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RELATORIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA

Unidade de Tratamento Térmico de Resíduos

RIMA
RELATORIO DE IMPACTO
AMBIENTAL
UNIDADE DE TRATAMENTO TÉRMICO DE RESÍDUOS DE SAÚDE

Outubro de 2008

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RELATORIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA
Unidade de Tratamento Térmico de Resíduos

Apresentação
A AMS Consultoria e Assessoria Ltda apresenta o presente estudo denominado
RELATORIO DE IMPACTO AMBIENTAL - Da Unidade de Tratamento Térmico
de Resíduos de Saúde do Grupo Atento, que pretende ser instalado no
município de Moreno na Região Metropolitana de Recife.
O documento RIMA, é um resumo não técnico do estudo, ou seja, deve ser
escrito em uma linguagem menos técnica que o EIA, de forma a permitir o
entendimento de leitores não familiarizados com o assunto. Espera-se ter
cumprido com esse objetivo, e que as informações consignadas neste
documento sejam facilmente assimiláveis pelos interessados no tema.
O empreendimento está sendo proposto para ser implantado na margem
direita da BR-232 (km 21) no município de Moreno, 500m após a entrada para
Matriz da Luz.

O Grupo Atento não é da área de segurança?


Na verdade, a vocação do Grupo Atento é a prestação de serviços através de
investimentos em diversos campos, dentre os quais o segmento de segurança
é o mais conhecido.
A empresa entrou no tema da gestão ambientalmente correta de resíduos de
saúde perante o panorama do Estado e do Nordeste, no qual, face á crescente
demanda só existe uma empresa prestadora de serviço licenciada pelo órgão
ambiental.
Desde esse ponto de vista a iniciativa do Grupo Atento e do mesmo
empreendimento é clara. A concorrência de mercado é saudável, abre as
portas para uma melhoria na qualidade de prestação do serviço, abre o leque
de possibilidades para os geradores deste tipo de resíduo, podendo mesmo
desencadear uma diminuição da política tarifária com benefícios para as
prefeituras e geradores particulares, facilitando o enquadramento dos
geradores dentro da legislação ambiental em vigor.
Visto assim, fica evidente que a ATENTO Soluções Ambientais vem somar
esforços por melhorar a qualidade ambiental do Estado de Pernambuco,
disponibilizando tecnologia de ponta e preços competitivos.

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Figura 1. Localização do empreendimento na margem direita da BR-232 (km 21) no


município de Moreno, 500m após a entrada para Matriz da Luz.

Constituem-se em objetivos do empreendimento:

 Disponibilizar no mercado uma alternativa de tratamento de RSS com


tecnologia de ponta a preços de mercado competitivos;

 Auxiliar no enquadramento dos geradores de RSS aos preceitos da


proteção ambiental;

 Impulsionar um aumento na quantidade de RSS que são tratados


adequadamente no Estado de Pernambuco;

 Prestar um serviço de qualidade e de interação permanente com o


órgão ambiental;

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O Que exactamente é o tratamento térmico de


Resíduos?
A resolução CONAMA nº 283/01 define um sistema de tratamento de Resíduos
de Saúde como o conjunto de unidades, processos e procedimentos que
alteram as características físicas, físico-químicas e biológicas dos resíduos e
conduzem à minimização do risco à saúde pública e à qualidade do meio
ambiente.
O Tratamento Térmico de resíduos mais conhecido como Incineração, é um
desses tratamentos e consiste tecnicamente em destruir os resíduos
(biológicos e químicos) mediante um processo de combustão no qual estes
são reduzidos a cinzas.

Queimar resíduos é igual que incinerar?


De forma alguma. A queima normal de qualquer substancia em uma fogueira,
por exemplo, produz uma combustão incompleta, ou seja, as condições de
temperatura, oxigênio e de controle mesmo do processo são insuficientes para
impedir que vários poluentes sejam lançados para a atmosfera junto com a
fumaça.

Foto 1 - Queima de resíduos em lixão

Já a incineração é uma tecnologia que vem sendo estudada desde há mais de


40 anos, apresentando uma evolução tecnológica notória.

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Os incineradores modernos são equipados com duas câmaras de combustão


(primária e secundária) providas de queimadores capazes de alcançar a
combustão completa dos resíduos e uma ampla destruição das substâncias
químicas nocivas e tóxicas (dioxinas, furanos, etc.). Na câmara de combustão
secundária se alcançam temperaturas em torno de 1.100ºC, adicionalmente se
opera com um tempo de permanência suficiente para permitir a destruição
total dos poluentes. Para tratar o fluxo de gases e as partículas arrastadas,
antes de serem liberadas na atmosfera, são agregadas torres de lavagem
química, ciclones, filtros, etc.

Incinerar os resíduos é obrigatório ?


Não. Obrigatório é o tratamento antes da disposição final no meio ambiente,
no entanto, existem vários procedimentos de tratamento dos RSS, estando
estes associados aos diversos grupos de resíduos conforme apresentado na
tabela a seguir:

Tabela 1 – Tratamento adequado para cada grupo de RSS

GRUPOS DE RSS
Tipo de Grupo A Grupo B Grupo C
Tratamento Risco Biológico Risco Químico Risco Radioativo
Incineração  
Autoclave 
Tratamento Químico 
Microondas 
Ionização 
Decaimento 
Fonte: Gerenciamento de RSS- Ministério de Saúde – REFORSUS,2001

Dos métodos de tratamento listados na tabela acima, apenas dois se


constituem em verdadeiras alternativas tecnológicas para tratamento de
resíduos no estado de Pernambuco: a incineração e a autoclavagem.
A autoclavagem ou esterilização a vapor, amplamente utilizado em
laboratórios consiste na eliminação dos microrganismos patogênicos, através
da exposição da massa de resíduos ao vapor saturado, por um período de
tempo pré-determinado em condições controladas de temperatura e pressão.

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Por que foi escolhido o processo de incineração ?


A incineração apresenta varias vantagens, a principal delas refere-se ao fato
de poder tratar todas as classes de resíduos gerados em centros de saúde, a
diferença de outros processos que tem aplicabilidade limitada.

A tabela a seguir compara as duas tecnologias em termos das suas vantagens


e desvantagens.

Tabela 2 – Comparativo das tecnologias de Incineração


Alto custo de implantação, operação e Não há redução de volume e nem
Desvantagens (-)

manutenção, incluindo as análises das descaracterização dos resíduos


emissões gasosas. tratados
Potencial emissão atmosférica de compostos
Baixa capacidade de tratamento
perigosos.
Possível presença de metais pesados no Limitação quanto aos tipos de
produto resultante da incineração, as cinzas. resíduos a serem tratados

Incineração Autoclavagem
Alto poder de redução do volume dos
resíduos (em torno de 90%),
conseqüentemente menor volume de Facilidade de operação
Vantagens ()

resíduos a ser disposto em solo, ampliando


a vida útil do aterro sanitário.
Baixo custo de operação e
Elevada capacidade de tratamento.
manutenção
Eficácia na descaracterização física dos Pequena área física necessária a
resíduos. implantação do sistema

O empreendimento vai atender só o município de


Moreno ?
Não, o empreendimento terá uma abrangência regional. Dentro da gestão de
resíduos sólidos como um todo, as unidades de tratamento de resíduos de
saúde são diferenciadas, tendo em vista que não objetivam o atendimento de
um único município, o que seria inviável economicamente. Muito pelo
contrário, os incineradores são equipamentos de alto custo que para serem
viabilizados precisam abranger um grande volume de resíduos proveniente de
uma área de influência que, em alguns casos, pode ter abrangência mais do
que regional.
A Unidade de Tratamento Térmico de Resíduos do Grupo Atento tem uma
expectativa inicial nessa linha de abrangência. A sua localização estratégica na

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BR-232 deixa visualizar uma clara possibilidade de captar uma parcela do


mercado crescente da cidade do Recife e da RMR em geral, bem como da
zona da mata e a região do Agreste.
Antecipando um pouco o que será a descrição do empreendimento, menciona-
se que o projeto considera a instalação de dois (2) incineradores com
capacidade total do sistema de 220 kg/hora, funcionando 16 horas por dia, ou
seja, com capacidade de atender 3,5 t/dia de resíduos RSS.
Para adquirir uma ordem de grandeza sobre a capacidade de incineração da
unidade, observa-se o caso do município de Moreno, sede do
empreendimento. A geração de resíduos de saúde está na faixa de 263,0
kg/dia, dos quais 66,0 kg/dia correspondem à parcela perigosa encaminhada
para incineração. Por sua vez, os dois equipamentos do Grupo Atento,
possuem capacidade para atender uma demanda de 3.500 kg/dia, 13 vezes
maior que a produção de Moreno.

Qual foi o critério que determinou a escolha da


área?
Vários foram os critérios que levaram a propor a referida área como sede do
empreendimento. Sem dúvida nenhuma a localização estratégica na BR-232
aproxima o empreendimento do Agreste, da Mata Sul, da RMR, dos novos
empreendimentos como a SADIA de Vitória, do Porto de Suape que ficará
ainda mais accessível com a construção da chamada Perimetral Oeste, eixo
viário planejado que ligará a BR-408 com a BR-101.
A área escolhida é ideal em termos topográficos uma vez que abrange cotas
elevadas e contornos de vegetação de mata atlântica que a deixam
praticamente imperceptível para quem transita pela BR-232.
Pesou também na escolha o fato da área pertencer ao grupo desde há mais
de 15 anos, ou seja, antes de ter interesse no negocio do tratamento de
resíduos. Com efeito, a área de 2,012 hectares faz parte de um terreno de
aproximadamente 17,0 hectares que foi desmembrado em 7 chácaras. A
Chácara F de 2,012 hectares pertence ao GRUPO ATENTO Soluções
Ambientais Ltda. O título de propriedade está registrado no cartório, Livro n°
84 folhas 7 registro R- 4 -3634 Livro. 2– t. folhas Quat. 20 Matricula sob n°
3634. Registros de imóvel. N°14287.
No entanto, isso foi uma situação meramente ocasional, não tendo sido o
critério definitivo para a tomada da decisão.
Todo o processo de análise de alternativas foi conduzido tecnicamente sendo
evidente a dificuldade por se encontrar um terreno que não apresentasse
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algum tipo de restrição, especialmente no concernente à oposição das


comunidades.
Cabe anotar que o temor das comunidades vem motivado, em parte, pelo
desconhecimento e desinformação dos processos desenvolvidos neste tipo de
empreendimentos. No imaginário popular a conotação de estar-se trabalhando
com resíduos considerados perigosos pelo seu risco de contaminação
biológica, além do impacto cultural e até religioso do manuseio de partes
humanas, induz à comunidade a imaginar um cenário de altíssimo risco, o que
hoje em dia, não pode ser considerado como certo.

