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Entrevista com
Jon "maddog" Hall,
da Linux Internacinal
ENTREVISTA
Entrevista com
http://revista.espiritolivre.org | #008 | Novembro 2009 Danilo Rodrigues César,
do Projeto Robótica Livre
Comunidades e
Movimentos Livres
EXPEDIENTE
Só no movimento... Diretor Geral
João Fernando Costa Júnior
A cada mês, uma vitória. Este não poderia ser diferente. Mesmo quando
muitos acham que estamos cansados a ponto de desistir eis que despontamos Editor
em mais uma edição de qualidade, como os leitores por si só comentam. Esta João Fernando Costa Júnior
edição da Revista Espírito Livre traz como tema de capa Comunidades e
Movimentos Livres, apresentando aos leitores um pouco mais sobre este tema Revisão
tão vasto. Tivemos contato com diversas comunidades que se prontificaram a Pamella Castanheira
apresentar suas histórias, seus cases, sua visão em matérias que demonstram Tatiana Al-Chueyr
o real valor e pontencial destas que iniciativas que arrastam exércitos e
movem montanhas. Nossos agradecimentos a estes redatores convidados. Arte e Diagramação
João Fernando Costa Júnior
Como as comunidades de software livre se manifestam? Como se
apresentam diantes da rede? Será que ao constituir uma comunidade tudo Capa
será mil maravilhas? Tentamos, através de várias matérias, apresentar as res- Carlos Eduardo Mattos da Cruz
postas consisas e focadas sobre estas e muitas outras indagações que permei-
am as comunidades de software livre/código aberto. Contribuiram nesta edição
Alex Sandro Gomes
Tivemos a honra de trazer como entrevistado principal Jon "maddog" Alexandre Oliva
Hall, considerado por muitos um exemplo de vida, superação e engajamento Ana Luiza de Souza Rolim
no movimento do software livre. Maddog "peregrina" em diversos eventos por Andre Gondim
todo o mundo e sempre está alí disposto para mais aquela foto e para um bom Andressa Martins
papo sobre novas tecnologias. Ele muito prontamente respondeu aos Bruno de Sousa Monteiro
questionamentos passados pela equipe da revista, respondendo com bom Cárlisson Galdino
humor sem igual! Danilo Rodrigues, do Projeto Robótica Livre também Cezar Taurion
conversou com nossa equipe e explicou um pouco mais sobre este Clayton Lobato
interessante projeto. Danilo Rodrigues César
Fernando Leme
Tivemos ainda novas participações em nossa equipe. Fernando Leme
Filipe Saraiva
estava para fazer parte do corpo editorial e nesta edição ele aparece com Gleibson Rodrigo Silva de Oliveira
falando sobre as armadilhas do mercado. João Marcello também foi uma grata Hailton David Lemos
surpresa... Ele começa sua participação na revista apresentando um case bem Ivanildo José de Melo Filho
interessante sobre o "teco" de informática. Clayton Lobato é outro que estava João Marcello Pereira
para entrar em nossa equipe já a algum tempo, mas diversos fatores sempre Jomar Silva
atrapalhavam. Pois bem Clayton participa dessa edição com um assunto Jon "maddog" Hall
polêmico sobre as comunidades. José James F. Teixeira
Continuamos uma nova coluna do Cárlisson, a Warning Zone, que Luiz Eduardo Borges
apresenta uma perspectiva diferente sobre a narração da história em questão. Mônica Paz
Vale a pena conferir. Wagner Emmanoel, da Fuctura, apresenta ainda um Otávio Gonçalves de Santana
Pamella Castanheira
review bem interessante sobre a mais nova versão do Linux para as massas, o
Paulo de Souza Lima
Ubuntu 9.10 Karmic Koala.
Roberto Salomon
O pessoal da ASL e do Ubuntu-BR também participaram enviando Rodrigo Carvalho
materiais, enriquecendo ainda mais a publicação. Já os colunistas fixos tais Rosângela S. Carvalho
como Alexandre Oliva, Cezar Taurion, Sinara Duarte, Jomar Silva, Filipe Sinara Duarte
Saraiva, Luiz Eduardo e aos tantos outros que de alguma forma participaram Stefanie Silveira
desta edição, meus sinceros agradecimentos! Tatiana Al-Chueyr
Wagner Emmanoel
A revista continua premiando os leitores que nos acompanham pelo Wallisson Narciso
Twitter, Identi.ca e demais veículos, então fique atento, pois novas promoções Wanny Figueiredo
sempre estão pipocando nestes lugares. Também fiquem atentos ao site ofici- Wesley Samp
al da revista [http://revista.espiritolivre.org], tem sempre novidade por lá. Yuri Almeida
Agradecemos a todos que não foram citados acima e continuamos a
Contato
convidar cada vez mais o leitor a participar do processo de
revista@espiritolivre.org
criação da revista. Quer saber como ajudar? Entre em
contato, contamos com você!
O conteúdo assinado e as imagens que o
integram, são de inteira responsabilidade
de seus respectivos autores, não
representando necessariamente a
João Fernando Costa Júnior opinião da Revista Espírito Livre e de
seus responsáveis. Todos os direitos
Editor sobre as imagens são reservados a seus
respectivos proprietários.
SUMÁRIO
CAPA
27 Colaboração no mundo dos
negócios
Veja como isto é possível
Entrevista com
30 Difundindo ideias em busca
de uma sociedade livre Jon "maddog"
Ideias em movimento...
Hall
33 Das armadilhas do mercado
Tome cuidado...
PÁG. 22
35 Um site de rede social para a
comunidade de software
livre do Brasil
Socializando...
COLUNAS
11 A Distopia do Remoto
Controle
Eu vejo tudo enquadrado...
15 Warning Zone
Episódio 2 - Reset
93 AGENDA 06 NOTÍCIAS
18 Open Source e Serviços
O Open Source já deixou de ser notícia...
20 Participação e Comunidade
Vivemos em comunidade...
FORUM EM DEBATE
45 Ética em informática
Você tem?
62 Paciente informado e web 2.0
Vai um remedinho aí?
48 O Desenvolvimento da
Computação e das Redes -
Parte 3
REVIEW
Uma nova forma de distribuição cultural
65 Novidades do Ubuntu 9.10
Lá vai o Karmic Koala...
51 Por que o cidadão
consciente deveria optar
pelo software livre - Parte 1
Introdução e uma pitada de história e COTIDIANO
filosofia
ENTREVISTA
EDUCAÇÃO
59 Entrevista com Danilo
Rodrigues César
Projeto Robótica Livre
79 Software Livre e Ciências
A química perfeita!
EVENTOS
84 8ª Oficina para Inclusão
Digital - Belo Horizonte/MG
Release sobre o evento
QUADRINHOS
Os Levados da Breca
91 Nanquim2 - Helpdesk
Agenda Lotada
NOTÍCIAS
NOTÍCIAS
Por João Fernando Costa Júnior
Quer contribuir?
Então participe entrando em contato através do email
revista@espiritolivre.org
EMAILS,
SUGESTÕES E
COMENTÁRIOS Ayhan YILDIZ - sxc.hu
Ainda não teve seu comentário publicado por matérias voltadas para educação. Parabéns pe-
aqui? Então o que está esperando?! Envie sua lo trabalho...
mensagem e ajude a revista a ficar ainda me- Kilson Araujo Lima Junior - Fortaleza/CE
lhor! Contribua, enviando suas sugestões e críti-
cas. Abaixo listamos alguns comentários que Eu acredito que ela é a representação da liber-
recebemos neste mês: dade e da solidariedade que que habita em ca-
da ser que usa o software livre.
É uma revista muito interessante, onde tratam Carlos Alberto Lages - Santarém/PA
de assuntos relacionados a tecnologia (software
livre) e cultura de uma forma muito dinâmica. Acho a revista otima, com otimos topicos e as-
Gosto muito. suntos sempre interessantes, espero algum dia
Geysa Galvão - Jaboatão dos Guararapes/PE poder participar e ajudar presentemente com a
revista.
A melhor revista sobre Software Livre da Améri- Wagner Gonçalves - Rio de Janeiro/RJ
ca Latina.
Diemesleno Carvalho - Campo Grande/MS Atualmente, a revista tem conquistado seu espa-
ço na comunidade de software livre. Particular-
Revista show de bola... Oferece conteúdo de mente, despertei interesse na revista assim que
qualidade e mantém o espírito livre até na forma acessei o site pela primeira vez e a cada lança-
de distribuição do material. mento é grande a expectativa para ler as matéri-
Filipe Seiti Nakamura - São Paulo/SP as. Parabéns!
Josué José Júnior - Lauro de Freitas/BA
Eu adoro ler a Revista Espírito Livre, assim, pos-
so me manter informada do que ocorre no mun- A melhor iniciativa que conheço, acompanho
do da informática de uma forma muito fácil e desde a primeira edição, e assim que tiver expe-
agradável. riência para falar ou ensinar alguma coisa pode-
Fátima Aparecida Tagliaferro - Mogi Mirim/SP rão contar com a minha contribuição. Sou
usuário linux a 4 anos e não troco nem se me
Uma ótima fonte de informação, de um mundo pagarem! Faço propaganda de todas as edi-
que precisa muito que as pessoas tenham co- ções da revista na faculdade e levo a "boa no-
nhecimento. va" do software livre aonde posso, profetizando
Janayna Alves Rocha - Palmas/TO uma era em que seremos todos livres e não fica-
remos mais acorrentados as "janelas".
Gostei muito da revista, bem ilustrada, abrange Luiz F. Silva - São Bernardo do Campo/SP
assuntos bem diversificados. Gostei muito das
Acho a revista espirito livre uma revista muito diversificado, atendendo a diversos nichos. A in-
boa para minha área e tambem para a profissão teração com leitores -- como não poderia deixar
pois com ela consegui tirar algumas dúvidas de- de ser nessa seara! -- é valorizada, agregando
cisivas. uma qualidade essencial para uma revista de
Alessandro Marchi Panccione - Caçador/SC software livre. Toda a equipe editorial está de
parabéns!
Revista de conteúdo técnico de alta qualidade. Fábio Malagoli Panico - Ribeirão Preto/SP
Indo ao encontro dos profissionais de TI; princi-
palmente aqueles adeptos do software livre. A Espírito Livre, ajuda não só a mim, mas tam-
Sérgio Adão da Silva - São José/SC bém todos os meus amigos alguns até que não
são da área de informática. Ajudo divulgando a
Acho deveras interessante a Revista Espírito Li- revista na minha rede de contatos para que os
vre. Ela de fato me orienta nos diversos estudos mesmos possam ter um conhecimento com fon-
que tenho feito a respeito de softwares. Todos tes confiavéis e de boa base.
que estão ligados ao processo de produção da Diogo Alvez P. da Silva - Belo Horizonte/MG
mesma estão de parabéns!
Janine Louise Brioude - Belo Horizonte/MG A revista pode ser resumida em uma palavra:
F@NTÁSTIC@!!
Tem pouco tempo que leio a revista. Recebi a in- Alexandro Sousa dos Santos - Araguaína/TO
dicação de uma amiga, pois precisava pesqui-
sar sobre Wikis. A revista é muito bacana e A revista espírito livre é um excelente canal de
trata de forma clara assuntos que antes conside- informação para a disseminação da cultura e co-
rava de 'setes cabeças'. Parabéns a toda equi- nhecimento da comunidade de software livre
pe. brasileira.
