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CENTRO DE TECNOLOGIA
CURSO DE ENGENHARIA DE PETRÓLEO
Maceió
2017
CAMILA DE PAULA CABRAL
Maceió
2017
Folha de Aprovação
Banca Examinadora:
Maceió
2017
AGRADECIMENTOS
A minha família, meus irmãos Caio e Matheus, meu pai Cabral e, principalmente,
minha mãe Monica, por serem meu apoio e pela compreensão durante minha jornada,
e toda a minha vida.
Enfim, a todos que de alguma forma contribuíram para meu crescimento pessoal e
profissional.
RESUMO
In the well design practice, it is included the design of casing system, which consists
of a structural system that guarantees safe conditions for operation and production,
bearing the loads imposed. Threaded connections are used to the coupling of casing
tubes. These joints represent critical points of the system, being related to most of the
casing failure. This work presents a survey about geometry and characteristics of API
threaded connections, through API standards and literature related to OCTG (Oil
Country Tubular Goods) specification. An analytical study on the connections
performance is carried out, for the failures modes defined by API/TR 5C3:2008
standard. Due to the high cost associated to experimental tests, it is acceptable that
part of the studies be done numerically, by using finite elements. This work aims the
study of a 10 ¾’’ buttress connection, P110 grade, under tension, in order to evaluate
the stress distribution. The analyses address the behavior of pin and box, separately,
and the coupling, considering a contact model. The results obtained are qualitatively
compared to studies in the literature.
Figura 23 – Tabela com as dimensões de uma conexão Long Round Thread ......... 48
Figura 42 – Contato sem atrito (a), com atrito stick (b) e com atrito slip (c) .............. 80
Figura 67 – Análise em estado plano de tensão com elemento PLANE183 ........... 101
Figura 71 – Estudo da falha por jump-out em conexões BC por Zhanghua et al .... 105
Figura 73 – Modelo piloto com condições de contorno de Galle et al (2014) .......... 107
LISTA DE TABELAS
Tabela 9 – Comparação percentual entre conexão e tubos API de grau J55 ........... 60
Tabela 12 – Comparação percentual entre conexão e tubos API de grau P110 ....... 67
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 16
3 CONEXÕES ........................................................................................................... 35
1 INTRODUÇÃO
Figura 1 – Distribuição de custos médios para a perfuração de poços profundos nos EUA
Para a união dos revestimentos são utilizadas conexões rosqueadas, que é o conjunto
formado pelas juntas do tubo de revestimento (casing thread ou pino) e pelo
acoplamento externo (coupling thread ou luva).
sobre ela. Diante disso a norma API/TR 5C3:2008 define equações para o cálculo das
resistências de conexões, admitindo-se que estas são submetidas à tensão axial e
pressão interna, e a norma API 5B:2008 define as especificações geométricas dos
elementos de conexão.
Figura 3 – Conexão
Como estudo de tensão axial com análise numérica de conexões pode-se citar
Wittenberghe (2011), que apresentou o estudo experimental e numérico de conexões
de um oleoduto de 4,5” polegadas, onde verificou que as maiores tensões obtidas
19
1.2 Objetivos
2 REVESTIMENTOS DE POÇOS
Dentro deste projeto está inserido o dimensionamento dos revestimentos, onde este
é necessário para proteger as paredes do poço que está sendo perfurado e permitir a
produção adequada de fluidos em seu interior.
Entre suas funções estão: proteger e isolar as zonas de perda de circulação, de alta
ou baixa pressão e com presença de hidrocarbonetos (THOMAS, 2004).
2𝑌𝑝 𝑡
𝑃𝑖 = 0.875 (1)
𝐷
sendo:
26
Também denominado por colapso, ele ocorre quando as solicitações externas são
maiores que as pressões internas e a resistência do tubo ao colapso, ocasionando o
modo de falha ilustrado na Figura 7.
A equação de colapso do tubo depende do regime ao qual ele está submetido, e este
é obtido de acordo com a esbeltez do tubo, sendo esta a relação entre o diâmetro
externo e a espessura do tubo (𝐷/𝑡), arredondada em duas casas decimais. Estes
regimes caracterizam o modo de falha por colapso, sendo classificados em colapso
por escoamento, colapso plástico, colapso de transição e colapso elástico, que devem
apresentar valores com arredondamento no para o múltiplo de 10 mais próximo. Os
limites de esbeltez são dados nas Equações 2, 3 e 4 que se seguem.
𝐶
√(𝐴 − 2)² + 8 ( 𝐵 + 𝑌 ) + (𝐴 − 2)
𝑝
(2)
(𝐷 / 𝑡)𝑌𝑝 =
𝐶
2(𝐵+𝑌 )
𝑝
𝑌𝑝 (𝐴 − 𝐹)
(𝐷 / 𝑡)𝑃𝑇 = (3)
𝐶 + 𝑌𝑝 (𝐵 − 𝐺)
2 + (𝐵⁄𝐴)
(𝐷 / 𝑡) 𝑇𝐸 = (4)
3(𝐵⁄𝐴)
27
Se o 𝐷/𝑡 do tubo for menor que (𝐷 / 𝑡 )𝑌𝑝 , então o colapso do tubo poderá ocorrer por
(𝐷 / 𝑡 ) − 1
𝑃𝑦𝑝 = 2𝑌𝑝 [ ] (5)
(𝐷 / 𝑡 )²
Caso o 𝐷/𝑡 do tubo esteja entre (𝐷 / 𝑡)𝑌𝑝 e (𝐷 / 𝑡)𝑃𝑇 , o colapso será plástico, dado pela
Equação 6.