Existe alguma restrição legal para a implantação


do empreendimento na área apontada?
Não, porém, dois fatores devem ser ressaltados:
 De acordo com o Plano Diretor Participativo do Moreno Lei nº 343/06 a
localidade da área do empreendimento denomina-se de zona urbana 3 (ZU-3)
dentro da macrozona urbana, pois a mesma encontra-se na faixa de 700
metros da rodovia federal BR-232, área esta que deve ter sua ocupação
controlada, potencializando sua utilização de forma condizente com a
qualificação desejada para esse eixo viário estruturador. Não estão inseridos
na ZU-3 o loteamento Nossa Senhora das Graças e os núcleos urbanos de
Bonança e da Sede e os assentamentos rurais.
 A lei 9860/86 que delimita as áreas necessárias à proteção dos mananciais
coloca grande parte do município de Moreno (cerca de 70% de sua área)
como Área de Proteção de Manancial, estando o empreendimento inserido
dentro deste perímetro.
Assim, a área do empreendimento é considerada ao mesmo tempo como
urbana e como de proteção de mananciais.
Estes dois aspectos foram profundamente analizados no EIA por jurista
especializado, e demonstrado à luz da legislação que não se constituem em
impedimento para a instalação do empreendimento.
Já em termos de criterios técnicos ou normas reguladoras que definam
restrições para a instalação deste tipo de empreendimentos, destaca-se a
resolução CONAMA 316 de 2002, quiçá o único regulamento que cita algum
tipo de critério de localização do empreendimento. O artigo 9° da citada
Resolução menciona que incineradores de resíduos hospitalares não poderão
ser instalados em áreas residenciais.
A área escolhida para implantação do empreendimento não é residencial,
embora esteja inserida dentro do perímetro urbano do município de Moreno.
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O uso do solo atual é predominantemente Rural, ainda com um amplo


remanescente de mata atlântica que contorna o terreno do Grupo Atento pelos
lados norte e oeste e leste em menor proporção.
Verifica-se ainda um uso misto de pequenas chácaras, equipamentos de lazer,
cultivo de cana de açúcar e inclusive outros empreendimentos comerciais. Este
confinamento com mata é certamente uma potencialidade da área.
A ocupação humana residencial verifica-se em sentido sudeste com o
loteamento Nossa Senhora das Graças, localizado aproximadamente a 600m
do empreendimento do outro lado da BR-232, sendo a relativa proximidade
desta comunidade a principal restrição da área.

Tabela 3 – Resumo do uso e ocupação do solo dentro da AID

Uso (ha) (%)


Agua 2,90 0,93
Cana 3,41 1,10
Capoeira 32,08 10,32
Constr Rural 2,80 0,90
Estradas 4,73 1,52
Industria 0,49 0,16
Mata 108,12 34,80
Pasto 148,12 47,67
Solo Exposto 8,06 2,59
Total 310,69 100,00

Por que não no Distrito Industrial de Moreno?


Este citado distrito consiste de um recorte de terreno de 26,0 hectares
localizado a uma distância de 3km do empreendimento na margem norte da
BR-232, que, outrossim, ocupa a Faixa de domínio da BR-232.
A alternativa de implantar o empreendimento neste setor do município,
embora seu caráter industrial, apresenta varias incertezas, senão vejamos:

1. O distrito industrial corresponde a uma “Ilha” de 26 hectares, mergulhada


em uma grande mancha definida como perímetro urbano, deixando-o
igualmente suscetível a ser abraçado pela ocupação urbana.
2. O Vetor de crescimento de Moreno aponta justamente na direção do
Distrito Industrial, já que este avança em faixas paralelas à BR-232, assim,
a possibilidade de em um futuro próximo a comunidade ocupar a margem
da BR-232 aproximando-se do empreendimento é grande.

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3. Verificam-se grandes industrias de produção de ovos do lado norte e


noroeste do distrito industrial, o que de fato seria um empecilho para a
instalação nas proximidades de um empreendimento das características do
proposto, muito embora, a tecnologia adotada pelo empreendedor garante
as emissões das chaminés dentro dos padrões estabelecidos pela
Resolução CONAMA N° 316.

4. A topografia abrupta do Distrito Industrial vem sendo um empecilho para a


instalação de novos empreendimentos, tanto é que neste momento só
comporta duas indústrias.

5. O Distrito Industrial faz vizinhança com a Mata do Engenho Moreninha,


decretada como Reserva Ecológica pela Lei Estadual N° 9989/87.

As considerações acima citadas não são novidade para a Prefeitura de


Moreno, muito pelo contrario, atualmente se pleiteia junto à Secretaria de
Desenvolvimento Econômico do Estado de Pernambuco uma mudança do
Distrito Industrial. A área proposta para sediar o novo Distrito Industrial, situa-
se às margens da BR-232 nas proximidades do Distrito de Matriz da Luz, no
município vizinho de São Lourenço da Mata, em terras do Engenho Pocinho.

Grupo Atento

Ind. Ovos

Ind. Ovos
Distrito Industrial
Distrito Industrial

Figura 2. Localização do distrito Industrial e Vetor de Crescimento

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A PROPOSTA DO GRUPO ATENTO !

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O lay-out do projeto.

O projeto consiste na instalação de uma Unidade de tratamento por destruição


térmica de Resíduos de Serviços de Saúde, utilizando para isso dois (2)
incineradores novos de alta tecnologia com capacidade para incinerar resíduos
sólidos e semi-sólidos resultantes de atividades de saúde.
A capacidade instalada total, somando-se os dois incineradores é de 220
kg/hora (3,52 t/dia) no regime de trabalho de 16 horas por dia, das 07:00h às
23:00h, seis dias por semana.
A área a ser ocupada com a unidade de incineração e seus periféricos totaliza
9.352m², sendo que os restantes 10.648m² que complementam o terreno do
Grupo Atento ficarão como reserva, uma vez que estão ocupados, ora com
remanescente de Mata Atlântica, ora com gramíneas.
A distribuição de unidades dentro do terreno a ser ocupado pode ser
observada no quadro a seguir.

Guarita de controle de acesso


Prédio de alvenaria de aproximadamente 25,0m² composto por uma sala e um
banheiro onde será realizado o controle de entrada e saída de veículos.

Bloco administrativo
Prédio de alvenaria de 195,0m² com dimensões de 5,0 x 13,0m composto por 3
salas administrativas, 2 salas de diretoria (uma com banheiro), 1 sala de reunião, 2
banheiros, recepção, depósito e copa.

Bloco de serviços

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Prédio de alvenaria de 116,0m² composto por vestiários, refeitório, cozinha,


depósito e salão de jogos.

Bloco de banheiros para funcionários


Bloco de alvenaria de 3,90 x 3,00m com 2 sanitários masculinos e 2 sanitários
femininos.

Galpões de Incineração
Dois (2) galpões de Incineração com dimensões de 38,0 x 16,0 perfazendo uma
área coberta de 608,0 m². construídos em estrutura metálica com pé direito de
6,0m, cobertura de zinco a duas águas e paredes de alvenaria levantadas só a uma
altura de 1,80m para permitir uma grande circulação de ar.
Cada galpão estará composto pelos seguintes setores:

Com dimensões aproximadas de 3,85 x 2,75 será construída


em concreto e elevada do nível da rua para facilitar o
Área de descarrego das bombonas. Toda a unidade estará contornada
descarga por valetas de concreto com grades para evitar vazamentos da
de resíduos porção líquida dos RSS. Ditos efluentes serão descarregados
no reservatório de lavagem de gases que trabalha em circuito
fechado com reaproveitamento de água.

Cada galpão estará dotado de dois depósitos de resíduos


consistentes em plataformas de 4,35 x 2,75m com piso e
mureta lateral revestidos em cerâmica conformando uma bacia
Depósito de contenção, onde os resíduos descarregados em bombonas,
de resíduos serão re-acondicionados em bombonas de volumetria
adequada à capacidade de alimentação do incinerador.
Cada bacia terá uma única saída de drenagem que conduzirá
os efluentes para o sistema de tratamento.

Área para Uma faixa lateral do galpão será utilizada para a estocagem de
depósito de bombonas vazias.
bombonas
A área de incineração terá aproximadamente 300 m² com
capacidade para receber 2 incineradores e um lavador de
Área de gases.
Incineração Salienta-se novamente que nesta primeira etapa de
licenciamento só está prevista a instalação de um único
incinerador.

Os galpões foram dimensionados para terem áreas de


Área de circulação e escape que atendam as normas de segurança do
Circulação trabalho.

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Demanda de Mão de Obra


Durante operação do empreendimento, trabalhar-se-á em dois turnos, com
funcionários distribuídos nas seguintes funções:

Qtde Descrição
Quadro Administrativo
01 Gerente da unidade
01 Secretaria
04 Assistente administrativo
Turno 1 (7:00 – 14:30hr)
01 Vigias
01 Supervisor de turno
02 Recepção de resíduos
01 Limpeza de bombonas
02 Incineração de Resíduos
01 Serviços Gerais
Turno 2 (14:30hr – 22:00 hr)
01 Vigias
01 Supervisor de turno
02 Recepção de resíduos
01 Limpeza de bombonas
02 Incineração de Resíduos
Total empregos diretos: 21

Demanda de serviços públicos


A área de implantação é atendida com rede elétrica da CELPE, coleta de lixo e
acesso através da BR-232.
Destaca-se a não existência do serviço de água da COMPESA. Os moradores
do entorno relatam a utilização de carros pipas. Água de poço não é comum
na região em função das características hidrogeológicas.

Características dos equipamentos de incineração


Dois incineradores novos de tecnologia avançada e fornecidos por empresas
reconhecidas no mercado trabalharão de forma paralela:

o Incinerador de autocombustão marca LUFTECH com capacidade de


incineração de 100kg/hora. (Informações adicionais do equipamento no
site: http://www.luftech.com.br/).
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o Incinerador alimentado com gás natural da empresa ENGEAPLIC com


capacidade de incineração de 120 kg/hora. (Informações adicionais do
equipamento podem ser consultadas no site
http://www.engeaplic.com.br).

Cada uma das unidades estará composta por:

(i) Incinerador multicâmeras propriamente dito;


(ii) Lavadores de Gases para controle da poluição ambiental.

A. Unidade de autocombustão da Empresa Luftech

a. Incinerador
O equipamento de incineração a ser utilizado é o modelo RGL 350 SE de
Autocombustão tecnologia alemã da empresa LUFTECH, multi-câmaras, com
capacidade de incineração de 100 kg/hora gerando energia em torno de 350
kw (300.000 Kcal/h), com alimentação semi- automática por bateladas com
acionamento pneumático.

b. Lavador de gases
Composto de: Resfriador adiabático, sistema de exaustão, lavador venturi,
lavador separador hidrodinâmico, tanque decantador, tanque de água de
processo, bombas, filtro, torre de resfriamento de água, vaso para mistura e
dosagem de reagentes, chaminé e equipamento de monitoramento contínuo.