Anderson B. dos Santos - Belo Horizonte/MG Odair Rubleski - Nova Trento/SC
Conheci a revista há pouco tempo, desde então Acompanho a revista, desde sua 2ª edição. Re-
tenho utilizado bastante seu conteúdo e tam- comendo ela a todos meus amigos que gostam
bém divulgado para outros educadores. Ela opor- de Software Livre. A última edição estava ótima,
tuniza uma atualização constante sobre como tem sido desde a sua 1ª edição, aprecio
software livre, o que eu acredito ser muito impor- muito o trabalho. Quando me perguntam o que
tante. é a Revista Espírito Livre, respondo: Uma Revis-
Ana Paula Leme Baptistella - São Paulo/SP ta de qualidade, que ajuda a divulgar o Software
Livre, e que está no mesmo nível de outras
A Revista Espírito Livre é a publicação que falta- grandes revistas de informática e tecnologia do
va no mercado brasileiro. Agora que o modelo Brasil, com a grande vantagem de ser gratuita.
de produção open-source começa a ser percebi- Thiago Lima de Sousa - Florianópolis/SC
do como um campo com vasto potencial, sendo
até mesmo "transportado" para outras áreas do Revista dinâmica que prende o leitor do início
conhecimento, carecia uma revista que trouxes- ao fim, mas mantendo-o livre nas páginas do co-
se, como faz a Espírito Livre, com competência nhecimento.
e ludicidade, material de leitura e atualização pa- Adriano euclides m Gomes - Maceió/AL
ra os entusiastas (profissionais ou amadores)
do software livre. A diagramação é muito bonita, Uma ótima revista pois é feita de/para pessoas
moderna e prática, o conteúdo sempre muito in- que apóiam e utilizam software livre.
teressante e de excelente qualidade é bastante Nathan Scapini - Erechim - RS
PROMOÇÕES
Na edição #007 da Revista Espírito Livre tivemos diversas promoções bem como promoções através
de nosso site e canais de relacionamento com os leitores, como o Twitter e o Identi.ca, onde
sorteamos diversos brindes, entre eles associações, kits, cds, inscrições a eventos e camisetas.
Abaixo, segue a lista de ganhadores de cada uma das promoções. Fique ligado!
A Distopia do Bar
tek
Am
Remoto Controle
broz
ik - sx
c.hu
Fornecedores de progra-
mas que funcionam através da In-
Fornecedores de ternet, por exemplo, podem
determinar, a cada acesso ao
programas que funcionam serviço, qual versão do progra-
ma executar ou oferecer ou não
através da Internet, por exemplo, para o usuário. Computadores
podem determinar, a cada acesso possuídos pelo Microsoft Win-
dows também consultam seu
ao serviço, qual versão do mestre todos os dias, e podem
ser comandados a instalar atuali-
programa executar ou oferecer ou zações sem sequer avisar ao
usuário. O mesmo pode aconte-
não para o usuário... cer com computadores possuí-
dos por qualquer outro software
Alexandre Oliva privativo, seja sistema operacio-
nal, seja aplicativo. Não podendo
moto sobre esses equipamentos que suposta- estudar o código fonte, adaptá-lo às próprias ne-
mente já não mais lhes pertencem. Curioso é cessidades e preferências ou contar com a aju-
que, etimologicamente, a palavra “remòto” pro- da de terceiros à sua escolha para fazê-lo,
vém justamente do particípio passado do verbo usuários podem classificar software privativo em
“removère”, remover. A obra foi “remòta” remota- dois grupos: os que sabidamente estão sob con-
mente, clientes reclamaram, Amazon.com trole remoto de seus mestres e os que talvez es-
prometeu não fazer mais, mas o prospecto de tejam. Todo software privativo carrega o risco
que fatos semelhantes se repitam é cada vez me- de que o fornecedor decida ou seja obrigado a
nos, digamos, remoto. dar uma, digamos, amazoneada orwelliana no
Há semelhanças com o caso da nVidia, le- programa. O usuário acorda no outro dia e des-
vada ao tribunal e condenada pela implementa- cobre que sua amada funcionalidade não está
ção de uma otimização nos chipsets que mais ao seu lado.
desenvolveu para diversas placas mãe. Não con- Pode ocorrer de o usuário se ver impedido
seguiu obter permissão para uso da tecnologia, de acessar seus próprios dados, sem aviso pré-
então acabou tendo de fazer todo o possível pa- vio. A empresa canadense i4i, por exemplo, pro-
ra desabilitar a otimização, até nas placas que cessou a Microsoft por uso de algumas técnicas
já estavam nas mãos de clientes. Precisou con- de representação de dados em formato XML, en-
vencer todos os fabricantes de placas mãe com tendendo que o Microsoft Word praticava essas
os chipsets otimizados a preparar e publicar “atu- técnicas. Microsoft foi multada e proibida de co-
alizações” da BIOS que impediriam o uso da oti- mercializar o Word nos EUA. Cabe recurso, mas
mização. Ante o risco jurídico, foi fácil o juiz até que foi complacente. Poderia ordenar
convencê-los a também remover as versões anti- que a Microsoft fizesse tudo que estivesse ao
gas que o permitiriam. Diversos usuários manti- seu alcance para que usuários em qualquer lu-
veram o bom desempenho de seus gar do mundo não mais pudessem se valer des-
equipamentos evitando a atualização. Felizmen- sas técnicas desenvolvidas e distribuídas a
te para eles, a nVidia não tinha mecanismos à partir dos EUA pela Microsoft. Ela teria de utili-
sua disposição para providenciar a remoção re- zar sua porta dos fundos em cada computador
mota da funcionalidade. Mas há quem tenha... possuído pelo Windows para forçar a atualiza-
ção do Word para uma versão sem essas funcio- mo última atualização silenciosa a remoção da
nalidades. Verdade seja dita, não seria um gran- funcionalidade, baseada em plugins do navega-
de desastre: com algum esforço da Microsoft, dor, que permitiria receber outras atualizações?
continuaria possível abrir arquivos OpenXML, ain- Quantos conseguirão ler na Internet as notícias
da que com alguma perda. Mas outras patentes a respeito, antes de terem os navegadores infra-
poderiam ser tão amplas a ponto de exigir a re- tores silenciosamente “remòtos” de seus compu-
moção de todo o suporte a um determinado for- tadores?
mato de arquivos, deixando usuários cujos Patentes de software são uma péssima
computadores são controlados remotamente ime- ideia, como já previa o visionário Bill Gates em
diatamente incapazes de acessar os dados que 1991. Enquanto a Corte Suprema dos EUA ten-
assim armazenaram. O pior é que não parece ta por um fim à distorção de decisões anteriores
que juízes ou titulares de patentes estejam incli- que deu margem a essa aberração, o órgão res-
nados a se preocupar com os usuários e, dados ponsável por receber pedidos de patentes no
os termos típicos de licenciamento de software Brasil se empenha em desprezar nossa lei e im-
privativo, haveria pouquíssimas possibilidades portar a interpretação distorcida, impondo um
para demandar do fornecedor sequer reparação enorme risco desnecessário e daninho a todos
pela perda de funcionalidade. os desenvolvedores, distribuidores e usuários
Há outro caso aterrorizante, que materiali- de software do país.
za os piores pesadelos de Tim Berners-Lee. A Mesmo revertidos esses desmandos, o ris-
empresa americana Eolas obteve patente sobre co aqui exposto permaneceria enquanto fornece-
plugins para navegadores, processou a Micro- dores mantiverem o poder de controlar
soft em 1999, teve a patente anulada em 2004, remotamente os computadores de seus usuári-
reverteu a anulação em 2005 e acabaram che- os. Mesmo sendo bem intencionados, havendo
gando a um acordo judicial em 2007, permitindo qualquer munição jurídica capaz de levar um
à Microsoft reativar facilidades que desativara pa- juiz a ordenar que façam tudo que estiver ao
ra contornar a patente. Eolas teve recentemente seu alcance para evitar que usuários se valham
outra patente concedida nos EUA, agora sobre de certas funcionalidades de programas que de-
tecnologias AJAX, aquelas que tornam páginas
web interativas sem precisar de
plugins. Armada dessas paten-
tes, processou Google, Yahoo,
Apple, Sun, Amazon.com, Citi-
group, JPMorgan, eBay, Go
Daddy, Playboy, YouTube e ou-
Quantos
tras 14 empresas. Quantas delas conseguirão ler na Internet as
cederão às ameaças e pagarão
pela proteção para usar essas notícias a respeito, antes de terem
tecnologias para servir seus cli-
entes? Quantas resistirão, tentan- os navegadores infratores
do invalidar ou contornar as
patentes, correndo o risco de se- silenciosamente “remòtos” de
rem obrigadas, por ordem judici-
al, a puxar o tapete dos clientes?
seus computadores?
Quantos clientes desprevenidos
cairão? Quantos receberão co- Alexandre Oliva
Seamonkey: ?
Ele diz que se chama Nazareno. Darrell: Calma, Pandora. Temos que entender
porque sua voz está assim. Parece até que
Tungstênio: Não importa o nome dele. Ele foi engoliu um plugin do XMMS.
trazido pra cá pra fazermos testes sobre
infecção do ationvir em novos contágios, não Pandora: Muito engraçado você. Fica assim
lembra? Isso ficou bem claro no capítulo porque não aconteceu nada com você. Eu vi lá:
anterior, droga! Arsen! Ou melhor, Montanha! nossos colegas viraram monstros! Você não viu?
Cuide disso pra mim, tá?
Darrell: O que quer que tenha acontecido nos
Montanha: Pois não chefe. Louise, me ajuda? transformou. Eu tenho algumas habilidades
especiais agora.
Tungstênio: Que Louise?! Ela escolheu o nome
dela! É Seamonkey! Chame ela de Seamonkey Pandora: Ah, é? Como é que você sabe? Tava
então, ué! Será que nem vocês leram o primeiro no changelog do Darrell 2.0? O da Pandora 2.0
episódio desta história!? estava vazio! Quem me programou é muito
preguiçoso ou eu não tenho importância
Seamonkey: Tá, muito bonito tudo isso, mas mesmo...
tem um problema.
Darrell: Você sabe que você é importante, né
Tungstênio: E o que foi agora? Pandora? É importante pra mim.
Seamonkey: Vamos fazer testes como!? Já viu Vamos deixar os dois pombinhos se acertando
onde a gente tá? e voltar nossa atenção para a sede da SysAtom
Technology. Antigamente, uma das grandes
Só então Oliver se dá conta de que o prédio da empresas de tecnologia do Brasil. Hoje, só...
Sysatom não existe mais. Está tudo em ruínas. Bem... Hoje...
Minotaur: Ainda tem o projeto da casa pra Tungstênio: Acho que ficou bom!
gente recompilar? Kkkkkk!
Seamonkey: Ficou uma merda!
Tungstênio: Vamos pensar em alguma coisa
nós três. Seamonkey, vá vendo o que pode Montanha: E o que você queria? Quem não
fazer com esse sujeito aí. ajudou não tem direito de reclamar não. Fique
calada que calada ainda tá errada.
Pandora: Ó, a gente devia ir ver o que está Minotaur: Pô, eu achei massa!
acontecendo com eles, Bem! Que será que está
havendo lá? Seamonkey: Tá parecendo... Uma cabana de
índio, só que feita de ferro!
Darrell: Não faço idéia. E temos que entender
também o que está havendo conosco. Minotaur: Ué, por isso que ficou legal!
Pandora: É mesmo, né? E minha voz desse Seamonkey: Espero que a Pandora não veja
jeito... Vou chorar! isso...
Minotaur: Designers... Tudo um bando de Darrell: ...ou qualquer coisa parecida com isso.
fresco, isso sim!
Minotaur: Ei, Louise!