𝐴
𝑃𝑃 = 𝑌𝑝 [ − 𝐵] − 𝐶 (6)
( D / t)
𝐹
𝑃𝑇 = 𝑌𝑃 [ − 𝐺] (7)
(𝐷 / 𝑡 )
Quando o 𝐷/𝑡 do tubo é maior do que (𝐷 / 𝑡) 𝑇𝐸 o tubo pode sofrer um colapso elástico,
definido pela Equação 8.
46,95 𝑥 106
𝑃𝐸 = (8)
(D / t)[(D / t) − 1]2
𝑷𝒚𝒑 𝑷𝑷 𝑷𝑻 𝑷𝑬
(𝑫 / 𝒕)𝒀𝑷 (𝑫 / 𝒕)𝑷𝑻 (𝑫/𝒕)𝑻𝑬
A resistência do tubo à força axial pode ser obtida através da Equação 14, dependente
do limite de escoamento de aço e da área líquida da seção transversal do tubo.
𝜋
𝐹𝑦 = (𝐷2 − 𝑑 2 )𝑌𝑝 (14)
4
sendo:
Dessa forma, segundo a API (online), “hoje, a API mantém cerca de 700 normas e
práticas recomendadas cobrindo todos os segmentos da indústria de petróleo e gás
para promover o uso de equipamentos seguros, intercambiáveis e práticas de
engenharia comprovadas e sólidas (tradução da autora)”.
O grau do aço a ser utilizado no tubo é uma característica de grande importância para
o projeto de poços, pois com a denominação escolhida é possível saber as
32
Segundo Casner (2005), o primeiro texto normativo API que tratava de tubos OCTG
foi feito em 1924, e trazia três graus de aço, denominados de tubo de aço sem costura
de baixo teor de carbono, tubo de aço sem costura de teor de carbono médio e tubo
de aço sem costura de alto teor de carbono. A denominação de grau de aço designada
por letras foi inserida em 1927, onde foram apresentados os graus A, B e C, com 30
ksi1, 35 ksi e 40 ksi de tensão mínima respectivamente, em substituição aos da norma
anterior. E em 1934, foi adicionada à API 5A (SOMALI, online).
1
Um ksi é correspondente à mil psi (1𝑘𝑠𝑖 = 1000𝑝𝑠𝑖).
33
K55 1968 --
L80 1975 --
C90 1984 --
Q125 1985 --
L80 9Cr --
1987
L80 13Cr --
T95 1989 --
M65 1998 --
C110 --
2011
R95 --
Atualmente a API 5CT:2011 padroniza doze graus de aço, divididos em quatro grupos,
que estão apresentados na Tabela 4.
3 CONEXÕES
Estes elementos são projetados para sustentar altas cargas e pressões, sejam
internas ou externas, ao mesmo tempo, mantendo a integridade da ligação. Essas
características mecânicas dependem, primeiramente, do tipo de rosca utilizado na
ligação, ou seja, da geometria do dente. Em exceção aos inúmeros tipos de conexões
proprietárias, as conexões, bem como o arranjo geométrico destas, são normalizadas
pela API (RAHMAN E CHILINGARIAN,1995).
novas tecnologias de liga metálica e de geometria das conexões. Desta forma, este
tipo de conexão é utilizada em poços que atuam em ambientes que necessitam de
aplicações especiais. Dentre eles, Rahman e Chilingarian (1995) citam algumas
aplicações, como:
Juntas Flush: são usadas para fornecer o máximo espaçamento anular possível
e melhorar a cimentação;
Smooth Bores: são aplicados furos lisos nos conectores, para evitar o fluxo
turbulento de fluido;
Fast make-up threads: são utilizados quando necessita-se fazer um
acoplamento mais rápido que o convencional;
Selo metal-metal: apresenta uma vedação maior, necessário quando necessita
conter uma maior pressão, geralmente utilizado quando há a presença de
gases em alta pressão;
Anéis Resilientes: se os anéis resilientes estiverem corretamente projetados,
podem servir como selos de pressão secundários em ambientes corrosivos e
de alta temperatura (HPHT- high pressure, high temperature).
De acordo com Bourne (2009) existem dois tipos de conexões: conexão integral e
conexão acoplada (coupling).
Esses parâmetros podem ser classificados em três grupos: perfil de rosca, passo da
rosca e configuração da rosca.
Perfil da rosca. As roscas podem ter forma cônica, cilíndrica ou a combinação das
duas. A forma mais popular é a cônica, por ser de construção mais econômica,
apresentar uma capacidade aceitável, ter resistência à separação quando tracionada
e possuir uma ampla gama de aplicação. De forma geral, a forma da rosca regula a
área da seção transversal do pino e da luva e permite a ligação suportando cargas
axiais sem separar-se, vide Figura 13.
de forma que haja a redução das tensões produzidas nos filetes centrais. As conexões
do tipo API apresentam passo constante, mas, de forma geral, o passo pode ser
dividido em três zonas, como apresenta a Figura 14.
Segundo Bourne (2009) o stab flank angle (𝛼) está localizado na parte inferior do dente
e atua como contraforte, o load flank angle (𝛽), que é o flanco de carga é localizado
na parte superior, sendo a face que recebe a carga diretamente (apresenta um ângulo
40
entre 1° a 5°) e o ângulo do dente (𝛾) é formado no topo, sendo a soma dos dois
ângulos (𝛼 e 𝛽).
A forma e dimensões dos dentes são projetadas para resistir a diferentes situações
de carga.
As conexões API são normalizadas pela API/TR 5C3:2008, que define equações para
o cálculo das resistências de tubos e conexões de revestimento em relação a essas
solicitações, e pela norma API 5B:2008, que define as especificações geométricas
das conexões de revestimento.