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Emissão
Atmosférica

Q1

T5

Solução
T4 Alcalina

Água
Lavador Lavador
Venturi Venturi
2 1
T1 °C 800
T2 °C 1.000
Lodo T3 °C 600
Descarrego de T4 °C 80
Resíduos T5 °C 60
T1 Q1 Nm3/h 1.400
T2 T3
Q1 m3/h 1.800

Câmara Câmara
Ciclone
Primária Secundaria

Cinza Cinza

Figura 3. Esquema de funcionamento do incinerador LUFTECH

B. Incinerador MODELO IEN-120.RH(WM)-LG da Empresa ENGEAPLIC

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a. Incinerador (Tipo Retorta)


Forno incinerador para resíduos institucionais e hospitalares com capacidade
de 120 kg/hora, projetado e construído de acordo com as exigências e
regulamentações da Lei 997, Legislação federal do CONAMA 5 e CONAMA 316
e conforme recomendações da Organização Mundial de Saúde.
O incinerador utiliza a tecnologia tipo retorta câmeras múltiplas ou câmaras
em “U”, apropriados a unidades de tratamento de resíduos de pequeno e
médio porte.
A construção do equipamento é em estrutura de perfis de Aço Carbono
laminados e fechamento em chapas de aço compondo um conjunto que é
transportável montado pronto, depois de refratado.
O incinerador possui 4 câmaras , cada uma cumprindo um objetivo
específico, obtendo - se ao final uma incineração isenta de poluentes ,
resultando gases inertes no chaminé, dentro dos padrões dos Orgãos
de Controle Ambiental.

b. Lavador de gases
O sistema lavador é instalado imediatamente após o flange de saída do forno
incinerador, na passagem entre o forno e a chaminé. Dessa forma a corrente
de gases saídos do incinerador, sofre a ação da grade liquida formada, com
conseqüente retenção dos particulados no espelho de água do lavador.
O equipamento permite através de portas de limpeza, retirar a lama ou lodo
eventualmente formado depois de determinado tempo de operação, e que
por sua vez é novamente incinerada, nas câmaras do forno incinerador.
A água necessária é constantemente renovada para repor a parte evaporada,
e o sistema não apresenta portanto resíduos líquidos.
É um sistema de circuito fechado; a água deverá ser tratada de forma a
neutralizar a sua acidez pela alteração do pH, periodicamente verificado.

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Emissão
Atmosférica

Q1

Reposição e
Correção de T4
pH

T3

Água
Lavador
de gases

T1 °C 800
Lodo T2 °C 1.000
Câmara de T3 °C 500
Extensão T4 °C 80
Descarrego de
T1 Q1 Nm3/h 1.900 -2.300
Resíduos Queimador Q1 Queimador Q2 T2 (Asegura o
tempo dos
gases em alta
Câmara Câmara temperatura)
Primária Secundaria
r al ral
atu Início da Natu Pós
sN Gá
s Combustão
Gá Combustão

Figura 4. Esquema de funcionamento do incinerador ENGE-APLIC

Os Sub-Produtos do Processo de Incineração

A. Emissões Gasosas
As especificações dos incineradores adquiridos pelo Grupo Atento mencionam
uma liberação de emissões atmosféricas da ordem de 1.400 Nm³/hora para o
caso da unidade da LUFTECH e de 1900 Nm³/hora para o caso do
equipamento da ENGEAPLIC.
Conforme os fabricantes os padrões de lançamento de poluentes do
equipamento com o lavador de gases são inferiores aos máximos
especificados na Resolução CONAMA conforme apresentado na Tabela 4.

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Tabela 4 – Padrões de Emissão dos Incineradores Adquiridos


Parâmetro Unidade CONAMA LUFTECH ENGEAPLIC
CO ppm 100 10,1 0,05
SO2 mg/Nm3 208 1,4 39,5
NOx mg/Nm3 560 56,8 72,1
MP mg/Nm3 70 40 68,53
HCI mg/Nm3 80 14,4 72,73
HF mg/Nm3 5 n.m. 4,66
Dioxinas e Furanos Ng/Nm3 TEQ 0,5 0,033 -
Metais Classe 1 mg/Nm3 0,28 0,002137 -
Metais Classe 2 mg/Nm3 1,4 0,002773 -
Metais Classe 3 mg/Nm3 7 0,049192 -
Fonte: Empresas LUFTECH e ENGEAPLIC, fabricantes dos equipamentos.

B. Efluentes do sistema de lavagem de gases


Os efluentes resultantes da lavagem de gases nos dois incineradores, que em
essência correspondem a uma água ácida, serão recirculados em sistema
fechado, não tendo descarte para o meio ambiente.
A água de lavagem de bombonas, estimada em 1720 litros/dia, será
armazenada e encaminhada para o sistema de lavagem de gases, tampouco
prevendo-se descarte deste efluente, que outrossim, apresenta uma melhor
qualidade que o proveniente da lavagem de gases.

C. Geração de Resíduos Sólidos


O processo de incineração reduzirá em torno de 90% o volume dos resíduos
que adentram o local, assim estima-se que serão geradas durante operação a
capacidade plena da unidade da ordem de 350 litros de cinzas diariamente.
O material será acondicionado em contêiner metálico de 6m³ protegido com
lona e a destinação final será um Aterro Sanitário com licença de operação
vigente.
Salienta-se que a bibliografia especializada registra que as análises de
classificação efetuadas sobre amostras de cinza denotam não periculosidade
do material, ou seja, enquadramento como resíduo Classe IIA da NBR
10.004/04, contudo, o empreendedor deverá caracterizar o resíduo para dar-
lhe destinação final conforme legislação.
O sistema de lavagem de gases sedimentará partículas em um tanque
decantador, sendo requerida a remoção periódica do material como parte do
programa de manutenção da unidade.

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Deverão ser executados ensaios de classificação (NBR 10.005 – lixiviação e


NBR 10.006 solubilização) sobre o resíduo para confirmar a classe do mesmo.
De ser classificado como Classe I – perigoso, poderá ser incinerado no mesmo
local, após aprovação da CPRH e após secagem.

A Operação da Unidade
b. Transporte

A equipe de coleta deve receber treinamento adequado e ser submetida a


exames médicos pré-admissionais e periódicos, de acordo com o estabelecido
na Portaria 3.214/78 do Ministério do Trabalho.
O veículo coletor deve atender aos seguintes critérios:

a. não permitir vazamento de líquido, e ser provido de ventilação


adequada;
b. o veículo coletor deve contar com os seguintes equipamentos
auxiliares: pá, rodo, saco plástico (ver NBR 9190) de reserva, solução
desinfetante;
c. devem constar em local visível o nome da municipalidade, o nome da
empresa coletora (endereço e telefone), a especificação dos resíduos
transportáveis, com o número ou código estabelecido na NBR 10004, e
número do veículo coletor;
d. ser de cor branca;
e. ostentar a simbologia para o transporte rodoviário (ver NBR 7500),
procedendo-se de acordo com a NBR 8286.

Os veículos utilizados para a coleta e transporte dos resíduos poderão ser:

 Bombonas de 200 litros: Caminhão tipo baú;


 Bombonas de 50 e 20 litros: Furgonete;

c. Recepção e acondicionamento

Na chegada à unidade os veículos da empresa serão direcionados para a


plataforma de descarrego correspondente. O pessoal que manuseará as
bombonas estará devidamente treinado munido das EPI’s adequadas para
lidarem com segurança com resíduos de saúde.

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As bombonas descarregadas na unidade de tratamento serão pesadas e


catalogadas, sendo preenchido formulário de cadeia de custodia do material,
que deverá vir relacionando a origem e os detalhes de coleta de cada
bombona.

As bombonas serão esvaziadas nos setores de depósito de resíduos para


alimentação de cada um dos incineradores em função do tipo e umidade do
resíduo contido.

d. Alimentação dos incineradores

A alimentação dos incineradores será manual em um primeiro momento,


aproveitando as características de segurança que oferece o equipamento. Os
gases são removidos por ventiladores que os enviam para o reator de
oxidação, desta forma o modulo de alimentação opera com pressão negativa,
evitando a fuga de gases, protegendo a saúde do operador.

e. Manejo de bombonas

O manejo de bombonas será o mais asséptico possível evitando ao máximo o


contato dos operadores com os RSS.
O número de bombonas na unidade varia em função da capacidade
volumétrica das mesmas. Uma análise de sensibilidade mostra que se fossem
utilizadas somente bombonas de 50 litros a quantidade diária seria de 64. Já
no caso da utilização só de bombonas de 200 litros o número cai para 16.
As bombonas depois de esvaziadas serão lavadas com jato de água a pressão
e desinfetante, evitando o contato com o operador.
Depois de limpas serão submetidas a secagem natural ou com jato de ar,
ensacamento e estocadas na área correspondente do galpão de incineração.

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A Área de Implantação e seu


Entorno !

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As áreas de Influência

O empreendimento ficará localizado ao norte do município de Moreno em


limites com São Lourenço da Mata, em terras do Engenho Pocinho.

As áreas de influência definidas para o estudo podem ser observadas na


Figura ao lado.

ADA – Área diretamente Afetada


Correspondente aos dois (2) hectares que compõem a propriedade.

AID – Área Influência Direta


Definiu-se um raio de 1km do entorno do empreendimento, abrangendo assim
a comunidade de Nossa Senhora das Graças e uma Parcela do Reservatório
Duas Unas.

AII – Área Influência Indireta


Considerou-se para os meios físico – biótico o reservatório de Duas Unas,
enquanto que para o meio socioeconômico os limites foram ampliados para o
Município de Moreno.

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Figura 3. Áreas de Influência do Empreendimento

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Características da ADA
A área proposta para implantação do empreendimento apresenta uma
conformação retangular com dimensões médias de 376,50 x 55,0m
perfazendo uma área em projeção horizontal de 20.946 m².

Figura 5. Uso do solo na área do empreendimento

Morfologicamente, o terreno corresponde a um pequeno morro de


aproximadamente 20,0m de altura que foi cortado pelo seu lado sul quando
da construção da BR-232, gerando um talude viário de pouca altura. No
perímetro imediato, bem como no interior da área, não foi verificada nenhuma
ocupação humana. A presença humana começa a se insinuar em um raio de
300m, com chácaras e fazendas isoladas.
Nos 2,012 hectares podem ser identificadas três tipologias de cobertura
vegetal. Do lado sul da área que limita com a BR-232, a cobertura
remanescente evidencia que a Mata foi suprimida dando origem a uma
vegetação rasa com arbustos esparsos.
Ao que tudo indica, a terraplenagem realizada na área foi realizada neste setor
“A.

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O setor “B” da área está ocupado com remanescente de mata atlântica,


enquanto que o setor “C” tem sua superfície coberta com gramíneas.

