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estilhacos-pairando-sobre-nos#_ftn3
Uso a oportunidade deste texto para lembrar. Ou melhor, para ‘não esquecer’. Difícil
voltar atrás e enxergar as coisas compartimentadas, como há muito já não estão, nem
na minha cabeça, nem no circuito das mídias e da arte. Do mesmo modo, rever
embates que se travavam num campo ainda estreito, de certa forma refratário às
contaminações observadas hoje à luz da arte contemporânea, só faz sentido se puder
assumir a primeira pessoa e tentar fugir do automatismo teórico, revendo coisas ditas
e escritas, procurando da forma mais honesta possível por perguntas mais frescas, que
possam contribuir tanto para uma reflexão sobre o período retratado como para os
dias de hoje.
Um par de anos mas tarde, foi minha vez de flertar com essa mãe postiça do vídeo –
uma maternidade “desnaturada”. Foi um passeio rápido de reconhecimento que
incluiu em Belo Horizoonte a TV Alterosa e TV Minas (direção do progama
Agenda) e mais tarde a MTV, em São Paulo (direção do Unpugged Gilberto Gil). O
namoro durou pouco, por livre e espontânea vontade de se lambuzar novamente de
imagem eletrônica sem as hierarquias e procedimentos empresariais.
Caso nº1
Meu primeiro trabalho com pretensões mais assumidas de inserção no circuito que se
formava em torno da videoarte foi editado pelo Eder Santos. Era uma espécie de
videoclipe do grupo O Último Número, banda mineira que invocava Rimbaud e
Augusto dos Anjos numa mesma estrofe. Depois de tanto gravar shows de bandas
como Sexo Explícito, Divergência Socialista e do próprio Último Número, ansiava
por um formato supostamente mais “elaborado”, tanto tecnicamente como em termos
de narrativa, buscando produzir sentidos mais complexos entre sons e imagens
externas. Munido com 2 ou 3 fitas U-Matic de 20 minutos, fui para a sessão de edição
com um roteiro extremamente detalhado, que incluía gráficos de aceleração de ritmo,
mudanças cromáticas e inserções de referências de filmes. Tudo minutado em uma
espécie de timeline, desenhado a mão e lápis de cor, onde facilmente se enxergava os
trechos com arranjos musicais similares, momentos de clímax ou queda da
intensidade narrativa (!?). A preocupação maior era não ultrapassar o período
estipulado pela lógica do after-hours: editariámos durante a noite e o vídeo teria de
estar pronto pela manhã, sem maiores chances de correção ou ajustes. Queria deixar
claro que havia um plano, que não estava ali apenas em função da já conhecida
maestria de Eder em manipular imagens e/ou sobrepor texturas. A falta de tempo
não permitiu maiores devaneios. Saímos da ilha já com o dia claro, o clipe em corte-
seco, e eu feliz com o primeiro trabalho realizado em U-Matic, um formato de acesso
tão difícil – o que significaria talvez adentrar num seleto grupo de realizadores que
gozavam de passe livre para determinados festivais, mostras e possíveis inserções em
TV. Sair da categoria VHS sugeria que o trabalho poderia receber de imediato maior
atenção (mais ou menos como muitos aspirantes à direção de cinema ainda buscam o
formato 35mm para se estabelecerem dentro de um metier supostamente
privilegiado).
Acho que hoje poucos passam por essa escassez e dependência técnica tão castradora
no processo de execução. Há anos vêm sendo exaustivamente propagadas as
facilidades que a miniaturização do formato digital traz em termos de praticidade,
funcionalidade e acessibilidade aos meios de produção. Mas, depois de conviver com
os escritos de Arlindo Machado ao longo de mais de 15 anos, em suas tantas reflexões
valiosas acerca desse meio e seu potencial expressivo, tendo a acreditar que essas
ferramentas não devem ser usadas apenas como instrumento de viabilizacão de
linguagens estabelecidas precedentemente em outros formatos anteriores.
