A cidadania é o conjunto de direitos e deveres exercidos por um
indivíduo que vive em sociedade, no que se refere ao seu poder e grau de intervenção no usufruto de seus espaços e na sua posição em poder nele intervir e transformá-lo. Essa expressão vem do latim civitas, que quer dizer cidade. Antigamente, cidadão era aquele que fazia parte da cidade, tendo direitos e deveres por nela habitar. Atualmente, esse conceito extrapola os limites urbanos, podendo ser compreendido no espaço rural. A expressão da cidadania frequentemente está associada ao campo do direito, em que existe uma série de legislações voltadas para os direitos e deveres que o cidadão possui. Dentre os deveres, destaca-se o voto eleitoral (que também é um direito), o zelo pelo espaço e o cumprimento das leis. Entre os direitos, destaca-se o de ir e vir, bem como o de ter acesso à saúde, moradia, alimentação e educação. O conceito de cidadania também está relacionado à nacionalidade do indivíduo, isto é, à legalidade de sua permanência em um determinado território administrado por um Estado Nacional. Fala-se, por exemplo, de cidadania brasileira, cidadania portuguesa e cidadania americana. Em casos de descumprimento dos deveres, o indivíduo poderá ter parte de sua cidadania caçada, a exemplo de presidiários que possuem o direito de votar vetado, dentre outras limitações impostas pela lei penal. O Cidadão e o Direito ao Espaço
Se, no campo do direito, somos todos cidadãos, na prática, isso
ocorre? Em outras palavras, sobre o benefício do uso do espaço entre os nossos direitos, somos todos cidadãos? Infelizmente, nem todos. Existem muitos indivíduos que legalmente possuem cidadania, mas que não dispõem de condições sociais, estruturais e materiais para exercê-la. Existem muitos autores no âmbito da Filosofia e das Ciências Sociais, como Henri Lefebvre, Theodor Adorno e muitos outros, que se portam de maneira crítica sob a pretensa ideia de que todos os indivíduos são cidadãos. Primeiramente, muitos são excluídos socialmente em função das desigualdades geradas pelo sistema capitalista de produção. Em segundo lugar, ocorre, muitas vezes, a reificação – isto é, a coisificação, a transformação do ser em mercadoria – da figura do cidadão na sociedade contemporânea. O geógrafo Milton Santos – em sua obra O Espaço Cidadão – afirma que “Em lugar do cidadão formou-se um consumidor, que aceita ser chamado de usuário”, ou seja, o processo de produção e reprodução capitalista transformou o indivíduo em consumidor e as relações de cidadania, em disputas pelo espaço da cidade.
Por Me. Rodolfo Alves Pena
O mercado de trabalho é uma expressão utilizada pra se referir as
formas de trabalho que possam existir, sendo remunerados de alguma forma, seja trabalho manual ou intelectual. As pessoas vendem sua força de trabalho por um salário, que pode ser em dinheiro, moradia, bonificação, ou outra forma de recompensa pelo trabalho exercido.
Dentro do mercado de trabalho existem diferentes relações, como a
oferta e a demanda, que se caracteriza na parcela de trabalho oferecido, ou seja, a quantidade de vagas de emprego, e a parcela de trabalhadores disponíveis para vender sua força de trabalho para essas vagas, o que muitas vezes é maior.
O mercado de trabalho é dividido em setores:
Setor Primário: onde estão as relações de trabalho que lidam
diretamente com a matéria-prima, como a agricultura, a pecuária e a extração mineral e vegetal; Setor Secundário: onde estão as relações de trabalho que lidam com a modificação da matéria-prima, construindo objetos utilizáveis, como as indústrias e a construção civil; Setor Terciário: onde estão as relações de trabalho interpessoais, ou seja, que há correspondência entre as pessoas, a prestação de serviços, como o ramo de vendas, bancos, hospitais, escolas, ou seja, quando a forma de trabalho lida com pessoas e não com os objetos como principal foco de trabalho. É esse setor que se encontram principalmente a força de trabalho intelectual.
Mesmo com a divisão de trabalhos nos três setores, há uma inter-
relação entre elas, ou seja, a matéria prima que é extraída no setor primário é modificada e se transforma em um objeto no setor secundário e posteriormente é comercializada no setor terciário.
Os trabalhadores são classificados como População Economicamente
Ativa (PEA), e se distribuem por esses setores trabalhistas, e classificam a economia de um país a partir do setor que possui o maior número de trabalhadores. Por exemplo, os países mais desenvolvidos economicamente tem uma tendência a possuírem a maior parte de sua população economicamente ativa no setor terciário, já os países com baixo desenvolvimento econômico (subdesenvolvidos) possuem a maior parte de sua população economicamente ativa no setor primário, os países em desenvolvimento econômico (países emergentes) possuem a maior parcela de sua população economicamente ativa no setor secundário, ou seja, há uma transição dos setores em relação a economia do país.
No mercado de trabalho existem duas classificações de trabalho:
o trabalho formal, onde há registro na carteira de trabalho, contribuições à previdência social, legalidades trabalhistas e o trabalho informal, que não há registro, não há pagamento da contribuição previdenciária, e tem crescido muito nos últimos tempos. O crescimento do trabalho informal tem prejudicado a previdência pública, pois não há entrada das contribuições para que haja o pagamento das aposentadorias, criando um deficit econômico nas contas do governo. Um dos principais fatores que levam ao aumento significativo do trabalho informal são as crises econômicas, que implicam muitas vezes no trabalho autônomo da população.
O desemprego é outra característica do mercado de trabalho, quando
a quantidade de vagas oferecidas é menor que o número de pessoas para exercerem o trabalho. O mesmo pode ocorrer de outras formas, como o desemprego conjuntural e o desemprego estrutural. O desemprego conjuntural é o associado as crises econômicas, onde há baixo crescimento econômico, tendo quedas na produção, nas vendas, ou até mesmo devido problemas naturais como secas e geadas, interferindo na produção do setor primário, causando demissões da população que trabalha nesses ramos. Outra forma de desemprego é o estrutural, ou também chamado de tecnológico, que ocorre em consequência da substituição da mão de obra por máquinas, a entrada de robôs, tratores, computadores, são fatores que causam a dispensa dos trabalhadores que são substituídos por máquinas, que não necessitam de remuneração econômica por sua produção.
O mercado de trabalho passou por evoluções, principalmente no que
diz a entrada das tecnologias, extinguindo algumas profissões, causando o desemprego estrutural. Por outro lado há criações de novas profissões, que necessitam dessas tecnologias, onde há relações diretas com os meios tecnológicos, por exemplo o profissional de Tecnologia da Informação (TI), que tem crescido muito nos últimos tempos. A ampliação do uso de máquinas principalmente nas indústrias, gera uma diminuição da população que trabalha no setor secundário, porém há um aumento do setor terciário. Essa tecnologia nos setores trabalhistas aumentam a necessidade de maiores especializações de ensino, maior qualificação das forças de trabalho, onde vão exercer maiores e mais complexas funções.
A participação das mulheres no mercado de trabalho é outro fator
que tem aumentado a modificação desse campo. A entrada da mulher no mercado de trabalho é algo que tem crescido gradativamente, pois ainda há preconceito em muitas áreas para a entrada das mulheres, o que implica em maior profissionalização das mulheres em relação aos homens, conseguindo ampliar sua presença nesse mercado. Porém ainda há desigualdade na remuneração da força de trabalho das mulheres em relação aos homens, mesmo exercendo as mesmas funções, o homem recebe mais do que a mulher, fato que deve ser rebatido, e a igualdade salarial prevalecer.