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DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL DE MINAS GERAIS

PATRICK DE ALMEIDA AFFONSO CIAMPI

MEDICINA LEGAL

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Medicina Legal

BLOCO 01
I – Perícias médico-legais e peritos
O que é Medicina Legal? É a arte de por os conceitos médicos a serviço da administração
da justiça. É a aplicação dos conhecimentos médico-biológicos na elaboração e execução
das leis que deles carecem.
A Medicina Legal, embora seja uma ciência de conhecimentos autônomos, que está entre
o Direito e a Medicina, utiliza conhecimentos dos seguintes ramos do saber:
Criminalística, Sociologia, Balística, Física, Química, Patologia, Ciência Penal e Política
Criminal.
O que faz a Medicina Legal? O objeto de seu estudo é a perícia médica, que é assim
conceitualmente definida: todo ato médico com o propósito de contribuir com as
autoridades administrativas, policiais ou judiciárias com conhecimentos específicos da
área médica.
A perícia médica é, portanto, um exame de todos os fatos materiais que busca contribuir
com a justiça / com a verdade real no processo, colaborando com a investigação policial
e visando oferecer provas objetivas para uma investigação.
As perícias médico-legais podem ser feitas em pessoas, vivas ou mortas (necropsias e
exames de antropologia forenses), coisas e fatos.
Além disso, a Medicina Legal, presta esclarecimentos à justiça em suas mais diversas
formas: Criminal (ex: crimes de homicídio, lesões corporais, abortos), Civil (ex:
investigação de paternidade, capacidade civil), Trabalhista (ex: acidente de trabalho,
periculosidade, insalubridade) e Previdenciária (ex: aposentadoria por invalidez, auxílio
doença).
A perícia é aquele “exame que visa informar e fundamentar, de maneira objetiva, todos
os elementos consistentes do corpo de delito e, se possível, aproximar-se de uma provável
autoria”. (Atenção! Bizu de prova: conceito retirado do livro indicado como
bibliografia).
Nesta conceituação, observa-se o Princípio da Objetividade, que está relacionado com o
termo em latim visum et repertum (visto e referido, ver e reportar)  o perito tem que ser
objetivo em seu exame pericial na busca pela verdade real, não pode emitir juízos de
valor.
Corpo de delito: são todos os elementos materiais (perceptíveis pelos nossos sentidos)
da conduta incriminada, inclusive meios ou instrumentos de que se sirva o criminoso. É
a base residual do crime. Em outras palavras, é o conjunto de elementos materialmente
sensíveis do fato criminoso.
O corpo de delito se distingue da ideia de corpus criminis e corpus instrumentorum, não
sendo sinônimos.

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Corpus criminis: toda coisa ou pessoa sobre a qual recai a conduta criminosa.
Corpus instrumentorum: objeto, coisa, instrumento utilizado pelo criminoso para
produzir a conduta delitiva.
Perícia: exame dos elementos materiais de um fato alegado.
Perito: detém o conhecimento técnico sobre determinado assunto.
Costuma-se dizer que não existe crime perfeito, mas sim mal investigado.
Os peritos podem ser:
- Oficiais: médicos legistas e peritos criminais, profissionais que são servidores públicos
efetivos e que foram aprovados em concursos públicos. Devem ser imparciais em seus
laudos.
- Nomeados: livre escolha da autoridade policial / judicial, chamados de peritos ad hoc
(para o ato). Devem ser imparciais em seus laudos.
- Assistentes técnicos: indicados pelas partes (mais frequentes nos processos cíveis e
trabalhistas). Portanto, suas atividades não são regidas pela imparcialidade, uma vez que
são consultores das partes e que devem “tomar partido”.
Importante salientar que existe a obrigatoriedade de se realizar a perícia por um perito
oficial (servidor público efetivo) ou por dois peritos ad hoc (nomeados).
Princípios que regem a atividade dos peritos: da objetividade (visum et repertum), da
verdade real, da imparcialidade.
Código de Processo Penal: perícias  arts. 158 a 184 / peritos  arts. 275 a 281.
A FUMARC, em relação a estes assuntos, tem cobrado letra de lei.

BLOCO 02
CAPÍTULO II

DO EXAME DO CORPO DE DELITO, E DAS PERÍCIAS EM GERAL

*Art. 158. Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de


corpo de delito, direto ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado.

