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UNIVERSIDADE DO ALGARVE
CAPITULO II
ÍNDICE
Vimos no capítulo 1.0 Hidrologia que a terra dispõe de pouca água doce quando
comparada com a água dos oceanos.
Os oceanos contêm 97,13% da água do planeta, as massas polares e geleiras 2,24%
e as águas subterrâneas 0,61% sendo que, mais de metade, se encontra a mais de 800 m
de profundidade, inacessíveis para os actuais meios de operação.
A água subterrânea ocupa os vazios do solo e subsolo e constitui reservas
importantes. Ela movimenta-se com velocidade muito baixas (percolação).
A quantidade de água existente num solo ou rocha é função da constituição geológica
do mesmo, da sua área de contribuição e da inclinação das camadas.
Materiais soltos com grande porosidade são os que armazenam maior quantidade de
água.
O aproveitamento das águas subterrâneas não tem sido o mais racional devido ao
deficiente conhecimento dos aquíferos, à falta de estudos e a técnicas pouco adequadas.
O abastecimento público, através da captação de águas subterrâneas, tem sido
utilizado em vários países de acordo com as percentagens:
Alemanha Ocidental 75%
Inglaterra 50%
Estados Unidos 20%
Embora varie de país para país, consoante a maior ou menor disponibilidade hídrica,
pode considerar-se como bom um poço que produza 50 m3/hora e muito bom um que
forneça 100 m3/hora. Um poço que produz mais de 100 m3/hora (28 l/s) é considerado de
alto caudal.
Vv
P=
VT
sendo:
VV volume de vazios;
VT volume total da rocha;
Para que uma rocha possa armazenar água é necessário que contenha poros, pois
estes podem ser preenchidos com água. Mas esta água nem sempre é de fácil extracção.
Quando se pode extrair água de uma rocha, em condições económicas e quantidades
razoáveis estamos em presença de um aquífero.
Aquífero é uma rocha da qual se pode extrair água em quantidades satisfatórias.
O valor da quantidade da quantidade satisfatória varia de região para região, mas
num clima semi-árido , pode considerar-se como economicamente viável um poço que
forneça um caudal superior a 2000 l/hora.
Num aquífero os vazios devem conter água que possa movimentar-se e ser extraída
por meio de drenos ou furos.
As rochas que contêm água, como por exemplo as argilas, mas das quais não se
pode extrai-la em condições económicas, denomina-se aquitard ou aquiclude.
Aquitard é uma rocha que pode produzir pequenas quantidade de água,
apresentando permeabilidade média a baixa.
Permeabilidade á a maior ou menor facilidade com que a água se move no interior da
rocha sob acção da gravidade.
A permeabilidade depende do tamanho e número dos poros e da sua forma e
distribuição dos elementos sólidos componentes do meio.
2.2. Aquíferos
De acordo com a pressão a que o aquífero está submetido, podemos fazer a seguinte
distribuição:
Estão parcialmente saturados de água cuja base é uma camada impermeável ou semi-
impermeável. O topo é limitado pela superfície livre da água, sob a pressão atmosférica.
Por não haver pressão a água de um poço escavado sobre o aquífero freático, não
subirá de nível.
Superficie do solo
NA
Nível freático
vel
Base Impermeá
Recarga
Poço freático
Poço freático
Superficie piezométrica
Superficie freáti
ca
Estrato confinado
Aquifero freático
Aquifero confinado
Estrato impermeável
Superficie freática
Superficie piezométrica
Aquifero semi-confinado
Base impermeável
Superficie piezométrica
Camada semi-confinante
Superficie freática
Sentido da drenagem
Aquifero semi-confinado
Base impermeável
a) zona de aeração
b) zona de saturação
É na zona de aeração que trabalham os agrónomos pois é daí que as plantas retiram
os nutrientes necessários à sua vida vegetativa.
Na zona de saturação os poros estão preenchidos com água e a porosidade mede a
água contida por unidade de volume.
Uma área com 100 m2 e espessura de 5 m que apresenta uma porosidade de 10%
tem armazenados 50 m3 de água. Mas este volume não é extraído fácilmente por simples
drenagem natural ou por bombeamento. Sobre essa água agem forças contrárias à
gravidade que retêm a água contida no material, forças capilares e de tensão superficial. É a
retenção especifica ou capacidade de campo.
Retenção especifica ou capacidade de campo é a parte da água retida na rocha, que
não é drenada por gravidade e é calculada por:
100 ⋅Va
Cc =
Vr
sendo:
Cc retenção especifica;
Va volume ocupado pela rocha;
Vr volume saturado total da rocha.
