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UCSAL – UNIVERSIDADE CATÓLICA DO SALVADOR

FACULDADE DE DIREITO
DIREITO TRIBUTÁRIO – Prof. Marco Viana
Aluna: Samara Araújo Silva Calixto
Texto: Processo Tributário – administrativo e judicial
Autores: Rubens Approbato Machado e Marcia Regina Melaré

FICHAMENTO

1. INTRODUÇÃO
Inicialmente cumpre destacar as definições que o direito material informa sobre obrigação
tributária, lançamento e credito tributário. A lei tributária nacional informa que o fato
gerador, desde que pré-definido em lei, dá origem à obrigação tributária. A exigência
desta obrigação somente pode ser exigida, quando, por meio do lançamento, nasce o
crédito tributário. Para tanto o lançamento torna a obrigação certa e determinada, para
que, constituído o crédito, ela possa ser exigida ou cobrada.
Uma das definições trazidas no texto que bem ilustra essas transformações da obrigação
tributária até constituir o credito tributário é de acordo com os ensinamentos de Alfredo
Augusto Becker, o qual informa que “o lançamento acrescenta a exigibilidade ao
conteúdo jurídico da preexistente relação jurídica tributária que nascera com o conteúdo
mínimo: direito correlativo e dever.”
Mais adiante, assinala o autor, conforme doutrina Ruy Barbosa Nogueira, que enquanto
a obrigação tributária é um direito material, o credito é um direito formal, e que, em
consequência disso, no caso em concreto, a invalidação do crédito não macula a existência
da obrigação, posto que, excluídas as hipóteses de extinção da obrigação, possa haver um
novo lançamento e a constituição de um novo crédito.

2. PROCESSO ADMINISTRATIVO OFICIOSO


O crédito tributário é a forma, por assim dizer, exigível da obrigação tributária. Como já
foi mencionado supra, é através do lançamento que a autoridade fazendária formaliza a
obrigação e a trona exigível.
O lançamento, portanto, em sendo atividade privativa da Fazenda (ainda que haja
modalidades de lançamento por declaração ou por homologação, sendo estas
modalidades, o sujeito passivo “participa” do lançamento), é a fase oficiosa do processo
fiscal e que já está definida pelo CTN. Salienta-se, desse modo que, no lançamento é que
se esgota toda essa atividade oficiosa, sendo que a obrigação ainda não é exigível e que,
com isso, não existe contestação ou oposição por parte do sujeito passivo.
3. PROCESSO CONTENCIOSO – PROCESSO ADMINISTRATIVO
TRIBUTÁRIO E PROCESSO JUDICIAL TRIBUTÁRIO.
O lançamento é a fase oficiosa que se encerra e se exaure sem que haja a manifestação do
sujeito passivo. O momento em que o sujeito passivo tem a oportunidade de se manifestar
é quando ocorre a formalização do crédito tributário, momento em que o Fisco deve exigir
o seu pagamento.
Quando não extinto o crédito, mediante o pagamento, a resistência pode ocorrer de duas
formas: não pagando ou impugnando o crédito. Estas formas de resistência podem
acontecer na área administrativa ou judicial.
Dessa forma, as relações jurídico-tributárias podem ser questionadas tanto nas vias
administrativas, quanto na via judicial. Ocorre que a administração fazendária, que tem a
competência de formalizar o crédito, deve dar a oportunidade ao sujeito passivo de
discutir a legalidade da exigência imposta. Com isso ela cria órgãos que podem aplicar o
direito ao caso concreto.
Por outro lado, em virtude do preceito contido no art. 5º XXXV da Constituição Federal,
a qual afirma que, em outras palavras, o poder judiciário não irá se eximir de apreciar as
causas que a ele são apresentadas, ao poder judiciário também serão apresentadas causas
dessa natureza.
O que os autores põem em discussão, no entanto é se apenas a seara administrativa irá
sanar a legalidade atinente ao tributo, ou se o sujeito passivo poderá saltar a fase
administrativa e ir direto para a fase judicial. Conclui o autor que, o Fisco, ao haver
resistência do pagamento do crédito, está obrigado a instaurar procedimento
administrativo para, exaurida essa fase prosseguir na via judicial.

4. PROCESSO ADMINISTRATIVO TRIBUTÁRIO


Iniciando as discussões sobre o processo administrativo do direito tributário, impende
salientar que o Sistema Tributário Nacional não é de criação unitária. A Constituição da
República outorgou a cada ente federado que, na medida de suas necessidades, criassem
os tributos. Assim, por meio de suas leis ordinárias, cada ente federado pode instituir sua
legislação, bem como criar o odo de arrecadação, fiscalização e lançamento.

