejudicial no caso das dispersões gasosas de indústrias instaladas nas proximidades da
barragem.

Geologia (Sismologia)

A sismologia estuda as causas e efeitos dos fenômenos relacionados com as fraturas


das camadas rochosas da crosta terrestre e os deslizamentos de uma camada ou um
bloco de camadas em relação a outras. No caso de barragens, o aumento da pressão
hidrostática, produzido pela ação da água infiltrada, pode diminuir a resistência das
rochas, reativar falhas geológicas, quebrar camadas rochosas e alterar a resistência do
substrato.

Aumento na freqüência de abalos sísmicos

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Os abalos sísmicos provocados pelas barragens variam de acordo como as
peculiaridades geológicas da área, a velocidade de enchimento da represa e o tamanho
da coluna de água. Além disso, seus efeitos são sentidos depois de algum tempo que o
reservatório atingiu sua cota máxima.

Apesar da magnitude e intensidade destes abalos não ultrapassam os de origem


natural e de serem considerados eventos raros, as soluções de engenharia e a escolha
do tipo de barragem devem prever estes fenômenos. Abaixo segue uma tabela com o
registro dos abalos sísmicos ocorridos num raio de 600km da represa de Itaipú.

Fatores Bióticos

Afogamento da Vegetação

Produção de gases sulfídricos e de metano

A depleção do oxigênio, causada pelo consumo do mesmo na decomposição da


vegetação submersa, é responsável pelo surgimento de gases sulfídricos e de metano,
que são poluentes por causarem a chuva ácida e o efeito estufa.

Eutrofização da água

A eutrofização da água é a alta concentração de nutrientes nesta, intensificando o


surgimento de macrófitas (plantas flutuantes), que por sua vez, causam outros problemas
que serão discutidos adiante.

Proliferação de algas

A depleção de oxigênio também favorece a proliferação de algas, alterando o odor, a


cor e o gosto da água.

Proliferação de macrófitas

A proliferação de macrófitas é intensificada com a eutrofização da água, causada pelo


afogamento da vegetação, e pode ser responsável pela disseminação de vetores de
doenças, como insetos e caramujos (vetor da esquistossomose).

Depleção do oxigênio dissolvido

Como explicado anteriormente, o consumo de oxigênio na degradação da biomassa


submersa, causa uma depleção do mesmo, prejudicando as formas de vidas aeróbicas, e
acelerando o surgimento de algas e a produção de gases.

Ameaça à biodiversidade local

O afogamento de grandes áreas de vegetação pode causar uma diminuição da


biodiversidade local e até ameaçar espécies vegetais endêmicas (existentes apenas ali).

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A preservação de matas nativas próximas às áreas alagadas é essencial à
manutenção da vida animal. Também deve ser feito o resgate e cultivo de espécies
vegetais em Unidades de Conservação, para manter a biodiversidade.

Com exceção do último item apresentado, que já teve suas soluções ou ações de
atenuação dos impactos apresentados, o meio de combate à todos estes problemas é a
remoção prévia da vegetação a ser alagada. Um outro cuidado a ser tomado é evitar o
desmatamento total das áreas a serem alagadas, pois diminuiria a fonte de nutrientes e
de abrigo à vida aquática.

Fauna Terrestre

Os aspectos físicos e morfológicos da vegetação condicionam seu habitat e sua fauna.


Além deles, as relações interespecíficas (presas e predadores, competidores e parasitas
etc.) e o que se convenciona chamar de "nicho", determinam o equilíbrio entre as
espécies da região a ser alagada.

Deslocamento de animais de seu habitat natural

Salvar todos os seres vivos de uma área em inundação é naturalmente impossível,


especialmente quando se sabe que 85% das espécies animais pertencem à classe dos
insetos e que, por sua vez, compreendem 90% da biomassa animal das regiões tropicas.
Atenuar este forte impacto implica em resgatar a flora e a fauna, assim como preservar
áreas representativas dos ecossistemas com riscos de alteração.

Afogamento de animais que não conseguiram fugir

O pensamento acadêmico defende a tese de que a morte das espécies pertencentes à


região a ser alagada é preferível a deslocá-las para regiões onde a vida silvestre ainda
não foi afetada.

