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– O crescimento da fé.
Este gentio surge aos nossos olhos como uma alma de grandes virtudes. É
um homem que sabe mandar, pois diz a um soldado vai, e ele vai; e a outro:
vem, e ele vem. E ao mesmo tempo tem um grande coração, sabe querer aos
que o rodeiam, como é o caso desse servo doente, por quem faz tudo o que
pode para que se cure. É um homem generoso, que tinha construído a
sinagoga da cidade: faz-se respeitar e querer, pois, como escreve São Lucas,
os judeus que recorreram a Jesus insistiram dizendo-lhe: Ele merece que lhe
faças esta graça, porque é amigo da nossa nação.
Peçamos hoje ao Senhor uma sincera humildade que nos aproxime dEle,
que aumente e fortaleça a nossa fé e que nos disponha a fazer em tudo a sua
santíssima Vontade. “Confiaste-me que, na tua oração, abrias o coração com
as seguintes palavras: «Considero, Senhor, as minhas misérias, que parecem
aumentar apesar das tuas graças, sem dúvida pela minha falta de
correspondência. Reconheço a ausência em mim da menor preparação para o
empreendimento que pedes. E quando leio nos jornais que tantos e tantos
homens de prestígio, de talento e de dinheiro falam e escrevem e organizam
para defender o teu reinado... olho para mim e vejo-me tão ignorante e tão
pobre, numa palavra, tão pequeno... que me encheria de confusão e de
vergonha se não soubesse que Tu me queres assim. Ó Jesus! Por outro lado,
sabes bem que coloquei a teus pés, com a maior das boas vontades, a minha
ambição... Fé e Amor: Amar, Crer, Sofrer. Nisto, sim, quero ser rico e sábio,
mas não mais sábio nem mais rico do que aquilo que Tu, na tua Misericórdia
sem limites, tenhas determinado: porque devo pôr todo o meu prestígio e honra
em cumprir fielmente a tua justíssima e amabilíssima Vontade»”3.
II. EM VERDADE VOS DIGO que não encontrei tamanha fé em Israel. Que
elogio imenso! Com que alegria não teria o Senhor pronunciado essas
palavras! Meditemos hoje como é a nossa fé e peçamos a Jesus que nos
conceda a graça de crescer nela dia a dia.
Santo Agostinho ensinava que ter fé é “credere Deo, credere Deum, credere in
Deum”4, numa forma clássica entre os teólogos. Quer dizer: dar crédito a Deus,
isto é, aceitar a sua autoridade que vem ao nosso encontro e se dá a conhecer;
crer em todas as verdades que Deus nos comunica nesse encontro pessoal; e,
por último, crer em Deus, amando-o, confiar n’Ele sem medida. Progredir na fé
é crescer nestas facetas.
O fim dos milagres que o Senhor realizou foi o bem daqueles que se
aproximavam d’Ele: para que creiam que Tu me enviaste8. As suas obras de
misericórdia corporais transformaram-se num bem muito maior para a alma.
Por isso, naquela tarde, quando o centurião pôde ver curado o seu servo, o
milagre uniu-o mais a Jesus. Não nos custa admitir que, depois do
Pentecostes, tenha sido um dos primeiros gentios a receber o Baptismo, e que
terá sido fiel ao Mestre até o fim dos seus dias.
Recorremos a Nossa Senhora para que nos ensine a crescer nesta virtude
em que a fé assenta os seus alicerces firmes. “A Escrava do Senhor é hoje a
Rainha do Universo. Quem se humilha será exaltado (Mt 23, 12). Saibamos
colocar-nos ao serviço de Deus sem condições e seremos elevados a uma
altura inacreditável; participaremos da vida íntima de Deus, seremos como
deuses!, mas pelo caminho regulamentar: o da humildade e docilidade ao
querer do nosso Deus e Senhor”12.
(1) Lc 7, 1-10; (2) cfr. Santo Agostinho, Sermão 46, 12; (3) São Josemaría
Escrivá, Forja, Quadrante, São Paulo, 1987, n. 822; (4) Santo Agostinho, Sermão 144, 2; (5)
cfr. Pedro Rodríguez, Fe y vida de fe, EUNSA, Pamplona, 1974, págs. 124-125; (6) ibid., pág.
125; (7) cfr. Jo 4, 7; (8) Jo 11, 42; (9) Santo Agostinho, Sobre o dom da perseverança, 17, 47;
50, 641; (10) Ti 4, 6; (11) cfr. Lc 1, 45 e segs.; (12) Antonio Orozco Delclos, Olhar para
Maria, Quadrante, São Paulo, 1992.