Tungstênio: Que Pandora? Chamem pelo
codinome! Seamonkey: Se o Oliver vir você me chamando
pelo nome vai ficar doido contigo.
Seamonkey olha pra Tungstênio com cara de Minotaur: Pior é você chamar o nome dele. Ei,
raiva, com o canto dos olhos. Seamonkey não é um nome do Mozilla?
Darrell: PQP! Como diria Valdid: que peste é Minotaur: Como assim?
isso?
Seamonkey: Minotaur é como o Thunderbird
Pandora observa espantada a estranha era conhecido antes.
construção
Minotaur: Era? Mas não são mais, então tá
Darrell: Vamos? liberado pra eu usar!
cussões ideológicas estão sen- pela Black Duck Software Source é a demanda de maior
do deixadas de lado. Lembro (http://www.blackducksoftware. oportunidade. Assim, não tem
que em 2004 e 2005 as discus- com/) e OpenLogic sentido uma empresa ser espe-
sões se centravam na luta en- (http://www.openlogic.com/) cializada 100% em Open Sour-
tre o bem e o mal, com o mal que vasculham código e vali- ce.
simbolizado pelo software pro- dam se existe alguma violação Adicionalmente sugiro
prietário. Pouquíssimas discus- de patentes. prestar atenção à rápida disse-
sões eram pragmáticas...Não Também já vemos Open minação da chamada Internet
se falava em mercado, das difi- Source entrando em outros se- das coisas, onde sensores e
culdades das empresas em tores de software, como um sis- outros dispositivos estarão atu-
adotar Open Source. Muitas ini- tema de sistema de trouble ando em tempo real, integra-
ciativas eram, no âmbito gover- ticket, o OTRS dos à infraestrutura física do
namental, definidas por (http://www.otrs.org/), e siste- planeta. As oportunidades de
decreto, sem uma visão clara e mas de shopping cart para co- novos negócios usando tecno-
consistente dos desafios a se- mércio eletrônico como o logias Open Source serão ab-
rem enfrentados. Na época, a osCommerce (http://www.os- solutamente imensas.
IBM era a única das grandes commerce.com/) ou o Zen Cart
empresas de software a acredi- (http://www.zen-cart.com/). Exis-
tar e investir em Open Source. tem soluções para integração
Já em 2001, a IBM anunciava de dados e ETL, como o Ta-
investimentos de um bilhão de lend (http://www.talend.com/) e Para mais informações:
dólares em iniciativas ligadas diversos outros softwares.
ao Linux. Foi um marco para a Site Black Duck Software
indústria de software, sinalizan- Mas, voltando aos servi- http://www.blackducksoftware.com/
do que Open Source era coisa ços, o segmento de maior cres-
séria. cimento é exatamente o de Site OpenLogic
integração. Curiosamente, os http://www.openlogic.com/
Hoje o contexto é diferen- de menor oportunidade de ne-
te. Muitos projetos de software gócios são as atividades de Site OTRS
Open Source já estão amadure- educação e treinamento. Por http://www.otrs.org/
cidos. O Linux já tem 18 anos, outro lado, os treinamentos
o MySQL 14 anos, o Post- abrem portas para os serviços Site osCommerce
greSQL é de 1996, o Apache de maior valor agregado como http://www.oscommerce.com/
surgiu em 1995, o Eclipse em consultoria e integração.
2001, Mozilla em 1998 e o Site Zen Cart
OpenOffice.org em 2000. OK, e que sugestões po-
http://www.zen-cart.com/
demos fazer para empreende-
A industria de software, dores que queiram entrar
salvo ainda raras exceções já neste setor? Apenas duas: Ge-
Site Talend
entendeu que Open Source é ir- rar dinheiro com software
http://www.talend.com
reversível. E muitas empresas Open Source é diferente do mo- CEZAR TAURION é
de software misturam código delo proprietário. Não existem li- Gerente de Novas
Open Source com seu código cenças e portanto devem
Tecnologias da IBM
Brasil.
proprietário, criando soluções buscar receita em serviços ou Seu blog está
híbridas. Estas alternativas obter ganhos indiretos. E não
disponível em
www.ibm.com/develo
abrem espaço para produtos esquecer que integração entre perworks/blogs/page/
inovadores como os ofertados sistemas proprietários e Open ctaurion
B S K - sxc.hu
Participação e Comunidade
Por Roberto Salomon
Entrevista com
Jon "maddog" Hall
Por João Fernando Costa Júnior, Tatiana Al-Chueyr e Pamella Castanheira
Até os meus 15 anos meu pai tinha um se- REL: Desde então, a tecno-
gundo trabalho em uma loja de brinquedos. Ain- logia mudou um pouquinho... Como você se
da muito novo eu ia lá e o ajudava a montar manteve atualizado?
bicicletas, karts, casas de bonecas e outras coi- JMH: Antes de tudo, minha educação foi
sas que necessitavam leitura e execução de ins- muito intensa. Estudei engenharia elétrica, e
truções de manuais. aprendi como os transistores podem ser coloca-
Eu também sempre gostei de ficção científi- dos em uma unidade de armazenamento (cha-
ca, de ler revistas técnicas e, muitos livros. mada de “flip-flop”), como os flip-flops poderiam
ser colocados em regístros e memórias, como
barramentos funcionavam, etc. Eu programei
REL: Há relatos de que seu primeiro con- em linguagem de máquina, estudei como compi-
tato com software livre foi quando você traba- ladores e sistemas operacionais funcionam.
lhou no Digital Equipment Corporation, Quando vieram as redes e processamento gráfi-
como foi? co, também estudei esses assuntos.
JMH: Bem, estes relatos parecem estar er- Eu trabalhava para a Western Electric, a fili-
rados. Meu primeiro contato com software livre al industrial da Bell System quando eu estava
foi em 1969 quando eu era um estudante univer- na faculdade, e mais tarde no Bell Laboratories.
sitário na Drexel University, na Philadelphia,
Enquanto eu provavelmente teria alguma
Pennsylvania. Eu encomendava programas da bi-
dificuldade em escrever código no atual kernel
blioteca da Digital Equipment Corporation's User
do Linux, eu não tenho dificuldades em enten-
Society, DECUS. DECUS publicava um catálo-
der como ele funciona.
go impresso (na época esse catálogo custava
15 dólares) dos programas que eles possuíam. Uma boa parte da chamada "inovação" de
Eu lia o catálogo e via qual programa eu precisa- hoje consiste em tornar as coisas menores,
va, então eu encomendava (geralmente os pro- mais rápidas, mais eficientes, mais consisten-
tes. Trata-se de um bom trabalho de engenha-
Colaboração no
mundo dos negócios
A interação entre empresas usuárias de software livre com
suas comunidades
Por Rodrigo Carvalho
A cada dia, mais empresas começam a en- 1. Ter contato direto com a comunidade;
xergar o software livre como uma opção viável e 2. Terceirizar este contato;
estratégica para seus negócios, gerando inde- 3. Se tornar parte da comunidade;
pendência de fornecedores e economia. No mo-
delo proprietário, existe a figura do fornecedor, Contato direto com a comunidade
que dá suporte a problemas e consultoria, figura Normalmente feito por empresas de maior
esta que normalmente não existe no modelo li- porte, é quando ela decide que irá interagir dire-
vre. Algumas vezes, existem empresas especiali- tamente com os desenvolvedores do software.
zadas em prestar serviços a determinados Na prática, isto normalmente significa que um
softwares livres, mas, o que acontece na maio- grupo de pessoas da área de TI desempenhará
ria dos casos, é que a comunidade é seu princi- funções de:
pal mantenedor, tornando necessária a
interação da empresa usuária com ela. 1. Reporte de problemas (bugs);
2. Pedidos de novas funcionalidades;
Esta interação pode ser feita de várias for- 3. Repasse de dúvidas para a comunidade;
mas, cabendo à empresa decidir como a fará,
mas elas podem ser enquadradas em alguma O problema deste tipo de interação é que
destas três categorias: é bastante passiva e não trás garantias de que
Difundindo ideias
em busca de uma
sociedade livre
Por Stefanie Silveira
Um site de
rede social para
a comunidade
software livre do Brasil
Por Mônica Paz
Colaborativos...
Até que ponto?
Por Clayton Lobato Sanja Gjenero - sxc.hu
O ponto de partida
Muitas comunidades fortes de hoje começa- Outras informações
ram da mesma forma: um software proprietário, Art Of Community Online, site oficial do li-
que foi licenciado de forma livre, geralmente atra- vro, onde ele se encontra disponível para down-
vés de uma empresa ou fundação. São tantos load sob licença Creative Commons:
exemplos: Mozilla Firefox (que derivou do Nets- http://www.artofcommunityonline.org/.
cape Navigator), OpenOffice.org (que evoluiu
do StarOffice) e Blender (que era um produto pro-
prietário e teve o seu código aberto), entre ou-
tros. Outros sempre foram livres, mas
organizações formais se aproximaram ou se for- Para mais informações:
maram em torno deles, tal como a PSF (Python Download do livro Art Of Community Online:
Software Foundation), e zelam pela condução http://www.artofcommunityonline.org/
do projeto.
ÉTICA EM INFORMÁTICA
Por Hailton David Lemos
• Utilização de Software Livre/Proprietário/Pirata perante si, mas não perante a sociedade ou gru-
• Acesso não autorizado a recursos computacio- po no qual esta inserido. Por isso nem sempre o
nais; que é Ético ou correto para mim seja para você,
• Direitos de propriedade intelectual; mas não podemos pensar apenas, no eu, temos
• Desenvolvimento de Sistemas; pensar na coletividade, na sociedade na qual es-
• Confidencialidade e privacidade dos dados; tamos inseridos.
• Manipulação de Dados e Informação; Um código de ética consiste também em
• Conteúdo de Sites e Comércio Eletrônico; um conjunto de diretrizes que esclarecem as cir-
• Etc... cunstâncias em que cada um dos mandamentos
se aplica, ou pode haver um conjunto de casos
Agora sim, podemos definir ética; Ética é para estudo comparativo, auxiliando na resolu-
um ramo da filosofia que estuda o comporta- ção de novas situações. Alguns autores definem
mento moral do ser humano, classificando-o a ética profissional como sendo um conjunto de
como bom ou ruim, correto ou errado. normas de conduta que deverão ser postas em
Para o filósofo inglês Bertrand Russel, a éti- prática no exercício de qualquer profissão, inclu-
ca é subjetiva, não contém expressões verdadei- sive, e principalmente na área que abraçamos
ras ou falsas, ela é a expressão dos desejos de como profissão, a Informática.
um grupo, sendo que certos desejos devem ser Apesar de muitos dizerem que não temos
reprimidos e outros reforçados, para se atingir a um Código de Ética regulamentado e sacramen-
felicidade ou o equilíbrio do grupo. tado através de um Conselho de Informática, é
A Ética aplicada esta relacionada com a possível seguir algumas diretrizes de organiza-
conduta diária de uma pessoa, e conseqüente- ções internacionais e nacionais. Pode ser citado
mente de um profissional, inclusive em Informáti- a ACM e também o Instituto para Ética da Com-
ca. A Ética profissional esta relacionada com a putação que criaram alguns mandamentos, ao
conduta da pessoa engajada na pratica de uma qual podemos chamar de “Um pequeno Código
profissão particular. Na maioria das profissões, de Conduta para Área de Informática”.
inclusive na área de Informática, a Ética deve Estes preceitos seguiram algumas premis-
ser abrangida nos dois aspectos, na conduta da sas básicas, e diretivas voltadas para alguns as-
pessoa como Ser Humano bem como também pectos como os descritos a seguir, e que deram
na conduta do Ser Profissional. origem ao “Um pequeno Código de Conduta pa-
Uma questão muito importante, ao se falar ra Área de Informática”.
sobre Ética, é a pessoal. Uma vez que, no ponto • Para com a sociedade em geral, zelando pelo
de vista e no bom senso de cada pessoa, o que bem estar de todas as pessoas sem qualquer
é considerado "justo" para uns pode ser conside- discriminação, visando construir ou manter uma
rado "injusto"para outros; e o mais importante, sociedade livre, justa e solidária;
deve ser levado em conta às intenções que leva- • Para com os empregadores, usualmente quan-
ram um indivíduo a realizar alguma coisa defini- do estes não têm conhecimento na área e o su-
da como antiética, como certa ou errada. Um pervisionamento técnico do trabalho é todo
individuo, pode sim agir em desacordo com a mo- realizado com base na confiança;
ral da sociedade em que está inserido, podendo • Para com os clientes, se estes forem leigos co-
inclusive prejudicar os outros indivíduos, no en- mo no caso dos empregadores, quando o profis-
tanto, se as suas ações são justificáveis para o sional é um prestador de serviços ou consultor;
próprio individuo e estão de acordo com as suas • Para com a sociedade de classe, no caso, a
crenças sobre o que é correto, é dito que este in- comunidade computacional, com o intuito de pro-
dividuo possui um comportamento ético, correto
teger os interesses da associação criadora do có- tribuí-lo como sendo de sua autoria?
digo e de seus membros. • É ético prometer e não entregar?