Neste caso há um conflito de interesses entre a empresa concessionária, que deseja


preservar a sua imagem, e a linha de pensamento proposta acima.

Desequilíbrio de outros habitats onde foram introduzidos animais resgatados

Quando o resgate da fauna é promovido com o objetivo único e exclusivo de causar


boa impressão à opinião pública, os resultados são sempre insatisfatórios. As
experiências mostram que o resgate dos animais em áreas em inundação e sua posterior
liberação em outros locais, sem os devidos critérios, acabam levando à morte tanto os
animais resgatados como os outros animais, vítimas da competição por alimento e
espaço, anteriormente inexistente.

Fauna Aquática

Alteração das espécies aquáticas no reservatório

Com a transformação de um ambiente lótico em lêntico, os organismos aquáticos que


precisam de águas com características lóticas, com alta taxa de oxigênio dissolvido,
mecanismos especializados de alimentação, nutrientes típicos de águas correntes e

___________________________________________________ Impactação Ambiental - 55


outros fatores, migrarão para os rios contribuintes do reservatório, em busca destes
ambientes. No reservatório, se desenvolverão espécies favorecidas pelos meios lênticos,
mas mesmo estes sofrerão certas dificuldades como a estratificação térmica e oscilações
no nível do reservatório.

A alteração das espécies aquáticas não apresenta ameaça à vida, e este novo
ecossistema atingirá seu equilíbrio, não sendo um mal permanente.

Influência na ocorrência da Piracema

A Piracema é um importante mecanismo de reprodução de alguns peixes, que induz a


um processo reofílico (de nadar contra a correnteza), que queima a gordura dos peixes,
ativando mecanismos hormonais complexos e preparando-os para a reprodução. A
Piracema é comandada pelos processos físico-químicos relacionados com a elevação do
nível das águas, em épocas de fotoperíodo mais prolongado e com temperaturas mais
elevadas. Portanto, a oscilação do nível do reservatório, provoca a Piracema em
períodos anormais.

A ocorrência da Piracema em períodos anormais não tem um impacto grande, mas


como em casos anteriores, a tentativa de manter uma vazão constante do reservatório é
necessária.

Obstáculo na migração reprodutiva dos peixes

As barragens constituem grandes obstáculos à Piracema, migração reprodutiva dos


peixes, reduzindo o espaço da migração e muitos peixes acabam se reproduzindo
próximo aos canais de fuga das represas.

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Este sim tem se apresentado como o maior impacto sobre a vida aquática. Para
amenizar este problema, o que se tem feito é a construção de estruturas que auxiliam os
peixes a vencerem o grande desnível apresentado pelas barragens. Citarei algumas
técnicas de transposição de peixes, como as escadas, eclusas, elevadores e dispositivos
de captura a jusante e soltura no reservatório. Todos estes métodos são dispendiosos,
difíceis e não apresentam um rendimento total, mas já é alguma coisa.

Abaixo está um croqui de uma eclusa e um elevador.

Alimentos Transgênicos
Chamamos transgênicos (ou OGMs -
organismos geneticamente modificados)
aqueles organismos que adquiriram, pelo uso
de técnicas modernas de Engenharia Genética,
características de um outro organismo,
algumas vezes bastante distante do ponto de

___________________________________________________ Impactação Ambiental - 57


vista evolutivo. Trocando em miúdos, trata-se de um ser vivo cuja estrutura genética foi
alterada pela inserção de genes de outro organismo, de modo a atribuir ao receptor
características não programadas pela natureza.

Assim, o organismo transgênico apresenta modificações impossíveis de serem obtidas


com técnicas de cruzamento tradicionais (melhoramento genético), como uma planta com
gene de vaga-lume ou uma bactéria produtora de insulina humana. Uma planta que
produz uma toxina antes só encontrada numa bactéria. Um microorganismo capaz de
processar insulina humana. Um grão acrescido de vitaminas e sais minerais que sua
espécie não possuía. Tudo isso é OGM.

A engenharia genética utiliza enzimas para quebrar a cadeia de DNA em determinados


lugares, inserindo segmentos de outros organismos e costurando a seqüência
novamente. Os cientistas podem "cortar e colar" genes de um organismo para outro,
mudando a forma do organismo e manipulando sua biologia natural a fim de obter
características específicas.