Características da AII
A. Aspectos Físicos
De acordo com a classificação de Köppen, o clima da área em estudo é quente
e úmido, com os tipos Ams´ e As, predominando o primeiro, com chuvas
concentradas nos meses de março a julho.
A precipitação media anual no município segundo dois (2) postos
pluviométricos localizados em Vitória de Santo Antão, um da SUDENE (1920 –
1991) e outro do IPA (1952-1999), registram valores em torno de 1000 mm,
sendo que de março a julho se concentra 70% da precipitação anual conforme
pode ser apreciado na Figura a seguir.

175
150
Pluviometria (mm)

125
100
75
50
25
0
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Dados Sudene Dados IPA

No tocante à temperatura, observam-se temperaturas máximas de cerca de 30


ºC nos meses de novembro a abril; as mínimas, próximas de 20 ºC, nos
meses de julho a setembro. A temperatura média ao longo dos anos ficou em
torno de 25 ºC.
Para a caracterização da variável vento, principal elemento climatológico para
análise do empreendimento em termos de dispersão de poluentes, foram
obtidos dados dos relatórios do INMET. Segundo dito órgão, predominam na
região os ventos S e SE nos meses de maio a setembro, e E e SE, nos meses
de outubro a abril. Em todo o período, são registrados ventos com velocidade
variável entre 2 e 3 m/s, 38 % do tempo, ventos com velocidades entre 3 e 4
m/s; e, apenas 7 % do tempo, ventos com velocidades acima de 4m/s. No
período de dez anos, conforme dados, a direção predominante do vento de
Sudeste (SE) foi de 84 %, variação em média entre 5 e 11% nas direções
Leste (E) e Sul (S) respectivamente.

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Já a umidade relativa do ar revela média superior a 80 %, com intervalo de


variação de 72-86% correspondente aos meses de janeiro e junho
respectivamente.
A área de estudo apresenta um relevo dominado por serras, morros, e colinas
expressos por formas topográficas bem definidas. As formas de relevo, dentro
desses domínios, resultaram de uma série de acontecimentos geológicos,
relacionados às atividades tectônicas e ao comportamento diferencial das
rochas.

Foto 2 - Panorâmica do Local de Implantação

No entorno da área o relevo pode ser considerado como ondulado, estando


conformado por uma seqüência de morros arredondados tabulares
contornados por vertentes de declividade moderada.

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Foto 3 – Solo avermelhado na terraplenagem da área

Esta conformação morfológica é governada pelo contexto geológico, uma vez


que as áreas de influência encontram-se inseridas na Província da Borborema
que segundo Almeida et alli (1977) coincide com a Região de Dobramento
Nordeste, desenvolvida durante o Ciclo Brasiliano. A Província da Borborema,
possui uma superfície de cerca de 380.000 km2. Trata-se de um cinturão
orogenético meso/neoproterozóico que se estende por grande parte do
nordeste.
Mais especificamente, as áreas estão encaixadas no contexto litológico do
Maciço Pernambuco-Alagoas, como parte de um complexo migmatítico-
granítico (Correia, 1979). Isso significa a presença marcante de maciços
graníticos constituídos pelos minerais essenciais quartzo, feldspatos potássicos
e biotita, além de alguns minerais acessórios, que resultam sob as condições
climáticas locais, em solos areno-argilosos a argilo-arenosos.
Justamente essa foi a situação detectada com a sondagem de 25m executada
na parte alta do terreno, que evidenciou um horizonte profundo de solo de
alteração descrito como um silte arenoso cor avermelhado de pouco a
medianamente compacto com valores de N (ensaio de SPT) variando em torno
dos 10 golpes. Os ensaios granulométricos indicam um solo fino com 65% dos
seus grãos passando através da peneira 200, com condutividade hidráulica
natural na faixa de 3,80 x 10-7 m/s, confirma de se tratar de um material
siltoso de permeabilidade moderada a baixa.

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Este espesso manto de alteração diminui a infiltração da água, resultando em


um baixo potencial hidrogeológico no entorno. De fato, um estudo geofísico
preliminar executado na área para avaliar a possibilidade de construir um poço
artesiano, trouxe um resultado negativo.

Foto 4 – Açude dentro da AID

Já em termos de recursos hídricos superficiais, A AII do projeto está inserida


na Bacia Hidrográfica do Rio Jaboatão, cujo tributário o Rio Duas Unas,
abrange a AID.
No entorno do empreendimento não foi detectado nenhum outro corpo
hídrico, mas somente pequenos barreiros construídos nas chácaras do entorno
com alimentação de água de chuva.
Dados sobre o monitoramento e avaliação da qualidade do ar no município de
Moreno, não existem. A Estação mais próxima de monitoramento instalada e
operada pela Companhia Pernambucana de Meio Ambiente –CPRH, localizada
no município de Jaboatão dos Guararapes (em frente a Prefeitura Municipal)
foi desativada , desde o ano de 2001 e ainda os dados anteriores a esta data ,
referem-se somente a Material Particulado Total (PTS), Dióxido de enxofre
(SO2) , Óxidos de nitrogênio (NOx). Desse modo, não há como caracterizar a
qualidade do ar na área e definir o incremento de determinado poluente ,
considerando a existência de outras fontes na área e os limites máximos
exigidos pela Legislação.
No entanto, as observações levantadas no entorno da área, indicam que a
principal fonte de poluição é a proveniente dos veículos que transitam pela
BR-232. Igualmente as atividades de cana desenvolvidas no entorno lançam
uma enorme quantidade de material particulado para a atmosfera afetando os
moradores mais próximos.

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Foto 5 – Material Particulado na AID

B. Aspectos Bióticos
O cenário que apresenta a AID em termos de cobertura vegetal não é muito
diferente do cenário verificado em toda a Zona da Mata de Pernambuco, onde
a exuberante cobertura vegetal de Mata Atlântica vem sendo totalmente
devastada desde o século XVI, quando da introdução da monocultura da cana-
de-açúcar, avançando inclusive sobre as encostas, ocupando inteiramente as
colinas, e deixando somente remanescentes de bosques no topo das
elevações.
Hoje dentro da AID a paisagem remanescente destas agressões conforma um
mosaico de fragmentos remanescentes de mata atlântica mergulhados entre
cultivos de cana e de pasto.
O remanescente de vegetação de 8 hectares que contorna a área de
implantação e inclusive cobre uma parte da área de 2,012 hectares de
propriedade do Grupo Atento, bem como outros fragmentos remanescentes
dentro da AID, apresentam duas situações díspares: do lado do norte e do
poente existe um remanescente da mata nativa de outrora, como se vê pela
lista de espécies encontradas, enquanto do lado do sul e do nascente as obras
de construção da rodovia do passado e da atual BR-232, que a ela se veio
sobrepor, alteraram nesse passado algo remoto a cobertura vegetal anterior.

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Pode-se considerar, portanto, como área antropizada, apresentando raras


evidências da mata do passado remoto que, certamente, era também do tipo
da mata atlântica.

Figura 6. Remanescente de 8 hectares no entorno do empreendimento

Foto 6 – Remanescente de Mata na encosta do lado sul (Lado oposto da BR-232)

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As vistorias efetuadas no local mostram que se trata de mata ombrófila


perenifólia, algo perturbada pelo corte eventual e furtivo de algumas árvores,
o que não se nota, no entanto, a uma inspeção através de imagens aéreas ou
de incursões superficiais pela sua periferia.
Penetrando nesses trechos de mata algo preservada, foi possível identificar
árvores e arbustos típicos da chamada “mata atlântica”. Ao todo foram
identificadas, 29 espécies típicas da mata ombrófila perenifólia, além de
espécies botânicas de palmeiras, de ervas e pteridófitas herbáceas.
Curiosidades, como a presença de árvore australiana do gênero Acacia, com
folhas jovens do seedling compostas e pequeninas, e folhas adultas reduzidas
apenas aos filódios que imitam folhas simples é notável na área, e essas
árvores exóticas se reproduzem bem, como se já adaptadas ao local, sendo
surpreendente a presença aqui dessa espécie australiana.

Foto 7 – Bico-de-osso (Cacicus solitarius), nidificando na orla da


mata, sobre o açude. Foto arquivo Galileu Coelho.

O padrão faunístico observado na área, em especial no que diz respeito aos


ambientes preferidos pelas espécies de vertebrados terrestres, possibilita a
classificação ecológica da vegetação em três categorias principais, quais
sejam: formações abertas, nas quais a maior parte da luz solar atinge o solo,
representadas pela vegetação de pequeno porte e arbustivas; formações
fechadas, representadas por pequenos trechos de mata mais alta, com árvores
agregadas, sob a forma de capoeiras e capoeirões; e a vegetação ribeirinha,
compreendendo áreas alagadas ou encharcadas, geralmente com vegetação
herbácea, composta principalmente por gramíneas e ciperáceas.

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Na AID, por conta da ação antrópica (desmatamento, terraplenagens e


apanha de animais), grande parte das espécies da fauna de vertebrados
encontra-se hoje distribuída principalmente nos diversos tipos de ambientes
abertos. Tais formações, bastante variegadas, são predominantes, e fazem
limites com aglomerados de árvores mais altas. Algumas espécies animais
acham-se também restritas às áreas de vegetação ribeirinha e aquática.
Por conta da necessidade de se utilizar espécies ou grupos de animais que
possam representar bem as condições dos ambientais em que vivem, deu-se
ênfase a classe das aves, grupo reconhecidamente bioindicador (WORLD
BIRDWATCH, 1999; VIELLIARD, 2000).
A presença de trechos florestados, em estágio médio de degradação,
localizados nas proximidades da área diretamente afetada (ADA) do
empreendimento certamente explica a presença, especialmente no período
noturno, de exemplares de médio porte, particularmente de mamíferos,
provenientes das mesmas e que esporadicamente são registrados nas áreas
contíguas à área do projeto.
Além dessas áreas cobertas por pequenos fragmentos de Mata Atlântica, o
padrão faunístico observado é semelhante àquele verificado em outros sítios
periurbanos, nos quais se instalou uma vegetação variegada, aberta, com
muitas plantas ruderais, resultantes das ações antrópicas na cobertura vegetal
primitiva.
Dentre aquelas espécies animais que são comumente observadas, nos
diversos ambientes acima descritos, destacamos as seguintes:

Foto 8 - Cascudo (Hypostomus sp) comum nas lagoas


e barragens. Foto arquivo Galileu Coelho, 2007.

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Foto 9 - Teju (Tupinambis merianae)


freqüenta formações abertas e fechadas.
Foto: Arquivo Galileu Coelho.

Foto 10 - Cobra-de-duas-cabeças
(Amphisbaena sp), espécie de atividade
noturna, no sobosque de uma formação
fechada. Foto: Arquivo Galileu Coelho.