• Para com os colegas de profissão, que compar- • Por que os programas não ficam prontos rapi-
tilham os mesmos interesses e colaboram para damente?
o bem estar de todos. • Por que os custos de desenvolvimento são
• Para com a profissão em geral, com o objetivo tão altos?
de não difamar os outros trabalhadores da área • Por que os erros não são detectados antes da
e evitar que a profissão não seja mau vista pelo entrega aos clientes?
restante da sociedade. • Por que é difícil medir o progresso durante o
desenvolvimento?
“Um pequeno Código de Conduta para • Será que a grande dificuldade em se falar de
Área de Informática” ética na informática seja o grande número de
pessoas de qualquer área do conhecimento que
• Evitar danos a terceiros, atuam na área de informática?
• Conhecer e respeitar as leis existentes, relati-
vas ao trabalho profissional, Questões relacionadas à Ética, Moral e
• Respeitar a privacidade de terceiros, Conduta são fenômenos naturais à sociedade,
• Ser honesto e digno de confiança, e podendo-se até dizer que lhe são inerentes.
• Articular a responsabilidade social de mem- Quanto mais complexa uma sociedade, quanto
bros de uma organização e encorajar a aceita- mais se desenvolve, mais estará sujeita à verifi-
ção completa das suas responsabilidades. cação de novas formas de questões Éticas, Mo-
• Não interferir no trabalho de computação de rais e de Conduta, e o resultado é o que se
outra pessoa; verifica na realidade atual. Como é dito: “o maior
• Não interferir nos arquivos de outra pessoa; desafio não é como viver, e sim, como convi-
• Não usar o computador para roubar; ver”.
• Não usar o computador para dar falso testemu-
nho;
• Não usar software pirateado; Para mais informações:
• Não usar recursos de computacionais de ou-
tras pessoas; Artigo na Wikipedia sobre Ética
• Não se apropriar do trabalho intelectual de ou- http://pt.wikipedia.org/wiki/Ética
tra pessoa;
• Refletir sobre as conseqüências sociais do Código de Ética - ACM [em inglês]
que escreve; http://www.acm.org/about/code-of-ethics
• Usar o computador de maneira que mostre
consideração e respeito ao interlocutor.
HAILTON DAVID LEMOS (hailton@ter-
Após o que foi exposto existem algumas ra.com.br) Bacharel em Administração de
perguntas que ficam, e não querem se calar. Empresas, Tecnologo em Internet e Re-
des, Especialista em: Tecnologia da Infor-
Pense a respeito do assunto e sinta-se a vonta- mação, Planejamento e Gestão
de para respondê-las de maneira critica e Ética. Estratégica, Matemática e Estatistica. Tra-
balha com desenvolvimento de Sistema
• É ético utilizar um Software proprietário e não há mais de 20 anos, atualmente desenvol-
pagar sua licença de uso? ve sistemas especialistas voltados à pla-
nejamento estratégico, tomada de
• É ético cobrar por um Software? decisão e normas iso, utilizando platafor-
• É ético cobrar por um Software Livre? ma Java e tecnologia Perl, VBA, OWC, é
membro do GOJAVA (www.gojava.org).
• É ético se apropriar de um Software Livre e dis-
O Desenvolvimento da
Computação e das
Redes como uma Série
de Apropriações – Parte III:
A luta por uma nova forma de distribuição
cultural no seio da comunidade
Por Filipe Saraiva
esta escalada de retiradas de sites do ar, proces- Alguns ativistas passaram então a levar os
sos a internautas, e lobby para leis de controle conceitos expressos por estas liberdades do
na rede, cada vez mais do lado dos partilhado- software para as demais formas de produção e
res constroem-se espaços de resistência e con- distribuição de cultura. Logo estas liberdades re-
testação, que tentam de variadas maneiras ceberiam a alcunha de copyleft, representando
continuar o embate sobre o compartilhamento li- diretamente um contraponto ao conceito de
vre de qualquer conteúdo pela rede. É interes- copyright. Enquanto este último significa algo co-
sante notar que estes espaços também ganham mo “direito de copiar”, “direitos reservados”,
força e saem do contexto da Internet para deba- copyleft seria como “direito de cópia”, ou “alguns
ter o copyright e a distribuição também fora des- direitos reservados”.
te ambiente virtual. O próprio Stallman escreveria, após a
Um desses espaços de maior influência é GNU GPL, a licença GNU FDL – Free Docu-
o Movimento Software Livre. As pessoas que par- ment License. Esta última leva as 4 Liberdades
ticipam deste grupo pregam, utilizam e desenvol- do Software Livre para a produção e distribuição
vem programas de computador no qual o de textos e imagens.
código-fonte do mesmo é aberto, de forma que Anos depois, Lawrence Lessig, professor
todos possam contribuir para o aperfeiçoamento de direito de Strandford, criaria o Creative Com-
do software. Ele foi fundado por Richard Stall- mons, que consiste em um conjunto de licenças
man após o mesmo ter seu direito negado por onde o autor pode disponibilizar sua obra abrin-
uma empresa de ter acesso ao código-fonte de do mão de algumas exclusividades sobre a mes-
um programa que ele mesmo escreveu. ma, de forma a adotar algumas das liberdades
Stallman então escreveu uma licença de do copyleft.
software chamada GNU GPL – GNU Public Li- As licenças GNU FDL e Creative Com-
cense. O objetivo era respaldar uma forma de cri- mons já são bastante utilizadas na Internet. Mui-
ação e distribuição de código onde todos tos blogs licenciam seu conteúdo em uma
poderiam ter acesso ao mesmo, adaptar as su- licença Creative Commons, enquanto a maioria
as necessidades e contribuir de alguma forma. dos sites sobre Software Livre dispõem suas ma-
Os termos dessa licença são melhor expressos térias em GNU FDL.
no enunciado das 4 Liberdades do Software Li-
vre: Essa permissividade quanto a disponibiliza-
ção de conteúdo para livre distribuição, adapta-
- A liberdade de executar o programa, para qual- ção e melhoria é o que possibilita as criações
quer propósito (Liberdade nº 0); coletivas em rede, que Pierre Lévy irá chamar
- A liberdade de estudar como o programa funcio- de Inteligência Coletiva. Dentre alguns
na, e adaptá-lo para as suas necessidades. Aces- exemplos, destaca-se o software Linux, mantido
so ao código-fonte é um pré-requisito para esta por uma comunidade internacional de desenvol-
liberdade (Liberdade nº 1); vedores, e a enciclopédia livre Wikipédia.
- A liberdade de redistribuir cópias de modo que
você possa beneficiar o próximo (Liberdade nº Para além da Internet, a contestação do
2); copyright já se faz inclusive quanto a própria pro-
- A liberdade de aperfeiçoar o programa, e libe- dução científica feita pelas universidades e cen-
rar os seus aperfeiçoamentos, de modo que to- tros de pesquisa. Vários grupos e autores
da a comunidade se beneficie. Acesso ao chegam a duvidar da constitucionalidade de se
código-fonte é um pré-requisito para esta liberda- ter monopólio sobre a distribuição de um conhe-
de (Liberdade nº 3). cimento produzido nas universidades públicas,
visto que o investimento público à pesquisa vi- cepção de Inteligência Coletiva poderá resultar
sa, exatamente, que os resultados desta pos- em importantes experiências sobre as capacida-
sam ser utilizados pelas pessoas de forma livre, des que a Internet proporciona.
beneficiando a população que o custeou. Por fim, a contestação do copyright se ex-
Outro espaço de resistência ao copyright pande para além da proibição de baixar músicas
está se dá no viés político institucional clássico, da Internet. Ela já chega à produção acadêmica,
nos partidos políticos e parlamentos. Foi funda- questionando o monopólio sobre a distribuição e
do na Suécia o Partido Pirata, que tem como uso dos resultados de uma pesquisa; e chega
seu principal programa político o fim do copy- agora também à política, pela fundação de um
right; alteração no sistema de patentes e defesa partido que prega até a revisão da lei de paten-
do direito de privacidade na Internet. Esse parti- tes.
do também está sendo construído aqui no Brasil Certamente, estamos em um ponto de tran-
[6]. sição de concepções quanto a posse e proprie-
dade de conhecimento, e a Internet tem papel
Conclusão fundamental na abertura para este tipo de ques-
tionamento.
A característica intrínseca ao computador,
que é a manipulação de objetos virtuais, aliada Para mais informações:
ao ambiente de alta disponibilidade de conexão
[1] Blog Som Barato encerra atividades
entre vários computadores, permitiu que informa-
http://ur1.ca/eqh1
ções de vários tipos pudessem ser compartilha-
das e replicadas a baixo custo.
[2] Anti-pirateiros mandam fechar o Legendas.tv
Esse fato é o que coloca em tensão a indús- http://ur1.ca/eqgy
tria cultural e os partilhadores em conflito. A in-
dústria sustenta-se a partir de um modelo [3] Comunidade Discografias é fechada por pressão
baseado no monopólio da distribuição. Então, co- da APCM
mo garantir este monopólio se potencialmente to- http://ur1.ca/eqgo
das as pessoas conectadas podem distribuir
cópias virtuais de músicas, filmes, livros, revis- [4] Mulher multada em quase U$ 2 milhões por baixar
tas, e etc, a um custo extremamente baixo? músicas
Fica claro que o modelo de negócios da in- http://ur1.ca/eqgp
dústria deve mudar, se adaptar a esta nova reali-
dade. Apesar dos esforços em barrar o [5] Brasil pode ter sua própria Lei Sarkozy
compartilhamento, os partilhadores nunca irão http://ur1.ca/eqgt
“acabar”, pois a característica de facilidade de
distribuição é inerente a todos que tem acesso à [6] Partido Pirata
Internet. http://www.partido-pirata.org
vegetais e minerais como irmãos, pois provém Na antiga Grécia, os detentores do conhe-
da mesma fonte, Deus. São Francisco de Assis cimento eram os filósofos. Os filósofos conheci-
foi, quem sabe, o primeiro militante ecológico de am matemática, lógica, astronomia, astrologia,
que temos notícia, isso no século 13, em plena física, química, alquimia, medicina, tecnologia
Idade Média. Na missa, um dos celebrantes leu de armas, engenharias, artes, música, poesia,
um sermão no qual, uma das recordações que teatro, política e, é claro, filosofia. Entretanto, ha-
se fazia aos presentes era a de que “nada nos viam dois tipos de filósofos. Os do primeiro tipo
pertence, tudo vem de Deus e, por isso, deve eram os que discutiam a filosofia em público,
ser devolvido”, por isso, a doutrina franciscana com os amigos, com estrangeiros, com o povo.
prega o desapego aos bens materiais. Eram os que criticavam as ações dos governan-
Naquele momento lembrei de um outro fa- tes, os que propunham soluções e, é claro, os
to histórico, ocorrido centenas de anos depois que eram perseguidos e, com frequência, mor-
de São Francisco de Assis: a carta de um chefe tos, exilados ou presos. Suas ideias eram discu-
indígena da etnia Seattle ao presidente dos Esta- tidas e rediscutidas, conhecimentos de todos os
do Unidos da América, em 1854. Nessa época, participantes eram agregados e discutidos até
os EUA estavam em franca expansão para o descobrir-se falhas em linhas de raciocínio.