Biossegurança tem sido entendido como a área do conhecimento humano que trata da
concepção, execução e monitoramento de procedimentos formais para total controle no
uso de técnicas de engenharia genética, notadamente no que tange aos organismos
geneticamente modificados, em todo o seu espectro: construção, cultivo, manipulação,
transporte, comercialização, consumo, liberação e descarte, visando proteger a vida e a
saúde dos seres vivos.

Já que o alimento transgênico causa um impacto significativo ao meio ambiente, a


Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) deve exigir, se for o caso, como
documento essencial, Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e respectivo Relatório de
Impacto Ambiental (RIMA) de projetos e aplicações que envolvam OGMs no ambiente.

A primeira planta transgênica foi obtida em 1983, com a incorporação de um DNA de


bactéria. Já em 1992 um tomate transgênico obtido pela Calgene foi desregulamentado
nos Estados Unidos e em 1994 estava sendo comercializado.

Em 2001, os fazendeiros do mundo plantaram sementes transgênicas em 46% da


área do plantio total de soja (os EUA plantou 68% de sua área e a Argentina 98%), 7% da
área total de milho e em 20% da área total de algodão. Até a presente data, quase todas
as colheitas transgênicas plantadas apresentaram tolerância a herbicidas selecionados
para o controle de ervas daninhas ou contra insetos responsáveis por pestes. Dentre os
52,6 milhões de hectares das colheitas transgênicas plantadas em 2001, 77%
apresentaram tolerância a herbicidas específicos, 15% resistiram a danos causados por
insetos selecionados e 8% resistiram a ambos.
Impactos Positivos

- Maior produção de alimentos por área plantada. Os alimentos transgênicos são


muitas vezes modificados para garantir uma melhor eficiência das plantações. Os
resultados da biotecnologia na área agrícola têm apresentado evidências de que os
produtos geneticamente modificados podem contribuir para um aumento de 15 a 25% na
produtividade de alimentos (possibilidade de acabar com a fome no mundo?).

- Oferta de gêneros alimentícios de melhor qualidade nutricional, aparência e de


perecibilidade, com repercussões evidentes na saúde humana e no mercado deste tipo de

___________________________________________________ Impactação Ambiental - 58


produto (ex: poderia se solucionar o problema de anemia no Vietnã causado pela
deficiência nutricional inserindo vitamina A no arroz).

- Produção de alimentos com anticorpos, de fundamental importância para a saúde


humana.

- Menor uso de biocidas em projetos agrários, em função do aumento da resistência


das espécies comerciais às pragas e doenças, com desdobramentos positivos junto ao
solo, ar, água e biota, além do aspecto econômico.

- Produção de sementes híbridas pela transformação genética de plantas visando a


esterilidade masculina.

- Oferta de variedades resistentes ao estresse abiótico e biótico (secas, enchentes,


proliferação de pragas, etc), o que pode permitir inclusive regulações fenológicas, tais
como época de florescimento/frutificação, com vasto interesse em termos de
produtividade.

Impactos Negativos

- Possibilidade de genes alterados se


incorporarem em parentes silvestres, com
repercussões de difícil previsão (ex: as plantas
transgênicas normalmente são estéreis,
portanto há um risco muito elevado dessa
função passar para as plantas do entorno da
plantação causando uma irreparável
destruição do patrimônio biológico da
humanidade).

- Possibilidade de induzir alergias em


pessoas e animais mais sensíveis quando do
consumo de produtos transgênicos, seja de forma física ou por aspectos de ordem
psicológica (em 1989, nos EUA, foi introduzido um gene de castanha-do-pará em uma
soja para enriquecer sua carga de nutrientes, porém esta nova variedade produziu
alergias tão graves que levou à morte de 39 pessoas e centenas hospitalizadas).

- A uniformidade genética leva a uma maior vulnerabilidade do cultivo porque a


invasão de pestes, doenças e ervas daninhas sempre são maior em áreas que plantam o
mesmo tipo de cultivo (monoculturas). Quanto maior for a variedade genética no sistema
da agricultura, mais este sistema estará adaptado para enfrentar pestes, doenças e
mudanças climáticas que tendem a afetar apenas algumas variedades.