Segundo Bourne (2009), as conexões API têm sido usadas, geralmente, em poços de
baixo custo por serem baratas, por sua simplicidade e por serem de fácil fabricação.
Suas duas principais funções são, prover integridade estrutural e selabilidade do tubo
sob os diversos tipos de carregamentos.
A API define três tipos de conexão, classificadas pela forma geométrica do dente da
rosca: API round thread, API Buttress e API extreme-line. As conexões round e
buttress são do tipo acopladas enquanto a extreme-line é uma conexão do tipo
integral, que não será tratada por não ser tão comum e por ter sido substituída pelas
conexões proprietárias (BLADE, 2011).
É uma conexão do tipo acoplada, formada por um tubo non-upset com roscas externas
em suas duas extremidades. A rosca contém 8 fios por polegada e o dente tem forma
de “V” arredondado, tanto no vale quanto na crista, e a parede do dente apresenta um
ângulo de 30° com a vertical (flank angle). Este tipo de conexão pode ser classificada
de acordo com o tamanho da rosca em short round thread (SC) ou long round thread
(LC). As características da conexão round thread são mostradas na Figura 17.
42
Assim como a conexão do tipo round, a do tipo Buttress (BC) é rosqueada nas
extremidades externas de um tubo NU, onde esses tubos são ligados por um
acoplamento rosqueado internamente. Seu perfil de rosca contém 5 fios por polegada,
e apresenta dentes em forma trapezoidal, sendo a crista e vales achatados e com as
paredes fazendo ângulos de 3° e 10° com a vertical, como apresentado na Figura 18.
Esse tipo de conexão também apresenta uma passagem de vazamento helicoidal
entre as paredes do dente, remanescente do rosqueamento que, da mesma forma
43
que a conexão round, deve ser preenchida por um composto, a fim de evitar
vazamento.
A forma trapezoidal dos dentes tem certas vantagens em aplicações que envolvem
elevadas tensões ao longo do eixo de rosca em uma única direção. O flanco (flank)
de contato da rosca, o que leva a carga, é referido como o flanco pressão e por isso
é quase perpendicular ao eixo de rosca, fazendo a componente radial da pressão ser
reduzida a um mínimo (OBERG et al., 2004).
- Lead (avanço) → é a distância axial entre duas cristas de um mesmo filete de entrada
(Figura 20).
- Pitch (passo da rosca) → é a distância entre duas cristas, medidas no mesmo plano
axial. O pitch é igual ao lead dividido pelo número de entradas (Figura 20).
Lead
Pitch
- Pitch cone → é um cone imaginário que passa pelo meio do flanco, de tal modo que
a altura da crista acima da superfície do cone seja igual à profundidade do vale abaixo
dessa superfície.
- Pitch line → é a linha, em um plano axial, que passa pelo meio da rosca. É a linha
que gera o pitch cone quando rotacionada em tono do eixo do tubo (Figura 19).
2
As roscas parciais localizadas no chanfro (chamfer) são consideradas roscas completas e entram na
medida de full-crest thread length.
46
- Taper thread → é uma rosca projetada a partir de uma superfície cônica. Seu valor
representa a diferença de diâmetro a cada unidade de medida, por exemplo, para as
conexões round thread o taper é de 0.0625 in por in, ou seja, a cada polegada de
comprimento diminui-se (ou aumenta-se) 0.0625 polegadas no diâmetro de referência
(geralmente externo).
- Triangle stamp → é uma marcação no tubo delimitando até onde a conexão pode ser
rosqueada.
- Última rosca engatada (last engaged thread) → a última rosca do pino em contato
com as roscas do acoplamento externo.
- Vanish thread → é parte da rosca incompleta, que não está totalmente formada na
raiz ou na crista e na raiz. É produzido por um chanfro (vanish cone) na extremidade
da rosca ligada ao tubo (Figura 21).
47
As conexões estão sujeitas a diversos tipos de falha, Schwind (2006) estima que entre
85 a 95% das falhas provenientes de estruturas tubulares em campos petrolíferos
estão relacionadas as conexões.
De acordo com Blade (2011) essas falhas podem ocorrer devido a problemas no
acoplamento, danos causados durante o transporte do tubo ou conexão, composto
usado nas conexões, tolerâncias usadas na fabricação, entre outros problemas
relacionados ao mal condicionamento ou manuseio. Diante disto a API apresenta a
normalização API 5C1 que trata das práticas e cuidados com os tubos e conexões e
a API/RP 5A3 que traz informações referentes aos compostos que devem ser usados
nas conexões para o rosqueamento.
A API assume que as conexões falham apenas por dois regimes de carga, pressão
interna e tensão axial, onde esses são calculados de forma independente, sem
interferência de um regime no outro. Nestes regimes estão associados cinco modos
de falha: fratura na rosca do tubo, fratura no acoplamento externo, jump-out ou pull-
out (apenas em conexões round thread), pressão interna (escoamento do aço) e
vazamento.
As falhas por pressão interna podem ocorrer por duas formas, pelo escoamento do
material, quando a pressão interna ocasiona a falha estrutural do material, e por
vazamento, que ocorre quando o fluido atinge pressão interna suficiente para passar
pelos vazios remanescentes do acoplamento da conexão.
Para as conexões round thread Clinedinst (1964) utilizou 162 conexões, variando
entre LC e SC, com os graus de aço K55, N80 e P110, e diâmetros de 4 1⁄2”, 5”, 5
1/2”, 6 5/8”, 7”, 9 5/8”, 10 3/4”. Todas foram submetidas à tensão axial. Das 162
conexões, apenas quatorze falharam por fratura na rosca do tubo (Equação 15) e em
148 testes a falha se deu por pull-out (Equação 17). A partir dos dados obtidos foram
estabelecidas as equações de resistência da conexão round thread, onde o fator 0,95
é originado do ajuste feito nos dados para permitir o uso das propriedades mínimas
do aço ao invés das propriedades representativas.