Foto 11 - Guriatã (Euphonia violacea),


comum nas copas da mata e nas áreas
abertas.

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Dentre os vertebrados terrestres, aparentemente é também uma classe bem


representada na área da Unidade de Tratamento Térmico de Resíduos.
O tembu ou cassaco (Didelphis cf. albiventris), espécie frugívora, é freqüente
nas edificações e nas árvores frutíferas; a raposa (Cerdocyon thous), noturna,
que aparece esporadicamente, em especial por entre a vegetação arbustiva,
muito provavelmente advinda de fragmentos florestados maiores localizados
nas proximidades. Dentre os mamíferos, juntamente com o sagui é a espécie
mais comum e abundante (MONTEIRO DE CRUZ et alli, 1998).
O rato-de-casa (Rattus rattus), bem adaptado ao meio antrópico, e o
morcego-de-telhado (Molossus molossus), são comuns nas habitações
próximas ao ambiente prospectado, enquanto outros (Artibeus sp; Carollia sp),
têm ocorrência ocasional nas copas das árvores frutíferas. Todas essas
espécies têm hábito noturno. O preá (Galea spixii) (MONTEIRO DA CRUZ et
al., 1998), é freqüentemente avistado na região (juntamente com o teju),
sendo comum a presença de locais onde se abrigam: pequenas áreas de solo
varrido, por entre a vegetação arbustiva, protegidas do sol, com alguma
quantidade de fezes, características da espécie, no seu entorno.
Cutias (Dasyprocta prymnolopha) e preguiças (Bradypus variegatus) são de
ocorrência ocasional nas matas, sendo a cutia mais comum. Duas preguiças
foram recentemente introduzidas na área por moradores.
Um mateiro, e antigo caçador, nos mostrou vestígios da presença de pacas
(Agouti paca), em áreas onde se alimentaram com frutos do dendê. É espécie
de hábito noturno e vive nas proximidades da água, local onde se refugia
quando acossada. É das mais perseguidas pelos caçadores, devido ao valor de
sua carne.

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C. Aspectos sócio-econômicos

A Lei Estadual nº 1.931 de 11 de setembro de 1928, criou o município de


Moreno, desmembrado de Jaboatão dos Guararapes, São Lourenço da Mata e
Vitória de Santo Antão, tendo sido instalado de 01 de janeiro de 1929.
O Município ocupa 191,3 Km² de superfície territorial, sendo que 178,7 Km²
(93,4% do total) são de área rural, enquanto que 12,4 Km² (6,6% do total)
são de área urbana. Dispõe da rodovia BR- 232 (federal) e da PE- 07
(estadual) como vias de acesso.
A economia formal do município de Moreno se compõe basicamente da
indústria de transformação, gerando 214 empregos em 15 estabelecimentos,
da construção civil gerando 11 empregos em 03 estabelecimentos, do setor de
serviços, com 556 empregos em 41 estabelecimentos, do setor de comércio
que gera 276 empregos em 67 estabelecimentos, do setor de Administração
Pública, com 711 empregos em 05 estabelecimento e os setores de
Agropecuária, Extrativismo Vegetal, Caça e Pesca, que geram 965 empregos
em 34 estabelecimentos.

Contexto histórico e populacional

A origem de Moreno remonta ao ano de 1616, mas foi no início do século XX


que obteve sua emancipação através da Lei 1.931 de 11 de setembro de
1928. A ocupação do territorial do Moreno teve como característica a
economia açucareira e têxtil.

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De acordo com o Censo do IBGE (2000), Moreno possui uma população de


49.205 habitantes, sendo 38.294 residentes em área urbana (77,8% do total)
e 10.911 em área rural (22,2% do total), distribuída pelo seu Distrito de
Bonança e pelos núcleos urbanos de Massaranduba e Nossa Senhora das
Graças (Inab), perfazendo uma taxa de urbanização de 77,8% (FIDEM, 2000).
A densidade demográfica do Moreno é de aproximadamente 236,8 hab/km2 e
a taxa de crescimento no período de 1991/2000 foi de 2,68% ao ano.
Verifica-se que nos últimos trinta anos a população urbana do município
cresceu linearmente com uma taxa média aproximada de 1,7%, um pouco
inferior à registrada na RMR de 1,85%.

Aspectos Socioeconômicos

O Índice de Desenvolvimento Humano – IDH-M em Moreno é de 0,693,


considerada de médio desenvolvimento humano, encontrando-se em 22° lugar
no ranking estadual. Neste requisito, apresenta valor considerável, quando
comparado ao índice da média do Estado de Pernambuco, igual a 0,705.
Entretanto, verifica-se que ocupa o 12° lugar entre os Municípios da Região
Metropolitana do Recife (FIDEM, 2000).
A agropecuária, administração pública, serviços e comércio são os setores que
se destacam em Moreno como atividades produtivas. Além, de possuir
vocação turística no segmento do agro-ecoturismo, devido ao potencial das
reservas, através de trilhas e dos assentamentos de agricultura familiar.
Outra oportunidade consiste em instalações de empreendimentos, pois as
condições de acesso ao município e sua localização em relação à Recife
facilitam a implantação de indústrias e empresas.
No tocante à distribuição de renda, as estatísticas de 2000 do IBGE e da
FIDEM retratam a seguinte realidade: a renda per capita mensal, no Município,
é de aproximadamente R$ 100,34. Os chefes de famílias que possuem renda,
52,09% têm rendimentos até 1 um salário mínimo e 47,91% têm renda acima
de 01 salário mínimo. Por outro lado 12,73% do total de chefes de família,
não possui rendimentos. A renda média de um chefe de família é de 2,88
salários mínimos.

A ocupação de Moreno

A ocupação urbana de Moreno apresenta duas características quanto a


densidade, áreas com alta ou baixa densidade. As áreas de alta densidade são
constituídas por lotes que têm em média 250m², mas possuem uma elevada
taxa de ocupação, em muitos casos um lote é ocupado por mais de uma

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edificação. São exemplos os bairros de João Paulo II, Vila Liberdade, Alto da
Liberdade, Alto da Maternidade, Alto de Sto. Antônio, Nossa Senhora de
Fátima. Nas áreas de baixa densidade formada pelos bairros, Mangueira,
Pedreiras, Parque dos Eucaliptos e Cercado Grande, os terrenos variam entre
250m² a 500m² apresentando recuos frontais e laterais e áreas verdes.
Por ser uma cidade que se originou de um latifúndio urbano, Moreno suporta
uma escassez de ofertas de terras, principalmente no que diz respeito a lotes
destinados a moradia popular, gerando um grande déficit habitacional que por
sua vez, acelera a ocupação desordenada em áreas públicas, formando os
assentamentos subnormais, com baixa qualidade de vida e moradia precária,
além de degradar o espaço urbano. Atualmente, a cidade possui 13 áreas de
ocupação irregular, com grande parte das moradias construídas em taipa, em
alguns casos estão em áreas de riscos.

A ocupação na AID

A AID do empreendimento possui como característica uma ambiência rural e


comercial. Nas ocupações do seu entorno predominam: granjas de lazer;
granjas com culturas agrícolas e pecuárias; terrenos e empreendimentos
comerciais, além de um Assentamento Rural do Cotonifício Moreno.

Figura 7. Uso do solo no entorno do empreendimento

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Não constam informações no Plano Diretor nem na Secretaria de


Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente – SEDEMA do município do Moreno
referente a aprovação de projetos de novos loteamentos, fábricas e estradas
no local ou próximo a área em análise.
A ocupação da área pode ser considerada de baixa densidade, pois as
edificações encontram-se dispersas, caracterizando uma população
predominante de granjeiros, com ressalva do bairro de Nossa Senhora das
Graças (INAB) que dista aproximadamente 0,66 km da área do
empreendimento, que possui duas escolas de ensino fundamental – Escola
Municipal João de Souza Veras e Escola Assembléia de Deus, um posto de
saúde (PSF- Nossa Senhora das Graças) e uma estimativa de 100 residências.
Cabe destacar, também, o Assentamento Rural do Cotonifício Moreno que
localiza-se por trás das granjas e do Bairro de Nossa Senhora das Graças, que
possui características semelhantes, mas é considerada área rural.
Observa-se que na área em frente, na BR 232 existe a Granja São José onde
predomina a criação de bovino com presença de eqüídeos, pastagem e
exploração de cana-de-açúcar e granjas de lazer com cultivo de banana, coco
e milho, tendo árvores frutíferas de manga, jambo, jaca, caju, acerola, entre
outras.

Foto 12 – Panorâmica da Granja São João

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Do lado oeste da BR-232 verificam-se as ocupações mais próximas, porém,


em cotas mais baixas, sendo inicialmente a industria Ki-kaldo de
empacotamento de Feijão localizada aproximadamente a 500m e
posteriormente o denominado Ecoparque Pocinho, empreendimento privado
que promove o turismo ecológico com trilhas, açudes, pescaria, e outras
atividades.

Foto 13 – Eco Parque Pocinho

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D. Patrimônio Histórico e Cultural

Capela Eng Pocinho

A história do município de Moreno está intimamente vinculada com o contexto


histórico do litoral, tanto do sul como do norte do estado de Pernambuco. Esta
história, especialmente ligada à zona da mata, relaciona-se ao ciclo econômico
da cana-de-açúcar, iniciada no litoral sul a partir da segunda metade do século
XVI, período em que a implantação dos engenhos era realizada nas terras
baixas e nas áreas de várzeas. Verifica-se que os núcleos urbanos nesta área
sugiram de diversas formas através de portos fluviais localizados em fundo de
estuário, nos locais onde os rios deixavam de ser navegáveis; das edificações
religiosas, em alguns casos, erigidas em sede de engenho; dos engenhos; das
fazendas de coco; das vilas de pescadores e dos portos litorâneos (FIAM,
1982).
Na cidade é possível resgatar a história do Estado através das construções
seculares. Encontram-se 39 (trinta e nove) engenhos que revelam e
representam a ascensão e a decadência da cultura canavieira pernambucana,
tendo como destaque o Casarão do Engenho Moreno que em 1859 serviu de
hospedagem para o Imperador D. Pedro II.

A Pesquisa Arqueológica na ADA

O levantamento de possíveis indicadores de registro arqueológico, através da


inspeção visual de superfície, abrangeu a Área Diretamente Afetada - ADA do
empreendimento. Contemplou assim todos os compartimentos ambientais da

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área a ser implantada, conforme preconiza o Art 2º da Portaria IPHAN nº 230,


de 17 de dezembro de 2002, publicada no D.O.U. de 18/12/02.
A área foi percorrida a pé pela equipe nas áreas possíveis de realizar
prospecção de superfície. Em alguns trechos da área do empreendimento a
visibilidade da superfície do terreno foi dificultada pela vegetação existente.
Durante a prospecção de superfície a área foi georreferenciada e fotografada.
Cada compartimentação geomorfológica foi vistoriada e em cada uma delas
foram assinalados pontos que foram documentados fotograficamente.