Oeste. Os brancos Ianques tentavam de todas Quando algo assim era encontrado, as discus-
as maneiras apropriar-se das terras indígenas, sões recomeçavam, até chegarem a um consen-
comprando-as a preços simbólicos, ou tomando- so de que determinada ideia estaria
as e eliminando milhares de índios na empreita- filosoficamente correta e, portanto, poderia ser
da. Nesse episódio, o governo dos EUA tentava disseminada. Essa era a dinâmica dos diálogos
convencer ao chefe que vendesse suas terras. de Sócrates. A característica mais marcante de-
Não vou trascrever a carta de resposta aqui, les era que eles discutiam assuntos filosóficos,
pois ela pode ser facilmente encontrada na web, que englobavam todos as áreas citadas anterior-
mas basicamente, a resposta foi: "Vamos pen- mente, abertamente, ensinando às pessoas e,
sar, porque não compreendemos como uma coi- principalmente, aos jovens. O conhecimento
sa que a natureza deu gratuitamente possa ser desses filósofos era aberto e disseminado gratui-
possuída e vendida. Vocês são loucos". tamente, em praça pública, o “peripatos” que,
mais tarde, deu nome à escola peripatética de
O texto tem sua autenticidade questiona- Aristóteles. Os diálogos de Sócrates, imortaliza-
da, mas ninguém tem dúvidas de que expressa dos nos livros de seu discípulo, Platão, são o ex-
o sentimento dos povos indígenas de qualquer emplo mais marcante desse comportamento.
parte do mundo.
O segundo tipo de filósofo eram os chama-
Na história da humanidade é difícil encon- dos “sofistas“. Os sofistas eram pessoas com
trar passagens onde a apropriação e a retenção grande conhecimento intelectual e dominavam a
de “bens”, em especial, do conhecimento, foram arte da retórica, no entanto, sua característica
benéficas para a maioria. Pessoalmente, não principal era: seu conhecimento era limitado e
me recordo de nenhuma. Ao contrário, essa práti- vendido. As pessoas das classes mais abasta-
ca tem beneficiado e enriquecido uns poucos, das pagavam caro a esses “profissionais do co-
deixando a maioria pobre e ignorante. A tecnolo- nhecimento” para que educassem seus filhos.
gia é peça fundamental para o desenvolvimento Os embates entre os filósofos e os sofistas
da sociedade mas, na verdade, a tecnologia e a eram impressionantes embates de conhecimen-
inovação são subprodutos do conhecimento. E to, nos quais, quase invariavelmente, os filóso-
não só do conhecimento científico, mas de todo fos literalmente “colocavam os sofistas para
tipo de conhecimento. correr”, porque sua retórica era vencida pelos fa-
ma forma, muitas doutrinas filosóficas, religio- indivíduo faz: ele sacrifica parte de sua liberda-
sas, do direito, políticas de, praticamente, todas de inerente em troca da vida em sociedade que,
as civilizações posteriores, principalmente do pe- por sua vez, torna sua vida mais fácil e mais se-
ríodo romano em diante. Com exceção das civili- gura (Thomas Hobbes). Com isso quero dizer
zações pré-colombianas, todas as outras, de que, se não há lei que proíba algo, o sentimento
alguma forma, receberam influência de suas idei- geral é de que esse algo é permitido. Numa soci-
as. Seus textos foram lidos, discutidos, revistos. edade onde o conhecimento é restrito e as leis
Novas doutrinas e novos pensamentos surgiram ocupam centenas de livros, o próprio conheci-
e, novamente, houveram os que se apropriaram mento das leis também o é. Pela falta de disse-
do conhecimento e os que preferiram difundi-lo. minação desse conhecimento, o cidadão não
Novamente, também, os primeiros foram protegi- tem nem o conhecimento do que pode e do que
dos pelo status quo, e os segundos persegui- não pode fazer, do que está escrito na lei. Para
dos, presos e mortos. complicar, a própria lei é ambígua e cheia de fa-
A história é cíclica? As mesmas situações lhas. A retórica retorna, hoje, como a principal
ocorrem de tempos em tempos, mudando ape- ferramenta para a determinação da justiça, e
nas o contexto? Hoje, o embate entre os que de- não a verdade dos fatos. A tendência de uma so-
fendem a propriedade intelectual e a detenção ciedade, nessa situação, é a de que o indivíduo
do conhecimento, e os que defendem a liberda- sinta-se livre para fazer o que quiser, até que al-
de intelectual e a disseminação da cultura e do guém de carne e osso, com cara de poucos ami-
conhecimento, segue os mesmos padrões dos gos e autoridade, lhe diga que não pode, e
embates do passado. A luta dos que defendem mais, lhe ameace com sanções se o fizer. Essa
a liberdade, formalizada em movimentos como o é a situação da nossa sociedade brasileira, qui-
do software livre, contra os “donos do poder”, per- çá do mundo, com relação ao conhecimento.
sonificados nas empresas de software proprietá-
rio, como a Microsoft, e nas empresas de
entretenimento, segue mais ou menos os mes-
mos padrões das lutas filosóficas, religiosas, ide-
ológicas do passado. Se acreditamos que a
história é realmente cíclica, então poderemos su-
Para mais informações:
por que o desfecho será o mesmo, com os mes- Artigo na Wikipedia sobre São Francisco de Assis
mos resultados e as mesmas baixas. Não estou http://pt.wikipedia.org/wiki/Francisco_de_Assis
querendo dizer com isso que haverão mortos e
feridos nessa contenda, que tende a durar por Artigo na Wikipedia sobre Sócrates
longo tempo, mas muitos já foram presos, multa- http://pt.wikipedia.org/wiki/Sócrates
dos e condenados judicialmente, não entrando
no mérito se eles estavam, ou não, violando algu- Artigo na Wikipedia sobre Thomas Hobbles
ma lei que, por sua vez, são normalmente escri- http://pt.wikipedia.org/wiki/Thomas_Hobbes
tas pelos “donos do poder”. Nem tampouco,
estou afirmando que os defensores do conheci-
PAULO DE SOUZA LIMA é técnico em
mento livre se restringem aos que contribuem pa- eletrônica formado pelo CEFET/MG,
ra esses movimentos organizados. bacharel em administração pela UFPR e
estudante de história e filosofia autodidata.
Vamos entender isso um pouco mais a fun- Autor do blog Alma Livre onde discute
sobre software livre, cidadania, ética,
do: a sensação de liberdade é inerente ao ser hu- filosofia e sociedade. Utiliza software livre
mano. As leis não são naturais, mas impostas a desde 1998 e, desde 2004, divulga e
cada indivíduo da sociedade. É uma troca que o incentiva o uso dele por empresas,
governo e sociedade.
ria do desenvolvimento do pa- uma tratasse os documentos tenho mesmo pena de ver
drão ODF. gerados pela outra, mas isso aquele pessoal passando tanta
Uma das primeiras comu- não seria mais oneroso para to- vergonha assim :) ).
nidades de desenvolvimento do mundo, principalmente para
que se envolveu com o desen- os usuários, que teriam que Para mais informações:
volvimento do ODF foi a comu- conviver com conversões diaria- Artigo sobre Padrões Abertos na
nidade que desenvolvia o mente? Wikipédia
KOffice (O ODF nasceu dentro Hoje já temos centenas http://pt.wikipedia.org/wiki/Padrões_
do projeto do OpenOffice.org). de aplicações, bibliotecas e fer- abertos
vimento distintas, e que por ra- uma “certa empresa” que con-
zões específicas decidem, de segue fazer a sua implementa- Site Oficial KOffice
forma sadia, concorrer uma ção de ODF de tal forma que http://www.koffice.org
Projeto
que de certa forma ficam parados, por não ha- Robótica Livre.
ver processo de capacitação dos professores, E o professor pode trabalhar com os alu-
que é um investimento alto. nos, usando o computador como mediador da si-
E muitas com Kits fabricados as alunos e tuação para controlar os dispositivos, usando
professores não são capacitados, mas sim “ades- lixo tecnológico sem precisar de forma muito
trados”, sem ter incentivo do lado criativo. Tam- aprofundada as disciplinas. Eu por exemplo, já
bém há a limitação pela forma e quantidade de cheguei a dar oficinas para pedagogas em que
peças de cada Kit. Utilizando materiais recicla- elas mesmas fizeram soldas, sendo um ativida-
dos, o processo de aprendizado da robótica é tra- de interessante, por desmitificaram algumas falá-
balhado com um todo, a construção da cias que soldar ou aprender eletrônica é muito
ferramenta e artefato técnico. difícil.
“O foco não é extramente no produto, mas Nós vemos Paulo Freire falar da pedago-
a todo o caminho.” gia da autonomia, pedagogia do oprimido, a nos-
E nosso objetico não é trabalhar simples- sa é chamada de Pedagogia da Sucata :-P.
mente com a construção de robôs, mas com pro- Utilizamos capacitores, baterias, pilhas que po-
tótipos de elevadores, braços mecânicos, dem ser reaproveitados em circuitos. É muito li-
semrpe utilizando material reciclado. xo tecnológico jogado for a, grande deles é
preducial, e poderia ajudar nessa forma de peda-
gogia. Contribuindo para o capital social de um
REL: A Robótica é engloba disciplinas grupo de pessoas que buscam a preparação pa-
de matemática, física, eletrônica, programa- ra inclusão digital ou sócio digital.
ção... Como vencer barreiras da falta de co-
nhecimento em alguma dessas matérias?
DRC: Existe a questão educacional e peda- Para mais informações:
gógica. Em caso de educação de jovens e adul-
tos, por exemplo, os indivíduos são atores [0] - Site Kommander
http://kommander.kdewebdev.org/
sociais que estão exluídos tecnologicamente e
quando você mostra sobre a possibilidade de [1] – Site Robótica Livre
http://roboticalivre.org
aprender robótica, eles constroem objetos rapi-
damente de acordo com o que vêem fazendo no
dia-a-dia. ANDRESSA MARTINS é entusiasta de
software livre, idealizadora dos projetos
Por exemplo, um protótipo de um elevador Robótica Livre, Membro da Associação de
Software Livre de Goiás e curiosa.
por um aluno porque um aluno que dava manu-
tenção no elevador, mas não sabia como ele fun-
cionava. Então para entender como funcionava,
ele criou um protótipo que pode ser estudado na
mação diferente, uma verdade diferente. O que tes que os “não-médicos”, munidos de técnicas
tem credibilidade? O que é verdade, do ponto SEO e soluções milagrosas dominem a Web.
de vista médico? O que realmente vai aliviar es- Para isso, enxergar a Internet apenas como um
sa dor de cabeça? meio de transmitir informação é pueril. Vale lem-
Dar respostas a estas questões é o objeti- brar que a Web, sobretudo é espaço para intera-
vo da proposta da Federação Nacional dos Médi- ção, logo é preciso que os médicos se
cos em certificar os produtores de conteúdo e preocupem com seus pacientes além do consul-
sites que abordem a temática médica na Web. A tório, estejam nas redes sociais, mantenham
idéia ainda não esta finalizada em termos de exe- blogs ou pelo menos entendam que o Dr. Goo-
cução, mas a necessidade foi defendida por mé- gle é um aliado para o exercício de uma medici-
dicos e pacientes durante uma mesa redonda na mais humana e eficiente.
realizada em Salvador na última quinta-feira (8).