0.74𝐷−0.59 𝑈𝑝 𝑌𝑝
𝐹𝐽𝑃 = 0.95 𝐴𝑗𝑝 𝐿 [ + ] resistência ao pull-out (SC/LC) (17)
0.5𝐿 + 0.14𝐷 𝐿 + 0.14𝐷
resistência à fratura no
𝐹𝑙(𝐵𝐶/𝑆𝐶/𝐿𝐶) = 0,95 𝐴𝑗𝑐 𝑈𝑐 (18)
acoplamento (SC/LC ou BC)
𝑊 − 𝑑1 resistência à pressão interna
𝑃𝑖𝑐 = 𝑌𝑐 ( ) (19)
𝑊 (SC/LC ou BC)
𝑊 2 − 𝐸𝑠2 resistência ao vazamento
𝑃𝑖𝑣 = 𝐸. 𝑇. 𝑁. 𝑝. ( ) (20)
2. 𝐸𝑠 . 𝑊 2 (SC/LC ou BC)
sendo
𝜋
𝐴𝑗𝑝 = [(𝐷 − 0.1425)2 − 𝑑2 ] (21)
4
𝜋
𝐴𝑗𝑐 = (𝑊 2 − 𝑑12 ) (22)
4
𝜋
𝐴𝑝 = [𝐷2 − 𝑑2 ] (23)
4
𝑑1 = 𝐸1 − (𝐿1 + 𝐴)𝑇𝑑 + 𝐻 − 2𝑆𝑟𝑛 SC/LC (24)
𝑑1 = 𝐸7 − (𝐿7 + 𝐼𝐵 )𝑇𝑑 + 0.062 BC (25)
𝐿 = 𝐿4 − 𝑀 (26)
onde:
BUTTRESS ROUND
Diâmetro Diâmetro Fratura Pressão Fratura Pressão
Vazamento
tubo conexão luva interna luva interna
𝐷 𝑊 𝐹𝑙 𝑃𝑖𝑐 𝐹𝑙 𝑃𝑖𝑐 𝑃𝑖𝑣
pol pol psi lbf lbf lbf lbf
4½ 5 322000 6730 396000 8440 17920
5 5,563 402000 6810 495000 8520 16000
5½ 6,05 435000 6180 548000 7930 13160
6 5/8 7,39 704000 6750 844000 8210 11830
7 7,656 657000 5820 796000 7140 9520
7 5/8 8,5 929000 6730 1103000 8100 11800
8 5/8 9,625 1187000 6700 1362000 7780 10380
9 5/8 10,625 1318000 6070 1540000 7170 8460
10 ¾ 11,75 1466000 5490 1722000 6520 6880
11 ¾ 12,75 1597000 5060 1878000 6000 5820
13 3/8 14,375 1810000 4490 2131000 5330 4550
16 17 2365000 4180 2596000 4610 3230
18 5/8 20 3576000 4580 3846000 4950 3150
20 21 2943000 3380 3301000 3810 2410
TUBO CONEXÃO
Fratura Fratura
Pressão Jumpout
Diâmetro Espessura Força axial pino pino
interna Round
Buttress Round
𝐷 𝑡 𝑃𝑖 𝐹𝑦 𝐹𝑝𝐵𝐶 𝐹𝑝𝑆𝐶 𝐹𝐽𝑃
pol pol psi lbf lbf lbf lbf
4½ 0,205 4380 152000 186000 126000 101000
4½ 0,224 4790 166000 203000 144000 132000
4½ 0,25 5350 184000 225000 167000 154000
5 0,22 4240 182000 221000 157000 133000
5 0,253 4870 208000 252000 190000 169000
5 0,296 5700 241000 293000 233000 207000
5½ 0,244 4270 222000 267000 200000 172000
5½ 0,275 4810 248000 300000 235000 202000
5½ 0,304 5320 273000 329000 267000 229000
6 5/8 0,288 4180 315000 374000 304000 245000
6 5/8 0,352 5110 382000 453000 390000 314000
7 0,272 3740 316000 373000 299000 234000
7 0,317 4360 366000 432000 364000 284000
7 0,362 4980 415000 490000 427000 334000
7 5/8 0,328 4140 414000 483000 415000 315000
8 5/8 0,264 2950 381000 439000 358000 244000
8 5/8 0,352 3930 503000 579000 515000 372000
8 5/8 0,4 4460 568000 654000 600000 434000
9 5/8 0,352 3520 564000 639000 578000 394000
9 5/8 0,395 3950 630000 714000 664000 452000
10 ¾ 0,350 3130 629000 700000 644000 420000
10 ¾ 0,400 3580 715000 796000 756000 493000
10 ¾ 0,450 4030 801000 891000 867000 565000
11 ¾ 0,375 3070 737000 807000 769000 477000
11 ¾ 0,435 3560 850000 931000 915000 568000
57
Figura 27 – Comparação da resistência à pressão interna nas conexões round e buttress (J55)
Figura 28 – Comparação da resistência à tensão axial nas conexões buttress e round (J55)
Figura 29 – Resistência à fratura na luva (BC e SC) e ao jump-out na conexão round (J55)
BUTTRESS ROUND
Diâm. Diâmetro Fratura Pressão Fratura Pressão
Vazamento
tubo Conexão luva interna luva interna
𝐷 𝑊 𝐹𝑙 𝑃𝑖𝑐 𝐹𝑙 𝑃𝑖𝑐 𝑃𝑖𝑣
4½ 5 536000 13460 692000 17750 17920
5 5,563 671000 13620 838000 17340 16000
5½ 6,05 724000 12360 913000 15850 13160
6 5/8 7,39 1174000 13500 1407000 16420 11830
7 7,656 1096000 11640 1327000 14280 9520
7 5/8 8,5 1548000 13460 1839000 16200 11800
8 5/8 9,625 1978000 13410 2308000 15830 10380
9 5/8 10,625 2196000 12140 2619000 14660 9710
10 ¾ 11,75 2443000 10980 2932000 13330 7890
11 ¾ 12,75 2661000 10120 3198000 12290 6670
13 3/8 14,375 3017000 8980 3629000 10900 5220
16 17 3941000 8360 4326000 9210 3230
TUBO CONEXÃO
Fratura Fratura
Pressão Jumpout
Diâmetro Espessura Força axial pino pino
interna round