Talvez esse seja um dos elementos norteadores mais nitidamente banais, porém muito
esclarecedores para esse testemunho no que se refere ao contexto brasileiro e latino
americano. Falar em percurso do meio vídeo e toda e qualquer ‘evolução’ da
linguagem no âmbito da imagem eletrônica e digital, implica falar sobretudo do
percurso da baixa resolução — e não exatamente da alta. A crescente difusão
perspectivas privadas e domésticas em narrativas mais íntimas e pessoais, tem a ver
também com síndromes tecnológicas como essa. A baixa resolução se estandardiza e
se torna aceita por um numero cada vez maior de pessoas. E não estou falando
necessariamente de democratização, esta palavra tão gasta, mas de brechas que se
abrem para que se possa rever padrões estéticos.
Esse passeio pelos aspectos técnicos pode abrir boas possibilidades de enxergamos
melhor o que vem a ser a expansão do vídeo (em um contexto brasileiro, mas
compartilhado em várias partes do mundo), e essa instabilidade talvez seja sua maior
característica.
[imagem: <ihavenowords.jpg>]
Cao Guimarães, antigo parceiro de experimentações desde o início dos anos 90, se
destacou por vias distintas, através de uma porta de entrada certeira no circuito das
artes plásticas pelo viés da fotografia e de seus video-loops criados junto com Rivane
Neuenschwander. Mirando o formato e o circuito do cinema, declarou distância dos
campos de tensões da videoarte e não sofreu os mesmo percalços de muitos de nós,
em uma certa batalha de convencimento de que arte e meios de comunicação
poderiam ser entendidos de forma também confluente. De algum modo seu percurso
foi facilitado dessa forma, que encontrou simpatia por parte de curadores resistentes
ao contexto que o antecedeu.
Haveriam outros nomes, mas o mérito não me parece exatamente ser/estar ativo num
certo período, mas sim como manter a consistência de uma produção que em tudo foi
e continua sendo difícil de se ver em atividade, circulação, compreensão e aceitação.
Muitos de nós digerimos A Arte do Vídeo (1988) de Arlindo Machado como se fosse
cartilha. As definições da natureza da imagem vídeo de Arlindo estão aplicadas em
vários vídeos do período de transição de 80 para 90. Não se usava planos abertos, não
se deixavam detalhes nos cantos da tela (as TV’s tinham os cantos muito mais curvos)
e se explorou à exaustão a superfície tátil, pictórica da imagem (a impossibilidade da
profundidade de campo traria para o vídeo, a superfície — como queria Brackhage,
como nos ensinou Machado e como poetizou Jean Paul Fargier).
O vídeo era e de alguma forma continua sendo algo mais algo menos que uma
denominação ou um conceito: trata-se de uma palavra que cresce semanticamente.
Para aqueles que buscam linguagens seguras e amparadas para se estabelecerem esse
contexto pode parecer muito pouco confortável.
É inegável que o universo de idéias e práticas ligadas ao vídeo cresce ao longo dos
anos , assim como o conjunto de práticas associadas à arte há dez ou quinze anos atrás
era menor do que o que a arte compreende hoje. Esse consenso em torno do potencial
expansivo do vídeo foi e vem sendo ainda compartilhado com grande determinação
por pesquisadores e realizadores que se lançaram tanto na produção como na reflexão
em torno dos meios eletrônicos, como o fizeram Eduardo de Jesus, Carlos Nader,
Roberto Cruz, Francesca Azzi, Rodrigo Minelli, Patricia Moran, Christine Mello e
outros.
Mas é preciso não esquecer: nosso tempo prima sim pela instabilidade, pois instáveis
são as mídias, o medium e todos os formatos digitais. Essa seria a premissa básica
para um consenso em torno de um novo contexto (se interesse em consenso hoje
houvesse). Pois o contexto e seus circuitos devoradores, ora aceita, ora exclui e muito
facilmente descarta linguagens, afiliações estéticas, gerações e nomes. Há que se
reinventar, em estado de pesquisa contínua, a favor de uma honestidade própria, pela
própria consciência.