Obs: o presente artigo traz 03 conclusões que sempre são cobradas nas provas da
FUMARC, quais sejam: a indispensabilidade do exame de corpo de delito nos crimes que
deixam vestígios, o exame de corpo de delito pode ser direto ou indireto; nem mesmo a
confissão do acusado tem o condão de suprir o exame de corpo de delito nos crimes que
deixam vestígios. Importante saber as diferenças do exame de corpo de delito direto para
o indireto. Direto  é quando o perito está diante dos / examina os próprios vestígios da
conduta criminosa, quando tais vestígios ainda não se esvaíram . Indireto  é quando o
perito não consegue mais examinar os próprios vestígios, quando estes já tiverem

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esvaídos no tempo (ex: examinar a prova testemunhal, prontuários médicos, fichas de
atendimento médico, fotografias).

*Art. 159. O exame de corpo de delito e outras perícias serão realizados por
perito oficial, portador de diploma de curso superior.

Obs. O termo “perito oficial” está no singular, portanto o exame é feito apenas por um
perito oficial (servidor público concursado). Atenção! Pegadinha: a FUMARC gosta de
colocar que são necessários dois peritos oficiais, o que está errado.

§ 1o Na falta de perito oficial, o exame será realizado por 2 (duas) pessoas


idôneas, portadoras de diploma de curso superior preferencialmente na área
específica, dentre as que tiverem habilitação técnica relacionada com a natureza do
exame.

Obs. Dois peritos ad hoc. Atenção! Pegadinha: o termo correto é “preferencialmente” e


não “obrigatoriamente”. Portanto, poderiam ser nomeados, por exemplo, um médico e
um dentista para realizar um exame necroscópico.

§ 2o Os peritos não oficiais prestarão o compromisso de bem e fielmente


desempenhar o encargo.

Obs. Os peritos oficiais (servidores públicos concursados) tiveram esse compromisso


implícito no momento de seu termo de posse.

§ 3o Serão facultadas ao Ministério Público, ao assistente de acusação, ao


ofendido, ao querelante e ao acusado a formulação de quesitos e indicação de
assistente técnico.

§ 4o O assistente técnico atuará a partir de sua admissão pelo juiz e após a


conclusão dos exames e elaboração do laudo pelos peritos oficiais, sendo as partes
intimadas desta decisão.

§ 5o Durante o curso do processo judicial, é permitido às partes, quanto à


perícia:

I – requerer a oitiva dos peritos para esclarecerem a prova ou para


responderem a quesitos, desde que o mandado de intimação e os quesitos ou questões
a serem esclarecidas sejam encaminhados com antecedência mínima de 10 (dez)
dias, podendo apresentar as respostas em laudo complementar;

II – indicar assistentes técnicos que poderão apresentar pareceres em prazo a


ser fixado pelo juiz ou ser inquiridos em audiência.

§ 6o Havendo requerimento das partes, o material probatório que serviu de base


à perícia será disponibilizado no ambiente do órgão oficial, que manterá sempre sua
guarda, e na presença de perito oficial, para exame pelos assistentes, salvo se for
impossível a sua conservação.

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§ 7o Tratando-se de perícia complexa que abranja mais de uma área de
conhecimento especializado, poder-se-á designar a atuação de mais de um perito
oficial, e a parte indicar mais de um assistente técnico.

Art. 160. Os peritos elaborarão o laudo pericial, onde descreverão


minuciosamente o que examinarem, e responderão aos quesitos formulados.

Parágrafo único. O laudo pericial será elaborado no prazo máximo de 10 dias,


podendo este prazo ser prorrogado, em casos excepcionais, a requerimento dos
peritos.

*Art. 161. O exame de corpo de delito poderá ser feito em qualquer dia e a
qualquer hora.

*Art. 162. A autópsia será feita pelo menos seis horas depois do óbito, salvo se
os peritos, pela evidência dos sinais de morte, julgarem que possa ser feita antes
daquele prazo, o que declararão no auto.