Porosidade especifica é a água que pode ser drenada e pode ser dada pela seguinte
relação:
100 ⋅ Vd
Pe =
V
sendo:
Pe porosidade especifica;
Vd volume de água drenada;
V volume total da rocha saturada.
A reserva permanente que corresponde à água que não pode ser removida do solo
por capilaridade, gravidade ou osmose é medida pelo teor de humidade no ponto de
emurchecimento ou ponto de murchamento.
A ordem de grandeza dessas variáveis, expressa em mm de água por metro de
profundidade é:
Água no solo
Água capilar
Zona de
Água subterrânea
saturação
Leito impermeável
Q
1
2
Plano de referência
Q
velocidade aparente de filtração;
A
k permeabilidade ou conductividade hidráulica.
A Lei de Darcy é válida para um numero de Reynolds Re < 1 que é o caso geral dos
escoamentos em hidráulica subterrânea.
Dupuit foi quem primeiro estabeleceu leis sobre o fluxo teórico de água em aquíferos
livres.
Em 1935 Theis abordou a teoria de um poço em aquífero homogéneo, introduzindo a
noção de tempo.
Actualmente existe um numero elevado de expressões matemáticas em hidrogeologia.
As teorias de Thiem, Theis-Jacob e Rose Smith são as mais conhecidas.
2.2.7. Terminologia
ND Nível dinâmico
Camada impermeável
Pode afirmar-se que estes furos são derivados dos furos escavados mas melhor
desenvolvidos. São também conhecidos por colectores horizontais devido à existência de
drenos radiais.
O poço radial consta de:
a) poço colector com diâmetro entre 3 a 5 metros e profundidade relativamente
pequena, até 10 metros;
b) filtros radiais ou drenos radiais.
A construção ou perfuração pode ser manual ou mecânica. A abertura destes furos
apresenta sempre grande dificuldades devido à abundância de água. Para facilitar o trabalho
tem que se usar bombagem eficiente, geralmente bombas de alta sucção ou lama
bentonítica.
O revestimento pode ser feito com manilhas de betão ou com anéis de aço que são
acoplados à medida que se prossegue com a perfuração.
Quando termina a perfuração, em profundidade onde o caudal é abundante,
procede-se à limpeza e consolidação do fundo e depois à colocação dos drenos filtrantes.
Os drenos podem ser colocados por cravação (a extremidade terá que ser
pontiaguda) com as extremidades enroscadas à medida que se avança, ou com jacto de
água, isto é, faz-se um revestimento provisório, colocam-se dentro os filtros e extrai-se o
revestimento com a ajuda de macacos hidráulicos.
Construção
Para se cravar uma ponteira abre-se, a trado com diâmetro ligeiramente maior, um
furo cuja profundidade será até onde o terreno começa a desmoronar.
Em seguida afastam-se os tubos, geralmente de 1 m e faz-se a cravação com marreta
na extremidade superior do tubo, que é protegido por um cabeçote que receberá as
pancadas dadas pela marreta. Se as pancadas não forem centradas haverá danos na rosca
dos tubos.
Sistema de ponteiras
Os furos cravados fornecem pequenas vazões, em torno de 1000 l/h, de acordo com
a possança do aquífero.
É o ideal para habitações isoladas ou pequenas comunidades.
Quando se desejam vazões maiores, como é o caso de rebaixamentos de lençóis
freáticos, costuma montar-se um sistema de múltiplas ponteiras, espaçadas regularmente e
operadas em conjunto.
São furos que raramente atingem profundidades superiores a 20 m e por isso podem-
se considerar rasos. Por serem rasos destinam-se à captação de água de lençóis freáticos.
O diâmetro varia entre 50 a 200 mm (2'' a 8'').
São furos de fácil execução, ideais para a abastecimento de pequenas comunidades
ou propriedades agrícolas.
Existem vários tipos de trados, mecânicos ou manuais, conforme o tipo de solo que
se vai perfurar. Os tubos são equipados com hastes ( de 1,00 m de comprimento) que se
juntam umas às outras, através de roscas.
Cascalho Cascalho
Filtro
Aquífero Aquífero
A perfuração é feita com tubo guia, que constitui o revestimento provisório, cuja
extremidade inferior é dentada para facilitar a penetração.
Após a perfuração é colocado o revestimento definitivo que pode ser um tubo de aço
galvanizado ou PVC rígido. Na extremidade é colocado um filtro. Entre os tubos do
revestimento provisório e do definitivo é colocado cascalho, de granulometria adequada,
que deverá ficar, pelo menos, um metro acima do nível freático. Em cima deste cascalho é
feita uma cinta de argila, com 2 cm de espessura, à qual se segue o enchimento, com pasta
de argamassa.