Ao abordar esse período, abro um parêntesis para algumas ações de estímulo com as
quais me envolvi de forma quase irreversível. Acredito que algumas das mostras e
eventos permanentes[8] que criamos no MIS com o intuito de fazer movimentar o
circuito das produções de caráter mais autoral, tiveram mesmo êxito a ponto de criar
um foco legítimo e contínuo de confluências e encontros entre realizadores de vídeo.
Uma movimentação que hoje parece acontecer apenas nas listas de discussão na
Internet, ocorria de forma espontânea e face-a-face, mano-a-mano nos corredores do
MIS. A noção nítida de existência de uma geração se fez ali, pautada por eventos que
promoviam hibridismos e não se limitavam a definições restritas entre cinema, vídeo
e arte. Eventos pontuais, importantes para a visibilidade desta geração para além das
fronteiras do país, como o Festival do Cone Sul, criado por Sergio Martinelli dentro
do próprio Museu e as mostras itinerantes para o Festival Franco Latino Americano
de Videoarte (FFLA)[9] também marcaram esse período. Logicamente todo o campo
já estava fertilmente semeado pelo VideoBrasil, que já privilegiava todo o hemisfério
sul e desde a década anterior. Sob esse aspecto, tanto o Festival do Cone Sul como o
FFLA tiveram mérito mais por sua natureza itinerante do que pela condição de evento
polarizador. O caráter expansivo desses festivais acentuou a questão da disparidade e
do relativo distanciamento físico entre vizinhos latinos, abrindo possibilidades de
entendimentos em torno de uma linguagem além das convenções, isentas dos cacoetes
do desentendimento cultural. Com o vídeo, talvez tenhamos tido oportunidades de
sairmos das estatísticas relativas a nossas ditaduras, índices de inflação, analfabetismo
e miséria, para aprendermos mais profundamente as diferenças e vermos melhor as
possibilidades de um outro tipo de diálogo. Despir a cultura no âmbito do imaginário,
era uma espécie de ideal, um slogan partilhado por muitos colegas entre Paraguai,
Uruguai e Colômbia, mas principalmente entre Argentina e Chile. Foi convivendo ao
longo dos anos 90 com realizadores como Claudia Aravena e Guillermo Cifuentes,
balizados por pensadores como Nestor Olhagaray e Jorge La Ferla (inclusive tendo os
franceses Robert Cahen, Alain Bourges e Jean-Paul Fargier como assíduos
contrapontos), aprendemos mais profundamente sobre essas diferenças culturais e
passamos a identificar melhor as possibilidades de um diálogo maior entre sul-
americanos.
Acompanhei o percurso de muitos artistas que se fizeram à luz desse embate, por
vezes árduo e árido. Alguns desses trabalhos ficaram na minha memória de forma
mais completa e duradora que os melhores filmes já vistos. De instalações mais
“antigas” apresentadas no Brasil cito The No Way Buster Project (Dominik Barbier,
1989), The Desert in My Mind (Eder Santos, 1992), Tiny Deaths (Bill Viola, 1993)
e Tall Ships (Gary Hill, 1993). Dessas obras ainda guardo aquela experiência de estar
e conviver com o espaço preenchido por imagens, não apenas de conceitos
relacionados ao ver e ouvir.