Obs. Atenção! Pegadinha: tem que ser feito após o óbito, e não após a identificação do
cadáver, como tem sido erroneamente cobrado em provas passadas. Por que 06 horas?
Porque há o chamado período de incerteza, período em que pode não ser possível observar
macroscopicamente que o indivíduo esteja de fato morto. Tem que aguardar até que
apareçam os sinais de certeza da morte, chamados de fenômenos cadavéricos abióticos
consecutivos, apenas detectáveis macroscopicamente por volta de 06 horas de óbito.
Exceção é nos casos em que se tem a certeza de que a pessoa está morta, como por
exemplo, em uma situação de decapitação, na qual poderá ser iniciada a autópsia antes
do período de 06 horas.

Parágrafo único. Nos casos de morte violenta, bastará o simples exame externo
do cadáver, quando não houver infração penal que apurar, ou quando as lesões
externas permitirem precisar a causa da morte e não houver necessidade de exame
interno para a verificação de alguma circunstância relevante.

Obs. Dispositivo polêmico. Probabilidade alta de ser cobrado em prova. Exemplo


famoso: um cadáver foi encontrado nos trilhos de um trem, esmagado (a lesão chama
espostejamento), porque o trem passou por cima. Suspeitava-se de suicídio. Se os peritos
lançassem mão desse dispositivo, poderia se dispensar o exame interno, uma vez que está
claro a causa da morte. Mas o perito médico-legista é um cara curioso: resolveram mesmo
assim abrir o cadáver e estudar internamente. Encontraram que havia um grande infarto
no coração do idoso, fulminante, e que levou o mesmo ao óbito por morte natural. Após,
nas investigações, descobriu-se que o indivíduo morava próximo aos trilhos e que sua
família colocou o corpo nos trilhos do trem para simular um acidente ferroviário e obter
algum tipo de indenização pecuniária.

Art. 163. Em caso de exumação para exame cadavérico, a autoridade


providenciará para que, em dia e hora previamente marcados, se realize a diligência,
da qual se lavrará auto circunstanciado.

Parágrafo único. O administrador de cemitério público ou particular indicará


o lugar da sepultura, sob pena de desobediência. No caso de recusa ou de falta de

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quem indique a sepultura, ou de encontrar-se o cadáver em lugar não destinado a
inumações, a autoridade procederá às pesquisas necessárias, o que tudo constará do
auto.

Art. 164. Os cadáveres serão sempre fotografados na posição em que forem


encontrados, bem como, na medida do possível, todas as lesões externas e vestígios
deixados no local do crime.

Art. 165. Para representar as lesões encontradas no cadáver, os peritos,


quando possível, juntarão ao laudo do exame provas fotográficas, esquemas ou
desenhos, devidamente rubricados.

Art. 166. Havendo dúvida sobre a identidade do cadáver exumado, proceder-


se-á ao reconhecimento pelo Instituto de Identificação e Estatística ou repartição
congênere ou pela inquirição de testemunhas, lavrando-se auto de reconhecimento
e de identidade, no qual se descreverá o cadáver, com todos os sinais e indicações.

Parágrafo único. Em qualquer caso, serão arrecadados e autenticados todos os


objetos encontrados, que possam ser úteis para a identificação do cadáver.

*Art. 167. Não sendo possível o exame de corpo de delito, por haverem
desaparecido os vestígios, a prova testemunhal poderá suprir-lhe a falta.

Art. 168. Em caso de lesões corporais, se o primeiro exame pericial tiver sido
incompleto, proceder-se-á a exame complementar por determinação da autoridade
policial ou judiciária, de ofício, ou a requerimento do Ministério Público, do
ofendido ou do acusado, ou de seu defensor.

§ 1o No exame complementar, os peritos terão presente o auto de corpo de


delito, a fim de suprir-lhe a deficiência ou retificá-lo.

§ 2o Se o exame tiver por fim precisar a classificação do delito no art. 129, § 1o,
I, do Código Penal, deverá ser feito logo que decorra o prazo de 30 dias, contado da
data do crime.

§ 3o A falta de exame complementar poderá ser suprida pela prova


testemunhal.

Art. 169. Para o efeito de exame do local onde houver sido praticada a infração,
a autoridade providenciará imediatamente para que não se altere o estado das coisas
até a chegada dos peritos, que poderão instruir seus laudos com fotografias,
desenhos ou esquemas elucidativos.