Buttress Round
𝐷 𝑡 𝑃𝑖 𝐹𝑦 𝐹𝑝𝐵𝐶 𝐹𝑝𝑆𝐶 𝐹𝐽𝑃
(pol) (pol) psi lbf lbf lbf lbf
4½ 0,25 10690 367000 385000 279000 287000
4½ 0,29 12410 422000 443000 338000 348000
4½ 0,337 14420 485000 509000 406000 418000
5 0,296 11400 481000 503000 388000 387000
5 0,362 13940 580000 606000 495000 493000
63
Sendo:
𝑌𝑝 → Tensão de escoamento do aço; 𝑊 → Diâmetro externo da conexão;
𝐷 → Diâmetro externo do tubo; 𝑃𝑖 → Resistência à pressão interna;
𝑑 → Diâmetro interno do tubo; 𝐹𝑦 → Resistência à tensão axial;
𝑡 → Espessura do tubo; 𝐹𝑝 → Fratura no pino, ou rosca do tubo,
𝐷/𝑡 → Esbeltez do tubo; da conexão;
65
Para o grau de aço P110, a resistência da conexão à pressão interna por escoamento
do material (Figura 31), apresentou-se superior à do tubo a partir do diâmetro de 8
5/8”, nos demais diâmetros a round apresenta melhor desempenho à pressão interna,
enquanto que para o vazamento, a buttress exibiu melhor performance que a round
até o diâmetro de 8 5/8”. Porém ambas tornam-se críticas em diâmetros maiores que
10 3/4". Praticamente em todos os cenários, o vazamento ocorre antes do início da
plastificação do aço da conexão.
Nos casos de tensão axial, apresentados na Figura 32, observa-se que para a
conexão buttress a resistência à fratura do pino apresenta desempenho de
aproximadamente 100% em relação ao corpo do tubo, sendo um pouco inferior
apenas nos diâmetros superiores a 11 3/4". Para a conexão round thread a
performance do pino é um pouco inferior à do corpo do tubo, apresentando um
desempenho médio de 90% em relação ao mesmo.
66
Para a falha por jump-out, apresentada na Figura 33, os resultados foram semelhantes
aos obtidos para o grau J55, de forma que a conexão apresenta resistência bem
inferior ao escoamento do tubo. Acerca da falha por fratura na luva da conexão,
observa-se um desempenho superior da conexão round em relação ao tubo, enquanto
que, para a conexão buttress, esse desempenho mostra-se menor para duas
especificações de tubo, mas ainda superior a outros tubos de mesmo diâmetro e
menor espessura.
67
Figura 33 – Resistência à fratura na luva (BC e SC) e ao jump-out na conexão round (P110)
Além dos modelos de resistência uniaxiais apresentados, o projetista pode lançar mão
de envoltórias de resistência dos tubos e conexões, de forma a considerar a ação
simultânea de pressões interna e externa, além de força axial. De acordo com a
API/TR 5C3:2008, estas envoltórias costumam ser construídas a partir das equações
do critério de falha proposto por von Mises, escrito para corpos de geometria cilíndrica.
Faz-se a superposição do estado elástico de: tensão radial e circunferencial
determinados pelas equações para tubo de parede espessa de Lamé (Equações 27 e
28 respectivamente); tensão axial uniforme, de qualquer natureza, exceto a oriunda
de flexão (Equação 29); flexão combinada com esforço axial (Equação 31); tensão de
cisalhamento por torção devido a um momento alinhado com o eixo do tubo (Equação
69
32). A tensão equivalente atuando num ponto qualquer de raio 𝑟 da parede do tubo é
definida pela Equação 33.
(𝑝𝑖 − 𝑝𝑜 )𝑑2 𝐷2
[(𝑝𝑖 𝑑2 − 𝑝𝑜 𝐷2 ) − ] (27)
4𝑟 2
𝜎𝑟 =
𝐷2 − 𝑑2
(𝑝 − 𝑝𝑜 )𝑑2 𝐷2
[(𝑝𝑖 𝑑2 − 𝑝𝑜 𝐷2 ) + 𝑖 ] (28)
4𝑟 2
𝜎ℎ =
𝐷2 − 𝑑2
𝐹𝑎
𝜎𝑎 = (29)
𝐴𝑝
𝜋
𝐴𝑝 = (𝐷2 − 𝑑2 ) (30)
4
𝑀𝑏 𝑟 (31)
𝜎𝑏 = ± = ±𝐸𝑐𝑟
𝐼
𝑇𝑟
𝜏ℎ𝑎 = (32)
𝐽𝑝
1/2
𝜎𝑒 = [𝜎𝑟2 + 𝜎ℎ2 + (𝜎𝑎 + 𝜎𝑏 )2 − 𝜎ℎ 𝜎𝑟 − 𝜎𝑟 (𝜎𝑎 + 𝜎𝑏 ) − 𝜎ℎ (𝜎𝑎 + 𝜎𝑏 ) + 3𝜏ℎ𝑎
2
] (33)
𝜎𝑒 = 𝑓𝑦 (34)
equivalente deve ser verificada quatro vezes, ou seja, uma vez no diâmetro interno e
uma vez no diâmetro externo, para cada um dos possíveis valores positivos e
negativos de 𝜎𝑏 .