Meus primeiros projetos instalativos seguiram um caminho em flerte sutil com o
conceitual. Minha primeira instalação foi apresentada em 1989 no 21º Salão Nacional
de Artes Plásticas, do Museu da Pampulha (que pela primeira vez apresentou
propostas de videoinstalações, em 1989). Nesse projeto buscava conflitos entre
fotografia e vídeo. O desafio da representação era sugerido por um movimento
anulado (câmera e objeto sincronizados) em confronto com uma imagem congelada,
denotando movimento. Em 1990, numa instalação batizada de 0 x 0, criei um objeto
que incluía elementos eletrônicos e materiais reais, onde um videogame viciado em
movimentos previsíveis que repetia movimentos monótonos (uma versão do Pong, um
dos primeiros games do tipo arcade, muito comuns e populares desde o início dos
anos 70) fazia alusão à histeria em torno do futebol. Várias outras instalações se
seguiram motivadas por outras pesquisas, em diferentes caminhos. Mas posso dizer
que a exploração mais consistente dessas possibilidades se deu a partir de 1996 com
as instalações Imagens Histéricas (exposição Excesso, em 1996), Private
Conversation (apresentada originalmente na exposição City Canibal, Paço das Artes
em 1997) e Subterrâneos, um projeto com 9 canais de vídeo para o projeto
Arte/Cidade em 1998. Esses trabalhos me fizeram ver que vinha desenvolvendo algo
em torno de narrativas documentais aplicadas a espaços específicos, que se mostrava
em coerência absoluta com as pesquisas desenvolvidas para vídeos com tonalidades
ou procedimentos mais documentais, como Oiapoque x L’Oyapock (1998), Eu Não
Posso Imaginar (1999), O Fim do Sem Fim (2001) ou Do Outro Lado do do Rio
(2004). Instalações que se seguiram, como O Tempo Não Recuperado (2004),
Pêndulo (2005) ou Multidão (2006) apenas reforçam tais argumentos em torno do
princípio documental enunciado.
Sobre o impacto das instalações no circuito da arte, a pensadora Anne Marie Duguet,
comenta que os críticos sempre reagiram entre extremos. “Por um lado vacilam entre
um medo obsessivo de sistemas técnicos (muitas vezes charlatões) baseados em
gadgets tecnológicos que conclamam as novas mídias como a chave para a renovação
da arte. Frente a isso, por outro lado, os mais conservadores pedem a volta aos
conceitos convencionais da arte, convocando valores como a beleza, o consagrado e
tradicional. (…) Mas a maioria mesmo, parece que prefere esperar e observar o
embate a uma distância segura”. (Duguet, 1995)[10] Muito importante também entre
nós brasileiros, a pensadora francesa nos dá pistas de como funciona, ainda de forma
reticiente o processo de passagem do vídeo do espaço dos festivais para as galerias de
arte. A poética que envole a inclusão dos espaços arquitetônicos e físicos em
instalações e projetos interativos, nem sempre foi bem recebida por curadores
estabelecidos no terreno das artes plásticas.
O que se pode afirmar com certeza é que as definições que se tinha para a palavra
vídeo já começavam a se mostrar mesmo muito estreitas. A tradução do termo media
art, que apenas hoje se cristaliza em artemídia a partir de um esforço entre
acadêmicos e curadores, já se fazia necessária ao nos referirmos a expansões mais
imediatas do vídeo. Apesar de sequer ter sido utilizado com fluência, o conceito ali
embutido trazia a ideia, entre muitos de nós, de que o vídeo não era mais o elemento
de maior importância dentro desse caldeirão de referências midiáticas que passou a
constituir a arte eletrônica ou digital.
No que se refere ao uso do espaço, os ambientes multi-tela passam a ser cada vez
mais comuns, diante dos avanços ligados aos sistemas de projeção. Grupos como o
Feitoamãos/FAQ[12], o VJ Spetto ou Luiz DuVa, são alguns dos nomes que
sempre estiveram interessados em desenvolver situações onde todos os sentidos
possam ser mobilizados. O potencial das tecnologias de projeção e a experimentação
com softwares e interfaces gráficas de interação vem permitindo formas de imersão e
participação coletiva que possibilitam questionamentos nas relações entre os sentido e
a distribuição dos papéis sensoriais. São perspectivas imagináveis para novas
situações envolvendo imagens e público que revelam outros cinemas possíveis.[13]
As apresentações do FAQ no Itaú Cultural (Monstruário Eletrônico, 2003), no XX
Videoformes em Clermont-Ferrand/França (Trânsito, 2005) ou no XV Videobrasil
(Carro Bomba, 2005) são consideradas por muitos como marcos importantes na
ruptura da lógica do espetáculo audiovisual comumente associada à cultura dos DJ’s e
VJ’s.