4.1. Processo administrativo tributário federal


A reforma administrativa, realizada pelo Ministério da Fazenda, permitiu que o processo
administrativo tributário da União fosse unificado e uniformizado. Neste passo, com o
advento do Decreto federal nº 70235/72, instituiu-se o seguinte procedimento que será
brevemente traçado a seguir.
Primeiramente, conforme o art. 7º do referido decreto, o procedimento administrativo
inicia-se com ato realizado pelo agente competente, o qual irá fazer as apreensões dos
documentos necessário bem como a notificação do sujeito passivo. Este por sua vez não
irá se manifestar em nada.
Adiante, lavra-se o auto de infração, assinado pelo agente competente, o qual irá
descrever todas as informações necessárias para a instauração do processo, conforme o
art. 10 do Decreto.
Notificado o sujeito passivo, chega o momento em que o mesmo terá a oportunidade de
se manifestar. Pode ele, cumprir a obrigação, ou deixar de cumprir ou impugnar. Cumpre
delinear que, estando o sujeito passivo inerte frente à exigência do pagamento do crédito,
após transcorrido o prazo de 30 dias o processo irá para a inscrição da dívida ativa,
passando a ser executada judicialmente. Por outro lado, se o sujeito passivo desejar
impugnar a exigência, o fará no mesmo prazo de 30 dias após a intimação. Os atos serão
procedidos na forma como instrui o art. 16 e encaminhada para apreciação da autoridade
competente.
O processo será, então preparado e processado perante o órgão competente. No caso de
haver recurso, o processo será encaminhado ao órgão colegiado, denominado Conselho
Administrativo de Recursos Fiscais.
Impende salientar rapidamente a discussão constitucional acerca do afirma a MP nº
1621/97, que, para que se viabilize a interposição do recurso, será necessária a garantia
de 30% do crédito exigido no caso concreto. Entretanto essa medida foi declarada
inconstitucional, no que resultou a Súmula 373 do STJ.
4.2. Processo administrativo tributário estadual
Neste tocante, cada Estado é responsável, através de suas leis ordinárias a criar seus
impostos, bem como os meios de fiscalização e arrecadação. Em sendo assim, cada
Estado promoverá o processamento administrativo atinente aos tributos que está em sua
competência.
4.3. Processo administrativo tributário municipal
Assim como ocorre com os Estados, cada Município possui a prerrogativa de legislar
sobre seu procedimento. Ocorre que, os autores destacam algumas particularidades do
processo tributário municipal.
Em resumo, o contribuinte só está obrigado da exigência quando notificado do
lançamento, incluindo a garantia de um prazo mínimo para impugnação da exigência. Em
se tratando de recursos em sede de impugnação, a prefeitura irá constituir um órgão
colegiado para decidir no caso concreto, bem como, nos municípios em que não houver
a criação do órgão, o prefeito, junto com o encarregado das finanças é que irá decidir
sobre o recurso.

5. PROCESSO JUDICIAL TRIBUTÁRIO


Enquanto ao direito administrativo tributário compete a cada ente federado definir suas
leis e normas de lançamento, fiscalização e arrecadação, no que tange ao direito judicial
tributário, por força do art. 22 da Constituição Federal, compete privativamente à união
legislar sobre o Direito Processual. Não há legislação distinta para casa ente federado.
Quando tramitado em processo administrativo, mesmo que haja decisão final, esta não
tem eficácia de transito em julgado, podendo, o sujeito passivo socorrer-se do direito de
ingressar judicialmente para obter decisão favorável. Por outro lado, pode também o
sujeito passivo ingressar diretamente em ação judicial, em virtude do supracitado art. 5º
XXXV da Carta Magna.
5.2. Ações e medidas judiciais
Quando se trata de ações que dizem respeito a matéria tributária, as medidas judiciais
cabíveis são execução fiscal, mandado de segurança, ação de repetição de indébito, ação
anulatória do débito fiscal, ação declaratória, ação de consignação em pagamento, ação
rescisória e medidas cautelares neste ponto de medidas.
Essas medidas não reguladas pela Lei 6.830/80 e pelo Código de Processo1
5.2.1 Execução fiscal
Como uma das medidas judiciais previstas na Lei 6.830/80, a execução fiscal consiste no
procedimento em que após transcorridos o prazo do procedimento administrativo para o
pagamento do crédito, este transforma-se em uma dívida.
A inscrição da dívida é uma prova – que pode ser contradita – que a Fisco possui para
executar o sujeito passivos e requerer, através desse título, o pagamento do crédito.
Impende destacar que o art. 185 do CTN (alterado pela LC 118/2005) regula sobre os
procedimentos relativos a garantia do juízo, bem como prazos e penas no caso de haver
alguma fraude. Este é um procedimento apenas de execução, como o próprio nome já
induz. Entretanto é cabível a discussão de provas se oferecido tempestivamente
embargos.
5.2.2. Mandado de Segurança
Este remédio constitucional é cabível quando houver a autoridade pública praticar ato
ilegal ou abuso de poder. O titular do direito lesado poderá ingressar com o mandado
assegurado pelo art. 5º, LXIX da Constituição Federal.
Ocorre que, em virtude de a Fazenda Pública ter que lidar com inúmeros atos diariamente,
com a finalidade de atingir o patrimônio particular para atender um interesse comum, não
é raro o ingresso desse remédio constitucional, em virtude de muitos desses atos restarem
eivados de ilegalidades ou abusos.
Embora seja uma ação constitucional a lei 12.016/09 regula o modo processual dessa
ação, e possui discussões sobre sua constitucionalidade. No entanto, o que importa
salientar é que essa norma, regula os prazos, os aspectos procedimentais como petição,
juízo competente, provas, etc.

