Texto de conteúdo especialmente impactante! O tripé
construído por John Stott para discorrer sobre o propósito da Escritura é, não apenas didático, mas profundamente teológico. É marcante a forma como Stott discorre sobre a salvação, a fé e Cristo a partir da revelação apostólica contida em 2 Timóteo 3.15-17. Assim, percebe-se claramente que a Bíblia é “o” livro cujo conteúdo revela a pessoa de “Jesus Cristo” e a “salvação” por Ele conquistada e oferecida ao homem mediante a “fé”! John Stott, no início do seu texto, formula três perguntas que são, ao longo do texto, respondidas com singularidade! Sua análise do texto de Paulo a Timóteo demonstra que “o tornar- se sábio” para a salvação pela fé em Cristo Jesus é o extraordinário tema de TODA A ESCRITURA! Foi de singular importância a forma como Stott narra o propósito da Escritura, especialmente quando, para apresentá-lo, socorre-se da técnica de abordar os propósitos que a Bíblia não tem [não científico, não literário e não filosófico]. O cerne da mensagem bíblico enfatiza, no dizer de Stott, “a gravidade do pecado, como revolta contra a autoridade de Deus, nosso Criador e Senhor, e a justiça do julgamento divino contra ele.” Por isso, pode-se afirmar, numa paráfrase do pensamento de Stott, que Deus ama a humanidade rebelde que nada merece de Sua parte a não ser o juízo a que está sujeita. Porém, Deus torna disponível Sua graça para com esta mesma humanidade, a partir de Cristo, Aquele que revela Deus ao homem de forma perfeita, reconcilia o homem com Deus e governa o homem em nome de Deus! A partir das lições de John Stott, percebo que o propósito da Escritura é revelar Jesus Cristo como o único caminho, a única verdade e a única vida a partir da qual o homem, digno do juízo divino, pode ser reconciliado com Deus mediante a fé Nele, tudo conforme minuciosa descrição contida em toda a Escritura. A. M. Cunha John Stott
Li o livro “Por Que Sou Cristão”. Stott foi muito feliz ao
selecionar o texto de Lucas 19.10, como texto inicial de seu livro. Sua abordagem acerca da conversão de Saulo de Tarso foi magistral, abordando Jesus Cristo como “O Cão de Caça do Céu” de Francis Thompson. Se bem que, no caso de Saulo foi o aguilhão [Atos 26.14]. Stott demonstrou que Saulo, muito antes de sua conversão, havia sido aguilhoado por Jesus Cristo em sua mente, em sua memória, em sua consciência e em seu espírito. Em suas palavras, Stott assim se pronuncia à ação de Jesus Cristo na vida de Saulo de Tarso: “Jesus o afligia em sua mente, enchendo-o de dúvidas sobre se ele era um impostor ou não. Ele o afligia em sua memória, fazendo-o lembrar-se da face, das palavras, da dignidade e da morte de Estevão. Ele o afligia em sua consciência, condenando-o por seus desejos maus. E o afligia em seu espírito, naquele imenso vácuo de alienação. Desse modo, durante anos Jesus cutucou e picou Saulo, com o objetivo único de curá-lo.” O resultado dessa perseguição é conhecido por todos. Basta-nos contemplar o sabor cristocêntrico de suas epístolas! A. M. Cunha