[imagem: <faq_ok.jpg>]
[imagem: <performance_carrobomba_final.jpg>]
Para outros, como Duva, outro advindo do terreno da videoarte dos anos 90, o fator de
motivação da linguagem associada ao live-images foi muito mais o de exercitar
possibilidades de desconstrução formal em situações de improviso. Se antes em seus
videos haviam estruturas rígidas mas reincidentes, que já evocavam reiterações de
sentido, o encontro com a ideia de performance o levou ao questionamento da lógica
de edição planejada e fixa. Nas apresentações de Duva, o movimento acontece por
saltos, por supressão de sequências intermediárias. ‘A oscilação de luz transforma a
cena proposta em algo que é da ordem da sugestão. A cena para ser composta, re-
composta ou inventada por aquele que assiste. (Moran 2004: 8).
Seria possível e oportuno dizer que a consolidação de uma arte do vídeo, e seus vários
desdobramentos, pulverizou em alguns cantos do planeta um conjunto de artistas e
obras que podem ser tomados como referências-chave para se pensar o conceito de
representação na televisão, na fotografia e em outros domínios visuais. Emprestou
ferramentas para a arte conceitual, para as mídias mais recentes e povoou a cultura
contemporânea com novas formas estéticas e de percepção. Acredito que naqueles
anos da década de 90, esse processo se legitimou exatamente diante de nossos olhos,
como uma paisagem em slow motion. Hoje, como nas fitas mofadas daquele período,
a memória se apaga e a avidez por novos nomes lança novidades nem tão novas.
[imagem: <no_todopack.jpg>]
Existências ilustradas
Aqui caberia um recurso de narrativa, análogo aos dos vídeos de Claudia: a sua
palavra na voz de outro, a voz do outro na própria palavra. Problemas de
representação, do falar de si, da própria cultura e da falta de pertencimento a uma
cultura. Apontar os meios, sejam de qual tecnologia forem, para a cultura, para as
coisas vivas que pulsam e nos falam do mundo – não apenas de seus meios e
artifícios.
O que acontece hoje é enfim, demasiadamente complexo para ser analisado sob a
ótica ou miopia de um único meio. Seria uma armadilha que não faz justiça às
confluências mais atuais.
Pré-web e pós-web
Impossível não olhar para trás, impossível não estar atento ao que ainda e sempre vem
pela frente. “Inútil partir, inútil ficar”, nas palavras de Fernando Pessoa, presente em
alguns de meus projetos.[21]
E na tentativa declarada de rever coisas ditas e escritas, vejo que cada acontecimento
exige perguntas que se repetem renovadas. A quem interessa a indissociação das
atividades de um artista a seus suportes e ferramentas? Será nossa capacidade de
enxergar possibilidades tão atrelada a nossos meios de comunicação? Quando foi
mesmo que se tornou antiquado falar de videoarte? Será nosso discurso sempre fruto
de uma necessidade de sobrevivência ou de busca por um lugar ao sol? Formas
expandidas do vídeo explodem o tempo todo e os estilhaços não me incomodam. Me
perdoem a insistência na primeira pessoa e a eventual falta de linearidade deste
testemunho. Bem ou mal, os meios de que dispomos hoje potencializam a auto-
referência e o devaneio.
obras citadas
Bambozzi, Lucas. “O Vídeo em Questão” in: Imagens nº1. São Paulo, Ed.Unicamp,
1993.
_____________. “Outros Cinemas”, in: André Parente y Kátia Maciel (eds.) Redes
Sensoriais. Rio de Janeiro, Contra Capa, 2003.
Duguet, Anne Marie. “Does Interactivity Lead To New Definitions of Art?”, in: Hans
Peter Schwarz and Jeffrey Shaw (eds) Media Art Perspectives. Karlsruhe, ZKM Cantz
Verlag, 1995. p. 146-149
Fargier, Jean Paul. Poeira nos Olhos – Imagem Máquina. Rio, Ed.34, 1993.