Para a construção da envoltória, assume-se que o tubo seja solicitado somente por
pressão interna, externa e tensão axial, conforme a Equação 35.
Considerando que o escoamento do material terá início no raio interno do tubo, obtém-
se 𝑟 = 𝑑/2 e 𝜎𝑟 = −𝑃𝑖 . Fazendo as substituições das Equações 27, 28, 29 e 34 na
Equação 35, tem-se:
2
4𝐹𝑎 𝑝𝑖 𝑑2 − 𝑝𝑜 𝐷2 3(𝑝𝑖 − 𝑝𝑜 )2 𝐷4 (36)
𝑓𝑦2 =[ − ] +
𝜋(𝐷2 − 𝑑2 ) 𝐷2 − 𝑑2 𝐷2 − 𝑑2
A Equação 36 representa uma elipse, a qual pode ser tratada separadamente, visando
a simplificação das equações, para os casos em que atuam as pressões externa (𝑃𝑖 =
0) e interna (𝑃𝑜 = 0). Assim, pode-se construir a porção superior da elipse pela
Equação 37, e os quadrantes inferiores segundo a Equação 38.
2
4𝑑 2 𝐹𝑎 𝐹𝑎
(− + √(𝑓𝑦2 𝑑2 + 3𝑓𝑦2 𝐷4 − 3𝐷4 (𝜋 ) )) (𝑑2 − 𝐷2 ) (37)
𝜋 𝐷2 − 𝑑2 2 2
4 (𝐷 − 𝑑 )
𝑃𝑖 = ±
𝑑4 + 3𝐷4
2
2 𝐹𝑎 1 𝐹𝑎
± √4𝑓𝑦2 − 3 (𝜋 ) (𝑑2 − 𝐷2 ) (38)
𝜋 (𝐷2 − 𝑑2 ) 2 ( 2 2 )
1( 4 𝐷 −𝑑
𝑃𝑜 = ± )
2 𝐷2
A condição de projeto verificada neste exemplo simula o influxo de gás, causado por
um kick, na extremidade inferior do revestimento, ainda na fase de perfuração. O fluido
invasor eleva bruscamente os níveis de pressão no interior do sistema de
revestimento, podendo ocasionar falha por pressão interna nos tubos e conexões.
Admita-se como cenário um poço sendo perfurado com fluido de peso específico de
9,2 lb/gal, onde é previsto um kick de gás com gradiente de 0,39 psi/m. Adota-se que
o gradiente de poros da formação tem valor de 10,5 lb/gal e que a sapata da fase
74
Nota-se, na Tabela 13, que o maior valor de ∆𝑃 é de 12.788,34 psi, dessa forma foi
escolhido um tubo de grau P110, diâmetro de 10,75 polegadas (10 ¾”) e espessura
de parede de tubo de 0,797 polegadas, já que este apresenta uma resistência à força
axial de 1.425.520 lbf e resistência à pressão interna de 14.270 psi. Na prática de
projeto, a resistência à pressão interna costuma ser minorada por um fator de
segurança, em torno de 1,1, valor adotado pela maioria das operadoras de óleo e gás.
Logo, considerando-se esta minoração, obtém-se uma resistência à pressão interna
de 12.970 psi, que se adequa ao revestimento em questão, e para efeito de
simplificação optou-se por utilizar um tubo com as mesmas características em toda
seção de revestimento em análise.
resistência à força axial considerável. Usando as equações 16, 18, 19 e 20, obteve-
se os seguintes resultados:
Diante dos resultados obtidos neste cenário, observa-se que a conexão API Buttress
não resiste à altas pressões internas, que são comuns em ambientes de perfuração
77
Segundo Fish (2009), para solucionar um problema plano, o MEF divide a geometria
em elementos finitos com geometria conhecida (geralmente quadrilátera ou triangular)
e obtém-se uma solução aproximada que, para problemas lineares, é feita através de
um sistema de equações lineares, no qual o número de incógnitas da equação é
proporcional ao número de nós criados na malha. O processo de divisão do objeto de
estudo em elementos finitos é chamado de geração de malha, sendo estes elementos
representados e separados entre si por nós. Geralmente, a solução do problema tende
a ser mais exata com o aumento do número de elementos e nós, sendo necessário
que a solução seja determinada por meio de um computador. O processo de aumentar
o número de nós é denominado de refinamento da malha, e é apresentado na Figura
41.
forças normais de tração, são livres para se separar e se afastar uma da outra
(PETRELLA, 2010).
Contato com atrito: este pode apresentar-se de duas maneiras: sem deslizamento
tangencial (stick) e com deslizamento tangencial (slip), apresentados na Figura 42. No
contato com atrito e stick o deslizamento é suprimido pela força de atrito, ou seja, a
componente tangencial de movimento é menor que o limite de atrito. No contato com
atrito slip o limite de atrito é atingindo sendo o valor da componente tangencial igual
ao limite de atrito;
Figura 42 – Contato sem atrito (a), com atrito stick (b) e com atrito slip (c)
(a) (b)
5.2 Ansys
ANSYS é uma empresa que oferece uma gama de programas para simulação de
problemas de engenharia. Fundada em 1970, apresentou um programa com
capacidade para resolver problemas lineares e não lineares, o que levou a ser adotado
por diversas empresas, porém só tornou-se acessível ao público em 1996. Ao longo
do tempo adquiriu programas de simulação acrescentando diversas funcionalidades
(FISH, 2009; ANSYS, online).