Figura 8. Nuvem de pontos da pesquisa arqueológica

A prospecção realizada nesta primeira etapa não evidenciou a presença de


material arqueológico em superfície.

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A Pesquisa Histórica na AID

Dentro do raio de 1km definido como AID, verifica-se a presença do Engenho


Pocinho, localizado a aproximadamente 500m do empreendimento na direção
norte (Coordenadas Geográficas (UTM): 25L 270003, 942 / 9105211, 194). A
pesquisa neste engenho envolveu depoimentos orais e registro fotográfico
Atualmente o Engenho encontra-se desativado, existindo apenas a Capela e a
Casa-Grande. Em ambos os lados da Casa existem várias outras construções
mais recentes. A capela data do ano de 1840, data esta contida em sua
fachada seguida pelo ano de 1990 ou 1920 (não se sabe ao certo). A capela é
dedicada a São Vicente Férrer. Seu frontão é triangular e rodeado por
pináculos. A torre localiza-se ao lado do corpo da capela, nela encontra-se um
sino de bronze com a seguinte inscrição em relevo: “1838 JOZE”. Na igreja
existem várias lápides com restos mortais dos proprietários. A fachada da
casa-grande contém a inscrição do ano de 1905. Trata-se de uma casa de
base retangular com varandas estreitas rodeando 3 lados da casa e telhado de
duas águas. Na varanda da casa, que se encontra desativada, existe uma pilha
de vários tijolos batidos com dimensões de 30X15cm. O piso da varanda é de
tijoleira quadrada. A capela encontra-se em bom estado de conservação e a
casa-grande em estado regular.

Foto 14 – Sino do Engenho Pocinho

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OS POTENCIAIS IMPACTOS
AMBIENTAIS

s
vento
h
H Área com baixa
h alteração
y
z

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O Futuro da área e seu entorno com o


empreendimento.

O empreendimento vai prejudicar à comunidade? Vou adoecer? Vai ter


fumaça? Alguém vai monitorar? Será que as áreas vizinhas vão ser invadidas?
Meu terreno vai perder valor comercial? Vai ter emprego para mim? Vai feder?
Todos esses questionamentos são só alguns dos que podem surgir para um
leitor interessado no assunto. Infelizmente nem todas essas respostas podem
ser fornecidas por um EIA/RIMA.
Esse exercício mental de pensar como será o futuro com o empreendimento
denomina-se prognóstico ambiental.
Agora, a criação de um cenário ambiental que consiga representar a realidade
de um território em um tempo futuro é uma tarefa complexa, intimamente
vinculada com experiências de projetos similares já implantados e
monitorados. A construção de um prognostico será tanto mais complexa,
como sensível for a área de implantação e mais singular for o projeto a ser
implantado.
Neste caso em particular da Unidade de Incineração do Grupo Atento,
observa-se um projeto relativamente simples em termos de infra-estrutura
instalada e até de operação rotineira, porém, altamente complexo nas suas
interações com o componente socioeconômico do meio ambiente.
Assim, as análises da equipe técnica e as conclusões do estudo, têm que estar
baseadas em fatos ou em técnicas de prognóstico reconhecidas, como
modelos matemáticos, curvas de tendências, experiências de projetos
similares com uso da mesma tecnologia.
Em se tratando este documento de um resumo não técnico, se direcionará a
discussão diretamente para os aspectos chaves do empreendimento: As
emissões atmosféricas e o uso futuro do solo.

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Todos os demais impactos podem ser considerados como menos relevantes.


Em termos da implantação das obras, destaca-se que o terreno já está
escavado e não haverá supressão de vegetação. As árvores que foram
afetadas no contato com a mata serão compensadas com um reflorestamento
com espécies nativas na parte norte do terreno, hoje ocupada com gramíneas.
Impactos do canteiro de obra relacionados com o lançamento de esgoto, lixo,
queimadas dentre outras, podem ser relativamente simples de controlar,
inclusive foi recomendado á CPRH a exigência do relatório de controle de
obra, com o registro da destinação final de resíduos como requisito para
obtenção da LO.

Foto 15 – Cruzamento de Gasoduto no Acesso ao empreendimento

O acesso ao empreendimento cita-se como aspecto a ser considerado durante


a etapa de implantação pelo fato da presença do gasoduto que passa paralelo
à BR – 232.
O empreendedor deverá tomar as medidas e fazer as consultas cabíveis para
efetuar as escavações do aceso, tendentes a garantir a circulação de veículos
sobre a tubulação sem danificá-la.

A. A rejeição do empreendimento
O anuncio da instalação de um empreendimento destas características,
associado no imaginário popular a um alto risco biológico, é natural que cause
rejeição e incertezas nas comunidades do entorno, mais ainda quando
paralelamente uma segunda empresa anuncia a instalação de mais um
equipamento de incineração de resíduos hospitalares no mesmo setor, como
vem acontecendo nas proximidades da comunidade de Nossa Senhora das
Graças com as empresas ATENTO e SANEAPE.

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Este tipo de problema, muito comum na gestão de resíduos sólidos gerado


pela falta de informação adequada, é o chamado fenômeno NIMBY - Not In
My Backyard (não no meu quintal), quando se propõe a instalação de um
equipamento de tratamento de resíduos sólidos o qual é rejeitado pela
sociedade, ainda que este venha a trazer benefícios à maioria (SANTOS,
2007).
Neste caso, torna-se muito evidente a necessidade de divulgar o projeto na
comunidade, inseri-la no processo, criar se for o casso uma liderança que
acompanhe o processo, que cobre do empreendedor, da prefeitura e dos
órgãos de controle ambiental como a CPRH e o ministério público.
Da transparência com que seja apresentado o projeto e das garantias que se
dêem de que a operação será conduzida dentro dos mais altos padrões de
qualidade dependerá a permanência do equipamento no local escolhido.
Um aspecto que deve ser aqui ressaltado refere-se à necessidade do
nivelamento e compatibilidade entre as duas empresas empreendedoras que
esperam instalar-se em Moreno. O plano de informação para a comunidade e
em geral qualquer ação de monitoramento e acompanhamento que seja
empreendido deverá ser feito em completa concordância entre ambas
empresas, tendo em vista que em termos de impactos a proximidade entre as
duas equivale em termos práticos a uma única empresa com capacidade
instalada sendo a soma das duas.

B. O Uso do Solo Futuro


Como será o futuro da área em termos do uso do solo?

Este é um dos aspectos que só pode ser analisado com base na tendência
atual.

A situação atual mostra uma indefinição do uso do solo na faixa de terreno


aferente à BR-232, especialmente na margem direita, onde se aprecia um uso
misto entre lazer, turismo, industria de cana de açúcar e atividade industrial
propriamente dita. Por outro lado, ressaltou-se como importante a localização
inadequada do distrito industrial com rebatimento no cenário tendencial, que
mostra uma iniciativa de transferência do parque industrial para terras do
Engenho Pocinho, justamente onde se localiza o incinerador do Grupo Atento.
Neste cenário tendencial teriam que ser também incorporadas as
potencialidades e restrições da área.
Como potencialidades destaca-se o fato de estar contornada por vegetação de
mata atlântica nos seus lados leste, norte e oeste, o que de por si lhe garanta
um cordão de isolamento que dificilmente será removido por algum

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loteamento ou projeto urbanístico. Da mesma forma a condição topográfica do


entorno imediato, dominada por vertentes de declividade acentuada é um
fator que inibe uma ocupação formal. Em termos de uma possível ocupação
informal, caberá ao empreendedor agir no controle urbano do entorno,
alertando a prefeitura e aos órgãos de controle, ao menor indício de ocupação
de áreas de forma irregular no entorno do empreendimento.
A principal restrição da área está na frente sul que faz limite com a BR-232.
Com efeito, toda a encosta do terreno, frontal ao empreendimento na margem
esquerda da BR é susceptível de ser ocupada, mesmo apresentando ainda
fragmentos de mata. Uma eventual comunidade ficaria de frente com o
empreendimento a uma distancia menor ainda que Nossa Senhora das Graças.
O empreendedor não tem nenhum controle por essa situação, caberia à
Prefeitura de Moreno, rigor no seu controle urbano, mais ainda quando é
ciente das restrições de uso do solo no entorno de um sistema de tratamento
de RSS por incineração.
Mais uma vez salienta-se aqui a importância de cada ator envolvido conhecer
suas responsabilidades no processo.
Destaque-se que esta encosta às margens da BR-232 não está inserida dentro
do vetor de crescimento da cidade, como nenhuma área no entorno do
empreendimento.

C. Emissões Atmosféricas

Emissões Atmosféricas são inevitáveis em um processo de incineração e não


será diferente no caso da unidade do grupo atento, sendo aqui pertinente
esclarecer um ponto. A tecnologia de ponta proposta pelo empreendedor
garanta que as emissões terão concentrações de poluentes abaixo do
permitido pela legislação ambiental, porém, isto não significa que não existirá
saída de gases pelas chaminés, muito pelo contrario, esta será permanente e
contínua.

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Ditos gases terão diversos poluentes na sua composição, embora abaixo do


padrão, destacando-se os cinco que significam mais de 90% dos problemas da
contaminação atmosférica advindos de qualquer fonte:

1. Monoxidos de carbono (CO);


2. Óxidos de nitrogênio (NOx);
3. Hidrocarbonetos (HC);
4. Óxidos de enxofre (Sox);
5. Material Particulado.

As emissões atmosféricas de resíduos hospitalares estão completamente


desassociadas da condição patogênica ou infectante dos resíduos que se
incineram. Com efeito, a patogenicidade vem de micro-organismos como
bactérias, vírus, fungos, protozoários,
helmintos e alguns tipos de vermes, ou seja,
de seres vivos que como tal, são destruídos
completamente no processo de incineração a
temperaturas inferiores às máximas atingidas
pelo processo de incineração.
O maior risco das emissões atmosféricas
provindas de incineradores está na formação
de sub-produtos da família dos organo-
clorados, notadamente as dioxinas e furanos.
A dioxina é um poluente encontrado naturalmente no ambiente, porém, o
aumento nas concentrações e a exposição prolongada é causadora de uma
série de graves adversidades na saúde, aplicando isto para seres humanos e
animais.
A dioxina não é produzida deliberadamente. Entretanto é um subproduto não
intencional de processos industriais em que se verifica cloro, matéria orgânica
e oxigênio em determinadas condições de temperatura como pode chegar a
ser o caso de um incinerador de resíduo hospitalar mal operado.
A relevância de mencionar, mesmo que brevemente, os poluentes presentes
nas emissões advindas do processo de incineração, é deixar clara a
importância da correta operação dos equipamentos como principal medida
mitigadora para prevenir impactos na saúde da população em decorrência da
formação de Dioxinas e Furanos no processo. Esta transparência de informar
os riscos existentes é uma obrigação do EIA, mas também é a atitude que
vem adotando os fabricantes de incineradores como o caso da LUFTECH, que

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no seu site reserva um espaço para informar sobre o tema das dioxinas de
forma clara e realista.
A LUFTECH menciona fatos importantes, como é que a incineração de resíduos
é geradora de dioxinas e furanos, mas também menciona um aspecto
incontestável. A tecnologia de incineração evoluiu muito, e hoje as emissões
dos equipamentos se enquadram com folga dentro dos limites máximos
estabelecidos nas legislações mais restritivas.

