Instituto Politécnico do Porto

Escola Superior de Música, Artes e Espetáculo

Licenciatura em Música – Variante em Produção e Tecnologias da Música
Unidade Curricular – Técnicas de Leitura e Audição Ativa VI
Porto, 26 de fevereiro de 2018
Diogo Filipe Fernandes Freitas

Le Sacre du Primetemps
“A sagração da Primavera”

Contextualização Histórica
A “Sagração da Primavera” trata-se de um ballet, cujos autores foram Igor Stravinsky
(música) e Vaslav Nijinsky (coreografia), estreada a 29 de maio de 1913, em Paris.
A obra vê-se, até aos dias de hoje, associada ao motim levado a cabo por parte da
audiência durante a estreia, que lançaram insultos e atentaram à integridade física dos
músicos e bailarinos durante a performance, além de altercações entre membros da própria
audiência. Estes comportamentos foram iniciados em reação à natureza tribal e estranha da
música e, segundo testemunhos da época, principalmente pela faceta ritualística e pagã da
dança, que o público entendeu como um insulto. Surpreendentemente, a premier chegou ao
final.
A obra desenrola-se ao longo de dois Actos: Acto I e Acto II. O Acto I representa
rituais primitivos nos quais membros de uma tribo celebram a chegada da primavera e o Acto
II representa a escolha de uma jovem, por parte de um Ancião, que terá que ser sacrificada
durante um ritual.
A obra, nas suas exibições iniciais gozou de sucesso limitado, nas suas exibições em
Paris e Londres, mas a versão instrumental gozou de maior sucesso e melhor receção por
parte do público.
Parecendo inicialmente condenada ao esquecimento, o ballet foi revisitado em 1920,
com uma nova coreografia de Léonide Massine. Esta nova versão do ballet foi melhor
recebida pelo público.
Como tende a acontecer com os ballets com música de Stravinsky, a música tornou-se
o fator de maior interesse e celebração na obra, sendo a “Sagração” considerada por muitos
estudiosos e compositores uma das maiores obras de música erudita do século XX.
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“Compus a “Sagração” após a Petrouschka”… […] foi concebida de forma forte e

brutal, como ponto de partida para mais desenvolvimento usei a própria imagem evocada
pela música. Sendo russo, para mim essa imagem tomou a forma da Rússia pré-histórica.
[…]
Visto que era necessário um plano para a construção cénica, escolhemos, em mútuo
acordo, a minha imagem original, sendo essa a da Rússia pagã […]. Mas não irei colocar
demasiada importância sobre este fator: nós ultrapassamos todo e qualquer simbolismo…
[…]
Não existe enredo, nem necessidade de procurar um […].
A coreografia é construída livremente sobre a música.”

Igor S travinsky, em Comoedia Illustré, 11 de dezembro de 1913

[Traduzido e adaptado]

Estrutura
Acto I
 Introduction;
 Les Augures Printaniers;
 Jeu de Rapt;
 Rondes Printanìeres;
 Jeux des Cités Rivales;
 Cortegé du Sage;
 Le Sage;
 Embrasse de la Terre;
 Dande de la Terre;

Acto II
 Introduction;
 Cercles Mysterieux des Adolescentes;
 Glorification de l’Élue;
 Evocation des ancêtres;
 Action Rituelle des Ancêtres;
 Danse Sacrale (L’Élue)

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Instrumentação
 Piccolo;
 3 Flautas;
 Flauta alto;
 4 Oboés
 Corne Inglês
 Clarinete Mib
 3 Clarinetes Bb
 Clarinete Baixo
 4 Fagotes;
 Contrafagote;
 8 Trompas;
 Trompete em Ré;
 4 Trompetes em Dó;
 3 Trombones;
 Trombone baixo;
 2 Tubas;
 Tímpanos (5 tímpanos, 2 músicos);
 Bombo;
 Pratos;
 Tam-Tam;
 Crótalos;
 Triângulo;
 Pandeiro;
 Gűiro;
 Violinos I e II;
 Violas;
 Violoncelo;
 Contrabaixo.

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Bibliografia
Lederman, M. (1949). Stravinsky in the Theater. Da Capo Press, 227 West 17th Street, New
York, N.Y. 10011: Da Capo Press, Inc.

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