Para a resolução dos problemas, o ANSYS (2016) traz diversos tipos de elementos
para a caracterização do problema, entre eles pode-se citar elementos sólidos
(SOLID), de viga (BEAM), de superfície (SURF), tubular (PIPE), de casca (SHELL),
entre outros.
Os elementos do tipo SHELL podem ser utilizados em análises em estado plano onde
a espessura é considerada sendo de fina a moderadamente espessa, este elemento
pode ter ainda variações, a depender das considerações feitas. Dentre os ofertados
destacam-se dois: SHELL181 e SHELL281.
SHELL181
Este elemento, apresentado na Figura 45, é caracterizado por apresentar quatro nós
e seis graus de liberdade em cada nó, sendo seu uso adequado em análises lineares,
de grande rotação e/ou grandes deformações não lineares (ANSYS, 2016).
SHELL281
Este elemento apresenta oito nós com seis graus de liberdade em cada nó. Segundo
ANSYS (2016), este elemento também é adequado para aplicações lineares com
grande rotações e/ou grandes deformações não lineares. Pela maior quantidade de
nós presentes em cada elemento, permite-se uma maior adequação entre elemento e
geometria, quando esta última apresenta-se de forma mais complexa. O elemento
SHELL 281 é apresentado na Figura 46.
84
PLANE183
Observa-se que ambos podem ser utilizados em malhas com elementos triangulares
ou quadrilaterais.
85
Dentro dos elementos de contato o Ansys R18 Academic apresenta seis tipos de
contato: bonded, no separation, frictionless, rough, frictional e forced frictional sliding.
Bonded: considera que as superfícies em contato estão coladas, devendo ser definido
pelo usuário em um valor de deslocamento máximo.
86
De forma a ilustrar esse processo de análise numérica de uma conexão, foi feito um
estudo com uma conexão do tipo buttress para um tubo de 10 ¾ polegadas de
diâmetro em aço de grau API P110. A análise divide-se em luva, pino e conexão
acoplada (luva+pino), e cada análise foi feita utilizando dois tipos de elementos: de
casca (SHELL) e planar (PLANE).
Para isso foram utilizados os parâmetros presentes na API 5B:2008, como mostra a
Figura 49. A construção foi feita em duas dimensões, inicialmente, para um quarto da
conexão. Para obter-se a geometria completa deve-se fazer o espelhamento do
desenho.
Para a análise foi criado um novo material, onde foram inseridas características do
aço P110 (Figura 52).
89
Para este caso, foi utilizada apenas a luva da conexão (em azul na Figura 50) do
modelo piloto, onde a análise foi feita aplicando a carga diretamente nos dentes da
rosca.
Em um primeiro momento, foi feita a análise com elementos do tipo SHELL181. Dando
continuidade à análise optou-se por mudar o elemento finito utilizado de 3 nós por um
de 6 nós (SHELL281), melhorando a representatividade da geometria original. A
diferença da discretização, com a troca de elemento, pode ser observada na Figura
54.
Tabela 15 – Valores obtidos no refinamento da malha para os dois tipos de elementos usados
Da mesma forma que a análise anterior, foi aplicada uma força em cada dente, como
não há a opção de pressão linear em análise em estado plano de tensão, foi aplicado
uma pressão em cada flanco de carga com valor de 64.656 psi, que fazendo as
devidas correlações gera uma força semelhante a aplicada na análise anterior. Feito
isso, obteve-se o resultado apresentado na Figura 59.
94
Observa-se, que tanto a análise com o elemento de casca quanto com o elemento
plano, obteve-se valor de tensão equivalente máximo próximo ao da tensão última do
aço, obtendo-se assim resultados satisfatórios, para a análise isolada da luva.
Como os resultados obtidos foram similares para os dois tipos de elementos, vale uma
comparação do custo computacional de cada um, onde para a modelagem do
problema com o elemento SHELL281 foi feita em um tempo 1,5 vezes maior do que a
modelagem em elemento PLANE183, podendo-se concluir que o elemento da
modelagem da Figura 59 necessitou de um menor custo computacional.
95
Observa-se, nas Figura 48 e Figura 50, que a rosca do pino da conexão apresenta
uma limitação no tamanho dos dentes próximos às extremidades do acoplamento,
96
devido ao diâmetro externo do tubo, onde os dentes não devem ultrapassá-lo. Essa
limitação resulta em algumas zonas de vazios entre o pino e a luva, e também em
menores flancos de carga, onde este último interfere na resistência do pino.
tensão encontrados estão nas zonas de menor flanco de carga. Porém, a distribuição
de carga se deu de forma diferente. Na análise com o elemento SHELL281, a tensão
apresentou-se de forma mais distribuída ao longo da espessura do tubo, enquanto
que para a com PLANE183 a distribuição ficou mais concentrada nos vales próximos
aos flancos de carga menores. Devido à essa maior concentração de carga, a tensão
máxima obtida foi de 121 ksi, bem superior à tensão de escoamento mínima e já
próxima à tensão última do aço.
Segundo Porcaro (2014) “o contato entre o tubo e a luva é do tipo friccional, ou seja,
os contatos também apresentam não linearidades”, eles devem considerar o atrito,
deslocamento e a possibilidade do elemento rosqueado separar-se durante a
simulação. Portanto, é necessária a utilização de um coeficiente de atrito isotrópico.