“Como abrir uma página da Web, sobre de-
terminado assunto em saúde, e confiar no que
se lê? Minha sugestão: um “selo” atestado por
uma entidade médica informando: “Este é um si-
te médico”, assim, quase explícito, defende Car- Para mais informações:
los Andrade.
Blog Herdeiro do Caos
O médico Eduardo Santana diz que a identi- http://herdeirodocaos.com
ficação elevaria a credibilidade destes conteú-
dos publicados na Web, além de garantir ao
cidadão que aquilo que ele lê foi elaborado por
um profissional e, portanto, apto para proferir
tais orientações.
“Existe a necessidade de qualificar a infor-
mação encontrada via "dr. Google".Mais impor-
tante do que encontrar a informação, é que esta YURI ALMEIDA é jornalista, especialista
em Jornalismo Contemporâneo,
informação seja verdadeira”, opina o professor pesquisador do jornalismo colaborativo e
de marketing digital, Eduardo Sales. edita o blog herdeirodocaos.com sobre
cibercultura, novas tecnologias e
Para além de um serviço para o paciente, jornalismo. Contato: hdocaos@gmail.com /
twitter.com/herdeirodocaos
a grande questão para os profissionais da área
de saúde é: ocupar espaço no ciberespaço an-
As grandes novidades do
Ubuntu 9.10 Karmic Koala e o
futuro do Ubuntu
Por Wagner Emmanoel
Figura 1.2
Figura 1.5
Figura 1.3
Figura 1.9
Figura 1.7
Figura 1.14
O navegador padrão continua sendo o Fire-
Figura 1.11
fox, porém com a sua nova versão 3.5.
Figura 1.12
Figura 1.15
pacotes existentes e passou a chamar de Cen-
tral de Programas do Ubuntu. Acrescentou a versão 1.1 do Wine em seu
repositório oficial e ainda mudou o ícone padrão
Removeu o Ekiga por ter sido pouco utiliza- dos “.exe” que são executados pelo Wine.
do pelos seus usuários em versões anteriores e
trocou o mensageiro Pidgin pelo Empathy para
“facilitar” as comunicações de textos, áudios e ví-
deos.
Figura 1.16
Figura 1.20
Figura 1.21
Devido a essas mudanças do mercado vol-
Figura 1.19 tadas para o Ubuntu, a Canonical já criou cur-
sos voltados para os seus produtos, como os
A grande bola da vez chama-se Ubuntu cursos Ubuntu Desktop e Ubuntu Certified Pro-
One, que é um pacote de serviços online basea- fessional (UCP) que já são oferecidos por uma
dos em Cloud Computing, oferecendo aos seus instituição oficial parceira da Canonical.
usuários 2 GB de espaço para armazenamento
online. Esse serviço pode ser utilizado para sin-
cronizar e compartilhar arquivos e realizar peque- Para mais informações:
nos backups. Esse serviço já era oferecido Site Oficial Ubuntu:
desde maio de 2009 com a sua versão beta, po- http://www.ubuntu.com
rém poucos usuários conheciam e o serviço não
era de boa qualidade, mas a versão 9.10 do WAGNER EMMANOEL é Instrutor da
Ubuntu já traz um ícone localizado em Aplicati- Fuctura, Partner Oficial Ubuntu Brasil.
vos > Internet > Ubuntu One, que levará você di-
retamente para a página do serviço, permitindo
que você utilize caso já seja cadastrado ou reali-
ze seu cadastro para utilizar o serviço.
u
.h
xc
-s
tz
G
n
ria
Ad
técnica ou superior, grandezas físicas como ten- McGyver – um chiclete serve como fita isolante,
são, corrente, resistência, potência elétrica são lâmpada incandescente de 100W é multímetro,
a mesma coisa quando se trata de fazer o com- pedaço de chinela havaiana é suporte da placa-
putador funcionar. Vejamos alguns absurdos: mãe, e por aí vai. Ou seja, é doutor honoris cau-
Aterramento “interno” feito de um clip de papel sa em gambiarra, não possui qualquer suporte
conectando o neutro e terra, garrafas PET chei- científico ao jeitinho empregado e seu maior
as de água sobre o gabinete para economizar trunfo é saber “tudo” de informática sem nunca
energia, condutores (fios) mal dimensionados pa- ter feito um curso de capacitação - é o tipo total-
ra a instalação elétrica, e muitas outras solu- mente prático sem nenhum conhecimento teóri-
ções “baratas e inteligentes”. co. Uma conseqüência desse poder autodidata
Outra coisa que aterroriza é a forma como é a famosa lábia (ou “queixo” como se diz aqui
o “técnico” faz o diagnóstico do computador. É tu- no Piauí) aplicada para enganar o cliente em
do no "olhômetro" e na sensibilidade "paranor- qualquer situação, seja na solução mágica do
mal" (poder ninja) adquirida ao longo de anos problema ou fazer o cliente assumir o prejuízo
de experiência (ou experiências com máquinas de uma irresponsabilidade.
dos outros). O mais interessante disso é a solu- Muito cuidado com o TÉCO, e mais cuida-
ção-padrão adotada: formatar o HD e instalar o do ainda com os seus serviços e conselhos. Pa-
Windows. Tudo bem que isto é uma solução, ra não ser enganado, sempre consulte a
mas sem um diagnóstico preciso do HD há risco indicação de algum conhecido e analise como
de dano à peça e perda de dados. Outro fator du- ele trabalha. Mesmo sem conhecimento técnico,
vidoso é o “técnico” saber exatamente uma solu- o usuário pode evitar dor de cabeça observando
ção imediata para qualquer problema da algumas características típicas do TÉCO Profes-
máquina, ou seja, se está lenta é vírus ou memó- sional:
ria; o Windows não “abre” é o HD; a máquina - Nunca tem ferramentas apropriadas e quando
não liga é placa-mãe queimada; computador tem não sabe usar – o principal erro é nunca ter
não aceita as configurações, aparece uma tela um multímetro para avaliar a energia elétrica ou
azul e ainda fica “apitando”, chuta que é macum- ainda medir 220V na escala errada;
ba! - Nunca verifica as instalações elétricas e o am-
Outro potencial prejuízo financeiro ocorre biente no qual o computador será ou está insta- l
quando o entendido de informática costuma insta- ado em relação à presença de campo
lar dezenas de programas piratas na máquina magnético, campo elétrico, infravermelho, poei-
do cliente, principalmente de segurança, sem ra e temperatura ambiente;
atentar para o fato que as empresas fabricantes - Nunca faz diagnóstico através de software ou
de software (Symantec fabricante do Norton anti- qualquer outro equipamento de teste, sempre
vírus, por exemplo) possuem mecanismos via in- aposta no “desconfiômetro” ou “olhômetro”;
ternet que descobrem se o programa instalado - Inventa mil e um defeitos de nomes esquisitos
no computador é pirata ou não, permitindo blo- sem dar melhores explicações - “o hd está sem
quear atualizações ou ainda multar a empre- bufferamento linear ao nível de máquina”.
sa/usuário por pirataria. - Sempre instala mil e um programas piratas
Profissionais assim são conhecidas no mun- (antivírus, programas de contabilidade e gerenci-
do da informática como TÉCO em informática amento financeiro) no computador sem o devido
por realizarem somente serviços ruins. O TÉCO conhecimento do cliente, afirmando que traba-
é um artista nato, sempre resolve as coisas no lha só com os “melhores” programas que exis-
“jeitinho” e tem mil e uma soluções “mágicas” pa- tem no mercado;
ra tudo quanto é problema ao melhor estilo - Nunca faz um relatório dos problemas encon-
AMADEUS
Novas Formas de Interação
para Educação a Distância
Por diversos autores
O ensino a distância torna-se política públi- se nesse contexto como uma alternativa criada
ca e ganha destaques estratégico apenas em para tornar as tarefas de professores, tutores,
2004. Na ocasião, países da Ásia, Europa e Amé- designers instrucionais e alunos mais simples.
rica do Norte já a praticavam em escala há pelo Ao mesmo tempo, ele amplia, sem comprometer
menos uma década. Naquele momento, poucas a usabilidade de suas interfaces, o conjunto de
plataformas de ensino estavam prontas a servir práticas envolventes e criativas. Nas seções a
de meio a implementação de projetos de forma- seguir, descrevemos o Amadeus, os princípios
ção a distância. No entanto, os projetos mais ma- norteadores do projeto e as principais interfaces.
duros datavam e utilizavam tecnologia antiga de
programação de aplicativos para internet. O re-
sultado é que a usabilidade de suas interfaces é Amadeus: e-learning de segunda
de baixa qualidade e os estilos de interação pos- geração
síveis são limitados. Isso torna o uso desses pro- O Amadeus é um sistema de gestão de
gramas uma tarefa difícil para usuários sem aprendizagem para educação presencial, a dis-
formação na área de informática e limitam as situ- tância e todas as suas variações. Ele é baseado
ações didáticas que podem ser oferecidas. Am- no conceito de blended learning, segundo o qual
bas criam resistências e afastam-se dos ideais para se atingir um grande público com projetos
do ensino amplo proposto pela corrente conheci- de formação a distância faz-se necessário uma
da como blended learning. Esta orienta a constru- combinação de formas de mediar a apresenta-
ção de abordagens da educação a distância a ção e interações com os conteúdos das aulas.
partir da proposição de uma ampla gama de for-
O termo Amadeus é um anagrama para a
mas de interação para atingir os aprendizes pe-
expressão Agentes Micromundos e Análise do
las diversas formas de aprender: manipulando
Desenvolvimento do Uso de Instrumentos. Essa
representações, ouvindo, lendo, discutindo, resol-
expressão expressa a influência construtivista
vendo problemas em grupo. O Amadeus insere-
que deu origem ao projeto. No início, o projeto vi- ção e inserir neste locus o próprio usuário.
sava apenas criar interfaces educativas que aju- Dessa forma, desejamos permitir o acesso e a
dassem os usuários a aprender conceitos participação dos usuários estando ele interagin-
específicos. Esses módulos foram chamados de do por meio de dispositivos distintos como: apli-
agentes micromundos e alguns deles foram de- cações desktop, celulares, PDAs e TV Digital,
senvolvidos para o ensino de Matemática (Quei- jogos, interfaces tangíveis (para analfabetos).
roz, 2008) e Física (Costa, 2008). O Amadeus é Essa diversidade de formas de acesso aos con-
o projeto principal do grupo de pesquisa Ciênci- teúdos e aos pares que participam de uma co-
as Cognitivas e Tecnologia Educacional (CCTE: munidade de aprendizagem torna o Amadeus
http://www.cin.ufpe.br/~ccte) do Centro de Infor- uma interface presente e acessível de forma ubí-
mática da Universidade Federal de Pernambu- qua.