Parágrafo único. Os peritos registrarão, no laudo, as alterações do estado das


coisas e discutirão, no relatório, as consequências dessas alterações na dinâmica dos
fatos.

Art. 170. Nas perícias de laboratório, os peritos guardarão material suficiente


para a eventualidade de nova perícia. Sempre que conveniente, os laudos serão
ilustrados com provas fotográficas, ou microfotográficas, desenhos ou esquemas.

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Art. 171. Nos crimes cometidos com destruição ou rompimento de obstáculo a
subtração da coisa, ou por meio de escalada, os peritos, além de descrever os
vestígios, indicarão com que instrumentos, por que meios e em que época presumem
ter sido o fato praticado.

Art. 172. Proceder-se-á, quando necessário, à avaliação de coisas destruídas,


deterioradas ou que constituam produto do crime.

Parágrafo único. Se impossível a avaliação direta, os peritos procederão à


avaliação por meio dos elementos existentes nos autos e dos que resultarem de
diligências.

Art. 173. No caso de incêndio, os peritos verificarão a causa e o lugar em que


houver começado, o perigo que dele tiver resultado para a vida ou para o patrimônio
alheio, a extensão do dano e o seu valor e as demais circunstâncias que interessarem
à elucidação do fato.

Art. 174. No exame para o reconhecimento de escritos, por comparação de


letra, observar-se-á o seguinte:

I - a pessoa a quem se atribua ou se possa atribuir o escrito será intimada para o


ato, se for encontrada;

II - para a comparação, poderão servir quaisquer documentos que a dita pessoa


reconhecer ou já tiverem sido judicialmente reconhecidos como de seu punho, ou
sobre cuja autenticidade não houver dúvida;

III - a autoridade, quando necessário, requisitará, para o exame, os documentos


que existirem em arquivos ou estabelecimentos públicos, ou nestes realizará a
diligência, se daí não puderem ser retirados;

IV - quando não houver escritos para a comparação ou forem insuficientes os


exibidos, a autoridade mandará que a pessoa escreva o que lhe for ditado. Se estiver
ausente a pessoa, mas em lugar certo, esta última diligência poderá ser feita por
precatória, em que se consignarão as palavras que a pessoa será intimada a escrever.

Art. 175. Serão sujeitos a exame os instrumentos empregados para a prática da


infração, a fim de se lhes verificar a natureza e a eficiência.

Art. 176. A autoridade e as partes poderão formular quesitos até o ato da


diligência.

Art. 177. No exame por precatória, a nomeação dos peritos far-se-á no juízo
deprecado. Havendo, porém, no caso de ação privada, acordo das partes, essa
nomeação poderá ser feita pelo juiz deprecante.

Parágrafo único. Os quesitos do juiz e das partes serão transcritos na


precatória.

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Art. 178. No caso do art. 159, o exame será requisitado pela autoridade ao
diretor da repartição, juntando-se ao processo o laudo assinado pelos peritos.

Art. 179. No caso do § 1o do art. 159, o escrivão lavrará o auto respectivo, que
será assinado pelos peritos e, se presente ao exame, também pela autoridade.

Parágrafo único. No caso do art. 160, parágrafo único, o laudo, que poderá ser
datilografado, será subscrito e rubricado em suas folhas por todos os peritos.

*Art. 180. Se houver divergência entre os peritos, serão consignadas no auto do


exame as declarações e respostas de um e de outro, ou cada um redigirá
separadamente o seu laudo, e a autoridade nomeará um terceiro; se este divergir de
ambos, a autoridade poderá mandar proceder a novo exame por outros peritos.

Obs. Atenção! Pegadinha: FUMARC cobra da seguinte maneira  “não havia perito
oficial na localidade, nomearam-se dois peritos ad hoc, que devem obrigatoriamente
concordarem em suas conclusões”. Está errado a afirmativa, pois a perícia é ato de
autonomia do médico, não há qualquer necessidade de concordância, podem muito bem
discordarem entre si.

Art. 181. No caso de inobservância de formalidades, ou no caso de omissões,


obscuridades ou contradições, a autoridade judiciária mandará suprir a
formalidade, complementar ou esclarecer o laudo.

Parágrafo único. A autoridade poderá também ordenar que se proceda a novo


exame, por outros peritos, se julgar conveniente.