Na literatura pode-se encontrar valores que variam de 𝜇 = 0,02 até 𝜇 = 0,16, o valor
utilizado vai depender das condições de contorno da simulação. Os contatos devem
ser aplicados manualmente nos pontos de interface entre os dois elementos, como
mostrado na Figura 63, onde as superfícies de contato estão representadas na cor
vermelha.
Como apresentado na Figura 64, foram criadas três superfícies de contato, entre os
flancos de caga do pino e da luva, entre a raiz da luva e o crista do pino e entre a raiz
do pino e o crista da luva. O contato utilizado para as três superfícies de contato é do
tipo friccional, e para a modelagem foi utilizado o coeficiente de atrito 𝜇 = 0,12,
indicado por Wittenberghe (2011). As condições de contorno definidas para a análise
estão apresentadas na Figura 65.
Observa-se, que nesta última análise, houve uma sobreposição entre o pino e a luva,
evidenciando o problema nesse modelo analisado (em SHELL281).
101
A análise em estado plano de tensão foi feita considerando uma força de 1.000.000
lbf, pois forças maiores que este valor ocasionava a não convergência do modelo. O
resultado obtido é apresentado na Figura 67
Neste último caso obteve-se uma melhor distribuição da tensão do que no caso
anterior, com maiores concentrações nas roscas incompletas do pino, em destaque
na Figura 67. É possível notar ainda, que houve um leve afastamento entre o pino e a
luva da conexão. Apesar de não ter sido aplicada a força relativa à fratura do pino ou
da luva da conexão, a tensão máxima obtida foi muito superior à tensão última do
material.
espessura, pois por apresentar uma geometria circular, deve-se considerar que o
comprimento de circunferência do raio menor do tubo é diferente do comprimento de
circunferência do raio externo, como ilustrado na Figura 69.
Após a análise numérica das conexões sujeitas a tração axial, faz-se necessário
comparar os resultados obtidos com estudos que apresentem comportamento
próximos aos estudados neste trabalho, como uma forma de validação das análises
feitas.
com a adição de uma tração axial, a seta presente na figura indica a localização da
maior tensão obtida, que está presente na raiz da última rosca engatada da conexão
(pino). Nota-se também que a tensão é distribuída ao longo da conexão.
3
O contato relativo entre duas superfícies pode ocasionar o desgaste do adesivo e transporte de
material entre as duas superfícies metálicas. Isso leva diretamente à deterioração do desempenho do
vedante e da resistência da conexão.
105
Observa-se na figura anterior, que a localização da máxima tensão de von Mises (Max
VMS) se dá na última rosca engatada, e que no detalhe da rosca 18 há um início de
separação da rosca, que segundo Galle et al (2013) caso a distância de separação
seja maior do que o comprimento do dente, a conexão deve falhar por jump-out. É
possível notar a semelhança entre o modelo de Galle et al (2013) e a distribuição de
tensão apresentada nas Figura 66 e Figura 67. Pode-se notar ainda, a semelhança
entre a distribuição da tensão no pino da conexão da Figura 72 com os resultados
obtidos na Figura 62, onde as maiores tensões obtidas ficaram concentradas nos
flancos incompletos, onde, segundo Galle et al (2013), nas faixas de cisalhamento
(shear bands) há a ocorrência de deformações plásticas, ocasionadas pelas altas
tensões localizadas.
por uma pressão de 650 Mpa) no modelo piloto deste trabalho, obtendo assim, os
resultados apresentados na Figura 73.
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Por fim, nota-se que as conexões API podem oferecer uma boa performance, igual ou
superior à do corpo do tubo, em algumas configurações de geometria, grau de aço e
carregamento. Tal fato se contrapõe à tendência atual da indústria de aplicar,
essencialmente, produtos proprietários a projetos de poços offshore. Aspectos
adicionais, como a resistência à ataques químicos, podem justificar tal prática.
Diante dos estudos feitos e resultados obtidos sugere-se, para trabalhos futuros, um
estudo das conexões API sob efeito de pressão interna e o efeito combinado da
pressão interna com a tensão axial, afim de obter resultados que caracterizem os
modos de falha apresentados neste trabalho.
109
Outro aspecto importante de ser estudado, ainda em análise numérica, é o efeito das
alterações geométricas nas conexões, como forma de obter melhores resultados para
distribuição de carga no elemento.
Ainda em análise numérica, propõe-se o estudo da influência dos fluidos, como o gás,
na conexão, sendo necessário também estudar os compostos utilizados para o
rosqueamento dos elementos.
110
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AMERICAN PETROLEUM INSTITUTE. API 5CT: Specification for Casing and Tubing.
Ninth Edition, 2011.
BYROM, T. G. Casing and Liners for Drilling and Completion: Design and
Applications. Segunda edição. Oxford, UK: Elsevier, 2015.
111
CLINEDINST, W.O. Buttress Thread Joint Strength, report shown as Appendix 2-k-
6, AP, 1970.
CLINEDINST, W.O. Strength of Threaded Joints for Steel Pipe, Paper No. 64-PET-
1 presented at the meeting of the Petroleum Section of ASME in October, 1964.
GUIA CNC. Tópico: Geometria e torneamento de rosca Trapezoidal. Disponível em: <
http://www.guiacnc.com.br/tornos-147/geometria-e-torneamento-de-rosca-
trapezoidal/?PHPSESSID=ifrg0g9dn4lr0veo6jlkhhqi50 >. Acessado em: 20.jan.2017.
STAELENS, S.; GALLE, T.; DE WAELE, W.; DE BAETS, P. Analysis of API 5C3
Failure Prediction Formulae for Casing and Tubing. Ghent University, Laboratory
Soete. Bélgica, 2012.
VALLOUREC. Premium Connection Test. Connection: The Vallourec Oil and Gas
Magazine, Vol 03, p. 13, 2012.
114