A Regulamentação da Qualidade do Ar no Brasil

No Brasil a qualidade do ar foi regulamentada pelo Programa Nacional de


Controle de Qualidade do Ar – PRONAR, através da Resolução CONAMA nº
05/89, com o objetivo de definir estratégias para controlar, preservar e
recuperar a qualidade do ar, em todo território nacional, estabelecendo
definições e critérios para gerenciamento.A Resolução CONAMA nº 03/90, de
08/06/90, estabelece as concentrações máximas de poluentes no ar (padrão
de imissão), que,se excedidas, podem afetar a saúde, a segurança e o bem
estar da população , bem como causar danos à flora , a fauna e aos materiais
em geral.

A Avaliação do Impacto

O critério para avaliar os impactos para atmosfera das emissões da chaminé


dos incineradores , consiste na comparação das concentrações estimadas pelo
Modelo de Dispersão e os Padrões de Qualidade do Ar estabelecidos pela
legislação (Resolução CONAMA N0 03/90).
Para avaliar esses impactos é necessário estimar como as emissões na
chaminé e/ou a dispersão da pluma gasosa ocorre devido aos efeitos
operacionais do equipamento e das condições meteorológica locais.
Os dados para aplicação dos modelos matemáticos de dispersão incluem:

o Condições meteorológicas locais;


o Parâmetros operacionais – temperatura dos gases na chaminé;
o Altura da chaminé;
o Diâmetro da chaminé;
o Velocidade dos gases na chaminé;
o Temperatura ambiente;
o Topografia do terreno;
o Emissão do poluente na chaminé em g/s.

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O modelo de dispersão atmosférica recomendado pela Agência de Proteção


Ambiental dos Estados Unidos da América – EPA – SCREEN 3 foi usado para
avaliação dos impactos sobre a qualidade devido à operação do incinerador na
área de influência direta do empreendimento num raio de 3 km.
O modelo permite ainda examinar a faixa completa de variações
metereológicas, incluindo todas as classes de estabilidade, e velocidade do
vento ao nível do solo. Examina também as piores condições metereológicas
resultantes da condição de velocidade do vento e estabilidade atmosférica,
indicando o máximo de concentração de poluente ao nível do solo.

Pontos de interesse analisados

Como dados de entrada do modelo foi feito um levantamento dos potenciais


receptores do entorno, identificando a distancia, cota do terreno e orientação
em função da posição do empreendimento.
Ditos receptores discretos aparecem relacionados na Tabela a seguir.

Tabela 5 – Receptores Difusos Considerados


Localização em
Receptor
Nº torno do Distância km Cota m
Discreto
empreendimento
1 Ki-Caldo Oeste 0,35 98,0
2 Granja São João S 44º O 0,26 95,0
Loteamento Nsa
3 S 88º E 0,66 110,0
Sra. Das Graças
4 Moreno sede S 16º E 2,39 100,0
Espelho de água
5 N 37º E 1,14 90,0
Duas Unas
6 Loteamentos N 56º O 1,00 100,0
Ovos Santo
6 S 78º O 2,6 100,0
Antônio

Seqüência da emissão

A seqüência do processo se relaciona a seguir:

1. O processo de incineração deve gerar um volume de gases com uma vazão


em torno de 2.800 Nm³/hora.

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2. Na saída da chaminé a concentração de poluentes já estaria abaixo dos


padrões especificados na Resolução do CONAMA 316/2002, segundo dados
fornecidos pelos mesmos fabricantes conforme se relaciona na Tabela 4.
3. Os gases emitidos pela chaminé seriam transportados pelo vento formando
uma pluma que se dispersaria obedecendo uma tendência gaussiana
(conforme modelo matemático adotado), ou seja, maiores concentrações
no centro e menores nas laterais.
4. A pluma atingiria a comunidade de Nossa Senhora das Graças e outros
receptores difusos com uma concentração de poluentes inferior à
verificada na chaminé por efeitos da dispersão.

5. Os resultados da modelagem têm como conclusão principal a confirmação


que as emissões geradas serão de baixo porte e não representarão riscos
para a saúde da população, tendo em vista que os valores obtidos de
aporte de poluentes estão muito abaixo dos mínimos estabelecidos pela
Resolução do CONAMA Nº 03/90.
6. A concentração de poluentes é baixa, quase inexistente no entorno
imediato do empreendimento, tendo em vista que o lançamento efeito em
uma cota alta descrevendo uma trajetória de cone, ou seja, precisa
avançar horizontalmente para poder ganhar em diâmetro e atingir o solo.
7. O modelo apontou que a uma distancia de 511m se verifica a maior
concentração de poluentes, mas que mesmo assim, estes estão dentro do
padrão.

Discussão de Resultados

Os resultados obtidos podem ser Observados na Tabela 6 a seguir:

Tabela 6 – Emissão Total na área de influência direta devido aos Incineradores


da Luftech e ENGE – APLIC
Incinerador Emissão Total
Parâmetro Imissão em ug/m3 (24h)
Luftech ENGE-APLIC
MP 0,069 0,0089 0,0779
NOx 0,56 0,088 (1) 0,6480
HF 0,0032 0,0006 0,0038
HCl 0,008 0,092 0,1000
SOx 0,008 0,0049 0,0570
CO 0,024 0,062 (2) 0,0860
-10
Dióxinas/ Furano 0,53 x 10 - 0,53 x 10-10

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Os resultados mostram que que as concentrações de poluentes no ar são


insignificantes, e que contribuem com menos de 0,1 mg/Nm3 de incremento
para os poluentes com período de dispersão de 24 horas (MP, SOx, ) e de
menos 0,6 μg/Nm3 para os poluentes com período de dispersão de 1 hora
(NOx e CO).
Em termos da emissão de dioxinas e furanos a abordagem de análise foi feita
através de uma análise de risco.
Um incremento de concentração no ar correspondente a dióxinas e furanos de
1 g/Nm3 /ano , corresponde a um risco de um individuo contrair câncer de
um para um milhão (risco 10-6) durante um período de vida de 70 anos
constantemente exposto a essa concentração.
A concentração de dioxina no ar definida pela aplicação do Modelo de
Dispersão foi de 0,532 x 10-10 g/Nm3 em 24 horas ou 0,12 x10-10 g/ano ,
correspondente a um risco de 1,21 x 10-17 valor significantemente menor do
que o risco aceitável de 1 /1.000.000 (um indivíduo em um milhão) durante 70
anos de exposição constante a essa concentração no ar.
Portanto, considerando que as emissões mais críticas correspondem a metais
e dióxinas , não se constata nenhum efeito adverso durante a vida útil de
operação do incinerador ao meio ambiente e a saúde dos indivíduos exposto
no mesmo período, desde que seguidas as recomendações de operação dos
equipamentos.
O modelo apontou que a uma distância de 511m verifica-se a máxima
concentração de poluentes, crescendo a partir da fonte e decrescendo a partir
deste ponto, significando que o incremento das concentrações de poluentes
sobre a qualidade do ar (a jusante ou a montante) é menor do que o valor de
1 g/Nm3 , para qualquer receptor difuso e principalmente sobre o espelho de
água da barragem de Duas Unas, (a jusante) e portanto impacto considerado
desprezível, sobre a qualidade da água do reservatório.
O efeito topográfico influencia nos resultados. Receptores discretos localizados
muito próximos do empreendimento e em uma cota notadamente menor
como são A Granja São João, Ki-caldo, Engenho Pocinho terão uma alteração
na qualidade do ar ainda menor por efeitos da operação rotineira.

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511,0m

Figura 9. Efeito topográfico na dispersão de poluentes

Nenhum receptor localizado nessa área sofrerá influência negativa da


operação do incinerador, tendo em vista, sua posição geográfica em relação a
fonte; elevação da base da chaminé acima da cota dos receptores ;
concentração máxima num raio de 511 m da fonte, incremento de
concentração na qualidade do ar na área, menor do que 1 g/Nm3 .
Em Nossa Senhora das Graças ainda caberia ressaltar mais um efeito
topográfico. A comunidade está resguardada por um morro distanciado
curiosamente 500m da emissão, que se antepõe entre ela e o
empreendimento, o que de certa forma aporta um Fator de segurança
adicional a um cenário que já se apresentava favorável segundo a abordagem
teórica. Mais uma vez ressalta-se aqui a importância de controle do uso do
solo futuro no entorno do empreendimento. A ocupação da referida encosta
deve ser evitada para evitar ficar de frente ao empreendimento.

Foto 16 – Barreira topográfica entre o empreendimento e Nossa Sra das Graças

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Se o empreendimento não for construído, como


será o futuro da área e seu entorno ?
Para todo EIA/RIMA é exigido comparar a situação futura considerando o
empreendimento com a situação futura na hipótese de não implantação.
Como será a Área de Influência Direta (AID) daqui a 1 ano, daqui a 5 anos a
10 anos se o empreendimento não for construído?.
Isso é uma questão relativamente simples de responder. Se não acontecer
nada extraordinário, a área continuará transformando-se lentamente, de
forma imperceptível para curtos períodos de tempo. A ocupação de chácaras e
casas de lazer se intensificará, a extração de madeira nos remanescentes de
mata também continuará e a exploração da faixa da BR-232 possivelmente
continue atraindo industrias de transformação e de serviços.
O que seria um fato extraordinário? Para entender isso é preciso entender o
passado da área, quando foi submetida a intensas transformações, que hoje
estabilizadas, parecem normais, parte integrante da paisagem e do dia a dia.
Com efeito, na bacia do Rio Duas Unas podem ser observadas profundas
modificações da paisagem ocorridas no passado, iniciando de fato pela
característica mais marcante que corresponde à devastação da Mata Atlântica
e sua substituição pela monocultura da Cana de Açúcar. Da mesma forma,
caberia destacar o represamento do rio Duas Unas que formou o reservatório
homônimo, modificado o uso do solo, eliminando a vegetação ciliar que por
ventura existisse nas margens do curso de água. Uma terceira modificação da
paisagem na área corresponde ao eixo viário da BR-232. Dito corredor
secionou a paisagem eliminando a ligação entre os diversos remanescentes
vegetais de Mata Atlântica.
O rebatimento no cenário atual dessas transformações profundas se observa
nitidamente no território de estudo pela carência de uma vocação plenamente
definida. Com efeito, hoje o uso do solo da bacia do Rio Duas Unas a
montante da barragem apresenta uma interação de varias atividades e
potencialidades nenhuma delas profundamente explorada. No entorno do
reservatório verifica-se hoje uma tentativa de explorar o turismo ecológico
com chácaras e segundas moradias para turistas. Esta atividade que ainda é
incipiente se mistura com as extensas áreas de cultivo da cana de açúcar
verificadas na região, mistura-se também com projetos que pretendem
explorar o turismo ecológico aproveitando os remanescentes de Mata
Atlântica. A estes usos múltiplos do solo acrescenta-se mais uma variável
representada pela faixa lateral da BR-232 definida como parte do perímetro
urbano do município de Moreno. Nesta faixa de terreno observa-se um uso
difuso e incipiente, na margem direita, a atividade industrial e de serviços