co. Portanto, o Amadeus nasceu de um Estando o usuário no centro do processo,
conjunto de pesquisas acadêmicas na área de In- o elemento central da concepção da plataforma
teração Humano Computador (IHC) e Tecnolo- é a experiência que podemos gerar no mesmo.
gia Educacional (TE). Entendemos, anos após o Ela deve ser oferecida de forma integrada e con-
início do projeto, que nossa contribuição para a sistente. A interação dos usuários entre si e com
Sociedade poderia ser mais ampla que apenas os conteúdos que é proporcionada pelo sistema
a formação de recursos humanos e a publica- permite a execução de novas estratégias de en-
ção de nossos resultados em forma de artigos ci- sino e de aprendizagem orientadas por teorias
entíficos, e decidimos então, distribuir o construtivistas ou sócio-interacionista do desen-
Amadeus. Vários anos foram necessários até volvimento humano. Assim, estas são as princi-
que tivéssemos transformado um protótipo em pais características do Amadeus:
produto em versão beta. Ele é hoje distribuído
sob uma licença de Software Livre e desde mar-
ço de 2009, passou a integrar o PSPB – Portal - Interface simplificada e intuitiva, concebida
do Software Público Brasileiro, tornando-se as- com usabilidade e desenvolvida com tecnologi-
sim, um bem nacional. as da Web 2.0 e AJAX;
- Uso de uma ampla gama de mídias, desde os
tradicionais chats até a discussão simultânea en-
Amadeus: Uma plataforma ubíqua tre vários usuários que estão assistindo ao mes-
A plataforma foi concebida ao longo de vári- mo vídeo, por exemplo;
os anos de pesquisa sobre as interações huma- - Compartilhamento de vídeos em situações de
nas em plataformas da mesma categoria e colaboração síncrona;
análises de seu uso no contexto de ensino a dis- - Servidor de jogos multiusuários promovendo
tância. Além das funções básicas que permitem formas alternativas de interação com mídias de
ao professor disseminar seu conteúdo e ao alu- jogos;
no construir esse conhecimento, a plataforma ain- - Sistema de controle de experimentos e medida
da oferece ferramentas para facilitar suas em tempo real pela internet;
práticas, tornando mais rico esse processo, esti- - Percepção da atividade social na interface web
mulando a interação e o aprendizado pela ação. e nos diversos ambientes interligados;
O Amadeus amplia o conjunto de experiências - Mobile learning: estilos de interação por meio
que os usuários encontram em diversas platafor- de dispositivos móveis, tais como celulares e
mas assemelhadas. PDAs;
Nessa tentativa de ampliar, tentamos reti- - Integração com o Sistema Brasileiro de TV Di-
rar a plataforma do centro do processo de forma- gital;
grupo, e a terceira já está sendo desenvolvida pe- sos nos quais estão inscritos. A comunidade,
la comunidade. colegas no Pará, desenvolve um módulo J2ME
A seguir apresentamos os componentes que permite obter da plataforma web os objeti-
inovadores de aprendizagem que introduzem ex- vos a serem atingidos por um usuário e ajudá-lo
tensões da experiência dos usuários. Estas ex- a gerir em modo offline o seu aprendizado.
tensões são projetadas para atingir o ideal de
ampliar ao máximo as formas de acesso (incluin- Jogos Multiusuários - Com a finalidade
do pessoas com características distintas de habi- de aumentar o grau de motivação dos alunos e
lidades) e corrigindo sempre a consistência do explorar as possibilidades cognitivas associadas
conjunto de interfaces que constituem a experiên- às técnicas não tradicionais de ensino, conce-
cia do usuário. beu-se o servidor de jogos multiusuário do Ama-
deus, observe a Figura 3 que apresenta um
Amadeus Mobile - Uma adaptação do sis- exemplo de sala de jogos.
tema Web para dispositivos móveis, concebida Esta interação ocorre de forma síncrona,
para lidar com três fenômenos específicos: per- mediada por interfaces de jogos e comunicação
cepção, consciência social e aprendizagem auto- textual, o que possibilita perceber a presença e
dirigida. Através do navegador Web do celular, ações dos participantes.
que está presente na maioria dos modelos atu-
ais, mesmo os de menor valor comercial, é possí-
vel obter informações sobre cursos e artefatos
disponíveis. Para facilitar a visualização, a interfa-
ce exibe em cores diferentes as informações for-
necidas ao usuário, vide Figura 2.
A consciência do aluno, acerca das ativida-
des realizadas pelo grupo no ambiente, também
é proporcionada pela distribuição de mensagens
SMS (Short Message Service) contendo informa-
ções sobre as modificações ocorridas nos cur-
levisiva principal. Seu objetivo é tornar acessí- ra 5. O módulo foi concebido com a participação
veis os conteúdos e vivências do Amadeus atra- de policiais militares que foram voluntários para
vés do meio de comunicação mais difundido no avaliar as várias versões da interface. Foram
território nacional, a TV. Até o momento, foram testados diversos modelos, e a versão final per-
concebidas soluções técnicas e conceituais que mite que uma seção síncrona de apresentação
exploram da melhor forma os potenciais da inte- de vídeo ocorra com debate em tempo real sem
ração local da TVD no contexto educacional, ba- necessidade de stream de vídeo pela internet.
seada nos padrões do Sistema Brasileiro de TV Os vídeos em vários formatos são baixa-
Digital, vide Figura 4. dos a partir de um link, armazenado no sistema
Como resultado final, busca-se o desenvol- ou diretamente no Youtube, informado pelo pro-
vimento de um sistema que integre a emissora te- fessor. Cada usuário carrega o fluxo de vídeo a
levisiva a um Sistema de Gestão de seu tempo, devido à heterogeneidade dos mei-
Aprendizagem, o Amadeus LMS, além de dispo- os de acesso à Internet. Um usuário pode convi-
nibilizar uma extensão deste LMS, na forma de dar os demais para “irem” a uma determinada
um portal interativo executado sobre o Middlewa- cena (posição) do vídeo, desta forma todos
re Ginga. Interagimos com a comunidade, em vêem a mesma cena.
particular com colegas do Instituto de Computa-
ção da UFRGS, grupo do colega Valter Roesler,
para construir soluções de interoperabilidade de
conteúdo.
Como verdadeiros Sherlock Holmes, vão tia alguma! Mas cuidado! A maioria dos
garimpando pistas na tentativa de compreender softwares de ciência apresentam a lógica capita-
o mundo a sua volta. Assim, as crianças da mes- lista, no qual o professor pouco participa da ela-
ma forma que os cientistas, procuram explica- boração do software, trazendo modelos já
ções para fatos e fenômenos que observam, prontos, e que na maioria das vezes, não aten-
constróem suas hipóteses baseadas em situa- de as reais necessidades do educador, fazendo-
ções não diretamente visíveis, dão nomes àqui- o perder tempo e investimento. Ao aluno interes-
lo que vêem e buscam explicar aquilo que não sa muito mais o aprendizado por descoberta, do
vêem e buscam explicar aquilo que não vêem e que por instrução.
que procuram entender. Já a opção pelo software livre na educa-
Esse é um momento privilegiado para nós ção apresenta além de uma dimensão libertá-
professores. Cabe aos nós, educadores criar con- ria, visto que pode ser criado, copiado, alterado,
dições para que os conhecimentos que a crian- replicado, sem segredos e amarras a possibilida-
ça já possui antes de chegar à escola, aqueles de de autonomia e valorização docente. Como
que trazem de suas vivências extra-escolares, assim? Sem a lógica proprietária de acumula-
transformem-se em objetos de conhecimento a ção, o docente deixa de ser um mero consumi-
possam investigados e desenvolvidos dentro da dor e torna-se um co-autor, visto que participa
sala de aula. de uma rede colaborativa, podendo apropriar-se
É importante que o professor valorize a curi- do processo criativo, sugerir alterações, e em al-
osidade e a capacidade de investigação infantil guns casos até mesmo contribuir na documenta-
propondo e organizando atividades de observa- ção (construindo planos de aula, manuais etc) e
ção, considerando as hipóteses infantis e as teo- com algum esforço, também na manutenção do
rias espontâneas que as crianças formulam software.
para explicar o mundo ao seu redor. Numa perspectiva dialética, professor e de-
A escola é o local de excelência de novas senvolvedor estão em posição de igualdade, am-
aprendizagens. A informática educativa, pode bos possuem conhecimentos específicos,
contribuir para o ensino de ciências. Um vídeo relevantes e diferenciados, e que em igual medi-
por exemplo, pode em questão de segundos da, têm acesso a novas e heterogêneas informa-
apresentar, mesmo que de forma acelerada, o ci- ções.
clo de crescimento de uma planta que levaria
meses ou anos, do modo convencional. Da mes-
ma forma, um software de simulação, pode-se
testar misturas químicas, sem nenhum risco a
saúde ou mesmo apresentar reações químicas
que só poderiam ser vistas em microscópios ele-
trônicos.
A Química não é uma disciplina complica-
da, que necessite de laboratórios caros e sofisti-
cados. Pelo contrário, é possível ensinar
química, utilizando pequenos experimentos em
sala de aula, ou mesmos softwares específicos.
Não tem desculpa, não! Um computador
desligado em sala de aula é o mesmo que um li-
vro numa prateleira empoeirada. Não tem serven- Figura 1: Tela do Kauzium
Desta forma, neste artigo apresentarei al- traduzido ainda para português (BR), todavia
guns destes softwares livres que podem ser utili- sua interface simples não impede sua utilização.
zados no ensino de química. Apresenta apenas versão para Linux, sendo que
O primeiro deles, é o Kalsium, um software a ultima (1.6.12), foi disponibilizado em junho de
livre que faz parte do pacote KDE-EDU e se pro- 2009. O download pode ser feito diretamente na
põe a ser uma tabela periódica completa. Funcio- pagina oficial: http://ruby.chemie.uni-frei-
na como um banco de dados. Neste software é burg.de/~martin/chemtool/, no formato tar.gz e
possível consultar a estrutura atômica, proprieda- RPM.
des, modelo atômico, características, história, cal- Outro software livre, na mesma linha de ra-
cular a massa molecular, e em alguns casos até ciocínio é Bkchem (versão 0.12.6), ideal para
visualizar o elemento. Na opção linha do tempo, construir fórmulas químicas no computador. Es-
é possível descobrir quando este um determina- crito em Python, sua licença é GPL, possuindo
do elemento foi descoberto, o estado físico da versão para Linux, Mac e Windows. Apesar de
matéria, ou seja, é possível conhecer se determi- não estar traduzido para o português (BR), ape-
nados elementos, em seu formato natural, são nas em inglês, sua interface simples não é limi-
gasosos, líquidos ou sólidos. Ainda é possível cri- tante. Um de seus atrativos é a possibilidade de
ar gráficos que indicam diversas propriedades exportação no formato PDF. Na página oficial
dos elementos, realizando a comparação entre do software é possível fazer o download:
eles. Muito interessante! http://bkchem.zirael.org/download_en.html.
Outro programa bastante útil é o Chemto-
ol, um software livre de desenho de estruturas
químicas, desenvolvida em linguagem C, usan-
do a biblioteca GTX para Unix. Assim fica bem
mais fácil e prático desenhar aquelas fórmulas
químicas, tão necessárias para apostilas, TDs,
aulas, slides, dentre outras aplicações didáticas.