*Art. 182. O juiz não ficará adstrito ao laudo, podendo aceitá-lo ou rejeitá-lo,
no todo ou em parte.

Obs. O juiz, na dúvida, pode: - intimar perito para esclarecer / complementar seu laudo
(art. 181, caput, CPP); - nomear outros peritos (art. 181, P. Ú., CPP); - pode rejeitar o
laudo no todo ou em parte, devendo-se fazer de forma motivada.

Art. 183. Nos crimes em que não couber ação pública, observar-se-á o disposto
no art. 19.

Art. 184. Salvo o caso de exame de corpo de delito, o juiz ou a autoridade


policial negará a perícia requerida pelas partes, quando não for necessária ao
esclarecimento da verdade.

(...)

Art. 279. Não poderão ser peritos:

I - os que estiverem sujeitos à interdição de direito mencionada nos incisos. I e


II do art. 47 do Código Penal;

II - os que tiverem prestado depoimento no processo ou opinado anteriormente


sobre o objeto da perícia;

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III - os analfabetos e os menores de 21 anos.

Obs. As causas de suspeição dos juízes previstas no CPP também se aplicam aos peritos.

Importante destacar também o crime do art. 342, CP:

Falso testemunho ou falsa perícia

Art. 342. Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade como testemunha, perito,
contador, tradutor ou intérprete em processo judicial, ou administrativo, inquérito
policial, ou em juízo arbitral:

Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa

§ 1o As penas aumentam-se de um sexto a um terço, se o crime é praticado mediante


suborno ou se cometido com o fim de obter prova destinada a produzir efeito em processo
penal, ou em processo civil em que for parte entidade da administração pública direta ou
indireta.

§ 2o O fato deixa de ser punível se, antes da sentença no processo em que ocorreu o
ilícito, o agente se retrata ou declara a verdade.

BLOCO 03

II – Documentos médico-legais
Os principais são:
1 – Notificações: consistem em comunicações compulsórias feitas pelos médicos às autoridades
competentes, acerca de determinado fato profissional. Ex: doenças infecto-contagiosas
(tuberculose, febre amarela), doenças do trabalho; morte encefálica (a fim do transplante de
órgãos). Atenção! Bizu de prova: o uso de drogas ilícitas não é mais uma condição de
notificação compulsória. Art. 269, CP, crime de omissão: “deixar o médico de denunciar à
autoridade pública doença cuja notificação é compulsória”, pena - detenção, de seis meses a
dois anos, e multa.
Dever de sigilo médico (art. 73, do Código de Ética Médica)  existem 03 possibilidades em
que o médico pode violar o segredo do paciente sem que isso configure quebra de sigilo ilícita:
A) consentimento por escrito do paciente; B) justa causa; C) dever legal (aqui que se enquadra
a notificação compulsória);

2 – *Atestados: documento particular de declaração pura e simples de um fato médico verídico


e suas possíveis consequências, normalmente feito a pedido do paciente ou responsáveis. Pode
ser feito por qualquer médico (basta ter registro no CRM).