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como postos de combustível e galpões vem se consolidando e poderia ser


considerada como uma tendência.
A introdução de um evento extraordinário causará uma perturbação no
cenário futuro. Este evento não precisa ser tão drástico como os que já
enfrentou a área, bastaria, por exemplo, uma mudança no plano diretor de
Moreno, a Transferência do Distrito Industrial para o Engenho Pocinho, a
instalação de uma outra empresa no setor por citar algumas.
Nessa linha de raciocínio é possível comparar os dois cenários. O cenário de
implantação do empreendimento representa a introdução de uma variável que
causa uma perturbação no equilíbrio atual do território, em um curto período
de tempo e atuando em uma área circular com raio de 1km. Por outro lado, o
cenário tendencial caracteriza uma área muito maior, onde as perturbações
relevantes já aconteceram e as mudanças adicionais ainda verificadas estão
acontecendo com velocidades mínimas e quase imperceptíveis em curtos
períodos de tempo.
Em um período de um (1) ano os dois cenários são completamente
divergentes, enquanto que em um cenário de não implantação isto significa
permanecer igual, no cenário de implantação significa a ocorrência da maioria
dos impactos referidos no Estudo.
Já considerando um horizonte de 10 anos, por exemplo, os dois cenários se
aproximam. No cenário de implantação, o efeito da perturbação estará
dissipado e uma nova realidade existirá na AID. Uma nova realidade onde as
mudanças são imperceptíveis em curtos períodos de tempo, como será o caso
também do cenário tendencial.

Recomendações do Estudo
Para cada um dos 17 impactos negativos identificados para o estudo foi
proposta uma medida mitigadora ou compensadora, das quais destacamos as
seguintes:

A. Informação às Comunidades

 Elaboração de um folder explicativo e uma abordagem porta a porta nas


granjas próximas, e principalmente, no loteamento Nossa Senhora das
Graças para explicar do que se trata o empreendimento e entregar o
folder.

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O folder deve ser redigido com linguagem simples e uso de figuras para
facilitar a compreensão do funcionamento do empreendimento, assim como
informar que não haverá prejuízos para a saúde da população.

 Criação de uma comissão de moradores que se encarregaria de efetuar os


contatos com o empreendedor, cobrar o atendimento dos compromissos
ambientais, receber os relatórios de monitoramento dentre outras
atribuições.

B. Arqueologia
Implantação de um Programa de Resgate Arqueológico, em atendimento às
exigências do IPHAN para acompanhar o que resta de obra de implantação,
além do reflorestamento projetado.

C. Emissões Atmosféricas
Os níveis de emissões e as concentrações na comunidade deverão ser
confirmados na escala real antes do equipamento entrar em funcionamento de
forma comercial.

 Para isso, deverá atender a Resolução CONAMA 316/02, no sentido de


apresentar e executar:

I - Análise de Risco;
II - Plano do Teste de Queima;
III - Plano de Contingência;
IV - Plano de Emergência.
Outras medidas Recomendadas são:

 Plano de Monitoramento, prevendo a medição contínua de O2 , CO, CO2 ,


NOx , Cloro, HCl, Material particulado, SOx. Adicionalmente deve-se garantir a
medição no mínimo anual de Dioxinas & Furanos, bem como de Metais
pesados.

 Recomenda-se que o empreendedor crie uma cartilha orientadora para os


centros geradores de resíduos que fechem negocio com o grupo Atento, de
forma a orientar sobre os procedimentos de separação de resíduos na fonte e
principalmente na identificação daqueles resíduos que mesmo perigosos não
são recomendados para incinerar por efeitos da sua composição química.

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A cartilha deverá ir acompanhada de um treinamento fornecido pelo setor


técnico do Grupo Atento.

 A correta capacitação dos operários que trabalharão diariamente na


unidade deve ficar registrada, sendo apresentado à CPRH o plano de
capacitação com a carga horária e metodologia a ser aplicada. Isso como
requisito de obtenção da LO.

D. Recomposição paisagística
Elaborar e implantar um programa de reflorestamento com espécies nativas
no setor norte da área.

PBAs Propostos
A maior parte das medidas mitigadoras de controle foram agrupadas em
Programas de forma a torná-las mais eficientes. Assim, foram considerados
como necessários os seguintes PBAs a serem elaborados pelo empreendedor
como requisito da obtenção da LO.

 PBA de Gestão Ambiental;


 PBA de Comunicação Social;
 PBA Monitoramento de Emissões Atmosféricas;
 PBA de Gerenciamento e Operação da Unidade;
 PBA de Capacitação de Operários e Clientes;
 PBA de Reflorestamento;
 PBA de Monitoramento e Resgate Arqueológico;

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RELATORIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA
Unidade de Tratamento Térmico de Resíduos

Conclusões do Estudo

Do Projeto de Engenharia e dos Equipamentos Previstos

As unidades previstas serão fornecidas por empresas reconhecidas no


mercado, com mais de 40 anos de serviço. Os equipamentos adquiridos são
novos, de última tecnologia, dispõem de sistemas de controle da poluição.

Da Avaliação de Impactos Ambientais e suas Limitações

Os resultados modelados, mesmo considerando a situação mais crítica, ou


seja, a não utilização de equipamentos de controle da poluição, notadamente
os lavadores de gases, mostram que as emissões de todos os poluentes
apresentam concentrações muito abaixo das máximas permitidas para
qualquer um dos receptores discretos considerados no estudo.
Adicionalmente observou-se que as emissões não apresentam nenhum tipo de
risco patogênico, biológico, tendo em vista que os microorganismos são
totalmente destruídos no processo de incineração.

Das Considerações Finais

A equipe elaboradora do EIA, baseada na análise multidisciplinar de todos os


documentos que compõem o processo, com ênfase principal nos pontos
resgatados nos parágrafos acima, considera:

▪ Que o empreendimento se insere dentro da categoria de equipamentos


que visam a proteção do meio ambiente, tão requisitada no Estado
especialmente no tocante a resíduos sólidos hospitalares.

▪ Que a existência de uma segunda empresa no mercado trará


alternativas de mercado, livre concorrência e possivelmente diminuição
de custos para prefeituras e empresas privadas do ramo da saúde.

▪ Que o tratamento adequado de resíduos hospitalares traz inegáveis


benefícios ao meio ambiente, soma nos esforços de proteção da saúde e
a qualidade de vida do coletivo.

▪ Que os resultados teóricos obtidos da modelagem em condições mais


adversas que as esperadas para operação, registram um cenário
tolerável de baixo risco para a população.

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Unidade de Tratamento Térmico de Resíduos

▪ Que o empreendimento, ao igual que o processo de licenciamento, vem


atendendo as normas ambientais Federais, Estaduais e Municipais em
vigor, não havendo sido detectado nenhum impedimento intransponível
que inviabilize a implantação do projeto.

▪ Que se a operação do empreendimento é feita de forma rigorosa,


atendendo as recomendações dos fabricantes dos equipamentos,
manutenção, reposição e atualização contínua de tecnologia e ainda são
observadas as medidas mitigadoras, compensatórias, assim como os
Planos Ambientais propostos, nos prazos certos e de maneira oportuna,
os impactos ambientais que viessem a ocorrer teriam uma intensidade
tolerável e compatível com as características do meio ambiente do
entorno.

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A Equipe Elaboradora !

ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA

UNIDADE DE TRATAMENTO TÉRMICO DE RESÍDUOS DE SAÚDE

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Unidade de Tratamento Térmico de Resíduos

As Empresas Envolvidas

Empreendedor
a) Razão Social ATENTO Soluções Ambientais
Incineração e Destinação Final de Resíduos de
b) Atividade
serviços de Saúde
c) Telefone (81) 3428-5237/ 8773-0221
d) CNPJ / M.F 00.812.377/0001-45
Rua Mirandópolis n° 82, Ilha de Joana Bezerra
e) Endereço Comercial
Bairro de São José Recife-PE
f) Endereço do projeto RDV. BR 232 KM 21,5 CEP 54.800-000
g) Representante Legal João Carlos Marques
Empresa responsável pela
elaboração do EIA/RIMA
a) Razão Social AMS - Assessoria e Consultoria Ltda
b) Atividade Consultoria Ambiental
c) Telefone (81) 3222.2915
d) CNPJ / M.F 00539464/0001-70
Avenida Agamenon Magalhães, 2936, sl 1101 e
e) Endereço Comercial
1102, Espinheiro (Recife)
g) Responsável Técnico José Anchieta dos Santos

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Unidade de Tratamento Térmico de Resíduos

A Equipe Técnica do EIA

José de Anchieta dos Santos


Coordenação Geral Engenheiro Elétrico
CREA: 032827-D
Tiago Andrade Lima
Aspectos Jurídicos Advogado
OAB/PE: 21596-D
Marcílio Augusto Duque Pacheco
Geologia / Geotecnia /
Geólogo
Hidrogeologia
CREA: 14.132 D
Artur Galileu de Miranda Coelho
Aspectos Bióticos (Fauna) Biólogo
CRBio: 2774-5
Sergio Tavares
Engenheiro Agrônomo Doutorado em
Aspectos Bióticos (Flora)
Zoologia e Botânica Tecnológicas
CREA: 2992 - D/PE
Anastásia Brandão de Melo Santos
Aspectos Socioeconômicos Veterinária – Zootecnia
CRMV – 0439-Z
Ana Paula Francelino Lira
Planos Co-localizados Arquiteta – Urbanista
CREA: 030889 D
Sandro Barbosa Figueira
Engenheiro Agrônomo
CREA: 034404 D/PE
Cartografia e Geoprocesamento
Gustavo Sobral da Silva
Engenheiro Florestal
CREA: 037822 D/PE
Marcos Albuquerque.
Arqueólogo

Veleda Lucena.
Arqueologia
Arqueólogo

Rúbia Nogueira.
Arqueólogo

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