Eu particularmente, sempre gostei de criar meu
próprio material didático sendo que o livro didáti-
co, deve ser apenas mais um suporte ao profes-
sor, não o único. Este software não foi
Maiores informações:
Site Kalzium
http://edu.kde.org/kalzium/
Site Chemtool
http://ruby.chemie.uni-freiburg.de/~martin/chemtool/
Site Bkchem
http://bkchem.zirael.org/download_en.html
mento do país. Visa aproximar pessoas que tra- - Políticas Públicas de Inclusão Digital.
balham diretamente na implementação, em ativi-
dades de formação e nas áreas técnicas dos Será selecionado um caso de sucesso por
grandes temas da atualidade em torno da inclu- categoria, que terá, cada um, 15 minutos para
são digital. exibição antes das plenárias que ocuparão as
Para tanto, o evento contará com plenári- manhãs da Oficina. Os representantes das inici-
as, apresentação de casos de sucesso, oficinas ativas para inclusão digital selecionadas terão a
práticas, laboratórios, debates e, ainda, consoli- viagem com transporte, hospedagem e alimenta-
dará um documento produzido pela sociedade ci- ção custeados pelo evento. O resultado será di-
vil com propostas para a política pública de vulgado no dia 13/11.
inclusão digital. Também serão realizados encon- Este ano informações sobre os preparati-
tros paralelos, entre equipes dos programas e vos da Oficina e últimas notícias sobre o evento
projetos de inclusão digital presentes. Pautará, podem ser obtidas no Twitter seguindo o perfil
entre outros temas, conexão banda larga pela re- http://twitter.com/OficinaID.
de elétrica, o papel das lanhouses e dos telecen-
tros e o uso das TICs no ensino formal. O
destaque será o Programa Nacional de Apoio à
Inclusão Digital nas Comunidades – Telecen-
tros.BR instituído pelo decreto N° 6.991, de 27 Para mais informações:
de outubro de 2009.
Site oficial da Oficina
A programação completa pode ser consulta-
http://oficina.inclusaodigital.gov.br/
da no site oficial da Oficina - http://oficina.inclu-
saodigital.gov.br/ - assim como informações
Perfil do evento no Twitter
sobre o evento, tais como o histórico das edi-
http://twitter.com/OficinaID
ções anteriores, localização e dicas importantes
no que diz respeito à hospedagem, alimentação,
transporte, turismo e saúde na cidade de Belo
Horizonte (MG). No site também estão disponí-
veis as inscrições dos participantes, casos de su-
cesso e imprensa, por meio do menu
Inscreva-se no evento. O comprovante da inscri-
ção dará acesso ao material do evento no local -
o SESC Venda Nova - e facilitará o registro dos
participantes para entrega dos certificados.
Os casos de sucesso de iniciativas para in-
clusão digital podem ser inscritos em uma das
seis categorias:
- Conectividade.
- Apoio à Inclusão Digital nas Comunidades.
THIEGO CARLOS é graduando em Pedagogia pela
- Lanhouses e Telecentros: Concorrentes ou Alia- Universidade de Brasília e assistente de inclusão digital.
dos? WANNY FIGUEIREDO é Antropóloga e Editora Web.
ANA CARINA GOMES DE ANDRADE é analista de sistemas e
- E-Lixo / Recondicionamento de Computadores. assessora de inclusão digital.
- O Uso das Tecnologias da Informação e Comu- Todos atuam na Assessoria de Inclusão Digital da Secretaria
nicação no Ensino Formal. de Logística e Tecnologia da Informação do Ministério do
Planejamento, Orçamento e Gestão e são usuários Linux.
Ekaaty na
Feira dos
Formandos 2009
Por Wanny Figueiredo
Eventos sobre
Software Público
em Brasília
Por Tatiana Al-Chueyr
disponibilizado em breve pelo ITI. "Não vai ser prestados pelo mercado privado.
nenhum cacique, pajé... Mas quem sabe um indi- Na área de saúde, foi apresentada a solu-
ozinho", descreveu Renato Martini, diretor do Ins- ção InVesalius [2] que está sendo extendida pa-
tituto Nacional de Tecnologia da Informação ra atender de melhor forma hospitais públicos.
Renato Martins (ITI), comparando o lançamento Dentre as discussões sobre o tema de software
do João-de-Barro ao sucesso do sistema de in- livre para saúde também foram mencionadas as
ventário CACIC, primeiro software público brasi- soluções Hospub e HospLivre.
leiro.
Durante o encontro dos municípios tam-
Já para Olavo Noleto, da Presidência da bém foram apresentados temas como financia-
República, o evento para municípios foi históri- mento público para iniciativas de tecnologia da
co. "Temos uma agenda positiva aqui neste en- informação pelo BNDES, FINEP e PNAFM, e
contro. Estamos trazendo os municípios para também os casos de sucesso de cidades de
Brasília na intenção de apresentar um conjunto Dourados, Arapiraca, São Gonçalo e Piraí.
de soluções livres que poderão ser utilizadas de
imediato pelas prefeituras brasileiras”, reforçou O site 4CMBr [3] permitiu avaliar a deman-
Olavo. da de prefeituras em TI e estimulou a organiza-
ção do evento. Segundo Paulo Coelho,
Em debate sobre o e-Cidade estavam pre- presidente da PRODERJ e Conselheiro da
sentes mais de 500 pessoas, que discutiram ABEP, este portal pioneiro "permite acesso às ci-
não apenas sobre a solução, mas também so- dades mais distantes, sendo uma forma eficaz
bre a política de implantação do sistema em pre- de comunicação em rede para o setor público".
feituras municipais. Alguns representantes de Mais informações sobre as iniciativas de softwa-
prefeituras defenderam a necessidade do gover- re livre voltadas a municípios podem ser lidas e
no federal implantar e dar suporte, enquanto ou- discutidas pelo site.
tros consideraram que o mercado privado
deveria prestar serviços na área. Corinto Meffe,
coordenador do Portal do Software Público [1], Encontro Nacional do Software
reforçou que a oferta do e-Cidade se configura Público
como mais uma alternativa de uso para os muni- Durante o evento geral sobre software pú-
cípios. Uma alternativa que atende tanto a lide- blico, realizado entre os dias 29 e 30 de outu-
rança do setor público como também a serviços bro, foram reconhecidos esforços de
colaboradores que se destacaram no desenvolvi-
mento dos softwares livres disponíveis no Portal
do Software Público. Adriano Vieira (CACIC),
Eriksen Costa (i-Educar), Paulo Francisco
Slomp (Pandorga), Ana Nunes (I3GEO) e Sér-
gio Graças (Linux Educacional) foram premia-
dos durante a abertura, com notebooks e
televisões LCD por meio do III Prêmio Ação Co-
letiva, organizado pela ONG ATA e patrocinado
pela Intel.
Juntamente, foram realizadas quatro confe-
rências: CACIC, KyaPanel, OpenACS e BrOffi-
ce. A conferência do OpenACS reuniu não
Figura 2: Adultos brincam com Pandorga, distribuição GNU apenas desenvolvedores brasileiros, mas tam-
Linux para educação
Dentre as oficinas, rodadas de compartilha- [2] Revista Espírito Livre # 03 (Junho de 2009)
mento, palestras e encontros relacionados aos http://ur1.ca/fom9
mais de 30 softwares disponíveis no Portal do
Software Público, as soluções da área educacio- [3] Portal 4CMBr
nal atraíram atenção especial do público: i-Edu- http://www.softwarepublico.gov.br/4cmbr
car [4], Pandorga [4], Amadeus (descrito nesta
edição), e-Proinfo e Linux Educacional [5]. [4] Revista Espírito Livre # 06 (Setembro de 2009)
A palestra relacionada ao Ginga [6], mid- http://ur1.ca/blwc
dleware para criação de aplicativos de TV Digi-
tal, manifestou a curiosidade entre participantes [5] Revista Espírito Livre # 05 (Agosto de 2009)
das cidades mais remotas que somente "ouvi- http://ur1.ca/fomg
ram falar" da TV Digital.
[6] Revista Espírito Livre # 04 (Julho de 2009)
Uma importante conquista durante o encon-
http://ur1.ca/fomh
tro foi o lançamento do Grupo de Interesse
5CQualiBr [7], para a discussão de metodologi-
[7] Portal 5CQualiBr
as para melhorar a qualidade não apenas dos
http://www.softwarepublico.gov.br/5cqualibr
próprios softwares públicos, mas também do pro-
cesso de desenvolvimento de software livre em
geral. O projeto foi financiado pela FINEP/MCT TATIANA AL-CHUEYR é engenheira de
computação pela UNICAMP e membro da
e é executado pelo Centro de Tecnologia da In- Associação Python Brasil. Usuária de
formação Renato Archer (CTI). software livre desde 2002, é programadora e
coordenadora da Comunidade InVesalius,
Segundo Jarbas Cardoso, coordenador do trabalhando desde 2004 no Centro de
Tecnologia da Informação Renato Archer
projeto, o lançamento do Grupo de Interesse rela- (CTI), unidade de pesquisas do Ministério da
cionado a qualidade vai possibilitar que o conhe- Ciência e Tecnologia em Campinas.
QUADRINHOS
Por Wesley Samp, Wallisson Narciso e José James Figueira Teixeira
OS LEVADOS DA BRECA
http://www.OSLEVADOSDABRECA.com
NANQUIM2
AGENDA LOTADA
http://josejamesteixeira.blogspot.com
AGENDA
NOVEMBRO Evento: Game Development
School 2009 DEZEMBRO
Evento: CESoL-CE Data: 20/11/2009
Data: 10 a 13/11/2009 Local: São Leopoldo/RS Evento: DISI 2009 – Dia Interna-
Local: Fortaleza/CE cional de Segurança em Infor-
Evento: JBOSS: Conceitos, De- mática
Evento: LinguÁgil – Misturando safios e Soluções Data: 02/12/2009
Linguagens e Agilidade Data: 21/11/2009 Local: Salvador/BA
Data: 12 a 14/11/2009 Local: São Paulo/SP
Local: Lauro de Freitas/BA Evento: Palestra - Atualidades
Evento: 1ª Conferência Web e tendências em estratégias
Evento: Seminário de C e C++ W3C Brasil corporativas no meio digital
para Sistemas Embarcados Data: 23 e 24/11/2009 Data: 03/12/2009
Data: 14/11/2009 Local: São Paulo/SP Local: São Paulo/SP
Local: São Paulo/SP
Evento: Palestra - Virtualização Evento: Java Enterprise Day
Evento: Javaneiros 2009 em Sistemas Computacionais Data: 05/12/2009
Data: 14/11/2009 Data: 24/11/2009 Local: Goiânia/GO
Local: Campo Grande/MS Local: Rio de Janeiro/RJ
Evento: ENESI – Encontro Naci-
Evento: GeoLivre Conference Evento: 1ª Plone Symposium onal das Empresas de Software
2009 South America e Serviços de Informática
Data: 17 a 20/11/2009 Data: 24 e 25/11/2009 Data: 08/12/2009
Local: Brasília/DF Local: São Paulo/SP Local: Brasília/DF
Evento: Show Day – Comprome- Evento: PHP Conference Brasil Evento: Sun Tech Days
timento: como lidar com mudan- Data: 26 a 29/11/2009 Data: 08 e 09/12/2009
ças e avanços em TI Local: Osasco/SP Local: São Paulo/SP
Data: 17/11/2009
Local: São Paulo/SP Evento: Dev In Sampa 2009 Evento: GOPHP Conference
Data: 28/11/2009 2009
Evento: Palestra - Rodando pro- Local: São Paulo/SP Data: 12/12/2009
gramas Windows... Sem Win- Local: Goiânia/GO
dows Evento: H2HC 6th - Hackers To
Data: 19/11/2009 Hackers Conference
Local: Rio de Janeiro/RJ Data: 28 e 29/11/2009 Divulgação de eventos:
Local: São Paulo/SP revista@espiritolivre.org