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Classificação dos atestados  quanto à finalidade: administrativos (atestado emitido em prol
do serviço público, ou de um servidor público, para uso no serviço público), judiciários (emitido
por requisição do poder judiciário, para ser utilizado em um processo) e oficiosos (mais comum,
simples, emitido a pedido de uma pessoa física ou de uma pessoa jurídica de direito privado
para atestar fatos com fins particulares); quanto ao conteúdo: idôneo (honesto, probo, correto,
verdadeiro, lícito eticamente), gracioso / complacente / de favor (feito a pedido do paciente e
que não é propriamente um atestado verdadeiro, o médico geralmente dá uma exagerada para
ajudar o paciente, por amizade, é antiético), imprudente (descuidado, apressado), falso (é o
objeto do crime doloso de falsidade ideológica, previsto no art. 302, CP).
Possibilidade de revelação, expressa e por escrito ou por meio do CID (Classificação
Internacional de Doenças), do diagnóstico no atestado: apenas se tiver autorização e
consentimento do paciente.
3 – Prontuários: é o conjunto de documentos padronizados e ordenados, onde são registrados
todos os cuidados profissionais prestados ao paciente em instituições de saúde ou consultórios.
Sigilo médico: princípio que rege o prontuário, sendo que este é de propriedade do paciente, o
hospital / consultório / médico apenas têm o dever de guarda e conservação.
Art. 89 e 90, Código de Ética Médica: “É vedado ao médico:
Art. 89 - liberar cópias do prontuário sob sua guarda, salvo quando autorizado, por escrito, pelo
paciente, para atender ordem judicial ou para sua própria defesa. §1° - Quando requisitado
judicialmente o prontuário será disponibilizado ao perito médico nomeado pelo juiz. §2° -
Quando o prontuário for apresentado em sua própria defesa, o médico deverá solicitar que seja
observado o sigilo profissional.
Art. 90 – deixar de fornecer cópia do prontuário médico de seu paciente quando de sua
requisição pelos Conselhos Regionais de Medicina”.
De acordo com o Conselho Federal de Medicina, em que situações pode o médico entregar
cópias do prontuário? I) quando tiver autorização expressa do paciente; II) quando for para
atender a uma requisição judicial; III) quando for para sua própria defesa, tanto nos processos
ético-profissionais (CRM), quanto nos processos judiciais; IV) quando for para os Conselhos
Regionais de Medicina.
4 – Relatórios *(laudo x auto): relatório é gênero e auto e laudo são espécies. Relatório nada
mais é que uma descrição minuciosa de uma perícia médica a fim de responder a autoridade
policial ou judiciária. É o documento médico-legal por excelência. Importante saber a
diferenciação entre laudo e auto, muito cobrada pela banca FUMARC: o laudo é aquele
relatório que é redigido pelo próprio perito após a realização da perícia. Já o auto é aquele
relatório que é ditado a um escrivão durante a realização da perícia.
Componentes do relatório (7): I – preâmbulo, II – quesitos (perguntas objetivas voltadas ao
direcionamento de uma perícia em determinado sentido), III – histórico (é a história do caso
anterior à realização daquele exame, logo o médico não tem responsabilidade sobre a
veracidade do histórico, já que é uma informação dada exclusivamente pelo paciente), IV –
descrição (parte mais importante, traz o princípio do visum et repertum – ver e reportar de forma
objetiva), V – discussão (questionar, trazer dúvidas da doutrina, debates adicionais), VI –

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conclusão (de forma clara e objetivo), VII – resposta aos quesitos (também de forma direta e
elucidativa).
5 – *Pareceres: o parecer médico-legal é aquele documento que busca esclarecer divergências
quanto à interpretação de achados de perícia. Normalmente o parecerista não está em contato
com os vestígios, não está fazendo o exame de corpo de delito direto, mas sim fazendo um
exame posterior no decorrer da instrução processual. É quando se solicita, por exemplo, um
esclarecimento mais aprofundado, feito por um perito ou professor com competência
inquestionável e autoridade reconhecida.
Componentes do parecer (6):
I – preâmbulo; II – quesitos, III – histórico, IV – discussão, V – conclusão (+ importante), VI –
respostas aos quesitos (+ importante)
Atenção! Pegadinha: não há descrição em um parecer médico-legal
6 – Depoimento oral: Declaração tomada ou não a termo em audiências de instrução e
julgamento sobre fatos obscuros ou conflitantes descritos no relatório da perícia.
7 – Declaração de óbito: é o documento base do Sistema de Informações sobre Mortalidade do
Ministério da Saúde – SIM/MS. Possui três finalidades: confirmar a morte; determinar a causa
médica da morte, por meio dos diagnósticos; satisfazer interesses de ordem civil, estatística,
demográfica e político-sanitária.
Atenção! Bizu de prova  Duas perguntas mais frequentes acerca da declaração de óbito: I –
declaração de óbito é sinônimo de atestado de óbito? Existem duas correntes. Uma diz que sim,
são sinônimos. Já a outra corrente, mais tecnicamente precisa, afirma que não, uma vez que o
atestado de óbito é apenas um campo / uma parte de todo o documento/formulário que é a
declaração de óbito, parte esta propriamente médica em que o médico relata claramente os seus
diagnósticos; II - em toda declaração de óbito é obrigatório haver o diagnóstico especifico da
causa de morte? NÃO, pode se preencher o campo com o termo “causa mortis indeterminada”.

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