- Os genes são transferidos entre espécies que não se relacionam, como genes de
animais em vegetais, de bactérias em plantas e até de humanos em animais. A
engenharia genética não respeita as fronteiras da natureza - fronteiras que existem para
proteger a singularidade de cada espécie e assegurar a integridade genética das futuras
gerações.

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- Possibilidade de se não saber qual a origem das matérias-prima
de alguns produtos de origem transgênica (ex: achocolatado feito com
leite originado de pastagem implantada com forrageira geneticamente
alterada), esta situação pode gerar dificuldades em se identificar
possíveis causas negativas junto à saúde da população humana
(segundo pesquisa publicada na Gazeta Mercantil no começo do ano
2002, 60% dos norte-americanos não sabem que estão consumindo
alimentos geneticamente modificados).

- A vulnerabilidade dos mecanismos estatais de controle;


- A perda de mercados de produtos agrícolas brasileiros.

Transgênicos no Brasil

No Brasil o objetivo principal deverá ser o combate a pragas, mas haverá mudanças
em relação ao modelo americano, considerado de custo muito elevado. As pesquisas com
transgênicos também buscam variedades mais resistentes e diferenciadas, como o
algodão colorido.

Em 1995, foi aprovada a Lei de Biossegurança no Brasil, que gerou a constituição da


CTNBio. Este fato permitiu que se iniciassem os testes de campo com cultivos
geneticamente modificados, que são hoje mais de 800. Apesar da autorização dos testes,
o plantio comercial destes alimentos ainda é proibido em todo território nacional.

Muitas vezes o uso da engenharia genética na agricultura é justificada pelo aumento


da população mundial e conseqüente aumento na demanda por alimentos. Porém, de
acordo com as Nações Unidas, o mundo produz uma vez e meia a quantidade de
alimentos necessária para alimentar toda a população do planeta. Ainda que exista fome
no mundo e se sofra devido à poluição por pesticidas, o objetivo das corporações
multinacionais é obter lucros e não praticar a filantropia.

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Principais Fontes dos Impactos Ambientais do Mundo

- Crescimento demográfico: A população mundial é de 6,1 bilhões e deve chegar a


9,3 bilhões em 2050. Os 49 países menos desenvolvidos verão sua população triplicar,
passando de 668 milhões a 1,86 bilhão de habitantes. A população mundial
provavelmente não vai começar a cair até a segunda metade do século, sob efeito da
baixa taxa de natalidade.

- Pobreza e desigualdades: cerca de 2,8 bilhões de pessoas vivem com menos de


US$ 2 por dia. Oitocentos milhões, entre eles 150 milhões de crianças desnutridas. Cerca
de 80% da riqueza mundial está nas mãos de 15% dos habitantes dos países mais ricos.

- Superexploração dos recursos: a cada ano, a utilização dos recursos supera em


20% a capacidade do planeta de regenerá-los, segundo o Fundo Mundial para a Natureza
(WWF). Em 2050, a população mundial vai consumir entre 180% e 220% do potencial
biológico do globo.

- Mudanças climáticas: a combustão do petróleo, gás e carvão provocam emissão de


dióxido de carbono (CO2) e outros gases de efeito estufa que contribuem para o
aquecimento do planeta. A proporção de CO2 na atmosfera passou de 280 partes por
milhão (ppm) a 360 ppm em 150 anos. Os especialistas falam de uma concentração de
entre 500 e 1.000 ppm para 2.100, o que se traduz por um aumento da temperatura
média de entre 1,5°C e 5,8°C, segundo os estudos. Isto acarretará no descongelamento
das calotas polares e uma conseqüente inundação de parte dos continentes.

- Buraco na camada de ozônio: a camada de ozônio que cerca a Terra e a protege


dos raios ultravioletas emitidos pelo sol diminuiu sob o efeito do clorofluorcarbono (CFC)
utilizado em alguns produtos. O "buraco" em cima do Antártico media 30 milhões de km²
em outubro de 2001. Graças ao Protocolo de Montreal de 1987 e à conseqüente
diminuição da produção de CFC, a camada de ozônio se reconstitui e recupera seu nível
de antes dos anos 80 antes de 2050.

