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QUINTA-FEIRA, 23 DE NOVEMBRO DE 2017 09:04
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CMA Series 4
Não sei ao certo que poder foi conferido à palestra sobre gênero que se
imaginou que eu daria. Deve ter sido uma palestra muito poderosa, já que,
aparentemente, ela ameaçou a família, a moral e até mesmo a nação.
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que não acredita em restrições sexuais, cuja teoria destrói ensinamentos Judith Butler escreve sobre sua teoria
bíblicos e contesta fatos científicos. 1 de gênero e o ataque sofrido no Brasil
A TEORIA
2 contra distúrbios psíquicos em breve
Consideremos o que eu de fato escrevi e no que de fato acredito e Hitler e a poderosa engrenagem nazista
comparemos isso com a ficção interessante e nociva que deixou tanta gente 3 de saquear obras de arte
alarmada.
"O Mundo Sitiado" e a resposta literária
No final de 1989, quase 30 anos atrás, publiquei um livro intitulado "Gender 4 à circunstância histórica
significa?
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vivíveis.
Algumas pessoas vivem em paz com o gênero que lhes foi atribuído, mas
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outras sofrem quando são obrigadas a se conformar com normas sociais que (DVD)
anulam o senso mais profundo de quem são e quem desejam ser. Para essas Vários
pessoas é uma necessidade urgente criar as condições para uma vida possível
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de viver.
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LIBERDADE E NATUREZA
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Também afirmei que a sexualidade humana assume formas diferentes e que
não devemos presumir que o fato de sabermos o gênero de uma pessoa nos dá Por: R$ 79,90
qualquer pista sobre sua orientação sexual. Um homem masculino pode ser Comprar
Liberdade não é —nunca é— a liberdade de fazer o mal. Se uma ação faz mal a
outra pessoa ou a priva de liberdade, essa ação não pode ser qualificada como
livre —ela se torna uma ação lesiva.
VIOLÊNCIA DE GÊNERO
De fato, algo que me preocupa é a frequência com que pessoas que não se
enquadram nas normas de gênero e nas expectativas heterossexuais são
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assediadas, agredidas e assassinadas.
Mães correm o risco de perder seus filhos se eles saírem do armário; muitas
pessoas ainda perdem seus empregos e a relação com seus familiares quando
saem do armário. O sofrimento social e psicológico decorrente do ostracismo
e condenação social é enorme.
IDEOLOGIA
IGREJA
De acordo com a caricatura feita por Scala, aqueles que trabalham com gênero
negam as diferenças naturais entre os sexos e pensam que a sexualidade deve
ser livre de qualquer restrição. Aqueles que se desviam da norma do
casamento heterossexual são considerados indivíduos que rejeitam todas as
normas.
Vista por essa lente, a teoria de gênero não só nega as diferenças biológicas
como gera um perigo moral.
BRUXAS
Talvez aqueles que queimaram uma efígie minha como bruxa e defensora dos
trans não sabiam que aquelas que eram chamadas de bruxas e queimadas
vivas eram mulheres cujas crenças não se enquadravam nos dogmas aceitos
pela Igreja Católica.
DEMOCRACIA
Embora apenas minha efígie tenha sido queimada, e eu mesma tenha saído
ilesa, fiquei horrorizada com a ação.
Essa abertura ética é importante para uma democracia que inclua a liberdade
de expressão de gênero como uma das liberdades democráticas fundamentais,
que enxergue a igualdade das mulheres como peça essencial de um
compromisso democrático com a igualdade e que considere a discriminação, o
assédio e o assassinato como fatores que enfraquecem qualquer política que
tenha aspirações democráticas.
São elas que parecem saber que o "fim" da democracia é manter acesa a
esperança por uma vida comum não violenta e o compromisso com a
igualdade e a liberdade, um sistema no qual a intolerância não se transforma
em simples tolerância, mas é superada pela afirmação corajosa de nossas
diferenças.
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1. "'Ideologia de Gênero': notas para a genealogia de um pânico moral contemporâneo", artigo de Richard
Miskolci e Maximiliano Campana, previsto para ser publicado na edição de setembro/dezembro da revista
"Sociedade e Estado", vol. 32, nº 3, 2017.
JUDITH BUTLER, 61, referência nos estudos de gênero e teoria queer, é codiretora do programa de teoria
crítica da Universidade da Califórnia em Berkeley. Lança o livro "Caminhos Divergentes: Judaicidade e
Crítica do Sionismo" pela Boitempo.
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Gratidão Judith Butler, pela generosidade do texto, pelo exemplo de intelectual que discute,
expõe idéias, não se furta ao debate e respeita o outro, dialogando com seus argumentos, ainda
que absurdos...
O comentário não representa a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem
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O silêncio de Judith Butler quanto ao sofrimento que é imposto aos grupos que supostamente
defende - ou deveria estar defendendo, por coerência - em países como Arábia Saudita, Irã,
Síria e nos Territórios Palestinos Autônomos, diz sobre ela mais do que as vãs palavras que
profere contra o único País da região que confere a esses mesmos grupos a liberdade que por
aqui veio apregoar. Incoerência e ódio!
O comentário não representa a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem
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Talvez, Judith Butler considera que sua "judaicidade" se expressa quando ela vai, com sua
namorada, comer um guefilte-fish, em um restaurante "kosher-style". Mas há algo de muito
errado em alguém que acha que 99,9% dos problemas do Oriente Médio são causados por um
País que compraz 0,01% do território do mesmo; e talvez 85% dos problemas que afligem a
humanidade. Ainda mais, considerando que 60% da população deste País é autóctone do
Oriente Médio, pois são judeus expulsos de países árabes.
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