Á medida que o espaço anelar vai sendo preenchido com cascalho, ou com
argamassa, vai sendo retirado o tubo que constitui o revestimento provisório.
O poço perfurado a trado pode ser "desenvolvido" ou seja melhorado, por meio de
um compressor.
São furos rasos. As partículas de solo são desalojadas por meio de um jacto de água
de alta pressão. Este tipo de perfuração só é recomendável para solos brandos, arenosos
ou silto arenosos.
Quando as formações são mais duras usa-se o método de perfuração a trado.
Este método requer muita água, durante a perfuração, o que limita bastante o seu uso.
a) perfuração a cabo
b) rotativo com lama de circulação directa ou inversa
Percussão a cabo
Na perfuração de furos para água é o mais difundido, e preferido pelas empresas
especializadas , porque o equipamento é de fácil transporte e manutenção além do seu
baixo custo operacional.
Este método consiste em se deixar cair, em queda livre, alternadamente, um conjunto,
constituído por haste, trépano percursor e porta cabo, que está suspenso por um cabo
montado num tambor. Um balancim regulável dá movimento ao cabo.
O trépano, ao cair em queda livre, rompe o material rochoso triturando-o e,
simultaneamente, ao girar sobre o seu próprio eixo, abre um furo circular.
Um poço pode ser contaminado através de aquíferos indesejáveis como sejam água
salgada (furos próximos do mar) ou poluentes industriais (próximo de um rio) ou de
coliforms (próximo de fossas). Os cuidados devem ser tomados ao planear-se a
perfuração, durante esta e posteriormente fazendo uma análise completa.
O poço só deve ser perfurado se houver condições de isolá-lo de águas estranhas
através de uma cimentação que garanta uma protecção eficaz.
Método do ar comprimido
Abrange dois métodos
a) lavagem invertida ("back washing")
b) poço aberto ou surgimento ("surging")
Método da super-bombagem
Por ser muito simples é o mais difundido entre os perfuradores. É aconselhável só
para o caso de formações arenosas onde a quantidade argila/silte seja muito pequena. O
seu emprego é mais eficiente quando os aquíferos apresentam granulometria uniforme.
O método consiste em bombear-se o poço com um caudal maior do que aquele que
ele é susceptível de oferecer. Isto provoca um rebaixamento maior o que faz com que as
partículas menores se desloquem.
A super-bombagem requer o uso de equipamento com capacidade maior do que o
normalmente utilizado.
Método do pistão
É um método simples que combina rapidez e eficiência com simplicidade de operação
e baixo custo. O equipamento não é sofisticado.
Opera-se um pistão, dentro do poço, com movimentos de subida e descida
provocando um fluxo e refluxo da água, segundo a direcção do aquífero. Este movimento
origina o rearranjo dos grão em torno do filtro, melhorando a permeabilidade.
São utilizados nos aquíferos pobres onde a baixa permeabilidade é devida à presença
de argila ou silte disseminadas na matriz arenosa. Por outro lado a perfuração com sonda
rotativa obriga à disseminação da lama de perfuração que colmata as paredes do poço e é
de difícil remoção mecânica.
Neste caso usam-se os métodos mecânicos adicionando-se compostos químicos que
actuam como dispersantes, desfloculando a argila existente no aquífero.
Os dispersantes mais utilizados são o hexa-metafosfato de sódio, tetra-pirofosfato de
sódio, tri-polifosfato de sódio e o tanino comercial.
b) método do flutuador
c) descarregadores
Utilizam-se os descarregadores, já descritos neste curso. O mais difundido é o
triangular com ângulo de 90º - Thomsom. Para vazões grandes utiliza-se o descarregador
Cipolleti.
d) Orifício circular
Tubo manométrico
D d
2) Na boca do tubo de descarga adapta-se uma redução. Por exemplo no ábaco tem
de 6'' para 3'', 8'' para 5'' etc.
3) A partir da redução e a uma distância mínima de 0,6D até 8D abre-se um furo de
1/4'' (6,25 mm) e solda-se um pequeno tubo em L ao qual é acoplado um tubo de plástico
transparente que tem que ficar vertical. Para facilitar as leituras prende-se uma escala
graduada.
4) A água, ao passar pela redução, aumenta de velocidade o que se traduz num
aumento de pressão que é lido directamente no tubo plástico devido à subida da água.
5) No ábaco estão calculados os caudais para diferentes cargas (h) e diferentes
combinações de tubos de descarga e orifícios.
Figura 2.2.14.2 - Ábaco para o cálculo do caudal para descarga em tubo livre
Q = k ⋅ A⋅ 2 ⋅ g ⋅ h
sendo:
Q caudal (m3/s);
k constante tabelada;
h diferencial de pressão medido (m);
g 9.81 m/s2