______________. Made in Brasil : tres decadas do video brasileiro. São Paulo, Itaú
Cultural, 2003.
Moran, Patrícia. A montagem dos VJs: entre a estimulação ótica e a física. in:
Intermídias.com. Belo Horizonte, UFMG, 2004.
http://www.intermidias.com/txt/ed56/Arte_VJ%20em%20cena_Patricia%20Moran.pd
f
visitado en 20/06/2006
[3] “Eder foi tido desde então, como um modelo a ser seguido, cuja obra nitidamente
experimental lhe permitia transitar com desenvoltura e relativa liberdade no meio
comercial”. As Faces do Vídeo em Belo Horizonte texto de Lucas Bambozzi para o
catálogo “Retrospectiva do Vídeo Independente de Minas Gerais” – Instituto Imagens
Movimento – Belo Horizonte, 1995.
[4] Um maior detalhamente deste contexto pode ser buscado em O Vídeo Em Questão
texto de Lucas Bambozzi para a Revista Imagens – Ed. Unicamp – 1993. Disponível
também em http://www.interfacescriticas.net
[5] Ainda nos anos 90 o realizador e curador inglês Michael Maziére, em palestra
durante o 13º Videobrasil, simplificou da seguinte forma o debate do vídeo hoje: “o
video se degladeia em duas arenas principais: a caixa preta típica do cinema e a caixa
branca que caracteriza a galeria”. Realmente, ambos espaços controlados, ainda são
formas mais passíveis de compreensão imediata do que sua fruição através da
Internet, por exemplo.
[8] A revitalização do setor de vídeo do MIS foi marcada por uma programação
voltada nitidamente para o vídeo como suporte artístico. São dessa época programas
permanentes como Radical Vídeo, que exibiu em primeiríssima mão títulos de Sadie
Benning, Bruce Yonemoto, Francisco Ruiz Infante, Claudia Aravena, Gary Hill, Tom
Kalin, Michael O’Reilley. Além de lançamentos e de exibições de trabalhos já
considerados clássicos no campo da videoarte, toda uma atenção especial foi dada a
projetos de videoinstalações e eventos prevendo relações híbridas entre vídeo e outras
áreas.
[9] Trata-se do mesmo festival que já vinha acontecendo por quatorze anos no Chile
como Festival Franco-Chileno de Video Arte. Em sua 14ª edição, em 1990, passou a
incluir Uruguai, Argentina e Colômbia e se transformou em Festival Franco Latino-
Americano. Em 1994 o Brasil entrou no circuito do Festival.
Para alguns, a entrada de países como o Brasil, Colômbia e Argentina parece ter
tornado o festival oneroso para os cofres franceses e pouco proveitoso em termos de
influência cultural eurocêntrica, afinal o evento sempre foi promovido pelo Ministério
das Relações Exteriores da França. De todo modo, foi sem dúvida uma iniciativa que
contribuiu muito para o circuito entre países vizinhos.
[11] O projeto foi desenvolvido com o Korsakow System, disponível para download
gratuito na seguinte URL http://www.korsakow.net. Como em outras ferramentas de
organização de banco de dados, este software permite que o autor do trabalho atribua
às sequências uma série de palavras-chave, que funcionarão como atratores entre os
planos.
[12] O Feitoamãos, que também utiliza o nome FAQ, é um coletivo de artistas do qual
faço parte e que se dedica a apresentações onde a narrativa, a construção de um
ambiente imersivo e a performance cênico-musical são essenciais para o conceito do
trabalho. http://www.feitoamaos.com.br
[14] http://www.bijari.com.br
[15] http://www.mediasana.org
[17] http://www.visualradio.com.br
[20] Uma busca no Google mostrava em 2004 cerca de 21 mil referências em 0.15
segundos. A mesma pesquisa revelava em 2005 mais 161 mil resultados nos mesmos
0.15 segundos.
[21] Citação existente na forma de narração em meu vídeo Ali É Um Lugar Que Não
Conheço (6min. 1996).