- Espécies ameaçadas: 11.046 espécies animais estão ameaçadas de extinção nas


próximas décadas, principalmente pelo desaparecimento de seu habitat natural, o que
representa 24% das espécies mamíferas, 12% dos pássaros, 25% dos répteis, 20% dos
anfíbios e 30% dos peixes.

- Desaparecimento dos bosques: os bosques cobrem 30% das terras emersas. Sua
superfície diminuiu 4% desde 1990, sob a pressão da indústria madeireira, da atividade
extrativista e do aumento da área urbana. Cerca de 40% do que resta dos antigos
bosques vai desaparecer dentro de 10 a 20 anos, de acordo com os ecologistas.

- Acesso à água: cerca de 1,1 bilhão de pessoas não têm acesso a água potável e
2,4 bilhões não vivem em condições sanitárias decentes. A queda do nível dos lençóis
freáticos se tornou um sério problema em algumas regiões. A metade dos rios do mundo
estão num nível muito baixo ou poluído.

- Erosão do solo: o crescimento da população acarreta uma enorme pressão sobre a


agricultura e, portanto uma demanda crescente de terras agrícolas. Uma superfície
equivalente a dos Estados Unidos e México juntos está desgastada pela superexploração
agrícola e salinização dos solos.

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- Esgotamento das reservas de pesca: quase um terço das reservas de pesca estão
com um nível muito baixo ou superexploradas. Espécies como o bacalhau do mar Norte,
praticamente desapareceram de algumas regiões para comercialização. Os subsídios à
pesca, avaliados em cerca de US$ 20 bilhões anuais, são a principal causa.

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10a Parte

REFERÊNCIAS UTILIZADAS NA
ELABORAÇÃO DESTA
APOSTILA

E SUGESTÃO DE REFERÊNCIAS
PARA CONSULTA

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Referências Utilizadas na Elaboração desta
Apostila e Sugestão de Referências para
Consulta

1. FERREIRA FILHO, Walter. Metodologia de avaliação de impactos ambientais. Rio de


Janeiro: INT, 1995.

2. SILVA, Roberto M. da. Programa tecnológico de prevenção da poluição. Rio de


Janeiro: INT, 1979.

3. SILVA, A. P da. Projeto Itaituba: programa de desenvolvimento de tecnologia


ambiental. Rio de Janeiro: CETEM, 1997.

4. FTI/INT; PNUMA; SEMA. Primeiro curso regional sobre tecnologia e impacto


ambiental de projetos de investimentos - Relatório final. Rio de Janeiro: 1984.

5. LIBERGOTT, Esther K. Impacto ambiental do CO2. Inf. INT. Rio de Janeiro: 1981.

6. BRASCEP; CHESF; Companhia Hidro Elétrica do São Francisco. Fontes energéticas


brasileiras - inventario/tecnologia: carvão mineral. Rio de Janeiro: 1987. 5v.

7. Congresso Brasileiro de Energia - CBE (7. : 1996 : Rio de Janeiro); Seminario Latino
Americano de Energia (2. : 1996 : Rio de Janeiro) : Desafios da reestruturacao e do
desenvolvimento economico e social. Rio de Janeiro: UFRJ/COPPE, 1996. 4v.

8. ROSA, L. P. et alii. Impactos de grandes projetos hidrelétricos e nucleares: aspectos


econômicos e tecnológicos, sociais e ambientais. Rio de Janeiro: COPPE/UFRJ, 1988.

9. MUELLER, A.C. Hidrelétricas, meio ambiente e desenvolvimento . São Paulo: Makron


Books, 1995.

10. BRAGA, B. et al. Introdução à Engenharia Ambiental. São Paulo: Prentice Hall, 2002.
11. PAPPER, I.L. et al. Pollution Science. New York: Academic Press, 1996.

12. SELL, N.J. Industrial Pollution Control: Issues and Techeniques. New York: Van
Nostrand Reinhold, 1992.

13. AGRA FILHO, S. S. Os estudos de impactos ambientais no Brasil: uma analise de sua
efetividade. Rio de Janeiro: IPEA, 1993.

14. TCHOBANOGLOUS, G. et al. Integrated solid waste management. Engeneering


principles and management issues. New York: McGraw-Hill, 1993.

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