1
Texto legal do ano de 1973
Cumpre delinear que, nesta ação, é possível haver a concessão de liminar, e, em havendo
ou não, a autoridade coatora deverá se manifestar no prazo de 10 dias. A saber, o
Ministério Público também deve se manifestar.
5.2.3. Ação de repetição do indébito
É possível quando o fisco cobrar do sujeito um crédito que ao tempo da ocorrência do
fato gerador a obrigação não estava definida em lei, portanto, a cobrança do tributo foi
indevida. Desse modo, o sujeito pode, através da referida ação, pedir a restituição com os
acréscimos devidos. Cumpre ao CTN regular quais a hipóteses cabíveis, no art. 165.
5.2.4. Ação anulatória de débito fiscal
É uma ação que garante ao sujeito passivo a possibilidade de requerer a anulação de um
credito formalizado ou a execução fiscal que não foi embargada. É possível também
quando, em sede de ação de repetição do indébito, ao sujeito passivo for denegado a
restituição. Neste caso existe um prazo prescricional de 2 anos.
Essa ação tem como finalidade desconstituir um crédito que foi formalizado pela Fazenda,
possibilitando na ação a discussão de provas.
5.2.5 Ação declaratória
É uma ação prevista no CPC, a qual possibilita que o magistrado declare ao sujeito
passivo um direito de qualquer natureza.
No que diz respeito ao direito tributário, a referida ação permite que o magistrado
esclareça se há relação jurídica tributária, afastando todas as dúvidas que forem
levantadas pelo sujeito passivo.
É importante ressaltar que a ação declaratória tem força de coisa julgada, não criando
óbice ao fisco de executar uma dívida que esteja inscrita.
5.2.6 Ação de consignação em pagamento
Embora seja uma ação que esteja regulado pelo CPC, o CTN traz em seus arts. 156, VIII
e 164 a possibilidade de consignação em pagamento como uma modalidade de extinção
de crédito tributário nas hipóteses legais.
Quando ocorrer qualquer uma dessas hipóteses, o sujeito passivo está autorizado a
ingressar com essa ação e requerer que no dia, hora, lugar e modo determinado seja
recebido e determinado extinto o crédito tributário. Ao credor fica assegurado as formas
de contestação, alegando as resistências pré-definidas em lei.
5.2.7 Ação rescisória
Regulada pelo CPC, a ação rescisória tem como objetivo rescindir uma sentença (em
sentido amplo, podendo ser decisão de segundo grau também) que não caiba mais recurso.
Na seara tributária, ocorrendo as hipóteses do art. 485, I a IX do CPC, a decisão
irrecorrível também se sujeitará aos efeitos da ação rescisória.
5.2.8 Medidas cautelares
As medidas cautelares também são reguladas pelo CPC, e em seus artigos contém
inúmeras hipóteses que são passiveis de medidas cautelares. Entretanto, em se tratando
de matéria tributária, o campo de incidência de medidas cautelares é mais amplo, devido
às ilegalidades cometidas pelo Fisco que não podem, ou não tem tanta garantia de se obter
o direito através de uma medida de segurança.

Referencias: MACHADO, Rubens Approbato; MELARÉ, Marcia Regina. Processo


tributário – administrativo e judicial. In. MARTINS, Ives Gandra da Silva. Curso de
direito tributário. 13. Ed. São Paulo: Saraiva, 2011. p. 1083-1117.

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